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Paraná, 15 a 21 de abril de 2022
Marcha reúne 2,5 mil pessoas do campo e da cidade por teto, terra e trabalho em Curitiba Milhares de famílias urbanas e camponesas enfrentam risco de despejos forçados Wellington Lenon | MST-PR
Redação
M
ais de 2,5 mil trabalhadoras e trabalhadores da cidade, camponesas, camponeses e indígenas marcharam pelas ruas do centro de Curitiba, na manhã da quarta-feira (13). A ação fez parte da Jornada de Lutas por Teto, Terra e Trabalho, organizada por
dezenas de movimentos populares pela regularização fundiária de comunidades de ocupação, urbanas e rurais. Mais de 4,3 mil famílias urbanas e 7 mil famílias camponesas enfrentam risco de despejos forçados no Paraná. Depois de caminhar da Praça Rui Barbosa até o Centro Cívico, uma Au-
diência Pública reuniu um grupo de representantes de cada comunidade e autoridades do Poder Executivo estadual, do Poder Judiciário, da Assembleia Legislativa (Alep) e da Universidade Federal (UFPR). Vida digna Sirlei Silva Lima vive no acampamento Resistência Camponesa, de Cascavel, formado há mais de 20 anos e onde moram cerca de 50 famílias: “Nós vamos permanecer lá nos nossos espaços, construindo as comunidades que nós já temos e que são comunidades consolidadas. Queremos que seja criado o assentamento para que a gente possa continuar vivendo dignamente, tendo a nossa moradia e nossos alimentos que produzimos lá”, afirmou.
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Famílias pedem despejo zero Representantes de cerca de 70 comunidades do MST de todo o Paraná e de 10 ocupações urbanas de Curitiba e Região Metropolitana participaram da audiência pública. Em carta entregue e lida para as autoridades, o coletivo de entidades realizadoras reivindicou que o estado adote medidas para a construção de soluções coletivas, buscando a regularização das áreas urbanas e rurais para as famílias e povos ocupantes; que a UFPR realize um mapeamen-
to social comunitário das ocupações urbanas em conjunto com as demais instituições; e que sejam suspensos todos os despejos durante o ano de 2022. Ao fim do encontro, camponesas e camponeses do MST entregaram cestas com alimentos produzidos em diversas áreas do movimento para as autoridades e representantes das comunidades. O ato enfatiza a solidariedade do MST e a importância que agricultoras da Reforma Agrária dão à comida.
Para José Damasceno, integrante da Direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná, a marcha expressou uma construção coletiva entre trabalhadores do campo e da cidade. “A luz no final do túnel nunca
apagou, mesmo em período difícil, de travessia dura, nós sempre mantemos acesa a vontade de lutar, de vencer, e nunca esquecemos a nossa história e as nossas origens. Por isso, esperançar é necessário, e vencer é possível”, disse. Wellington Lenon | MST-PR