Brasil de Fato RJ - 125

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MAB realiza ato no Rio

Mangueira ainda define samba sobre Bethânia

Movimento reúne famílias em frente ao BNDES nesta quinta (1)

Samba-enredo de Tantinho foi desclassificado no último final de semana

RIO DE JANEIRO

1 a 4 de outubro de 2015

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Mídia Ninja

Cultura | pág. 7

Cidades | pág. 4

distribuição gratuita

Ano 3 | edição 125

Familiares de menor morto na Providência

exigem justiça Agência O Globo

Divulgação

Skate pode ser esporte olímpico Comitê organizador das Olimpíadas de Tóquio indicou novas modalidades para 2020

Esportes | pág.11

Encarte Frente Brasil Popular em defesa da Petrobrás No Rio, atividade acontecerá nesta sextafeira (2) na Candelária

Vídeo divulgado nas redes sociais desmentiu a versão dos policiais da UPP, mostrando que os agentes forjaram a cena do crime. Segundo uma testemunha, o jovem foi executado por PMs quando já tinha se rendido. Cidades l pág. 5

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Negro, de família pobre, Eduardo Felipe Santos, de 17 anos, foi morto na última terça-feira (29) após uma operação policial na Providência. No sepultamento, ocorrido nesta quarta-feira (30), amigos e moradores da favela exigiam justiça.

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2 | Opinião

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013 O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintasfeiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais. CONSELHO EDITORIAL: Alexania Rossato, Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam) EDIÇÃO: Vivian Virissimo (MTb 13.344) SUB-EDIÇÃO: André Vieira e Fania Rodrigues REPORTAGEM: Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela REVISÃO: Sheila Jacob COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Stefano Figalo ESTAGIÁRIO: Victor Ohana ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

Rio de Janeiro, 1 a 4 de outubro de 2015

EDITORIAL

O problema é social sim! O prefeito Eduardo Paes (PMDB) declarou recentemente que o problema da violência nas praias do Rio de Janeiro não é uma questão social. Segundo ele, o problema é falta de autoridade. Falta de a polícia agir com mais energia e repressão para eliminar o “problema”, investigando de perto os suspeitos. Será mesmo? Quem seriam então os tais suspeitos? A primeira orientação é abordar jovens, sem camisa, vindos dos ônibus que saem da zona norte. Ou seja, se você é jovem, mora na zona norte e está com calor, ao ir à praia, se torna automaticamente... suspeito! Sem contar com um detalhe. Sabemos que, se é jovem e tem a pele negra, a chance de ser considerado “suspeito” se multiplica por mil. A segunda é que os jovens que não pagarem a passagem devem ser retirados dos ônibus e mandados pra casa. Foi assim que encontraram a forma mais eficiente de proibirem os pobres de irem à praia. Essa forma de lazer se tornou assim um privilégio de quem possa pagar por ela. Como se não bastasse, pretendem cortar o traje-

to dos ônibus que vão da zona norte à zona sul. Assim, será necessário pagar mais duas passagens se você quiser ir à praia. O que significa um custo de quase quinze reais apenas de transporte. Ou dá ou desce. SEM LENÇO A terceira é pedir o documento de identidade desses jovens. Sejamos honestos, quantos de nós não está acostumado a ir à praia sem documento? Desde quando foi necessário carregar identidade pra poder ir à praia?

O que o prefeito não quer fazer é diminuir o preço das passagens, como milhões de jovens exigiram em 2013

está se acabando. Agora, será “democrático” apenas para quem possa pagar.

Um resumo: se você é pobre, negro e mora na zona norte ou oeste está proibido de frequentar um dos lugares de lazer mais importantes do Rio de Janeiro. A ideia de que as praias são um local “democrático” de lazer

POLÍTICAS PÚBLICAS Ora, se proibir um setor da população não é um problema social, o que seria então? O que o prefeito não quer fazer é diminuir o preço das passagens, como milhões de jovens exigiram em 2013. O que ele não quer fazer é in-

PREVISÃO DO TEMPO Quinta-feira, 1 de outubro, Rio de Janeiro, Brasil

(21) 4062 7105

redacaorj@brasildefato.com.br

29

ºC|F

Tempestades com raios isoladas

vestir em políticas públicas e de lazer para a juventude e para o povo, diminuindo assim, de fato, o problema social que gera a violência, os assaltos, os arrastões. Assim, se vende uma imagem do Rio de Janeiro, a tal “cidade olímpica”. Com praias lindas, frequentadas por gente branca e rica. Aos pobres, mais “autoridade” e polícia. E nada mais.


Rio de Janeiro, 1 a 4 de outubro de 2015

FRASE DA SEMANA

mandou

bem

“Não se pode regulamentar o amor. Família é o que for do coração”,

Alexandre Macieira / Riotur

Cáritas RJ

mandou

mal

Maioria das mães cede à vontade dos filhos na hora das compras Seis em cada dez mães não resistem ao apelo dos filhos quando o assunto é comprar, indica pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O estudo observou a reação das mães, com filhos entre dois e 18 anos, na aquisição de produtos supérfluos, como brinquedos, roupas e doces.

De acordo com o levantamento, o passeio em um centro de compras ou supermercado na companhia dos filhos estimula ainda mais o consumo. Nessa situação, quatro em cada dez mães admitem gastar mais que o planejado. (Abr)

SINDICAL por Claudia Santiago

Emgepron demite em massa A Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais), uma empresa pública, demitiu cerca de 100 trabalhadores que atuavam na Fábrica de Munição, em Campo Grande, zona oeste do Rio, sob alegação de crise financeira. A maioria foi comunicada através de telegrama. Os trabalhadores reclamam ainda dos baixos salários e do piso abaixo do que manda o acordo coletivo. O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio luta para que se cumpra o acordo coletivo que reconheceu os trabalhadores da empresa como sendo metalúrgicos.

J. Braga

O Flamengo mandou muito bem ao criar no último domingo (27) a torcida Fla-Refugiados, que se tornou oficialmente embaixada do clube. Antes do jogo, o presidente do time entregou uma camisa personalizada e um diploma ao grupo de refugiados.

disse o cantor Lulu Santos durante o Rock in Rio ao criticar a definição do conceito de família por uma Comissão da Câmara.

Geral | 3

Lula Marques Divulgação

O senador mineiro Aécio Neves terá que se explicar porque usou mais verba pública para vir ao Rio do que ir para Belo Horizonte, capital do estado pelo qual é parlamentar. Parece até um quarto senador fluminense, mas a lei só permite três.

FAVELA O cotidiano e a estrutura das favelas cariocas nos anos 60 podem ser conhecidos na exposição fotográfica “O Rio que se queria negar: as favelas do Rio de Janeiro no acervo de Anthony Leeds”, que ficará aberta até 10 de janeiro de 2016, no Museu da República, na zona sul do Rio.

FGTS das domésticas Os empregadores domésticos terão que recolher, a partir de outubro, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e outras obrigações de seus empregados. Para facilitar o recolhimento, a Receita Federal oferecerá um sistema que permite o pagamento das contribuições sociais em único boleto.


4 | Cidades

Rio de Janeiro, 1 a 4 de outubro de 2015

Atingidos por barragens protestam no BNDES EBC Memória

Com participação de seis estados, atividade cobra ações em benefício das famílias impactadas André Vieira do Rio de Janeiro (RJ) O Brasil é o terceiro maior produtor de energia hidrelétrica do mundo, atrás apenas da China (1° lugar) e Canadá (2°). A importância das usinas hidrelétricas para o país é inegável, já que elas são responsáveis pela geração de 65,7% da energia brasileira. Se por um lado a construção de novas usinas representa o aumento na oferta de energia, por outro essas obras geram impactos diretos às comunidades que vivem perto das hidrelétricas. Nesta quinta-feira (1), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizará um conjunto de atividades em frente à sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio, cobrando ações do banco em relação às famílias que são impactadas pela construção das hidrelétricas. O banco, que é público, é responsável por grande parte do investimento na construção das usinas. hidrelétricas “O BNDES financiou 148 hidrelétricas entre 2002 e 2012, somando quase R$ 70 bilhões. Se por um lado existe todo o investimento nas construções, por outro não existe uma política do banco para compensação ambiental nem para o desenvolvimento das famílias que são realocadas”, critica Alexania Rossato, da coordenação do MAB. Em 2014, o MAB se reuniu com a diretoria do BNDES

Famílias reivindicam ações do BNDES para compensar atingidos

para apresentar um conjunto de reivindicações. Apesar do compromisso do banco, elas não foram atendidas. En-

As atividades acontecerão na manhã de quintafeira (1), quando famílias vindas de seis estados seguirão em marcha até o BNDES tre as demandas estão: criação de um fundo de recursos para garantir o direito das famílias; criação de programas

para recuperar e desenvolver as regiões atingidas; participação na elaboração de propostas e gestão de recursos; criação de condicionantes sociais, com a participação dos atingidos, para os novos financiamentos de construções. PROGRAMAÇÃO As atividades acontecerão na manhã da quinta-feira (1). Famílias vindas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná sairão da Praça Tiradentes, no centro do Rio, e seguirão em marcha até a sede do BNDES. Uma aula pública está programada e pela noite está prevista uma atividade cultural.

OPINIÃO | Malu Azevedo

Interrupção voluntária da gravidez é um direito Na última segunda feira, dia 28 de setembro, ocupamos as ruas de todo o Brasil para exigir a legalização e descriminalização do aborto. Uma dessas ações ocorreu em Santana do Livramento (RS), reunindo mulheres brasileiras, uruguaias e argentinas, como parte da 4ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). Denunciamos a atual legislação brasileira que criminaliza as mulheres que precisam interromper a gravidez e reafirmamos que não vamos tolerar perdas de direitos, como a aprovação do PL 5069/2013 do deputado Eduardo Cunha. Tal proposta tornaria crime a prestação de auxílio pelos profissionais da saúde às mulheres que fizessem aborto, restringe o atendimento via SUS àquelas vítimas de violência sexual, entre outras ações que objetiva o extermínio das mulheres. MERCADO CLANDESTINO Atualmente podemos interromper uma gravidez pelo SUS quando é resultado de estupro, causa risco a vida da gestante ou quando o feto tem má-formação que não o deixa sobreviver depois que nasce. Esta política restritiva fortalece o mercado das clínicas clandestinas que re-

alizam o abortamento mediante o pagamento de valores altíssimos. Assim produz-se a morte de mulheres, principalmente as mais pobres e negras, que não podem pagar pelo serviço. Nós, feministas, defendemos que a maternidade não é uma obrigação nem um castigo. Cabe ao Estado oferecer educação sexu-

Nós, feministas, defendemos que a maternidade não é uma obrigação nem um castigo al para prevenir a gravidez indesejada, acesso gratuito aos meios de contracepção e atendimento ginecológico para as mulheres. E cabe ao SUS realizar o abortamento seguro. Nossa luta pela descriminalização é cotidiana e temos como proposta no Senado Federal a Sugestão Legislativa - SUG 15/2014, que consiste em aprovar a interrupção voluntária da gravidez até a 12ª semana de gestação. Seguiremos em Marcha Até que Todas Sejamos Livres! Malu Azevedo da Marcha Mundial de Mulheres, Núcleo Rosa dos Ventos - RJ


Rio de Janeiro, 1 a 4 de outubro de 2015

Cidades | 5

UPP da Providência: indignação marca enterro de jovem Agência O Globo

Policiais desrespeitaram lei ao forjar auto de resistência

Eduardo Felipe foi enterrado com familiares pedindo justiça.

André Vieira do Rio de Janeiro (RJ) A primeira favela do Rio de Janeiro, o Morro da Providência, enterrou nesta quarta-feira (30) mais um de seus filhos vítimas da violência policial. Negro, de família pobre, Eduardo Felipe Santos, de 17 anos, foi morto na última terça-feira (29) após uma operação da Polícia Militar na Providência. No sepultamento, ocorrido no Cemitério São João Batista, zona sul do Rio, amigos e moradores da favela em que morava Eduardo exigiam justiça. O caso de Eduardo poderia ser mais um a figurar nos dados de auto de resistência, quando em uma operação a polícia mata em legítima defesa. Mas um vídeo divulgado nas redes sociais desmentiu a versão dos PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Providência, mostrando que os agentes forjaram a cena do crime. As acusações não param por aí. Em entrevista ao telejornal RJTV, uma testemunha afirmou que o jovem foi executado por Policiais Militares quando já tinha se rendido. Eduardo é acusado de ser vendedor de varejo de drogas. FALTA DE OPORTUNIDADES Amiga da família de Eduardo, a corretora de planos de saúde Railda França contou que a família estava tentando tirar o jovem do trabalho ilegal. Para ela, além de as-

sassinar Eduardo, o Estado tem culpa ao não criar políticas públicas que verdadeiramente atendam às favelas. “Nossos filhos estão expostos aos marginais devido à ca-

Uma testemunha afirmou que o jovem foi executado por Policiais Militares quando já tinha se rendido. rência da comunidade. O governo está tirando educação, alimentação, saúde, tudo isso vai por água abaixo. E as crianças ficam aí sem nada. Com isso, o tráfico aproveita os jovens e buscam aqueles que estão na rua, infelizmente”, conta Railda, acrescentando que é preciso reformular o projeto de segurança pública para as favelas. No final da tarde desta quarta (30), familiares do jovem assassinado divulgaram uma carta cobrando que

os PMs envolvidos no crime “sejam devidamente julgados e punidos por esse ato desumano, pois sabemos que existem sim bons policiais e que não devemos generalizar”. Para eles, dentro de um Estado Democrático de Direito é incabível “agentes públicos, que deveriam ‘prote-

ger e servir’, punirem com a morte, fraudando e desrespeitando a lei que deveriam exemplarmente respeitar”. PM ENVOLVIDO COM OUTROS CRIMES Amigo de infância de Eduardo Felipe, outro morador do Morro da Providência,

que preferiu não se identificar, afirmou que um dos policiais envolvidos na operação, identificado por ele como Paulo, já praticou outros assassinatos na favela. “Ele já matou três inocentes, este é o quarto. Ele pega, sai pra matar e não dá direito de defesa pra ninguém. Os outros policiais vão atrás do que ele faz, porque todo mundo tem medo dele”, denuncia. Também na tarde desta quarta-feira o Tribunal de Justiça decretou a prisão preventiva dos cinco policiais militares acusados de modificar a cena do crime. Eles estavam presos administrativamente desde a última terça-feira (29), dia em que ocorreu o assassinato. O governador Luiz Fernando Pezão falou pela primeira vez sobre o caso e considerou abominável a ação dos PMs de alterar a cena do crime.



Pedidos de impeachment “pulam a cerca” da Constituição

Petroleiros denunciam interesses do senador José Serra (PSDB-SP) Pág. 3

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) manobra e burla legislação. Pág. 4

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Lula Marques

BRASIL

Mudança na lei coloca présal em risco

distribuição gratuita

ATO NO RIO Sexta-feira, 2/10 Candelária, 15h

Ano 1 | Edição Especial Tomaz Silva / Agência Brasil

Frente Brasil Popular sai às ruas pela Petrobrás e contra o ajuste A Frente Brasil Popular, que reúne movimentos populares, sindicatos, partidos e intelectuais, sairá às ruas nos dias 2 e 3 de outubro. A primeira mobilização da Frente será realizada no dia do aniversário da Petrobrás. Nosso compromisso é defender a es-

tatal, a democracia e lutar por uma outra política econômica. O povo brasileiro sabe que é fácil sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho. Mas sabe, também, que sonho que se sonha junto pode se tornar realidade. Vem com a gente! Página 2


2 | Especial Frente Brasil Popular

Em defesa da democracia, da Petrobrás e contra o ajuste fiscal Movimentos lançam a Frente Brasil Popular como instrumento de mobilização e programático Vivemos um momento de crise. Crise internacional do capitalismo, crise econômica e política em vários países e no Brasil. Correm graves perigos os direitos e as aspirações fundamentais do povo brasileiro: ao emprego, ao bem-estar social, às liberdades democráticas, à soberania nacional, à integração com os países vizinhos. Diante deste cenário, no último dia 5 de setembro, em Belo Horizonte, mais de 2,1 mil militantes de 21 estados e do Distrito Federal lançaram a Frente Brasil Popular que reúne movimentos populares, sindicatos, partidos políticos e intelectuais. Esta Frente representa, acima de tudo, uma tentativa da esquerda responder, da forma mais unitária possível, à ofensiva conservadora em curso.

CONTRA O GOLPISMO E O AJUSTE FISCAL Não se trata de uma aliança de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff, ainda que um de seus compromissos seja a defesa da legalidade democrática e do mandato sacramentado pelas urnas. A outra linha de atuação da FBP é o combate à política econômica adotada pelo governo depois da reeleição: o chamado ajuste fiscal. A Frente luta simultaneamente contra o golpismo, representado pelos setores mais conservadores, e contra o sequestro da agenda governamental pelos interesses do capital financeiro. Sem propósitos eleitorais, a Frente é um instrumento de mobilização aberta a todas as correntes democráticas e de esquerda.

SONHO QUE SE

SONHA JUNTO VIRA

REALIDADE

Sairemos às ruas nos dias 2 e 3 de outubro, aniversário da Petrobrás, para realizarmos nossa primeira mobilização em defesa da estatal, da democracia e por uma outra política econômica. Lydiane Ponciano

OPINIÃO | João Sicsú*

Taxar os ricos: a saída para a crise econômica Mês após mês o desemprego sobe. E o rendimento médio real dos trabalhadores nas seis grandes regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE recuou 5% em relação a maio de 2014. O nível de desemprego ainda não é alarmante. Mas a trajetória crescente é desesperadora. Já foram fechados mais de 278 mil postos de trabalho com carteira assinada de janeiro a maio. No Brasil da última década, o mais importante instrumento de inclusão so-

cial foi o acesso ao trabalho com carteira assinada que concede direitos, como férias, 13º salário. Oferece, além disso, a possibilidade de crédito. A atual exclusão social decorrente do desemprego é resultado da política de austeridade do governo, o chamado ajuste fiscal que deseja reduzir o déficit nas contas públicas cortando gastos e direitos trabalhistas e sociais. Sim, é preciso reduzir o déficit do ano passado que foi de 6,7% do PIB. Tal déficit não foi produzido por uma “gastança” pública dirigida

a programas sociais. Foi produzido devido à baixa arrecadação, já que o crescimen-

Há no Brasil uma grande injustiça tributária. Quem paga muitos impostos são os pobres, os trabalhadores e a classe média to econômico foi pífio, e devido aos gastos do governo feitos para beneficiar empre-

sários e rentistas. Aos empresários, foi feita uma transferência, na forma de desonerações, de mais de R$ 100 bilhões (2,1% do PIB). Ao rentistas, foram pagos mais de R$ 300 bilhões (6,1% do PIB). É preciso gastar certo e com qualidade. Gastos públicos com pagamentos de juros e desonerações não geram empregos. É preciso realizar obras na construção civil, que geram muitos empregos: ampliar o Minha Casa, Minha Vida, construir escolas, hospitais... É uma escolha política de projeto.

Há no Brasil uma grande injustiça tributária. Quem paga muitos impostos são os pobres, os trabalhadores e a classe média. Quem não paga ou é aliviado são os ricos. Uma reforma que faça justiça seria uma fonte imensa de recursos para garantir empregos e financiar os gastos públicos de um modelo de contínuo crescimento. *Professor de Economia da UFRJ, foi diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do IPEA durante o governo Lula


Especial Frente Brasil Popular | 3

Mudar lei do pré-sal prejudica o país Alteração na legislação poderá comprometer investimentos em saúde e educação Há nove anos, a Petrobrás descobriu o pré-sal e já produz mais de 800 mil barris diários de petróleo nes-

sa região. O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial das maiores descobertas de petróleo. Toda essa riqueza, que hoje pertence aos brasileiros e brasileiras, está ameaçada. O Projeto de Lei 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB/SP), quer tirar da Petrobrás a função de operadora única do pré-sal.

Isso significaria tirar o petróleo brasileiro do controle do Estado, ou seja, concedê -lo para empresas privadas e estrangeiras. Na Câmara dos Deputa-

Campanha quer enfraquecer Petrobrás Petroleiro critica casos de corrupção na estatal e a cobertura da mídia Os recentes escândalos de corrupção que envolvem a Petrobrás estão sendo utilizados como um dos argumentos por aqueles que defendem sua privatização. “Tudo que sai na mídia sobre a Petrobrás é negativo, como se ela fosse culpada e não vítima das denúncias de corrupção. É uma campanha para enfraquecer a empresa, movida pelos mesmos setores que tentam há anos privatizá -la e agora querem abocanhar também o pré-sal”, declara José Maria Rangel, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Ele ressalta que a Petrobrás e seus trabalhadores não podem ser criminalizados pelos erros de alguns gestores investigados pela Operação Lava Jato. “Aqueles que praticaram atos de corrupção na empresa já estão sendo investigados.

O que não podemos aceitar é que a mídia se aproveite disso para atacar dia e noite a Petrobrás, passando a impressão de que ela está na bancarrota. Isso é mentira. A empresa tem batido recordes que nunca são noticiados”, explica o petroleiro.

dos, outros dois Projetos de Lei do PSDB visam acabar com o regime de partilha e também com o Fundo Social Soberano que prevê recursos para saúde e em educação.

“Mexer no sistema de partilha é retirar do povo a garantia de que a riqueza produzida pelo pré-sal seja investida no Brasil”, alerta a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Produção de petróleo aumentou 9% Dados mostram aumento da produção de barris no primeiro semestre de 2015 Segundo o último balanço divulgado pela Petrobrás, no primeiro semestre de 2015 a empresa aumentou em 9% a produção de barris de petróleo. Mesmo com a queda do valor do barril e com a crise internacional, a estatal brasileira também seguiu gerando lucro. O acumulado deste ano do lucro líquido é de R$ 5,86 bilhões. As riquezas que a estatal produz representam 13% do Produto Interno Bruto (PIB), gerando milhões de empregos no país e 42% de todos os investimentos da indústria nacional. Is-

so tudo só foi possível porque nos últimos anos, o governo brasileiro recuperou e fortaleceu a empresa, com investimentos estratégicos, como na área de Exploração e Produção, que saltaram de 3,6 bilhões de dólares, em 2002, para 27,7 bilhões de dólares, em 2013. O resultado é que a Petrobrás dobrou a produção de óleo e gás, descobriu o présal e hoje já tem reservas provadas de 16,612 bilhões de barris de petróleo e pelo menos outros 22 bilhões que ainda aguardam declaração de comercialidade.


4 | Especial Frente Brasil Popular

“Estão querendo ‘pular a cerca’ Luta pela reforma da Constituição”, diz advogado política está sobre pedidos de impeachment longe do fim Lula Marques

Jurista diz que não há hipótese legal para o impedimento Dilma foi reeleita com cerca de 52% dos votos em outubro de 2014. Após o início do segundo mandato, parte daqueles que se opõe ao seu governo passou a defender a ideia de que a presidenta deveria sofrer um processo de impeachment. Parlamentares oposicionistas criaram um movimento a favor do impedimento de Dilma no dia 10 de setembro. Em resposta, PT, PSD, PC do B, PMDB e PP criaram uma frente contra o processo de impeachment e, numa reunião com a presidenta, declararam seu apoio. Treze pedidos de abertura de impeachment já foram entregues ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao contrário do que a legislação prevê nos casos de tramitação de impeachment, Cunha devolveu os pedidos aos seus autores para que corrijam os erros presentes nas petições. Normalmente, tais documentos seriam rejeitados. Além disso, no dia 23 de setembro, o pemedebista estabeleceu o trâmite para o processamento dos pedidos, demonstrando que, ao menos, quer deixar aberta a possibilidade de colocá -los em votação. Especialistas apontam que essa movimentação faz parte de uma articulação entre forças conservadoras que tentam nas ruas, nas redes sociais e na mídia privada, influenciar a opinião pública a favor de um ‘golpe branco’ via impeachment no Congresso

Para juristas, pedidos de impeachment contra Dilma não se sustentam

VALIDADE A Constituição prevê o impeachment nos casos em que o presidente cometa crimes de responsabilidade, ou seja, realizados por agente político durante o exercício de seu mandato. Como não existe nenhuma acusação contra Dilma, especialistas contestam a validade e legalidade dos pedidos de impeachment. Luiz Carlos Bresser-Pereira, economista e fundador do PSDB, acusa seu ex-partido de se aliar com corruptos para fazer oposição à presidenta Dilma. “Os guardiões da ética na política procuram derrubar uma presidente cuja honestidade é evidente aliando-se ao que é evidentemente corrupto”, afirmou. Bresser fazia referência específica à articulação dos tucanos com Eduardo Cunha. Há diversos interesses políticos por trás de um pedido de impeachment que, somados à crise econômica, aumentam

a pressão contra o governo. É essa a opinião de Armando Boito Jr., professor titular de Ciência Política da Unicamp “A direita econômica, representante do capital nacional e internacional especulativo, não está satisfeita com o ajuste que o governo Dilma vem fazendo. Por tudo isso, o impeachment é possível. Muitas empresas estrangeiras estão de olho gordo no Pré-Sal e o PSDB, um dos partidos mais interessados no impeachment, trabalha para entregar o PréSal e privatiza a Petrobras”, analisa Boito. O advogado Igor Sant’Anna Tamasauskas aponta que, do ponto de vista jurídico, não há nenhuma possibilidade de um impeachment contra a presidenta Dilma nesse momento. Ele chama a movimentação dos deputados de “ataque à democracia”. “Estão querendo pular a cerca da Constituição”, acusa.

PEC da corrupção pode reverter decisão do STF e veto de Dilma sobre financiamento privado de campanha No último dia 24/09, a presidente Dilma Rousseff vetou trechos da reforma política aprovada na Câmara dos Deputados, que consagrava as doações de empresas a políticos e partidos, considerada um dos principais fatores da corrupção. A atitude acompanhou a votação do Supremo Tribunal Federal (STF), que nos dias 16 e 17/09, concluiu o julgamento da ADI (ação direta de inconstitucionalidade) sobre o financiamento empresarial das campanhas e dos partidos. Os resultados representaram uma vitória de diversos movimentos populares, que há tempos defendiam a proibição do financiamento empresarial das campanhas PEC DA CORRUPÇÃO A decisão aconteceu 17 meses depois do Ministro Gilmar Mendes ter pedido vistas do processo, numa estratégia combinada com os segmentos favoráveis ao financiamento empresarial, para que desse tempo de votar no Congresso uma PEC 330 (chamada PEC da Corrupção), para constitucionalizar este tipo de financiamento. A PEC 330 foi aprovada na Câmara dos Deputados após manobras do grupo do presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e encaminhada para apreciação no Senado, que ainda não votou a proposta. Por não ter veto presidencial, a PEC poderia invalidar a decisão do STF.

Por anos, o Congresso Nacional se recusou a votar qualquer alteração substancial sobre a reforma do sistema político. No entanto, os diferentes movimentos e campanhas da sociedade civil a favor do tema fez com que, este ano, as casas resolvessem votar, porém, de forma distorcida.

Financiamento privado Eleições 2014

R$ 154,2 milhões foi a soma das 20 maiores doação de empresas As 10 maiores doadoras elegeram 70% da Câmara dos Deputados PODER ECONÔMICO As decisões no STF e o veto de Dilma, porém, reabrem a possibilidade do povo brasileiro voltar a lutar por uma verdadeira reforma política, com ampla participação popular, quer seja pelo caminho do Projeto de Lei de Iniciativa Popular, encaminhado ao Congresso pela Coalizão Democrática por Eleições Limpas, liderado por OAB, CNBB e UNE, quer seja pressionando por um Plebiscito Oficial que convoque uma Constituinte Exclusiva para fazer a Reforma do Sistema Político, permitindo com que o povo possa participar de forma mais direta e soberana das decisões políticas do país.


Rio de Janeiro, 1 a 4 de outubro de 2015

AGENDA DA SEMANA

NA CADÊNCIA | Diogo Coelho

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Kumbukumbu – África, Memória e Patrimônio

O quê: A exposição apresenta 185 objetos do acervo do Museu Nacional, trazidos da África entre 1810 e 1940, e outros que pertenceram ou foram produzidos por africanos e descendentes diretos no Brasil, entre 1880 e 1950. Onde: Museu Nacional – Quinta da Boa Vista, São Cristóvão. Quando: Dom, ter, qua, qui, sex e sáb, das 10h às 17h | seg, das 12h às 17h Quanto: 0800

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Alphaville O quê: O longametragem conta a história de Alphaville, cidade comandada pelo computador Alpha 60, que aboliu os sentimentos em todos os seus habitantes. Onde: Sala de Cultura da UFRRJ – BR 465, km 7, Seropédica. Quando: Quinta (1), às 19h. Quanto: 0800 Divulgação

Anthony Leeds

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O quê: Misturando comédia, drama e música, o espetáculo narra os acontecimentos que antecedem e originam a famosa Guerra de Troia. Onde: Casa de Cultura de Nova Iguaçu – Rua Getúlio Vargas, no 51, Centro de Nova Iguaçu. Quando: Sexta (2), às 20h. Quanto: 0800

O quê: O cantor Arnaldo Antunes apresenta ao público um show mais intimista, com apenas dois músicos, violões, guitarras, teclados e sanfona. Onde: Teatro Sesc Nova Iguaçu – Rua Dom Adriano Hipólito, 10. Quando: Sexta (2), às 20h. Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia)

O Rio que se queria negar

O quê: 60 fotos de favelas cariocas da década de 1960 retratam o ponto de vista do antropólogo norteamericano Anthony Leeds. Onde: Museu da República – Rua do Catete, 153, Catete. Quando: De ter a sex, 10h às 17h. Sáb e dom, 11h às 18h. Quanto: 0800

Visões cotidianas do Brasil moderno

O quê: Mostra reúne obras de artistas de gerações e linguagens diferentes que formam uma síntese da arte brasileira do século XX. Onde: Espaço Cultural Correios de Niterói - Av. Visconde do Rio Branco 481, Centro, Niterói. Quando: De seg a sáb, 10h às 19h. Quanto: 0800

Mangueira: cai o samba de Tantinho

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Samba da Mangueira vai homenagear a baiana Maria Bethânia

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Arnaldo Antunes

A Ilíada

Cultura | 7

No último sábado (26), na semifinal da escolha do samba-enredo da Estação Primeira, a composição da parceria liderada por Tantinho da Mangueira acabou eliminada da disputa. Particularmente, considerei uma lástima, pois Tantinho e seus parceiros compuseram um samba que honraria as melhores tradições da Verde e Rosa. Um samba que tem a cara da Mangueira, para homenagear a baiana Maria Bethânia, e que possui elementos que poderiam levar a escola a voltar a sonhar com o título, que não vem desde 2002. É bem verdade que a safra da Mangueira este ano é muito boa, e belos sambas ainda permanecem na disputa. A parceria de Lequinho, mais uma vez, desponta como favorita. Mas confesso que estava na torcida pela composição de Tantinho e sua turma. Já que não deu, resolvi fazer essa coluna de hoje em homenagem a esse baluarte da Mangueira. PARTIDO-ALTO Nascido em 1947 no morro da Mangueira, na Favela de Santo Antônio, Devani Ferreira, ou simplesmente Tantinho, tornou-se fre-

quentador assíduo das rodas de partido-alto no Buraco Quente, Chalé e Três Tombos, favelas que também integram o morro. Lá conviveu desde pequeno com lendas como Cartola, Nelson Cavaquinho, Dona Neuma, Padeirinho, Nelson Sargento, Carlos Cachaça e Jorge Zagaia.

Confesso que estava na torcida pela composição de Tantinho e sua turma Tantinho trabalhou como office-boy, laboratorista e também numa agência de publicidade, além da Funarte, onde se aposentou. Mas sua paixão é o samba, e imortalizou-se como compositor de obras da estirpe de “Candongueiro” e “Vem rompendo o dia”. VERDE E ROSA É uma pena que não tenha conseguido este ano acrescentar em seu currículo a autoria do hino da Verde e Rosa. Mas, como canta Wanderley Monteiro, “samba-enredo só ganha um”. Perdeu a Mangueira, perdemos nós.



Opinião | 9

Rio de Janeiro, 1 a 4 de outubro de 2015

Carmen Diniz

A FIM DE PAPO | Mc Leonardo

Entenda como RIR Duro!!! funciona o bloqueio dos EUA contra Cuba

Alexandre Macieira / Rio Tur

O bloqueio contra Cuba foi imposto pelo governo dos EUA em 1962. Todo o comércio entre os dois países foi proibido. No ano seguinte foram proibidas as viagens de cidadãos estadunidenses a Cuba. Os sucessivos governos estadunidenses aprovaram leis e normas para tornar cada vez mais severas as restrições contra Cuba. Em 1992 surge a primeira lei aprovada pelo Congresso daquele país, a “Lei para a democracia Cubana” ou “Lei Torricelli”, que tinha por pretexto “a segurança nacional dos EUA” e a “promoção dos direitos humanos e pela democracia em Cuba“. A lei reunia todas as medidas contra Cuba com a finalidade de isolar o país da comunidade internacional. SOBERANIA Esta norma acaba por invadir a soberania de terceiros países ao proibir subsidiárias de empresas estadunidenses estabelecidas em outros países de comercializar com Cuba. Assim como a proibição de navio de qualquer nacionalidade de atracar em território dos EUA se anteriormente houvesse comercializado em qualquer porto cubano dentro do período de seis meses. Em 1996 o congresso norte -americano promulgou a “Lei para a Liberdade e Solidariedade Democrática Cubana” ou Lei Helms-Burton, que reuniu todas as normas e demais legislações contra Cuba desde 1962. De acordo com normas in-

Rock in Rio movimenta cifras milionárias com dinheiro público

ternacionais, o que o governo estadunidense aplica a Cuba é um bloqueio criminoso com a finalidade de isolar e asfixiar todo um povo sem que se te-

Os prejuízos econômicos e humanos são enormes. Um verdadeiro genocídio. Desde 1992 a ONU vota contra o bloqueio nha uma guerra declarada. Falamos de embargo quando um país, de forma judicial, retém bens daquele para garantir o cumprimento de um acor-

do realizado legitimamente. Cuba não é devedora dos EUA. Não cometeu delito contra os EUA. E sofre este verdadeiro genocídio há mais de cinco décadas. Os prejuízos econômicos e humanos são enormes. Um verdadeiro genocídio. Desde 1992 a ONU vota contra o bloqueio. De 191 países, na última votação (2014), 188 votaram pelo fim desta inexplicável sanção aplicada a um país que mantém, apesar de tudo, solidariedade pelas demais nações. Carmen Diniz é do Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba Mais informações: facebook.com/comitecuba

Movimentando cifras milionárias, que eu não me atrevo a escrever aqui, o Rock in Rio, evento tradicional do Rio de Janeiro, tem também patrocinadores tradicionais que fazem a festa acontecer. As empresas que financiam esse tipo de evento descontam parte do que pagaram para o evento na hora de pagar os seus impostos. Ou seja, fazem a festa com o dinheiro público. Em minha opinião, esse negócio, por mais que seja feito dentro da legalidade, não tem nada de legal. Na Constituição está escrito que é dever do Estado financiar, proteger e fomentar toda e qualquer cultura. Mas com essas regras isso não acontece. FESTA SEM POVO O Rock in Rio, por mais que seja uma festa particular do Medina com os seus familiares e amigos patrocinadores, é feito com dinheiro de todos nós, por isso teria que ter uma função pública. Mas o povo não chega nem perto da festa, nem mesmo os taxistas ganham dinhei-

ro com o Rock in Rio. Por outro lado, vemos o Rio Parada Funk, que já vai pra a sua sexta edição, penar para ter o simples aval dos órgãos públicos para ser realizado, mesmo já estando no calendário cultural da cidade. Vai entender...

O Rock in Rio é feito com dinheiro de todos nós, por isso teria que ter uma função pública Talvez seja porque é um evento feito pelo povo ao ar livre e de graça para o próprio povo que precisa ter sua verdadeira cultura fomentada. OUTRAS REGRAS Ou lutamos para que as regras sejam mudadas ou iremos ter que aturar por muitos e muitos anos essa lógica desigual de fomento à cultura. Deve ser por isso que a sigla do Rock in Rio é RIR...


10 | Mundo

Rio de Janeiro, 1 a 4 de outubro de 2015

Separatistas vencem eleições na Catalunha Coligação Juntos pelo Sim

Centenas comemoram resultados das eleições na Catalunha

A coalizão dos partidos separatistas do Estado Espanhol da Catalunha conquistaram a maioria das cadeiras no Parlamento regional, nas eleições do último domingo (27). O resultado já é considerado um passo importante em direção à separação definitiva da Espanha. Entretanto, o Partido Popular (PP), do presidente Mariano Rajoy, garantiu que o governo “não vai permitir” que se continue o processo de independência, apesar da

vitória dos independentistas. Com uma taxa de participação histórica de 77%, a coalizão Junts pel Sí (Juntos pelo Sim), integrada pelo partido liberal de Mas (CDC), a progressista ERC e associações civis, obteve 62 das 135 cadeiras da câmara regional. Líder dos independentistas, Raul Romeva informou que a vitória dessa coligação significa que seu grupo obteve o “mandato democrático” para prosseguir com o projeto da independência da região. (Abr)

Divulgação

EM FOCO

Equador vai rever a taxação de heranças Em agosto, o governo do presidente Rafael Correa enfrentou protestos dos setores conservadores, que são contra a lei que cria imposto sobre grandes heranças. O governo argumenta que o objetivo é atingir os mais ricos e gerar redistribuição de renda. Como resposta às ruas, Correa designou o ministro das Relações Exteriores do país, Ricardo Patiño, para coordenar um diálogo amplo com a sociedade e opositores. E retirou do Congresso os projetos de lei para acabar com a especulação imobiliária e de taxação de grandes heranças, prometendo reformular as bases desta medida. (Abr) Agência Andina

Ricardo Patiño Divulgação

FRANÇA Paris sem carro – No último sábado (26) a capital francesa proibiu a circulação de carros e viveu um dia excepcional. As ruas foram tomadas por pedestres e ciclistas.

Primeiro ministro David Cameron pode convocar referendo

Reino Unido quer sair da União Europeia Os britânicos estão cada vez mais a favor da saída da Grã-Bretanha da União Europeia, de acordo com nova pesquisa publicada essa semana no jornal The Times. O levantamento, feito pela empresa YouGov para o jornal, indica que 40% dos entrevistados preferem sair do bloco europeu, enquanto 38% defendem a permanência. O estudo mostra também

que a última vez que os defensores da saída da UE estiveram à frente nas pesquisas foi em novembro de 2014. Em junho deste ano, um levantamento registrou vantagem de dez pontos dos que preferem ficar na União Europeia. “Contudo, a opinião pública parece ter mudado de ideia depois de um verão marcado pela crise dos refugiados”, destaca o The Times. (Abr)


Rio de Janeiro, 1 a 4 de outubro de 2015

Pressão aumenta, mas COI confia no diálogo

Fernando Frazão / Agência Brasil

Thomas Bach acredita em um entendimento sobre os esportes aquáticos

Federação de Esportes Aquáticos dos EUA endossa críticas da FINA As críticas da Federação Internacional de Natação (FINA) às instalações olímpicas do Rio de Janeiro ganharam um aliado de peso. A Federação de Esportes Aquáticos dos EUA (USAS, sigla em inglês) divulgou um documento em que reafirma as preocupações da entidade internacional. Além de questionar a ca-

pacidade da piscina olímpica e das arquibancadas, ambas criticaram duramente o Parque Aquático Maria Lenk. Defendem a ideia de se instalar uma cobertura no local, para que não haja incidência de vento nas provas de saltos ornamentais, nado sincronizado e polo aquático. O presidente do COI, Thomas Bach, disse em entrevista ao canal Sportv que acredita em uma solução negociada entre Prefeitura, FINA e Comitê Organizador do Rio 2016. (BP)

BINÓCULO

Brasil vai à forra A seleção brasileira de judô “vingou” a de futebol ao “golear” a Alemanha, no Teatro da Barra, no Rio de Janeiro, no desafio internacional entre os dois países, no último domingo (27). Foram cinco lutas, todas vencidas pelos brasileiros. Luciano Corrêa, Rafaela Silva, Leandro Guilheiro, Maria Portela e Felipe Kitadai foram os responsáveis pela forra brasileira contra Daniel Herbst, Jacquelin Lisson, Benjamin Muennich, Mirian Butkereit e Philip Graf, respectivamente. Gaspar Nóbrega

Comitê Organizador de Tóquio 2020 divulgou lista nesta segunda-feira (28) Nesta segunda-feira (28), saiu a lista de esportes indicados pela organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. São cinco modalidades que o Comitê levará para apreciação do Comitê Olímpico Internacional (COI) e poderão integrar o programa olímpico a

partir da Olimpíada japonesa. Os esportes indicados pelo Comitê Organizador dos Jogos são o surfe, skateboard, softbol/beisebol (contado conjuntamente), escalada e caratê. As modalidades apreciadas pela organização que não fi-

Toques curtos | Bruno Porpetta

Óleo de peroba

guraram na lista final são o boliche, squash e wushu (arte marcial similar ao kung-fu). A decisão do COI sobre as modalidades que passarão a fazer parte do programa olímpico sairá em agosto de 2016, durante os Jogos do Rio. (BP)

UEFA

Michel Platini é favorito nas eleições da FIFA. Mais do mesmo

Se você acha que a política é um meio sujo, você ainda não conhece o mundo do futebol. Sobre a política ainda é possível exercer algum controle público, existem instrumentos e mecanismos de defesa do interesse coletivo. Por mais que lhe neguem acesso cada vez mais, algum acesso você tem.

Michel Platini também ganhou motivos para arregalar os olhos, com seu nome citado como destinatário de parte da bufunfa

Tóquio anuncia esportes candidatos para 2020

Esportes | 11

No futebol, tal como no tráfico de drogas, armas, contrabando e quaisquer atividades criminosas em todo o mundo, existe uma estrutura paralela ao “nosso mundo” onde rola muita grana. Esse dinheiro você não sabe de onde vem, tampouco sabe para onde vai. Mas, por onde passa, vai enriquecendo dirigentes e empresários que se valem da nossa paixão pelo esporte.

É possível que a real intenção das investigações tocadas conjuntamente pelo FBI e a justiça suíça não seja das mais nobres, mas elas estão provocando um estrago danado ao que parecia um eterno sossego destes aproveitadores do futebol. Joseph Blatter, que a princípio não larga o osso até fevereiro de 2016, está na mira dos suíços. Seu provável substituto, Michel Platini, também ganhou motivos para arregalar os olhos, com seu nome citado como destinatário de parte da bufunfa. Enquanto isso, Zico não consegue míseras cinco cartas de recomendação para seguir adiante em sua candidatura à presidência da FIFA. Ele pode não ser santo, mas decididamente não faz parte do esquema. A barbárie no mundo do futebol é tamanha que, diante das investigações sobre um suposto calote em impostos dado por Neymar aqui no Brasil, o empresário do atleta “recomenda” publicamente que o pai – aquele que levou a comissão mais gorda da história por uma transação de jogador – tire seu dinheiro do país e o leve para paraísos fiscais. É o espírito olímpico da cara de pau, superando limites.


Vasco empata e São Paulo avança O Vasco recebeu o São Paulo no Maracanã, tentando reverter uma enorme desvantagem. O tricolor paulista fez 3 a 0 no Vasco, no Morumbi, e podia perder por até dois gols de diferença. Com o time reserva, o Vasco começou o jogo em cima do São Paulo. Mais na base da vontade do que da técnica, o cruzmaltino encurralava o tricolor no seu campo. A estratégia deu certo. Aos 16 minutos, Riascos recebeu livre e bateu para defesa de Rogério Ceni, que não segurou e a bola sobrou para o atacante completar para o gol. Sonhar não custava nada. O São Paulo, que também poupou alguns titulares, não conseguiu produzir nada no primeiro tempo. O Vasco foi para o intervalo com merecida vantagem no placar. Na etapa final, Juan Carlos Osório colocou em campo alguns dos titulares poupados, como Paulo Henrique Ganso, e o São Paulo melhorou em campo. A melhora resultou no empate. Aos 14 minutos, Pato fez boa jogada pela esquerda e cruzou para Centurión, sozinho, empurrar para as redes. Com Ganso em campo, o São Pau lo c onseguiu segurar mais a bola e ter tranquilidade para deixar o tempo correr. Para o Vasco, fazer os quatro gols necessários para a classificação era muito difícil. O 1 a 1 acabou não se alterando até o fim.

Rio de Janeiro, 1 a 4 de outubro de 2015

Flu garante vaga heroica em Porto Alegre

Brasileirão 2015 29a RODADA

Empate por 1 a 1 classifica Fluminense para a semifinal da Copa do Brasil Nelson Perez / Fluminense FC

12 | Esportes

Fred foi mais uma vez decisivo e fez história na competição

X INT

Sab. 3/10 18h30

CFC

Sab. 3/10 18h30

SAO

Sab. 3/10 21h

FLA

Dom. 4/10 11h

SPO

X CAM

X CAP

X JEC

X

AVA

Dom. 4/10 11h

VAS

X

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ) O Fluminense foi à Arena do Grêmio enfrentar o tricolor gaúcho e teve uma noite que reviveu o time de guerreiros, como ficou conhecido o time que escapou de um provável rebaixamento em 2009. Para quem dava como certa a classificação do Grêmio, o Flu tratou de mostrar o tamanho do clube e o peso de sua camisa. Na primeira etapa, o tricolor carioca jogou muito bem. Suportou a pressão gremista e

conseguiu ser perigoso nos contra-ataques. O Grêmio, com todo seu volume de jogo, graças à força defensiva do Fluminense, criou apenas uma grande chance, quando o zagueiro Erazo acertou o travessão, desviando chute cruzado de Galhardo. Porém, o Flu foi valente e muito eficiente. Aos 39 minutos, Marcos Júnior fez excelente cruzamento na cabeça de Fred, que colocou no canto do gol de Marcelo Grohe. Com o gol, Fred se tornou o segundo maior artilheiro da Copa do Brasil, igualando Viola e com sete gols

a menos que Romário. Depois do gol, o Grêmio acordou e teve mais uma chance em uma cabeçada de Erazo, brilhantemente defendida por Diego Cavalieri. O segundo tempo teve o mesmo panorama: pressão forte do Grêmio, sem muitas chances criadas. O gol de empate saiu apenas aos 30 minutos, com Bobô. Daí até o final o Grêmio pressionou muito. Cavalieri se destacou e garantiu a vaga, até então pouco provável, do Fluminense na semifinal, quando enfrentará o Palmeiras, que eliminou o Inter vencendo por 3 a 2, em São Paulo.

CR7 alcança a marca de 501 gols O craque português Cristiano Ronaldo, após passar três jogos em branco, enfim conseguiu marcar o gol de número 500 na carreira. Não satisfeito, fez dois no jogo contra o Malmo (SUE) e chegou a 501 tentos. O gajo marcou os dois

gols da vitória do Real Madrid (ESP) contra a equipe sueca por 2 a 0, em Estocolmo, pela segunda rodada da fase de grupos da UEFA Champions League, onde lidera o grupo A com seis pontos, junto ao Paris Saint-Germain (FRA), que venceu o Shakhtar Donetsk

(UCR) por 3 a 0. Além da marca pessoal, o português também igualou o número do ídolo Raul no Real Madrid, com 323 gols. O próximo jogo do Real pelo torneio é contra o Paris Saint-Germain, na capital francesa, no dia 21. (BP)

SAN

Dom. 4/10 16h

PON

Dom. 4/10 16h

CRU

Dom. 4/10 16h

GOI

Dom. 4/10 16h

CHA

Dom. 4/10 18h30

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X

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Classificação Série A 1o 2o 3o 4o 5o 6o 7o 8o 9o 10o 11o 12o 13o 14o 15o 16o 17o 18o 19o 20o

Corinthians Atlético-MG Grêmio Palmeiras Santos São Paulo Flamengo Internacional Ponte Preta Sport Atlético-PR Fluminense Cruzeiro Coritiba Avaí Goiás Chapecoense Figueirense Vasco Joinville

P 60 53 51 45 43 43 41 41 40 40 38 37 36 33 32 31 31 28 26 24

J 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28

V 18 16 15 13 12 12 13 11 10 9 11 11 10 8 9 8 8 7 7 5

SG 26 18 16 18 12 5 -2 -3 1 10 -2 -6 1 -6 -16 0 -12 -17 -29 -14

Zona de classificação para Libertadores Zona de rebaixamento para Série B


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