Brasil de Fato RJ - 162

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Estudantes apoiam greve dos professores

Divulgação

Alunos da rede estadual protestam contra as péssimas condições das escolas.

Cidades | pág. 4

RIO DE JANEIRO

Ellen Oléria faz show no Rio Cultura | pág. 10

14 a 16 de março de 2016

Vencedora da primeira edição do The Voice Brasil, a cantora se apresentará no Sesc de Jacarepaguá, no próximo sábado (19).

distribuição gratuita

Divulgação

Ano 3 | edição 162

Manifestações fazem críticas

ao governo e à oposição Em todo o Brasil, protestos levaram milhares de pessoas às ruas contra o governo, a atual situação do país, e também contra a oposição. Em nota, a presidente Dilma Rousseff destacou o caráter pacífico das manifestações. “Isso demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições”, afirmou. Brasil | pág. 5

Tânia Rego/Agência Brasil


2 | Editorial

EXPEDIENTE

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

EDITORIAL

Desde 1º de maio de 2013 O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintasfeiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

EDIÇÃO: Vivian Virissimo (MTb 13.344) SUB-EDIÇÃO: Fania Rodrigues REPORTAGEM: André Vieira, Bruno Porpetta, Mariana Pitasse e Pedro Rafael Vilela REVISÃO: Sheila Jacob COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Stefano Figalo ESTAGIÁRIO: Victor Ohana ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares/mês

Brasil, terra em transe! N

os últimos anos, desde as gigantescas manifestações de junho de 2013, o Brasil vem ganhando o gosto pelas ruas. Ou melhor, uma parte do Brasil, pois em todos os levantamentos estatísticos apresentados até agora, quem se mobiliza são em sua maioria aqueles e aquelas vinculados ideologicamente direta ou indiretamente a alguma coloração política. Até agora a imensa maioria da população brasileira assiste a essa situação política, econômica e social pela qual o nosso país atravessa, em cima do muro. Ou melhor, assiste e acompanha pelos noticiários da TV, lê nos jornais, ou nos debates com a família e amigos, mas ainda não estão nas ruas. Neste último domingo (13),

vimos mais um capítulo dessa peleja, e mais uma vez uma atividade com muitas bandeiras do Brasil, mas com

A luta contra a corrupção, contra a impunidade e as propostas por um Brasil mais justo e igualitário, deve ser uma tarefa de todos apenas uma parte da população brasileira e de uma única classe social: os brancos e de classe média. As convocações desse domingo partiram de figuras públicas do quilate de Aécio

PREVISÃO DO TEMPO (21) 4062 7105 redacaorj@brasildefato.com.br

Segunda-feira, 14 de março, Rio de Janeiro, Brasil

Neves, Aloísio Nunes, Jair Bolsonaro, Ronaldo Caiado, José Serra, Agripino Maia, Eduardo Cunha, entre outros. Muitos desses acusados ou investigados por vários casos de corrupção e mau uso do dinheiro público. TAREFA DE TODOS A luta contra a corrupção, contra a impunidade e as propostas por um Brasil mais justo e igualitário, deve ser uma tarefa de todos os cidadãos e cidadãs comprometidos com a democracia e o desenvolvimento do país. O que não parece ser o caso dessa manifestação. Não se pode falar em democracia, com a bandeira da volta da ditadura. Não se pode falar em desenvolvimento, com a bandeira da volta do neoliberalismo. Não

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se pode falar em nacionalismo, com a bandeira da entrega da Petrobrás. Não se pode falar contra a corrupção, ao lado de Eduardo Cunha e outros citados acima. NÃO HÁ SAÍDA SIMPLES Em 1967 em seu épico filme Terra em Transe, Glauber Rocha trata de forma lúdica e crítica o período ditatorial onde vários setores da sociedade estão representados. Vivemos tempos semelhantes, o certo é que não há saída simples. Em suma, enquanto o povo não se sentir parte desse processo da solução dos problemas do país, não o veremos nas ruas. Esse é o desafio posto para aqueles e aquelas que querem mudanças. Vamos à luta!

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Fonte: Google

CONSELHO EDITORIAL: Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)


Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

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FRASE DA SEMANA

bem

Divulgação

mandou Divulgação

“Nós mulheres temos o direito de tomar a decisão sobre o aborto”, disse a presidenta do Chile Michelle Bachelet ao apresentar um projeto de lei que pretende legalizar a prática em algumas ocasiões.

O ator Marcelo Adnet mandou bem semana passada ao fazer paródias com as músicas de Chico Buarque criticando o conservadorismo e o consumismo da classe média brasileira. O vídeo viralizou na internet.

mandou

mal

Divulgação

Licença-paternidade é ampliada para 20 dias O

governo federal sancionou, semana passada, a lei que amplia os dias de licença-paternidade de cinco para 20 dias. O projeto faz parte de uma série de iniciativas da Política Nacional Integrada para a Primeira Infância e estabelece uma série de direitos voltados para crianças de até seis anos de idade. Por enquanto, o aumento

da licença não será obrigatório para todos, mas apenas para as empresas que aderirem ao programa Empresa Cidadã, que também possibilita o aumento da licença-maternidade para seis meses. A licença-paternidade de 20 dias também valerá para adoção.

O autor de novela da Globo, Benedito Ruy Barbosa, mandou muito mal essa semana. Ele fez comentários homofóbicos durante a festa de lançamento da nova novela “Velho Chico”. “Odeio história de bicha”, disse Ruy Barbosa.

EM FOCO

Trabalhadores do saneamento do Rio querem Cedae pública O Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento (Sintsama-RJ) está disposto a brigar para que a Cedae não seja privatizada. Eles querem uma Companhia pública, estatal, indivisível e contam com o apoio dos demais servidores públicos do estado. Além disso, o Sintsama quer a realização de concurso público.

Fórum contra a terceirização envia carta a senadores

Ricardo Stuckert

AEDES AEGYPTI Presidenta Dilma Rousseff visitou nessa quinta-feira (10) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para conhecer ações de combate ao zika vírus.

Geral l 3

O Fórum Permanente em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização enviou aos senadores uma carta na qual afirma que não aceitará qualquer retrocesso nos direitos dos trabalhadores garantidos por lei. “O FÓRUM confia que os senhores não provocarão tamanho retrocesso aos direitos sociais fundamentais conquistados. É na contratação pela via da terceirização que se esconde uma das formas mais perversas da exploração humana no campo e nas cidades: o trabalho escravo”, diz o texto.


4 | Cidades

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

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Governador Pezão abandonou Maricá, diz deputada O governo do estado proibiu as ações preventivas contra enchentes, em dezembro Divulgação

Prefeitura faz dragagem nos rios e canais de Maricá para liberar água da chuva Estudantes de vários municípios manifestam apoio à greve dos professores

Estudantes do estado fazem mobilização em diversas cidades Com escolas paralisadas, jovens vão para as ruas protestar contra sucateamento das escolas Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ)

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lunos das escolas estaduais estão fazendo manifestações em apoio à greve dos professores por melhorias nas escolas e na educação. Na semana passada houve protestos em Campos dos Goytacazes, Itaboraí, Duque de Caxias, Belford Roxo, Valença, São Fidélis, Paraíba do Sul, Cachoeiras de Macacu, Itaperuna, Teresópolis, além de diversos bairros da cidade do Rio. As fotos na página Paralisação dos alunos dos colégios estaduais RJ 2016, no Facebook, mostram a dimensão da mobilização dos alunos. Em um único dia mais de dez escolas publicaram fotos de protesto, no final da semana passada. “Na minha escola não tem

nem tinta para as canetas de escrever no quadro. São os professores que estão comprando. E nós estudamos em ‘saunas’ de aula. Às vezes fica tão quente que é difícil ter concentração. As coisas pioraram muito esse ano”, relata a estudante Bruna Gomes, de 17 anos, aluna da Escola Heitor Lira, na Penha. ATO NA QUARTAFEIRA (16) Os professores do estado estão em greve desde o dia 2 de março. Na quarta-feira (17) vão realizar um ato conjunto com os demais servidores públicos, em frente ao Palácio Guanabara, por volta das 15h. Primeiro haverá uma assembleia, às 10h, na Tijuca, e depois seguem em marcha para Laranjeiras. Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe- RJ), desde o ano passado não houve reajuste salarial para a categoria. Além disso, o décimo terceiro foi parcelado em cinco vezes.

Desde o final de 2015, a categoria se encontra em estado de greve devido aos problemas financeiros do governo de Luiz Fernando Pezão.

Na minha escola não tem nem tinta para as canetas de escrever no quadro. São os professores que estão comprando. E nós estudamos em ‘saunas’ de aula Bruna Gomes, estudante Os atrasos no pagamento são cada vez mais comuns e a data mudou do segundo para o sétimo dia último do mês, o que na prática significa que o governo pode pagar até o dia 14 em alguns meses.

Maricá viveu dias difíceis nas últimas semanas. Desde o dia 29 de fevereiro a cidade estava alagada, devido às chuvas intensas. O problema só começou a ser solucionado quando a prefeitura abriu o Canal da Barra e liberou o escoamento da água acumulada, na semana passada. Cerca de 500 pessoas ainda estão em abrigos da prefeitura e outas duas mil estão desalojadas, hospedadas na casa de parentes e amigos. A deputada estadual Rosangela Zeidan (PT) lamentou o uso político da tragédia de Maricá. Ela afirma que o governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) não prestou a devida atenção ao município por ter divergências políticas com o prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT). “A prefeitura solicitou, em dezembro passado, a limpeza desses canais como medida preventiva para as chuvas de março e se ofereceu para

fazer o serviço. Mas o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) recusou o pedido, facilitando assim as enchentes e suas consequências”, denunciou Zeidan, que é moradora de Maricá. Segundo a deputada, o Inea “proibiu e impediu” a prefeitura de realizar o trabalho preventivo de dragagem dos rios e canais de Maricá, o que provocou o acúmulo de água na cidade. A prefeitura teve que abrir os canais para aliviar o sofrimento da cidade, mesmo sem a autorização do Inea. A deputada afirma ainda que o governador Pezão abandonou Maricá. “O governador Pezão não fez nem uma ligação para Maricá. Na enchente de 2010, quando todo o estado sofreu, o então governador Sérgio Cabral teve outra atitude. Sobrevoou a cidade e se reuniu com o prefeito Washington Quaquá, em Maricá, para discutir ações conjuntas”, lembra Rosangela.


Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

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Manifestantes contra o PT radicalizam protesto nas ruas do Rio de Janeiro Divulgação

Locutor do evento pede ao público para xingar a presidente Dilma Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ)

Aécio e Alckmin foram expulsos do protesto em São Paulo Divulgação

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A única maneira é os militares tomarem conta Josias, manifestante Apesar de pacífico, houve momentos de tensão entre os manifestantes e organizadores. O locutor do carro de som pediu que os presentes chamassem a presidente Dilma de “vaca”. “Vamos gritar todos ‘fora vaca’”, disse o líder do protesto. Muitos aderiram ao chamado, mas uma parte não concordou. “Assim vamos baixar o nível”, protestou uma senhora de uns 60 anos. Alguns manifestantes também reivindicavam a inter-

Manifestantes protestam contra o governo, mas também contra a oposição Tânia Rêgo/ABr

as ruas de Copacabana, o protesto deste domingo (13) estava mais elitizado, mais velho, já que a maioria das pessoas tinha mais de 40 anos, e mais conservador, se comparado à última manifestação, realizada em dezembro do ano passado. Os manifestantes começaram a concentração por volta das 10h e se dispersaram às 14h, antes de chegar ao Leme, não cumprindo assim o que haviam previsto os organizadores do protesto. Não houve consenso quanto ao número de participantes. Entretanto, segundo o jornal Folha de São Paulo, no Rio o público foi abaixo do esperado.

Movimentos sociais divulgam faixa com a frase “não vai ter golpe”

venção militar no país. “Essa é a única maneira de o Brasil se livrar de tanta corrupção, tanta sujeira. A única maneira é os militares tomarem conta”, disse um dos manifestantes, que se identificou apenas como Josias. Porém, nem todo mundo concordou com o que ouviu em Copacabana. O aposentado Claudio Peçanha, de 70 anos, foi vender picolé e tentar ganhar um dinheirinho extra. “Estou aqui trabalhando, não concordo com isso. Acho que tirar a Dilma não soluciona nada”, disse o ambulante. CARTAZES PAGOS No começo do protesto havia poucos cartazes. Mas o Habib’s entrou em campo e espalhou cerca de 10 mil cartazes com frases como “Quem espera sempre alcança” e “Eu não vou desistir do Brasil”. Contudo, a estratégia publicitária parece não ter dado

Aécio e Alckmin foram hostilizados em protesto

muito certo. No final do protesto, o quiosque do Habib’s continuava vazio, enquanto os manifestantes preferiram os restaurantes chiques da av. Atlântica, onde um prato de comida custa em média 60 reais por pessoa. E A CRISE? O ponto alto da manifestação de Copacabana foi a presença do jovem chamado Rodrigo Brasil, conhecido nas redes sociais por sua posição anti-PT e a favor do deputado Jair Bolsonaro (PP). Rodrigo chegou em um carro esportivo da marca Peugeot, movido a controle remoto. “Com isso queremos dizer que o país está sem direção”, disse o manifestante indignado. Rodrigo também aproveitou a atenção recebida para fazer críticas à crise, apesar de usar um relógio importado no valor de uns 30 mil reais e estar a bordo de um carro que está longe de ser popular.

Apesar de ter tentado, a oposição não conseguiu se beneficiar das manifestações ocorridas em todo o Brasil, no domingo (13). O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), foram xingados por manifestantes na avenida Paulista e tiveram que sair às pressas. “Cadê a merenda”, gritou um manifestante, em referência ao escândalo do desvio de recursos destinados à merenda escolar, que

envolve pessoas próximas à Alckmin. Outros gritaram “corruptos” e também alguns palavrões. Os dois políticos do PSDB não conseguiram ficar nem 30 minutos na manifestação. Em São Paulo, segundo o Data Folha, o protesto contou com 450 mil pessoas. Foi a cidade que reuniu o maior número de manifestantes. A grande mídia mais uma vez fez uma ampla cobertura, divulgando e estimulando os protestos contra o governo petista.


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Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

Museu da Maré corre o risco de ser fechado

Fotos: Museu da Maré

Empresa que havia cedido o terreno há mais de dez anos pede desocupação do espaço até maio Mariana Pitasse do Rio de Janeiro (RJ)

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Museu da Maré tem até 1º de maio para deixar sua sede. A Companhia Libra de Navegações, proprietária dos galpões em que o museu foi montado há mais de dez anos, pediu de volta o espaço cedido em regime de comodato à instituição. A diretoria do Museu ainda não tem uma solução para o impasse e está à procura de alternativas. O Ministério da Cultura, o Instituto de Terras do Estado do Rio de Janeiro (Iterj), Secretaria Estadual de Cultura e Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) estão mediando as negociações entre a empresa e o instituto cultural a fim de chegar a um acordo. “O prazo para saída era 1º de março e conseguimos adiar para o primeiro dia de maio, mas não temos nada além disso. Estamos em fase de negociação para garantir nossa permanência ou ida para outro lugar, mas a gente espera que seja a primeira opção. O nosso desejo é sempre ficar”, explica a coordenadora do museu, Cláudia Rose Ribeiro. Cláudia conta ainda que a Prefeitura do Rio não tem feito nada para solucionar a questão. “Sempre avisamos quando vão acontecer as reuniões, mas a Prefeitura nunca participa. Queremos que ela venha colaborar. Conseguimos um espaço para diálogo com a empresa através dos órgãos públicos

Moradores e apoiadores do Museu da Maré lutam pela permanência do espaço construído há dez anos na comunidade

que estão nos apoiando”, diz a coordenadora do Museu. O diálogo a que Cláudia se refere só foi possível a partir de um processo de intensa mobilização iniciado em 2014. Nesse ano, os diretores do Museu da Maré foram pegos de sur-

Estamos em fase de negociação para garantir nossa permanência Cláudia Rose Ribeiro, coordenadora do museu presa com uma primeira notificação da empresa pedindo a desocupação do local. Após inúmeras tentativas de negociação, sem sucesso, a equipe

Atividades no Museu da Maré não pararam de acontecer, mas diminuíram a frequência

do Museu e apoiadores organizaram manifestações, abaixo-assinados e outras atividades. Foi somente através dessa série de ações que o museu conseguiu o apoio dos órgãos governamentais. “Graças às parcerias que conquistamos com o poder público é que estamos conseguindo diálogo com a empresa. Não temos poder econômico, poder político partidário, o que a gente tem é o poder de luta por direitos. Nesse

momento não estamos vendo motivos para entrar no embate direto, estamos tentando negociar, mas se virmos que não tem o que fazer, vamos retomar as mobilizações e resistir”, acrescenta. Com verbas menores do que nos anos anteriores, as atividades no Museu da Maré não pararam de acontecer, mas diminuíram a frequência. O espaço, que antes permanecia aberto todos os dias, hoje tem horários reduzidos. Em 2016,

o governo Pezão não renovou a parceria que matinha com o museu, justificando enxugamento dos gastos devido à crise financeira. Apesar disso, a comunidade continua a utilizar o espaço como de costume, promovendo sambas, festas e passeios escolares. “O museu continua trabalhando, mesmo sem garantia de que vai continuar e sem apoio financeiro que atenda às necessidades da comunidade”, destaca Cláudia Rose Ribeiro. Entretanto, muitos projetos estão parados, nesse momento, por falta de recursos. “Tem muita coisa que poderíamos estar fazendo, mas precisamos de financiamento. Se pudermos fazer voluntariamente, fazemos, porque acreditamos nisso. A gente tem pessoas, o que é maravilhoso, mas infelizmente os projetos não se resumem a pessoas, temos muitos gastos”, lamenta a coordenadora.


Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

Entrevistas l 7

Sérgio Ricardo, ambientalista

“Rio recicla apenas 2% de todo o seu lixo”

Fotos: Stefano Figalo / Brasil de Fato

Coleta seletiva de lixo é fundamental para limpar a Baía de Guanabara Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

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ambientalista Sérgio Ricardo nasceu no Rio Grande do Norte, mas construiu sua militância no Rio de Janeiro, partindo da luta estudantil e se tornando um dos ambientalistas mais atuantes dos movimentos pela vida da Baía de Guanabara. Morador da Ilha do Governador e um dos fundadores do Movimento Baía Viva, Sérgio afirma que a “morte” da Baía de Guanabara só interessa às poderosas indústrias, que se utilizam do discurso catastrófico para poluir ainda mais este patrimônio natural do Rio. Brasil de Fato – A preocupação com o prazo das obras tirou o foco da despoluição da Baía de Guanabara, sem que o governo cumprisse a meta estabelecida. Ainda dá tempo? Sérgio Ricardo – Na campanha, o governador Pezão (PMBD) estabeleceu uma meta de 80% de despoluição da Baía. Era uma propaganda enganosa. É impossível chegar a esta meta só com as estações de tratamento do esgoto lançado na Baía. Sem a construção dos troncos coletores, não adianta nada ter as estações. Agora, às vésperas dos Jogos, nem mesmo a Marina da Glória, onde ocorrerão as competições de vela, estará limpa. A parte da Marina recebe esgoto de boa par-

te da zona sul e centro do Rio. Sem os troncos coletores, esse esgoto é todo despejado na água da Baía. Brasil de Fato – Quais as consequências de um evento desse porte em uma Baía poluída? A própria Isabel Swan, que é velejadora e do Movimento Baía Viva, vem alertando para a questão da enorme possibilidade de contaminação por doenças em função da sujeira da água. Quando falou-se em transferir para Búzios as competições, o governo tratou como uma questão de xenofobia dos velejadores internacionais, o que não é verdade. Há um risco sanitário permanente naquela área. As pessoas que frequentam as praias de Botafogo, Flamengo, Praia Vermelha e etc estão sujeitas a riscos de contaminação cotidianamente. A descoberta da superbactéria, trazida pelo rio Carioca, era motivo suficiente

Ambientalista Sérgio Ricardo denuncia que Rio recicla apenas 2% de todo o seu lixo

para fechar as praias e sanear o rio com obras emergenciais, o que não foi feito. Brasil de Fato – De quem é a culpa de tanta sujeira? Esse é um debate que vem desde a ECO-92. Os governos e o grande capital tentaram transferir a responsabilidade pela sujeira aos pobres, através do lixo que vinha da

Construção de troncos coletores resolveria problema na Baía

Baixada, de São Gonçalo, ou de Manguinhos. Nós discordamos. A responsabilidade pela sujeira é do processo de industrialização, que despeja toneladas de resíduos nos rios que deságuam na Baía. O

Durante a campanha, o governador Pezão estabeleceu uma meta de 80% de despoluição da Baía. Era uma propaganda enganosa papo de que a Baía está morta é uma balela do grande capital, para que possa implantar cada vez mais indústrias e poluir ainda mais. Isso traz pre-

juízos sociais e econômicos para as comunidades do entorno que vivem da pesca. Brasil de Fato – É possível um dia ter 100% de despoluição? No curto prazo, não. Existe uma megacidade despejando toneladas de lixo todos os dias, mas é possível se adotarmos algumas medidas. A construção dos troncos coletores, que interligam as estações de tratamento, além do assoreamento e saneamento dos rios que deságuam na Baía, o reflorestamento do entorno e a coleta seletiva de lixo são fundamentais para limpá-la. O Rio recicla apenas 2% de todo o seu lixo. E não são questões apenas ambientais, mas também de saúde pública. A proliferação de mosquitos, que têm transmitido doenças como a dengue, a zika ou a chikungunya, é resultado da falta de saneamento.


8 | Cidades

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

“Aterro em Seropédica é crime ambiental”, diz pesquisadora Divulgação /Cidade Olímpica

Vazamento de chorume evidencia riscos de contaminação ao Aquífero Piranema Victor Ohana de Seropédica (RJ)

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polêmica do aterro sanitário na cidade de Seropédica, na Baixada Fluminense, voltou à tona com um acontecimento nada agradável. Cerca de 50 mil litros de chorume vazaram do Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) Santa Rosa, nome do aterro, e autoridades suspeitam que o líquido do lixo tenha contaminado o Aquífero Piranema, um dos maiores do Estado. A preocupação também é identificar o impacto que o vazamento pode ter provocado aos córregos e valões da região. Segundo a empresa Ciclus Ambiental, que administra o aterro, o vazamento ocorreu depois da chuva forte que caiu no município no dia 21 de fevereiro. O temporal teria provocado queda de energia e causado paralisação no sistema. Para piorar a situação, um gerador não estava funcionando, o que resultou no transbordamento de uma das elevatórias de armazenamento. ATERRO OFERECE RISCOS O aterro foi construído em uma área de Reserva Hídrica da Região Metropolitana do Estado, para receber e tratar o lixo de Seropédica, Itaguaí e Rio de Janeiro. Antes, esses resíduos eram enviados ao Aterro de Gramacho, em Duque de Caxias, que fechou em 2011.

Centro de Tratamento de Resíduos opera desde 2011 e já apresenta problemas ICHS em Foco/UFRRJ

Para o doutor em Planejamento Energético Cícero Pimenteira, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a construção do aterro sanitário em Seropédi-

A instalação do aterro foi uma escolha, ambiental e socialmente, incorreta e infeliz Denise de Alcântara, da UFRRJ

ca é um equívoco e nenhuma medida preventiva é capaz de eliminar os riscos de contaminação em sua totalidade: “É como colocar uma lixeira em cima de um filtro”, compara. A professora de Arquitetura e Urbanismo Denise de Alcântara, também da UFRRJ, segue na mesma linha. “A instalação do aterro sanitário sobre o

Alunos de Seropédica se mobilizaram contra aterro antes de aprovação

Aquífero Piranema foi uma escolha, ambiental e socialmente, incorreta e infeliz. Os riscos de contaminação são inúmeros, se considerarmos que o aquífero poderia ser uma fonte de abastecimento de água para a região metropolitana, como hoje é o papel do Rio Guandu”, diz a professora. Segundo ela, a localização do aterro “foi imposta de cima para baixo”, sem participação social.

INTERESSE DE PAES O projeto nasceu por interesse do prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ). O objetivo foi fechar o Aterro de Gramacho em Caxias para, segundo o prefeito, dar fim ao “crime ambiental” que ocorria no local. O lixo enviado para lá, portanto, tomou novo destino: Seropédica. Porém, os riscos ambientais só mudaram de lugar, segundo a professora Denise de

Alcântara. “Particularmente, considero a instalação do CTR em Seropédica um crime ambiental”. E não faltou quem fosse contra o empreendimento na época da construção. Já em 2009, o Comitê Guandu, órgão participante da gestão das águas das Bacias Hidrográficas dos Rios Guandu, da Guarda e do Guandu-Mirim, determinou que fosse reavaliado o estudo de localização do aterro, já que ele seria construído em área de reserva hídrica.

Instalação era de interesse de Eduardo Paes, para desativar Aterro de Gramacho, em Caxias A própria prefeitura de Seropédica diz ter feito oposição ao projeto. Técnicos e estudantes da UFRRJ e grande parte da população também se manifestaram desfavoráveis. Porém, segundo a Prefeitura, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), responsável pela fiscalização, contrariou a mobilização e aprovou as licenças necessárias para que o aterro fosse construído. Questionado, o INEA declarou ter multado a empresa Ciclus Ambiental em R$ 6,6 milhões pelo vazamento do chorume. Além disso, o Instituto afirma que supervisionou a retirada do chorume e do solo superficial do valão atingido pelo vazamento. O Brasil de Fato também procurou a empresa Ciclus Ambiental, porém, ela não respondeu até o fechamento desta edição.


Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

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Rede Globo centra fogo contra Lula e é acusada de tramar golpe Emissora que pertence à família mais rica do Brasil tem sido o principal alvo de protesto dos movimentos sociais nos últimos dias Fotos: Mídia Ninja

afirma a Globo ter, não existem”, afirma. No mesmo dia da condução coercitiva do ex-presidente Lula, a Rede Globo foi alvo de manifestação que reuniu mais de duas mil pessoas na porta da emissora, em Brasília. No domingo, o alvo foi a sede da emissora no Rio de Janeiro, em ato que tam-

Pedro Rafael Vilela de Brasília (DF)

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ão é a primeira vez. A própria Rede Globo já admitiu ter apoiado o golpe de 1964 e ajudado a sustentar a ditadura militar que vigorou durante 21 anos no Brasil. A trama para tentar fraudar o resultado das eleições para governador do Rio de Janeiro, em 1982, e a edição do debate eleitoral entre Lula e Collor, em 1989, que prejudicou o candidato petista, também fazem parte das acusações de manipulação midiática contra a emissora. A família Marinho inclusive é o clã mais rico do país, segundo a revista Forbes, com uma fortuna avaliada em mais de 37 bilhões de dólares. Agora, pesa contra o conglomerado de mídia que controla quase a metade do mercado de comunicações no país a acusação de manipular o noticiário para destruir a imagem do ex-presidente Lula e do governo do PT. Ao mesmo tempo, evita abordar em profundidade temas que podem ser incômodos para lideranças da oposição, principalmente do PSDB. CONDUÇÃO COERCITIVA Um dos casos mais significativos dos últimos tempos ocorreu no dia 3 de março. Naquela sexta, o país parou para acompanhar o desfecho da condução coercitiva (forçada) do ex-presidente Lula, pela Polícia Federal, para depor em inquérito da Operação Lava Jato, em São Paulo. A edição do principal noticiário da TV Globo, o Jornal Nacional (JN), foi uma “aula de manipulação da opinião pública”,

Movimentos criticam cobertura da Rede Globo sobre condução coercitiva de Lula

segundo a jornalista e pesquisadora Bia Barbosa, membro do Coletivo Intervozes. Ela fez um levantamento completo da edição do jornal neste dia, que teve duração de 1 hora e 20 minutos, muito mais do que os habituais 40 minutos. Segundo os cálculos de Bia, a defesa do ex-presidente teve 13 minutos do total de 1h20. Além disso, ao longo de toda a edição, o JN sequer repercutiu as críticas de di-

Divulgação

Bia critica falta de objetividade da TV Globo

Um protesto foi realizado em frente à mansão atribuída à família Marinho

versos juristas e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ilegalidade e abuso na condução forçada do ex-presidente para depor. TRIPLEX DE PARATY Por causa da cobertura direcionada para atingir Lula, o PT e o governo, movimentos sociais realizaram atos de protesto contra a emissora dos Marinho. Para Bia Barbosa, do Intervozes, a questãochave é o equilíbrio na cobertura midiática, o que não ocorre no Brasil. “Não se trata aqui de defender o ex-presidente Lula e o PT, tampouco de negar a importância que um fato como este deve ter para os meios de comunicação. Mas o que se espera de uma concessionária do serviço público de radiodifusão, num momento como este, é objetividade – até porque a ‘isenção e imparcialidade’, que [William] Bonner

Não se trata aqui de defender o expresidente Lula e o PT, tampouco de negar a importância que um fato como este deve ter para os meios de comunicação Bia Barbosa, do Intervozes bém reuniu centenas de pessoas. No mesmo dia, ativistas ocuparam a faixa de areia em frente a uma mansão em Paraty, construída irregularmente em área de proteção ambiental, e cuja propriedade é atribuída à família Marinho, que nega. No dia internacional da mulher, mais protestos contra a Globo. Trabalhadoras rurais do MST ocuparam a sede da afiliada global em Goiânia (GO). Elas pregaram cartazes e pintaram paredes e o chão da emissora denunciando a parcialidade da cobertura da emissora contra o ex-presidente Lula e também contra os movimentos sociais.


10 | Cultura

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

AGENDA DA SEMANA

Ellen Oléria

O Século do Samba

Bumtcha Divulgação

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O quê: Dona de uma inesquecível voz, cantora Ellen Oléria combina ritmos brasileiros negros como o samba, forró, carimbo, afoxé, maracatu, entre outros. Onde: Espaço Cultural Escola Sesc – Av. Ayrton Senna, 5677, Jacarepaguá. Quando: Sábado (19), 19h30. Quanto: 0800

O Capitão e a Sereia Divulgação

O quê: Duplas de samba fazem show: Monarco e Nei Lopes, Os Prettos e João Martins, Jards Macalé e Pedro Luís, e Leci Brandão e Tantinho da Mangueira. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Quando: Qui (17) a dom (20), 19h30. Quanto: R$ 10 EBC

Star Wars Experience O quê: Shopping recebe o Parque Star Wars Experience, com diversas atividades inspiradas na saga Star Wars para agitar a criançada. Onde: Shopping Tijuca – Avenida Maracanã, 987, Tijuca. Quando: De segunda a sábado, de 10h às 22h. Até 26/03. Quanto: 0800

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O quê: Festa idealizada para que o termo “aceitação” seja colocada em prática, com muito passinho, coreografia, sorrisos, além de bastante pop, rap, funk e hip hop. Onde: CAUR, Universidade Federal Rural – BR 465, km 7, Seropédica. Quando: Terça (15), 22h. Quanto: 0800

Rio Antigo – Um Passeio no Tempo Divulgação

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O quê: Peça fala sobre Marinho, um homem que resolve construir um barco e convida seus amigos para viajar contando suas inúmeras aventuras. Onde: Arena Carioca Dicró – Parque Ary Barroso, Penha. Entrada pela Rua Flora Lobo. Quando: Quinta (17), 15h. Quanto: 0800

Estação Plural: primeiro programa LGBT da TV aberta

O quê: Visitantes são conduzidos a um passeio pela história e pelas transformações do Rio de Janeiro, desde sua origem até o advento da República. Onde: Centro Cultural Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241, Centro. Quando: De terça a sexta, de 13h às 17h. Quanto: 0800

Apresentadores são LGBTs: Mel é trans, Ellen é lésbica e Fefito, gay

Um programa que fala de diversidade, cidadania e direitos humanos, na TV aberta. Esse é o formato do Estação Plural, a nova atração da TV Brasil, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Apresentado pelas cantoras Ellen Oléria e Mel Gonçalves (da Banda Uó) e pelo jornalista Fefito, o programa é semanal e cada episódio traz um entrevistado para debater pautas de comportamento. Além disso, o espaço também é dedicado às questões de gênero. Ao fim de cada episódio, o programa apresenta algum tema ligado ao universo LGBT. A propósito, os apresentadores estão diretamente ligados à causa: Ellen Oléria é lésbica, Mel Gonçalves é transexual e Fefito, gay. MOMENTO IMPORTANTE “A nossa ideia é falar do cotidiano, da vida, a partir dos nossos olhares. Acho que isso humaniza o público LGBT. Falar de direitos civis, no nosso país, e considerar que temos duas apre-

sentadoras negras, numa posição central, num programa de TV com cobertura nacional, isso é histórico e grandioso”, diz Ellen. A apresentadora ressalta ainda o fato de ser o primeiro programa totalmente protagonizado por LGBTs na história da comunicação: “A gente está falan-

Ao fim de cada episódio, programa apresenta algum tema do universo LGBT do de um momento muito importante para a história da comunicação no Brasil. A gente tem, pela primeira vez na história da TV, inclusive por ser uma emissora pública, um grupo muito diverso, reunido para tratar de temas tão contra-hegemônicos”, completa. O Espaço Plural vai ao ar todas as sextas-feiras, às 23h, com reprises às segundas, à meia-noite.


Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

Cultura l 11 Fotos: Isis Medeiros

A indígena Tuira Kayapo empunhou um facão contra um dos engenheiros que tentavam construir a usina de Belo Monte, no Pará

Frida Kahlo defendia o resgate à cultura indígena e latinoamericana como forma de oposição ao sistema imperialista

Chiquinha Gonzaga foi compositora, pianista e maestrina. É responsável por mais de duas mil canções populares

45 fotos relembram as ‘Mulheres Cabulosas da História’ No mês em que se comemora o Dia Internacional de Luta das Mulheres, jovens fazem releitura fotográfica de grandes personalidades femininas. Rafaella Dotta de Belo Horizonte (MG)

R

ealizado de forma colaborativa, um grupo de mulheres iniciou o projeto de refotografar e representar os maiores ícones femininos da história. Em duas semanas, numa corrida contra o tempo, o ensaio estava pronto. O “Mulheres Cabulosas da História” tem o objetivo de fortalecer a memória da participação feminina em grandes feitos e inspirar outras a serem protagonistas. No ensaio completo, cada foto vem acompanhada de uma pequena biografia da personalidade homenageada. É assim que podemos conhecer um pouco sobre Beatriz Nascimento, professora sergipana cuja atuação foi essencial

Na escola, nos livros de história e na mídia não vemos as mulheres importantes e protagonistas na luta do povo sendo devidamente retratadas Paula Silva, do Levante Popular da Juventude para o movimento negro brasileiro. Ou relembrar a história de Tuira Kayapo, a indígena que empunhou um facão contra um dos engenheiros que tentavam construir a usina de Belo Monte, no Pará.

Pagu é o apelido de Patrícia Rehder Galvão. Foi detida como presa política mais de 20 vezes ao longo da sua militância no PCB

POTENCIAL REVOLUCIONÁRIO “Na escola, nos livros de história e na mídia não vemos as mulheres importantes e protagonistas na luta do povo sendo devidamente retratadas”, explica Paula Silva, uma das idealizadoras do projeto e integrante do Levante Popular da Juventude, movimento que organizou o ensaio. Para ela, o apagamento das contribuições femininas faz com que as pessoas não tomem conhecimento do potencial revolucionário das mulheres. A fotógrafa Isis Medeiros

conta que o envolvimento das participantes foi um dos melhores resultados. Em conjunto, elas escolheram desde as personagens que seriam lembradas até os últimos detalhes da apresentação. “Foi um trabalho coletivo de verdade”, diz, lembrando da colaboração especial da estilista Alzira Calhau, de Belo Horizonte. MACHISMO E RACISMO Também pensando nos resultados, as organizadoras não deixaram de refletir sobre o baixo número de mulhe-

res negras e indígenas. Das 45, oito são negras e duas são indígenas. “O projeto também nos mostrou que, infelizmente, ainda nos deparamos com um número reduzido de negras e indígenas conhecidas e reconhecidas”, diz Isis. “Isso nos atenta para a importância de discutirmos a questão das mulheres que sofrem não só o machismo, mas especialmente o racismo”. O ensaio completo pode ser visto na internet. A partir da semana que vem vamos publicar todas as fotos aqui no Brasil de Fato.


12 | Opinião

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

Nils Brock

Convergência midiática: a história de uma apropriação popular

A FIM DE PAPO | MC Leonardo

Favelas removidas? Divulgação

Prefeito Eduardo Paes (PMDB) demoliu casa de casa de Maria da Penha, liderança da Vila Autódromo

P

or que falar da convergência da mídia no ano de 2016? Não era aquele conceito que alimentou as ingênuas utopias tecnológicas há uns dez anos, quando a Internet se apresentou como uma promessa de comunicação democrática? Certo, isso foi bem antes do Facebook converter todos em consumidores e antes do Edward Snowden ter revelado o nível de vigilância online em curso. Porém, é difícil alegar que não acontece uma convergência, mesmo se os aplausos tenham se calado. Convergem, por exemplo, diferentes plataformas midiáticas que fazem parte da Rede Globo para que ninguém escape da última temporada do BBB. Este “grande irmão” demonstra o nível de um “super monopólio”, que penetra e domina diferentes mercados com o potencial de ficar nesta cômoda posição por décadas. Deixar a convergência tecnológica e cultural nas mãos da mídia comercial será um grande erro. As rádios e TVs comunitárias, por exemplo, esqueceram durante muito tempo de dialogar com a “nova mídia”. Em consequência, perderam o protagonismo nos protestos do ano 2013, transmitidos primeiro pela Mídia Ninja e somente depois nos programas dos canais comunitárias. Mas também existe uma convergência na “contramão”. Milhares de rádios livres e comunitárias ampliaram o seu alcance com páginas na web e transmissões ao vivo online. São práticas emergentes, mas são fundamentais para

estimular uma convergência midiática participativa, baseada em necessidades e ideias de comunidades específicas e não em análises de mercado.

Deixar a convergência tecnológica e cultural nas mãos da mídia comercial será um grande erro. As rádios e TVs comunitárias, por exemplo, esqueceram durante muito tempo de dialogar com a nova mídia Há dois anos, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc Brasil) formu-

lou uma reivindicação programática: Rádios Comunitárias em todas as faixas! Questionou a contenção dessas emissoras em um só canal da banda FM. Era também o começo da militância para a introdução do padrão aberto para a futura radiodifusão digital, o DRM (Rádio Digital Mundial, em português). E hoje, estes esforços continuam numa série de seminários intitulados “O Futuro das Rádios Comunitárias em tempos digitais”. Para saber mais: http://amarcbrasil.org/amarc-brasil-realiza-seminario-sobre-convergencias-midiaticas-no-piaui/ *Nils Brock é jornalista e pesquisador que trabalha como cooperante internacional com a AMARC Brasil.

Todas as grandes cidades do mundo passam por um processo de encarecimento do território. Isso acontece por causa do avanço da especulação imobiliária. As prefeituras, pensando em aumentar seus impostos com moradias, aceitam que construtoras destruam bairros inteiros para construir novas casas. Só que pelo mundo afora isso é totalmente negociável, e as reivindicações daqueles que irão sofrer com esses avanços quase sempre são ouvidas e muitas das vezes aceitas pelo poder público. CERTO SERIA RELOCAÇÃO A palavra remoção também não é usada mundo afora. Eles chamam de “relocação”, já que as pessoas recebem as chaves de outra moradia antes de deixar suas casas. Aqui no Rio não é assim. Uma palavra, que só deveria ser usada para lixo ou para corpos, é usada também na destruição da casa das pessoas. Portanto, aqueles que dizem que “não existe pro-

gresso sem injustiça” têm que saber que o tratamento aos moradores das áreas que estão sendo entregues à especulação imobiliária é pior do que o que acontece em qualquer grande cidade do mundo. MARIA DA PENHA Essa semana, o prefeito Eduardo (que de “paz” não tem nada) escolheu o Dia Internacional da Mulher para demolir a casa de uma lutadora. O nome dela é Maria da Penha. Ela virou refe-

Aqui no Rio uma palavra que só deveria ser usada para lixo ou para corpos é usada também na destruição da casa das pessoas rência na luta dos moradores da Vila Autódromo. Bom, ou ele gosta muito de simbolismo negativo, ou ele é vingativo, já que a Lei Maria da Penha pode estragar os planos de seu pupilo nas próximas eleições.


Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

Variedades l 13

AMIGA DA SAÚDE

BOMBOU NA INTERNET

Amiga da saúde, estou em dúvida se posso usar azeite na comida todos os dias, pois ele é oleoso e sempre ouço por aí que gorduras fazem mal à saúde. Evaristo Lisboa, 48 anos, segurança. Divulgação

C

aro Evaristo, o azeite de oliva é extraído da azeitona e, apesar de ser oleoso e bastante calórico, faz muito bem pra saúde. Isso se deve ao fato de a gordura predominante no azeite ser monoinsaturada, que age no corpo varrendo o colesterol ruim dos vasos sanguíneos, além de diminuir os depósitos de gordura na região abdominal. Isso faz do azeite um excelente aliado na prevenção de doenças cardiovasculares. Ele tem ainda efeito antioxidante, contribui na prevenção da constipação

intestinal, osteoporose e derrame. Além disso, há estudos que mostram ação benéfica do azeite também na prevenção do câncer. Com tanta coisa boa, não há problema

Receita

Divulgação

Dúvidas? amigadasaude@brasildefato.com.br

em consumi-lo diariamente. O ideal é cerca de duas colheres de sopa ao dia. Dê preferência para os azeites extravirgem, com menor teor de acidez.

Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Goiabada cascão Ingredientes • 1 kg de goiabas vermelhas médias e maduras • 1 ½ xícara de chá de açúcar refinado

Tempo de preparo 20 minutos

Modo de preparo Lave as goiabas, tire as extremidades e descasque. Reserve as cascas. Pique a goiaba, mantendo as sementes, e ponha no copo do liquidificador com 200 ml de água. Bata por 1 minuto e despeje em uma peneira de malha não muito fina. Passe com uma colher, aparando em uma tigela. Reserve. Disponha em uma panela o açúcar com 100 ml de água. Cozinhe, sem parar de mexer, até o açúcar dissolver e começar a ferver. Sem mexer deixe no fogo por mais 4 minutos. Junte a polpa de goiaba e a metade das cascas. Continue a cozinhar, sem parar de mexer, por 1 hora ou até soltar do fundo da panela. Retire do fogo. Forre com filme plástico um aro vazado (13 cm de diâmetro) deixando sobras na superfície. Disponha a goiabada. Aperte com o dorso de uma colher e embrulhe com o filme plástico. Deixe descansar por 2 horas. Sirva em pedaços.


14 | Variedades

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

HORÓSCOPO Áries (21/3 a 20/4) Faça economias a longo prazo que possibilitem um futuro sem problemas financeiros.

Touro (21/4 a 20/5) Trate os seus familiares mais idosos com carinho. O afeto vale mais que tudo em muitos momentos.

Gêmeos (21/5 a 20/6) Lembre-se que deve respeitar as ideias da sua carametade. Seja compreensivo e evite desentendimentos.

Câncer (21/6 a 22/7) Guardar os problemas só para si apenas fará com que se sinta ainda mais preocupado e angustiado.

Leão (23/7 a 22/8) O seu coração não deve ser entregue a quem não o merece. Pense mais em si e nos seus sentimentos.

Virgem (23/8 a 22/9) Lembre-se que a amizade é um tesouro. Mantenhase sempre com os seus amigos mais queridos.

Libra (23/9 a 22/10) Modere o seu mau humor. Não descarregue a sua irritabilidade em cima dos seus amigos.

Escorpião (23/10 a 21/11) Por mais que queira conquistar a pessoa amada, evite magoar inocentes. Perdoe aos outros e a si próprio.

Sagitário (22/11 a 21/12) Familiares poderão apoiá-lo num projeto que será a rampa de lançamento para uma brilhante carreira.

Capricórnio (22/12 a 20/1) Seja mais consciente com os seus colegas. Lembre-se de que são humanos e por isso têm fragilidades.

Aquário (21/1 a 19/2) A melhor maneira de viver bem consigo e não sentir ódio é não se permitir ter pensamentos negativos.

Peixes (20/2 a 20/3) Entregue-se ao amor sem limites, pois você merece ser feliz e satisfeito. Defenda-se pensando no bem.

FASES DA LUA Crescente 14/3

Cheia 23/3

Minguante 31/3

Nova 7/4


Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016

Esportes l 15

Divulgação

Ana Cláudia é mais um caso de doping entre atletas brasileiros

Doping de Ana Cláudia Lemos é resultado de testes “surpresa” Velocista foi pega com oxandrolona, um esteroide anabolizante

A

velocista Ana Cláudia Lemos, recordista sulamericana dos 200m rasos, foi pega no controle de dopagem com a substância oxandrolona, um esteroide anabolizante. Seu caso é fruto dos testes “surpresa” feitos pelo Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD). O LBCD é sediado na Uni-

versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais precisamente no Instituto de Química, e foi reacreditado (termo usado no setor de saúde que significa recredenciado) pela Agência Mundial Antidoping (WADA, sigla em inglês) em maio de 2015. O laboratório é uma referência nacional no controle do uso de substâncias ilegais no esporte. Assim como tem exercido o controle nos eventos-teste, deverá ser o centro dos testes olímpicos, dependendo apenas de uma solução para celeridade dos julgamentos dos casos no país. (BP)

BINÓCULO

CBBoxe divulga lista olímpica A Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) divulgou a lista dos boxeadores que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Serão seis nomes que, em virtude de o Brasil ser o país-sede dos Jogos, terão direito a participar da competição. São cinco homens e uma mulher. Patrick Lourenço, na categoria Mosca Ligeiro, Julião Neto, na Mosca, Robenilson de Jesus, na Galo, Joedison Teixeira, na Meio Médio Ligeiro, e Michel Borges, na Meio Pesado, pelo masculino. Adriana Araújo, na categoria Leve, pelo feminino. Além deles, o Brasil terá Robson Conceição, que se classificou através do Mundial de Boxe, em 2015. CBBoxe/Divulgação

Prefeitura entrega Centro Aquático ‘capenga’, mas não comparece Local ainda não dispõe de boa parte das arquibancadas, nem sistema de som e placares O Centro Aquático, que servirá às provas de natação do pentatlo moderno, foi inaugurado na última semana, em ce-

rimônia que contou com o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, além dos Ministros do Esporte, George Hilton, e da Educação, Aloísio Mercadante. O Prefeito Eduardo Paes, providencialmente, não compareceu. Na cerimônia, foi entregue à população e aos Jogos Olímpicos do Rio 2016 um

equipamento esportivo que ainda não dispõe de boa parte das arquibancadas, além de sistema de som e placares. Na sua ausência, coube a Nuzman responder as perguntas sobre as condições ainda precárias do local e ao Ministro George Hilton falar sobre os atrasos do Centro de Hipismo. (BP)

TOQUES CURTOS | Bruno Porpetta

Bom para todo mundo

Cantini/Atlético MG

Uso da tecnologia é ponto positivo para o futebol mundial

A International Board, órgão responsável pela definição de regras do futebol em todo o planeta, sempre foi infestada de senhores. É composta por um monte de senis, avessos a qualquer coisa que possa ter cheiro de modernidade. Mas nada melhor que a vida para dobrar os velhinhos. A insistência deles em um modelo arcaico de solução de dúvidas sobre a arbitragem fez com que o futebol fosse o último esporte a aderir ao uso de tecnologia. O recurso eletrônico, a partir de agora, poderá entrar em testes pelo mundo e deverá ser utilizado para solução de lances capitais do jogo. Se a bola entrou ou não, se foi pênalti ou não e outros lances. Para o impedimento, só em chance clara de gol. Se o cara estiver embaixo da saia na lateral, segue o jogo. A única cláusula estranha nesse papo todo é a responsabilidade de quem poderá solicitar o uso do recurso eletrônico. Além do árbitro, que é a autoridade máxima dentro de campo, o editor de imagens da TV que estiver transmitindo poderá também se utilizar da prerrogativa. O que ele tem com o jogo, além de transmiti-lo? Você confiaria a uma emissora de TV a decisão

de um jogo por um detalhe de arbitragem? Tomaria essa decisão, mesmo sabendo como funciona a nossa vênus platinada por aqui, que distorce dados e fatos para comprovar uma realidade que ela quer construir? Melhor fazer como no tênis, que dá aos oponentes a possibilidade de desafiar a decisão da arbitragem. Estando o árbitro correto, quei-

Vai ser bom para o espetáculo não estar sujeito ao olho nu do árbitro, que pode cometer um erro ou uma sacanagem mesmo ma uma possibilidade. Não estando, muda-se a decisão. Em suma, vai ser bom para o espetáculo não estar sujeito ao olho nu do árbitro, que pode cometer um erro ou uma sacanagem mesmo. Ainda que alguns ajustes devam ser feitos. Até para os dirigentes do futebol vai ser bom. Afinal de contas, vai rolar aquela licitaçãozinha maneira, boa para ganhar um dindin.


16 | Esportes

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016 Paulo Fernandes/Vasco

Flu empata nos acréscimos com o Botafogo Mailson Santana/Fluminense

“Clássico Vovô” termina empatado em 1 a 1 na primeira rodada da segunda fase Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ) Fluminense e Botafogo fizeram o primeiro clássico da segunda fase do Campeonato Carioca, em Volta Redonda. Antes da bola rolar, a arbitragem protagonizou momentos patéticos que envolveram o goleiro Jefferson, do Fogão. Com uma camisa azul escura, o goleiro foi obrigado pelo árbitro a trocar de uniforme, pois o Botafogo estava de preto. Porém, o uniforme reserva dele também era preto e a solução encontrada foi jogar com uma camisa reserva dos jogadores de linha e um número improvisado com fita adesiva. Com a bola rolando, o primeiro tempo foi de leve superioridade do Botafogo, que criou duas chances, enquanto o Fluminense não conseguiu criar espaços na defesa alvinegra.

Jogadores comemoram o primeiro gol do Vasco, de Jorge Henrique

Vasco vence Bangu com autoridade Sempre criticado pela torcida, Gum garante o empate para o Flu

Os alvinegros reclamaram de um lance, aos 18 minutos, quando Rodrigo Lindoso saía na cara do gol e foi derrubado por Renato Chaves. O Botafogo pedia a expulsão do zagueiro, que só levou o cartão amarelo. Para o segundo tempo, o Botafogo resolveu o problema dos uniformes voltando com camisas brancas na linha. A mudança de cores parece ter dado sorte ao alvinegro. Aos três minutos, Gegê emendou um cruzamento de primeira, a bola desviou

no peito de Ribamar e tirou Cavalieri da jogada, abrindo o placar. Apesar de ter criado as chances mais perigosas ao longo do segundo tempo, o Botafogo não conseguiu ampliar e no fim, com o Fluminense pressionando, acabou sendo castigado. Após cobrança de escanteio, o contestado Gum subiu mais que todo mundo para cabecear e decretar o empate no “Clássico Vovô”, aos 47 minutos da etapa final.

O Vasco estreou na segunda fase do Campeonato Carioca contra o Bangu, em São Januário, mostrando grande superioridade sobre o adversário. Antes do início do jogo, o goleiro Martin Silva foi homenageado pela centésima partida pelo Vasco, disputada contra o Bonsucesso, pela última rodada da fase anterior. No primeiro tempo, o Vasco dominou completamente a partida, tendo controle das ações e tomando poucos sustos. O atacante Thalles iniciou no time titular e pelo pé dele passaram várias oportuni-

dades de gol. Não fosse a boa atuação do goleiro Célio Gabriel, o Vasco poderia ter marcado muitos gols, tamanha a superioridade. Mas, na primeira etapa, o Bangu foi vazado apenas uma vez. Aos 21 minutos, Madson cruzou e encontrou Jorge Henrique livre para cumprimentar o goleiro e sair para o abraço. No segundo tempo, o Vasco continuou muito superior, mas só ampliou aos 29 minutos. Andrezinho cobrou falta no segundo pau, Rodrigo escorou de cabeça para a área e Luan desviou de coxa para a rede, fechando o placar em 2 a 0. (BP)

Fla e Flu querem torcida mista em SP As diretorias de Flamengo e Fluminense discutem junto ao 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo, responsável pela segurança nos estádios paulistas, a possibilidade de misturar as torcidas na maior parte do estádio do Pacaembu, que

abrigará o jogo. A ideia é reservar exclusivamente para cada torcida espaços que podem variar entre cinco e oito mil lugares, de cada lado do estádio. Nos demais lugares do estádio, assim como funcionava no Maracanã, abre-se a possibilidade para que torcedores dos dois

Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Pacaembu receberá o Fla-Flu na próxima rodada do Carioca

clubes fiquem juntos. Esta semana, a FERJ liberou que o Fla-Flu, válido pela segunda rodada da segunda fase do Campeonato Carioca, seja realizado em São Paulo (SP). O jogo será no estádio Paulo Machado de Carvalho, no próximo domingo (20). (BP)


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