RIO DE JANEIRO
6 a 12 de setembro de 2018
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Ano 6 | edição 281
Tânia Rêgo/Agência Brasil
PROJETO DE LEI PROPÕE A VOLTA DA GERAL DO MARACANÃ E mais: saiba sobre os times cariocas e as últimas rodadas dos campeonatos.
Atlas do agronegócio é lançado no Rio de Janeiro, com a presença da apresentadora Bela Gil. GERAL, PÁG. 7
Saiba mais sobre o Armazém do Campo, que será inaugurado no sábado (15), na Lapa.
Jaqueline Deister
CULTURA E LAZER, PÁG. 9
Pedro Lopez
RIO TERÁ MAIS UM ESPAÇO DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS DA REFORMA AGRÁRIA
ESPORTES, PÁG. 12
CULTURA INCENDIADA O Museu Nacional, localizado em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro, foi atingido por um incêndio de grandes proporções na noite do último domingo (2). A instituição federal, gerida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), era o museu mais antigo do país e contava com o maior acervo de história natural e arqueológica da América Latina. A tragédia diz muito sobre o descaso com a cultura e a educação praticado pelo governo federal, após o golpe de 2016. Saiba mais sobre a reação dos funcionários e da polêmica envolvendo o prefeito Marcelo Crivella (PRB) na reportagem do Brasil de Fato. GERAL, PÁG 5.
Marcelo Camargo
PESQUISA APONTA QUE SÓ 87 EMPRESAS CONTROLAM AGRONEGÓCIO NO BRASIL
COMO FUNCIONA A CÂMARA FEDERAL?
Entenda o que os deputados federais fazem e como são eleitos nos estados.
GERAL, PÁG. 4
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GERAL
FLORA CASTRO
RIO DE JANEIRO (RJ)
N
a última terça-feira (4), em mais uma assembleia organizada pelos servidores da educação de São Gonçalo, foi aprovada a continuidade da greve por unanimidade. A paralisação já completa um mês. Segundo a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE) do município Michelle Alvarenga, além das propostas apresentadas pelo governo local não contemplarem as reivindicações dos profissionais, podem serconsideradas ilegais. “A proposta não chega ao piso mínimo nacional do magistério, nem da constituição, que é o salário mínimo, ela deixa de fora outros setores da categoria - como as auxiliares de creche, fun-
RIO DE JANEIRO, 6 A 12 DE SETEMBRO DE 2018
HÁ UM MÊS, PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO FAZEM GREVE EM SÃO GONÇALO Em Petrópolis, na região serrana, servidores finalizam paralisação, mas continuam em estado de greve cionários como inspetores e merendeiros”, explicou Em São Gonçalo, os profissionais da educação lutam por melhores condições de trabalho e eleições diretas para diretores das escolas. “Nosso movimento está forte em cada dia, tem aumentado a adesão, com mais de 80% dos profissionais em greve. E é um movimento mais que legítimo visto que os professores recebem de salário inicial R$ 933, os ins-
petores e merendeiros R$788 e as auxiliares de creche R$ 1028 sendo que têm carga horária de 40 horas”, acrescentou Alvarenga. PETRÓPOLIS Nesta semana, depois de 32 dias de greve, os servidores da educação de Petrópolis, na região serrana, entraram em acordo com a prefeitura e encerraram a paralisação. No entanto, os profissionais continuam
em estado de greve, ou seja, fazendo observação para garantir que o governo local cumpra o acordo. “Acatamos aquilo que nos foi concedido, mas não deixaremos de brigar nunca por aquilo que é direito da categoria”, explicou Daniel Salomão, coordenador geral do SEPE Petrópolis acrescentando que “ficou estabelecido que o município estaria descongelando o tempo de serviço em novembro e
por formação em março do ano que vem. Não era o ideal, mas isso abarcava quase 90% da categoria”. Além do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), a prefeitura concordou com o abono das faltas da greve e sem ônus futuro para a categoria que concordou em fazer a reposição das aulas. O acordo também garantiu a liberaram as licenças premium, a chamada dos concursados de 2015 com um aumento do quadro de vagas além do que estava no edital se necessário. Também foi estabelecido um o grupo de estudo com representante do município e do sindicado que vão analisar a implementação das 30 horas e um terço de planejamento para o corpo docente, além de um estudo referente à reposição das aulas.
Marielle Franco é homenageada na Argentina » Na última quarta-feira (5),
foi realizada uma homenagem póstuma à vereadora Marielle Franco, em Buenos Aires, na Argentina. A cerimônia aconteceu no Salão Belgrano do Senado argentino, com a presença de Nora Cortiñas, integrante do movimento Mães da Praça de Maio Linha Fundadora, e Mônica Benicio, viúva de Marielle. O Centro de Estudios Legales e Sociales (CELS) e o movimento popular Ni Una Menos estiveram entre os organizadores da homenagem.
Mídia Ninja
Marielle foi assassinada em março deste ano e o crime segue sem respostas. Nesta se-
mana, a Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha as investigações dos assassinatos da vereadora e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, suspendeu a votação do pedido de transferência das investigações do crime para a alçada federal. A suspensão aconteceu após representantes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) prometerem dar mais transparência às informações cuja divulgação não comprometa o andamento das investigações.
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CONSELHO EDITORIAL Alexania Rossato, Antonio Neiva (in memoriam), Carolina Dias, Joaquín Piñero, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam) | EDIÇÃO Mariana Pitasse | SUBEDIÇÃO Eduardo Miranda | ADMINISTRAÇÃO Angela Bernardino | DISTRIBUIÇÃO Carolina Dias | REDAÇÃO Flora Castro, Luiz Ferreira, Jaqueline Deister e Raquel Júnia.
Tania Rego
Incêndio levou à perda de maior parte do acervo do Museu Nacional, no Rio
APENAS SETE DOS 13 PRESIDENCIÁVEIS PROPÕEM POLÍTICAS CULTURAIS Do total, somente Marina Silva (Rede) e Lula (PT) propõem medidas políticas destinadas aos museus CRISTIANE SAMPAIO
BRASÍLIA (DF)
» O incêndio que levou à per-
da de maior parte do acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, esquentou, no país, o debate sobre a importância da valorização da cultura e mais especificamente da preservação dos museus. De olho no futuro, um dos pontos que atraem atenção nessa seara é o projeto de governo apresentado pelos presidenciáveis junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dos 13 candidatos à Presidência da República, quatro não trazem nenhuma proposta para a área de cultura. São eles: Henrique Meirelles (MDB), candidato apoiado pelo presidente golpista Michel Temer (MDB); Cabo Daciolo (Patriota); Jair Bolsonaro (PSL); e Vera Lucia (PSTU). Outros sete presidenciáveis abordam no plano de metas propostas para a área, mas não trazem políticas específi-
cas para os museus. Tais candidatos são Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Álvaro Dias (Podemos), Eymael (DC), Guilherme Boulos (PSOL), João Amoedo (Novo) e João Goulart Filho (PPL). Apenas Marina Silva (Rede) e Lula (PT) propõem medidas políticas destinadas a esses equipamentos. A ex-senadora afirma que, caso eleita, irá “oferecer condições de funcionamento a museus, arquivos e bibliotecas; valorizar os registros escritos, sonoros e visuais de tradições orais e da produção contemporânea”. Além disso, Marina Silva propõe a realização de “tombamentos, a preservação e a revitalização ambiental”. Já o programa do PT traz o fortalecimento da política nacional de museus por meio de investimentosnoInstitutodoPatrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O plano de metas também propõe a canalização de recursos para a Biblioteca Nacional, a Fundação Cultural Palmares e a Casa de Rui Barbosa que sejam proporcionais à importância dos respectivos equipamentos.
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GERAL
RIO DE JANEIRO, 6 A 12 DE SETEMBRO DE 2018
Haddad explica próximos passos na defesa da candidatura de Lula
O candidato à vice-presidente na chapa de Lula garantiu o partido vai recorrer à decisão do TSE de todas as formas possíveis Ricardo Stuckert
CAMILA VIDA
CURITIBA (PR)
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esta semana, o candidato à vice-presidente na chapa de Lula, Fernando Haddad (PT), esteve reunido com o ex-presidente na carceragem da superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde Lula se encontra mantido como preso político há mais de 150 dias. Em coletiva de imprensa, ao lado da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, Haddad falou sobre os próximos passos da defesa de Lula após a decisão do TSE de vetar a candidatura de Lula, indo contra decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que garante ao ex-presidente o exercício de seus direitos políticos. Para o ex-ministro da educação, a intenção do partido é recorrer da decisão do TSE. “A cada etapa trabalhamos com fatos novos. Nós não imaginávamos que o Brasil contrariaria uma determinação de um organismo internacional e um tratado que nós subescrevemos e que foi aprovado pelo Congresso Nacional”, declarou. RECURSOS Nesse contexto, foi decidido na reunião que, em primeiro lugar, será feita uma petição junto às Nações Uni-
Haddad: "O Brasil está contrariando a decisão da ONU"
das para que o organismo se manifeste sobre a decisão das autoridades eleitorais do Brasil em relação à impugnação do registro da candidatura do líder petista. Em segundo lugar, junto ao STF, serão feitas duas petições: uma na esfera criminal e outra na esfera eleitoral. Ambas com caráter liminar. “Para que ele tenha direito de registrar sua candidatura no prazo que foi dado de 10 dias”, explicou Haddad, afirmando ainda que, até a terça feira (11), esses recursos serão julgados ao menos liminarmente e
que o prazo para a decisão depende agora do STF. Haddad relatou que, dentro do prazo dado pelo TSE, os ajustes possíveis foram feitos na campanha. “O grosso da comunicação foi totalmente ajustada”, explicou. Ele ressaltou ainda que, mesmo assim, Lula pode figurar na campanha durante 25% do tempo do programa eleitoral. “Essas são as decisões do presidente na defesa da sua dignidade, do seu pleito em respeito à soberania do povo de escolher o Presidente da República”, acrescentou.
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GERAL
RAFAELLA DOTTA
BELO HORIZONTE (MG)
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sistema político brasileiro é complexo e um pouco complicado de entender. Na edição 280 o Brasil de Fato RJ trouxe matéria sobre as funções de um senador da República. Agora, explicamos as funções do deputado federal, que você também vai eleger neste ano. A ideia da Constituição é que os deputados são os representantes diretos do povo no ente federal. O número de deputados é, então, proporcional à população de cada estado, sendo no mínimo 8 e no máximo 70 eleitos. Os maiores beneficiários dessa conta são estados da região sudeste: São Paulo elege 70 deputados, Minas Gerais 53 e Rio de Janeiro 46. O mandato de um deputado federal é de quatro anos.
RIO DE JANEIRO, 6 A 12 DE SETEMBRO DE 2018
COMO FUNCIONA A CÂMARA FEDERAL?
Entenda o que os deputados federais fazem e como são eleitos nos estados
Luis Macedo/Câmara dos Deputados
FUNÇÕES Eles criam leis de assuntos nacionais e fiscalizam os recursos públicos. Quando o presidente, um deputado, um senador ou a própria população quer propor uma nova lei, são os deputados federais que começam a analisá-la. A proposta passa por comissões (grupos de deputados por temas) e depois vai a plenário, que é onde todos os 513 deputados votarão “sim” ou “não”. Se for aprovada, a lei segue para o Senado. Os deputados podem também criar as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), dentro da sua função fiscalizadora. Eles podem averiguar qualquer órgão em qualquer parte do país, tendo poder investigador parecido com as autoridades judiciais.
COMO ELES SÃO ELEITOS?
O QUE É UM SUPLENTE?
Primeiro, o total de votos válidos dos eleitores é dividido pelo número de vagas. Este é o chamado quociente eleitoral – ou seja, quanto cada partido ou coligação precisaria de votos para eleger um deputado. Por exemplo: em um estado com dois milhões de votos válidos e vinte vagas para a Assembleia Legislativa, o quociente eleitoral será de 100 mil. Depois, os votos de cada partido ou coligação são divididos pelo quociente eleitoral. Se, no mesmo estado hipotético acima, um partido tiver 400 mil votos, ele irá eleger quatro deputados. Por fim, os quatro deputados mais bem votados do partido ou coligação serão eleitos.
Se um deputado sai do seu cargo, o primeiro candidato mais votado da coligação assume a vaga. Geralmente a saída do cargo ocorre quando um parlamentar assume ministérios, secretarias ou o Executivo. Apenas em 2013, devido à posse de prefeitos e secretários, 17 deputados suplentes assumiram os mandatos na Câmara no início do ano.
O QUE É O VOTO EM LEGENDA? É o voto dado a um partido, e não a um candidato. O eleitor pode escolher votar numa legenda e, desta forma, ajudá-la sem escolher um candidato em específico. Este voto conta para o partido, ou coligação, chegar ao quociente eleitoral.
O QUE É UM PUXADOR DE VOTOS? É um deputado que ajuda a eleger outros do seu partido com uma grande votação. Tiririca (PR-SP), por exemplo, recebeu 1,3 milhão de votos na última eleição, um valor bem acima do necessário para ser eleito. Com isso, conseguiu levar à Câmara mais três candidatos de sua coligação. O efeito dos puxadores, porém, costuma ser hipervalorizado. Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) mostra que apenas 35 dos 513 deputados federais foram eleitos somente com seus próprios votos. Isso significa que conta mais o conjunto de votos nos candidatos do partido do que o efeito de grandes puxadores de votos.
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GERAL
RIO DE JANEIRO, 6 A 12 DE SETEMBRO DE 2018
Em meio a incêndio do Museu Nacional, servidores e voluntários conseguem salvar peças do acervo
Fernando Souza/Adufrj
Museu concentrava mais de 20 milhões de itens, pouca coisa se salvou EDUARDO MIRANDA
RIO DE JANEIRO (RJ)
E
nquanto o Corpo de Bombeiros tentava apagar as chamas do Museu Nacional, na noite do último domingo (3), pesquisadores da instituição bicentenária puderam ter acesso pelos fundos às dependências do edifício da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Com mais de 20 milhões de peças que concentram a história da humanidade em séculos, pouca coisa se salvou. Mas o trabalho de resgate das peças só foi possível graças ao esforço de mais de 30 servidores e voluntários que entraram no Museu e arrombaram portas de gabinetes para salvar o que conseguissem. Entre as várias entradas e saídas do prédio em chamas estava o biólogo Paulo Buckup, que pesquisava há 22 anos na instituição e conseguiu recuperar parte da coleção de moluscos da fauna da América do Sul. “Eu pensei que eu podia morrer, mas [o museu] era a minha vida e a vida dos meus colegas. Aqui 'morreram as vidas' de muitos colegas. Vi funcionários apo-
sentados que vieram aqui transtornados porque não só a vida de nossos ancestrais em pesquisa foi perdida, mas a vida inteira deles foi perdida. Muitos cientistas e técnicos entraram no Museu Nacional quando eram jovens e ficaram a vida inteira”, lamentou. “São grandes heróis. Tínhamos gente aqui desde a reitoria da UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro] até funcionários aposentados que assumiram grandes riscos”, conta Buckup, que também viu voluntários e parentes de servidores. “Não faltaram braços para carregar o material para longe do fogo, o que faltou foi condição de entrar mais para dentro do prédio”. A Defesa Civil, os Bombeiros e o Museu Nacional ainda não haviam anunciado o que pode ser resgatado durante e após o incêndio. Mas alguns pesquisadores informaram que objetos como o crânio de Luzia, a mulher mais antiga das Américas, e boa parte dos esqueletos de dinossauros encontrados em fósseis no Brasil estavam guardados em compartimentos mais resistentes.
Trabalho de servidores e voluntários evitou que acervo de 20 milhões de itens se perdessem
VOCÊ SABIA
Crivella é criticado após defender reconstrução do museu incendiado » Horas depois do incêndio
que destruiu o acervo de séculos de História Universal do Museu Nacional, o Prefeito do Rio, Marcelo Crivella, fez uma declaração contraditória nas redes so-
ciais e gerou, além de revolta e indignação, alvo de piadas. Segundo Crivella, o dever nacional seria reconstruir “cada detalhe eternizado em pinturas e fotos, ainda que não seja original”.
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O Museu Nacional é a mais antiga instituição histórica do país. O local foi fundado por dom João VI, em 1818. A instituição é vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com perfil acadêmico e científico. Tem nota elevada nos institutos por reunir pesquisas diferenciadas, como esqueletos de animais pré-históricos e livros raros.
Muitos internautas, incluindo professores e pesquisadores, criticaram o prefeito da capital e disseram que ele sequer tinha conhecimento do tipo de acervo que o Museu Nacional abrigava. O prefeito falou de
obras de arte em um museu que guardava itens da história da humanidade, apontaram os críticos a Crivella. Depois da repercussão negativa, o prefeito teve que voltar à sua conta nas redes sociais para tentar esclarecer. Crivella disse que não se referia
à reconstituição de material incinerado dentro do Museu Nacional, mas à fachada e ao prédio de 200 anos da Quinta da Boa Vista. Segundo ele, o trecho de sua primeira declaração “pode ter sido interpretado equivocadamente por alguns”. Com Agência Brasil
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GERAL
RIO DE JANEIRO, 6 A 12 DE SETEMBRO DE 2018
OPINIÃO
MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND
DIFERENÇAS NO NOTICIÁRIO ENTRE FATOS NA ARGENTINA E VENEZUELA
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modelo econômico da Argentina colocado em prática pelo presidente Maurício Macri desde quando tomou posse, em dezembro de 2015, está fazendo água, mas a mídia comercial não leva isso em conta e só se
ocupa da crise no país vizinho. Fica-se sabendo, por exemplo, que o Banco Central argentino elevou a taxa de juros, que já é a maior do mundo, em 15 pontos porcentuais, na tentativa de conter a disparada do dólar, sem resultados práticos.
O noticiário sobre a Venezuela ganha espaços desproporcionais para incutir na opinião pública que o país vive um inferno
Mas em compensação o noticiário sobre a Venezuela ganha espaços desproporcionais para incutir na opinião pública que o país governado pelo Presidente Nicolas Maduro vive um inferno com a parte da população procurando os países vizinhos entre os quais o Brasil, Colômbia, Peru e Equador. Omite-se informações importantes para avaliar o que de fato acontece por lá, como, por exemplo, que empresários inescrupulosos e o governo Donald Trump estão utilizando métodos espúrios que levam ao quadro da falta de alimentos e até de remédios. Mas a mídia comercial brasileira simplesmente não divulga nada sobre isso. Não interessa ao mercado o conhecimento de tais fatos, pois se isso acontecer, boa parte dos telespectadores possivelmente formariam outro juízo sobre os acontecimentos. Isso não interessa ao governo de Michel Temer, que inclusive recentemente recebeu um emissário do governo dos Estados Unidos, que conta com um mandatário subserviente como o que ocupa neste momento o Palácio do Planalto para desencadear um esquema que poderá resultar em medida mais radical, como uma invasão militar. Outra informação ignorada é a presença no aeroporto de Manaus de aviões da Força Aérea norte-americana que podem ser acionados a partir de determinado momento para uma invasão. Quem tem boa memória deve se lembrar que nos
anos 60, os militares golpistas foram acionados para invadir a República Dominicana, exatamente porque lá se instalava um governo que desafiava os interesses dos Estados Unidos. Mas hoje os tempos são outros e o governo brasileiro atual, por mais subserviente que seja, não poderia fazer o mesmo que em 1965, quando vigorava uma ditadura empresarial militar. Hoje, para ajudar a nação norte-americana a recuperar o controle do petróleo venezuelano, o governo lesa pátria de Michel Temer precisa da colaboração da mídia comercial para ter o apoio dos brasileiros e brasileiras, objetos de manipulação midiática. Há outros tipos de omissão de informação, como o oferecimento do governo Maduro de um avião para transportar de volta, de Lima para Caracas, quem quiser retornar à Venezuela. Muitos aceitaram ao perceberem que tinham sido manipulados na perspectiva de que no exterior encontrariam condições de vida melhores do que no país em que nasceram. Quanto a Argentina, vale sempre lembrar que em um só momento se questiona o modelo neoliberal executado pelo Presidente Maurício Macri, até porque se a mídia comercial o fizesse colocaria em cheque a política econômica seguida por Michel Temer e também defendido por certos candidatos à Presidência da República, que procuram enganar se apresentando como se nada tivessem a ver com Michel Temer.
GERAL Anne Kristin Berger/ Heinrich Boll
RIO DE JANEIRO, 6 A 12 DE SETEMBRO DE 2018
O debate contou com a presença da apresentadora Bela Gil, que defende políticas públicas, como a reforma agrária
‘Atlas do Agronegócio’ é lançado no Rio com a presença de Bela Gil
Levantamento produzido pela Fundação Henrich Böll Brasi faz raio-x do setor agrícola no mundo e no Brasil EDUARDO MIRANDA
RIO DE JANEIRO (RJ)
O
que comemos é produzido por pouquíssimas empresas e esse monopólio dará a elas o poder de decidir o que iremos consumir. Esse foi o diagnóstico trazido durante o lançamento do “Atlas do Agronegócio: fatos e números sobre as corporações que controlam o que comemos”, na última terça-feira (4). O debate contou com a presença da apresentadora Bela Gil, que defende políticas públicas, como a reforma agrária. “As pessoas perderam essa noção e quando eu pergunto de onde vem a comida que elas estão comendo, muitas dizem que vem da prateleira do supermercado. A gente deveria ter mais políticas públicas na distribuição de terra para acabar com esse distanciamento”, disse a apresentadora,
que é também nutricionista. Coordenadora de projetos socioambientais da Fundação Henrich Böll e coorganizadora do Atlas do Agronegócio, Maureen Santos alertou para a concentração de conglomerados que dominam a produção de sementes, armazenamento, transporte, distribuição, fertilizantes, atacado e va-
VOCÊ SABIA
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O relatório aponta ainda que as iniciativas de manipulação nutricional vêm sendo impostas sem um debate público efetivo com setores da sociedade civil. No Brasil, as culturas biofortificadas são: abóbora, arroz, batatadoce, feijão, feijão-caupi, mandioca, milho e trigo.
rejo até que o alimento chegue ao consumidor final. “As mesmas empresas detêm diferentes marcas de produtos de higiene, limpeza, produtos alimentícios. [O Atlas] traz o debate dessa cadeia com o agronegócio brasileiro e os impactos cada vez maiores no ambiente, na geração de conflitos, na perda de direitos, na violência no campo e no que existe de resistência em relação a esse processo”. Para o agrônomo Denis Monteiro, da Articulação Nacional de Agoecologia (ANA), o avanço do agronegócio não seria possível sem a bancada ruralista que já ocupa metade do Congresso Nacional. “O agronegócio, que nem é mais agronegócio, o agro é pop, o agro é tudo, organizou um debate com os presidenciáveis em Brasília e lançou o documento ‘O futuro do agro’. O próprio nome agronegócio
está sendo rejeitado em função dos efeitos e dos seus impactos negativos que foram ocultados por eles próprios”. Maureen Santos foi questionada a respeito da influência do agronegócio sobre os três poderes. Na última segunda-feira (3), o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Kássio Marques, liberou a utilização do glifosato e de outros agrotóxicos nas plantações brasileiras. Ela citou o lobby recente no Congresso para aprovar o “Pacote do Veneno”. “A gente sabe que esse setor é extremamente poderoso e que tem sua teia de relações de poder que perpassa não só o Legislativo, como foi falado em relação à bancada ruralista, como o Executivo e o Judiciário. É um desequilíbrio de poder muito grande sobre a sociedade brasileira, e a gente viu isso com a PEC do Veneno”.
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Só 87 empresas controlam a cadeia produtiva do agronegócio » Apenas 87
corporações com sede em 30 países dominam a cadeia produtiva do agronegócio em todo o planeta. O dado integra gigantes do setor de bebidas e carnes, como por exemplo, a Coca-Cola, a AmBev, a JBS e a Unilever; mas também empresas de tecnologia como a IBM, a Microsoft e a Amazon, atraídas para a produção agrícola e o varejo de alimentos por áreas como big data (grande conjunto de manipulação de dados) e veículos inteligentes. Quatro grandes traders, empresas investidoras no mercado financeiro, controlam a importação e a exportação dos commodities agrícolas: o chamado grupo ABCD, formado pelas empresas estadunidenses Archer Daniels Midland (ADM), Bunge, Cargill e pela multinacional com sede na Holanda, Louis Dreyfus Company. Hoje, elas representam 70% do mercado mundial de commodities agrícolas. Os dados são do Atlas do Agronegócio, que está disponível gratuitamente em pdf nos sites da Boll e Rosa Luxemburgo. Rute Pina, São Paulo (SP)
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CULTURA & LAZER
JAQUELINE DEISTER
RIO DE JANEIRO (RJ)
J
á imaginou poder ir ao cinema por R$ 4 em uma das melhores salas de exibição do país? Assistir filmes brasileiros, europeus e latino-americanos que normalmente não chegam aos grandes circuitos? Os moradores da cidade de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, que apreciam a sétima arte e conhecem o Cine Arte UFF podem responder muito bem a estas perguntas. Thamires Bastos é designer e frequentadora do espaço cultural da Universidade Federal Fluminense (UFF), localizado na paia de Icaraí. Para ela, o diferencial do cinema está na programação e no preço acessível oferecido para a população. “Ele traz uma programação de qualidade porque não traz apenas os filmes dos principais cinemas, o Cine Arte UFF exibe os filmes que não encontramos com facilidade e são também premiados, como documentários e curtas. Isso fortalece a cultura dentro da cidade, além de ser um cinema com um
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SALA DE CINEMA COM PREÇO POPULAR COMEMORA 50 ANOS EM NITERÓI (RJ) Cine Arte UFF comemora aniversário com programação especial durante o mês de setembro Divulgação
Cinema tem sessões a R$ 4 nas segundas-feiras
preço baixo permitindo que mais pessoas participem deste espaço cultural”, ressalta. 50 ANOS DE HISTÓRIA A relação entre o Cine Arte UFF e a população de Niterói vai completar 50 anos no mês de setembro. A comemoração teve início nesta semana com uma homenagem ao cineasta Nelson Pereira dos Santos (1928 -2018) que junto com outros amantes da sétima arte fundou, em 1968, a sala de
exibição que deu início a uma programação independente e temática que incluía a realização de seminários e debates. Em plena ditadura civil-militar, o Cine Arte começou a construir a sua história. Porém, por conta do regime, o cinema perdeu sua característica de programação proposta inicialmente para o espaço, de um cinema mais político e interligado com outras atividades. Em 1982, quando o Brasil já caminhava na
redemocratização, o cinema retomou as atividades críticas com o professor do curso de Cinema da UFF João Luiz Vieira e seus alunos. DEMOCRATIZAÇÃO O programador do Cine Arte UFF, Paulo Máttar, há mais de 30 anos é o responsável pelo o que é exibido na sala de cinema. Ele explica que a reforma que começou em 2010 e terminou em 2014 foi fundamental para a melhoria técnica do espaço. Máttar conta ainda que o Cine Arte integra festivais internacionais e tem se firmado com um local de valorização do cinema independente. “Fazemos parceria com diversos festivais que acabam trazendo parte da programação para cá. Integramos o Varilux que é um festival de cinema bem grande. Neste ano tivemos o terceiro maior público entre os cinemas de todo o Brasil. Ele é um cinema mais eclético, mas com uma priori-
dade para o cinema independente e brasileiro”, afirma. Além da preocupação em abrir espaço para filmes que ficam de fora dos grandes circuitos de exibição, o cinema da UFF conta com uma política de preços diferenciada que busca democratizar o acesso à cultura. “Por ser um cinema de um órgão federal sempre foi proposta termos um preço bem mais acessível.Namedidaqueocinema foi ficando muito caro o Cine Arte UFF ficou marcado como um cinema de fácil acesso. E além de ter um ingresso bem mais barato, às segundas-feiras o ingresso é R$ 4 para qualquer pessoa”, explica Máttar.
SERVIÇO
Toda a programação do Cine Arte UFF, incluindo o evento especial de 50 anos do cinema, pode ser consultada pelo site www. centrodeartes.uff.br .
Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, roda de capoeira completa 45 anos JAQUELINE DEISTER
RIO DE JANEIRO (RJ)
» Ao
longo da história do Brasil as manifestações populares de matriz africana foram criminalizadas e perseguidas. A resistência teve que se fazer presente para que hoje o samba, o jongo, a capoeira e tantas outras vertentes culturais e religiosas conquistassem o seu lugar na cultura brasileira. No último final de semana, um evento celebrou os 45 anos de um símbolo cul-
tural da cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A Roda Livre de Caxias reúne capoeiristas de todas as escolas na Praça do Pacificador, no centro do município. A iniciativa começou de forma espontânea em 1973 com praticantes de capoeira de Duque de Caxias. Itamar da Silva Barbosa, conhecido como Mestre Peixe, está na capoeira desde de 1971 e foi um dos idealizadores do movimento. Ele conta que muitos outros capoeiristas, que hoje são mes-
tres, colaboraram para a criação da Roda. Segundo Mestre Peixe, a Roda Livre resistiu principalmente ao preconceito e hoje é uma marca para a capoeira do Rio de Janeiro. “Vejo a Roda Livre de Caxias com muito orgulho. Atualmente, outras gerações estão colaborando na permanência da roda, é o caso do Contra-Mestre Graffit, Treinel Sereno e outros grupos que estão somando. A Roda hoje é conhecida internacionalmente. É uma das mais antigas em existência no país”, destaca.
Divulgação
Registro da Roda Livre de Caxias na foto Meste Cobra Mansa (de amarelo) e Contra Mestre Urso
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CULTURA & LAZER
RIO DE JANEIRO, 6 A 12 DE SETEMBRO DE 2018
Rio terá novo espaço de comercialização de produtos da reforma agrária
Divulgação
Após inauguração de lojas em Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre, o Armazém do Campo atenderá também o público carioca JAQUELINE DEISTER
RIO DE JANEIRO (RJ)
A
busca por uma alimentação saudável e sem veneno tem crescido entre os brasileiros. No entanto, o Brasil permanece ocupando o posto de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Dados da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) apontam que cada pessoa consome uma média de 7,3 litros de pesticida agrícola por ano. Os números são preocupantes e mostram a urgência em implementar técnicas de plantio que reduzam o uso do agrotóxico. Os alimentos livres de veneno e agroecológicos são uma realidade nos assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O MST mostrou que é possível investir na produção em larga escala sem o uso do agrotóxico, o movimento lidera a produção de arroz orgânico na América Latina, no ano passado o MST produziu 27 mil toneladas do cereal no país. Pensando em escoar a produção dos assentamentos e democratizar o acesso da população aos alimentos orgânicos, o movimento, que já realiza feiras urbanas, começou a investir em estabelecimentos de comercialização nos grandes centros,
Além da venda dos produtos produzidos nos assentamentos, o Armazém do Campo RJ contará também com atividades culturais semanais
os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são alguns exemplos. No próximo sábado (15), chegou a vez do Rio de Janeiro. O movimento inaugura o Armazém do Campo RJ. A iniciativa, junto com o espaço de comercialização Terra Crioula e o Raízes do Brasil, é mais uma opção de comida saudável para os cariocas. Ângela Bernardino compõe a equipe de coordenação do Armazém. Ela explica que o objetivo do espaço é valorizar a cultura camponesa e escoar os alimentos da reforma agrária. “Nós temos mais de cem cooperativas em nossos assentamentos que produzem esses alimentos. A proposta é escoar os produtos, porque o MST produzia e vendia para o mercado tradicional, agora temos um espaço fixo. Aqui
comercializaremos alimentos dos nossos assentamentos da Baixada Fluminense, Região dos Lagos e a prioridade são dos assentamentos do MST, da reforma agrária, da agricultura familiar, quilombolas, ribeirinhos”, destaca. CULTURA Além da comercialização de produtos da reforma agrária, o Armazém do Campo RJ contará também com atividades culturais semanais e espaço para palestra. Maria Souto, da Primavera das Mulheres, ressalta que o espaço será importante para o fortalecimento da cultura local. “O Armazém do Campo será importante para a divulgação do trabalho do MST e também para tecer redes e encontros com outros movimentos sociais e culturais da cidade”, afirma.
SERVIÇO
A inauguração do Armazém do Campo RJ acontece no próximo sábado (15), a partir das 10h. O espaço fica na
rua Mem de Sá, 135, na Lapa. Mais informações na página do Facebook Armazém do Campo RJ e pelo Instagram @armazemdocampo.rio.
10 CULTURA & LAZER
RIO DE JANEIRO, 6 A 12 DE SETEMBRO DE 2018
Divulgação
PALAVRAS CRUZADAS
DICAS MASTIGADAS
CARNE DE LATA COM MEL E PIMENTA DE CHEIRO
www.coquetel.com.br
Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e horizontais, nem nos quadrados menores (3x3).
Ingredientes: 1kg de carne de porco Pimenta malagueta a gosto Pimenta de cheiro a gosto 1 cabeça de alho Sal a gosto 2 colheres de mel 1 limão
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© Revistas COQUETEL
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Modo de preparo:
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1. Tempere a carne com alho, sal, pimenta e limão.
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2. Misture os ingredientes com a carne para o tempero entrar bem. Depois, deixe reservado por, pelo menos, duas horas. 3. Em uma panela, coloque a carne deixando cozinhar e fritar por cerca de uma hora em fogo baixo (a carne deve perder toda a água para poder conservar).
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4. A carne já está pronta. Para guardar a conserva coloque-a em um recipiente e complete com a banha.
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Solução
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Mesmo com campanha mais popular da história da ABL, Conceição Evaristo não é escolhida
Julia Dolce
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escritora Conceição Evaristo teve apenas um voto na eleição para para ocupar a cadeira número 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Normalmente acompanhada com indiferença pelo público, esta eleição gerou atenção justamente por causa de uma campanha na internet a favor de Evaristo, com mais de 40 mil assinaturas. O pedido dos apoiadores era que a autora de "Ponciá Vicêncio" fosse a primeira mulher negra a se tornar uma imortal da ABL. À exceção de Domício Proença Filho, a academia é composta majoritariamente por brancos. O cineasta Cacá Diegues foi eleito para ocupar a cadeira número 7. Ele recebeu 22 dos 35 votos, e o colecionador de manuscritos e pesquisador Pedro Corrêa do Lago, 11.
TIRINHA | André Dahmer http://www.andredahmer.com.br/
ESPORTES
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Ronaldinho Gaúcho diz que Messi é o 'melhor da história' Brasileiro ainda disse preferir o estilo do argentino ao de CR7
Divulgação Barcelona
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ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, um dos maiores ídolos do Barcelona, afirmou no último domingo (2) que o craque argentino Lionel Messi é o "melhor da história". Segundo o brasileiro, nenhum jogador conseguiu realizar os feitos de Messi. Ele ainda afirmou que o argentino deveria jogar por "mais 20 anos". "Messi é o maior da história, sem dúvidas, ninguém fez o que ele fez, eu espero que ele jogue mais 20 anos. Aqueles que amam futebol gostariam de vê-lo por muito tempo no Barça. Quando ele sair, ninguém vai estar apto a
Além de Messi, Ronaldinho também fez elogios ao brasileiro Philippe Coutinho
usar a camisa 10", disse Ronaldinho ao jornal catalão "Sport". O ex-jogador ainda comentou sobre a rivalidade entre Messi e Cristiano Ronaldo, afirmando que "não
importa qual é o mais completo". O brasileiro declarou que ambos "têm tudo", mas que "gosta mais do estilo" do camisa 10 do Barcelona. Ronaldinho Gaúcho também elo-
giou seu compatriota Philippe Coutinho, dizendo que ele pode se tornar um dos melhores jogadores do mundo. Além disso, revelou que o meia "é a chave" para o Barça voltar ao topo do futebol europeu. Com a camisa do time catalão, Ronaldinho anotou 108 gols em 249 partidas, conquistando também uma Liga dos Campeões (2004/05) e dois Campeonatos Espanhóis (2004/05 e 2005/06). Seus feitos o fizeram ser reconhecido como um dos grandes ídolos do clube blaugrana. O Barcelona de Messi e Coutinho começou muito bem o Campeonato Espanhol e lidera o torneio com nove pontos em três rodadas. Na sua última partida, o Barça derrotou por 8 a 2 o recém-promovido Huesca. (ANSA)
NIKE FAZ CAMPANHA COM JOGADOR BOICOTADO POR DENUNCIAR RACISMO NOS EUA » Ao comemorar 30 anos do slogan
“Just do it”, a Nike chamou para estrelar a campanha o jogador de futebol americano Colin Kaepernick. Desde 2016 o jogador não tem contrato com nenhum clube. Na época, ele se ajoelhou durante a execução do hino dos Estados Unidos. “Não vou me levantar e mostrar orgulho pela bandeira de um país que oprime o povo negro e as pessoas de cor”, declarou o quarterback ao fazer o gesto. Em setembro passado, o presidente Donald Trump de-
fendeu em tuítes que jogadores da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL, na sigla em inglês) fossem demitidos ou suspensos caso não ficassem de pé durante o hino. A ação da Nike foi elogiada, mas também criticada nas redes sociais e uma hashtag sobre boicote à marca apareceu entre os assuntos mais comentados na internet. As ações da empresa chegaram a despencar no mercado financeiro. Colin Kaepernick comentou: “Acredite em algo, mesmo que isso signifique sacrificar tudo”.
Reprodução
Desde 2016, o jogador não tem contrato com nenhum clube após se manifestar contra o racismo Gage Skidmore
FRASE DA SEMANA A perseguição aos corpos das mulheres deve terminar. As críticas sobre o que a Serena Willliams usa para trabalhar são verdadeiramente uma falta de respeito”
Billie Jean King, uma das melhores tenistas de todos os tempos. A fala foi uma crítica a declarações do presidente da Federação Francesa de Tênis, de que não aceitaria mais o macacão utilizado por Serena em Roland Garros.
12 ESPORTES PAPO ESPORTIVO
FUTEBOL ELITIZADO
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uem acompanha o velho e rude esporte bretão há algum tempo já deve ter se deparado com uma discussão que tomou conta das mesas redondas. As chamadas “arenas” tomaram conta do futebol mundial num projeto que visa algo muito mais próximo de uma “linha de show” do que a essência do esporte. Esse processo todo também acontece na Europa. O exemplo do Borussia Dortmund, da Alemanha, que destina área generosa do Signal Iduna Park (o maior estádio da Alemanha em capacidade) para que os torcedores tenham acesso a preços populares e possam a assistir às partidas de pé. Dificilmente vemos um jogo do Borussia com público pequeno. Falando nisso, como esquecer da famosa geral? Aquele espaço que ficava atrás do fosso do antigo Maracanã e que trazia o torcedor na sua essência faz muita falta. É por isso que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) vai votar novamente um projeto de lei que tem por objetivo autorizar as obras no estádio visando a criação de setores “nos moldes da antiga geral”. O projeto é de autoria da deputada Zeidan (PT), com coautoria do deputado André Ceciliano (PT).
LUIZ FERREIRA
FUTEBOL PARA TODOS
Tomaz Silva / Agencia Brasil
BRASILEIRÃO 23ª RODADA
BAH
2 x 0 SPO
QUA 05/09/2018 FONTE NOVA 19:30
BOT
1 x 1 CRU
QUA 05/09/2018 ENGENHÃO 19:30
CEA
2 x 1 COR
QUA 05/09/2018 CASTELÃO (CE) 20:00
PAR
1 x 1 CHA
QUA 05/09/2018 DURIVAL BRITTO 21:00
PAL
2 x 0 CAP
QUA 05/09/2018 ARENA PALMEIRAS 21:00
Projeto de lei propõe a volta da geral do Maracanã
Fala-se tanto em elitização e gestão profissional. Mas o velho e rude esporte bretão não pode abrir mão daquele que sempre esteve com ele na saúde e na doença, na alegria e na tristeza: o torcedor. E se os dirigentes de clubes e donos de arenas quiserem que ele volte a frequentar estádios, eles precisam pensar em formas de trazê-lo de volta.
VASCO PRECISA MUDAR DE POSTURA
»O técnico Alberto Valentim está coberto de razão. O Vasco precisa mudar de postura pra ontem se quiser se livrar
do rebaixamento. O time não é tão ruim como alguns fazem questão de frisar. Mas para que isso aconteça, o treinador cruzmaltino precisa seguir a receita do interino Valdir Bigode: reforçar o sistema defensivo. Nas duas partidas em que Valentim resolveu soltar mais sua equipe, o Vasco acabou sendo facilmente envolvido.
FLUMINENSE TEM PROBLEMAS FORA DO CAMPO
»A cobrança pública do volante Richard mostra bem a situação do Fluminense. Dois meses de salários atrasados
de jogadores e funcionários e nenhuma perspectiva de melhora. A diretoria se faz de desentendida e tenta fazer com que as atenções estejam focadas no jogo contra o Vitória. Mas como se concentrar apenas no campo e bola com tanto caos nos bastidores? Até quando vamos ver nossos dirigentes tratando os clubes como se fossem o banheiro da casa deles?
BOTAFOGO ESBARRA NA TRAVE E NO GOLEIRO FÁBIO
»Os comandados de Zé Ricardo não fizeram uma partida ruim diante do Cruzeiro. Mas sabe aqueles dias em que nada dá certo? O Botafogo tentou, só que o time acabou esbarrando na trave e na grande atuação do goleiro Fábio. A grande verdade, amigos, é que o Glorioso precisa jogar ainda mais futebol se quiser se livrar da zona do rebaixamento. E é bom abrir o olho. O Brasileirão está afunilando e cada jogo é uma final. DESTA VEZ O FLAMENGO CAIU DE CARA MESMO
»Me permitam corrigir uma incoerência. Disse eu na edição passada que o Flamengo tinha caído de pé. Eu estava errado. É inadmissível que um time como esse demore tanto para balançar as redes mesmo com tanta posse de bola. A derrota para o Internacional mostrou um time sem ideias e sem recursos. E a diretoria rubro-negra segue fingindo que está tudo bem. “Vamos levando”, devem pensar eles. Enquanto isso, o Fla vai caindo na tabela do Brasileirão...
CAM
1 x 0 SAO
QUA 05/09/2018 INDEPENDÊNCIA 21:45
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2 x 1 FLA
QUA 05/09/2018 BEIRA-RIO 21:45
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VAS
QUI 06/09/2018 MARACANÃ 19:00
SAN
QUI 06/09/2018 PACAEMBU 19:00
AME
QUI 06/09/2018 INDEPENDÊNCIA 20:00 TABELA CLASSIFICAÇÃO P 1 Internacional 46 2 São Paulo 46 3 Palmeiras 43 4 Flamengo 41 5 Grêmio 40 6 Atlético-MG 38 7 Cruzeiro 32 8 Corinthians 30 9 Bahia 28 10 Santos 27 11 Atlético-PR 27 12 Fluminense 27 26 13 América-MG 26 14 Botafogo 25 15 Vitória 24 16 Vasco 23 17 Sport 23 18 Ceará 22 19 Chapecoense 16 20 Paraná
V 23 23 23 23 22 23 23 23 23 21 22 22 22 23 22 21 23 23 22 23
J 13 13 12 12 11 11 8 8 7 7 7 7 7 6 7 6 6 5 4 3
SG 17 16 19 13 18 10 0 5 -4 3 3 -5 -5 -11 -18 -7 -16 -10 -10 -18