RIO DE JANEIRO
27 de setembro a 3 de outubro de 2018
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Ano 6 | edição 284
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Bruna Marquezine e outros famosos aderiram à campanha #EleNão nas redes.
MILHARES SE MANIFESTAM CONTRA BOLSONARO Mobilização contra candidato à Presidência movimenta milhares na internet, ganha apoio de artistas e chega às ruas neste sábado (29), com diversos protestos marcados em todo o país. GERAL, PÁGS 4 e 5. Ricardo Stuckert
CBF
HADDAD AVANÇA NAS PESQUISAS
MARTA É ELEITA A MELHOR DO MUNDO Jogadora ganha mais um título e quebra recorde de Cristiano Ronaldo. ESPORTES, PÁG 12.
ENTREGA DO PETRÓLEO A EMPRESAS ESTRANGEIRAS TERÁ IMPACTO A LONGO PRAZO Somente a quebra do regime de cessão onerosa pode causar perda de R$ 500 bi aos cofres públicos. Saiba mais na reportagem do Brasil de Fato. GERAL, PÁG 3. Levantamento do Ibope aponta vitória de candidato no segundo turno. GERAL, PÁG 2.
VOCÊ CONHECE O SEU CANDIDATO? Saiba quem são os deputados do Rio que votaram por medidas que prejudicam a população. GERAL, PÁG 7.
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GERAL
RIO DE JANEIRO, 27 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO DE 2018 Ricardo Stuckert
Movimentos populares apresentam propostas aos candidatos do estado do Rio REDAÇÃO
RIO DE JANEIRO (RJ)
HADDAD SOBE E BOLSONARO CAI, APONTA IBOPE REDAÇÃO
SÃO PAULO (SP)
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pesquisa divulgada pelo Ibope na última quarta-feira (26) aponta, pela primeira vez, a queda de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial. O candidato da extrema-direita caiu para 27% de intenção de voto, em relação ao levantamento anterior, enquanto o vice-líder Fernando Haddad (PT) saltou três pontos percentuais e diminuiu a seis a diferença para o primeiro colocado, como
aponta pesquisa divulgada na segunda-feira (24). Ciro Gomes (PDT) segue em terceiro lugar com 12%, mesmo resultado das últimas duas pesquisas. Geraldo Alckmin (PSDB) é o quarto colocado com 8%, dois pontos percentuais à frente de Marina Silva (Rede). Completam a lista os presidenciáveis João Amoêdo (Novo), com 3%, Álvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), com 2% cada, e Guilherme Boulos (PSOL), com 1% das in-
»Na última segunda-feira (24), movimentos populares e centrais sindicais apresentaram propostas para as áreas da juventude, energia e trabalho aos candidatos ao governo do Rio de Janeiro Márcia Tiburi (PT) e o vice Leonardo Giordano (PCdoB). Foram elaborados quatro documentos com os programas dos movimentos populares da Via Campesina e das centrais sindicais que incidem sobre os temas ligados aos trabalhadores urbanos e do campo, a juventude e a Plataforma Camponesa e Operária focada na questão energética e de soberania popular.
“Nós defendemos medidas para que o Rio de Janeiro reconquiste seu prestígio e protagonismo nacional, no desenvolvimento e na produção de energia”, explicou Leonardo Maggi, coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB). Participaram da iniciativa a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra(MST),oMovimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Levante Popular da Juventude (Levante), a juventude do PT (JPT), a União da Juventude Socialista (UJS), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), entre outras organizações.
tenções de voto. Os demais candidatos não atingiram 1% ou não foram citados. REJEIÇÃO Bolsonaro é o candidato com maior rejeição e também foi quem apresentou maior crescimento nesse quesito. O líder do PSL tem 44% de rejeição contra 27% de Haddad. Nas simulações de um provável segundo turno, o petista vence a disputa por 42% a 38%. A última pesquisa, de 24 de setembro, já apontava vitória de Haddad.
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CONSELHO EDITORIAL Alexania Rossato, Antonio Neiva (in memoriam), Carolina Dias, Joaquín Piñero, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam) | EDIÇÃO Mariana Pitasse | SUBEDIÇÃO Eduardo Miranda | ADMINISTRAÇÃO Angela Bernardino | DISTRIBUIÇÃO Carolina Dias | REDAÇÃO Flora Castro, Luiz Ferreira, Jaqueline Deister e Raquel Júnia.
GERAL
RIO DE JANEIRO, 27 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO DE 2018
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Entrega do petróleo a empresas estrangeiras terá impacto a longo prazo, avalia especialista Segundo William Nozaki, somente a quebra do regime de cessão onerosa pode causar perda de R$ 500 bi aos cofres públicos Divulgação
JAQUELINE DEISTER
VOCÊ SABIA
RIO DE JANEIRO (RJ)
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m junho deste ano, mais uma medida que compromete a Petrobras foi aprovada. A Câmara dos Deputados votou por 217 votos a 57, a proposta que permite a petroleira transferir para empresas estrangeiras até 70% do seu regime de exploração de áreas do pré-sal que estava sob o regime de cessão onerosa, ou seja, um modelo de organização instituído em 2010 que protegia a exploração e produção do petróleo nacional do mercado internacional. O diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás e Biocombustíveis (Ineep), Willian Nozaki, explica que a cessão onerosa foi uma forma encontrada para garantir que a União tivesse prioridade na utilização dos recursos do pré-sal e a Petrobras se mantivesse como a principal operadora das
OPINIÃO
O regime de cessão onerosa foi instituído em 2010 para proteger a exploração e produção nacional de petróleo
reservas petrolíferas. “Primeiro, o país perde a possibilidade de usar a sua renda petroleira para financiar desenvolvimento nacional e, junto com isso, abre mão
RODRIGO LEÃO*
Nos últimos doze meses, o preço da gasolina cresceu quase 15% e o do óleo diesel mais de 6%. Esse crescimento veio acompanhado de uma maior volatilidade do preço, isto é, as variações ocorreram continuamente até diariamente. Isso foi fruto de uma política adotada pela gestão da Petrobras em que os preços dos derivados na refinaria passaram a ser reajustados, quase que dia-
de um recurso natural estratégico que colocou o Brasil no hall dos principais países produtores e exportadores de petróleo ao longo dos últimos anos”, destaca Nozaki.
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Especialistas acreditam que mesmo com a entrada de um governo progressista em 2019 que reveja as medidas de desmonte implementadas no período Temer, será necessário, no mínimo, 10 anos para a Petrobras retornar ao crescimento que tinha no início do pré-sal. Por sua vez, a União alega que a abertura pode melhorar a competitividade do mercado petrolífero e gerar mais arrecadação de royalties para os municípios. Dados da Confedera-
ção Nacional dos Municípios (CNM) apontam que com a flexibilização do setor de óleo e gás, os ganhos dos municípios devem quadruplicar. Apesar do aumento no ganho dos royalties aparecer, em um primeiro momento, como um indicativo positivo para a economia de estados e municípios, estudos indicam que a longo prazo esta mudança não será eficiente. Estimativas apontam que para os cofres públicos as perdas causadas com o fim da cessão onerosa podem chegar a R$ 500 bilhões. “Acelerar o processo de exploração e produção com uma lógica concorrencial a partir do desmonte do regime de cessão onerosa pode significar o aumento de royalties a curto prazo, mas a médio e longo prazo vai significar o encolhimento dramático desses recursos financeiros para estados e municípios onde as bacias estão concentradas”, afirma o diretor técnico.
Preços de combustíveis e o papel estratégico da Petrobras
riamente, considerando o preço internacional do petróleo, a taxa de câmbio e alguns custos logísticos. Num cenário de forte crescimento do preço internacional do petróleo, os preços domésticos sofreram seguidas variações. Além de onerar a população em geral, a nova dinâmica do preço desorganizou a estrutura de custos de vários setores da economia, como o de trans-
portes e alimentos. Numa situação em que uma transportadora fará uma viagem do Rio Grande do Sul até Sergipe, por exemplo, essa dinâmica inviabiliza qualquer previsão de custo do frete no que se refere aos combustíveis. Em um país com um amplo parque de refino e autossuficiência em reservas de petróleo cru, seria possível que os reajustes fossem mais suaves. Ou seja, os preços poderiam
variar nesse intervalo sem gerar prejuízos à Petrobras e, ao mesmo tempo, internalizar a volatilidade dos preços internacionais. Por conta do custo de oportunidade, não seria inviável manter o preço doméstico desassociado ao internacional, no entanto, ele não precisaria passar por reajustes contínuos. Já um país dependente de petróleo e sem um parque de refino, ficaria refém das
importações de combustíveis e do preço internacional. Esse é um exemplo cabal do porquê a Petrobras, enquanto empresa estatal, é estratégica para o Brasil. * Rodrigo Leão é diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (INEEP) e pesquisador visitante do NEC-UFBA
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GERAL
RIO DE JANEIRO, 27 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO DE 2018
Administradora de página do Facebook contrária a Bolsonaro é agredida no Rio
Fernando Frazão
A agressão física aconteceu uma semana depois de um ataque virtual às organizadoras do grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” EDUARDO MIRANDA
RIO DE JANEIRO (RJ)
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ma das administradoras do grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” no Facebook, foi agredida com socos e coronhadas por três homens na última segunda-feira (24), no Rio de Janeiro. Identificada apenas como Maria por motivos de segurança, ela foi atendida em um hospital da Ilha do Governador e o caso foi registrado na 37ª Delegacia de Polícia da região. Nas redes sociais, Maria se manifestou, dizendo que estava sem condições emocionais para tratar do assunto publicamente, mas que a luta continua. “Estou muito abalada, mas bem na medida do possível. Gostaria de responder a todos, mas infelizmente estou sem condições emocionais. A luta continuará e não será em vão”. Maria trabalha na campanha do candidato Sérgio Ri-
cardo Verde (Psol) à Câmara dos Deputados. Sérgio Verde informou que no último domingo (23), durante uma panfletagem de campanha nas ruas, um homem pegou o panfleto da mão dela, amassou o papel e fez sinal de arma na direção da administradora da página. Na página pessoal de Maria Tuca, pessoas se manifestaram nos comentários em apoio à ativista, enquanto alguns eleitores de Jair Bolsonaro, candidato pelo à Presidência da República, se mostraram favoráveis à agressão física. Em nota, o Psol afirma que repudia a agressão covarde e exige das autoridades apuração e punição imediata contra os autores do ato: “Nos colocamos ao lado dos que defendem uma eleição livre de agressões físicas e violência. Temos certeza de que as mulheres não se intimidarão com mais agressão e farão do dia 29 um marco histórico”.
ATAQUE NAS REDES Uma semana antes de Maria ser agredida, no sábado (15), as integrantes do grupo "Mulheres unidas contra Bolsonaro" sofreram um ataque virtual de hackers, que mudaram o nome do grupo do Facebook para que ficasse favorável ao candidato. A
página voltou a funcionar no domingo seguinte e, segundo informações do Facebook, as administradoras vêm tomando as medidas necessárias para denunciar como crime cibernético. Conforme informações divulgadas na imprensa,
as administradoras haviam recebido ameaças em suas contas no WhatsApp. Os invasores exigiram que o grupo fosse extinto e tentaram intimidar as responsáveis ameaçando divulgar seus dados pessoais como CPF e RG.
EX-MULHER DE BOLSONARO DIZ QUE FOI AMEAÇADA DE MORTE POR CANDIDATO Em meio ao noticiário sobre as agressões física e virtual, se tornou pública a informação de que a ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle relatou ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil que sofreu ameaça de morte por parte do candidato do
PSL à Presidência em 2011. A informação foi dada por Ana ao Itamaraty, já que ela precisou deixar o país por conta das ameaças. A informação a qual o jornal “Folha de S.Paulo” teve acesso está em um telegrama reservado
arquivado no Ministério das Relações Exteriores. Na época, Bolsonaro e Ana Cristina brigavam na justiça pelo guarda do filho, então com 12 anos de idade e ele acusava a ex-mulher de querer fugir com o adolescente para fora do país.
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#ELENÃO: MULHERES ORGANIZAM MANIFESTAÇÕES CONTRA BOLSONARO EM TODO O PAÍS Ações acontecem no sábado (29) em, pelo menos, 19 capitais brasileiras
Manifestações no Rio de Janeiro »Na cidade do Rio de Janeiro, a mani-
festação vai acontecer no sábado (29), a partir das 15h, na Cinelândia. Além da capital, as mobilizações estão agendadas na mesma data em todo o estado em cidades como São Gonçalo, às 13h, Campos, às 15h, Macaé, às 13h, Petrópolis, às 17h, Três Rios, às 14h, Niterói, às 14h, Seropédica, às 12h, Angra dos Reis, às 14h, e Volta Redonda, às 15h. Todos nas praças centrais das cidades.
REDAÇÃO
RIO DE JANEIRO (RJ)
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xatamente uma semana antes das eleições, mulheres de todo o país sairão às ruas para denunciar o fascismo e o conservadorismo, representados na candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República. A manifestação, que foi chamada de “Mulheres contra Bolsonaro”, acontece no sábado (29) em, pelo menos, 19 capitais brasileiras. A articulação das mulheres ganhou força após um grupo criado nas redes sociais que já reúne mais de 2,5 milhões de participantes. Ao contrário do que muitos
pensam, os perfis da maioria das mulheres que fazem parte desta mobilização, via internet, não são de militantes e sim de mulheres preocupadas com a possível eleição de Jair Bolsonaro. “O Bolsonaro deprecia as mulheres, coloca as mulheres como seres inúteis, seres reprodutores apenas e
com extrema violência, que é um elemento muito importante, porque a violência é um mecanismo para controlar o corpo, a vida, e colocar em um lugar de subordinação. Ele utiliza da violência contra as mulheres explicitamente”, avalia Sônia Coelho, integrante da Sempreviva Organiza-
ção Feminista (SOF) e também da Marcha Mundial de Mulheres (MMM). Como lembra Sônia, a trajetória do candidato do PSL é marcada por discursos de ódio contra negros, indígenas, quilombolas, população LGBT e grupos de esquerda. Ele chegou a dizer à deputada Maria do Rosário (PT),
Bruna Marquezine e outros artistas aderem à campanha #EleNão » Diversos famosos aderiram à cam-
panha “Ele Não” e tornaram público que são contrários ao candidato do PSL à presidência Jair Bolsonaro. A atriz Bruna Marquezine foi uma das que compartilhou em suas redes a manifestação. Após posicionar-se contra Bolsonaro, Marquezine precisou bloquear os comentários no Instagram. Isso porque diversos apoiadores do candidato à presidência pelo PSL começaram a
atacá-la pelas redes sociais. Além da atriz, outras artistas como Anitta, Preta Gil, Ivete Sangalo, Cláudia Leite, Sasha, Letícia Colin, Camila Pitanga também tornaram público nas redes sociais o posicionamento contrário à Bolsonaro. MANIFESTO Outras mais de 300 personalidades, intelectuais, cientistas e empresários brasileiros assinaram
um manifesto contra Jair Bolsonaro nesta semana. No texto, eles denunciam que o político representa "uma clara ameaça". Entre os principais nomes que apoiam o manifesto estão os dos cantores Chico Buarque e Gilberto Gil; Maria Alice Setúbal, educadora e acionista do Itaú Unibanco; de Caetano Veloso e Paula Lavigne e do médico Drauzio Varella.
em 2014, que não a estupraria porque ela não merecia. Além disso, afirmou que sua filha foi fruto de uma “fraquejada”, pois já tinha quatro filhos homens. Em 2011, Bolsonaro disse em entrevista que não corria o risco de seus filhos se apaixonarem por uma negra porque eles eram “bem-educados”.
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GERAL
RIO DE JANEIRO, 27 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO DE 2018
Responsável pelo plano econômico de Bolsonaro defende aumento de impostos para mais pobres O economista Paulo Guedes planeja que desconto do Imposto de Renda passe a ser de 20% do salário para todos
LU SUDRÉ
SÃO PAULO (SP)
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esponsável pelo plano econômico da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, o economista Paulo Guedes tem antecipado propostas tributárias que prejudicariam ainda mais a população pobre do país. Na última semana, o economista anunciou a intenção de aumentar a alíquota do Imposto de Renda (IR), criando uma taxa única de 20% para pessoas físicas e jurídicas. O sistema tributário atual é dividido em faixas, com isenção de IR para aqueles que recebem até R$ 1.903,98, e com cobrança progressiva para quem recebe até R$ 4.664.68. Por exemplo: A alíquota para aqueles que possuem renda entre R$ 1.903,99 e R$ 2.826,65 é de 7,5%. Já para quem ganha entre R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05, é de 15%. Para aqueles que recebem de R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68, a taxa é de 22,5%. Para quem ganha acima desse valor, a alíquota é de 27,5%. No entanto, com a sugestão feita pelo "guru econômico" do candidato do PSL, todas as faixas passariam a pagar 20% na alíquota do imposto de renda, ou seja, quem ganha dois salários mínimos pagaria valor proporcionalmente igual àqueles que ganham 30 salários mínimos. Ou seja, todos pagariam quase um quarto dos salários por mês em imposto. Como a medida proposta inclui pessoas físicas e jurídicas, empresas que atualmente pagariam uma alíquota de 27,5% também seriam beneficiadas com a taxa única.
POBRES PAGAM MAIS Floriano Martins de Sá Neto, presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), explica que o imposto de renda no Brasil oferta progressividade para quem ganha até 40 salários mínimos, mas, acima disso, se torna regressivo. Por conta deste modelo, quem recebe mais, paga menos impostos. Essa política seria ainda mais fortalecida com a medida proposta pelo economista responsável pelos assuntos econômicos do plano de governo de Bolsonaro. “Uma alíquota de 20% para todo mundo é muito injusta. Para os assalariados, que vão pagar muito, e é injusta, do ponto de vista da equidade, para quem ganha muito, que vai pagar muito pouco. É uma proposta completamente desalinhada aos padrões dos países desenvolvidos”, ressalta Gil. Na avaliação de Paulani, a aproximação de Paulo Guedes e Bolsonaro se deu por uma movimentação estratégica do mercado, para que o programa econômico do candidato que está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto estivesse alinhado com seus interesses. ”Paulo Guedes não é neoliberal, ele é de um neoliberalismo delirante. É o mínimo que se pode dizer. O programa econômico do Bolsonaro não existe, é um programa para simplesmente dar todo poder ao mercado, privatizar o que estiver na frente e fim. É um governo Temer exacerbado”, alerta a economista, para quem o impasse causado pela declaração de Guedes apresenta inconsistências no plano de governo do candidato.
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VEJA ALGUNS DOS DEPUTADOS QUE VOTAM CONTRA A POPULAÇÃO E OS TRABALHADORES Na lista, estão medidas que definiram o corte dos investimentos públicos, a reforma trabalhista e a entrega do pré-sal
“Apesar de serem muitos partidos em um Congresso fragmentado, eles representam um mesmo projeto político, que não seria de um centro ideologicamente concebido, mas o de uma direita que quer reduzir o papel do Estado e considerar as desigualdades como naturais”, destaca. Analista que acompanha há anos as sucessões de legislaturas do Congresso Nacional, Antônio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), afirma que não é coincidência que os parlamentares que votaram a favor das três medidas sejam os mesmos que aprovaram o impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
EDUARDO MIRANDA
RIO DE JANEIRO (RJ)
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esde que Michel Temer assumiu a Presidência da República, em 2016, o governo conseguiu aprovar com o apoio da Câmara dos Deputados uma série de medidas impopulares que prejudicam as condições de vida do trabalhador e os serviços básicos a que a população tem direito, assim como afetam a soberania política e econômica do país. Além da votação quase majoritária dos deputados do PMDB, quem também acompanhou o partido de Temer nas três votações foram políticos do PSDB. A aprovação da lei que limitou investimentos públicos em saúde e educação, a reforma que precariza direitos do trabalhador e a entrega do pré-sal às empresas estrangeiras também teve grande apoio de partidos do “centrão”, formado pelo PR, PRB, PP, DEM. Partidos que apoiam a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) também foram contra direitos da população. O próprio candidato, que é deputado federal pelo Rio de Janeiro, votou a favor de cortes para
Partidos que apoiam a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), e o próprio candidato, foram contra direitos da população
a saúde e a educação, pela entrega do pré-sal e por tornar mais difícil a vida da população a partir da reforma trabalhista.
CENTRÃO Para Talita Tanscheit, doutoranda em Ciência Política da Universidade do Estado do Rio de Janei-
ro (UERJ), ao contrário do que pode parecer, a ideia de “centrão” no Brasil não tem relação com partidos mais moderados.
“São os mesmos que votaram pelo afastamento de Dilma e são os mesmos que estão a serviço do mercado e atuando de costas para a população, porque tiram os direitos do trabalhador, restringem a melhora dos serviços públicos e ainda entregam o patrimônio do Brasil para os estrangeiros. O eleitor precisa verificar essas listas de votação para saber quem defende os interesses da população”, avalia o analista do Diap.
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CULTURA & LAZER ENTREVISTA
RIO DE JANEIRO, 27 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO DE 2018
SÉRGIO BORGES, DIRETOR DO SINDICATO DOS PETROLEIROS DO NORTE FLUMINENSE Divulgação
ESTAMOS PAGANDO O PREÇO POR TER ELEGIDO UM DOS PIORES CONGRESSOS DA NOSSA HISTÓRIA”, diz Sérgio Borges JAQUELINE DEISTER
RIO DE JANEIRO (RJ)
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corrida eleitoral está a todo o vapor. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 8.595 candidatos disputam as 513 vagas para deputados federais e 358 concorrem as 54 cadeiras do Senado. A vasta opção de candidaturas deixa, muita das vezes, os eleitores em dúvida sobre quem votar. O Brasil de Fato conversou com Sérgio Borges, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) sobre a disputa eleitoral de 2018. Borges atua em um dos setores mais afetados pela política econômica do atual governo, a cadeia do petróleo. Para o petroleiro, é fundamental que os eleitores analisem os candidatos pelo seu histórico, área de atuação e os posicionamentos que defendem para o país. Brasil de Fato: Diante do último Congresso eleito, considerado o mais conservador desde a Ditadura Militar, como o senhor vê as candidaturas lançadas por movimentos sociais e sindicais para o legislativo? Sérgio Borges: São candidaturas mais do que necessárias. Viemos desse quadro muito ruim da última eleição, que foi resultado de toda uma construção de uma política de ódio divulgada através da grande mídia em que utilizaram a desculpa do combate à corrupção para criminalizar os partidos
de esquerda em especial o PT [Partido dos Trabalhadores]. Um cenário que elegeu esse Congresso mais conservador, exigiu que todos os movimentos sociais e organizações progressistas, junto com os partidos de esquerda se colocassem à disposição para fazer este enfrentamento, disputando a sociedade e encarando a mídia golpista e oferecendo uma alternativa de governo que não seja a barbárie que está sendo colocada pelo outro lado que é representada pelo Bolsonaro. A lei da partilha que foi alterada em 2016 e retirou a obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única na exploração de petróleo e gás natural no Brasil. O senhor acredita que com a renovação do quadro político do país será possível reverter isso? Independente do resultado das eleições tenho a convicção de que a Petrobras e o pré-sal foram os objetivos principais do golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma, e, como consequência, implantou uma política de preços de combustível que hoje impacta grande parte da população com preços muito fora da realidade brasileira. As grandes petroleiras que estão de olho na privatização da Petrobras hoje cobram do governo Temer que implementem essa política para facilitar a importação de petróleo e a entrada de empresas internacionais. Nesses dois anos de golpe, tivemos mais de 200% de reajuste nos preços dos combustíveis. Isso porque
Para Borges, o cenário político exige que trabalhadores se posicionem para lutar pelas suas pautas
a Petrobras resolveu parear o preço nacional com a variação do barril de petróleo internacional e com o dólar, o que é danoso. A nossa bancada eleita terá um trabalho no sentido de convencer a sociedade sobre a importância da Petrobras, de lutar pelo petróleo brasileiro e da influência que toda a indústria do petróleo traz para a cadeia econômica do país.
tá em alta pelos recordes de violência. O posicionamento deles também sobre as reformas que estão tramitando no Congresso e as já aprovadas durante o governo de Temer é fundamental.
Para o senhor, quais são os principais quesitos para se levar em consideração na escolha de um deputado federal e senador?
Primeiro o (a) candidato (a) precisa entender que a Petrobras precisa ser uma empresa pública, 100% brasileira e que o pré-sal, que é a principal riqueza que o país hoje tem, deve ser explorado pela Petrobras e todos os seus recursos têm que ser convertidos em benefício da população. Utilizar a Petrobras como mola indutora do desenvolvimento nacional é um bom início. Segundo, ele (ela) precisa entender toda a matriz energética, como que essa matriz afeta a economia e qual o posicionamento dele (a) sobre a estatização ou privatização das empresas deste setor. E, terceiro, o (a) candidato (a) deve defender a política de conteúdo local, que é uma política criada no governo do presidente Lula que obrigava as empresas exploradoras de petróleo, a construir uma parte de sua tecnologia aqui dentro do Brasil, gerando emprego e benefício para a sociedade.
Primeiro o histórico desses candidatos. De onde eles vieram, o que têm feito e como se posicionam. Temos que entender que não dá para nos aventurarmos mais, estamos agora pagando o preço da última eleição que elegeu um dos piores Congressos da nossa história. É preciso conhecer o histórico, se é um candidato de luta, se tem uma ideologia alinhada com a defesa dos trabalhadores e da sociedade brasileira são importantíssimos para a escolha de um candidato. Outro ponto são as propostas. Chamo a atenção para as falas sobre geração de emprego, educação, direitos dos trabalhadores e saúde, assim como a segurança pública, que é um aspecto que es-
Quais são os principais pontos que um candidato à presidência precisa apresentar para o país no setor do petróleo e gás?
"É preciso conhecer o histórico dos nossos candidatos, se é de luta, se tem uma ideologia alinhada com a defesa dos trabalhadores e da sociedade brasileira"
Incêndio no Museu Nacional foi usado como pretexto para mudança no modelo de gestão LUCIANA CONSOLE
SÃO PAULO (SP)
O
incêndio do Museu Nacional, no último dia 2, abriu caminho para um novo projeto de privatizações do governo federal. Uma semana depois da tragédia, o presidente Michel Temer (MDB) assinou a Medida Provisória (MP) Nº 850, que extingue o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e propõe a criação da Agência Nacional de Museus (Abram). Se o Congresso Nacional aprovar a decisão, a Abram passa a ser responsável pela gestão de todos os museus federais e funcionará por meio do sistema de serviço social autônomo. A Abram poderá doações para projetos de interesse público – o que, na prática, significa dar carta branca para a classe empresarial interferir na gestão da cultura.
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CULTURA & LAZER
RIO DE JANEIRO, 27 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO DE 2018
Medida Provisória de Temer abre brecha para privatização dos museus brasileiros RossanoPio/CreativeCommons
Museu da Inconfidência, em Ouro Preto (MG), pode ser afetado pela decisão de Temer
Para o pesquisador em arqueologia Luiz Oostebeek, membro do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas (UNESCO), os museus têm importância decisiva na
AGENDA CULTURAL
» Não é só a violência que produz
histórias sobre a favela. A peça “Favela 2 – a gente não desiste” aborda histórias engraçadas e comoventes que levam o público a refletir. Em cartaz até domingo (30) no Teatro Sesc Ginástico, na Av. Graça Aranha, no Centro. Ingressos a meia entrada (R$ 15) para quem levar 1 quilo de alimento não-perecível.
» E atenção, cariocas! O Passaporte dos Museus dá entrada gratuita em diversas instituições culturais da cidade e pode ser retirado no guichê do CCBB, na Rua Primeiro de Março, no Centro.
construção de formação cultural e cidadã de um país, e o poder público deve assumir a responsabilidade desse processo. “Há um conjunto de atividades na sociedade con-
temporânea que requerem uma visão estratégica integrada, e é uma obrigação do poder público assegurar essa integração. É um erro separar, por exemplo, o que você vai fa-
zer em política de saúde, com o que você vai fazer em política de meio ambiente e de educação, ou de museus”, analisa. “Existe uma lógica pública de formação e cidadania, e isso compete ao Estado de Direito, que é uma conquista que se formou desde o século XVIII e que nós temos que honrar”, finaliza. Presidente do Ibram de 2009 a 2003, José Nascimento questionou a legalidade da ação em meio à campanha eleitoral. Sem o Ibram, criado pelo ex-presidente Lula, em 2009, ele alerta que gestão seria diluída dentro do Ministério da Cultura (MinC) e os quase quatro mil museus espalhados pelo Brasil não receberiam a devida atenção do Estado. Fernanda Sabença
» O MAR (Museu de Arte do Rio), na Praça
Mauá, continua com as exposições “O Rio do Samba: resistência e reinvenção” e “Quem não luta tá morto: arte, democracia, utopia”.
» A mostra de cinema “Autorretratos”, na Caixa Cultural, ao lado do metrô da Carioca, fica em cartaz até domingo (30) com documentários de diretores que se colocam na narrativa em situações onde eles estão pessoalmente envolvidos. “Diário de uma busca”, de Flávia Castro, que fala sobre a ditadura, e “Elena”, em que Petra Costa fala do suicídio de sua irmã, são alguns dos destaques. Entrada a R$ 3,00 (meia).
Espetáculo “Favela 2” fica em cartaz até domingo (30)
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RIO DE JANEIRO, 27 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO DE 2018
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
DICAS MASTIGADAS Divulgação
PÃO DE ABÓBORA
www.coquetel.com.br
Ingredientes: • 250g de abóbora (purê de abóbora) • 1 ovo inteiro • 1 colher de sopa cheia de manteiga ou margarina • 1/2 copo de óleo (120ml) • 1/2 copo de leite (120ml) • 850g de farinha de trigo • 4 colheres de sopa de açúcar (ou mel a gosto) • 1 colher de sopa rasa de sal (temperos do seu gosto: orégano, cúrcuma) • 1 colher de alho cortado em lâmina (opcional) • 2 colheres de sopa rasas de fermento biológico
Modo de preparo:
Coloque todos os ingredientes num liquidificador, exceto a farinha e bata por um minuto. Junte o líquido na farinha aos poucos e amasse. Depois vai acrescentando a farinha na massa também aos poucos e sovando por no mínimo 10 minutos até parar de grudar nas mãos. Deixe a massa descansar por uma hora para crescer. Enrole os pães da forma que preferir, cubra com um pano e aguarde mais uma hora até eles dobrarem de tamanho. Agora podemos levar ao forno pré-aquecido a 180 graus por 20 a 25 minutos. Está pronto!
TIRINHA | André Dahmer http://www.andredahmer.com.br/
ESPORTES
BRASIL: O PAÍS DO FUTEBOL MASCULINO Em 1941, decreto lei proibiu a prática do futebol feminino no Brasil por quase 40 anos, até 1979
João Carlos dos Santos/CBF
Apenas 12% da programação de esportes no Brasil é dedicada a atletas mulheres
Ganso fica entre os piores do ano em jornal espanhol »Junto com a divulgação dos melhores do ano pela Fifa, o jornal espanhol esportivo “Marca” realizou, pelo segundo ano consecutivo, a lista paralela dos piores desempenhos de 2018. Meia do Sevillha, o brasileiro Paulo Henrique Ganso figura na lista da seleção dos piores. O brasileiro teve participação pequena pelo Sevilla na última temporada, com
Divulgação
Brasileiro marcou quatro gols em 11 jogos pelo Sevilla 11 jogos e quatro gols, e acabou emprestado para o Amiens, da França. Acompanham Ganso na seleção dos piores do
ano, segundo o jornal espanhol, o goleiro Loris Karius (Liverpool), Lindelof (Manchester United), Bonucci (Milan) e Howedes (Juventus) na defesa; Bakayoko (Chelsea), Sneijder (Nice), Özil (Arsenal) e Alexis Sánchez (Manchester United) no meiocampo; Vietto (Valencia) e Iheanacho (Chelsea). A votação ainda está aberta para pior técnico. Entre os principais, estão Jorge Sampaoli, que comandou o fracasso da Argentina na Copa do Mundo da Rússia, Montella (Milan e Sevilla) e Frank de Boer (Crystal Palace).
FABIANA REINHOLZ E LUIZA DORNELES
BRASIL DE FATO (RS)
“À
s mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza.” As palavras são do artigo 54 do decreto-lei número 3.199, assinado em 1941, que proibiu a prática do futebol feminino no Brasil por quase 40 anos, até 1979. Para o governo da época, o esporte era considerado violento, e a natureza da mulher, frágil. Hoje, conhecemos Marta: a primeira pessoa a ser eleita por seis vezes consecutivas a melhor futebolista do mundo. Frágeis, elas já provaram que não são. Futebol, elas já mostraram que jogam. Por que não ouvimos falar sobre as jogadoras profissionais? Silvana Goellner, pesquisadora referência nos estudos sobre a inserção das mulheres nos esportes, acredita que as fede-
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rações esportivas deveriam investir em novos campeonatos para que tenhamos maior circulação de jogadoras. “Elas jogam por amor, elas são resilientes, elas são persistentes, elas perseveram, em que pese toda a diversidade de condições cæom as quais elas encontram o futebol de mulheres no Brasil. É muito diferente do que ter carteira assinada, plano de saúde, férias, aposentadoria, ou seja, vínculos duradouros com as equipes”, afirma Silvana. VISIBILIDADE Apenas 3% do noticiário esportivo é voltado para a cobertura de atletas e competições femininas segundo pesquisa da Women’s Sports Foundation. No Brasil, a organização de mídia Gênero e Número analisou pouco mais de 24h da programação esportiva e o levantamento apontou que apenas 12% desse tempo, um total de 2 horas e 55 minutos, foi dedicado às atletas mulheres.
FRASE DA SEMANA
O futebol é preconceituoso com tudo”
Richarlyson, volante campeão mundial e tri brasileiro, atualmente sem clube e que foi alvo de fofocas e deboches sobre sua sexualidade.
Léo Pinheiro/Divulgação
RIO DE JANEIRO, 27 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO DE 2018
12 ESPORTES
RIO DE JANEIRO, 27 DE SETEMBRO A 3 DE OUTUBRO DE 2018
PAPO ESPORTIVO
LUIZ FERREIRA Lucas Figueiredo/CBF
Prestigiar o futebol feminino é um pedido de Marta e nossa obrigação
VASCO PRECISA VENCER PARA PODER RESPIRAR »Se quiser mesmo sair da con-
fusão, o Vasco precisa vencer o Santos nesta quinta-feira (27). O técnico Alberto Valentim ainda não se encontrou no comando da equipe, mas as duas últimas partidas dão um alento e tanto para o futuro.
O HEXA VEIO NAS MÃOS
DA RAINHA
O
nome dela ganhou o mundo na segunda-feira (24). Pela sexta vez. Se a Seleção Brasileira não conseguiu trazer o hexa da Rússia, a nossa Rainha Marta nos deu essa alegria ao conquistar o FIFA The Best como melhor jogadora de futebol do mundo. Não perca as contas. Marta conquistou o planeta em 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018. Só para efeito de comparação, Cristiano Ronaldo e Messi foram eleitos os melhores do mundo cinco vezes cada um. O feito de Marta pode não parecer nada de extraordinário pra você. Afinal, o torcedor está acostumado com o futebol masculino e suas grandes estrelas. Mas pense num esporte que é menosprezado há décadas por tudo e todos. Que ficou proibido de 1941 a 1979 por “defensores da moral e dos bons costumes”. E que até bem pouco tempo era ignorado pela imprensa esportiva. As únicas exceções aconteciam quando a Seleção Brasileira disputava a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos. O feito de Marta é histórico não apenas pela quantidade de títulos, mas pelo conjunto da obra. Além
dos seis títulos de melhor do mundo, a nossa Rainha ainda conquistou duas medalhas de prata em Jogos Olímpicos (2004 e 2008), um vice-campeonato da Copa do Mundo (2007), uma Copa Libertadores da América Feminina (pelo Santos em 2009), uma Liga dos Campeões (pelo Umea IK na temporada 2003/04), duas medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos (2003 e 2007) e, três Copas América (2003, 2010 e 2018). E isso só pra ficar nas competições mais conhecidas. Mas a conquista de Marta nos deixa um alerta. Não adianta celebrarmos e exaltarmos os feitos da nossa Rainha se não atendermos a um dos seus pedidos mais sinceros: ajudar o futebol feminino. É preciso lembrar que não é todo dia que uma Marta nasce e que só o talento sem a estrutura para trabalhar não adianta de nada. Cobremos dos nossos clubes, cobremos da CBF e cobremos de nós mesmos também. Marta trouxe o hexa pra gente. Mas é preciso prestigiar a modalidade e dar força para as meninas que querem jogar. Só assim a nossa Rainha terá seu pedido atendido.
BOTAFOGO COMEÇA A SE REENCONTRAR NA TEMPORADA »Difícil dizer que o Botafogo já
não corre mais risco de rebaixamento. Ainda é cedo demais pra se afirmar isso. Ainda mais com o Brasileirão entrando na reta final. Certo é que Zé Ricardo já encontrou a formação ideal do time. E isso é um alento e tanto.
FLUMINENSE PODE IR MAIS LONGE DO QUE PENSA »A atuação diante da Chapeco-
ense deixou claro que o Fluminense pode ir mais longe do que espera nessa temporada. A boa campanha na Copa Sul-Americana é a prova disso. Há como sonhar com um título de expressão ainda em 2018.
E O FLAMENGO DECEPCIONOU DE NOVO… »Nem quero falar da derrota do
Flamengo para o Corinthians e a eliminação na Copa do Brasil. O resultado está aí e fala por si só. Quero saber apenas qual vai ser a desculpa do presidente Eduardo Bandeira de Mello. Será que foram os “antiflamenguistas” os responsáveis por mais uma decepção? Ou será que é tudo fruto da sua péssima administração do futebol do Fla? Sigo aguardando seus argumentos.
BRASILEIRÃO 27ª RODADA
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SAO
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PAR
SÁB 29/09/2018 ENGENHÃO 16:00
AME
SÁB 29/09/2018 INDEPENDÊNCIA 19:00
BAH
SÁB 29/09/2018 FONTE NOVA 21:00
PAL
DOM 30/09/2018 PACAEMBU 11:00
CAM
DOM 30/09/2018 INDEPENDÊNCIA 16:00
BOT
DOM 30/09/2018 ENGENHÃO 16:00
SAN
DOM 30/09/2018 VILA BELMIRO 16:00
INT
DOM 30/09/2018 BEIRA-RIO 16:00
CEA
DOM 30/09/2018 CASTELÃO (CE) 19:00
PAR
DOM 30/09/2018 CASTELÃO (CE) 19:00 TABELA CLASSIFICAÇÃO P 1 São Paulo 51 2 Palmeiras 50 3 Internacional 50 4 Flamengo 48 5 Grêmio 47 6 Atlético-MG 42 7 Cruzeiro 37 8 Corinthians 34 9 Fluminense 34 33 10 Atlético-PR 32 11 Santos 32 12 Botafogo 31 13 América-MG 29 14 Vitória 29 15 Bahia 28 16 Vasco 28 17 Chapecoense 27 18 Ceará 24 19 Sport 16 20 Paraná
V 14 14 14 14 13 12 9 9 9 9 8 8 8 8 7 7 6 6 6 3
J SG 26 17 26 21 26 17 26 16 26 20 26 11 26 1 26 5 26 -5 26 5 25 4 26 -10 26 -5 26 -20 26 -6 25 -8 26 -11 26 -9 26 -18 26 -25