Brasil de Fato RJ - 302

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RIO DE JANEIRO Ano 7

edição 302

14 a 20 de março de 2019

distribuição gratuita

brasildefato.com.br

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@Brasil_de_Fato

RJ Ilustração Aline Ranna/Fotos Guilherme Weimann

BRASIL, CHEGOU A VEZ DE OUVIR AS MARIELLES Após o crime brutal de 14 de março de 2018, que tirou a vida do motorista Anderson Gomes e da vereadora Marielle Franco, sua figura ultrapassou as fronteiras do Rio de Janeiro e se multiplicou ao ser referenciada nos quatro cantos do país como símbolo das mulheres, dos pobres, dos negros, dos favelados e da população LGBT. Marielle se tornou maior do que sua presença física: se converteu em sinônimo de luta. Ainda assim, as investigações sobre sua morte ainda não têm resolução e a principal pergunta que ecoa há um ano no país ainda persiste: “Quem matou Marielle Franco?”. ESPECIAL, PÁGS 3 a 8.


GERAL

Flexibilização da posse de armas dificulta prevenção de casos como o de Suzano

DESCASO | Atingidos por barragens denunciam lentidão da Justiça

Rovena Rosa/ABr

Especialistas debatem como ampliação do acesso pode abrir caminho para chacinas semelhantes RAFAEL TATEMOTO

BRASÍLIA (DF)

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aumento da possibilidade de obtenção de posse de armas de fogo promovida pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) vai na contramão de medidas necessárias para que não se repitam tragédias como a ocorrida em Suzano, região metropolitana de São Paulo, na última quarta-feira (13). Pelo menos 7 pessoas foram mortas a tiros, entre estudantes e funcionários da escola estadual Raul Brasil. Após o atentado, os dois atiradores se mataram. Essa é a opinião de dois especialistas em segurança pública ouvidos pelo Brasil de Fato, ainda que tenham ressaltado a necessidade de maior apuração para se ter os elementos envolvidos no caso de Suzano – a motivação, o tipo de arma utilizada, etc. Ivan Marques, diretor-executivo do Instituto Sou da Paz, defende que “muito do que foi colocado no Estatuto do Desarmamento ainda não foi

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Caso de Suzano segue padrão comum em unidades educacionais dos EUA

colocado em prática”, sendo “preciso fazer um trabalho para retirada de armas ilegais” da sociedade. Segundo ele, as investigações policiais têm pouco foco em saber como as armas de fogo param na mão de agentes violentos. Daniel Cerqueira, conselheiro do Fórum Nacional de Segurança Pública, concorda. E complementa, apontando que as sinalizações do governo estimulam atos violentos. Ele fala em um “kit desastre” – composto pelo decreto e pela proposta de ampliação da legítima defesa para policiais – que está levando a sociedade a um processo de “embrutecimento”. A combinação das medidas normativas com o clima político, em

sua opinião, pode levar a um aumento de casos desse tipo.

Cerca de 300 atingidos por barragens de Minas Gerais e do Espírito Santo realizaram na última quarta-feira (13) uma manifestação em frente à 12ª Vara da Justiça Federal, em Belo Horizonte. O ato foi em denúncia contra a lentidão e descaso do judiciário brasileiro em relação ao crime das mineradoras Vale, BHP Billiton e Samarco cometido em novembro 2015. Até hoje nenhum responsável pelo rompimento da barragem de Fundão foi punido, dezenas de famílias ainda sofrem com as consequências da contaminação da Bacia do Rio Doce e muitas seguem sem nenhum tipo de reparação pelas perdas.

REPETIÇÃO O caso de Suzano, conforme relata Cerqueira, segue um padrão infelizmente comum nos EUA, onde unidades educacionais já foram alvos de crimes em diversas situações. No Brasil, nos últimos anos, houve casos similares em Medianeira (2018), no Paraná; em Janaúba (2017), em Minas Gerais; em Goiânia, capital de Goiás (2017); em João Pessoa, Paraíba (2011); em São Caetano do Sul (2011), também na região metropolitana de São Paulo; e em Realengo (2011), no Rio de Janeiro, quando 11 crianças morreram e 13 ficaram feridas.

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CONSELHO EDITORIAL Alexania Rossato, Antonio Neiva (in memoriam), Carolina Dias, Igor Barcellos, Joaquín Piñero, Mario Augusto Jakobskind (in memoriam), Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam) | EDIÇÃO Mariana Pitasse e Vivian Virissimo | ADMINISTRAÇÃO Angela Bernardino e Erivan Silva | DISTRIBUIÇÃO Carolina Dias | REDAÇÃO Clívia Mesquista, Denise Viola, Eduardo Miranda, Filipe Cabral, Flora Castro, Luiz Ferreira e Jaqueline Deister | DIAGRAMAÇÃO Aline Ranna e Juliana Braga.


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ESPECIAL

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Fotos: Pablo Vergara

RUTE PINA

SÃO PAULO (SP)

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m uma padaria nos arredores da Praia Vermelha, em Salvador (BA), pares de olhos marejados estavam vidrados no noticiário na televisão. Era a quinta-feira do dia 15 de março de 2018 e o clima de perplexidade não era de uma manhã qualquer. Na orla da praia, uma faixa improvisada, em papel pardo, já anunciava uma pergunta que iria ecoar incessantemente pelo próximo ano: “Quem matou Marielle Franco?” Cerca de 12 horas depois do assassinato, no fim da noite do dia 14 de março de 2018, a capital soteropolitana teve o registro de um dos primeiros ato em homenagem e em luto pela vereadora do PSOL e seu motorista, Anderson Gomes. E que também se tornou um espaço de acolhimento aos ativistas de diversos movimentos populares e entidades de todo o país que estavam na cidade, participando da 13ª edição do Fórum Social Mundial. Ali, muitos eram amigos, conhecidos ou tiveram algum tipo de contato com Marielle. Este é o caso da jornalista carioca Camila Marins, ativista lésbica e editora da Revista Brejeiras. Ela soube do assassinato da vereadora logo após o ocorrido. Ela tinha acabado de chegar onde estava hospedada quando recebeu uma mensagem de uma amiga pelo WhatsApp. “Em um primeiro momento, eu achei que era fake news. Depois, logo em seguida, veio a confirmação. E foi aterrorizante, apavorante. Me arrepio só de pensar nesse dia novamente”, lembra Marins.

COMO ASSIM MATARAM A MARIELLE?

Mulheres negras relatam o significado do assassinato da vereadora

A MANHÃ DE LUTO

»Naquele dia, todas as atividades do Fórum Social

Mundial foram suspensas e os movimentos organizaram uma passeata que saiu da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Uma instalação artística que denunciava o feminicídio ganhou uma cruz com o nome de Marielle. A ativista negra Valquíria Rosa, da Partida Feminista e integrante da Fundação Baobá, lembra que sua primeira reação também foi de desalento quando uma companheira da Marcha das Mulheres Negras

de São Paulo anunciou o fato: “Como assim mataram a Marielle?”, ela questionou no momento. “Para mim, ficou muito explícito que, naquele momento, naquele dia, naquela conjuntura, tudo mudou”, lembra Valquíria, um ano depois. O cortejo de mulheres que gritava “Marielle, Presente” e “Parem de nos matar” nos arredores da UFBA na manhã daquela quinta-feira se espalhou espontaneamente pelo país. Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília e outras cidades registraram manifestações espontâneas e volumosas naquela data.

O AMANHÃ POR RESPOSTAS »Um ano depois, a pergunta do 14 de março de 2018 permanece. Camila Marins conta que se apoia no legado de Marielle para continuar seguindo com as pautas contra o racismo e o extermínio da população negra, pobre e periférica. “Nós já somos alvos dessa sociedade racista. Somos os corpos mais vulneráveis nesses espaços. Por isso é tão importante que a gente apoie todas as mulheres negras que estão na política para que consigamos fazer um corpo coletivo de apoio, de segurança, de cuidado dessas mulheres negras. E a morte dela simbolizou isso.” Já Valquíria Rosa afirma que o assassinato de Marielle colocou num lugar de alerta e percepção. A ativista avalia que o crime também explicitou uma violência que é presente e diária: “Nós, população negra, LGBT, mulheres e pobres, não temos acesso ao direito e à justiça. A gente precisa mudar as nossas estratégias, quando a gente precisa realmente prestar muita atenção umas às outras e nos protegermos entre nós. E entender que somos nós por nós”, diz.


ESPECIAL

MARIANA PITASSE

RIO DE JANEIRO (RJ)

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urante a curta carreira parlamentar, em pouco mais de um ano de mandato, Marielle Franco (PSOL) apresentou 16 projetos de lei na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, sendo oito individuais e oito assinados com outros vereadores. Cinco desses projetos foram aprovados em sessão extraordinária, em agosto do ano passado, cinco meses após seu assassinato. No entanto, mesmo após terem se tornado lei, a maioria dos projetos encontra barreiras em sua implementação e apenas um deles passou a valer na prática: a Lei 6389/2018, que institui o 25 de julho como o “Dia Tereza de Benguela e da Mulher Negra” no Rio de Janeiro. Os outros quatro projetos encontram-se em diferentes situações. Dois deles estão em queda de braço com o prefeito Marcelo Crivella (PRB), tendo sido vetados com a justificativa de que criariam um aumento das despesas públicas. Em seguida, tiveram o veto derrubado pela Câmara dos Vereadores, o que os tornou leis, mas não foram efetivados enquanto políticas públicas. Um deles tem por objetivo a criação de um “Espaço Infantil Noturno” de acolhimento para crianças, no período em que pais estão no trabalho ou na escola, o outro

APÓS APROVADOS, PROJETOS DE MARIELLE PENAM PARA SE TORNAREM POLÍTICAS PÚBLICAS

ESPAÇO CORUJA

Dos cinco projetos aprovados em sessão extraordinária após seu assassinato, apenas um foi implementado

visa dar continuidade ao processo de formação dos adolescentes que cumpriram medidas socioeducativas. “Ou seja, a gente tem importantes leis aprovadas, mas que a prefeitura não implementa”, sintetiza o vereador e colega de partido de Marielle, Tarcísio Motta (PSOL). De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura do Rio, o governo ainda está analisando as medidas que serão adotadas em relação às leis. Aprovados e sancionados pelo prefeito do Rio, outros dois projetos ainda não

ABORTO LEGAL »O outro projeto apresentado por Marielle logo que assumiu o mandato foi pensado para garantir o direito de atendimento humanizado e sem violências às mulheres que estão em situação de aborto legal. No Brasil, o aborto é um direito garantido às mulheres em caso de anencefalia, risco de morte e gravidez decorrente de estupro. Apesar disso, muitas mulheres nessas situações esbarram no preconceito, com a falta de informação e até com maus tratos de profissionais da saúde que as atendem.

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Mario Vasconcellos/ AFP

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foram efetivados na prática. São eles: a Lei 6394/2018, que cria o “Dossiê Mulher Carioca”, uma espécie de estatística periódica sobre as mulheres atendidas pelas políticas públicas no município, e também a Lei 6415/2018, que trata sobre a elaboração de uma campanha permanente de enfrentamento ao assédio em locais públicos da cidade. SESSÃO EXTRAORDINÁRIA A sessão extraordinária de agosto do ano passado foi precedida de uma reunião dos vereadores do

campo progressista com os outros parlamentares para alinhar o parecer favorável à maioria dos projetos de Marielle. Projetos como o 72/2017 que pretende instituir o “Dia da luta contra a homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia” e o 82/2017 com o objetivo de criar o “Dia da visibilidade lésbica” tiveram votações adiadas por gerar polêmica entre os parlamentares. Já o projeto que trata sobre tratamento humanizado na rede pública de saúde em casos de aborto legal, não foi sequer discutido.

Em 2014, quase 5% das mortes maternas no Brasil tiveram como causa o aborto, de acordo com levantamento feito pela campanha “Legal e Seguro”, promovida pelas organizações Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Observatório de Sexualidade e Política (SPW) e IPAS – Saúde, Acesso e Direitos. “Não é um projeto que autoriza o aborto, na verdade quer garantir o que já estava previsto em lei: que a mulher que tem aborto espontâneo ou garantido por lei seja tratada humanamente nos hospitais", explica a deputada Renata Souza (PSOL).

»Principais bandeiras de sua atuação, os primeiros projetos apresentados ao plenário da Casa legislativa logo na primeira semana de mandato foram os apelidados de “Espaço Coruja”, o PL 17/2017, e “Pra fazer valer o aborto legal”, PL 16/2017. O primeiro, que se tornou lei, tem como objetivo criar um Espaço Infantil Noturno que prevê o uso de creches e outras estruturas infantis da rede municipal para receber com crianças de seis meses a cinco anos com o objetivo de “atender à demanda de famílias que tenham suas atividades profissionais ou acadêmicas concentradas no horário noturno”. Enquanto a prefeitura não implementa a lei, milhares de mães e pais continuam sem amparo do poder público. É o caso de Nathalia Correa, de 27 anos, moradora de Irajá, na zona Norte do Rio de Janeiro. Para ela, o projeto é urgente. Nathalia é mãe de Arthur, de cinco anos, e estudante de pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ela é mãe solo, ou seja, assume todas as responsabilidades pela criança. “Eu faço faculdade no horário noturno e não tenho uma solução fixa para meu filho. Tem dias que deixo com a minha mãe, mas nem sempre ela pode. Tem dias que eu deixo de estar na faculdade para estar com ele", explica.


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MARIANA PITASSE

Fotos: Guilher

As parlamentares Renata Souza, Mônica Francisco e Dani Monteiro carregam legado de Marielle e também novas propostas

me We im an n

SEMENTES DE MARIELLE: EX-ASSESSORAS ELEITAS DEPUTADAS SEGUEM LUTA QUE “NÃO SERÁ INTERROMPIDA”

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ESPECIAL

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figura de Marielle Franco se multiplicou pelos quatro cantos do país após sua morte, no entanto, ainda em vida Marielle já se constituía como referência. Além do trabalho que desenvolvia como vereadora, um dos principais projetos de Marielle chamava “Mulheres na Política”. A ideia era estimular um movimento de mulheres que tivesse participação mais efetiva na política institucional. Após o assassinato, foi pensando no projeto e em outras conversas que Renata Souza, Mônica Francisco e Dani Monteiro, todas do PSOL, três mulheres negras, que trabalhavam como assessoras do mandato de Marielle, construíram suas candidaturas como deputadas estaduais do Rio de Janeiro e foram eleitas. Sabemos também que estar hoje nesta Casa, que historicamente negou espaço para as mulheres, as mulheres negras, a população de favela e periferia, não só de se sentirem representados, mas terem voz e vez é, sem dúvida, uma responsabilidade enorme”, afirma Renata Souza, ex-chefe de gabinete de Marielle. Ela foi eleita com quase 64 mil votos - a deputada estadual mais votada entre os partidos de esquer-

da do Rio. Criada na favela da Maré, na zona norte da cidade, Renata, 36 anos, trabalhou por 10 anos na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Na última semana de fevereiro, Renata voltou a atuar na mesma comissão, agora como a primeira mulher negra a assumir a sua presidência. Colega de Marielle e Renata na Comissão de Direitos Humanos, Mônica Francisco, de 48 anos, foi eleita também com votação expressiva, somando 40,6 mil votos. Nascida no Morro do Borel, na zona norte do Rio, Mônica é cientista social, pastora evangélica e militante dos direitos humanos há mais de 30 anos. Já Dani Monteiro, de 27 anos, foi a mais jovem deputada estadual eleita no Rio nas últimas eleições e agora ocupa a vice-presidência da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Natural do Morro de São Carlos, também na zona norte, Dani é estudante cotista do curso de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

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Renata Souza, Mônica Francisco e Dani Monteiro, ex-assessoras de Marielle, foram eleitas deputadas estaduais

ELEIÇÕES

»O Rio de Janeiro foi o segundo estado que mais elegeu mulheres no pleito de 2018, somando 12 parlamentares, quatro delas são negras. Além de Renata, Mônica e Dani, o estado também escolheu Talíria Petrone (PSOL) para ocupar uma cadeira na Câmara Federal. O número total de mulheres eleitas no estado é o dobro das eleições de 2014, já o total de mulheres negras eleitas é quatro vezes maior. Ainda que os números apresentem mudanças na composição do parlamento do Rio de Janeiro, a proporção é pequena. Nacionalmente, do total de canditaduras para todos os cargos, 31% foram mulheres e 69% foram homens. Mesmo que a maioria da população brasileira, em torno de 52,5%, seja de mulheres. Já nas candidaturas de mulheres negras, houve um pequeno aumento, passando de 13%, em 2014, para 14%, em 2018. Os dados foram compilados pelo especial “Mulheres na Política”, produzido pela ONG Think Olga.

MANDATO

»Logo que assumiram as cadeiras na Alerj, Renata,

Mônica e Dani propuseram três projetos de lei que foram elaborados com o objetivo de expandir para todo o estado propostas que Marielle tinha feito para o âmbito municipal. O primeiro projeto trata sobre uma campanha de prevenção ao assédio em transportes coletivos públicos e privados; o segundo visa instituir assistência técnica gratuita para elaboração de projetos de habitação para famílias de baixa renda e o terceiro tem como objetivo criar um programa de efetivação das medidas socioeducativas para jovens em regime meio aberto. “A gente apresentou esse pacote de projetos logo de cara porque é simbólico: estamos insistindo, em nome de Marielle, que não seremos interrompidas, mas também são projetos de extrema relevância para a população”, afirma Dani.

INSPIRAÇÃO

»As três avaliam que tem um trabalho árduo pela frente e garantem que seus

mandatos têm a postura de enfrentamento ao conservadorismo, com inspiração na atuação de Marielle. “Ela inspira o sentimento de cumplicidade da dor, da força e da capacidade de superação das mulheres negras. E não é aquela superação de frase de efeito, é de superar as próprias limitações. A Marielle é inspiração não porque ela virou um símbolo numa camiseta ou numa bandeira, mas pelo que ela era em vida realmente”, conclui Mônica.


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ESPECIAL

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AS DÚVIDAS NA TEIA DO CASO MARIELLE FRANCO

(FONTE: LEVANTAMENTO BRASIL DE FATO)

A EXECUÇÃO QUEIMA DE ARQUIVO?

09 DE ABRIL

PRIMEIRAS PROMESSAS

Colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS), Carlos Alexandre Pereira Maria é assassinado em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Levanta-se suspeita de queima de arquivo.

19 DE JUNHO

O ESCRITÓRIO 22 DE SETEMBRO O miliciano Orlando Oliveira de Araújo, vulgo Orlando de Curicica, diz que a vereadora e o motorista Anderson Gomes foram mortos pelo “Escritório do Crime”. O crime teria custado R$ 200 mil, segundo o ex-PM.

FIM DA INTERVENÇÃO, NENHUMA RESPOSTA 13 DE DEZEMBRO

19 DE DEZEMBRO Jungmann defende a permanência do caso com autoridades locais e a não federalização.

Agentes da Divisão de Homicídios da Polícia Civil cumprem os primeiros mandados de prisão e de busca e apreensão associados às mortes de Marielle e Anderson.

CHOQUE DE PODERES

Então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann diz que os investigadores já sabem quem são os envolvidos.

20 DE AGOSTO

vulgação

2018

Vereadora Marielle Franco é morta no bairro do Estácio, região central do Rio. Atentado vitimou também o motorista Anderson Gomes. Ao todo, foram efetuados 13 tiros.

Polícia investiga envolvimento da organização criminosa miliciana “Escritório do Crime” na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes.

: Di tos Fo

14 DE MARÇO

24 DE JULHO A Polícia Civil prende o ex-PM e miliciano Alan de Morais Nogueira, acusado de estar no carro de onde partiram os disparos contra Marielle e Anderson.

31 DE DEZEMBRO Intervenção chega ao fim sem respostas sobre a morte de Marielle e Anderson.

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BOLSONAROS E AS MILÍCIAS 21 DE JANEIRO PF cumpre oito mandados de busca e apreensão associados ao caso Marielle, um deles contra Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime.

O EX-CAPITÃO DO BOPE 22 DE JANEIRO

Torna-se pública a informação de que Flávio Bolsonaro (PSL) empregou até novembro de 2018 a mãe e a esposa de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do BOPE e líder do Escritório do Crime, em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

13 DE FEVEREIRO Anistia Internacional lança levantamento sobre as mortes de Marielle e Anderson. Documento indica incoerências e contradições na investigação

PRISÃO DOS SUSPEITOS 12 DE MARÇO Familiares de Marielle Franco e parlamentares do PSOL dizem que não estão satisfeitos: falta saber quem são os mandantes do crime.

QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?

12 DE MARÇO PM Ronnie Lessa e ex-PM Élcio Vieira de Queiroz são detidos no Rio de Janeiro. Investigação do Ministério Público e da Polícia Civil aponta que os policiais são responsáveis pelo crime.


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ESPECIAL

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Dos militares às milícias: o que o caso Marielle revela sobre o Estado brasileiro Entenda o desenrolar da investigação e como ela sugere que o maior poder paralelo no Brasil é o próprio Estado Pablo Vergara

JAQUELINE DEISTER

RIO DE JANEIRO (RJ)

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arielle foi assassinada após sair de um evento com mulheres negras, na região central da cidade. O carro em que a vereadora estava foi emparelhado na rua Joaquim Palhares, no Estácio, por um veículo modelo Cobalt. Ao todo, foram 13 disparos efetuados. Quatro atingiram a cabeça da vereadora e três o motorista Anderson Gomes. Ambos morreram na hora. A assessora de Marielle, Fernanda Chaves, foi a única sobrevivente do atentado. De acordo com as informações divulgadas pela imprensa, a arma utilizada foi uma submetralhadora alemã HK MP5 9 mm e os tiros foram efetuados em uma distância de aproximadamente dois metros. O então ministro da segurança pública Raul Jungmann informou à época que as munições utilizadas no crime pertenciam a um lote vendido para a Polícia Federal (PF) de Brasília que foi roubado na sede dos Correios da Paraíba em 2006. De acordo com as informações divulgadas, as munições do assassinato de Marielle e

O caso ocorreu 28 dias após o início da intervenção militar no Rio de Janeiro e se tornou calcanhar de aquiles das Forças Armadas

Anderson foram usadas na chacina de Osasco, no estado de São Paulo, na grande São Paulo, no ano de 2015, e também nos assassinatos de cinco pessoas em guerras de facções de traficantes, no município de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. CORTINA DE FUMAÇA O caso ocorreu 28 dias após o início da intervenção militar na segurança pública do estado do Rio de Janeiro e tornou-se o calcanhar de aquiles das Forças Armadas. A repercussão internacional do crime e as pressões externas e internas para a solução do caso fez

QUEM SÃO OS ACUSADOS? »Ronnie Lessa mora no mesmo condomínio que Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca. O PM reformado passou pela Polícia Civil e pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e ficou conhecido pela frieza em puxar o gatilho. Lessa foi afastado da polícia após um atentado a bomba que sofreu no Rio de Janeiro, há 10 anos. De acor-

com que o interventor à época, general Walter Braga Netto, garantisse que até o fim da intervenção, dia 31 de dezembro, o crime estaria resolvido. Contudo, a declaração não passou de especulação e falsa promessa, mais de nove meses depois, o crime permaneceu envolto sob uma cortina de fumaça que nem mesmo os advogados que acompanham o caso conseguem adentrar. “A falta de transparência nesse sentido, faz com que a gente fique muito inseguro sobre as investigações”, relata uma advogada que acompanhou o caso Marielle e prefere não se identificar.

do com a investigação na época, a motivação para o ataque teria sido uma briga entre facções criminosas. Já Élcio Queiroz, acusado de dirigir o Cobalt, foi expulso da PM em 2016 por fazer segurança ilegal em uma casa de jogos de azar no Rio. Um avanço ocorreu na investigação, porém ainda não dá conta de responder ao grito que ecoa pelo país e pelo mundo: Quem mandou matar Marielle?

AS NOVAS PEÇAS DO TABULEIRO

»A dois dias de completar um ano do crime político que assassinou Marielle Franco e Anderson Gomes a Polícia Civil e Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) prenderam o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter efetuado os disparos que mataram a vereadora e o motorista e Élcio Queiroz, ex-sargento da PM, suspeito de dirigir o carro de onde partiram os tiros. Em coletiva de imprensa realizada na tarde de terça-feira (12), o delegado Giniton Lages, titular da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, detalhou a primeira fase da investigação que levou a prisão dos dois homens responsáveis pelo atentado. O delegado apontou ainda que a investigação contou com a participação exclusiva de 47 policiais, ouviu mais de 230 testemunhas no caso e recebeu 190 denúncias sobre o crime até agosto de 2018. Lages classificou o crime como “sofisticado”. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPERJ) também se pronunciou sobre o caso após quase um ano de investigação. De acordo com as promotoras Simone Sibílio e Letícia Petriz, que estão à frente da investigação, a motivação do crime que matou Marielle e Anderson foi torpe, ou seja, ligado às causas que a vereadora defendia. “A motivação abjeta é decorrente da atuação política de Marielle, mas não repele o mando. Estamos numa primeira fase. Nenhuma linha é descartada”, afirma Sibílio que também é coordenadora do GAECO.


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ESPECIAL

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ENTREVISTA

MONICA BENÍCIO, VIÚVA DE MARIELLE Guilherme Weimann

MARIANA PITASSE

RIO DE JANEIRO (RJ)

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ra noite chuvosa de 14 de março de 2018. Uma quarta-feira que parecia mais uma quarta-feira. Monica havia falado ao telefone com a sua companheira Marielle e disse que a esperava para jantar em 20 minutos. Mas as horas se estenderam e Marielle não chegou em casa. A vereadora do Rio de Janeiro foi assassinada no meio do caminho, junto com seu motorista, Anderson Gomes. Na porta de casa, Monica recebeu uma amiga e a notícia que mudou sua vida profundamente. Monica caiu, levantou, caiu de novo, recebeu apoio de familiares, amigos e desconhecidos, levantou. “Se não fosse por isso, não conseguiria me manter de pé por tanto tempo”, diz em entrevista ao Brasil de Fato em uma rápida passagem pelo Rio de Janeiro. Convivendo com a dor e o luto, ela deixou de lado os projetos pessoais e tornou sua vida devotada à campanha de “Justiça por Marielle”. Passado um ano da execução de Marielle Franco, um crime que ainda não teve respostas esclarecidas, Monica afirma que a resolução do inquérito não é o fim de sua luta. É o começo. “Marielle só vai ter justiça quando tivermos uma sociedade de fato mais justa e igualitária, que é pelo que ela lutava”, acrescenta. Brasil de Fato: Como foi desfilar na Mangueira homenageando Marielle? Monica Benício: Foi uma decisão difícil aceitar o convite para desfilar, mas eu entendi dessa forma. Não estava indo para a avenida para desfilar, mas para fazer ato e participar de uma manifestação, sobretudo porque sempre entendi o carnaval como espaço popular de resistência. Foi a primeira vez que participei de um ato que estava trazendo felicidade, não tinha só a questão da luta, de transformar o

JUSTIÇA POR MARIELLE NÃO SE ENCERRA COM FIM DO INQUÉRITO POLICIAL”

diz viúva da vereadora

luto em luta. Inclusive eu acho que a vitória da Mangueira é uma composição do início de justiça por Marielle, ressignificar a noite do 14 de março não só como barbárie que foi mas também a gente pode fazer uma leitura de esperança quando a imagem de Marielle se torna uma referência, se tornar um símbolo de representatividade. Isso é dizer não só que a vida dela não foi em vão mas também que a morte não será. Como é completar um ano sem respostas sobre o crime? Difícil em todos os sentidos, no emocional também. Quando a execução da Marielle não é respondida e quem mandou fazer não é responsabilizado pelo que fez, a gente vive em uma sociedade que passa informação de que pode se matar defensor de direitos humanos, de que pode se matar mulher, negro, LGBT, favelado. A Marielle tinha na vida e no corpo todas as construções que ela defendia. Então a execução dela foi um recado claro à população preta, para se sentir de novo a carne mais barata do mercado, à população LGBT, que sempre ocupou as páginas de sangue do jornal, às mulheres, que sempre conheceram a violência de

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muito perto, à população favelada, que nunca teve voz nos espaços de poder. Foi uma tentativa de silenciar tudo isso. Qual foi a transformação pessoal e política que você sentiu ao longo desse um ano? Nos primeiros meses eu tenho flashes do que foi minha vida, não só de intensidade e dor de tudo o que aconteceu. Eu fui me pronunciado a respeito da execução de Marielle para cobrar por justiça. Eu fiquei um tempo longe das redes sociais, eu não lia jornais, não acompanhava o que saía sobre o caso. Pedi aos amigos que só chegasse para mim o que fosse bonito, construído com a memória da Marielle. Quando eu acordo desse momento eu já estou sendo reconhecida na rua, as pessoas vêm me abraçar, demonstrando afeto. Isso foi me dando força para sair um pouco desse transe e ter mais contato com a realidade. Todos os projetos pessoais foram abandonados, o autocuidado também foi abandonado por muito tempo. Se não fosse o apoio dos amigos, da família, das manifestações públicas, das mensagens de solidariedade nas ruas e nas redes sociais, eu não conseguiria me manter de pé por tanto tempo.

Como tem sido recebido o caso internacionalmente? A repercussão internacional da imagem de Marielle tem sido surpreendentemente bonita. Desde março eu tenho convites de vários coletivos feministas e LGBT do mundo. Quando a foto da Marielle vai parar na porta da Prefeitura de Paris é um marco. Em momento nenhum a gente podia esperar uma repercussão como essa. De toda a dor que a gente pode ter, como que a gente consegue algo positivo, dentro desse contexto. Mais importante que a porta da Prefeitura de Paris é ver tantos grafites da Marielle em várias comunidades. Ver que a imagem de Marielle pode ser vista por uma menina negra ou lésbica e dar força para que elas possam ocupar todos os espaços, inclusive os de poder, é sem dúvida ressignificar em esperança a noite do 14 de março. Por que Marielle se tornou o símbolo que é hoje? Marielle tinha um trabalho que pouco era reconhecido, pelo menos não do tamanho que se tornou a imagem dela hoje. Mas eu acho que fala muito sobre uma urgência que a gente tem de transformação social. Eu acho que as balas disparadas contra Marielle atingiram toda a população preta, LGBT, mulheres que se sentiram violentadas mais uma vez por esse Estado que sempre foi truculento e esses governantes que nunca os representaram de fato. Foi a gota d’água. A gente dizendo que não vai mais aceitar esse tipo de violência contra nós. Aí usa a imagem da Marielle, transforma Marielle como símbolo, mas fala muito de anseio social que a gente vem buscando há algum tempo. Em poucas palavras, o que a Marielle significa para você? Eu vou falar não enquanto Mônica companheira de Marielle, mas enquanto Mônica militante de direitos humanos, Marielle representa hoje para mim: resistência e revolução.


CULTURA & LAZER

RIO DE JANEIRO, 14 A 20 DE MARÇO DE 2019

DICAS MASTIGADAS Modo de preparo: SALADA TROPICAL Serve 6 pessoas.

Ingredientes:

• 1 xícara de grão de bico cozido • 300 gramas de tomate cereja • 300 gramas de mussarela

PALAVRAS CRUZADAS www.coquetel.com.br

• • • • •

1. Cozinhe o grão de bico em panela de pressão por cerca de 40 minutos, em seguida 300 gramas de palmito descasque o grão. 2. Coloque o grão de bico em um 1 cebola ralada recipiente, adicione o palmito 1 colher de azeite picado em cubos, o tomate 1 pitada de orégano cereja (partido ao meio ou 1 pitada de sal inteiro), a mussarela picada

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em cubos e a cebola ralada. 3. Tempere com azeite, orégano e sal a gosto, também pode ser acrescido pimenta do reino em pó. 4. Sirva fresco. 5. Dica: Se quiser deixar a salada agridoce basta acrescentar frutas como abacaxi, manga ou morango.

DANÇA

Artistas da Companhia Rec/Alice Ripoll apresentarão a performance aCORdo durante a Mostra Caixote no próximo sábado (16), às 20h. A dança retrata a vida em cidades desiguais que convivem com a violência policial e questiona o legado dos megaeventos. Será na Escola de Cinema Darcy Ribeiro (Rua da Alfândega, 5). A apresentação é gratuita.

Renato Mangolin

Divulgação

RJ


10 CULTURA & LAZER

ÁRIES

As obrigações de ordem prática ganham com sua visão crítica. Suas ações rumam em prol dos objetivos futuros. A comunicação melhora.

TOURO

O nível dos objetivos pessoais se eleva. Você reflete mais profundo e planeja as ações. Equalize atividades intelectuais com práticas.

21/03 a 19/04

20/04 a 20/05

GÊMEOS

Você pensa intensamente sobre a própria existência, o que demanda encarar as crises. Use-as a favor de sua maturidade emocional.

CÂNCER

Passe um filtro criterioso nos relacionamentos para entender o que lhe alavanca para fora de dinâmicas abusivas, e o seu autoconhecimento.

LEÃO

As questões do trabalho e da rotina são o foco. As melhorias das metas aumentam suas chances de sucesso. Atue em grupo.

21/05 a 21/06

22/06 a 22/07

23/07 a 22/08

VIRGEM

Estimule sua mente, já que sua vontade de conhecimento e de novidade se eleva. Utilize esse movimento para favorecer

LIBRA

Recolha-se e preze pelas práticas de introspecção, no começo do dia. Depois, expanda sua perspectiva e seu dinamismo.

23/08 a 22/09

23/09 a 22/10

ESCORPIÃO As relações se movimentam tanto

23/10 a 21/11

no intelectual quanto no emocional, estimulando o diálogo. Escolha pessoas confiáveis para isso.

SAGITÁRIO Zele pela sua rotina e pela conexão

22/11 a 21/12

com quem convive para realizar aprimoramentos. Pequenos grupos enaltecem o nível das atuações.

CAPRICÓRNIO Seu critério de escolha de 22/12 a 19/01

como se divertir está mais alto. Atividades planejadas lhe acalmam. Cuide da rotina.

AQUÁRIO

Coloque seu foco nas questões do dia a dia, seja dos afazeres, seja das relações. Mais tarde, você fica mais extrovertido e comunicativo.

PEIXES

Faça melhorias nas suas comunicações e concentre-se nas prioridades, ainda mais da rotina, que demanda sua dedicação.

20/01 a 18/02

19/02 a 20/03

AGENDA CULTURAL »SARAU

Fotos Divulgação

HORÓSCOPO

RIO DE JANEIRO, 14 A 20 DE MARÇO DE 2019

» DEBATE

O quê? Lançamento do livro Imaginação e criação na infância (Expressão Popular, 2019, R$ 22), de Lev Vigotski, uma tradução de Zoia Prestes e Elisabeth Tunes, terá debate Imaginar, criar e lutar: a pedagogia socialista como resistência. Além das tradutoras, a discussão contará com a participação de Márcia Ramos, do MST. Quando? Sexta-feira (15), às 14h. Onde? Armazém do Campo (Rua Mem de Sá, 135, Lapa). Quanto? Grátis.

IPEAFRO O quê? No dia 14 de março, data de nascimento de Carolina de Jesus, Abdias do Nascimento e do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o Ipeafro, em parceria com outras entidades, realizará o sarau “Homenagem às Griots da Maré”. A atividade terá performances, intervenções, recital de poesia e roda de conversa. Quando? Quinta-feira (14), das 14h às 17h. Onde? Centro de Artes da Maré (CAM), Rua Bitencourt Sampaio, 181, Maré. (Acesso pela pista lateral da Avenida Brasil, sentido Ilha do Governador, entre as passarelas 9 e 10). Quanto? Grátis.

»INSCRIÇÃO

PARA CURSO O quê? O Projeto Meninas com Ciência recebe inscrições, pela internet, para o curso “Geologia, Paleontologia e Gênero”. O objetivo é incentivar a curiosidade e o pensar científico, além de demonstrar que Ciência no Brasil também é feita por mulheres. As oficinas acontecem nos dias 11 e 18/5, das 9h30 às 17h. Quanto? Grátis. Onde? Horto Botânico do Museu Nacional – UFRJ, Quinta da Boa Vista, São Cristóvão. Quando? Até o dia 25/3, o sorteio acontece no dia 05/4. Público-alvo? Meninas do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental (11 a 15 anos). Dúvidas? Envie um e-mail para meninascomciencia@mn.ufrj.br

»PICNIC LITERÁRIO

O quê? Coletivos e agentes culturais de Manguinhos se unem para realizar a sétima edição do Picnic Literário de Manguinhos 2019. Sem apoio financeiro para a realização do evento, o Coletivo de Integração Artística de Benfica (CIAB) pede doação de livros e gibis infanto-juvenis. Onde? Praça do DESUP, Manguinhos. (Em frente à Biblioteca Parque de Manguinhos). Quando? Sábado (23), às 15h. Quanto? Grátis.

»EXPOSIÇÃO

O quê? Mostra “Tempos de Marielle”, do artista plástico Marcondes Rocco, inaugurada nesta semana, retrata em dez telas a trajetória da vereadora assassinada brutalmente no ano passado. Segundo os curadores, a exposição é um convite ao não esquecimento. Onde? Museu da Maré, Avenida Guilherme Maxwel, 26, Maré. (Na altura da passarela 26 da Avenida Brasil). Quando? De segunda a sábado, das 10h às 18h. Visitas devem ser agendadas. Informações: (21) 3868-6748. Quanto? Grátis.

RJ


RJ

ESPORTES

RIO DE JANEIRO, 14 A 20 DE MARÇO DE 2019 Paulo Fernandes/Vasco

11 Divulgação

Atletas afirmam receber menos do que jogadores homens

Seleção feminina de futebol dos EUA denuncia discriminação de gênero » As 28 integrantes da sele-

Eurico, que lutava contra a doença há 10 anos, deixa esposa, quatro filhos e oito netos

EURICO MIRANDA MORRE AOS 74 ANOS NO RIO

ção feminina dos Estados Unidos, campeã mundial de futebol, abriram um processo por discriminação de gênero contra a US Soccer, a federação americana do esporte, na última sexta-feira (8). As jogadoras acusam a federação de "discriminação de gênero institucionalizada", afirmando que isso acontece há muitos anos.

As jogadoras argumentam que têm de jogar mais partidas que a seleção masculina, vencem maior número delas, e ainda assim recebem pagamentomenordafederação. As atletas solicitam pagamento adicional retroativo, indenização e outras formas de ressarcimento; o valor total da causa pode chegar aos milhões de dólares.

SURF NAS OLIMPÍADASMiguel Schincariol/AFP

Dirigente mais famoso do clube de São Januário lutava contra o câncer há dez anos

M

orreu na última terça-feira (12) no Rio de Janeiro Eurico Ângelo Oliveira Miranda, aos 74 anos. Ex-presidente do Vasco da Gama e ex-deputado federal, Eurico foi vítima de um câncer no cérebro. O cartola lutava contra a doença há dez anos. Deixa esposa, quatro filhos e oito netos. Eurico Miranda foi o dirigente mais famoso e polêmico do clube de São Januário, na zona norte do Rio de Janeiro. Foi presidente do clube em dois períodos, de 2001 a 2008 e de 2014 a 2017. Nesta última

etapa, conquistou o tricampeonato carioca de futebol. Entretanto, foi como vice-presidente na gestão de Antônio Soares Calçada que ele teve a passagem mais marcante pelo Vasco da Gama, entre 1986 a 2000. Foram seis conquistas estaduais, três brasileiros, uma Libertadores, uma Mercosul e um Rio-São Paulo. Esta campanha inesquecível do clube garantiu a Eurico a eleição e reeleição para o Congresso Nacional. Foi eleito deputado federal nas eleições de 1994 e 1998. Durante o seu mandato parla-

mentar, foi um dos investigados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades do futebol brasileiro. Dos três rebaixamentos do clube para a segunda divisão do futebol, Eurico foi presidente em dois: 2008 e 2015. Sempre polêmico, muitas vezes proibiu a entrada de órgãos de imprensa e de determinados jornalistas de entrarem na sede do Vasco, em São Januário. Em 2017, tentou ser eleito mais uma vez presidente do Vasco, mas acabou derrotado. (Agência Brasil)

O surfe vai estrear como modalidade olímpica na próxima competição que vai ocorrer em Tóquio, no Japão, em 2020. Gabriel Medina, bicampeão mundial e atual líder do ranking no esporte, é um dos atletas com chances reais de medalha.


12 ESPORTES

RJ

RIO DE JANEIRO, 14 A 20 DE MARÇO DE 2019

PAPO ESPORTIVO

LUIZ FERREIRA

SERÁ QUE O FLAMENGO CONVENCEU?

O

Flamengo conquistou a sua segunda vitória em duas partidas na Copa Libertadores da América ao vencer a LDU de Quito por 3 a 1 dentro do Maracanã na última quarta-feira (13). Quem vê o resultado final não tem noção do que foi a partida. Os comandados de Abel Braga foram amplamente superiores à equipe equatoriana e poderiam até ter vencido por uma diferença maior de gols. E é exatamente aí que mora o problema todo. A Libertadores é o tipo de competição que exige demais das suas equipes. Um erro é praticamente fatal. O Flamengo pode ter vencido o jogo, somado mais três pontos e despachado mais um oponente na competição sul-americana. Mas existem dois pontos que devem ter a atenção de Abel Braga. O primeiro deles é a quantidade de chances desperdiçadas durante os 90 e poucos minutos. Sério, amigo. O Fla poderia ter vencido por cinco ou

Alexandre Vidal / Flamengo

seis a um. Não seria nenhum exagero, muito pelo contrário. E o segundo deles é uma certa afobação dos seus jogadores. A LDU teve dois pênaltis durante a partida e só não complicou a vida do time de Abel Braga porque Diego Alves estava lá para salbvar a Pátria mais uma vez. Não me levem a mal, caro amigo. Assim como você, eu também acho que essa foi a melhor atuação cole-

Vítor Silva / SS Press

tiva do Flamengo na temporada. O que Cuellar, Renê, Gabigol e Bruno Henrique jogaram foi uma barbaridade. E o que eu vou falar de Éverton Ribeiro? Falam em A ou B na Seleção Brasileira, mas ninguém fala do camisa 7 do Mengão. E contra a LDU, foi mais uma atuação absurda. É o melhor do time de longe. No entanto, caro amigo, eu não posso fechar os olhos para essas falhas. A impres-

VASCO TEM AVAÍ PELA FRENTE

são que fica é que a equipe “desliga”, “sai do ar”, sei lá… Parece que pensam que a parada já está resolvida e esquecem da vida. A demora para matar os jogos também incomoda demais. Contra o San José (na altitude de Oruro), o time teve pelo menos duas boas chances e teve que contar com a atuação decisiva de Diego Alves. Contra o Vasco, no último sábado (9), os comandados de Abel Braga foram punidos com o pênalti polêmico em cima de Maxo López. Desta vez, o Fla não sofreu tanto muito por conta da atuação bem fraca da LDU. Mas contra equipes mais fortes, o time rubro-negro pode se complicar de verdade. Digo e repito: a Libertadores não permite tantos erros assim e uma hora vai cobrar a conta. O Flamengo venceu, teve a sua melhor atuação no ano e despachou a LDU sem muitos problemas. Mas será que convenceu? Essa é a pergunta que eu e todo os torcedores devem estar se fazendo nesse momento. Lucas Merçon / Fluminense FC

»Que o torcedor não se engane. O Avaí é bem

montado, aguerrido e vai dar trabalho ao time de Alberto Valentim. Todo cuidado é pouco. Mesmo jogando em São Januário. Rafael Ribeiro / Vasco

DIEGO SOUZA É O REFORÇO QUE O BOTAFOGO PRECISAVA

»O

reforço certo na hora certa. O Botafogo precisava de uma referência no elenco. E ela pode ser Diego Souza. O novo camisa 7 chega com fome de bola. Boa contratação.

(21) 993734327

FLU ENCARA O BOAVISTA

»O jogo contra o Boavista é ótimo para o Fluminen-

se ganhar moral para o Clássico Vovô de domingo (17). Será uma boa chance de vermos Ganso em ação contra um oponente mais forte.

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