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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013

editorial | Brasil

O PCC, a Al-Qaeda e o uso político UM MOVIMENTO ganha força e argumento nos Estados Unidos. Trata-se do “Intelectuais sobre a Verdade do 11 de setembro de 2001”. Apoiados em laudos científicos de importantes laboratórios e peritos da engenharia, exigem a reabertura das investigações sobre os culpados do atentado do World Trade Center na cidade de Nova Iorque. São graves as contradições que apontam. A investigação oficial responsabilizou uma suposta organização mundial chamada Al-Qaeda. Seria uma organização secreta, fundamentalista islâmica, constituída por células independentes com capacidade de operar em várias partes do mundo.

O que causa maior suspeita é o evidente uso político das informações apuradas pela polícia no combate ao crime organizado Independente de apurar a verdade sobre quem praticou os atentados de 11 de setembro de 2001, uma coisa é certa: os favorecidos políticos foram o então presidente George W. Bush Junior e os grupos econômicos que o sustentavam. A reiterada coincidência que causa a suspeita em respeitáveis analistas políticos é a estranha conjugação da revelação das investigações contra a Al-Qaeda e os interesses estratégicos militares estadunidenses.

Em São Paulo, coincidências ou farsas? Atualmente, em São Paulo, emerge um gigantesco escândalo envolvendo as principais lideranças do PSDB e o próprio governador Alckmin. Investigações mostram como operadores franceses ajudaram a montar o chamado “Propinoduto dos Tucanos”, que começou na área de energia, foi replicado no transporte público e desviou R$ 425 milhões em recursos públicos. Curiosamente, no momen-

to em que se encontra acuado, enfrentando crescentes manifestações de rua, os setores de inteligência da polícia paulista trazem a público reveladoras informações sobre o PCC, que já devem estar acumulando há vários meses. Revelam a descoberta de um plano secreto para matar o governador Alckmin. Além disso, setores de inteligência da polícia afirmam possuir provas de que o perigoso PCC pretende infiltrar seus bandidos nas manifestações populares. Nada poderia ser mais conveniente ao governo Alckmin, num momento em que crescem as mobilizações de rua contra o seu governo. As cenas de violência que já

estavam sendo usadas para legitimar o retorno das “balas de borracha” ganham o inusitado reforço da descoberta de que o “PCC vai se infiltrar nos mascarados nos próximos atos”, que aliás, são atos contra o governador Alckmin. No mínimo, devemos nos perguntar: por que um paciente trabalho de inteligência efetuado pela polícia paulista sobre o PCC resolve divulgar suas informações neste momento? O que causa maior suspeita é o evidente uso político das informações apuradas pela polícia no combate ao crime organizado. Afinal, coincidências existem, mas farsas históricas também. Algumas demoram muito para ser reveladas.

editorial | Rio de Janeiro

Queremos uma mídia democrática NESTE ANO, muito se fala sobre a mídia no nosso país. Os donos das rádios, televisões, jornais e revistas repetem que a mídia no Brasil é mais que democrática. Só que eles dizem que ela está ameaçada pela censura. A censura que o governo gostaria de impor. Para nós, trabalhadores, é tudo ao contrário. Nós queremos uma mídia verdadeiramente democrática. Uma mídia que permita aos trabalhadores ter sua comunicação, financiada com dinheiro público, como hoje é a mídia patronal sustentada por propaganda oficial. Para nós, no Brasil, não há liberdade na mídia. Ela está concentrada nas mãos de sete ou oito famílias, donas de todos os meios de comunicação. Esta mídia dos patrões é a

Redação Rio: redacaorj@brasildefato.com.br

Para anunciar:

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mídia do capital, a mídia empresarial e ela tem lado. Ela não é objetiva, neutra, imparcial. Sua maior fonte de recursos, hoje, é a propaganda oficial dos governos e de empresas estatais, isto é, públicas. Esta mídia defende unicamente os interesses da sua classe. A classe dos patrões. Ela noticia da maneira que ela quer qualquer notícia. Ela esconde, distorce, às vezes mente descaradamente, sempre a serviço dos interesses dos seus donos. Semana da Democratização da Comunicação O movimento dos trabalhadores está lutando há anos para ter uma nova lei de mídia. Uma lei que garanta condições aos trabalhadores de ter sua mídia. Para isso, é necessário apoiar o Projeto de Lei de Ini-

ciativa Popular da Mídia Democrática. Ele foi escrito por diversos movimentos que participam da campanha “Para Expressar a Liberdade”. O projeto pretende regulamentar o que já existe na Constituição Federal sobre o rádio e a TV. Hoje, rádios e TVs são chamadas de “concessões públicas”. Na verdade, agem como propriedade privadíssima nas mãos dos seus chamados “donos”: Globo, Record, SBT e as outras. A democracia nas comunicações exige uma nova redistribuição destas estações. Um abaixo-assinado está recolhendo assinaturas para que o Projeto de Lei da Mídia Democrática seja apresentado no Congresso Nacional. Participe desta luta e ajude a construir uma mídia verdadeiramente democrática!

Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti • Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Gilka Resende, Mariane Matos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper (Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Beatriz Calló • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – redacao@brasildefato.com.br • Webmaster: marc@infofluxo.com • Gráfica: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser, José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, Ricardo Gebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou assinaturas@brasildefato.com.br


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Latuff Antonio Neiva

O avanço das lutas populares

Daniel Mazola

O jornalismo de mercado não tem compromisso social AO LONGO DOS 200 anos de história do jornalismo brasileiro, sempre tivemos jornais e revistas que não fazem parte do esquema das classes dominantes. Mas a partir da ditadura militar-empresarial apoiada pela CIA (1964-1985), com patrulhamento ideológico nos grandes jornais, censura, perseguição e mortes, surgiu um tipo de pensamento único e se consolidou o jornalismo “chapa branca”. Nesse período, a imprensa contra-hegemônica, ou alternativa, assumiu a luta pela democracia, contra o autoritarismo e

as violências do Estado. De outro lado, ficou a imprensa de mercado, um instrumento de grupos econômicos e governos a serviço das classes dominantes. O jornalismo que se consolidou é cada vez pior profissional, política e culturalmente. A partir de 1964, a ditadura foi cerceando o perfil de jornalista crítico, investigativo. Não apenas a ditadura, mas também a “evolução” das empresas, sob influência do grande capital, que dominam e controlam a circulação da informação. Precisamos estar atentos ao

verdadeiro papel do jornalismo: ser sensível aos interesses e demandas da sociedade, às lutas dos trabalhadores, aos movimentos sociais e crítico ao modelo neoliberal. Precisamos de jornalistas e imprensa para expor e debater as mazelas do sistema capitalista. Só assim poderemos elevar o nível da consciência sobre a realidade e construir um verdadeiro projeto de nação. Daniel Mazola é conselheiro e secretário da Comissão de Liberdade de Imprensa e D.H. da ABI

Paulo Metri

Libra, querem ficar com seu prêmio DEMOROU TANTO para o brasileiro ganhar essa loteria. Agora, querem tirá-la de você. A Petrobras encontrou o campo de petróleo de Libra a 180 km da costa, depois de furar mais de 5.000m no solo, a partir do fundo do mar. Se fosse possível tirar todo esse petróleo do subsolo, vendê-lo e dividir o dinheiro com todos os brasileiros, cada um receberia R$ 18.150. E olhe que somos 200 milhões. Trata-se de 15 bilhões de barris de petróleo. Mas, vieram logo os gananciosos, querendo se apropriar

dessa riqueza. Primeiro, criaram regras muito complicadas, depois deixaram as empresas estrangeiras entrarem no negócio. Antigamente, era simples: a Petrobras estava sozinha e cuidava dos nossos interesses. Inventaram que a Petrobras não tinha dinheiro. Era mentira, além de que ela pode conseguir empréstimos. Estão de olho no lucro, que é alto. O governo Lula criou o Fundo Social e, com isso, as empresas estrangeiras não poderão abocanhar todo o lucro. Mas isso não é o ideal. É a Petro-

bras cuidar sozinha deste mega campo. Ela pagará os mesmos royalties, comprará mais no país, empregará mais brasileiros. Agora, o governo, sem explicação, quer fazer o leilão de Libra, no dia 21 de outubro, contendo a entrada da Petrobras, o que significa que estrangeiros irão ganhar boa parte deste campo. Vá às manifestações com os cartazes: “Libra é do povo, da Petrobras” e “Pela entrega de Libra à Petrobras”. Paulo Metri é conselheiro do Clube de Engenharia

DESDE JUNHO, o Brasil vive um extraordinário crescimento do movimento de massa. Embora tenha refluído em grande parte do país, no Rio de Janeiro, a mobilização, aparentemente pontual e corporativa de categorias profissionais, vem transcendendo a luta por melhores condições de trabalho e salário e despertando a atenção e a solidariedade de parte considerável da sociedade. Um contingente nada desprezível de jovens e adultos descobriu que é na rua que se obtém os avanços sociais. É na rua que se avança na conquista de novos direitos. É na rua que a democracia se cristaliza, projetando um futuro mais luminoso para todos os que sonham com um mundo mais justo. Contudo, este impulso transformador das manifestações se encontra ameaçado por dois atores situados nas extremidades do fenômeno. De um lado, a Polícia Militar do Rio de Janeiro protagoniza uma escalada de repressão poucas vezes vista em nosso estado e mesmo no Brasil. A PM, a mando das maiores autoridades do estado, farta-se de agredir manifestantes, atirar bombas, gás de pimenta e balas de borracha, indiscriminadamente, contra tudo e contra todos. Sem falar no sitiamento da sede do Poder Legislativo municipal em plena vigência do regime democrático. Uma vergonha.

A nossa tarefa no momento é incentivar e investir no fortalecimento desse muito bem-vindo movimento de massa Só mesmo nos protestos dos quais participei contra a ditadura, nos anos de chumbo, vi repressão tão feroz e insana como a que presenciei na última passeata dos professores. Na outra ponta, estão os chamados Black Blocs, além de outros segmentos (não devendo ser descartada, inclusive, a possibilidade de infiltração), que têm preferido, ao invés da ação política, destruir tudo que veem pela frente, acabando por assustar a grande massa de manifestantes pacíficos. Isso provoca a dispersão e abre espaço para a manipulação dos meios de comunicação. Assim, na cobertura da grande mídia monopolista, somem as reivindicações justas e legítimas e entra a quebradeira dos bancos; desaparece a quantidade expressiva de gente na passeata e entra o incêndio de caçambas de lixo e de ônibus. A imprensa carrega nas tintas justamente para encobrir os protestos, fazendo crer que o vandalismo tomou conta das mobilizações. Penso que a nossa tarefa no momento é incentivar e investir no fortalecimento desse muito bem-vindo movimento de massa, denunciando e repudiando com vigor a ação do aparelho de repressão do governo Cabral. Por outro lado, devemos atuar politicamente para inibir a ação de grupos que têm desvirtuado essas manifestações, impedindo que o desgaste do governador seja ainda maior. É necessário preservar um caminho que tem potencial para acelerar as mudanças pelas quais lutamos há tantos anos. Antonio Neiva é membro da direção executiva estadual do Partido dos Trabalhadores (PT)


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“Estamos forçando a população a pensar de uma única forma”

Desde as manifestações deflagradas em junho, a credibilidade de jornais e redes de televisão são alvos de críticas por parte da população que participa dos protestos. Principalmente, após vídeos, fotos e depoimentos postados em redes sociais como Facebook e Yotube, feitos por manifestantes durante os atos. Cartazes e faixas com dizeres como “Abaixo a Rede Globo” e “Ocupe a Mídia” tem sido a tônica de manifestações no Rio e em outras cidades do país. Segundo Frank La Rue, relator especial para a Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão da ONU, essa insatisfação popular é reflexo da falta de pluralidade de vozes e da concentração dos meios de comunicação nas democracias da América Latina, dentre elas, na do Brasil. Para ele, enquanto existir somente uma visão comercial da imprensa, a liberdade de expressão e a própria democracia estão ameaçadas. “Estamos forçando a população a pensar de uma única forma”, alerta. Brasil de Fato – Qual é o problema de só existir essa visão comercial da imprensa? Frank La Rue - Eu não tenho nenhum problema com a visão comercial, mas a comunicação deve por, acima de tudo, os serviços sociais. É uma vocação dos comunicadores.

Então, umas mídias podem ser comerciais, outras comunitárias e públicas, além das telecomunicações. Falo, portanto, de um sistema de comunicações éticas nacionais para grupo indígenas, étnicos, mulheres, grupos específicos. Portanto, democratizar a comunicação significa: primeiro, romper com sua concentração. Porque essa concentração de mídias é um atentado contra a democracia. A democracia necessita de diversidade de meios e de pluralidade de ideias para que cada um possa construir seu pensamento e suas opiniões com liberdade. E na América Latina, não há diversidade e pluralismo. Então, estamos forçando a população a pensar de uma só forma. Qual é o perigo prático disso? O perigo é a blindagem de governos ruins e corruptos. É o que aconteceu na Itália, com o ex -primeiro-ministro Berlusconi, que governou o

Amarildo Em novo depoimento, um policial relatou que o corpo do ajudante de pedreiro, Amarildo de Souza, foi retirado da Rocinha em uma capa preta de motocicleta. Na declaração, confirma também a sessão de tortura ocorrida na sede da UPP. O Ministério Público informou que irá incluir uma nova denúncia no inquérito, inserindo o nome de mais 10 policiais que estavam ao lado do local do crime.

Corporações e megaeventos Para La Rue, democratizar a comunicação significa romper com sua concentração

país por nove anos. O caso dele nos mostra que a concentração da comunicação leva à concentração de poder político. E isso pode ser muito perigoso para a democracia. Por isso, romper com o monopólio das comunicações é uma prioridade. A democratização dá oportunidade a todos os setores da sociedade de participar e de poderem se expressar. A Declaração de Direitos Humanos dos povos indígenas das Nações Unidas,

por exemplo, diz que todo povo tem o direito a ter uma cultura, valores expressados em seu idioma, de reproduzir esses valores para outras gerações e disseminá-los para o mundo inteiro. E mais adiante, essa mesma declaração, diz que eles têm o direito de usar meios de comunicação social e de até ter seus meios de comunicação próprios. Então, está correto dizer que a concentração dos meios de comunicaNew America Foundation

A Declaração de Direitos Humanos dos povos indígenas das Nações Unidas diz que eles têm o direito de usar meios de comunicação e de até ter seus próprios meios

Fernando Frazão/ABr

New America Foundation

MÍDIA Relator especial para a Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão da ONU recorda que concentração da comunicação leva à concentração de poder político Tatiana Lima do Rio de Janeiro (RJ)

FATOS EM FOCO

ção é uma violência à liberdade de expressão? É uma violação, não digo uma violência. Há concentração. A falta de pluralidade viola o direito humano à comunicação e à expressão de ideias. Em relatório entregue à ONU ano passado, o senhor incluiu tanto comunicadores populares e comunitários, quanto blogueiros na definição de profissionais de jornalismo, considerando todos como jornalistas. Por que é importante essa compreensão do exercício da profissão de jornalista? Pela função. Eu insisto que o jornalismo se define pela função e não pelos estudos. Todos exercem a mesma função: dedicam-se a organizar a informação para transmitir essa informação tratada a um setor específico da população. São jornalistas. É isso que quero dizer. É essa tarefa que estamos protegendo, porque é o direito da sociedade estar informada. É a vocação do jornalismo.

Nesta quinta (17), às 18h30, no Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, o jornalista investigativo inglês Andrew Jennings falará sobre o que está por atrás do megaevento Copa do Mundo e da atuação da Fifa. A mesa contará com a mediação da presidenta do sindicato Paula Marián e com a participação de Carlos Vainer, professor da UFRJ, e Gustavo Mehl, militante do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas.

Ocupa Galeão Nesta sexta-feira (18), às 14h, acontecerá um ato público pelo direito à moradia e contra as remoções arbitrárias no entorno do Galeão. Aproximadamente 15 mil moradores, de 4 comunidades diferentes, estão ameaçados de despejo devido ao projeto da Anac de construção da 3ª pista do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. A concentração será na pista de acesso ao Galeão.


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Manifestação no Rio reivindica fim da privatização do petróleo Samuel Tosta

PRESSÃO Petroleiros deflagram greve nacional contra leilão do campo de Libra

Reprodução

Gilka Resende do Rio de Janeiro (RJ) Sindicatos e movimentos sociais promovem, nesta quinta-feira (17), passeata contra a privatização do petróleo. Os manifestantes devem se concentrar na Candelária a partir das 17h, seguindo para a Cinelândia. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional de Petroleiros (FNP), centrais sindicais da categoria, aprovaram paralisação

Ato diante do Consulado dos EUA no Rio: questão de soberania nacional

nacional contra o leilão do campo de Libra. O objetivo é pressionar o governo federal a cancelar a entrega dessa área do pré-sal, localizada na Bacia de Santos (SP), a empresas estrangeiras. “A re-

alização desse leilão coloca em risco a soberania brasileira”, pontua o sindicalista João Antônio Moraes, da FUP. “A Petrobras desenvolveu uma tecnologia inédita na descober-

ta dessa riqueza. Agora, o governo quer promover um verdadeiro ‘entreguismo’ do petróleo”, protesta o diretor da FNP Emanuel Cancella. De acordo com o Plano de Negócios da pró-

pria Petrobras, a exploração de óleo a 7 mil metros em águas profundas é resultado de altos custos em pesquisas. Segundo a estatal, seus investimentos no pré-sal chegarão a US$ 52,2 bilhões até 2017.

O campo de Libra é a maior reserva já encontrada no Brasil. Marcado para a próxima segunda-feira (21), seu leilão atraiu o interesse de 11 empresas, sendo a maioria asiática.

O petróleo deve ser utilizado TCU questiona estudos que fundamentaram leilão de Libra de forma estratégica Para sindicalistas, realização de leilão se equipara a violações trabalhistas e ambientais

Mesmo sob críticas, governo não interrompe agenda do Rio de Janeiro (RJ)

do Rio de Janeiro (RJ) Recentemente, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 323/07, que destina 75% dos royalties do petróleo para a Educação e 25% para a Saúde. Porém, Emanuel Cancella chama atenção para o fato dos royalties serem apenas uma pequena parte dos rendimentos da exploração do óleo. “Eles representam 15%, que são divididos entre municípios, estado e União. E os 85% restantes? Queremos debater todo o petróleo”, afirma. João Antônio Moraes combate a ideia de que os leilões, ao atraírem

petrolíferas para o Brasil, gerariam mais postos de trabalho. “Após a queda no monopólico da Petrobras, ainda durante o governo tucano, entraram no país cerca de 50 empresas do setor. Mas elas não investiram na cadeia produtiva, como na construção de plataformas ou na indústria petroquímica. São justamente essas pontas que geram mais emprego e renda”, aponta Moraes. Os sindicalistas relacionam a questão ambiental à violação de direitos trabalhistas, destacando que a terceirização, que já é grave na Petrobras, é ainda maior

entre as petrolíferas privadas. “Todo grande acidente ambiental da indústria do petróleo foi precedido de riscos e acidentes de trabalho”, destaca Moraes. Cancella lembra, ainda, que o pré-sal levou pelo menos 100 milhões de anos para se formar e que esse não é um bem renovável. “Não precisamos ser exportadores de petróleo bruto, que não tem valor agregado. Ele não é como o feijão ou o arroz, que têm várias safras. O uso do petróleo deve ser estratégico e em benefício de toda a população”. (GR)

Além das críticas recebidas pela sociedade civil organizada, o Tribunal de Contas da União (TCU) fez ressalvas ao aprovar os estudos técnicos e econômicos para o leilão de Libra. Um relatório, publicado na última sexta-feira (11), questiona a segurança jurídica do edital e salienta que a questão merecia estudos mais amplos. Essa é a primeira licitação que se faz sob o regime de partilha, instituído pela Lei 12.351/2010. O modelo aumentaria a participação governamental nos negócios. Mas, segundo o TCU, esse objetivo pode ser frustrado, porque, na

prática, o percentual mínimo definido, de 41,65%, pode ficar entre 15% a 49,56%, dependendo das condições de produção e mercado. O tribunal confirma que o processo de definição do modelo contou com pouco debate social, faltando planejamento para a exploração do présal. E afirma que, ao manter a agenda do leilão de Libra, o governo se privou de um “adequado amadurecimento das questões que envolvem a inauguração do novo regime”. O aviso sobre a publicação do edital e do modelo de contrato do leilão do campo de Libra saiu em edição extra do “Diário Oficial da União”, em 3 de setembro. No dia se-

guinte, em nota, o Tribunal destacou que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) tomara a decisão de realizar a licitação “sem o sinal verde do TCU”, algo “pouco comum em concessões federais”.

CONVOCAÇÃO LUTO PELO BRASIL! Dia da Traição Nacional. A campanha “O petróleo tem que ser nosso!” chama a população a se manifestar contra o leilão de Libra. Pede que no 21 de outubro todos e todas saiam às ruas com a bandeira do país, vistam-se de preto e coloquem fitas e panos dessa mesma cor em carros e janelas. (GR)


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Vale e Odebrecht tentam limpar imagem em evento de jornalistas ESTRATÉGIA Empresas financiam conferência realizada no Rio de Janeiro Conferência Global de Jornalismo

Mario Campagnani do Rio de Janeiro (RJ) Envolvidas em escândalos de espionagem ilegal, superfaturamento de obras, fraudes em licitações e violações ambientais e de direitos humanos, a mineradora Vale e a construtora Odebrecht usam do poder econômico para tentar limpar suas imagens. A última estratégia das empresas foi patrocinar a Conferência Global de Jornalismo Investigativo, que aconteceu no Rio de Janeiro de sábado à terça-feira (15). Essa ligação entre as companhias e a imprensa, contudo, gerou uma ação da Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale.

“Matérias que saem sobre os conflitos adotam a perspectiva das empresas e nunca das comunidades” Formada por movimentos sociais, comunidades impactadas e ONGs, a rede esteve no evento criticando essa relação e perguntando: quando a imprensa vai investigar seus próprios patrocinadores? Um grupo de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da ONG Justiça Global – que fazem parte da Articulação – esteve na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-RJ), onde o evento ocorreu, distribuindo panfletos e conversando com jornalistas do Brasil e do exterior. Os estrangeiros, principalmente, mostraramse surpresos com a liga-

ção das empresas com o evento. Uma das palestrantes, a jornalista Khadija Ismayilova, do Azerbaijão, chegou a cortar o logo da Vale impresso em seu crachá. “Vou conversar com os organizadores. Não é possível se alinhar a empresas com esse histórico”, disse. Membro da Articulação e pesquisador da Justiça Global, o economista Gabriel Strautman afirma que não há espaço na mídia para discutir os impactos negativos das ações dessas companhias. “Matérias que saem sobre os conflitos adotam a perspectiva das empresas e nunca das comunidades. Não podemos aceitar isso”, disse Strautman. Para a Articulação, jornais que recebem páginas inteiras de anúncios da Vale, por exemplo, não dão destaques a denúncias graves divulgadas contra a mineradora, como sobre grampos ilegais, invasões de escritórios e ameaças contra ativistas. O ex-gerente de segurança da Vale, André Luis Costa de Almeida, apresentou provas dessas ações ao Ministério Público Federal (MPF). Até agora, não investigou ou mesmo se posicionou sobre essa história. Já a Odebrecht está envolvida no caso de espionagem do movimento Xingu Vivo – que luta contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Em 24 de fevereiro, um agente infiltrado contratado pelo Consórcio da usina, do qual a Odebrecht faz parte, foi descoberto durante uma reunião com uma câmera escondida. A construtora também é uma das atuais donas do Estádio do Maracanã, em uma licitação considerada fraudulenta pelo MPF.

FATOS EM FOCO

Sem-terrinhas Durante os dias 12,13 e 14 de outubro, foi realizado o 16º Encontro Estadual do Rio de Janeiro dos Sem Terrinha, em Campos dos Goytacazes. O encontro foi em um espaço de formação da “criançada”, que debateu sobre os Cinco Cubanos presos nos Estados Unidos. Gritos como “Liberdade aos Cinco” “Brilha no céu a estrela do Che. Somos Sem Terrinha do MST” se espalharam demonstrando sua confraternização com a revolução Cubana.

Mãe poderá registrar nascimento de filho Estrangeiros se mostraram surpresos com ligação das empresas com o evento

Camponeses ocupam unidade da Monsanto PROTESTO Ação ocorreu em Petrolina (PE) Alan Tygel do Rio de Janeiro (RJ) Cerca de 5 mil camponeses do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) ocuparam uma unidade de pesquisa da Monsanto, em Petrolina (PE), nesta terçafeira (15). A ação fez parte da Jornada Nacional de Lutas por Soberania Alimentar, que segue até essa sexta-feira (18). A Monsanto é a maior produtora mundial de agrotóxicos e de sementes transgênicas. Hoje, a maior parte da soja, do milho e do algodão plantados no Brasil é transgênica. Com isso, o país se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O camponês Zé Santana, que participa da ocupação em Petrolina,

compreende que as sementes crioulas são patrimônios da humanidade a serviço dos povos.

“É importante levantarmos a voz contra os grandes grupos que estão aí” “É importante levantarmos a voz contra os grandes grupos que estão aí, matando o nosso povo, com veneno e modificando geneticamente nossas sementes”, declarou. “Não aceitamos que nenhuma empresa transnacional se aproprie do nosso patrimônio genético”, ressaltou Maria Kazé, da coordenação nacional do MPA.

No Rio, passeata contra a empresa No último dia 12, foi realizada a Marcha Mundial contra a Monsanto. Mais de 50 países aderiram ao protesto. No Rio, cerca de 200 manifestantes marcharam da praia de Copacabana até o Arpoador. Eles protestaram contra a ação dos ruralistas no Congresso Nacional. Entre os projetos de lei favoráveis ao agronegócio em fase de aprovação, um quer mudar o rito para liberação de agrotóxicos no país. Atualmente, é necessária a concordância dos Ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Agricultura para que um novo produto seja aprovado. Porém, uma nova lei quer permitir que apenas o Ministério da Agricultura, que é dominado pelos ruralistas, tome a decisão.

Mães e pais poderão ter o mesmo direito para registrar o nascimento de um filho. O projeto de lei da Câmara dos Deputados (PLC 16/2013), que garante a igualdade, foi aprovado nesta quarta-feira (16), por unanimidade, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Se não houver apresentação de recurso para análise no plenário da Casa, a proposta segue direto para sanção presidencial.

TJ suspende desapropriação no Açú O Tribunal de Justiça deu ganho de causa a quatro agricultores do V Distrito de São João da Barra que tiveram suas propriedades desapropriadas para construção do Porto do Açú, de Eike Batista. Essa decisão pode abrir caminho para que centenas de pequenos produtores entrem com processos contra a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio (Codin).


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SINDICAL

Bancários arrancam reajuste de 8% Depois de 22 dias da maior greve da categoria nos últimos 20 anos, que paralisou 12.140 agências, a Fenaban apresentou proposta que elevou para 8% o índice de reajuste nos salários dos bancários. Ela também inclui novas cláusulas, tais como a proibição dos bancos enviarem SMS aos bancários cobrando resultados, programa de vale-cultura, entre outros.

Contra as terceirizações Está em tramitação, no Congresso Nacional, o Projeto de Lei 4330, que permite que as empresas ampliem o número de trabalhadores terceirizados e tira delas a responsabilidade por descumprimento de leis trabalhistas pelas empresas terceiras. Movimentação está ocorrendo em todos os estados para impedir mais este ataque contra os direitos trabalhistas. O projeto será votado a qualquer momento.

Novidade na construção Sindicatos de trabalhadores da Construção realizaram entre os dias 9 e 11, em Luziânia (GO), o I Encontro Nacional dos Trabalhadores da Construção. Participaram representantes de todas as centrais sindicais. A união é em torno de reivindicações da categoria, como a luta por jornada de 40 horas semanais, contrato coletivo nacional e banimento do amianto. Além disso, querem a ampliação do horário de almoço, alimentação gratuita e de qualidade nas obras e unificação da data-base e piso nacional.

Professores garantem direito de greve no STF EDUCAÇÃO Dia do professor leva milhares para as ruas em defesa da escola pública Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ) Após manifestação que reuniu milhares na Av. Rio Branco, os professores das redes municipal e estadual garantiram importante vitória na noite desta terça-feira (15). O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), entendeu que o corte de ponto dos professores “fere o direito de livre manifestação” e anulou a determinação do governador Sérgio Cabral (PMDB). Para tentar conciliar a situação que se arrasta há mais de dois me-

ses, Fux também convocou o governador e o prefeito Eduardo Paes (PMDB) para uma reunião com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), na próxima terça-feira (22). “Essa decisão vai dar certo gás na mobilização. As pessoas vão perder o medo e se manter em greve”, avaliou o professor Jorge William, que faz parte do Apoio de Greve do Sepe. Outro fato novo é que, nesta quarta-feira (16), a sessão que aprovou o Plano de Cargos e Salários voltou a valer. A desembargadora Leila Maria-

Categoria repudia figura do “professor polivalente” Alana Gandra do Rio de Janeiro (RJ) A professora Fernanda Moura, 27 anos, é formada em História, mas em sua trajetória profissional atuou como “professora polivalente”, ministrando aulas de Matemática, Português, Ciências e Geografia no projeto Autonomia Carioca. “Este projeto acaba com a educação pública”, disse a professora, durante o protesto de terça-feira (15). Ela atua na Escola Municipal Eunice Weaver, em Jacarepaguá, com turmas de quase 50 alunos. “São situações bizarras, o professor não dá aula, ele só coloca os DVDs da Fundação Roberto Marinho, o Tele Curso 2000. É um mate-

rial defasado com gírias de vinte anos atrás”, denuncia Fernanda. Rejeitado pela categoria, o plano proposto por Paes prevê o aumento do número de “professores polivalentes”. O Sepe denuncia que isto favorece fundações privadas que comercializam esses cursos, além de diminuir a qualidade do ensino. Conforme dados do Sistema de Informação sobre Orçamento Público (Siope), o governo César Maia repassava R$ 500 mil por ano para fundações. Em 2012, esse número somou R$77 milhões. Segundo o Rio Transparente, as fundações que mais lucraram são o Instituto Sangari, Roberto Marinho e Airton Senna. (VV)

Samuel Tosta

Professores em assembleia: em defesa da educação pública

no, do Tribunal de Justiça, cassou a liminar da juíza Roseli Nalin, que suspendia a sessão. “Já sabíamos que es-

sa liminar poderia ser cassada. Mas ela mostra que a votação foi ilegal e até imoral”, falou Jorge William.

Com a Câmara cercada por policiais, os vereadores do Rio acabaram aprovando o plano a portas fechadas.

Manifestante é atingido por arma de fogo VIOLÊNCIA POLICIAL Vídeo sugere que policial fardado teria sido responsável por disparo do Rio de Janeiro (RJ) A repressão da PM contra os manifestantes cresceu neste último ato. Cerca de 1.200 policiais acompanharam o protesto que resultou na prisão de 208 pessoas, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O fato mais grave envolveu um manifestante ferido com disparo de arma de fogo. O delegado Orlando Zaccone, que colheu o depoimento de Rodrigo Azoubel, de 18 anos, afirmou que o manifestante não sabe dizer de onde partiram os tiros. Circulou nas redes sociais, nesta quarta,

um vídeo que mostra um policial militar fardado efetuando disparos com arma de fogo. Para apurar o caso, a PM anunciou que vai abrir uma sindicância. Segundo a Polícia Civil, 190 pessoas foram encaminhadas para oito delegacias. Números que não batem com os da Polícia Militar, que afirma que 182 pessoas foram para sete delegacias. “Houve prisão aleatória de manifestantes. O carro da polícia incendiado pode ter sido um dos fatores para tantas prisões”, disse o advogado Mario Miranda Neto, representante da OAB no Conselho Penitenci-

ário do Estado. Ele também afirmou que o número de detidos já liberados mostra que as provas da polícia apresentam fragilidades. “Queremos que ninguém seja condenado sem provas. Esta é uma garantia para todos os trabalhadores”, explicou, destacando que não é a favor de um sistema que puna ninguém. “As pessoas dizem que estamos defendendo bandido e não é isso. Entre os jovens detidos, só havia morador da Baixada e da periferia, todos estudantes de escola pública. Não havia morador da zona sul”, completou. (VV)


08 | cidades

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Crise da Universidade Gama Filho se agrava

FATOS EM FOCO

Programa de domingo

EDUCAÇÃO Na mão do Grupo Galileu Educacional, universidade tem atrasado os salários dos professores e, no último dia 10, demitiu mais de 300 profissionais Pablo Vergara

Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ) O Grupo Galileo Educacional, que há dois anos assumiu o controle da Universidade Gama Filho e da UniverCidade, no Rio de Janeiro, é acusada de vários crimes e irregularidades fiscais e trabalhistas e de violação dos direitos do consumidor. Mesmo assim, continua no controle da universidade. Há pelo menos cinco anos, a Gama Filho está mal das pernas. Mas as coisas se complicaram mais quando o Galileu assumiu o controle, em 2011. Desde então, alunos, professores e funcionários da Gama Filho fizeram uma série de manifestações e denúncias sobre as más condições da universidade. As irregularidades resultaram na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Universidades Privadas, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em maio de 2012. Os trabalhos de investigação foram encerrados em abril desse ano e o Relatório Final foi aprovado em agosto, pelo Plenário da Assembleia. Resultados da CPI Essa semana, o relator da CPI, o deputado estadual Robson Leite (PT-RJ) esteve na Comissão de Educação do Senado para entregar os resultados das investigações. “O crime de apropriação indébita se tornou uma prática comum nesse setor. As mantenedoras não pagam salários dos professores, atrasam sempre e quando pagam, não repassam os impostos sindicais, fundo de ga-

Protesto: salários atrasados e profissionais demitidos

rantia, INSS. Ou seja, recolhem dos funcionários e não repassam. É o caso da Universidade Gama Filho”, constatou Robson Leite. “Esse Grupo Galileo está fazendo um verdadeiro passeio pelo código penal brasileiro”, afirma a deputada federal Jandira Feghali. A Comissão da Alerj também está denunciando o atual proprietário da mantenedora Galileu, Márcio André Mandes Costa, por formação de quadrilha, junto aos demais controladores do grupo educacional. Também são acusados de estelionato, enriquecimento ilícito, desvio de recursos públicos (do Prouni e Fies) e possível lavagem de dinheiro. A proposta de indiciamento foi encaminhada ao Ministério Público Estadual e Federal no começo de outubro. Sucateamento Na mão desse grupo, a Gama Filho, que possui o maior curso de Medicina do Rio de Janeiro,

com 2 mil alunos, tem atrasado os salários dos professores e, no último dia 10, demitiu mais de 300 profissionais. “Conseguimos reverter grande parte das demissões, mas a universidade fez esses professores a assinarem um termo pedindo a redução de salário”, afirma a estudante de Geografia Barbara de Almeida Cardoso.

“O crime de apropriação indébita se tornou uma prática comum nesse setor” Alternativas As possíveis soluções passam pela possibilidade da volta da família Gama Filho para o controle da instituição, intervenção administrativa do MEC, seguida de um processo de estatização e o acordo entre o governo e o Grupo Galileo. “Essa última nos preocupa, pois a mantenedo-

ra já descumpriu vários compromissos e já não tem mais credibilidade. Mas também existe a possibilidade do descredenciamento da universidade. Isso é o que não queremos, pois prejudicaria alunos e professores”, argumenta o diretor de Comunicação da União Nacional dos Estudantes (UNE), Igor Mayworm. Oportunidade No dia 8, nova oportunidade foi dada ao Grupo Galileo. Os representantes da mantenedora assinaram um Termo para o Saneamento de Deficiência Acadêmica Institucional. Ou seja, foi selado um acordo com o MEC, em que foram estabelecidos 42 itens que devem ser cumpridos e quatro pré -requisitos. Entre eles, estão o pagamento de funcionários em dia e autonomia acadêmica. Também foi dado prazo de 250 dias, divididos em sete etapas. Os itens exigidos tratam, principalmente, do esclarecimento da dívida acumu-

lada, lista de funcionários e suas cargas horárias, relatório de atividades, captação de recursos, garantias, entre outros. O descumprimento de qualquer um dos quesitos pode acarretar, segundo o documento, no descredenciamento da Gama Filho perante o MEC. Outra possibilidade poderia ser a intervenção administrava. No entanto, o governo se recusa a fazê -la. “O MEC alega que não tem meios jurídicos para fazer isso.”, destaca a deputada federal Jandira Feghali, (PCdoB - RJ). O deputado Robson Leite (PT-RJ) classificou a situação como “grave”, pois, segundo ele, só chegou a esse ponto porque o processo de fiscalização é deficiente, além disso, existe falha nos procedimentos. “Os crimes cometidos pelo Grupo Galileo só são possíveis porque existe um buraco na legislação e no sistema de ensino superior”, afirma o presidente do Centro Acadêmico de Medicina da Gama Filho, Edvaldo Guimarães.

No próximo domingo (20), moradores do Santa Marta promovem uma caminhada que começa na praça Corumbá, em Botafogo, às 8h. Guias locais vão contar a história do lugar durante a subida até o alto do morro, na área conhecida como pico. De lá, a caminhada segue pela trilha ecológica até o mirante Dona Marta. Na parte da tarde, almoço e roda de samba no campinho do pico. Na ocasião, será comemorado os 60 anos de morro do seu Manoel Isidoro, o morador vivo mais antigo do alto do Santa Marta.

Proibição de vans na Zona Oeste Foi proibida pela prefeitura, no último sábado (12), a circulação de vans em algumas vias da zona oeste. O impedimento abrange Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio. A medida, que faz parte da 2ª etapa do plano de Sistema de Transporte Público Local (STPL), provocou diversos protestos na região durante a semana. De acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, as manifestações são promovidas por milicianos.

Parada Gay A 18ª Parada do Orgulho LGBT aconteceu em Copacabana no último domingo (13). A parada teve como lema “somos milhões de vozes” e contou com a participação de 50 ritmistas da mangueira, além do Pink Block, espalhando o “glitter vandalismo” pela avenida.


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brasil | 09

Vale, o maior saque do mundo ESPOLIAÇÃO Mapa mostra que maior projeto de minério do mundo, o S11D, já estava projetado na década de 1980 Agência Vale

Márcio Zonta correspondente no Pará A mineradora Vale prepara outro Programa Grande Carajás. A empresa vai explorar, a partir dos próximos anos, uma jazida de minério de ferro considerada a maior do mundo, na Serra Sul de Carajás, no Pará. O projeto conhecido como S11D, já em fase de implantação, será o maior investimento de uma empresa privada no setor mineiro no Brasil. São 40 bilhões de reais destinados às novas mina, usina e logística, que envolvem a expansão da Estrada de Ferro de Carajás -EFC e a ampliação do Porto de Itaqui, em São Luis (MA). Em 2016, o Projeto Ferro Carajás S11D terá uma estimativa de extração de 90 milhões de toneladas métricas de minério de ferro, quantidade suficiente para preencher 225 navios conhecidos como Valemaz, o maior mineraleiro do mundo. Com o S11D e o Projeto de Ferro Serra Norte, efetivado desde 1985, a Vale passará a explorar, na Serra de Carajás, 230 milhões de toneladas métricas de minério anualmente. A produção atual é de 109 milhões de toneladas por ano. Embora a mineradora trate o S11D como uma novidade e parte da im-

prensa nacional frise o empreendimento como a redescoberta de Carajás, a exploração da Serra Sul estaria há muito tempo nos planos da Vale. É o que denota um mapa (veja ao lado), ao qual a reportagem do Brasil de Fato teve acesso, elaborado pela então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) – antiga estatal – em 1984, em que o plano de extração do corpo mineral da parte sul da Floresta Nacional de Carajás já está presente. Para especialistas, o mapa evidencia ainda com mais clareza a escandalosa privatização fraudulenta da Vale e aponta para um dos maiores saques de minério do mundo. “A Vale sempre falou nesse projeto, a empresa sabia de sua capacidade antes mesmo da privatização”, ressalta Frederico Drummond Martins, analista ambiental, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, responsável pela Floresta Nacional de Carajás. O novo velho projeto No Relatório de Impacto Ambiental do Projeto Ferro Carajás S11D, a Vale menciona que os trabalhos de pesquisa realizada na jazida mineral da Serra Sul tiveram

inicio no final dos anos de 1960. Porém, o documento cita que foram entre os anos de 2003 e 2007 que se aprofundaram os estudos no bloco D, do corpo S11. Segundo a notificação, somente em 2008 o resultado da análise das amostras indicou uma reserva de minério lavrável de um montante de 3,4 bilhões de toneladas de minério no local. Porém, para Frederico, muito antes disso, a mineradora teria conhecimento da quantidade de minério na região a ser futuramente explorada. “Não só a empresa, mas o governo brasileiro também sabia. Na época da privatização, a Vale já possuía decreto de lavra para a Serra Sul”, denuncia. As obras para o ramal ferroviário, estendido da EFC até a jazida da Serra Sul, conseguido há pouco pela Vale, numa licença junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), são apontadas no mapa de 1984 e citadas na legenda do gráfico como “Ramal Ferroviário Projetado”. Dessa forma, o mapa aponta que existia uma pré-concepção de exploração da S11D, ressaltando ainda mais a espoliação que significou a privatização da Vale. Arte Marcelo Cruz

Plano de extração do corpo mineral da parte sul da Floresta Nacional de Carajás, de 1984

Projeto Ferro Carajás S11D, em Canaã dos Carajás (PA)

Patrimônio público foi privatizado por FHC A mineradora foi vendida por R$ 3,3 bilhões, enquanto o valor estimado na época do leilão era de R$ 92 bilhões; ou seja, valor 28 vezes maior do que o que foi pago do Pará Em 1997, a mineradora foi incluída no Plano Nacional de Desestatização (PND), uma política implantada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que visava privatizar 70% do patrimônio nacional para pagamento da dívida brasileira. A mineradora foi vendida por R$ 3,3 bilhões. O valor estimado na época do leilão era de R$ 92 bilhões, ou seja, valor 28 vezes maior do que o que foi pago pela empresa. Porém, o critério de avaliação do valor da mi-

Esse projeto de novo não tem nada, quando compraram o subsolo da Serra de Carajás na privatização eles já tinham conhecimento desse tanto de minério neradora, escolhido pelos bancos (entre eles o Bradesco), considerou apenas o fluxo de caixa existente no momento da

aquisição, sem levar em consideração o potencial das jazidas processadas da Serra Norte e o imenso poderio da reserva mineral da Serra Sul, estimado em 10 bilhões de toneladas de minério. “Esse projeto de novo não tem nada. Inclusive, quando compraram o subsolo da Serra de Carajás na privatização, eles já tinham conhecimento desse tanto de minério, o mapa é claro e mostra isso. É o maior saque de minérios do mundo”, indigna-se Raimundo Gomes Cruz, sociólogo do Centro de Educação, Pesquisa e Apoio Sindical (Cepasp) no Pará. (MZ)


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Um em cada cinco atendentes de fast-food vive na pobreza NOS ESTADOS UNIDOS Cerca de 24% das famílias de pessoas que trabalham nesses restaurantes recebiam cupons de comida do governo durante os anos analisados (de 2007 a 2011) Steve Rhodes/CC

de São Paulo (SP) Ao entrar em um restaurante de fast-food nos Estados Unidos, uma pessoa tem uma chance em cinco de ser atendida por um empregado com renda abaixo da linha da pobreza do país. Segundo pesquisa divulgada na última terça (15) pela Universidade de Berkley, na Califórnia, e pelo Departamento de Planejamento Urbano e Regional da Universidade de Illinois, 20% desses trabalhadores vivem na pobreza. De acordo com a análise, mais da metade dos atendentes das redes de fast-food (52%) são contemplados por um ou mais programas sociais do governo, comparados a 25% da força de trabalho como um todo.

A maioria das pessoas acha que empregos em redes de fast-food são dominados por adolescentes, mas mais da metade desses trabalhadores é adulta

Por causa dos baixos salários pagos aos empregados, que precisam recorrer à assistência social, a indústria de fast-food custa quase 7 bilhões de dólares por ano (o equivalente a R$ 15 bilhões) aos cofres públicos. Entre os programas de assistência governamental estão o Medicaid (seguro de saúde para pessoas necessitadas) e o

Chip (Programa de Seguro de Saúde Infantil, na sigla em inglês). Além disso, 24% das famílias de pessoas que trabalham nesses restaurantes recebiam cupons de comida do governo durante os anos analisados (2007 a 2011). A pesquisa foi publicada depois de milhares de empregados dessas redes terem saído às ruas por meses pedindo melhores salários. Muitos afirmaram querer que o pagamento fosse elevado para 15 dólares por hora. O salário médio desses trabalhadores à época da pesquisa era de 8,69 dólares por hora (R$ 19), para aqueles que trabalhavam 30 horas por semana. A Associação Nacional de Restaurantes dos EUA, espécie de sindicato, não comentou os dados. Adultos sem filhos O relatório trouxe, ainda, uma informação que pode ser considerada surpreendente por muitos: a maioria das pessoas acha que empregos em redes de fast-food são dominados por adolescentes, mas, na verdade, grande parte desses trabalhadores é adulta. Cerca de 23% dos atendentes têm entre 16 e 18 anos, enquanto 26% são adultos com filhos. Mais da metade, entretanto, é constituída de adultos sem filhos. No começo deste ano, empregados de fast-food de 60 cidades dos Estados Unidos entraram em greve para exigir pagamentos mais altos, para que não tivessem de se apoiar em programas governamentais. Eles planejam outras ações ainda para esta semana. (Opera Mundi)

Trabalhadores protestam diante de Loja do McDonalds estadunidense

Na Finlândia, milionário é multado em R$ 280 mil por dirigir acima do limite TRÂNSITO Lei local permite que governo aplique punição aos infratores com valores proporcionais ao patrimônio e à renda Reprodução

de São Paulo (SP) A polícia da Finlândia multou em 95 mil euros (cerca de R$ 280 mil) Anders Wiklöf, mega empresário do país, por dirigir a 77 km/h em local que o limite permitido era de 50 km/h, divulgou ontem (16) a imprensa europeia. O valor da punição se deve à legislação finlandesa, que estabelece que infrações consideradas graves devem ser cobradas proporcionalmente ao patrimônio e à renda do infrator. A lei prevê que dirigir acima de 15% do valor permitido é um excesso abusivo. Para esse tipo de caso, o gover-

O empresário finlandês Anders Wiklöf

no tem acesso ao imposto de renda do infrator e calcula a multa conforme seus rendimentos. Embora admita ter dirigido acima da velociadade, Anders Wiklöf contesta que a multa é excessiva e a atual legis-

lação é “injusta”. “Na Suécia, a multa seria de aproximadamente 450 euros. A diferença é enorme. Não posso acreditar que um infrator daqui seja mais infrator do que o de lá”, criticou Wiklöf .

“Eu preferiria doar esse dinheiro para os idosos, doentes ou pessoas que precisam do dinheiro no país.” Segundo informações do jornal El Mundo, em 2002, outro milionário finlandês, Anssi Vanjoki, foi multado em 116 mil euros (cerca de R$ 342 mil) após pilotar uma moto a 25 km/h acima do limite permitido. A título de comparação, no Brasil, transitar a 50% da velocidade permitida é considerado infração gravíssima. Para ricos ou pobres, a multa é de R$ 574,61 e, além disso, o motorista tem a carteira suspensa. (Opera Mundi)


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cultura | 11 Reprodução

O centenário de Vinicius COMPANHEIRO Amigos revelam mais esse lado do Poetinha, que completaria aniversário neste sábado Fran Ribeiro do Rio de Janeiro (RJ) Às vésperas dos 100 anos de seu nascimento, celebrado neste sábado (19), como lembrar de Vinicius de Moraes? Poeta, músico, crítico de cinema, compositor, produtor, diplomático? O certo é que ele está cada vez mais vivo. Dentre todas as facetas de um dos maiores nomes da cultura brasileira, amigos mais íntimos destacam uma característica: o Poetinha era, sobretudo, um companheiro, um amigo. “Vinicius era ainda muito melhor como com-

“Vinicius era ainda muito melhor como companheiro do que como poeta, do que como músico”, diz sua última esposa panheiro do que como poeta, do que como músico. Era um homem muito especial, um marido atencioso, gentil. Um amigo maravilhoso”, revela a jornalista Gilda Mattoso, sua nona e última esposa, que viveu com ele

seus anos finais de vida. A opinião de Maria Lúcia Rangel – filha de Lúcio Rangel, jornalista que, em 1956, apresentou Vinicius ao seu principal parceiro, Antonio Carlos Jobim –, é semelhante. “Eu destaco o poeta, o músico e o amigo. Essa trindade maravilhosa. Ele dava muito da poesia e da música para os jovens. Quando ia fazer 50 anos, disse que estava muito deprimido porque já tinha chegado aos dois terços da vida, ele já estava se achando velhíssimo. E foi ali que ele conheceu Edu Lobo, Francis Hime, vários outros jovens e ele adorava.”

Vinicius de Moraes, autor de clássicos como Chega de saudade e Garota de Ipanema

Vinicius deixou o terno e a gravata pela arte Ricardo Alfieri/CC

Poeta trocou o Direito pela arte Nascido no Rio de Janeiro, o botafoguense começou a criar suas primeiras poesias e músicas ainda na adolescência. Formado em Direito, tornou-se diplomata e trabalhou para o Itamaraty. Porém, Carlos Lyra, um dos percussores da Bossa Nova e seu amigo pessoal, revela que ele não gostava da profissão. “Ele era advogado, mas não gostava de ser diplomata, de ser embaixador. Não gostava de estar de terno e gravata. Gostava mesmo era de ser poeta. Não é à toa que Carlos Drummond de Andrade dizia que Vinicius era o único poeta que vivia co-

Vinicius, o único poeta que vivia como poeta

mo poeta”, disse. Lyra, hoje com 77 anos, também enaltece as várias potencialidades do Poetinha. “Primeiro, era o meu parceiro, o compositor mais importante da minha carreira. Depois, vinha o Vinicius amigo. Em terceiro, o mentor, o educador. Aprendemos muito com ele. Em uma conversa mais sincera, podia-

se perceber como ele era um homem incrível, rico de cultura, mas muito simples. Suas afirmações e ideias tinham muita profundidade”, conta. O trabalho com a diplomacia permitiu a Vinicius conhecer vários países. Apaixonado por cinema, em sua temporada em Hollywood, conheceu Orson Welles, que o teria

aconselhado a não estudar cinema. Porém, isso não o afastou de ser tornar um importante crítico da indústria cinematográfica, muito influenciado por sua segunda esposa, Lila Bôscoli. De volta ao Brasil, Vinicius parte para uma temporada na Bahia. Suas tardes de contemplação ficariam eternizadas em mais uma composição, dessa vez com Toquinho. O poeta adquiriu um perfil de projetista, chegando a desenhar sua casa baseado na beleza da Tarde em Itapuã, título da famosa música. Além disso, na Bahia, passa a reforçar a sua adoração aos orixás e à língua Nagô, já antes cantadas em composições com Baden Powell. (FR)

Vinicius faz parte da beleza carioca Composições são uma ode ao Rio de Janeiro Alana Gandra do Rio de Janeiro (RJ) Apaixonado pela cidade do Rio, as composições de Vinícius são uma ode à beleza da cidade e ao povo carioca. Em 1956, conheceu Jobim, com quem musicou letras para a peça teatral Orfeu Negro, inspirada na mitologia de Orfeu e Eurídice e adaptada para a realidade das favelas. Naquele mesmo ano, ela seria encenada apenas por atores negros no Teatro Municipal, algo impensável para a época. A amizade afinada entre ele e Jobim renderia composições que

fortaleceram a Bossa Nova como um movimento genuinamente brasileiro. Apesar da série de homenagens que acontecem para lembrar o Centenário do Poetinha, Maria Lúcia Rangel critica a falta de reconhecimento do poder público do Rio. “Estou percebendo como as pessoas estão muito interessadas em sua obra, na importância dela. Mas é triste ver que a cidade está na direção contrária. A prefeitura não consegue render uma homenagem. Chegou a ser anunciado um musical para a praia de Ipanema, mas logo depois foi cancelado pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB). Isso é negar a própria história cultural da cidade”, conclui Maria Lúcia. (FR)


12 | cultura

Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 João Xavi

A batalha do passinho DOCUMENTÁRIO Manifestação cultural tipicamente carioca chega aos cinemas Mariane Matos do Rio de Janeiro (RJ) Chega às salas de cinema do Rio de Janeiro o filme que retrata a manifestação cultural carioca conhecida como “batalha do passinho”. Selecionado como melhor filme da Mostra Novos Rumos, no Festival do Rio 2012, o longa, do cineasta Emílio Domingos, resgata como o passinho passou de simples forma de diver-

timento para fenômeno artístico difundido para todo o mundo. Por meio da voz dos meninos e meninas envolvidos, o documentário relata como se configurou o fenômeno. Desde seu início, quando era pouco conhecido, até quando virou febre nas redes sociais, exibindo os diferentes rumos que toma nos dias atuais, com a mistura de influências resgatadas do

frevo, break, samba, entre outros. O filme traz desde as celebridades do passinho, como Cebolinha e Gambá, até os organizadores e a responsável pelas páginas online. O filme traça a trajetória de uma afirmação da cultura popular carioca diante da sua marginalização. Por meio da internet e de muito esforço, esses jovens, que são a primei-

ra geração do passinho, conseguiram mostrar ao mundo a força da cultura das comunidades. Para o diretor do filme, “o passinho consegue quebrar o estigma do funk que o preconceito tenta limitar”. Fica evidente, no decorrer do documentário, que muito mais do que uma dança ou uma moda temporária, o passinho se tornou um estilo de vida.

Passinho: cultura popular carioca

AGENDA Divulgação

ARTE URBANA NO TERRAÇO O rapper Xará será a atração de outubro no evento que reúne manifestações artísticas de rua. A proposta de organizar o circuito de cultura independente tem como objetiv oferecer um espaço de interação entre artistas, produtores, grupos culturais e o público. Evento gratuito, sujeito à lotação do local. Domingo (20), às 17h. Imperator - Centro Cultural João Nogueira, Rua Dias da Cruz, 170 – Meier. SANGUE RUIM Em cartaz no Museu da Vida, a peça Sangue ruim debate os preconceitos e os equívocos sobre a Aids. Partindo das diferenças entre as origens e trajetórias das personagens, questões relacionadas à transmissão, prevenção e ao tratamento da doença são abordadas por um viés crítico. Entrada gratuita. Em cartaz até 06/12, quintas e sextas às 10h30 e às 13h30. Fiocruz, Av. Brasil 4365 – Manguinhos. HIP-HOP NA LAPA O tradicional rap das noites de sexta volta às ruas da Lapa em mais uma temporada. Con-

Divulgação

RESISTIR É PRECISO A exposição Resistir é preciso reúne obras e documentos produzidos na época da ditadura. A mostra exibe um acervo que reconta a militância dos artistas no período do regime militar no Brasil. Em cartaz até 06/01, todos os dias, menos às terças-feiras, das 9h às 21h. Centro Cultural Correios, Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro. Xará, no Arte Urbana no Terraço

tando com discotecagem, rimas improvisadas e altas performances, o evento reúne artistas e amantes da cultura de diversos cantos da cidade. Evento gratuito. Rua Joaquim Silva, em frente ao nº 25 – Lapa.

“ROQUE PENSE!” Com o tema “Nas ruas, no ano da cultura alternativa na Baixada Fluminense”, o festival musical antissexista “Roque Pense! – mulheres, guitarras e novas ideias” acontece no próximo final de semana. O evento é uma proposta de debate sobre o protagonisDivulgação

Sangue Ruim, no Museu da Vida

Roque Pense!, no Paço Municipal

mo da mulher na cultura urbana. Por meio do universo musical e cultural, o festival levanta questões acerca da discriminação por gênero e a afirmação do direito das mulheres. Entrada gratuita. 18 a 20 de outubro. Paço Municipal. Mais informações: roquepense.com.br. YOUPIX Neste fim de semana, acontece no Rio de Janeiro um festival para discutir internet e comportamento digital. O evento trará discussões sobre o mundo virtual e os movimentos cultu-

rais que nascem e se espalham na rede. Entrada gratuita. 18 e 19 de outubro, a partir das 13h.

Centro Cultural Ação da Cidadania – Centro. Inscrições e programação: youpix.com.br Divulgação

Resistir é preciso, no Centro Cultural Correios


variedades | 13

Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL 2013

O gol, para o atacante (fut.) Ator brasileiro de "Ca(?) de reservista: randiru" Sem (?): atesta o cumprimento e "300" do serviço militar inédito

Cidade natal de Paulo (Bíblia)

A ave que participa de torneios de canto A primeira vogal Matéria de jornal

Titânio (símbolo) Siga em frente

Arma portátil em forma de tubo Ser, em inglês Anseio do ganancioso

Rio Grande do Sul (sigla) Dentro de, em francês

50 Desafios para mudar

Capacitar A força "mágica" da benzedeira

Ritual de entrada na universidade São fonte de diversão em cassinos e podem envolver dados, roleta ou baralho

HORÓSCOPO

sua maneira de pensar

(?) pois, expressão típica de Portugal Título britânico Tecido de casacos

Nas bancas e livrarias

2/be. 4/dans — poli. 7/recurso. 10/ministério — precedente. 15/mesa do imperador.

BANCO

Emprego; aplicação Dígrafo de "osso"

Solução M N T E I O S L A O S D R I O T I V E M A P B E T A R RE Z A U D I C O Z A R

(?)-USP: primeira escola de Engenharia do Estado de São Paulo

Estúpido (fig.) A região dos Lençóis MaraElemento nhenses natural a que o algodão-doce se assemelha

www.coquetel.com.br

M O E C E D E N E T A R R A P A T A R N I S T E F C L I N U C AN O R A R S A D D O R O T E T U S O I S T R S D E A

(?)-8, grupo dos países ricos

Cartão (?), item da câmera digital

GO

(?) Público: fiscaliza o cumprimento das leis

Endereço da loja virtual (internet)

Pedido de revisão de decisão judicial

Gênero musical dos Racionais MCs

P R M O D OS R M I G P O S A S N T O R J O

Relativos a dinheiro "(?) Brasil", programa

Ponto turístico carioca na Floresta da Tijuca, era o local de almoço campestre da Rio que banha o Cairo nobreza

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ASTROLOGIA - Semana de 17 a 23 de outubro Semana traz elementos de influências que ajudam em decisões; tendências para exercitar suas crenças e também a espiritualidade

Áries

(21/3 a 20/4) Bom momento para cuidados extras com a saúde e com o corpo, priorizando hábitos mais saudáveis. Semana para valorizar convívios sociais. Dobre a atenção com a ansiedade. Na vida amorosa, surpreenderá com simplicidades.

Touro

(21/4 a 20/5) Momento exige maior paciência com as pessoas com quem convive mais. A convivência com as pessoas que mais gosta é propensa à maior exposição de sentimentos. No amor, procure se afastar de antigos sentimentos.

Gêmeos

(21/5 a 20/6) Período bom para esclarecer assuntos pendentes. Questões familiares e mudanças ligadas à rotina doméstica tomarão maior foco para esclarecer pendências. No amor, cuide para não exagerar em manias ou se portar de forma implicante.

Câncer

(21/6 a 22/7) Cuidado com as palavras e com a maneira de se expressar. Momento para a retomada de planos antigos. Evite ações consumistas, tenha mais cuidado com as despesas. No amor, evite exagerar em críticas ou com exigências.

Leão

(23/7 a 22/8) Momento favorece para projetos antigos. Há tendências para consolidar questões materiais ou que envolvam suas finanças. Cuide para não ser tomado por consumismo ou despesas supérfluas. No amor, evite posturas pegajosas.

Virgem

(23/8 a 22/9) Semana é de reflexão sobre atos e práticas cotidianas. Cuide para não querer resolver tudo de maneira ansiosa. Momento para saber lidar de forma paciente com as diferenças. No amor, seja generoso, mas atenção com os abusos.

Libra

(23/9 a 22/10) Período para amenizar desgastes. O momento do ano é para refletir e até evitar sacrifícios. Semana importante para decisões que envolvam projetos pessoais. No amor, procure conversar mais sobre liberdade e costumes da vida afetiva.

Escorpião

(23/10 a 21/11) Semana importante para ponderar seus pensamentos e a maneira de expressá-los. A retomada de amizades e novas convivências trarão momentos especiais. No amor, evite ser demais exigente e cuidado com os exageros.

Sagitário

(22/11 a 21/12) Semana requer mais atenção para não se deixar mover por atitudes radicais. Período se destaca por mudanças e momentos marcantes. No amor, cuidado com os gestos de ciúme, confidências e evite posturas dramáticas.

Capricórnio (22/12 a 20/1) Semana traz tendência para se envolver mais com temas filosóficos, culturais ou que acrescentem seus conhecimentos. Período importante para terapias e algo que recarregue as energias. No amor, momento importante para lidar com alguns segredos.

Aquário

(21/1 a 19/2) Semana traz influência positiva para interação social, convivência com antigos amigos e novos contatos de amizade. Bom para mudar a maneira de lidar com as relações mais próximas. Na vida amorosa, os momentos íntimos estarão mais intensos.

Peixes

(20/2 a 20/3) Momento bom para aproveitar mais o lazer. Fique atento para não agir de maneira inconsequente ou individualista. Na vida amorosa, seja mais prestativo, atencioso e procure surpreender de maneira positiva quem você gosta.


14 | esporte

Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 CBV

Rio recebe Circuito Banco do Brasil Open

FATOS EM FOCO

Vasco empata e é eliminado

VÔLEI DE PRAIA Terceira etapa da edição 2013/2014 acontece em arena montada entre as praias de Copacabana e do Leme da Redação Depois do Grand Slam de São Paulo do Circuito Mundial, com o ouro de Bruno Schmidt/Pedro Solberg e o bronze de Ágatha/Maria Elisa, as atenções nas areias se voltam novamente para o Circuito Banco do Brasil Open, importante competição do vôlei de praia brasileiro. A terceira etapa será disputada de sexta (18) a

domingo (20), no Rio de Janeiro, na arena montada entre as praias de Copacabana e do Leme, em frente à Avenida Princesa Isabel. Todos os 20 atletas que defenderam o Brasil na capital paulista participarão da competição. Com mais vitórias nas areias do Estado do Rio, a dupla formada por Adriana Behar e Shelda (RJ/CE) conquistou oito títulos em sequência, de

Arena montada entre as praias de Copacabana e do Leme para receber a competição

1996 a 2004. Entre os homens, o grande campeão é o cearense Márcio, vitorioso quatro vezes, em quatro diferentes cidades e com três parceiros distintos: com Benjamin em, 99 (Niterói) e 2003 (Rio); Fábio Luiz, em 2007 (Cabo frio) e Ri-

cardo, em 2010 (Búzios). No masculino, participam 16 duplas: as 12 primeiras do ranking e outras quatro convidadas pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Já no feminino, são 12 parcerias, com as nove melhores do ranking e três

convidadas. Na primeira etapa, em Recife (PE), quem largou na frente na temporada foram Alison/Emanuel (ES/PR) e Talita/Taiana (AL/CE). Já em Vitória (ES), título para Evandro/Vitor Felipe (RJ/PB) e Lili/Rebecca (ES/CE). (CBV)

Atletas podem atingir marca centenária nas areias cariocas CBV

Alison e Lili já disputaram 99 etapas do torneio da Redação Os dois iniciaram suas carreiras no vôlei de praia em 2005. Oito anos depois, Alison e Lili chegam ao Rio de Janeiro para completar 100 participações na história do torneio. Para completar a coincidência, os dois estão na liderança do ranking da temporada, ao lado dos respectivos parceiros Emanuel e Rebecca. Nas 99 etapas que disputou, o capixaba Alison tem computadas 309 vitórias e 40 pódios, sendo

Alison e Lili, perto de completar 100 jogos no torneio

19 títulos, oito segundos lugares e 13 terceiros. Já é bicampeão brasileiro, com as conquistas em 2009, ao lado de Harley,

e 2011, com Emanuel. O Mamute, como é conhecido devido aos seus 2,03m, 102Kg e um bloqueio poderoso, ficou

até surpreso ao saber da marca que está prestes a atingir. “Fico muito feliz por saber que atingirei essa

marca tão expressiva. Eu me lembro bem da minha primeira etapa, em Londrina (PR), em 2005, quando jogava com o Vinícius”, lembrou o jogador de 27 anos. Já Lili, uma das primeiras atletas do Projeto Renovação de Vôlei de Praia, da CBV, soma 180 vitórias em 99 etapas disputadas. A capixaba, que completará 26 anos no próximo dia 26, subiu ao pódio 11 vezes, com dois ouros, cinco pratas e quatro bronzes. Aliás, ela defende o título conquistado no Rio de Janeiro na temporada 2012/2013, já ao lado da parceira Rebecca. A outra conquista veio na etapa passada, dentro de casa, em Vitória (ES). (CBV)

Ontem (16), o Vasco entrou no gramado de São Januário precisando vencer o Kinderman-SC para se classificar para a próxima fase do Campeonato Brasileiro Feminino sem depender de outros resultados. No entanto, o empate de 1 a 1 no final dos 90 minutos, aliado à vitória de São José por 3 a 0, eliminou a equipe vascaína pelo critério de saldo de gols. Mesmo estando à frente do placar na maior parte do tempo, o que lhe garantia a classificação, o Gigante da Colina sofreu frustrante gol no último lance do jogo, de pênalti, para desolação das atletas cruzmaltinas. As duas equipes precisavam da vitória para a classificação. COB

Luta olímpica em novembro Competição oficial do calendário da Federação Internacional em 2013, a Copa Brasil Internacional de Luta Olímpica está confirmada para acontecer entre os dias 28 e 30 de novembro. Assim como no ano passado, o Cefan (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes), no Rio de Janeiro, será o palco da competição. Países como Rússia, Canadá, Colômbia e Argentina já demonstraram interesse em participar e a expectativa é que mais países venham conhecer melhor a próxima sede olímpica.


esporte | 15

Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013

opinião | Bruno Porpetta

Ignorância conveniente ROMÁRIO desceu o sarrafo em Ronaldo e Bebeto, ambos membros do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL). Afirmou que “ou eles não sabem o que está acontecendo, ou estão fingindo que não sabem” e completou dizendo que “de qualquer forma, isso é ignorância”. O Baixinho se equivoca nesta avaliação. Eles sabem muito bem o que está acontecendo. Bebeto é deputado estadual no Rio de Janeiro, no momento em que o estado está em ebulição política por conta das manifestações em defesa da educação, que desvelaram a questão da violência policial e o desrespeito aos preceitos constitucionais mais elementares. Seu papel, além de legislar, é o de fiscalizar o poder executivo. No entanto, Bebeto faz parte da turma que vai à Alerj apenas para levantar o braço quando o governo manda.

Sua página de projetos na internet é só um monte de letras embaralhadas. Seu mandato tem pouco destaque e a ocasião da Copa do Mundo parece ideal para aparecer um pouco, às vésperas de um ano eleitoral. O empresário Ronaldo é outro que sabe bem o que está acontecendo. Um craque com o histórico de superação que tem só poderia se tornar o ídolo mais popular dos últimos tempos em nosso futebol. No mundo dos negócios, popularidade vale muito dinheiro. Não à toa é cogitado para a CBF. A soma de prestígio, talento com a bola e conhecimento sobre o meio dos negócios do futebol dá o produto perfeito para que os mesmos continuem mandando no futebol. Ou seja, ninguém aí está de bobeira. Nem nós. Bruno Porpetta é autor do blog porpetta.blogspot.com

brasileirão | 30ª rodada

Juninho e Jomar reforçam time do Vasco em Macaé Marcelo Sadio/vasco.com.br

BRASILEIRÃO Equipe cruz-maltina pega o Goiás logo mais no Moacyrzão da Redação O time do Vasco que pega o Goiás hoje (17), às 19h30, em Macaé (RJ), tem pelo menos duas boas novidades para o torcedor: as voltas do meia Juninho e do zagueiro Jomar, confirmados pelo técnico Dorival Júnior após o treino de ontem. O defensor volta após cumprir suspensão automática pelo terceiro cartão amarelo recebido na vitória contra o Fluminense. Já Juninho também ficou de fora da última partida, contra o Criciúma, por conta de problemas musculares. Com 32 pontos conquistados em 28 jogos, o Vasco segue na zona da degola, enfrentando Goiás, com 40 pontos, em situação mais confortável. Apesar da situação difícil, a torcida botafoguense tem comparecido às bilheterias do Mo-

acyrzão em bom número e prometendo apoiar a equipe que busca escapar do fantasma do rebaixamento. Jogo difícil “Goiás e Vasco vão jogar suas vidas”, disse o técnico esmeraldino Enderson Moreira. “Creio em partidas mais difíceis do que as duas realizadas no Serra Dourada”, completou. O meia David, à disposição do treinador para a partida, afirmou que a equipe está concentrada para o jogo. “Para nós, são pontos muito importantes. Temos de saber jogar esse jogo tão difícil, fazer o nosso jogo para buscar um bom resultado”, disse. No primeiro encontro, pelo Brasileirão, as equipes empataram em 1 a 1. Pelas quartas de final da Copa do Brasil, o Goiás levou a melhor, vencendo por 2 a 1.

Juninho treinou e está liberado para o jogo

FICHA TÉCNICA

X Vasco

Goiás

Moacyrzão | Macaé (RJ) | 17/10 | 19h30

Fluminense X Ponte Preta Sáb | 19/10 | 18h30 | Maracanã

Náutico X Santos Sáb | 19/10 | 18h30 | Arena Pernambuco

Corinthians X Criciúma Sáb | 19/10 | 21h00 | A DEFINIR

Atlético-MG X Flamengo

Botafogo pega o Vitória OTIMISMO Oswaldo de Oliveira acredita no trabalho desenvolvido pelo grupo da Redação

Dom | 20/10 | 16h00 | Independência

Goiás X Atlético-PR Dom | 20/10 | 16h00 | Serra Dourada

Internacional X Grêmio Dom | 20/10 | 16h00 | Estádio do Vale

Bahia X São Paulo Dom | 20/10 | 16h00 | Fonte Nova

Botafogo X Vasco Dom | 20/10 | 18h30 | Maracanã

Coritiba X Cruzeiro Dom | 20/10 | 18h30 | Couto Pereira

Portuguesa X Vitória Dom | 20/10 | 18h30 | Canindé

Para o técnico botafoguense Oswaldo de Olivera, a partida de hoje (17), contra o Vitória, no Barradão (BA), às 21h, é importante para garantir as ambições de seu time. Ainda mais quando o adversário está motivado pela chance de conquistar uma vaga no G-4, passaporte para a Libertadores. Apesar disso, o treinador está feliz com a produção de seus comandados e acredita que o grupo voltará a render. Para justificar o estado de es-

pírito, Oswaldo lembra as conquistas recentes desses jogadores, campeões cariocas e classificados para as quartas de final da Copa do Brasil. “O otimismo sai principalmente daquilo que

foi conquistado com trabalho durante a temporada. Os jogadores já passaram por experiência semelhante e sabiam que esse grupo ia dar resultados”, disse o técnico. Mas existem alguns

FICHA TÉCNICA

X Vitória

Botafogo

Barradão | Salvador (BA) | 17/10 | 21h00

problemas. Jefferson, que ainda retorna da China com a Seleção Brasileira, está de fora. Já Lodeiro, que estava na seleção uruguaia, será aguardado até o último instante. “Nesse momento, já penso em todas as alternativas. Normalmente, o Lodeiro dá resposta positiva, eu o conheço desde o ano passado e não jogou ontem pelo Uruguai. Segue para Salvador amanhã e, estando em condições, provavelmente vai iniciar a partida. Ainda não defini no lugar de quem”, comentou.


16 | esporte

Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 Alexandre Vidal/Fla Imagem

Flu perde e segue ameaçado BRASILEIRÃO Equipe foi derrotada por 1 a 0 pelo líder Cruzeiro no Mineirão da Redação

O lateral Léo Moura em lance da partida

Mengão supera “maldição” e vence o Bahia no Maraca BRASILEIRÃO Equipe carioca superou uma estatística de apenas três vitórias em 23 duelos com o modelo alternativo de uniforme da Redação O Mengão venceu o Bahia por 2 a 1 na noite desta quarta-feira (16), no Maracanã. Com a vitória, o Rubro-negro encerrou uma “maldição” na estreia de sua nova roupa – predominantemente preta e com imagens que remetem a pontos turísticos do Rio de Janeiro. Paulinho e Hernane marcaram os gols que garantiram os três pontos ao time da Gávea na tabela do Campeonato Brasileiro; Fernandão descontou para os visitantes. Com o resultado, o time da Gávea pulou para o nono lugar e agora se prepara para o confronto contra o Atlético-MG, no próximo domingo, em Belo Horizonte. Já a equipe baiana caiu para a 14ª colocação e tentará a recuperação contra o São Paulo, no fim de semana, em jogo na Fonte Nova. Jogando em casa, o Fla-

mengo tentou partir para cima no início do jogo. No entanto, uma substituição forçada, logo aos 7 min, fez técnico Jayme de Almeida rever seus planos. João Paulo reclamou de fortes dores musculares e foi sacado. André Santos assumiu a lateral esquerda e Luiz Antônio, que entrou na vaga do lesionado, foi para o meio, tornando a equi-

pe mais defensiva. O Rubro-negro teve boa parte da posse de bola, mas não conseguiu criar chances reais. O Bahia, por sua vez, se fechou na defesa e tentava surpreender nos contra -ataques, principalmente com o rápido William Barbio. Na volta do intervalo, nova mudança no Flamengo: Gabriel entrou na

FICHA TÉCNICA

2 1 X

Flamengo Felipe, Léo Moura, Chicão, Wallace, João Paulo (Luiz Antonio), Amaral, Elias (Val), André Santos, Carlos Eduardo (Gabriel), Paulinho e Hernane

Bahia Marcelo Lomba, Madson, Lucas Fonseca, Titti, Raul, Feijão, Rafael Miranda, Hélder (Anderson Talisca), Wallyson (Marquinhos Gabriel), William Barbio (Souza) e Fernandão

Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 16/10 | 21h50 Gols de Paulinho e Hernane (FLA) e Fernandão

vaga de Carlos Eduardo. Desta vez, porém, a alteração fez efeito. Com uma postura mais agressiva, o Rubro -negro não demorou para chegar ao gol. Aos 6min, André Santos cruzou com perfeição da esquerda e encontrou Paulinho livre dentro da área; o atacante escorou para o fundo das redes, sem chance de defesa para o goleiro Marcelo Lomba. A vantagem no placar animou o Flamengo, que seguiu pressionando. Mas foi o Bahia aos 33 min que empatou o jogo. Após boa troca de passes entre Marquinhos e Souza, Fernandão recebeu pela direita e acertou um belo chute no ângulo de Felipe. Já nos momentos finais - 39 min – Léo Moura chegou à linha de fundo pelo lado direito e cruzou para Hernane marcar o seu e dar números finais ao placar, garantindo o triunfo carioca por 2 a 1.

O Fluminense perdeu para o Cruzeiro, na noite desta quarta-feira (16), no Mineirão, por 1 a 0, com gol de Borges. Com a 19ª vitória no Brasileirão, o time mineiro retomou o caminho de triunfos e chegou aos 62 pontos. O tricolor carioca, por sua vez, segue com 35 pontos, ameaçado pela zona de rebaixamento. O Fluminense entrou em campo com uma equipe muito desfalcada, totalizando 12 ausências, algumas novas e outras já antigas, por causa de suspensões, lesões e convocações para a seleção brasileira. E aos 21 min do primeiro tempo, a equipe carioca ainda perdeu Wagner, lesionado. Nos minutos iniciais, o Fluminense deu a impressão de que iria encarar o líder do Brasileirão, buscando o ataque. Mas a ousadia tricolor

durou pouco. Aos poucos, o Cruzeiro conseguiu encaixar seu jogo. E, aos 17 min, graças à insistência e luta de Goulart, a bola sobrou para Borges, que finalizou e colocou a bola na rede. O Fluminense, aos 21 min, teve de substituir Wagner, contundido, por Felipe. E criou boas oportunidades para empatar. Aos 22 min, Rafael Sóbis chutou com perigo, mas mandou a bola para fora e, aos 31 min, Lucas Silva errou passe, a bola foi cruzada para Samuel, que, livre, finalizou errado. No segundo tempo, o jogo seguiu aberto, com os dois times criando e desperdiçando oportunidades. No final da partida, os jogadores tricolores cercaram a arbitragem, reclamando de um possível toque de mão do zagueiro Bruno Rodrigo. Por isso, após o jogo terminado, Felipe foi expulso. Bruno Haddad/Fluminense F.C.

Tricolor segue ameaçado pela zona de rebaixamento

FICHA TÉCNICA

Cruzeiro

1X0

Fábio, Mayke, Bruno Rodrigo, Léo, Egídio (Ceará), Nilton, Lucas Silva, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Willian (Elber) e Borges (Dagoberto)

Fluminense

Kléver; Bruno, Gum, Leandro Euzébio, Ailton (Igor Julião), Edinho, Jean, Rafinha (Rhayner), Wágner (Felipe), Rafael Sobis e Samuel

Mineirão | Belo Horizonte (MG) | 16/10 | 19h30 Gol de Borges (Cruzeiro)


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