Brasil de Fato RJ - 254

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RIO DE JANEIRO

23 de fevereiro a 1° de março de 2018 distribuição gratuita brasildefato.com.br

/brasildefatorj

@Brasil_de_Fato

Ano 6 | edição 254

COMO A INTERVENÇÃO MILITAR VAI AFETAR A VIDA NAS FAVELAS DO RIO Fernando Frazão/ Agência Brasil

A intervenção militar no estado do Rio de Janeiro foi aprovada na Câmara Federal e no Senado, pela maioria dos parlamentares, com a justificativa de conter a crise da segurança pública no estado. No entanto, para moradores das favelas e áreas de conflito da capital, que tiveram experiências anteriores com operações das forças armadas, a medida significa violação de direitos para os mais pobres e está longe de ser a solução para a crise. GERAL P. 5, 6 E 7

Flamengo quer que torcida pegue leve

» Diretoria do clube soltou nota para tentar conter incidentes violentos envolvendo "torcedores". ESPORTES P. 12

Campanha contra abuso sexual no futebol

Elza Soares de graça no MAR »»Museu na Praça

» Após casos

de repercussão internacional, jogadores brasileiros gravaram vídeo para combater assédio. ESPORTES PAG. 11

Divulgação

Gilvan de Souza/Flamengo

Mauá receberá show gratuito da cantora. Senhas serão distribuídas nesta sexta-feira (23). CULTURA & LAZER P. 10


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GERAL

RIO DE JANEIRO, 23 DE FEVEREIRO A 1º DE MARÇO DE 2018

Manifestações contra reforma da Previdência tomam conta da capital e interior do Rio Atos tiveram início na noite de domingo (18), quando os petroleiros da região Norte Fluminense iniciaram greve de 48 horas Sindipetro

MARIANA PITASSE

A

RIO DE JANEIRO (RJ)

Assim como em todo o país, trabalhadores se mobilizaram contra a reforma da previdência na capital e no interior do estado do Rio

Os profissionais da educação do estado do Rio também se somaram às manifestações ao realizar uma paralisação de 24 horas, inaugurada com um ato em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). No interior do estado, trabalhadores rurais do município de Casimiro de Abreu, na região dos Lagos, realizaram o fechamento de uma das maiores rodovias do país, a BR 101, na altura do quilômetro 208. Os bancários também participaram das mobilizações. Agências de Macaé e Campos, no Norte do estado, Teresópolis, na região serrana, Angra dos Reis, na Costa Verde, e no centro da capital realizaram paralisações de meio turno.

FRASE DA SEMANA

Prendam minha carne. Minhas ideias continuarão soltas

Disse o ex-presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA (PT) nesta quarta-feira (21), em Belo Horizonte (MG), durante lançamento estadual da sua pré-candidatura.

www.brasildefato.com.br redacaorj@brasildefato.com.br /brasildefatorj @Brasil_de_Fato (21) 99373 4327 (21) 4062 7105 CONSELHO EDITORIAL Alexania Rossato, Antonio Neiva (in memoriam), Carolina Dias, Flora Castro, Joaquín Piñero, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam) | EDIÇÃO Vivian Virissimo | SUBEDIÇÃO Mariana Pitasse | ADMINISTRAÇÃO Angela Bernardino e Marcos Araújo | DISTRIBUIÇÃO Carolina Dias | REDAÇÃO Flora Castro, Luiz Ferreira, Jaqueline Deister e Raquel Júnia.

Ricardo Stuckert

s manifestações contra a reforma da Previdência no estado do Rio tiveram início na noite de domingo (18), quando os petroleiros da região Norte Fluminense iniciaram uma greve, com duração de 48 horas. Trabalhadores de cerca de 33 plataformas, das 45 que formam a Bacia de Campos, aderiram à greve. “Nós, trabalhadores e trabalhadoras, temos clareza de que se não tivermos a frente da luta, ninguém vai assumir essa responsabilidade pela gente. Estamos na luta e vamos fazer o enfrentamento necessário contra desmonte dos nossos direitos”, afirma Tezeu Bezerra, coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF). Na capital, outra manifestação significativa aconteceu em frente ao aeroporto Santos Dumont, no centro da cidade. No ato, dezenas de pessoas estiveram presentes para manifestar aos deputados federais do Rio, que estavam embarcando para Brasília, que a população carioca é contra a reforma da Previdência.


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GERAL

RIO DE JANEIRO, 23 DE FEVEREIRO A 1º DE MARÇO DE 2018

Moro recebe acima do teto constitucional DANIEL GIOVANAZ

CURITIBA (PR)

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á três semanas, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o juiz de primeira instância Sérgio Moro, conhecido por julgar processos da Operação Lava Jato em Curitiba, é dono de um imóvel na cidade e recebe R$ 4.378,00 por mês como “auxílio-moradia”. O apartamento em que ele vive com a esposa tem 256 m² e foi adquirido em 2002 por R$ 173,9 mil. A informação divulgada pelo jornal provocou manifestações de repúdio e trou-

DESLIZAMENTOS

Sirenes de alerta foram acionadas em seis comunidades do Rio

»»As fortes chuvas que caíram

nesta semana no Rio de Janeiro voltaram a deixar bairros sem luz. Quedas de árvores também foram registradas. Sirenes de alerta de deslizamento foram acionadas em seis comunidades: Babilônia, de Chapéu Mangueira, Cabritos e na Ladeira dos Tabajaras (essas quatro em Copacacabana), em Santa Marta (em Botafogo) e no Sítio Pai João (no Itanhangá). Bolsões d'água e alagamentos foram registrados em vias importantes da cidade, como as avenidas Borges de Medeiros e Epitácio Pessoa (na Lagoa), Presidente Vargas (no centro), Lagoa-Barra, Ayrton Senna (na Barra) e Brasil. O Rio está em estágio de atenção, o nível intermediário na escala de três estágios da Defesa Civil. (ABr)

xe à tona a insatisfação da população brasileira com os privilégios dos membros do Poder Judiciário. Porém, o auxílio-moradia não é ilegal, e está disponível a todos os juízes do país – mesmo àqueles que têm um ou mais imóveis nos municípios onde atuam. OUTRO LADO Moro afirmou ao jornal O Globo que o auxílio-moradia, “embora discutível, compensa a falta de reajuste dos vencimentos desde 1º de janeiro de 2015 e que, pela lei, deveriam ser anualmente reajustados”.

CHARGE | Laerte

Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Juízes recebem pagamentos que são desconsiderados no cálculo do teto do funcionalismo público, como auxílio moradia

VOCÊ SABIA

?

A razão da polêmica é que não só o auxíliomoradia, como outras vantagens e indenizações recebidas pelos juízes federais, são desprezadas no cálculo do teto salarial do funcionalismo público – que é delimitado pelos vencimentos dos juízes do STF, e hoje equivale a R$ 33.293,38 por mês. O subsídio que Sérgio Moro recebe ao final de cada mês tem o valor fixo de R$ 28.947,55. Porém, nos dois últimos anos, Sérgio Moro recebeu em média R$ 36.131,78 ao final de cada mês. O teto salarial dos juízes no Brasil é quase 16 vezes maior que a renda média dos cidadãos. Nos países da União Europeia, a proporção é inferior a cinco.

OPINIÃO JULIANE FURNO | ECONOMISTA

Você sabe o que derrubou a inflação? » “Recessão e desemprego derrubam inflação e devolvem o poder de compra aos brasileiros”. Seria menos trágica se não fosse tão verdadeira. Inflação é um fenômeno econômico que decorre da “Lei da Oferta e da Procura”. Por exemplo, se na feira tem poucas pessoas que oferecem tomate e muitas pessoas que querem comprar, o seu “preço” vai aumentar. Em 2017 a inflação brasileira fechou em 2,95% (IPCA). O governo golpista de Michel Temer, a sua equipe econômica e, possivelmente, alguém no seu whatsapp devem ter comemorado! Mas a inflação caiu, principalmente, porque os trabalhadores pararam de gastar. E eles pararam de gastar porque a renda média vem caindo sistematicamente, o salário mínimo foi reajustado abaixo da inflação e o desemprego está alto. Se a pessoa recebe menos ou não recebe nada, ela gasta menos ou não gasta. Se ela não gasta, a indústria fica com seus produtos encalhados, demite trabalhadores, que deixam de gastar porque estão sem emprego. De fato a inflação baixa aumenta o poder de compra porque a moeda não perde tanto valor, mas esse aumento no poder de compra não compensa os efeitos danosos das causa da queda da inflação.


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GERAL

RIO DE JANEIRO, 23 DE FEVEREIRO A 1º DE MARÇO DE 2018

Alerj dá início aos trabalhos da CPI dos Ônibus

A

Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deu início nesta semana aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar denúncias de irregularidades no sistema de transporte público

do estado. A CPI dos Ônibus, como ficou conhecida, será presidida por Eliomar Coelho (PSOL). Ela terá como relator Geraldo Pudim (MDB). De acordo com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), empresários

do setor de transportes estão envolvidos no repasse de propina a agentes públicos. Um dos beneficiários seria o ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Também teriam participadodoesquematrêsdeputados do MDB: Jorge Picciani, Paulo

Melo e Edson Albertassi. Segundo o relator, que é correligionário dos denunciados, estas acusaçõesnãoserãoobjetodaCPI. Entre os empresários denunciados pelo MPF, está Jacob BarataFilho,cujafamíliacomanda diversas empresas. Ele chegou a

ser preso três vezes, mas obteve em todas as ocasiões habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O último deles foi concedidoemdezembroetambém beneficiou o ex-presidente da Fetranspor, Lélis Teixeira. (ABr)

Eleitores ainda podem cadastrar biometria até março CRISTIANE SAMPAIO

BRASÍLIA (DF)

»»As

eleições deste ano têm o primeiro turno previsto para 7 de outubro e o segundo para o dia 28 do mesmo mês, mas até lá os eleitores precisam ficar atentos a todos os prazos da Justiça Eleitoral. Um dos principais procedimentos é o cadastramento biométrico, que consiste no registro das impressões digitais do eleitor para que ele seja eletronicamente identificado no ato da votação. A tecnologia dá mais segurança ao processo eleitoral e neste ano será adotada obrigatoriamente em mais de 700 municípios. Desses, 181 ainda estão com o processo de cadastramento aberto até o mês de março. A data final varia de acordo com cada cidade, podendo ser verificada junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de cada estado. Em alguns deles, é necessário agendar o atendimento para o cadastro. Os eleitores que perde-

rem o prazo terão o título suspenso. A partir do dia 9 de maio, o documento será cancelado pelo TSE, o Tribunal Superior Eleitoral. A perda traz ainda outras penalidades, como a proibição de assumir cargos públicos e de emitir passaporte. Ao todo, mais de 75 milhões de eleitores já fizeram o cadastro, que começou nas eleições anteriores e deve ser finalizado no país até o ano de 2022. Todos os eleitores podem se cadastrar, independentemente de estarem num domicílio eleitoral que já tenha a biometria obrigatória. Os eleitores que tiverem dúvidas sobre qualquer procedimento podem ainda entrar em contato com a Central de Atendimento ao Eleitor pelo telefone 148. Vale lembrar que as eleições deste ano serão voltadas para a escolha de presidente da República, governadores dos estados, dois terços do Senado Federal, deputados federais e estaduais – no caso do Distrito Federal, deputados distritais.


GERAL

RIO DE JANEIRO, 23 DE FEVEREIRO A 1º DE MARÇO DE 2018

Moradores de favelas se posicionam contra intervenção militar Fernando Frazão/Agência Brasil

Leia a opinião de moradores de áreas de conflito da capital que tiveram experiências anteriores com operações das forças armadas MARIANA PITASSE

RIO DE JANEIRO (RJ)

A

intervenção militar no estado do Rio de Janeiro foi aprovada na Câmara Federal na última terça-feira (20), pela maioria dos parlamentares, com a justificativa de conter a crise da segurança pública no estado. No entanto, para moradores das favelas e áreas de conflito da capital, que tiveram experiências anteriores com operações das forças armadas, a medida significa violação de direitos para os mais pobres e está longe de ser a solução para a crise. Para a moradora da Maré, Gizele Martins, a presença do exército oprime e modifica o cotidiano dos moradores das favelas. “A gente sabe que quando tem uma intervenção como essa, as interrupções das nossas vidas passam a ser diárias, perdemos o direito de ir e vir. E a violência continua. Em 2016, tivemos pessoas assassinadas, nossas casas

Operações anteriores com exército trouxeram mais violência e insegurança para os moradores de áreas de conflito

invadidas e até casos de estupros na Maré. Vamos sofrer tudo de novo”, afirma. Como relembra Gizele, as forças armadas participaram de diversas operações militares no Rio outras vezes, como na ocupação do Complexo do Alemão e da Maré, em 2007, 2010 e 2016, e também durante a Copa e as Olimpíadas. Mas essa é a primeira in-

tervenção militar decretada pelo governo federal desde 1988. Com ela, até dezembro deste ano, o general do exército Walter Souza Braga Netto terá o comando da Secretaria de Segurança, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e do sistema carcerário no estado do Rio. Tainã de Medeiros, morador do Complexo do Alemão, conta que as operações anteriores com a pre-

sença do exército trouxeram mais violência e insegurança para os moradores das áreas de conflito. “No Alemão, enquanto o exército estava lá houve muito silenciamento, tapa na cara, casas invadidas e tortura. Isso é o que o estado nos coloca em troca dessa suposta paz. As trocas de tiros acabam, mas a população sofre e o crime organizado continua atuando”, explica.

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Mandado coletivo fere direitos

»Tainã conta que uma das maiores preocupações dos moradores das favelas com a intervenção é a possível autorização de mandados de busca e apreensão coletivos. De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, as operações vão funcionar com mandados coletivos que vão incorporar ruas ou um bairro ao invés de uma casa. Para Filipe dos Anjos, secretário geral da Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (Faferj), a proposta dos mandados coletivos é mais uma medida que fere os direitos dos moradores das favelas. “Nós questionamos a eficácia das intervenções militares. As operações com exército nunca trouxeram benefícios nem para as favelas, nem para o Rio e nem para o país. Na Maré, o governo gastou R$ 1,7 milhão por dia e envolveu 2,5 mil militares, em 2016, e a comunidade encontra-se em disputa de facções. Os moradores continuam acuados lá dentro”, afirma. A Faferj sediou nesta semana um debate sobre a intervenção militar com moradores das favelas do Rio. A ideia é fortalecer uma rede de moradores para questionar e resistir à repressão militar, além de reivindicar que o Estado esteja presente nesses espaços através de políticas públicas de educação, saúde e habitação.


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GERAL

RIO DE JANEIRO, 15 A 21 DE DEZEMBRO DE 2017

Manifestantes marcham pela aposentadoria e contra intervenção no Rio Mesmo saindo da pauta prioritária, movimentos populares seguem atentos com a reforma da Previdência JAQUELINE DEISTER

RIO DE JANEIRO (RJ)

A

lém das inúmeras manifestações que aconteceram no estado e na cidade do Rio de Janeiro na última segunda-feira (19), uma marcha reuniu centenas de ativistas no centro da capital, no final da tarde. Entre os manifestantes estavam jovens, trabalhadores e aposentados insatisfeitos com a condução política do país e a intervenção militar no estado. Apesar da suspensão de todas as Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que tramitam no Congresso, devido ao decreto de intervenção militar no Rio de Janeiro, a apreensão de que ela

possa retornar para a pauta faz com que os movimentos populares estejam atentos para os próximos capítulos do desfecho político brasileiro. Adriana Mota é militante feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) no Rio. Ela explica que a reforma teria um impacto pior na vida das mulheres devido as múltiplas jornadas de trabalho enfrentadas dentro e fora da casa. “A reforma da Previdência será ruim para todos os trabalhadores, mas para as mulheres é ainda pior, porque a carga de trabalho das mulheres em casa é uma carga horária que não é reconhecida pelas leis trabalhistas e previdenciárias que a gente têm”, afirma a ativista. Igor Barcelos é estudante do curso de História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e integra o Levante Popular da Juventude. O jovem destaca que a ques-

Pablo Vergara

População carioca foi às ruas dizer não à reforma da Previdência e a intervenção militar

tão previdenciária brasileira é central para a juventude, pois impacta diretamente no futuro profissional. “Eu pretendo virar professor e não sei se vou conseguir me aposentar e ter uma vida digna depois de uma

longa trajetória dedicada à docência, então, acho que o principal impacto apesar de todos os valores econômicos que tem por trás disso é no sonho de uma vida tranquila com alguma estabilidade no futuro”, destaca

o estudante. A marcha foi acompanhada por um forte contingente de Policiais Militares do Batalhão do Choque que intimidaram os manifestantes com revistas no início e no final do ato.

Oposição reage à publicação de decreto presidencial Marcelo Camargo/Agência Brasil

CRISTIANE SAMPAIO

BRASÍLIA (DF)

»»Deputados da oposição na

Câmara reagiram fortemente à assinatura do decreto que oficializa a intervenção militar no Rio de Janeiro. O anúncio foi criticado pelo deputado federal Alessandro Molon (Rede), da bancada do Rio de Janeiro. Ele aponta falta de planejamento do governo e reforça que a medida não corresponderia ao que o

Temer e Pezão durante a assinatura do decreto em Brasília

Planalto tem dito. “Isso mostra que não é a segurança da população que está vindo em primeiro lugar.

No fundo, o que o governo quer é adotar uma manobra para desviar o foco da reforma da Previdência", assinalou.

Para o líder do Psol na Câmara, Ivan Valente (SP), o decreto ofusca a necessidade de medidas mais estruturantes e coordenadas que possam de fato reduzir os índices de violência. “O povo do Rio e do Brasil inteiro espera que a segurança seja resolvida também com saúde, educação, emprego, inteligência policial", destacou. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destaca que as tropas federais já estiveram no estado outras vezes e não

ajudaram a frear o avanço da violência. Ela defende que o exército poderia auxiliar o estado nas ações de inteligência, mas critica o uso das tropas no patrulhamento ostensivo, que consiste nas ações de rua. “As Forças Armadas não são forças policiais. Elas são preparadasparaaguerra,paramatar, não são forças de segurança do cidadão. A cidadania precisa de uma segurança pública que a proteja”, argumentou.


GERAL

RIO DE JANEIRO, 15 A 21 DE DEZEMBRO DE 2017

ENTREVISTA

IGNACIO CANO, PESQUISADOR

“Solução dos problemas da violência não virá do exército” Fernando Frazão / Agência Brasil

Para Ignacio Cano, decreto assinado por Temer está longe de ser produto de uma preocupação real com a segurança pública MARIANA PITASSE

RIO DE JANEIRO (RJ)

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Brasil de Fato: O que essa intervenção militar representa para a segurança pública no estado? Ignacio Cano: Representa um passo a mais na tendência de militarizar a segurança pública no país. É

Exército fez primeira operação da intervenção militar nesta semana na Favela Kelson's, na Penha Stephan Röhl

om a justificativa de tentar conter a onda de violência no Rio de Janeiro, Michel Temer (MDB) assinou um decreto que autoriza intervenção militar na segurança pública no estado na última semana. Com a medida, as Forças Armadas passam a assumir a responsabilidade do comando das polícias Civil e Militar no estado até o dia 31 de dezembro de 2018. Para entender a medida e as causas, o Brasil de Fato conversou com o sociólogo Ignacio Cano, pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Cano é pesquisador da UERJ

uma intervenção federal, mas não só, é uma intervenção federal militar. Está sendo colocado para a população que a solução dos problemas da violência virá nas mãos do exército. A gente sabe que essa solução não virá porque o exército não tem essa capacidade e não

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Medida representa um passo a mais na tendência de militarizar a segurança pública no país

ríssimas acusações. Então, acredito que essa decisão se insere em uma lógica eleitoral mais do que numa lógica de segurança. O problema da segurança pública no Rio não é de agora e não vai ser resolvido dessa forma. Inclusive, o governo de Temer está acenando a possibilidade de criar uma Secretaria Nacional de Segurança, que é uma boa ideia, mas não em um governo agonizante, que tem poucos meses para acabar.

O que podemos falar de impacto para a população mais pobre que mora nas favelas e áreas periféricas? Não sabemos ainda. A medida pode ser sem efeito, se a escolha for por patrulhar vias centrais e zona sul, o que já se fez em outras ocasiões. Mas se optarem por uma intervenção mais agressiva, os riscos vão ser complicados. Se colocarem um tanque na frente de uma comunidade, o que ele vai fazer? Vai atirar contra a comunidade? Temos que ver como será desenhada essa intervenção, estamos vivendo só o início de um processo. Podemos temer um aumento do número de mortes em áreas de conflito? Recentemente tivemos o caso de São Gonçalo, em que houve uma operação conjunta do Exército e da Polícia Militar que deixou mortos, a polícia diz que foi o exército e o exército diz que foi a polícia. Nós não sabemos até agora. PEntão, pode haver sim um aumento de mortes, dependendo do tipo de abordagem que eles optarem por fazer.

tem essa função. Na sua opinião, o que justificaria essa intervenção? Não podemos esquecer que estamos em ano eleitoral e que Brasília e Rio estão sendo comandados pelo MDB, governos sem nenhuma legitimidade, que carregam se-

Não podemos esquecer que estamos em ano eleitoral e que Brasília e Rio estão sendo comandados pelo MDB


CULTURA & LAZER

RIO DE JANEIRO, 23 DE FEVEREIRO A 1º DE MARÇO DE 2018

CINEMA

HORÓSCOPO DA SEMANA ÁRIES (21/3 A 20/4) Vai precisar se isolar para cumprir suas tarefas profissionais e resolver diferentes assuntos. Poderá se dar bem na paquera, mas o desejo de compromisso falará mais alto.

TOURO (21/4 A 20/5) Sua determinação vai dar conta dos desafios que surgirem no serviço. Saberá cortar gastos e estará com charme destacado.

GÊMEOS (21/5 A 20/6) Será importante rever projetos no serviço para atingir suas metas. Seu magnetismo vai ser decisivo na paquera

CÂNCER (21/6 A 22/7) Poderá precisar de paz para esfriar a cabeça e pensar. Se quiser ganhar mais, rale duro! É possível que pinte crise no amor: seja paciente e valorize as afinidades com seu par.

LEÃO (23/7 A 22/8) Trabalho ligado a educação ou publicidade será abençoado pelos astros. Cuide da sua grana com mais discrição. Poderá conhecer uma pessoa especial durante passeio.

VIRGEM (23/8 A 22/9) Se mexer com dinheiro, não perca o foco para evitar perdas. Mantenha distância de fofocas no serviço. União cheia de boas surpresas! Poderá rolar paquera com alguém mais velho.

LIBRA (23/9 A 22/10) Caso lide com moda, artesanato ou higiene, terá boas notícias! Conte com sua ótima energia mental. Clima quente na vida conjugal.

ESCORPIÃO (23/10 A 21/11) Será melhor manter o foco e trabalhar só, pois poderá entrar em atrito com colega. Reveja seu orçamento. Relação afetiva protegida.

SAGITÁRIO (22/11 A 21/12) Terá sucesso ao trabalhar em equipe, mas atenção aos excessos, que podem afetar sua saúde. Talvez deseje conquistar colega.

CAPRICÓRNIO (22/12 A 20/1) Não adie tarefas profissionais, pois isso só vai complicar sua programação. No amor, seja mais prestativo(a) e criativo(a). Cuide melhor da sua saúde.

AQUÁRIO (21/1 A 19/2) Boa fase para estudar e progredir na carreira. Tome cuidado com gastos desnecessários. Se o romance estiver morno, divirta-se mais com sua alma gêmea.

PEIXES (20/2 A 20/3) A vida profissional vai exigir bastante de você. Se surgir problema com grana, sua família vai lhe prestar socorro. Expresse o que sente e converse mais com sua cara-metade.

DÉBORA GARCIA*

'Pantera Negra' tem primeiro herói afro-americano da história nas telonas »O filme "Pantera Negra" é baseado na história do primeiro super-herói afro-americano que estreou em 1966 na história do Quarteto Fantástico. Desde então, muitas foram as tentativas frustradas de emplacar a sua saga. Pantera Negra é a identidade secreta de T´Challa, príncipe de Wakanda, uma nação fictícia localizada na África. Na saga, após um longo período de afastamento, T´Challa retorna a fim de se tornar a nova liderança da nação. No entanto, descobre que a oposição trama para impedi-lo. Para evitar a destruição de Wakanda, o herói entra em ação. Com um elenco majoritariamente negro e trazendo grandes nomes de Hollywood, como Chadwick Boseman no papel principal, Lupita Nyong'o, Angela Bassett, Forest Whitaker, o filme tem quebrado os recordes de bilheteria no mundo. A produção vai de encontro a uma lacuna de repre-

Divulgação

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Filme "Pantera Negra" tem quebrado recordes de bilheteria sentação da população negra na grande indústria cinematográfica. Essa pauta tem sido frequente nas grandes premiações do cinema, como Oscar, por exemplo. Nestas oportunidades, profissionais negros pautam a falta de condições e oportunidades para desenvolverem seus trabalhos em pé de igualdade com profissionais não negros. Nós, negros, ansiávamos por uma narrativa, mesmo que fictícia, que apresente essas personagens vivendo em uma nação avançada, contribuindo, assim, para a quebra de paradigmas sobre a forma como África é historicamente retra-

tada, sempre nos polos da violência e da pobreza. O filme tem história e um núcleo familiar bem consolidado em sua biografia. Possui um vigor super-humano e sentidos aguçados, além de habilidades ligadas ao seu intelecto genial. É psicologicamente complexo e leal. Qualidades que, infelizmente, não são frequentemente atribuídas a personagens negros na ficção. Que o sucesso da produção evidencie que nós negros clamamos cada vez mais por essa representatividade positiva e construtiva, não somente no audiovisual.

*Débora Garcia é poetisa, gestora cultural, idealizadora e artista no coletivo Sarau das Pretas.

TIRINHA | André Dahmer


CULTURA & LAZER

RIO DE JANEIRO, 23 DE FEVEREIRO A 1º DE MARÇO DE 2018

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Gabriel Nascimento/Riotur

DICAS MASTIGADAS Tuiuti: "Carnaval reflete historicamente o que a sociedade vive" PANQUECA VERDE NORMA ODARA

SÃO PAULO (SP)

A

s críticas sociais denunciadas pela escola de samba Paraíso da Tuiuti atrairam o público na Sapucaí e mostraram que o samba ainda é reduto de resistências e lutas. O samba-enredo intitulado “Meu Deus, Meu Deus, está extinto a escravidão?” retratou as atuais formas de trabalho escravo, reforçadas por medidas como a perda de direitos impostos pela reforma trabalhista, que atingem, principalmente o povo negro. Uma das alegorias trouxe a figura de um “vampiro neoliberal” vestido com a faixa presidencial, em referência ao presidente golpista Michel Temer (MDB), que “suga” os direitos dos trabalhadores e vende o patrimônio brasileiro para estrangeiros. Outra ala que chamou atenção do público trouxe “manifestoches” vestidos com o pato da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a camiseta da CBF (Confederação Brasileira de

Ingredientes: Massa

•  1 xícara (chá) de talos e folhas (espinafre, cenoura, beterraba) cortados e cozidos; •  2 dentes de alho picado; •  1 xícara (chá) de leite; •  2 ovos; •  1 xícara (chá) de farinha de trigo;

Samba-enredo retratou as atuais formas de trabalho escravo

•  1/2 colher (chá) de sal;

Futebol) e panelas nas mãos. A fantasia lembrou os manifestantes pró-impeachment da presidenta Dilma Rousseff que foram apoiados pela Federação. Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, o diretor de carnaval da Tuituti, Thiago Monteiro, conta como foi o processo de escolha e criação do enredo deste ano. “A repercussão na proporção que ela tomou chegou a surpreender um pouco, mas quando a escola se propôs a fazer o enredo, sabia que

•  1 colher (sopa) de margarina;

atingiria determinadas pessoas da sociedade, que [o tema] seria, no mínimo, debatido. Então, isso nos traz muita alegria, porque eu acho que o objetivo foi atingido”, diz Monteiro. Em relação ao papel das escolas de samba, Thiago defende que historicamente o carnaval reflete o que a sociedade vive. “Nos anos 1980, por exemplo, algumas escolas se notabilizaram por fazer enredos críticos e que, pelo menos, levantavam algumas questões. E isso tem retomado”, diz.

Recheio

•  2 colheres (sopa) de óleo; •  1 cebola picada; •  1 dente de alho picado; •  6 xícaras (chá) de talos e folhas bem lavados e picados; •  Sal a gosto;

Modo de preparo: Massa 1. Colocar os talos no liquidificador, acrescentar o leite e bater até a mistura ficar homogênea; 2. Passar a massa por uma peneira; 3. Devolver a massa para o liquidificador e acrescentar os ovos; 4. Adicionar farinha, sal e margarina e reservar a massa.

Recheio 1. Colocar o óleo numa panela; 2. Acrescentar a cebola e o alho e deixar dourar; 3. Acrescentar os talos e as folhas e água se necessário; 4. Juntar o sal, tampar a panela e deixar cozinhar.

Montagem 1. Colocar a massa na frigideira, espalhar bem e deixar fritar dos dois lados; 2. Rechear as panquecas.

SUDOKU

Essa e outras receitas saudáveis você encontra no Mapa de Feiras Orgânicas do IDEC. O site, além de mostrar centenas de feiras orgânicas em todo o país, ainda conta com um banco de receitas e uma biblioteca com alimentação saudável, agroecologia e temas afins. Confira em http://feirasorganicas.org.br


10 CULTURA & LAZER

RIO DE JANEIRO, 23 DE FEVEREIRO A 1º DE MARÇO DE 2018

Resistência e ancestralidade são os lemas da música de Andréia Roseno

Divulgação

Nascida em um quilombo urbano de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, Roseno faz ecoar de sua voz o canto negro

Bibliotecas parque são reabertas após dois anos fechadas

JOSÉ EDUARDO BERNARDES

BELO HORIZONTE (MG)

M

úsica é sinônimo de resistência. Esse é o lema da cantora mineira Andreia Roseno, que perpetua nos palcos as cantigas populares que representam sua ancestralidade. Nascida no quilombo urbano Margem da Linha, na cidade de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, ela faz ecoar de sua voz o canto negro, interpretando músicas de nomes como João do Vale e Clementina de Jesus. Embalada desde os primeiros anos pelas canções entoadas no rádio e no quilombo onde nasceu, a artista conta que o samba sempre esteve presente em sua vida. Durante todo o processo que moldou a expressão de sua voz, que segundo Roseno, teve seu momento decisivo quando ingressou na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), a artista diz que nunca pensou em fazer música somente pela música. Sua musicalidade nos palcos vem da força de sua voz e nos toques de seu tambor. Tudo isso, conta Roseno,

Tempo Sexta-feira, 23 de fevereiro

Divulgação

Andreia Roseno é influenciada por João do Vale e Clementina de Jesus

Esse processo da musicalidade preta, da resistência, tudo isso vem das mulheres Andreia Roseno, cantora

vem da força das mulheres negras e da ancestralidade que carrega. "Esse processo da musicalidade preta, da resistência, as cantigas que a gente canta nas comunidades quilombolas, tudo isso vem das mulheres. A única coisa que a gente tem é a nossa ancestralidade e as mulheres são a simbologia maior dessa resistência porque foram elas que foram guardando todo esse saber e repassando", conta a cantora. Roseno, que também é assistente social e Conselheira

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»»Fechadas

Municipal de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Belo Horizonte, encontrou no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), um espaço para expressar sua musicalidade e também sua militância. "O MST sempre me afirmou enquanto artista. E sempre afirmou a minha negritude. O MST foi o movimento que valorizou os tambores. Quando eu chegava e falava para a produção: 'Olha, minha música é a voz e a percussão'. Eles diziam: 'Não, vamos fazer, é isso mesmo'. Isso é um incentivo muito grande", acrescenta. Acompanhada apenas de um tambor e sua voz, a artista divide o palco com os ensaios do bloco de carnaval Afoxé Bandarerê. Ela reafirma que a inspiração para seu ofício de cantora ainda é a mesma: o compositor maranhense João do Vale. As apresentações feitas por Andréia Roseno estão disponíveis no Youtube.

º C Chuva forte de manhã. Aberturas de sol à tarde e pancadas de chuva que vão até a noite. 19°

SAB

DOM

30° 18°

32° 18°

em 2016, em meio à crise financeira do estado do Rio de Janeiro, as bibliotecas parque começaram a ser reabertas nesta semana. A unidade da Rocinha já foi reinaugurada e o governo anunciou que, até o início de maio, mais duas devem voltar a funcionar.

Até o dia 29 de março, segundo o secretário estadual de Cultura, Leandro Monteiro, o governo vai reabrir a biblioteca de Manguinhos, na zona norte. A unidade do Centro da cidade, na Avenida Presidente Vargas, deve voltar a receber usuários até o início de maio.

AGENDA Elza Soares faz show gratuito no MAR

Elza Soares vai fazer uma das últimas apresentações da turnê “A Voz e a Máquina”, antes do lançamento de seu novo álbum “Deus é mulher”, no Museu de Arte do Rio (MAR). O show acontece na sexta-feira (2), a partir das 18h, com entrada livre. Os ingressos serão distribuídos a partir desta sexta-feira (23), das 10h às 17h, na bilheteria do MAR. Cada pessoa poderá retirar até dois ingressos. O MAR fica na Praça Mauá, 5, no Centro.

Divulgação

Uma das últimas apresentações da turnê “A Voz e a Máquina”


ESPORTES

RIO DE JANEIRO, 23 DE FEVEREIRO A 1º DE MARÇO DE 2018

11

Abelardo Mendes Jr/ Min. Esportes

CAMPEONATO CARIOCA 2018

ROGER FEDERER ESTÁ DE VOLTA AO TOPO

SÁBADO

x

FLA

FLU

24/02, 17h

x

POR

Ben Solomon/Tennis Australia

DOMINGO VAS

25/02, 17h GRUPO B 1

TIMES Flamengo

P 3

J 1

V 1

SG 4

2

Vasco

0

0

0

0

3

Nova Iguaçu

0

0

0

0

4

Cabofriense

0

0

0

0

5

Volta Redonda

0

1

0

-2

6

Bangu

0

1

0

-4

P

J

V

SG

GRUPO C TIMES 1

Fluminense

3

1

1

4

2

Portuguesa

3

1

1

2

3

Botafogo

0

0

0

0

4

Boavista

0

0

0

0

5

Macaé

0

0

0

0

6

Madureira

0

1

0

-4

GRUPO D TIMES

P

J

V

SG

1

Resende

8

5

2

1

2

America

6

5

2

1

3

Goytacaz

6

5

1

-1

4

Bonsucesso

6

5

1

-1

Brasil terá três atletas na Paralimpíada de Inverno » O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) divulgou nesta semana a lista de convocados para a Paralimpíada de Inverno de PyeongChang, que acontece entre 9 e 18 de março. O país será representado por três atletas na Coreia do Sul: Aline Rocha e Cristian Ribera no esqui cross-country e Andre Cintra no snowboard. Esta será a segunda participação do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno. A estreia brasileira no evento foi em Sochi, na Rússia, em 2014. Na ocasião, o snowboarder Andre Cintra e Fernando Aranha, do esqui cross-country, debutaram na neve defendendo o país.

Brasileira é a primeira atleta sul-americana a concorrer a final da patinação olímpica

A

brasileira Isadora Williams chegou a final da patinação artística dos Jogos Olímpicos de Pyeongchang, na Coreia do Sul. Ao som de Halleluja, de Leonard Cohen, a brasileira alcançou a 17ª colocação entre as 30 participantes, o que a colocou na final, algo inédito para patinadoras da América do Sul. Esta é a segunda participação olímpica de Isadora. Em Sochi, em 2014, com apenas 18 anos, ela foi a primeira atleta sul-americana a competir na patinação artística em Jogos de Inverno, mas fechou a disputa em 30º e último lugar. Agora, então, melhorou muito o seu desempenho e conseguiu um novo feito inédito.

Jogadores fazem campanha contra abuso sexual no futebol »

Nos últimos meses, o esporte mundial foi tomado por diversas denúncias de assédio, exploração e abuso sexual, ainda mais depois de casos de repercussão internacional, como das ginastas nos Estados Unidos e de jogadores na Inglaterra. No Brasil, atletas de grandes clubes de futebol entraram numa campanha do Sindicato de Atletas de São Paulo para tratar de um tema que é considerado tabu no meio. Diego Lugano, Rodrigo Caio, Giovanni (ex-Santos), Julio Cesar (goleiro do Red Bull Brasil), Leandrão (Boavista), Danilo Fernandes, Felipe (zagueiro do Porto),

Divulgação

Julio Cesar participa de campanha

Souza (ex-Flamengo), Cicinho, Edu Dracena e Moisés, entre outros, gravaram vídeos e mensagens para chamar a atenção para o assunto.

O tenista Roger Federer voltou ao topo do ranking do tênis mundial aos 36 anos. Foram cinco anos e três meses desde a última vez que ele havia ocupado o posto de número 1 do mundo. Jamais um tenista tinha passado tanto tempo longe da primeira posição e a recuperado.


12 ESPORTES

RIO DE JANEIRO, 23 DE FEVEREIRO A 1º DE MARÇO DE 2018

PAPO ESPORTIVO

LUIZ FERREIRA

Flamengo pede que torcedores 'peguem leve' em jogo da Libertadores

A

credito que quase toda a torcida do Flamengo deve estar bem empolgada com a proximidade da estreia da equipe na Libertadores. A partida conta o River Plate está marcada para a próxima quarta-feira (28) no Engenhão. Só que a diretoria do clube soltou uma nota nesta semana com alguns “pedidos” para os torcedores. Aqui vão alguns trechos: "Por conta do comportamento irresponsável de alguns indivíduos na final da Copa Sul-Americana no ano passado, o Flamengo foi punido pela Conmebol e será obrigado a atuar com portões fechados em duas partidas da Taça Libertadores da América este ano, a começar pelo jogo contra o River Plate, no estádio Nilton Santos (…) Portanto, o Flamengo vem a público pedir a conscientização de seus torcedores para que não se direcionem ao Estádio Nilton Santos e

não se aglomerem no entorno do mesmo. Solicita também que não sejam promovidas manifestações em frente ao hotel em que a delegação do River Plate estará hospedada". A nota também pede ajuda às autoridades competentes para o policiamento nas imediações do Engenhão e no translado das delegações. Bom, de qualquer maneira, essa é a primeira vez que eu vejo um clube pedir para seus torcedores “peguem leve”. E também não é pra menos. Quem viu as cenas de selvageria no entorno do Maracanã sabe exatamente do que eu estou falando. Crianças assustadas, famílias procurando abrigo e muita gente tentando se esconder de todo o caos daquela fatídica quarta-feira. Não vejo nenhum absurdo nesse pedido. Mas os clubes não podem ficar apenas nisso. É preciso cumprir o que está na legislação. O que falta para finalmente se criar um sistema de venda de ingressos que

Staff Images/Flamengo

Após incidentes violentos, torcida não poderá acompanhar time no Engenhão em duas partidas da Libertadores

acabe com a farra dos cambistas e identificar cada torcedor que vai ao estádio? É o mínimo. Está muito claro que existem torcedores e “torcedores”. Mas enquanto ficarmos nessa de brigas e cenas lamentáveis, o nosso futebol jamais irá caminhar como deve caminhar.

Carlos Gregório Jr /vasco.com.br

E pra não dizer que não falei de campo e bola, o esquema de Carpegiani para o Flamengo une força ofensiva com bom toque de bola. Mesmo assim, ainda falta aquela vitória convincente contra uma equipe mais forte. Ainda mais com a Libertadores batendo à porta. Vitor Silva / Botafogo

VASCO A classificação do Vasco para a fase de grupos da Libertadores se transformou num drama de proporções épicas. Só mesmo Martín Silva para salvar a nau cruzmaltina de um naufrágio que seria vergonhoso. Lucas Merçor/Fluminense FC

FLUMINENSE Abel Braga segue tirando leite de pedra do elenco tricolor. Além disso, o esquema com três zagueiros pode dar liga. Prova disso são os últimos resultados do Fluminense na temporada. Mas ainda é preciso melhorar.

BOTAFOGO Alberto Valentim é bom técnico, fez um bom trabalho no Palmeiras e pode dar muitas alegrias à torcida do Botafogo. Mas é preciso ter paciência e deixar o novo treinador à vontade para trabalhar. E, é claro, reforçar o elenco.


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