Nelson Perez/Fluminense F.C.
cidades | pág. 7
No Rio, 13 mulheres são estupradas por dia
Fora de casa e com dois gols do lateral direito Bruno, time carioca vence o Criciúma. Tricolor chega a 29 pontos e começa a sonhar com a parte de cima da classificação.
Maioria dos casos envolve conhecidos das vítimas. O último Dossiê Mulher aponta que 4.993 mulheres foram estupradas no estado, em 2012. Em comparação com 2011, representa um aumento de 23,8%.
Edição
Fluminese vence de virada em SC
Laísa Mendes/Marcha das Vadias/CC
esporte | pág. 16
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | ano 11 | edição 21 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Pablo Vergara
cidades | pág. 5
Trens lotados e atrasados A população carioca vive um drama diário nos transportes. O reflexo está no levantamento do Observatório das Metrópoles, que verificou que entre 15 das principais metrópoles brasileiras, o Rio de Janeiro se destaca pela péssima condição de mobilidade urbana. Enquanto isso, a SuperVia coleciona infrações. São mais de R$ 5 milhões em multas.
mundo | pág. 10
cultura | pág. 11
brasil | pág. 9
Governo reprime O paraíso entre na Colômbia o mar e a serra
Os Estados Unidos estão de olho no petróleo brasileiro
Trabalhadores pedem reforma agrária integral e rechaçam pacto do governo. Até o momento, o saldo da repressão é de 12 pessoas mortas, centenas de feridos, quatro desaparecidos e 262 presos.
O 11º leilão de petróleo e gás será marcado por protestos de organizações populares. Sobretudo, porque as recentes denúncias de espionagem dos EUA contra a Petrobras deverão tensionar ainda mais o pro-
Ótima opção para quem deseja se aventurar, o Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado a, aproximadamente, 35 km da cidade do Rio, é repleto de trilhas e carregado de biodiversidade.
cesso, marcado para 21 de outubro. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o local possui cerca de 14 bilhões de barris de petróleo. A riqueza de Libra pode ser calculada em cerca de U$S 1,5 trilhão.
02 | opinião
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013
editorial | Brasil
Por uma Constituinte Exclusiva e Soberana VOCÊ É A FAVOR de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político? Esta é a pergunta única que o povo brasileiro responderá no plebiscito popular que ocorrerá em setembro de 2014, durante a semana da pátria. Aprovada consensualmente por entidades e movimentos populares numa ampla plenária realizada nos dias 14 e 15 de setembro, esta questão permitirá um extraordinário exercício de pedagogia popular. A definição pela construção desse plebiscito popular já era apoiada pela Quinta Semana Social Brasileira e pela Conferência Nacional dos Bispos do
Diversos setores da sociedade avaliam que é necessário oxigenar a democracia brasileira e refundar o sistema político do país Brasil (CNBB). As manifestações de junho expuseram os limites das instituições de nosso país. Tais limites se manifestam, centralmente, no carcomido sistema político brasileiro. Ou seja, existe um abismo entre o atual sistema representativo da política institucional e os anseios populares. A ausência de participação popular nos processos decisórios sobre questões estraté-
gicas de nosso país estimula a descrença popular em instituições como a Câmara dos Deputados, o Senado e o poder Judiciário. Como sabemos, o Congresso Nacional recusou a proposta da presidenta Dilma de convocar um plebiscito para que o povo brasileiro decida sobre a necessidade de uma constituinte exclusiva e soberana para a reforma política. No entanto, pesquisas
demonstraram que a ampla maioria da população brasileira apoia a convocação do Plebiscito legal proposto pela presidenta Dilma. Diversos setores da sociedade avaliam que é necessário oxigenar a democracia brasileira e refundar o sistema político brasileiro. Para isto, é urgente uma assembleia nacional constituinte exclusiva e soberana que trate desse tema. Portanto, nada mais justo e democrático do que o plebiscito popular que será construído enquanto um mecanismo de diálogo e amplo debate com o povo brasileiro sobre a necessidade de mudanças no
sistema político. O momento é propício para o trabalho de base e participação da sociedade. Mas, para construir o plebiscito e enraizar o debate no seio do povo, será necessário fundar milhares de comitês, assim como formar multiplicadores que debaterão nos bairros, escolas, universidades, locais de trabalho etc. Esta iniciativa certamente contribuirá para que as forças populares consigam colocar na agenda a necessidade de mudanças estruturais na sociedade. Com certeza este plebiscito popular inaugurará uma nova etapa da luta política brasileira.
editorial | Rio de Janeiro
Os trabalhadores do Rio perderam a paciência O POVO CARIOCA está habituado com a situação precária e à falta de qualidade dos transportes da cidade e Região Metropolitana. Os ônibus estão sempre cheios, abafados e insuficientes no deslocamento da população. Os trens também são superlotados, atrasam constantemente e conservam estruturas antigas e precárias. O mesmo acontece com as barcas que, velhas, quebram toda hora e a ainda cobram uma passagem abusiva. O metrô, essencial em grandes cidades, aqui tem um trajeto em linha reta que sai do nada em direção a lugar nenhum, não tendo condições de interligar a cidade. E, como se já não bastasse, recentemente contamos com o BRT, que além de não funcionar às mil maravilhas, ainda provoca acidentes e mortes por onde passa.
Redação Rio: redacaorj@brasildefato.com.br
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A juventude, os trabalhadores, desde o começo deixaram claro que a luta não é “só por 0,20 centavos”. Eles querem muito mais e lutarão por isso
Esses e tantos outros problemas não são causados à toa. O transporte na nossa cidade não é pensado para os trabalhadores e trabalhadoras que diariamente têm de se deslocar pelo Grande Rio pa-
ra chegar aos seus locais de trabalho. Esse povo que passa horas do seu dia dentro dos coletivos não vê em nada a situação melhorar. Quem está ganhando com isso não é o povo, mas os em-
presários dos ônibus, as concessionárias, os políticos, as construtoras. Mas chegou-se ao limite! Desde junho, são constantes as mobilizações em que os trabalhadores têm exigido o trans-
porte público de qualidade, que é seu direito! Foram às ruas mostrar que aumentar o preço da passagem dos ônibus sem nenhuma melhoria não ia ser fácil assim, denunciando o caos nos trens, os problemas do “moderno” BRT e afirmando que a CPI dos Ônibus não pode ser gerida por gente que tem o rabo preso. A juventude, os trabalhadores, desde o começo deixaram claro que a luta não é “só por 0,20 centavos”. Eles querem muito mais e lutarão por isso. Como diz o poema, o mundo será diferente “no dia em que os trabalhadores perderem a paciência”. Sem opressões, sem desigualdade, com justiça. Um mundo para todos e todas. E este povo de luta está construindo este mundo agora. Portanto, ao que tudo indica, os trabalhadores e trabalhadoras já perderam a paciência.
Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti • Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Gilka Resende, Mariane Matos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper (Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Beatriz Calló • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – redacao@brasildefato.com.br • Webmaster: marc@infofluxo.com • Gráfica: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser, José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, Ricardo Gebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou assinaturas@brasildefato.com.br
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013
opinião | 03
Latuff Gustavo Gindre
Privacidade na Internet: luxo, lucro ou direito?
Miguel do Rosário
A verdade é dura, a Globo sonega NO DIA 27 DE JUNHO, recebi uma série de documentos que tratavam de uma sonegação fiscal bilionária da Globo. Escrevi rapidamente um texto explicativo e publiquei os documentos no meu blog, O Cafezinho. Eram trechos de um relatório maior, contendo a decisão da Delegacia de Receita Federal de cobrar R$ 183 milhões em impostos, mais juros de mora de R$ 157 milhões e multa de R$ 274,72 milhões, totalizando uma dívida tributária de R$ 615 milhões. Em valores atualizados, mais de R$ 1 bilhão. A Globo havia tentado fraudar a Receita através de uma trapaça malandra num paraíso fiscal, as Ilhas Virgens Britâ-
nicas. A empresa tentou comprar os direitos de transmissão da Copa de 2002 sem pagar os devidos impostos. A revelação aconteceu num momento peculiar da nossa história, em que milhões de brasileiros saíam às ruas para exigir melhores serviços públicos. A informação de que a Globo, apesar da quantidade colossal de recursos e benesses que recebe há décadas do Estado, ainda tinha o desplante de roubar o povo via sonegação de impostos, ajudou a desmoralizar a emissora. Desmoralizada, a Globo não conseguiu mais emplacar suas bandeiras conservadoras junto aos protestos de rua.
Ao contrário, a Globo virou alvo. Houve um grande protesto em frente à sede da emissora, no Jardim Botânico, com presença de mais de mil pessoas, assembleia livre e lacre simbólico da empresa. Depois, aconteceram protestos em São Paulo e outras capitais. Foram os protestos mais politizados, mais focados, mais criativos de todos os que aconteceram nos últimos meses. O Brasil que protesta é o Brasil que assimilou uma verdade dura: a Globo apoiou a ditadura e sonega impostos. Miguel do Rosário é jornalista e autor do blog O Cafezinho
Vanessa Schottz
Em defesa da comida brasileira A QUESTÃO ALIMENTAR não está restrita ao papel biológico da manutenção da vida, tendo também relação com as dinâmicas econômica, social, ambiental e cultural. Quando olhamos para as atuais normas sanitárias brasileiras, percebemos que elas tratam a agricultura familiar e os alimentos artesanais como uma indústria de larga escala. Na prática, isso resulta em um acelerado processo de padronização da alimentação. De um lado, perdem os pequenos agricultores, empreendedores solidários e microempreendedores que, sem condi-
ções de arcar com os enormes custos para atender a legislação, ficam impedidos de comercializar em mercados formais. De outro, perde a população, que deixa de ter acesso a alimentos produzidos a partir de conhecimentos e práticas tradicionais, passados de geração em geração, um verdadeiro patrimônio brasileiro. Agora, depois da pressão de um amplo conjunto de organizações e movimentos sociais, temos a oportunidade de construir normas sanitárias mais justas e adequadas à produção familiar e artesanal. Está aberta, até o dia 28 de outubro de
2013, uma consulta pública sobre o tema no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo importante a participação popular. Não se trata de flexibilizar a lei e trazer perdas na qualidade e na segurança dos alimentos. Pelo contrário, essa luta é contra uma alimentação artificial, contaminada com agrotóxicos e transgênicos. É uma ação em defesa da diversidade, característica da comida brasileira. Vanessa Schottz é da Coordenação Executiva do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN)
O QUE UMA EMPRESA faria se tivesse acesso à informações que lhe permitem lucrar mais? Muito provavelmente, usaria-as em proveito próprio, certo? E se isso violasse a privacidade de terceiros? Não seria necessário algum regramento? Entre outras questões, é exatamente isso que o Marco Civil da Internet pretende fazer em relação às operadoras de telecomunicações. Todo o conteúdo que circula na Internet é dividido em pacotes de dados, que são remontados no destinatário, tornando-se um e-mail, texto, foto ou vídeo. No meio desse caminho, os gestores das redes fazem uma certa inspeção. Eles precisam saber qual o destino e que tipo de pacote é aquele. E uma rede pode ser preparada para dar preferência de passagem a determinados conteúdos. Afinal, se sua mensagem atrasar 20 segundos, o destinatário jamais saberá e, provavelmente, não haverá prejuízo. Mas, se um vídeo ficar travando a espera de parte dos pacotes que o integra, o usuário será prejudicado.
Hoje, basta alegar que se trata de terrorismo para governos e mídia defenderem que a privacidade é um luxo que não se justifica Isso significa que gerenciar uma rede impõe conhecimento sobre o que passa por ali. Se as “teles”, então, decidirem mergulhar um pouco mais na inspeção dos pacotes de dados, podemos ter sérios problemas. Uma operadora pode, por exemplo, descobrir que o usuário utiliza um sistema de voz por IP (VoIP), concorrente ao de telefonia, e optar por degradar a qualidade do serviço adversário. Ou pode tornar muito lento o tráfego de conteúdos, obrigando o usuário a pagar uma espécie de pedágio da Internet. Hoje, basta alegar que se trata de terrorismo para governos e mídia defenderem que a privacidade é um luxo que não se justifica. E como há sempre interesses privados em jogo, o acesso aos pacotes de dados pode também ser usado para espionagem industrial, garantindo vantagens concorrenciais, como revelado recentemente em prejuízo da Petrobras. Foi pensando em todas essas questões que o Marco Civil da Internet propôs, em seu artigo nove, que a discriminação dos pacotes de dados só pode ocorrer sob requisitos técnicos indispensáveis ao bom funcionamento da rede e que esse processo deve ser de conhecimento do usuário. Mesmo que o texto venha a ser aprovado dessa forma, lutando contra a feroz oposição das “teles” e de parte do próprio governo, o Marco Civil é apenas o começo de uma regulação democrática. Falta, ainda, a aprovação de uma lei que proteja dados pessoais. E, principalmente, saber quem e de que forma essas questões serão fiscalizadas, porque no Brasil não basta estar escrito para algo ser cumprido. Ainda mais quando estamos lidando com interesses tão poderosos. Gustavo Gindre é integrante do Coletivo Intervozes. Foi membro eleito do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) por dois mandatos, entre 2004 e 2010.
04 | entrevista
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013
Megaeventos esportivos e o legado neoliberal Téo Travagin
ENTREVISTA Orlando Alves dos Santos Junior afirma que, apesar dos impactos negativos, grandes projetos urbanos em curso ganham legitimidade em virtude da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil Camilla Hoshino de Curitiba (PR) especial para o Brasil de Fato Em entrevista ao Brasil de Fato, o sociólogo e pesquisador da Rede Observatório das Metrópoles, Orlando Alves dos Santos Junior, fala sobre o projeto Metropolização e Megaeventos: os impactos da Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016. Os resultados parciais da pesquisa, que visa acompanhar as alterações territoriais oriundas da implementação desses megaeventos na malha urbana dos municípios, apontam para uma “nova rodada de mercantilização” das cidades. Segundo o sociólogo, esse processo é marcado por uma “relação promíscua entre o poder público e o poder privado”, sendo acompanhado de uma “elitização das metrópoles brasileiras associada à difusão de uma certa governança empreendedorista de caráter neoliberal”. Brasil de Fato – Como surgiu e qual o objetivo do projeto Metropolização e Megaeventos: os impactos da Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016, do Observatório das Metrópoles? Orlando Alves dos Santos Junior – O projeto decorre do fato de o Brasil ter sido escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014 e o Rio de Janeiro ter sido escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016. Nós entendemos
que era necessário avaliar os impactos desses megaeventos sobre as metrópoles brasileiras, tendo em vista que megaeventos, em geral, estão associados a grandes intervenções urbanas. Ou seja, sabendo que esses projetos iam acontecer no Brasil, já era possível prever que estariam associados à transformação das metrópoles brasileiras. Qual tem sido o balanço indicado pelas pesquisas em relação à recepção da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil? Não é possível separar Copa do Mundo e Olimpíadas desses projetos de cidade que estão sendo construídos e sendo objeto de intervenção. E isso se traduz no próprio orçamento que está sendo disponibilizado e nos próprios investimentos feitos nas cidades. A análise da nossa pesquisa, até o momento, confirma a hipótese inicial de que, associado aos megaeventos, estaria em curso o que a gente chama de “nova rodada
Lançamento do dossiê Copa do Mundo e violações de direitos humanos em Curitiba
de mercantilização”, uma elitização das metrópoles brasileiras associada à difusão de uma certa governança empreendedorista de caráter neoliberal e do fortalecimento de certas coalizões urbanas de poder que sustentam esse mesmo projeto. E quais seriam os impactos sociais decorrentes dessa elitização das metrópoles brasileiras? Em geral, esse projeto de mercantilização, de elitização, encontra uma série de barreiras para ser realizado. Essas barreiras são de ordem social, econômica e política. Enfim, sob o ponto de vista social, em geral, as áreas de grande interesse econômico, que são as áreas de valorização imobi-
liária, áreas de interesse dessas coalizões de poder, estão ocupadas por classes populares. Então, verifica-se que esse projeto vem acompanhado, em grande parte dos casos, de um processo de relocalização dos pobres e, portanto, processos de remoção e violação do direito à moradia. Como os interesses públicos e privados se relacionam no desenvolvimento dos projetos para as cidades-sede? Esse projeto empreendedorista é marcado por uma relação promíscua entre o poder público e o poder privado, uma vez que o poder público assume, na sua intervenção, a lógica dos interesses privaIHU
“A Lei Geral da Copa, por exemplo, não é uma parceria público-privada, mas também é uma forma de subordinação” O sociólogo Orlando Alves dos Santos Junior
dos. E são estabelecidas diversas formas de subordinação, entre elas, as parcerias público-privadas. Mas não é a única. A Lei Geral da Copa, por exemplo, não é uma parceria público-privada, mas também é uma forma de subordinação. O padrão de exceção da intervenção do Estado, a subordinação da ação do poder público à lógica privada, a alteração da legislação para atender aos interesses privados, quer dizer, uma série de medidas de exceção mostra essa relação promíscua entre interesses públicos e privados. O Observatórios tem apoiado as ações dos Comitês Populares da Copa. Como você vê essa relação das universidades com os movimentos sociais? Eu acho que o papel da universidade é produzir conhecimento para a sociedade. Então, eu vejo como estratégica essa relação. O Observatório aprende muito e espero que também contribua muito com todas essas articulações. (A íntegra desta entrevista encontra-se em www.brasildefato.com.br)
FATOS EM FOCO
Heróis da humanidade Por serviços prestados à humanidade, ao direito de cidadania e ao direito humano da informação, nomes como Edward Snowden, Julian Assange, Glenn Greenwald, Bradley Manning, Aaron Swartz, Mordechai Vanunu e James E. Hoss Cartwright receberão, na próxima sexta-feira (20), a Medalha de Direitos Humanos. A solenidade acontece a partir das 18h na Rua Araújo Porto Alegre, 71 – Centro, Rio de Janeiro
Sai proposta de plano carreira A prefeitura do Rio de Janeiro entregou ao Sepe, na tarde desta terça-feira (17), a proposta do plano de carreira para os professores da rede municipal. Em nota, o sindicato afirmou que ainda está analisando o projeto por completo, mas que o estado de greve continua. Para esta sextafeira (20), estão marcadas uma paralisação geral de 24 horas e uma assembleia às 10h com local a confirmar.
Ato contra espionagem Movimentos sociais que integram a campanha “O petróleo tem que ser nosso” fizeram, na quarta-feira (18), um ato contra a espionagem na Petrobras e pelo cancelamento do leilão de Libra. Protestando em frente ao Consulado estadunidense, a manifestação lembrou o quanto a espionagem coloca a soberania do Brasil em cheque, exigindo, principalmente, o cancelamento da primeira licitação na área do pré-sal.
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013
cidades | 05
Pablo Vergara
FATOS EM FOCO
Polêmica dos ônibus continua A Justiça do Rio de Janeiro voltou a suspender a CPI dos Ônibus, instalada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para apurar o envolvimento dos empresários de ônibus do município com o Poder Público. Após a decisão, proferida nessa segunda-feira (16), a Câmara informou, por meio da assessoria de imprensa, que a intenção da presidência é entrar com um recurso assim que receber a notificação.
Amarildo Suspeito de pressionar testemunhas a declararem envolvimento de Amarildo com traficantes, o major Edson Santos, ex-comandante da UPP na Rocinha, poderá ser acusado de envolvimento no desaparecimento do ajudante de pedreiro. Com o relatório quase concluído, a Divisão de Homicídios (DH) aponta outros quatro policiais militares da unidade como suspeitos no inquérito.
Pela Liberdade de Wallace Esta semana, o Conselho Regional de Psicologia (CRP-RJ) emitiu uma nota reivindicando a liberdade de Wallace Vieira Santos. Lamentando a prisão equivocada do estudante durante a manifestação do 7 de setembro, o Conselho repudia ainda a cobertura da mídia que vem prejudicando a atuação dos advogados no caso.
SuperVia coleciona infrações enquanto população sofre com atrasos e lotação Pablo Vergara
TRANSPORTE Rio de Janeiro é a pior entre 15 metrópoles quando o assunto é mobilidade urbana Gilka Resende do Rio de Janeiro (RJ) “Essa figa aqui me ajuda na hora do empurra-empurra”, diz Valdira Maria da Silva, de 42 anos, mostrando o pingente dourado em seu pescoço. Ela se refere à correria da multidão para entrar nos vagões dos trens fluminenses. Para chegar ao trabalho em Copacabana, a doméstica costuma sair de sua casa, em Parada Angélica, Duque de Caxias, por volta das 4h30. “A volta é pior. Ontem mesmo, não consegui trem. Atrasa, quebra, fica todo mundo em cima do outro”, afirma a pernambucana, que vive no Rio há 20 anos. A cada dia útil, assim
como Valdira, cerca de 570 mil passageiros utilizam o transporte ferroviário na cidade e em seu entorno, segundo informa a SuperVia. Ao analisar o indicador de deslocamento casa-trabalho, o Observatório das Metrópoles verificou que, entre 15 das principais metrópoles brasileiras, o Rio de Janeiro se destaca pela péssima condição de mobilidade urbana. O laboratório, que integra o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur/UFRJ), aponta que dos 338 bairros existentes na região, 240 apresentaram condições “ruins” ou “muito ruins” neste quesito. Isso representa 71% das áreas.
Multas à SuperVia ultrapassam R$ 5 milhões do Rio de Janeiro (RJ) Desde o início da concessão, em 1998, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Rio aplicou mais de R$ 5 milhões em multas contra a SuperVia. Deste total, a empresa apenas pagou cerca de R$ 2 milhões. Em 2010, governador Sérgio Cabral (PMDB) renovou a concessão do setor por mais 25 anos. “Não entendo por que fez isso. Pelo dinheiro que eles cobram, o trem não podia estar assim. Nem avisam sobre as estações, quem não conhece fica perdido. É muita incompetência e o governo ainda aceita”, critica Alexandre
Azevedo, de 40 anos, que trabalha no setor de construção civil. Só neste mês, houve, pelo menos, quatro problemas mecânicos no sistema de trens. Passageiros indignados chegaram a atear fogo nas máquinas. “Não sou a favor, mas o povo aguenta tanto que um dia explode”, reforçou Alexandre. Fabiana Lima, de 22 anos, ressalta que os problemas de sempre ganharam atenção após os episódios. “Já via muita coisa errada. Esses dias mesmo, vi uma senhora ficar com o dedo preso na porta, arrancou a pele toda. Se meu sangue estiver quente, duvido que não quebro também”, afirmou a vendedora de doces. (GR)
Por dia, 570 mil passageiros utilizam o transporte ferroviário
Jociano Rodrigues, um dos responsáveis pelo recente estudo, lembra que a precariedade dos transportes de massa gera fortes impactos na qualidade de vida da população. “Criamos o Índice de Bem-estar Urbano, o
Ibeu, que chama atenção para o fato de que, mesmo que venha ocorrendo um crescimento da renda das pessoas, as condições urbanas vêm piorando. A vida não se resume ao aumento do consumo”, expõe.
O pesquisador explica que o transporte sobre trilhos é o mais adequado para o deslocamento em longas distâncias de um grande número de pessoas, lamentando o “total abandono” do trens e bondes no Rio.
Superlotação e a violação de direitos Até o fechamento desta edição, o governo do estado ainda não tinha se manifestado sobre a pensão do Rio de Janeiro (RJ) “O serviço é um horror! Uma vez, bem na minha semana de provas, os trens pararam. Liguei urgente para o meu pai. Ele teve de fechar a loja dele para me levar. Mesmo assim, cheguei atrasada”, recordou Clarissa Ibraim Vieira, de 15 anos. A jovem só não perdeu a prova porque seu professor é usuário de trem e também chegou tarde. A superlotação prejudica, principalmente, mulheres, crianças e idosos. “Os vagões femininos ficam cheios de homens. Quando não consigo sen-
tar, fico encostada perto da porta. É que eles tentam passar a mão direto”, conta Clarissa. Eram 6h20 da manhã quando ela e Carlinda Crispin, de 64 anos, estavam entre as poucas no vagão de um trem que sairia de Saracuruna, às 6h51. As duas dividiam o espaço com mosquitos e lixo. Do outro lado da estação, uma das novas máquinas, com ar condicionado e comunicação interna estabelecida partiria em minutos à Central do Brasil. “Pode reparar que lá já não tem lugar. Não aguento ir em pé
não”, disse Carlinda. Pouco depois, são informadas que teriam de trocar de trem. Ao saírem do vagão, a estação já estava cheia.“É muito desrespeito”, reclamou Carlinda. Diante da situação, a jovem Clarissa, que nem a conhecia, foi categórica: “Vou conseguir um lugar para a senhora. Sou boa nisso!”. A adolescente enfrentou, então, uma disputa desenfreada para conseguir o prometido. “Hoje dei sorte!”, exclamou Carlinda, que seguiu viagem segurando o material escolar da menina. (GR)
06 | cidades
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 Reprodução
Ameaçado de despejo, Quilombo das Guerreiras permanece por mais 120 dias Pablo Vergara
MORADIA Temporariamente, Justiça nega reintegração Gilka Resende do Rio de Janeiro (RJ) Em audiência nesta quarta-feira (18), no Fórum de Justiça, a juíza Maria Lúcia Obino Niederauer decidiu por negar, temporariamente, o pedido de reintegração de posse do imóvel onde está a ocupação Quilombo das Guerreiras, zona portuária carioca. Com isso, os cerca de 100 moradores têm garantido o direito de permanecer no local por, pelo menos, mais 120 dias. “Houve sensibilidade da Justiça em perceber que ali existe um movimento de luta que está organizado desde 2006. Não era possível julgar à revelia”, avaliou a moradora Ângela Moraes. Além dos que vivem no prédio, ela conta que o terreno também abriga famílias que foram removidas de outras áreas há menos de um mês. A defensora pública Adriana Bevilaqua explicou que essa foi uma audiência de avaliação sobre o pedido realizado pela Companhia Docas, proprietária formal do edifício.
“Houve sensibilidade da Justiça em perceber que ali existe um movimento de luta que está organizado desde 2006” “Diante do perigo eminente de desocupação, chamamos o Iterj (Instituto de Terras e Cartografia) e a Cdurp (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto) para debater. O poder público se comprometeu
a averiguar quais podem ser as saídas para a questão da moradia dos envolvidos”, disse. Adriana informou, ainda, que um cadastro foi iniciado a fim de se saber o número exato de atingidos pelas obras na região.
“Não temos dinheiro para aluguel. A gente quer ficar. Ocupamos, resistimos e lutamos para garantir” Maravilha para quem? A prefeitura garante que a finalidade do Porto Maravilha é promover a reestruturação local, visando melhorar “a qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores e à sustentabilidade ambiental e socioeconômica da área”. No entanto, relatos como os do casal Rodrigo Ferreira, de 32 anos, e Maria Raimunda da Ressurreição, de 33, não combinam com essa promessa. “Temos uma filha de 1 ano que sofre com a poeira das obras. Ela tem crises de bronquite. Eu trabalhava um dia e ficava dois no hospital. Daí tive que sair do emprego”, relatou Maria. Com os seguidos cortes de luz e água, ela é obrigada a recorrer à rodoviária, que fica a cinco minutos da Ocupação. “Quando ela passa mal, corro para lá, até mesmo de madrugada. Peço licença e ligo o nebulizador naquela bancada onde as pessoas carregam celulares”, conta. “Esse projeto quer expulsar a gente. Eles acham que pobre tem de morar longe da cidade grande”, afirma Rodrigo.
Como Maria está desempregada, a renda da família se resume a um salário mínimo. “Não temos dinheiro para aluguel. A gente quer ficar. Ocupamos, resistimos e lutamos para garantir”, completa Rodrigo, lembrando a conhecida palavra de ordem dos movimentos por moradia. Quatorze desapropriações O Quilombo das Guerreiras está em um dos 14 imóveis a serem desapropriados, de acordo com decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff e publicado no Diário Oficial da União, no dia 11 de setembro. Entre os empreendimentos previstos, está a construção de torres comerciais de 38 andares. Até as Olimpíadas de 2016, duas das Trump Towers devem ser erguidas na Francisco Bicalho, avenida onde se encontra a ocupação urbana.
Armas não letais A Guarda Municipal do Rio não poderá mais usar armas de choque, sprays de pimenta ou cassetetes em ações de repressão. A liminar foi concedida nesta terçafeira (17) pela Justiça, com base em uma ação proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE). Em nota, o MPE informa que o objetivo da ação é combater os excessos cometidos pelos guardas municipais do Rio, especialmente contra os vendedores ambulantes.
Hackers
Ocupação Quilombo das Guerreiras na zona portuária carioca
Visita ao Doi-Codi é confirmada DIREITOS HUMANOS Subcomissão de Memória, Verdade e Justiça confirmou visita ao prédio na próxima segunda (23) do Rio de Janeiro (RJ) Uma reunião, nesta quarta-feira (18), entre o ministro da defesa, Celso Amorin, e senadores que fazem parte da Subcomissão de Memória, Verdade e Justiça confirmou a visita ao prédio do antigo Doi-Codi, na próxima segunda-feira (23). Militares estavam impondo diversas barreiras à visita. Na lista da comitiva, constam os nomes dos senadores João Capiberibe (PSB/AP), Randolfe Rodrigues (PSOL/AP) e Ana Rita (PT/ES), dos deputa-
FATOS EM FOCO
dos federais Chico Alencar (PSOL/RJ) e Ivan Valente (PSOL/SP) e da deputada federal Luisa Erundina (PSB/SP). Erundina foi vetada pelos militares, na última terça-feira (17), por ter sido autora do projeto que prevê a revisão da Lei da Anistia. Também fazem parte da comitiva o procurador da República, Antonio Cabral, dois membros da Comissão Nacional da Verdade e dois da Comissão Estadual, Wadih Damous e Álvaro Caldas - que foi preso
e torturado no Doi-Codi. A Comissão Estadual vai reivindicar que o Exército apresente os registros dos presos e dos agentes da repressão que atuaram ali. No dia da visita, a Articulação Estadual Memória, Verdade e Justiça, além de familiares e vítimas da repressão, está organizando uma manifestação na praça Lamartine Babo, em frente ao Doi-Codi. A concentração será na Saens Peña, às 9h. Eles pedem que o prédio seja transformado em espaço de memória.
E-mails, telefones, endereços e CPFs dos 50 mil policiais militares foram divulgados por hackers na última quinta-feira (12). Os dados foram divulgados pelo Facebook com base em informações do site Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). A Delegacia de Repressão a Crimes de Informática está investigando o vazamento das informações.
Polícia Civil nas UPPS Até dezembro, serão criadas quatro delegacias da Polícia Civil em Manguinhos, na Rocinha e nos complexos do Alemão e da Maré. Nessas áreas, a PM fará o policiamento preventivo e a Polícia Civil será responsável pelo registro e pela investigação dos crimes. Essas novas delegacias vão contar com policiais recémformados: 150 delegados e 1.200 inspetores.
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013
SINDICAL Metalúrgicos fazem greve e conquistam Cerca de 1500 trabalhadores de duas empresas do grupo MPE, a EBE e a EBSE, prestadoras de serviço da Nuclep, em Itaguaí, fizeram greve no mês de setembro. Nos dois casos, houve conquistas. Na EBSE, o pagamento de horas extras passa a ter adicional de 75%. Na EBE, uma das conquistas foi aumento de 5% retroativo a 1º de julho. Os trabalhadores conseguiram que a empresa colocasse em dia os valores do FGTS. Os metalúrgicos do Rio de Janeiro estão em campanha salarial. Além de reajuste salarial, eles reivindicam piso de R$ 1.650,00. O piso hoje é R$ 784,00, ou seja, menos que o piso estadual.
Bancários, greve começa nesta quinta Os bancários entram em greve nacional a partir desta quinta-feira, dia 19, por tempo indeterminado. Os trabalhadores querem 11,93% de reajuste. Os bancos ofereceram 6,1%, o suficiente apenas para repor a inflação do período pelo INPC.
Manutenção da multa de 10% do FGTS Sindicatos de trabalhadores e centrais sindicais comemoram a manutenção pelo Congresso Nacional, na última terça-feira (17), do veto da presidenta Dilma Rousseff ao fim da multa de 10% sobre o FGTS. Estes 10% são a parte que os empregadores pagam ao governo em caso de demissão de funcionários. A multa de 40% paga ao trabalhador demitido não está em debate. Pelo menos, por enquanto.
cidades | 07
Por dia, 13 mulheres são estupradas no Rio Giovana Santiago/Marcha das Vadias
VIOLÊNCIA SEXUAL Maioria dos casos envolve conhecidos das vítimas. No total, 4.993 foram estupradas em 2012 Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ) Aos 26 anos, M* convive com as lembranças do estupro que sofreu em 2007, quando tinha 19 anos. Ela foi forçada a manter relação sexual com seu ex-namorado. “Durante três semanas, eu não era ninguém. Fiquei muito abalada”. Na época, ela era estudante de História da Universidade Federal Fluminense (UFF). Por medo da pressão familiar, M* não registrou boletim de ocorrência (BO). A história de M* comprova os resultados do Dossiê Mulher 2013, produzido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).
Segundo o relatório, a maioria dos agressores é conhecida da vítima. “Eu gritava, mas ninguém ouvia. Ele viu que eu estava chorando e continuou. Depois, ele agiu como se nada tivesse acontecido. Ainda tivemos de conviver até 2010”, contou. Conforme o dossiê, 51,2% das vítimas conheciam o agressor. Deste número, 11,5% eram conhecidos em geral, 29,7% tinham algum grau de parentesco e 10% eram companheiros ou excompanheiros. “Como feminista, minha função é dar o depoimento e ajudar as mulheres a superar esse trauma”, fala M*, que atualmente
Ato em São Paulo organizado pela Marcha das Vadias, movimento que denuncia o estupro
milita na Casa da Mulher Trabalhadora (CAMTRA) e no Coletivo de Mulheres da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). “Posso garantir que a maioria já sofreu algum tipo de violência sexual, mas não consegue falar”, completa.
Na madrugada da última sexta-feira (13), M* foi vítima de abuso sexual mais uma vez. Moradora de Irajá, ela foi abusada dentro do ônibus, quando voltava para casa. “Estava muito cansada e peguei no sono. Quando acordei um cara pe-
gava na minha mão e se masturbava. Ele gozou e respingou na minha perna e no vestido”, descreveu. “Não faço a ideia de quem ele era. O trocador estava olhando e não fez nada”. Nesta quarta-feira (18), ela registrou ocorrência do caso.
Quase 5 mil Condenação de Pastor foram estupradas Marcos é emblemática em 2012 Segundo o Dossiê, houve um crescimento de 23,8% em relação ao ano anterior do Rio de Janeiro (RJ) O último Dossiê Mulher aponta que 4.993 mulheres foram estupradas no estado, em 2012. Em comparação com 2011, representa um aumento de 23,8%. Neste ano, vários casos de estupro tomaram
as páginas dos jornais no Rio. Um dos casos que mais repercutiram foi o da turista estuprada por três homens em uma van. “Ao serem estupradas, as mulheres se sentem culpadas. O primeiro sentimento é de muita vergonha. O mais grave é que, por falta de informação, isto acaba criminalizando a mulher. Como consequência, dificilmente ela registra a ocorrência e não toma a pílula do dia seguinte”, comentou Rogéria Peixinho, da Associação das Mulheres do Brasil (AMB). (VV)
JULGAMENTO Pastor da Assembleia de Deus dos Últimos Dias já anunciou que vai recorrer do Rio de Janeiro (RJ) O pastor Marcos Pereira da Silva, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi condenado a 15 anos de prisão por estupro, na última quinta-feira (12). Os crimes foram cometidos em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Uma das testemunhas contou que foi estuprada dos 14 aos 22 anos. Este é outro resultado do Dossiê Mulher: a maioria das vítimas, 51,4%, é de crianças de até 14 anos.
“É uma condenação emblemática, eu acho que ele mereceria muito mais que 15 anos. Essas punições ajudam muito, mas junto com isso tem de ter conversas nas escolas e mais políticas de segurança para mulheres”, disse Rogéria. O pastor está preso desde o dia 8 de maio em Bangu 2. A polícia ainda investiga se outras 20 mulheres que moravam na igreja também foram estupradas. Como essa decisão foi tomada em primeira instância, ainda cabe recurso. (VV)
EM CASO DE ESTUPRO O que fazer? 1. Não tomar banho (para garantir provas para exame de corpo delito) 2. Ir à Delegacia da Mulher, ou qualquer delegacia, registrar BO. 3. Ir a uma Unidade de Saúde para tomar a pílula do dia seguinte e um coquetel de remédios que previne doenças. (Não precisa de BO) Fonte: Ministério da Saúde
08 | brasil
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013
Preço do gás de cozinha, mais um vilão entre as famílias brasileiras Michelle Amaral/ Editoria de arte Brasil de Fato
EXPLORAÇÃO Segundo dados do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), nos últimos 20 anos, desde o início do período de liberalização dos preços, o gás de cozinha teve um aumento de 325% Alexania Rossato de São Paulo (SP) Junto com a energia elétrica, o gás de cozinha representa grande parte dos gastos das famílias brasileiras, somando, em média, 20% do salário mínimo. Isso porque desde a década de 1990, as empresas privadas controlam a produção e a distribuição de bens como a energia e o gás, fazendo com que os preços subam a patamares internacionais. No ano de 2012, o consumo de gás de cozinha no país ficou em 7,13 milhões de toneladas, de acordo com levantamento do Sindigás. E, mesmo com um crescimento de 1% a 2% ao ano, o consu-
O gás de cozinha é de extrema necessidade entre as famílias brasileiras. É usado por cerca de 95 % da população, o que lhe confere uma penetração nos lares ainda maior que a energia elétrica e a água encanada mo residencial tem como forte concorrente a lenha, sobretudo em regiões do Norte e Nordeste, que responde por 27%
da matriz energética residencial. O mesmo percentual fica com o gás de cozinha, já o gás natural corresponde a apenas 1% e energia elétrica, com o restante. Esse dado refle-
te a realidade de muitas famílias brasileiras que, sem condições de pagar pelo alto preço do gás, encontram alternativas mais baratas para o cozimento dos alimentos, tais como o uso da lenha.
No entanto, o gás de cozinha é de extrema necessidade entre as famílias brasileiras. É usado por cerca de 95 % da população, o que lhe confere uma penetração nos lares ainda maior
que a energia elétrica e a água encanada, mesmo que na matriz energética brasileira, em 2011, segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN), correspondesse a apenas 3,2%.
Gás de cozinha chega a custar R$ 50,00 Os preços são livremente decididos pelas empresas em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de São Paulo (SP) O processo de reforma da indústria do gás de cozinha no Brasil não envolveu privatizações nos moldes dos demais serviços públicos. A principal mudança ocorreu na regulamentação que permitiu transformá-la em mercadoria internacional, através de um processo longo, que se iniciou em 1990 e se completou em 2001. Nesse período, foi estabelecida uma gradual liberação dos preços que
passaram a ser definidos pelas próprias empresas, a partir da cotação internacional do petróleo. Portanto, os preços são livremente decididos pelas empresas em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis e derivados de petróleo, como é o caso do gás de cozinha, no falso cenário da livre concorrência. Assim, desde então, nenhum órgão de Estado ou de governo tem atribuições de tabelamento ou controle de preços,
Desde janeiro de 2002, o gás de cozinha não possui subsídio ou subvenção pública em nosso país, o que encarece ainda mais o custo para as famílias apenas cumprem um papel de acompanhamento, como faz a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Da mesma forma, também desde janeiro de 2002 o gás de cozinha não possui subsídio ou subvenção pública em
nosso país, o que encarece ainda mais o custo para as famílias. Além do fim dos subsídios e do monopólio estatal, outros motivos para o aumento do preço do gás são a elevação dos impostos, principalmen-
te do ICMS e o alto custo do transporte. Mas a principal razão são as altas taxas de lucro das empresas, principalmente das transnacionais, que se apropriaram de vários negócios nesta área. As gigantes Ultragaz, do grupo Ultra; a Supergasbras, controlada pela multinacional holandesa SHV; a Nacional Gás, grupo cearense Edson Queiroz e a Liquigás já controlam 86% do setor de distribuição de gás no país e são as que mais faturam com o preço pa-
go pela população pelo botijão. Em São Paulo, o preço médio do botijão de 13 quilos chega a custar R$ 50,00. Segundo dados do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), nos últimos 20 anos, desde o início do período de liberalização dos preços, o gás de cozinha teve um aumento de 325%. Sendo que a inflação medida pelo IPCA, neste mesmo período, foi de 130% o aumento do preço do gás de cozinha foi quase três vezes a mais que a inflação. (AR)
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De olho no petróleo brasileiro ENERGIA Para especialistas e organizações sociais, espionagem contra a Petrobras inviabiliza 11º leilão Patrícia Benvenuti da Redação A exemplo das edições anteriores, o 11º leilão de petróleo e gás será marcado por protestos de organizações populares. Desta feita, porém, as recentes denúncias de espionagem estadunidense contra a Petrobras deverão tensionar ainda mais o processo, marcado para 21 de outubro. Documentos vazados pelo ex-consultor de informática e agente da CIA, Edward Snowden, indicam que a rede de computadores da Petrobras foi monitorada pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA). Os documentos não divulgam detalhes sobre o real interesse dos estadunidenses sobre a Petrobras. No entanto, a presença de reservas do pré-sal e a iminente realização do leilão do campo de Libra, situado na Bacia de Santos, fornecem uma boa pista. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o local possui cerca de 14 bilhões de barris de petróleo. Sozinho, o campo equivale a mais de 80% de todas as reservas provadas da Petrobras, descobertas ao longo dos 60 anos de atua-
ção da empresa. A riqueza de Libra pode ser calculada em cerca de U$S 1,5 trilhão de dólares. O engenheiro e conselheiro do Clube de Engenharia, Paulo Metri, vê interesses econômicos por detrás da espionagem estadunidense. “Ela [Petrobras] tem grandes segredos do modelo geológico do pré-sal que valem ouro. Tendo esse conhecimento do pré-sal, você consegue perfurar com mais sucesso e economiza dinheiro”, explica. A produção atual do pré-sal está na casa dos 300 mil barris diários. A estimativa é de que as reservas totalizem de 100 até 300 bilhões de barris. A realização do leilão renderá ao governo um bônus de cerca de R$ 15 bilhões. Com isso, o país receberá pouco mais do que um real por barril – até o fechamento desta matéria, o preço do barril estava cotado em US$ 106,59, o equivalente a R$ 243,02. “A Dilma vai vender barril de petróleo de Libra a R$ 1, um petróleo de alta qualidade. Ela vai entregar isso e vamos ficar calados?”, questiona Emanuel Cancella. Para o coordenadorgeral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, monitoramento de infor-
Latuff
mações da Petrobras se constitui em um caso de espionagem comercial. “É o Estado estadunidense a serviço dos interesses econômicos das suas empresas”, critica Moraes. O caso gerou críticas da presidenta Dilma Rousseff, que também teve suas conversas monitoradas. Em nota oficial, Dilma atribuiu a espionagem a questões econômicas. “Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro”. Samuel Tosta/ Agência Petroleira de Notícias
Protesto no Rio de Janeiro
Riquezas da América Latina são alvo Venezuela e México também são alvo da espionagem da Redação O Brasil não foi o único país da América Latina a despertar o interesse dos Estados Unidos e de sua indústria de espionagem. Assim como no caso da Petrobras, as razões econômicas levaram a inteligência estadunidense a voltar suas estruturas para a Venezuela e o México. Enquanto a atração sobre os venezuelanos recai sobre o petróleo, no caso do México, o alvo é o setor de energia. O coordenador do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Giorgio Romano, lembra que, apesar da exploração de xisto, iniciada há alguns anos, os Estados Unidos continuam dependentes da exportação de pe-
“Os Estados Unidos não só consideram o acesso à fonte de energia estratégica para seu próprio uso, mas também para garantir o abastecimento para a economia capitalista global, dominada por ele”
tróleo. “Os Estados Unidos não só consideram o acesso à fonte de energia estratégica para seu próprio uso, mas também para garantir o abastecimento para a economia capitalista global, domi-
nada por ele”, afirma. Se, no caso específico do Brasil, o interesse está nas reservas do pré-sal, em nível mais amplo, os Estados Unidos buscam, com a espionagem, levantar informações sobre a dimensão das reservas de petróleo e mapear a situação das reservas para determinar os preços no mercado. A análise é do consultor em cooperação e relações internacionais, Kjeld Jakobsen. “Estas informações são importantes para beneficiar a participação de empresas americanas nos leilões brasileiros e nos processos de extração de petróleo no México e na Venezuela”, diz o especialista, que já atuou como ex-secretário Municipal de Relações Internacionais de São Paulo. (PB)
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Na Colômbia, um mês de protesto
FATOS EM FOCO
Crise aumenta suicídios Zorrophoto
AMÉRICA LATINA Trabalhadores pedem reforma agrária integral e rechaçam pacto do governo
da Redação Há quase um mês, a Colômbia se vê diante de uma crise no setor agrário, que se tornou visível pelos protestos de camponeses que, por todo o país, expressam sua insatisfação com as políticas neoliberais do presidente Juan Manuel Santos. Diante dos conflitos entre governo e manifestantes, delegações de camponeses e representantes de entidades agrárias realizaram, na última semana, a Cúpula Nacional Agrária e Popular. O objetivo foi avançar na unidade dos povos e rechaçar o Pacto Nacional para o Desenvolvimento Agrário, lançado pelo governo.
Faixa de Gaza A greve dos agricultores, parados desde o dia 19 de agosto, contagiou a população; na foto, protesto em Bogotá, no dia 29 de agosto
“Afirmam que o saldo da repressão foi: 12 pessoas mortas, centenas de feridos, quatro desaparecidos, 262 presos”
Na última quinta-feira (12), ao final do evento, os participantes lançaram a Declaração Política da Cúpula Nacional Agrária, Camponesa e Popular, que criticam os acordos de livre comércio que trouxeram grandes prejuízos para os pequenos produtores e o modelo econômico “desenhado para favore-
cer latifundiários, pecuaristas e empresas transnacionais, desconhecendo as grandes maiorias camponesas, indígenas e afrocolombianas”. Eles também denunciam a criminalização do protesto por parte do governo que abusou do uso da força contra civis, da militarização dos campos e da perseguição aos líde-
res camponeses. Na declaração, afirmam que o saldo da repressão foi: 12 pessoas mortas, centenas de feridos, quatro desaparecidos, 262 presos arbitrariamente. A paralisação agrária completará um mês nesta quinta-feira (19). Além deste setor, também estão em protestos docentes e profissionais da saúde.
Rússia critica relatório da ONU A Síria entregou à Rússia “provas” de que a oposição síria realizou ataques com armas químicas, anunciou o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Riabkov, nesta quarta-feira (18) . Além disso, a chancelaria classificou o relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre disparos na peri-
feria de Damasco como “politizado e tendencioso”. O relatório concluiu que foram usadas armas químicas no conflito civil sírio. No entanto, os estudos não apontam uma definição acerca de quem realizou os disparos. Segundo a ONU, mais de mil pessoas morreram no final de agosto. EUA, França e outras potências ocidentais argumentam
que o tipo de arma (gás sarin) e a tecnologia usada provam que as tropas de Bashar el-Assad foram responsáveis pelo ataque. Além do próprio governo sírio, a Rússia rebate as acusações. O vice-ministro russo denunciou que o relatório pode ter sido manipulado para direcionar a culpa para um dos lados do conflito que dura já há dois anos e meio.
O governo da Faixa de Gaza declarou, na quarta-feira (18), que sofre de uma escassez severa de alimentos, remédios e combustível. O governo interino do Egito intensificou as operações de destruição dos túneis entre a Faixa de Gaza e a península do Sinai egípcia, alegando “lutar contra o terrorismo”, repetindo o argumento de Israel, em suas próprias operações. Os túneis são usados para a importação de suprimentos básicos ao território palestino sitiado e as condições humanitárias se agravam.
UN Photo/Evan Schneider
ARMAS QUÍMICAS Síria entregou a Moscou provas de que a responsabilidade dos ataques é dos opositores de São Paulo (SP)
A pesquisa publicada na revista científica British Medical Journal analisou dados de 54 países para estimar o impacto global de problemas financeiros decorrentes da crise econômica, iniciada em 2008 com o colapso do crédito e dos mercados imobiliários nos Estados Unidos. Um ano após o início da crise, as taxas de suicídio entre os homens aumentou em média 3,3%. A elevação foi maior nos países que mais perderam empregos.
Rapper grego é morto
Vice-ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Riabkov
Ele afirma que os inspetores da ONU só verificaram as provas relativas ao ataque do dia 21 de agosto e descartaram os outros três ataques com ar-
mas químicas que aconteceram antes dessa data. O governo sírio, disse, tem provas materiais sobre os disparos anteriores. (Opera Mundi)
A ação continuada do partido Aurora Dourada contra imigrantes e anarquistas gregos ganhou mais um capítulo na madrugada de terça-feira (17). O rapper Pavlos Fyssas, de 34 anos, ligado ao movimento antifascista de Atenas, foi esfaqueado e morto em um café no distrito de Keratsini, oeste de Atenas.
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cultura | 11
Reprodução
FIQUE ATENTO
O paraíso entre o mar e a montanha Vista da praia de Itacoatiara, a partir do Costão que leva o mesmo nome
LAZER O Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado a, aproximadamente, 35 km das cidades do Rio e de Maricá e a menos de 30 km do Centro de Niterói, conta com grande número de atrações Rodrigo Marcelino da Silva do Rio de Janeiro (RJ) Espremido entre o mar e a montanha, o Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset) é um verdadeiro paraíso. E é uma ótima opção para quem fica em dúvida na hora de escolher onde se aventurar. Lá, é possível desfrutar de ambos. Criado em 1991, o Peset tem, aproximadamente, 2.260 hectares de aérea. Localizado a, aproximadamente, 35 km das cidades do Rio e de Maricá e a menos de 30 km do Centro de Niterói, o parque conta com grande número de atrações. As principais são a Enseada do Bananal, os morros das Andorinhas e do Tucum (ou “Costão de Itacoatiara’), o Alto Mourão (ou “Pedra do Elefante’) e o Córrego dos Colibris. Há ainda o Mirante de Itaipuaçu, que fica bem próximo à entrada da trilha para o Alto Mourão. Essa é uma atração muito
especial, pois a vista é linda, especialmente ao final do trajeto. A mistura de Mata Atlântica, de vegetação de restinga e de mangue torna o local um importante espaço de preservação da vida animal. Isso faz com que o parque seja área de grande interesse para a pesquisa e a educação ambientais.
Do cume do Alto Mourão, é possível avistar as praias da região oceânica de Niterói e de Itaipuaçu, as Lagoas de Itaipu e Piratininga e a cidade do Rio de Janeiro A gestão é responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que mantém uma sede administrativa na rua
Domingues M. Barbosa, no bairro do Recanto, em Itaipuaçu. No próximo final de semana, aproveite para conhecer o parque. Você levará belas lembranças para casa. No cume do Alto Mourão Chegar ao ponto mais alto do parque não é tarefa fácil. Apesar do desnível do terreno não ser muito elevado, a caminhada de 1h requer certo condicionamento físico. O ponto mais sensível é uma escalada que requer a orientação de montanhistas com mais experiência. Apesar de um nível técnico não muito exigente, é prudente a utilização de cordas de segurança, evitando surpresas desagradáveis. Infelizmente, é comum visitantes praticarem o chamado surf na rocha, que nada mais é do que descer escorregando pelos paredões. Além de desgastar o solo e a vegetação, essa “mo-
dalidade” coloca em risco a vida do praticante e de outros visitantes. Do cume do Alto Mourão é possível avistar as praias da região oceânica de Niterói e de Itaipuaçu, as Lagoas de Itaipu e Piratininga e a cida-
de do Rio de Janeiro. Após a descida, não deixe de ir até a praia de Itacoatiara. O banho de mar, seguido de uma água de coco gelada coroarão a aventura, deixando uma intensa vontade de retornar ao Peset.
• O Peset é uma unidade de conservação. Isso significa que sua visitação deve respeitar algumas regras. É proibido colher plantas, fazer fogueira, alimentar animais silvestres ou caçá-los e é vedada a entrada de animais domésticos. • Ao chegar, procure os funcionários do Inea e informe-se sobre as regras de uso do local. O horário de funcionamento vai, diariamente, das 8h às 17h. No verão, é possível estender a visita até às 18h. Notifique as equipes sobre sua entrada e saída. • Caminhe somente nas trilhas, não use atalhos e não entre em áreas com acesso interditado. • Respeite todas as formas de vida e aproveite para admirar os sons da natureza. Deixe aparelhos de som ou instrumentos musicais em casa. • Colabore com a limpeza. • Mais informações pelos telefones (21) 2638-4411 ou 2709-9176 ou pelo site: http://www.parqueserradatiririca.org/
NÃO SE ESQUEÇA: Sua segurança também depende do conhecimento que você tem sobre a prática de atividades na natureza, do seu condicionamento físico e dos equipamentos que carrega. Por isso, não deixe de levar: • Filtro solar. • Repelente. • Boné. • Camiseta, preferencialmente clara. • Calça (ou bermuda) bem leve e confortável. • Anorak (tipo de abrigo que protege do vento e da chuva). • Tênis fechado e confortável, se possível, com o solado não muito gasto. • Lanterna com pilhas extras. • Máquina fotográfica. • Ao menos 1,5L de água. • Para alimentação, o ideal é levar biscoito, barrinhas de cereal, frutas, castanhas etc. • Pequena mochila para acomodar tudo isso. Tente adaptar suas necessidades de alimentação e proteção ao que suporta carregar.
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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 Maria Buzanovsky
Poesia como arma ARTE POPULAR Inspirado nos saraus BemBlack de Salvador e Apafunk do Rio de Janeiro, surge, em Nova Iguaçu, o Sarau “V” Fotos da segunda edição do Sarau “V”, que aconteceu no dia 6 de setembro
Mariane Matos do Rio de Janeiro (RJ) Toda a primeira sexta-feira do mês tem Sarau “V”, uma intervenção urbana que enche Nova Iguaçu de poesia, literatura divergente e
trocas artísticas. Com a intenção de ocupar as ruas, o evento busca promover uma experiência coletiva e libertadora em relação à cultura e ao cotidiano. Surgido em agosto deste ano, inspirado no
Sarau BemBlack de Salvador e no Sarau Apafunk do Rio de Janeiro, o Sarau “V” contrasta a cultura popular com a cultura dominante. Agrega pessoas, moradores e artistas na construção de um espa-
ço de autorreconhecimento. O evento, que cultua o preenchimento dos lugares desocupados da cidade, se concretiza como mais um importante movimento de resistência. “Não é arte pela ar-
te, mas arte pelo social”, como diz Janaina Tavares, uma das idealizadoras do projeto. O sarau acontece na praça dos Direitos Humanos, na Via Light, inspirado pelas imagens de grandes nomes da his-
tória (Mandela, Gandhi, Martin Luther King) presentes na praça. O encontro mensal abre espaço não apenas para a expressão, mas também para a reivindicação, convergência e discussão.
AGENDA Divulgação
Divulgação
dos para reviver sua raríssima coleção de vinis. Nesta edição, a temática será Noite do Blues. Evento gratuito. Sextafeira (20), às 19h. Pátio Maracatu Brasil, Rua Ipiranga, 49 – Laranjeiras. 1O MANGARATIBA + CORES O projeto lançado pela Fundação Mário Peixoto busca reunir trabalhos de diferentes esco-
las de arte de rua (graffite, cerâmica, pintura tridimensional, estêncil, entre outras). O concurso cultural irá premiar os melhores trabalhos e está com inscrições abertas até o dia 25/10. Mais informações: www.fmpcultura.com.br. LITERATURA NO PARQUE Neste sábado (21), jovens autores discutirão Divulgação
Cena do filme De passagem
BRASIL EM FOCO Ao longo do mês de setembro, o Sesc coloca o Brasil em discussão. Através da sétima arte, é proposto o debate acerca da realidade nacional. Os filmes a serem exibidos são A ostra e o vento, no dia 20, e De passagem, no dia 27. Evento gratuito. Sextas às 10h. Sesc Ginástico , Av. Graça Aranha , 187 – Centro. FEIRA DA GRATIDÃO Neste domingo (22), a
Aldeia Maracanã recebe a feira de troca gratuita. Tendo como lema o desapego, o evento visa questionar o apego material nos dias atuais. Além das habituais trocas, terá também serviços como massagens, manicure e apresentações artísticas. Rua Mata Machado, s/n - Maracanã . DISCOZECA Em memória do renomado produtor musical, Ezequiel Neves, a Maracatu Brasil convida a to-
literatura brasileira e inglesa na biblioteca do Parque Manguinhos. O evento, que faz parte do projeto Transform, visa promover o intercâmbio entre artistas do Brasil e do Reino Unido. Contará também com a participação dos escritores ingleses: Steven Hall e Ben Markovits. Evento gratuito, às 17h. Av. Dom Helder Câmara, 1184 – Manguinhos.
SARAU NA LAJE Para comemorar a chegada da Primavera, neste sábado (21), tem Sarau na Laje. Além de cinema, poesia, vinhos e flores, haverá o relançamento do livro Noel, o menino da Vila, de Clóvis Bulcão. Evento gratuito, das 16h às 19h30. Arena Cultural Jovelina Pérola Negra, Praça Ênio s/ no – Pavuna.
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013
variedades | 13
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br A homenagem feita após o falecimento
© Revistas COQUETEL 2013
Aquela que inspira o poeta
Ideal alcançado Um dos sintomas da tuberculose
Ambiente natural onde vive o animal Local da primeira missa de um papa recémeleito Saudação informal
É usada pelo aprendiz na natação Inícios de jornadas Faixa de rádios
(?) Dias, navegador português Filme de Almodóvar Flutuar (no ar) Folga; descanso Cessa de chover A Mãe dos Brasileiros A carta mais valiosa do pôquer
Tecido grosso de algodão Alarga
A
S
Iguaria servida com ovos fritos Bidu Sayão, cantora lírica
4/peón. 5/ata-me — estia. 6/batavo — lonita. 9/louisiana.
BANCO
Redação (abrev.) Peão, em espanhol
HORÓSCOPO
S T J O S S E
C A P E L A S I S T I N A
Estado sulista dos EUA
M H U M A S B OI A D I A T AM L A E S T I V O A I T A T A B A M A R A C P E O I A N
Matemática (abrev.) Hiato de "real"
S
"Abelha", em "apicultura"
A N A N E R I
Bagunça (pop.) Material do fotógrafo
Solução B A R T O L O M E U
Membro de antigo povo germano
Inteligência Artificial (abrev.)
S P O A N H O I S R E B A L D I Z C A D L O
Seres celestes Observação (abrev.) País do povo judeu
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ASTROLOGIA - Semana de 19 a 25 de setembro Período de influência especial para novos ideais; tenda a expressar suas emoções de maneira mais intensa
Áries
(21/3 a 20/4) O momento é para priorizar a diplomacia, principalmente para não criar atritos por assuntos sem tanta importância nas relações. Bom para lidar com questões familiares. No amor, cuidado com os assuntos sem importância.
Touro
(21/4 a 20/5) Momento para decisões que envolvam projetos a longo prazo. Assuntos relacionados a interesses materiais podem tomar seu tempo. No amor, período requer mais atenção para não se portar de maneira indiferente com quem gosta.
Gêmeos
(21/5 a 20/6) O momento bom para lidar com as questões materiais. Cuide para não dispersar de suas prioridades no trabalho e valorizar o espírito de grupo em algumas situações. No amor, paciência e jeito. Procure conversar mais para evitar mal entendidos.
Câncer
(21/6 a 22/7) Momento importante para fazer algumas revisões e pôr fim em antigos assuntos. A expressão dos pensamentos será importante para colocar em prática seus objetivos. No amor, procure mostrar nova postura diante de suas relações.
Leão
(23/7 a 22/8) O momento é propício para retomar conversas, retomar hábitos e fazer ajustes que envolvam a vida familiar. A semana traz influência positiva para novos convívios sociais. No amor, procure levar mais a sério seus sentimentos.
Virgem
(23/8 a 22/9) Período para aliar o que tem de simples e eficiente com algumas inovações, sem achar que isso mudará sua identidade no cotidiano. Bom para mais oportunidades e novos objetivos. Na vida amorosa, atenção especial para a família.
Libra
(23/9 a 22/10) O momento positivo para esclarecer situações e questões familiares. Há tendências para imprevistos no trabalho. Período mais indicado para pesquisas do que para ações nas finanças. No amor, momento para expor mais o que sente.
Escorpião
(23/10 a 21/11) Período propenso à lentidão em negócios e questões financeiras. Essencial para mais seriedade com assuntos na vida afetiva. No amor, período propenso para definir sentimentos e responsabilidades.
Sagitário
(22/11 a 21/12) O momento é para reflexão sobre suas posturas e para não deixar que culpas ou complexos interfiram na confiança. Evite o consumismo, gastos que não são essenciais. Na vida amorosa, momento propício para esclarecimentos.
Capricórnio (22/12 a 20/1) Período favorável à realização de novos objetivos profissionais. Tendências para uma postura conciliadora de sua parte diante das relações. No amor, tendências para envolvimento mais intenso em seus relacionamentos.
Aquário
(21/1 a 19/2) Período para dedicação a novos ideais profissionais. Um pouco mais de disciplina e persistência será essencial, especialmente com projetos profissionais e nos estudos. No amor, momento para o romantismo e surpresas.
Peixes
(20/2 a 20/3) Semana boa para refletir mais sobre a realidade. Período para definir objetivos culturais, como estudos, viagens ou situações ligadas a contatos distantes. No amor, momento requer mais responsabilidades e projetos com seu par.
14 | esporte
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 Divulgação/CBV
Começa o Campeonato Brasileiro feminino FUTEBOL Participarão 20 times de 13 estados diferentes; único “grande” é o Vasco da Gama
FATOS EM FOCO
Globo crê em Massa Divulgação
da Redação Depois de 12 anos, o futebol feminino do Brasil voltará a ter um campeonato nacional. A modalidade que, desde 2007, só conta com a Copa do Brasil, agora terá um investimento recorde entre as mulheres. No último Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, em 2001, o campeão foi o Santa Isabel, de Minas Gerais, que deixou de existir por falta de patrocínio. Daí em diante, a única competição de nível nacional no país foi a Copa do Brasil, que começou em 2007 e é disputada no sistema de mata-mata. Os times serão divididos em quatro grupos. O campeonato terá dura-
Duque de Caxias, campeão da Copa do Brasil de 2010, está entre os 20 participantes do Campeonato Brasileiro
ção de apenas dois meses e meio e a participação de 20 times de 13 estados diferentes - o único clube considerado grande no país com representante na competição será o Vasco. Na primeira fase, os dois melhores colocados de cada chave avançam para, depois, serem novamente divididos em dois grupos. Os quatro melhores times do torneio dis-
Os R$ 10 milhões investidos pela empresa serão responsáveis pelas despesas dos clubes putarão semifinal em ida e volta para a definição da final, que será disputada no mesmo formato. O patrocínio da com-
petição é público, da Caixa. Os R$ 10 milhões investidos pela empresa serão responsáveis pelas despesas dos clubes com passagens aéreas para distâncias acima de 500 quilômetros, de ônibus leito até esta distância e alimentação em hotéis. Os 20 participantes do Campeonato Brasileiro de futebol feminino em 2013 estão divididos em quatro grupos: Franca-
na (SP), Rio Preto (SP), Duque de Caxias (RJ), Centro Olímpico (SP) e América (SP); Vasco (RJ), Asscoop (DF), Foz (PR), Kindermann (SC) e São José (SP); Vitória de Santo Antão (PE), Caucaia (CE), São Francisco (BA), Mixto (MT) e Botafogo (PB); Tiradentes (PI), Viana (MA), Tuna Luso (PA), Iranduba (AM) e Pinheirense (PA). (com agências)
Blatter abre a boca sobre a Copa no Catar Presidente da FIFA diz que escolha de Catar como sede teve “influências políticas diretas” Reprodução
da Redação O presidente da Fifa, Joseph Blatter, reconheceu que a definição dos anfitriões de 2022 contou com influências políticas de governos europeus, que esperavam vantagens econômicas com a decisão - tomada no ano passado em eleição “antecipada”. As informações são da agência de notícias EFE. “Houve influências políticas diretas. Houve chefes de governos eu-
ropeus que recomendaram a seus compatriotas que votassem no Catar, porque estão ligados a este país por fortes interesses econômicos”, afirmou Blatter, em declarações publicadas pela revista alemã Die Zeit na quarta-feira (18). Há quem diga que as declarações de Blatter podem significar um ataque ao atual presidente da UEFA, Michel Platini, que deve ser o seu concorrente na reeleição à presidência da
Fifa, em 2015. Recentemente, o exjogador da seleção francesa admitiu que votou no Catar como sede para a Copa do Mundo de 2022. Poucos dias antes da decisão, porém, o dirigente da entidade que rege o futebol europeu foi convidado pelo então presidente francês, Nicolas Sarkozy, a participar de um jantar que também contou com a presença do atual emir do Catar, o xeque Hamad alThani. (com agências)
Blatter durante anúncio da sede da Copa de 2022
Principal plataforma da Fórmula 1 no Brasil há mais de quatro décadas, a TV Globo pode viver uma situação complicada na temporada 2014. Com a saída de Felipe Massa da equipe Ferrari, anunciada na última semana, o Brasil pode ficar sem nenhum piloto na maior modalidade do automobilismo mundial pela primeira vez desde 1969. Nenhum brasileiro tem contrato garantido para o próximo ano, nem mesmo Felipe Massa.
Massagistagoleiro O massagista Romildo Fonseca da Silva registrou Boletim de Ocorrência e pediu proteção policial após receber telefonemas com ameaças de morte. Envolvido em polêmica após invadir o campo e impedir gol do Tupi durante partida contra o Aparecidense, pela Série D, o massagista relatou que sua esposa atendeu ligações e mensagens de celular em que a família estaria em risco.
Líderes do ranking Sarah Menezes, Mayra Aguiar e Maria Suelen Altheman seguem na liderança do ranking mundial em suas categorias. As listas dos melhores judocas do mundo foi atualizada pela Federação Internacional de Judô após o Grand Prix de Rijeka, na Croácia, no último fim de semana, que não contou com a participação dos judocas brasileiros. Sarah lidera a categoria até 48kg. Mayra na categoria até 78kg, e Maria Suelen, acima dos 78Kg.
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013
opinião | Bruno Porpetta
Pendura e põe na nossa conta ESTÁ COMEÇANDO a fase de grupos da UEFA Champions League. Sem dúvida, o melhor torneio de futebol interclubes do mundo. Não por acaso, o mais caro. São assustadores os valores movimentados no mercado europeu. Quem diria que alguém do País de Gales vale mais de 300 milhões de reais? Este é o valor pago pelo Real Madrid ao Tottenham por Gareth Bale. Um excelente jogador, exímio cobrador de faltas, mas nem em sonho disputará uma Copa do Mundo. Seu país é, historicamente, uma Bolívia europeia (no futebol, claro). A grana que rola na Europa nos faz acreditar em um mundo de faz-deconta, sem crise econômica, desemprego crescente, jovens ocupados em praças contra um sistema cada vez mais excludente. Para o futebol, isso não existe. Existe para o povo europeu, em especial a juven-
tude, vítima contumaz dos inúmeros ajustes que a “zona do Euro” faz para retirar direitos seculares. O que pensam os mais de 40% de jovens desempregados na Espanha, ao verem esse dinheiro todo voando para a Inglaterra? Sem dúvida alguma, assistiremos a belíssimos espetáculos de futebol. Com toda essa grana, é normal que os europeus tenham por lá os melhores do planeta. Principalmente os filhos das Índias que os portugueses resolveram chamar de Brasil. Mas a cada tufo de grama, a cada drible, a cada rede balançando, é possível enxergar um pouco de nosso suor, lágrimas, sangue e nossas riquezas saqueadas. Lembram-se da Bolívia? Pois é! Em espanhol, se chama o dinheiro de la plata. Esta roubada da Serra de Potosí. Bruno Porpetta é autor do blog porpetta.blogspot.com
brasileirão | 23ª rodada Fluminense X Coritiba Sáb | 21/09 | 18h30 | Maracanã
Vitória X Grêmio
esporte | 15
Aumenta a crise no Vasco Marcelo Sadio/Vasco
VIRADA Time perde do Vitória em São Januário e se complica na tabela da Redação Com dois gols no segundo tempo, o Vitória fez 2 a 1 e levou os três pontos de São Januário, afundando ainda mais o rival em crise. Enquanto o Leão pulou provisoriamente para o sétimo lugar, com 30 pontos, o Cruz-Maltino permanece em 17º, na zona de rebaixamento, com 24, com chance de ser ultrapassado pela Portuguesa, nesta quinta-feira (19), contra o Náutico. A partida começou já com um lance de perigo com uma finalização de carrinho de Juninho. Na segunda vez que avançou, o time carioca abriu o placar, aos sete minutos. Fagner cruzou pela direita e André cabeceou cruzado, sem chance para Wilson. Após o gol, o duelo ficou equilibrado, mas sem que nenhuma equipe conseguisse levar perigo. Na etapa final, o Vitória passou a atacar mais e conseguiu chegar ao empate aos 35 minutos.
André marca, mas Vasco perde de virada
Após dois chutes que bateram na zaga vascaína, a bola sobrou para Alemão finalizar no canto direito de Michel Alves. Nos minutos finais, os dois times se lançaram ao ataque em busca da vitória e quem chegou aos três pontos foi o time baiano, aos 44 minutos. Marquinhos recebeu, passou por um marcador e, na entrada da área, finalizou no ângulo esquerdo de Michel Alves. No domingo, o Vasco busca a reabilitação contra o Atlético-MG, às 18h30, no Independência.(com agências)
FICHA TÉCNICA
1X2 Vasco
Vitória Wilson; Ayrton, Victor Ramos, Kadu e Juan; Michel (Vander) (Alemão), Luís Alberto, Renato Cajá (Leilson) e Escudero; Marquinhos e Dinei
Diogo Silva; Fágner, Jomar, Cris e Yotún; Wendel (Edmílson), Pedro Ken, Juninho Pernambucano e Dakson (Montoya); Marlone e André (Tenório)
São Januário | Rio de Janeiro (RJ) | 18/09 | 19h30 Gols de André (Vasco); Alemão e Marquinhos (Vitória)
Sáb | 21/09 | 21h00 | Barradão
Náutico X Flamengo Dom | 22/09 | 16h00 | Arena Pernambuco
Goiás X São Paulo Dom | 22/09 | 16h00 | Serra Dourada
Internacional X Portuguesa
Elias e Chicão voltam FLAMENGO Léo Moura e Felipe, ambos em recuperação, desfalcarão o time
Dom | 22/09 | 16h00 | Estádio do Vale
Corinthians X Cruzeiro Dom | 22/09 | 16h00 | Pacaembu
Botafogo X Bahia Dom | 22/09 | 16h00 | Maracanã
Atlético-MG X Vasco Dom | 22/09 | 18h30 | Independência
Atlético-PR X Ponte Preta Dom | 22/09 | 18h30 | Durival Britto
Santos X Criciúma Dom | 22/09 | 18h30 | Vila Belmiro
da Redação Elias, que cumpriu suspensão, e Chicão, recuperado, devem jogar nesta quinta-feira (19), contra o Atlético-PR, válida pela 22ª rodada do Brasileirão. O goleiro Felipe e o lateral direito Léo Moura desfalcarão novamente o Flamengo. Ambos ainda estão em recuperação. Com dores na coxa direita, Léo Moura não par-
ticipou do treinamento desta tarde no Ninho do Urubu. Felipe, que ainda se recupera de entorse no tornozelo direito, foi a campo, mas será poupado e deve voltar diante do Náutico, no próximo domingo. O lateral esquerdo André Santos levou um susto na madrugada desta terça-feira (17). O jogador sofreu um acidente com seu carro na Barra da Tijuca.
Nada grave. Treinou normalmente durante o dia. O time que enfrentará o Furacão deve ser formado por: Paulo Vic-
tor; Luiz Antônio, Wallace, Chicão e André Santos; Cáceres, Elias, Carlos Eduardo e Gabriel; Paulinho e Hernane.
FICHA TÉCNICA
X Flamengo
Atlético-PR
Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 19/09 | 19h30
Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013
16 | esporte
Fogão perde “decisão antecipada” Washington Alves/VIPCOMM
BRASILEIRÃO Com direito a pênalti perdido por Seedorf, Cruzeiro vence por 3 a 0 e dispara na liderança da Redação No duelo entre os dois melhores times do Brasileirão, não deu para o Fogão. A Raposa fez 3 a 0 sobre o Alvinegro e abriu sete pontos de vantagem na liderança do campeonato, com 49. O Bota parou nos 42 pontos, mas segue na vice-liderança. O primeiro gol do jogo foi do volante Nilton, que apareceu como elemento surpresa, por trás da marcação do Botafogo, para completar escanteio com um toque de chaleira. No segundo tempo, Júlio Baptista, em cobrança de pênalti, e depois em chute no canto esquerdo, fechou o marcador.
o Botafogo decidiu tomar mais a iniciativa na segunda etapa No primeiro tempo, o time mineiro, com mais volume ofensivo, obrigou o Botafogo a recuar a marcação. Quando parecia que as duas equipes iriam para o vestiário com a igualdade no placar, aos 46 minutos, o volante Nilton surgiu como elemento surpresa, para completar cobrança de escanteio pela
esquerda, com um bonito toque de chaleira. Atrás no placar, o Botafogo decidiu tomar mais a iniciativa na segunda etapa. Aos sete minutos, quando o zagueiro Bruno Rodrigo acertou um pontapé em Rafael Marques dentro da área, o árbitro marcou pênalti. O holandês Seedorf foi para a cobrança e deslocou o goleiro Fábio, mas errou o alvo. Aos 34, a marcação de pênalti mudou de lado. O meia-atacante Everton Ribeiro entrou na área driblando e foi derrubado. Na cobrança, Júlio Baptista acertou o canto esquerdo de Jéfferson, que ainda encostou na bola, mas não conseguiu evitar o gol. Desanimado a partir de então, o Botafogo diminuiu o ritmo e assistiu ao terceiro gol da Raposa, também anotado por Júlio Baptista, que recebeu assistência de Dagoberto e mandou a bomba para fechar o placar no Mineirão. Na sequência do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro terá compromisso contra o Corinthians, jogo marcado para domingo (22), no Pacaembu. O Botafogo joga no mesmo dia. O time do Rio, porém, vai receber o Bahia no estádio do Maracanã.
FICHA TÉCNICA
3X0 Cruzeiro Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton (Henrique), Lucas Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart (Dagoberto); Willian e Borges (Júlio Baptista)
Botafogo Jéfferson; Edilson, Bolívar, André Bahia e Júlio César; Marcelo Mattos, Renato (Hyuri), Seedorf, Lodeiro e Elias (Alex); Rafael Marques (Henrique)
Mineirão | Belo Horizonte (MG) | 18/09 | 21h50 Gols de Nilton e Júlio Baptista (Cruzeiro)
Botafogo perde e fica a 7 pontos do líder
Flu vence de virada Nelson Perez/Fluminense F.C.
SOBE Fora de casa e com dois gols do lateral direito Bruno, time carioca vence o Criciúma da Redação O Fluminense venceu por 2 a 1 o Criciúma, nesta quarta-feira (18), no Heriberto Hulse, pelo Campeonato Brasileiro. Com o resultado, os cariocas chegaram a 29 pontos e começam a sonhar em se aproximar da parte de cima da classificação. Já os catarinenses continuam com 24 e estão ameaçados pela zona de rebaixamento. A partida começou com as duas equipes buscando o ataque, mas sem efetividade. Somente na metade do primeiro tempo, o duelo ficou mais aberto. Aos 38 minutos, após cruzamento e corte errado da zaga, Lins chutou e a bola desviou em dois jogadores do Fluminense antes de ir para a rede. A resposta do Flumi-
nense veio ainda antes do intervalo. Aos 44 minutos, Carlinhos fez boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro. O lateral direito Bruno apareceu de surpresa e tocou para a rede. O time carioca voltou melhor e buscou mais o ataque. De tanto insistir, o Fluminense chegou ao segundo gol, aos 25 minutos. Rafael Sóbis finalizou na trave e no rebote, Bruno apareceu para cabecear para a rede. A partir de então, o Criciúma voltou a ficar mais ofensivo. Aos 32 minutos, após escanteio, Matheus Ferraz cabeceou e Diego Cavalieri fez grande defesa. Nos minutos finais, o Criciúma esbarrou na boa marcação do Fluminense. Na próxima rodada, o Flu vai receber o Coritiba, no Maracanã, no sábado (21). (com agências)
A noite foi de Bruno
FICHA TÉCNICA
1X2 Criciúma Helton Leite; Suéliton, Matheus Ferraz, Leonardo e Marlon (Gílson); Ewerton Páscoa, Elton e João Vitor; Fabinho (André Gava), Lins e Marcel (Wellington Paulista)
Fluminense Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Anderson e Carlinhos; Edinho, Diguinho (Felipe), Rafinha (Biro Biro) e Wagner (Fábio Braga); Rhayner e Rafael Sobis
Heriberto Hülse | Criciúma (SC) | 18/09 | 21h00 Gols de Lins (Criciúma); Bruno (Fluminense)