Brasil de Fato RJ - 014

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Tânia Rêgo/ABr

cidades | pág. 5

Nélson Perez/Fluminense F.C.

esporte | pág. 15

Fred marca e Flu vence o Cruzeiro

O ajudante de pedreiro Amarildo Souza, morador da Rocinha, desapareceu no dia 14 de julho, após ter sido levado para averiguação por policiais militares da UPP.

Na estreia de Luxemburgo, o Fluminense se recuperou no Brasileirão na noite desta quarta-feira (31). O time das Laranjeiras venceu o Cruzeiro por 1 a 0, no Maracanã. Fred marcou o gol da vitória tricolor.

Edição

Onde está Amarildo?

Uma visão popular do Brasil e do mundo

Rio de Janeiro, de 1º a 7 de agosto de 2013| ano 11 | edição 14 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Tânia Rêgo/ABr

cidades | pág. 7

Destruição, morte e feridos em Campo Grande Móveis, destroços, carros e árvores arrancadas. Esse foi o cenário encontrado pelo governador Sérgio Cabral e pelo prefeito Eduardo Paes, na manhã da terça-feira (30), na Estrada do Mendanha, em Campo Grande. No local, um cano da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) rompeu, matou uma criança e deixou 16 feridos.

mundo | pág. 10

cultura | pág. 11

brasil | pág. 9

Manning pode pegar 136 anos

Cine Santa, um espaço cultural

Um golpe contra a tortura que acontece nos presídios

Apesar de ter sido inocentado da acusação de “ajuda ao inimigo”, Bradley Manning, soldado dos EUA que vazou documentos para o Wikileaks, pode pegar 136 anos de prisão.

Localizado no tradicional bairro de Santa Teresa, o Cine Santa surgiu em 2003, com exibições apenas aos domingos em um templo religioso, na Igreja dominicana da região.

Em 11 de julho, o Senado aprovou projeto que institui o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. A matéria, agora, aguarda sanção de Dilma, que tem até 2 de agosto

para analisar o texto. A prática é mais comum do que pensamos. Só este ano, a Secretaria de Direitos Humanos recebeu 466 denúncias de tortura contra a população carcerária.


02 | opinião

Rio de Janeiro, de 1º a 7 de agosto de 2013

editorial | Brasil

A visita do papa Francisco ao Brasil A IGREJA CATÓLICA tem um capítulo importante nos processos de transformação na América Latina. Sua contribuição se deu centralmente a partir do Concílio Vaticano II (1962-1965) quando a Igreja abre suas portas, por tabela, para a atuação do que viria a se chamar Teologia da Libertação. As conferências de Medellín, em 1968 – da qual emana a proposta de uma “Igreja dos pobres” – e de Puebla, em 1979 – quando a “opção preferencial pelos pobres” é mantida e aprofundada – são marcos importantes da unidade da Igreja com os setores populares. Personagens como Camilo Torres, dom Hélder Câmara,

Cabe à esquerda comprometida com a transformação estrutural da sociedade disputar o discurso e a prática da Igreja dom Oscar Romero são expressões dessa aliança. Além disso, este setor da Igreja cumpriu um papel importante no processo revolucionário na Nicarágua, na luta contra a ditadura militar brasileira, na criação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e no processo de construção do movimento camponês no Brasil. No entanto, é importante ressaltar a ofensiva conserva-

dora impulsionada pelo papa João Paulo II nos processos de dissolução das experiências de construção do socialismo no Leste europeu, na tentativa de desestabilização da Nicarágua e no enquadramento da Teologia da Libertação aos dogmas oficiais da Igreja Romana. A eleição do papa Francisco ocorre num contexto de crise da Igreja. Os escândalos de pedofilia e lavagem de dinheiro contribuem para a perda de

credibilidade da Igreja enquanto instituição. A escolha de um papa latino tem como objetivo conter esta perda de credibilidade. Durante a Jornada Mundial da Juventude, a mídia conservadora, particularmente a Rede Globo, buscou construir uma imagem popular do papa, mas ofuscando as manifestações em defesa do caráter laico do Estado e contra o governo repressor de Sérgio Cabral. Vale destacar a falta de transparência com os gastos financeiros de milhões de reais provenientes dos cofres públicos que foram destinados para a visita do papa. Além disso, a cidade do Rio

de Janeiro foi praticamente sitiada pelo Exército, pela Força Nacional de segurança e pela polícia do impopular governador Sérgio Cabral. Ao mesmo tempo, o papa Francisco não desautorizou as manifestações da juventude. Num momento em que a América Latina vive um processo de mudanças importantes com a eleição de governos populares e progressistas, o discurso da Igreja se voltar para os pobres seria um importante acúmulo de forças. Cabe à esquerda comprometida com a transformação estrutural da sociedade disputar o discurso e a prática da Igreja.

editorial | Rio de Janeiro

Só a luta gera conquistas NOS ÚLTIMOS MESES, o povo reaprendeu uma lição que arrepia as elites brasileiras: a luta coletiva e organizada gera conquistas. Na segunda-feira (29), foi anunciada mais uma importe vitória. Acuado pelas manifestações, o governador Sérgio Cabral anunciou que não demolirá mais o Parque Aquático Júlio Delamare. O Parque Aquático, junto com o Estádio Mário Filho – o famoso “Maraca” –, com o Maracanãzinho e com o Estádio de Atletismo Célio de Barros, formam o complexo esportivo do Maracanã. O projeto do governo Cabral era demolir o Delamare, o Célio de Barros, a Escola Municipal Friendenriche – modelo de educação pública e de qualidade – e o antigo Museu do Índio,

Redação Rio:

redacaorj@brasildefato.com.br

Para anunciar:

(11) 2131 0800

A pauta de reivindicações é grande, a disposição para a luta também. Continuaremos nas ruas por tudo isso

com a desculpa de “modernizar o espaço” para a Copa e as Olimpíadas. Balela! E o povo, que não é bobo, lutou e conquistou mais uma vitória. Queremos muito mais! Queremos a manutenção do Célio de Barros e da Escola Mu-

nicipal Friedenreich, a anulação da privatização do Maraca e uma ampla discussão pública sobre o destino do antigo Museu do Índio. Queremos o fim das remoções de comunidades por conta das obras para os gran-

des eventos. Queremos saber “onde está o Amarildo?”, trabalhador que desapareceu na Rocinha, no dia 14 de julho, após ser levado por policiais militares para a base da UPP naquela comunidade.

Mais um desaparecimento forçado, que se parece muito com as práticas da ditadura iniciada em abril de 1964. Aliás, não é só nisso que há semelhanças. A violência com que a polícia reprime o povo que luta por mais direitos e a introdução de agentes disfarçados entre os manifestantes lembram a opressão vivida naqueles anos sombrios. Queremos que o povo, nas ruas e nas favelas, deixe de ser tratado como inimigo. Por isso, queremos também a desmilitarização da polícia. A pauta de reivindicações é grande, a disposição para a luta também. Continuaremos nas ruas por tudo isso. Afinal, sonho que se sonha junto, e pelo qual se luta junto, transforma a vida das pessoas! E pra melhor.

Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti • Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Mariane Matos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper (Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Marina Tavares Ferreira • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – redacao@brasildefato.com.br • Webmaster: marc@infofluxo.com • Gráfica: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser, José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, Ricardo Gebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou assinaturas@brasildefato.com.br


Rio de Janeiro, de 1º a 7 de agosto de 2013

opinião | 03

Latuff Mozart Noronha

Carta ao santo padre, papa Francisco Estimado Santo Padre, peço a meu Deus que o proteja, como líder dessa Igreja, onde também São Francisco, apascentou seu aprisco de inocentes animais.

Mário Augusto Jakobskind

Beltrame, ontem e hoje O SECRETÁRIO de Segurança José Mariano Beltrame, que desapareceu do noticiário durante a série de manifestações nas ruas do Rio de Janeiro, voltou à cena. O retorno se deveu ao próprio governador Sérgio Cabral, que questionado sobre a acusação contra um manifestante preso pela PM, defendeu-se, transferindo a responsabilidade, que é sua também, apenas a Beltrame, cujos antecedentes são pouco conhecidos e nada abonadores. O atual Secretário de Segurança aparece no livro Os infiltrados, editado pela Age em 2011, escrito por Carlos Wagner, Carlos Etchichury e Hum-

berto Trezzi, como jovem agente em início de carreira no começo dos anos 1980, exatamente nos estertores da ditadura. “Beltrame acompanhou Telmo [Telmo Fontoura, o Chinês, agente infiltrado no movimento sindical e estudantil gaúcho nos anos 1980] numa assembleia estudantil em que a presença dos policiais foi denunciada por participantes não alinhados com a direção da Umespa” (União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre), assinala o livro. Quando alguém anunciou ao microfone que havia policiais monitorando o encontro, vários jovens deixaram às pres-

sas a reunião, um deles, Beltrame, segundo relato de Telmo. Trinta e poucos anos depois, endeusado pela mídia de mercado, Beltrame ocupa a Secretaria de Segurança fluminense e por coincidência ou não, vídeos postados nas redes sociais mostram agentes de inteligência da PM infiltrados nas manifestações populares, provocando distúrbios, estratégia utilizada durante o período em que vigorava no Brasil uma ditadura civil-militar. Mário Augusto Jakobskind é jornalista e escritor. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes – Fantástico/IBOPE

Gilberto Palmares

O caos nos transportes do Rio ACIDENTES EM SÉRIE, atrasos, superlotação, filas, calor e tarifas absurdas. É esse o quadro do transporte no Rio de Janeiro em todos os modais: trens, metrô, barcas, ônibus. Os moradores do Rio estão em segundo lugar entre os que gastam mais tempo no percurso casa – trabalho no Brasil. Os mais pobres e os que moram na zona oeste, na Baixada, em São Gonçalo, são ainda mais prejudicados. Há quem enfrente até quatro horas no trânsito todos os dias. Nem os visitantes escapam do péssimo serviço. Uma pane elétrica deixou o metrô du-

as horas sem funcionar e milhares de pessoas nas ruas tentando voltar pra casa. Os jovens da Jornada Mundial da Juventude que se hospedaram na zona oeste foram obrigados a passar a madrugada na Av. Brasil, esperando ônibus que não vinham. As manifestações de junho conseguiram vitórias importantes, como a redução das tarifas. Só que a redução não valeu para todos. Na zona oeste, por exemplo, as empresas sumiram com os ônibus de R$ 2,75. Restaram apenas os “frescões,” com preços absurdos que variam de R$ 7,00 a R$ 9,00.

Para isso mudar, tem que se abrir a caixa preta das empresas de ônibus, da SuperVia, das Barcas, do Metrô. A Secretaria de Transportes, o Detro e a Agetransp (que fiscaliza barcas, trens e metrô) têm que ser colocados na parede. Chega de ficar passando a mão na cabeça das empresas, cancelando multas que nunca são pagas. Queremos saber exatamente quanto é o lucro das empresas. A população exige transporte decente e barato. A população exige respeito. Gilberto Palmares é deputado estadual (PT), foi presidente da CPI das Barcas

Porém, Vossa Santidade que dessa igreja é o Pastor, escute o nosso clamor e como bom mensageiro desse povo brasileiro entregue a Deus nossos ais. Falo a Vossa Santidade, com a voz de um luterano, que trabalha ano a ano pela luta da igualdade. Mas só vê a atrocidade machucando os nossos brios. Aqui e em todo o Brasil, educação é negócio, professor é sacerdócio, trabalha quase de graça para que enfim se faça na vida um pouco de luz. O Rio é maravilhoso de belezas naturais; O povo não fica atrás porque orgulha e envaidece e por isso não merece os homens que nos governam. São homens que só procuram encher o bolso de grana e dando ao povo banana da forma mais descarada; deixando desamparada a população sofrida. A escola é deficitária, os hospitais decadentes e as populações carentes sofrendo nos corredores; enquanto aqueles senhores se locupletam em riqueza. Aqui reina a insegurança nas ruas por onde eu passo e as drogas no seu compasso reinando dentro do morro onde o povo quer socorro pra poder viver em paz. Meu Deus! Me Deus! Que miséria! Que pobreza de atitude dessa política que ilude

e não resolve os problemas. E o povo nesses dilemas sem encontrar solução. Foge das balas perdidas da polícia ou dos bandidos e quando ficam feridos morrem em filas de hospitais; Será que são os sinais dos tempos, que falou Cristo? Não há beleza que dure pra quem mora na favela que ao olhar pela janela logo a barriga se agita porque falta na marmita a diária refeição. Do outro lado do asfalto, na avenida iluminada muita gente enfastiada de só comer caviar; e depois vai bajular seu governante dileto. Um governo indiferente, que paga os grandes eventos, mas deixa ao sabor dos ventos os habitantes de rua onde não há quem construa uma existência exitosa. Não queremos pedir muito; Só saúde e educação segurança ao cidadão porque é o nosso direito; Porque, assim desse jeito que está, é desilusão. Santo Padre, peça a bênção para o Rio de Janeiro, para o povo brasileiro de qualquer religião conduzir esta nação para um futuro melhor. E que Deus com sua graça oriente os nossos passos fortaleça os nossos laços de fé, alegria e paz. com a esperança que traz fortaleza ao coração. Obrigado, Santo Padre, por ouvir nosso clamor que é a voz do sofredor que não perdeu a esperança. quem espera sempre alcança é assim que reza o refrão. Mozart Noronha é pastor luterano


04 | entrevista

Rio de Janeiro, de 1º a 7 de agosto de 2013

“Polícia Militar reproduz métodos da ditadura” Danilo Verpa/Folhapress

ENTREVISTA Para integrante da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, policiais infiltrados são legado autoritário da ditadura Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ) Prisões ilegais e policiais infiltrados são exemplos contundentes que métodos da ditadura são praticados até hoje pela Polícia Militar (PM). Essa é a opinião de Nadine Borges que faz parte da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro. Em sua avaliação, somente a investigação atenta dos fatos do passado e do presente pode evitar que ditaduras voltem a assombrar o país. “Se aceitarmos de maneira pacífica os abusos do Estado podemos novamente viver uma ditadura”, alerta. Nesta entrevista, Nadine analisa a conduta da polícia nas recentes manifestações.

“Se não ficarmos atentos e alertas, a barbárie pode se repetir. Se aceitarmos de maneira pacífica os abusos do Estado, podemos novamente viver uma ditadura” Brasil de Fato – O que motiva a comissão a monitorar as práticas atuais da segurança pública? Nadine Borges – Não temos como investigar o passado sem nos preocuparmos com o presente. Esse ‘ontem’ não resolvido é o que permite a continuidade das violações no ‘hoje’. Além disso, um dos deveres da

comissão é recomendar a adoção de políticas públicas para evitar a repetição das violações de direitos humanos. Nas manifestações, a PM atuou com infiltrados. Como você avalia essa conduta? O padrão é o mesmo da ditadura. A prática não mudou em nada. O que vivemos no último período demonstra que esse legado autoritário continua presente na atuação das forças policiais que são despreparadas para garantir a ordem pública e a integridade das pessoas. Detenções ilegais são práticas de Estados autoritários. E o uso abusivo de bombas e balas de borracha para conter manifestações pacíficas? Isso ocorre principalmente pelo despreparo dos agentes policiais. Eles reproduzem métodos da ditadura porque não recebem uma formação adequada. Policiais infiltrados desrespeitam os cidadãos que possuem ampla defesa. Pessoas foram detidas sem ter investigação contra elas. Essa arbitrariedade é resquício da ditadura que alimenta uma cultura de medo e impede a livre manifestação do pensamento, direito que foi conquistado depois de séculos de luta e resistência. Um Estado de exceção é criado quando temos medo daqueles que deveriam nos proteger. Outro episódio envolveu Bruno Teles, acusado de portar uma mochila com coquetéis

Policial usa arma de choque em manifestante caído, durante protesto próximo ao Palácio Guanabara

molotov. Depoimentos de policiais revelaram que essa versão era falsa. Esse tipo de comportamento era comum na ditadura? Era. Porque foi na época da ditadura que surgiu essa ideia de prisão arbitrária. Prende primeiro e depois investiga. Isso era corriqueiro contra a militância que era detida ‘para averiguação’. Isso é similar ao que aconteceu agora. Mesmo assim, afirmo que não podemos perder a confiança no Estado, caso contrário corremos o risco de viver um estado de guerra. Recentemente, um decreto do governo Cabral dava poderes a uma comissão que poderia violar a privacidade de suspeitos de vandalismo.

“A polícia não pode ter o cidadão como inimigo. A polícia tem outro papel: garantir a ordem e a integridade das pessoas” A medida gerou protestos e foi descartada. Por que o Estado não pode agir dessa forma? Porque temos uma Constituição e isso fere os princípios basilares do Estado Democrático de Direito. O Estado não pode desrespeitar a liberdade de expressão e de pensamento. Isso gera insegurança e medo de que a história se repita. Se não Reprodução

“Nos últimos dias, regiões da cidade que não estavam acostumadas viveram a truculência da polícia”

ficarmos atentos e alertas, a barbárie pode se repetir. Se aceitarmos de maneira pacífica os abusos do Estado, podemos novamente viver uma ditadura. É o que acontece, por vezes, na atuação da polícia em execuções sumárias que ocorrem na periferia. Nos últimos dias, regiões da cidade que não estavam acostumados viveram a truculência da polícia. Por isto repito: precisamos formar os policiais. Após manifestação dos 300 mil, o secretário de segurança Mariano Beltrame defendeu a atuação do Exército contra o povo que pedia melhores condições de vida. Qual a sua opinião sobre isso? O uso da Forças Armadas só pode ser justificado em casos previstos em lei. De forma alguma o que ocorreu no Rio nesses dias justificaria a presença do Exército. Por isso se fala na necessidade de desmilitarização da polícia. A polícia não pode ter o cidadão como inimigo. A polícia tem outro papel: garantir a ordem e a integridade das pessoas. Não se pode inverter isso.

FATOS EM FOCO

Em 2012, mais mulheres presas A população carcerária feminina aumentou 256% em 2012. De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o aumento no caso dos homens foi quase a metade no mesmo período, 130%. Atualmente, 7% de todos os presos no Brasil são mulheres, o que corresponde a algo em torno de 36 mil detentas. Há mais de 550 mil pessoas em presídios no país e um déficit de 240 mil vagas, das quais 14 mil são para mulheres.

95% dos transportados pela polícia morrem Quase a totalidade (95%) das pessoas feridas em confronto com a polícia paulista e que foram transportadas por policiais civis ou militares, entre 2 de janeiro e 31 de dezembro de 2012, morreram no trajeto ou no hospital. Das 379 pessoas removidas, segundo os registros do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), 360 morreram.

“Mais Médicos” continua O Supremo Tribunal Federal negou, dia 26 de julho, o pedido de liminar para suspender o programa Mais Médicos feito pela Associação Médica Brasileira (AMB). O ministro Ricardo Lewandowski citou a falta de médicos no País: “(...) o ato impugnado configura uma política pública da maior importância social, sobretudo ante a comprovada carência de recursos humanos na área médica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)”.


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FATOS EM FOCO Reprodução

cidades | 05

Onde está Amarildo? DIREITOS HUMANOS O ajudante de pedreiro Amarildo Souza, morador da Rocinha, desapareceu no dia 14 de julho, após ter sido levado para averiguação por policiais militares da UPP Tânia Rêgo/ABr

Anne Vigna do Rio de Janeiro (RJ)

Sangue em viatura Peritos da Polícia Civil recolheram o material genético de Ana Beatriz, de 13 anos, e Anderson Gomes, de 21, filhos de Amarildo de Souza. O material servirá para comprovar se a mostra de sangue, retirada de um carro da polícia da UPP, é do pedreiro. O exame deve ficar pronto na sexta-feira (2).

Investigação na DH A investigação sobre o desaparecimento de Amarildo sai da 15ª DP (Gávea), aos cuidados do delegado Orlado Zaccone, e vai para a Divisão de Homicídios. A mudança segue determinação da chefia da Polícia Civil que estabelece que, após 15 dias sem conclusão, a apuração deve passar para a delegacia especializada, na Barra.

UPP não é perfeita O governador Sérgio Cabral disse nesta quarta-feira (31) que o desaparecimento do pedreiro Amarildo Souza, na comunidade da Rocinha, zona sul da cidade, não pode ser usado para desmoralizar o projeto da UPP. A Rocinha está ocupada desde setembro do ano passado. “A Unidade de Polícia Pacificadora é perfeita? Claro que não. Se some o Amarildo [na Rocinha], vamos descobrir onde está o Amarildo”, disse Cabral.

Não é preciso passar muito tempo junto à família de Amarildo para entender que a UPP da Rocinha se envolveu em um problema bem grande. Amarildo não é uma pessoa que poderia desaparecer sem que sua família perguntasse por ele, não é o pai de quem os filhos esqueceriam facilmente, não é o sobrinho, tio, primo, irmão, marido por quem ninguém perguntaria: onde está Amarildo?

Amarildo é descrito como “um cara do bem” que, por desgraça, tornouse famoso – e não por sua característica mais marcante, o bom coração

Neste pedaço bem pobre da Rocinha, onde nasceu, cresceu, viveu e desapareceu Amarildo, “muitos são de nossa família”, diz Arildo, seu irmão mais velho, apontando os quatro lados da casa. Segundo os familiares, Amarildo é descrito como “um cara do bem” que, por desgraça, tornou-se famoso – e não por sua característica mais marcante, o bom coração. “Era um menino e pulou no fogo” Aos 11 anos, Amarildo se tornou o herói da comunidade ao se meter em um barraco em chamas para salvar o sobrinho de quatro anos. “Era um menino, e pu-

Ato em Copacabana lembra o desaparecimento do pedreiro Amarildo Souza, morador da Rocinha

lou no fogo. Me salvou e também tentou salvar a minha irmã, que tinha 8 anos. Não conseguiu tirá-la de lá, ela morreu, e eu fiquei meses no hospital”, lembra Robinho, hoje com 34 anos, a pele marcada pelas cicatrizes desta noite de incêndio. Aqui, Amarildo é conhecido por todos como “Boi”, por ser um homem forte que carregava as pessoas que precisavam de socorro para descer as escadas e chegar com urgência a um hospital. “Uns dias antes de desaparecer, ele carregou no colo uma vizinha, e a salvou. É uma ótima pessoa, sempre ajudava os outros – numa emergência ou numa mudança”, conta a cunhada Simone, sem conter as lágrimas. “Eu tenho muita saudade dele, principalmente do seu sorriso. Meu marido não fala nada, mas eu o conheço, está com muita raiva. Na primeira noite, ficou debruçado na janela a noite to-

da, esperando o irmão voltar”, diz, emocionada. Toda a família está com raiva. E dessa vez ninguém quer ficar quieto, mesmo sabendo dos riscos da denúncia. Vários familiares foram ameaçados por policiais.

“Temos que lutar para que essa impunidade não continue. Queremos justiça por Amarildo e para todos nós que convivemos agora com essa polícia” “Por que foram atrás dele? Estamos voltando à ditadura?”, pergunta a prima, Michelle. “Ele trabalhou toda a vida, quando não trabalhava, nos ajudava, ou ia pescar para a sua família. Nunca se

meteu com ninguém”, comenta, revoltada. Boi era pedreiro havia 30 anos e ganhava meio salário mínimo por mês. “Por isso, às vezes carregava sacos de areia aos sábados para ganhar um pouco mais”, comenta Anderson, mostrando os tijolos que o pai comprou com o dinheiro extra para fazer um puxadinho no segundo andar na casa. “Na verdade, ele ia ter que voltar a fazer a fundação aqui de casa porque está caindo, eu e meu irmão íamos ajudar”, detalha. “Ele era meu pai, irmão, amigo, era tudo para mim”, diz, escondendo as lágrimas quando chega a irmã mais nova, de 13 anos. Os familiares vivem em suspense, à espera das notícias que não chegam. Não desistem: organizam-se como podem com vizinhos, amigos e outras vítimas da polícia. Negaram uma oferta do governo do Estado do Rio de Janeiro para en-

trar no programa de proteção à testemunha. Preferiram continuar na Rocinha, sua comunidade. Na próxima quintafeira (1), farão mais uma manifestação na Rocinha, onde estarão presentes familiares de outros desaparecidos por obra de outros policiais em outras favelas. “Temos que lutar para que essa impunidade não continue. Queremos justiça por Amarildo e para todos nós que convivemos agora com essa polícia”, revolta-se a sobrinha Erika. Aos 43 anos, Amarildo desapareceu sem que a família tenha direito sequer a uma explicação oficial, como tantos outros de tantas favelas brasileiras vítimas de violência policial. Mas dessa vez, ninguém vai se calar. Onde está Amarildo? (Agência Pública - A íntegra desta matéria encontra-se no site www. brasildefato.com.br)


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Advogados voluntários prestam auxílio a manifestantes detidos DIREITOS Equipes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (CDH-OAB/RJ) e do Instituto dos Defensores de Direitos Humanos (DDH) têm atuado em parceria nos últimos protestos prestando auxílio aos manifestantes detidos Pablo Vergara

Sheila Jacob do Rio de Janeiro (RJ) Na segunda-feira (29), Bruno Ferreira Teles e seus familiares puderam comemorar. Neste dia, foi arquivado o processo que o acusava de ter atirado um coquetel molotov contra policiais exatamente uma semana antes na manifestação em frente ao Palácio Guanabara. Ele conta que saiu de casa para “defender melhorias na saúde e educação”, mas acabou sendo preso e acusado injustamente. “Fiquei bastante chateado com o despreparo dos policiais, porque tinham que me proteger, e não me atacar. Só espero que a mídia me dê a mesma atenção agora que me deu no início”, afirma o jovem, que trabalha voluntariamente no Laboratório de Linguagens Audiovisuais da UERJ (Laborav). Um dos advogados de Bruno, Miguel Dehon, entrará com uma ação de reparação civil contra o Estado por danos morais e psíquicos, além de exigir retratação pública. “É importante porque, como o Bruno, houve vários exemplos de violações anteriores”, explica. Para provar sua inocência, foram fundamentais os vídeos e imagens divulgados pelas redes sociais. Além de ressaltar o papel da internet, principalmente da equipe Mídia Ninja que vem transmitindo os protestos, Bruno Teles agradeceu bastante a atuação dos advogados que o acompanharam desde o início na Delegacia. Ele se refere às equipes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do

Equipes da CDH-OAB/RJ e do IDDH, que têm atuado em parceria no auxílio aos manifestantes detidos

Brasil (CDH-OAB/RJ) e do Instituto dos Defensores de Direitos Humanos (DDH), que têm atuado em parceria nos últimos protestos prestando auxílio aos manifestantes detidos.

“Antes, o veredicto já estava dado; agora, pode ser revertido graças às muitas câmeras que filmam tudo o tempo todo” “Foi fundamental o pedido de habeas corpus feito pela equipe de advogados do DDH, pois esse jovem inocente poderia estar preso até o arquivamento”, afirma o advogado Raul Lins e Silva, da Comissão de Direitos Humanos da OAB. Segundo ele, o objetivo dos advogados volun-

tários é defender o direito de todo cidadão à livre manifestação. “Se não fosse nossa atuação, quantos pobres e negros estariam presos por falta de atendimento jurídico? Aqui existe o hábito de se prender primeiro para investigar depois”. Abusos ficam evidentes O advogado Thiago Melo, do DDH, explica que o Instituto foi criado há cinco anos, após a chacina do Alemão, em 2007. Desde então, atua principalmente junto a vítimas da violência policial e, nos protestos, presta assistência jurídica fora da sede policial. “Os abusos que já ocorriam ficaram bastante evidentes nos protestos atuais. Além dos policiais infiltrados, sem identificação, existe um cenário de provas forjadas, o que mostra como o Estado age de maneira arbitrária ao prender pessoas que estão no seu exercício democrático de rei-

vindicação”. Lucas Sada, voluntário do DDH, lembra que a maioria das prisões ocorre quando as pessoas já estão indo embora. “Isso mostra como são aleatórias e feitas para que não haja registro nem testemunhas. Temos uma cultura jurídica de inversão do princípio da inocência. Aqui todo mundo é culpado até que se prove o contrário”, critica. Mas esses não são os únicos que vêm prestando assessoria aos militantes sociais. Existe

ainda o grupo Habeas Corpus do Rio, formado por voluntários com apoio institucional da OAB. A iniciativa foi da advogada Priscila Prisco, e a primeira atuação foi na grande manifestação do dia 20 de junho. “Queremos garantir a qualquer cidadão sua livre manifestação e o direito a um julgamento justo”, explica. Segundo ela, não há uma liderança específica, e a atuação vem sendo debatida em reuniões. São cerca de 50 advogados voluntários atuantes, que se dividem nas delegacias, nos protestos e montam plantões. Na opinião de Luis Peixoto, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, essas atuações estão despertando uma visão diferente da população. “Nós, advogados, também fomos vítimas da revolta social contra as instituições, mas estamos conseguindo mudar isso”. Segundo ele, um dos desafios é desconstruir julgamentos antecipados feitos pela mídia. E, para isso, o uso das novas tecnologias é fundamental. “Antes, o veredicto já estava dado; agora, pode ser revertido graças às muitas câmeras que filmam tudo o tempo todo”, ressalta. Pablo Vergara

“Fiquei bastante chateado com o despreparo dos policiais, porque tinham que me proteger, e não me atacar” Bruno Ferreira Teles

SINDICAL

Atos contra as terceirizações Está marcado pelas centrais sindicais para o dia 6 de agosto uma grande mobilização em todo o país contra o projeto de lei (PL 4330) que amplia as terceirizações nas empresas. Nesta data, o projeto pode ser votado no Congresso. Nas empresas que prestam serviços terceirizados, os trabalhadores ganham menos e os salários são mais baixos. No Rio, o ato do dia 6/8 será na Cinelândia, às 15h.

Professores do município podem parar Professores das redes estadual e municipal de educação do Rio de Janeiro fazem paralisação com assembleias no dia 8. A rede municipal vai parar na parte da manhã e faz assembleia às 10 h, na sede do América, na Tijuca. À tarde, a paralisação será na rede estadual, que terá sua assembleia a partir das 14 h, na ACM, no Centro. Caso não saia o reajuste de salários para os profissionais de educação do município, a categoria pode decretar a greve. A reivindicação é de 19%.

Plenária contra os leilões do pré-sal Os sindicatos e movimentos que constroem a campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso se reúnem nesta quinta, dia 1º de agosto, às 18h, no Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro para organizar a luta contra o leilão marcado para o dia 21 de outubro. O Sindipetro fica na Av. Passos, 34, na Praça Tiradentes.


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FATOS EM FOCO

Só 12% aprovam Cabral Pesquisa Ibope divulgada na quinta-feira (25) mostra que 12% dos eleitores avaliaram como “ótimo/bom” o governo de Sérgio Cabral (PMDB). O índice de eleitores que consideraram o governo “ruim/ péssimo” foi de 50% e “regular”, 36%. Outros 2% não sabiam ou não responderam. O Ibope ouviu 812 eleitores com mais de 16 anos entre 9 e 12 de julho.

Formação de quadrilha No sábado (27), 29 pequenos proprietários de São João da Barra ingressaram com uma queixa-crime no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A queixa-crime acusa o governador Sérgio Cabral de peculato, e o empresário Eike Batista e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, de gestão temerária, e os três por formação de quadrilha. Eles tiveram suas terras desapropriadas para a construção do complexo do Porto do Açu. Dos 70 quilômetros desapropriados, só 10% estão sendo ocupados por obras.

UPP da Maré Formada por 16 favelas dominadas por duas facções criminosas e um grupo miliciano, o Complexo da Maré, na zona norte, será ocupado por uma UPP nos próximos dias. Para policiar a área após a ocupação, deverão serão instaladas três Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), com um total de 1.600 homens. O efetivo é o maior já empregado em comunidades e o equivalente ao quadro de três batalhões operacionais.

cidades | 07

Cedae provoca destruição em Campo Grande ACIDENTE Jato d’água alcançou mais de 20 metros e água atingiu 1,5 metro de altura Tânia Rêgo/ABr

do Rio de Janeiro (RJ) Móveis, destroços, carros e árvores arrancadas. Esse foi o cenário encontrado pelo governador Sérgio Cabral e pelo prefeito Eduardo Paes, na manhã desta terça-feira (30), na Estrada do Mendanha, em Campo Grande. No local, um cano da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) rompeu, matou uma criança e deixou 16 feridos. Paes e Cabral enfrentaram clima de indignação e críticas dos moradores que os xingaram de “safados” e “corruptos”. A Cedae classificou como um “acidente pontual”. “Viemos prestar solidariedade a essas famílias tomadas pelo pânico, que tiveram um momento de terror em suas vidas com o rompimento da adutora da Cedae”, disse o governador.

“Nossa família toda mora por aqui. Minha irmã foi lá ver o que estava acontecendo e encontrou a mãe na laje e a menina na água” Enquanto dava entrevista, Cabral ouvia gritos dos moradores que pediam saneamento básico para o bairro que sofre frequentemente com enchentes. “Aqui as enchentes são constantes. Eles botaram asfalto, mas não tem saneamento, tanto que essa água não escoa. Falta calçamento, iluminação...”, criticou a recepcionista Osana da Silva, de 36 anos.

Saldo da destruição em Campo Grande: uma criança morta e 16 feridos

Na saída da escola onde deram entrevista, o governador e o prefeito ouviram gritos de indignação: “Isso é uma vergonha! Todo ano temos enchente aqui”, gritava um morador. Em outro ponto, uma mulher segurava uma faixa de papelão que pedia “Fora Cabral. Fora Eduardo Paes”. A delegada da 35ª DP, Tatiane Damaris, afirmou que vai trabalhar com duas hipóteses para desvendar as causas do acidente. “Fizemos duas perícias no local. Ou houve um reparo anterior (da adutora), feito pela própria Cedae, ou o rompimento foi decorrente da obra de terraplanagem realizada pela Guaracamp”, disse. A Guaracamp é uma indústria de bebidas localizada ao lado da tubulação. “Isabela era muito alegre e tranquila” A força da água jorrada destruiu casas e carros. Pessoas foram arrastadas e móveis, eletrodomésticos, roupas e outros ob-

jetos ficaram espalhados pelas ruas inundadas. Além das perdas materiais, a família da menina Isabela Severo da Silva, de 3 anos, teve a pior perda. Ela engoliu muita água, foi encaminhada para o Hospital Rocha Faria, mas não resistiu. A avó Sônia dos Santos da Silva, de 53 anos, disse que Rebeca, mãe de Isabela, está em estado de choque. “Isabela era muito alegre e tranquila. Ontem [29] mesmo, estava aqui brincando na rua, vesti-

“Aqui, as enchentes são constantes. Eles botaram asfalto, mas não tem saneamento, tanto que essa água não escoa”

da de noivinha”, lembrou Sônia, que mora a poucas ruas da casa da neta. “Nossa família toda Pablo Vergara

Acidente deixou várias famílias desabrigadas

mora por aqui. Minha irmã foi lá ver o que estava acontecendo e encontrou a mãe na laje e a menina na água. Parece que um muro caiu em cima dela”, contou a dona de casa. “Pensei que fosse um tsunami” Jorge Luiz Carvalho tentou explicar assim a força da água: “Pensei que fosse um tsunami. Eu me segurava na porta e na parede, e a água me arrastava”. Com escoriações, ele se revoltou ao ver técnicos da Cedae antes de ser atendido em uma ambulância: “Olha o estado da minha casa! Se eu fosse vocês, teria vergonha de vir aqui.” Muitos moradores inicialmente pensaram que fosse chuva quando a água começou a bater nos telhados. A moradora Iranilde Pereira da Silva viveu história parecida. Ela ficou mais de 40 horas ilhada e foi retirada da casa de um vizinho com auxílio de um bote salva-vidas. “Primeiro, eu achei que era chuva no telhado, mas era muito forte. Empurrava a porta de uma forma que eu não conseguia abrir. Quando consegui, a água me carregou para a rua e o muro caiu. É maravilhoso estar viva”, desabafou Iranilde. Técnicos da Cedae já estão fazendo mapeamento dos danos e prejuízos causados. As casas serão reconstruídas e os pertences perdidos serão restituídos, segundo Briard. Peritos externos vão investigar a causa do acidente e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social vai auxiliar no cadastramento das famílias desalojadas. (com informações da Agência Brasil)


08 | cidades

Rio de Janeiro, de 1º a 7 de agosto de 2013 Pablo Vergara

Fim da militarização da segurança SEGURANÇA PÚBLICA Tema foi uma das demandas em protestos paralelos à Jornada Mundial da Juventude Gilka Resende do Rio de Janeiro (RJ) Na cidade em que foi possível ver milhares de peregrinos com mochilas coloridas, Renato Belo evitou sair com a sua para não virar alvo de policiais. O morador do morro Santa Marta, na zona sul, afirma que foi revistado por três vezes em um mesmo dia. Em uma dessas, o jovem negro de 23 anos disse ter sido intimidado com uma pistola.

“Aí eles pularam em cima de mim, me agrediram, me imobilizaram no chão. Fui parar na delegacia preso por desacato. Eles não podem escutar nada, são bonecos de domínio total”

“O policial pegou na arma e foi virando, como se quisesse atirar. Olhava se vinha alguém, e voltava a olhar para mim. Estava de maldade. Graças a Deus teve gente passando na hora”, relata o episódio, vivido durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Ao dar esse depoimento, Renato acabara de participar de uma espécie de peregrinação política. A caminhada de Co-

pacabana a Lapa, trajeto de aproximadamente dez quilômetros, reuniu cerca de 500 pessoas. “Queremos todos os nossos direitos. Nem vou repetir, porque todo mundo já sabe, né? A gente está lutando também por uma polícia melhor. Eles prendem, implantam coisa na gente. Se a gente não gritar, cara, quem vai? É que nem um bebê, quando quer alguma coisa, chora e grita”, explicou. Ainda que tenha passado por momentos de tensão, o professor de dança acredita que a presença dos jovens católicos “segurou a polícia” durante a semana. Porém, nem todo fiel escapou da opressão. “Eu não estava na manifestação, apenas tinha ido ver o papa. Parou um comboio de policiais militares enquanto eu atravessava a rua. Olhei e mostrei a minha blusa com a imagem de Nossa Senhora. Falei que ela não era a favor da conduta deles. Aí eles pularam em cima de mim, me agrediram, me imobilizaram no chão. Fui parar na delegacia preso por desacato. Eles não podem escutar nada, são bonecos de domínio total”, disse o funcionário público Roberto Melo, de 53 anos. Arbitrariedades dos agentes de segurança Roberto foi um dos nove detidos na noite do último dia 22, data em que o papa Francisco chegou ao Brasil. Enquanto o pontífice era recebido pe-

“Os tão falados vândalos não chegam às delegacias. Os que nós ajudamos são vítimas das arbitrariedades e ilegalidades praticadas pelos agentes de segurança do Estado”

la presidenta Dilma Rousseff e outros 650 convidados, manifestantes criticavam os altos gastos públicos com a Jornada. Apenas a cerimônia custou R$ 850 milhões.

Protesto que pedia respeito à diversidade sexual, saúde e educação foi reprimido

Mas o protesto que pedia por muito mais – respeito à diversidade sexual Estado laico, saúde, educação, entre outras demandas – recebeu repressão. Os presos foram levados para o 9º DP, do Catete. Palmas e gritos de apoio recebiam todos os liberados. Um deles, acusado de formação de quadrilha mesmo tendo sido autuado sozinho, só conseguiu ser solto após pagamento de fiança. Os R$1 mil exigidos foram arrecadados entre os que protestavam em frente à delegacia. “Os tão falados vândalos não chegam às delegacias. Os que nós ajudamos são vítimas das arbi-

“Queremos todos os nossos direitos. Nem vou repetir, porque todo mundo já sabe, né? A gente está lutando também por uma polícia melhor”

trariedades e ilegalidades praticadas pelos agentes de segurança do Estado. Por isso, inclusive, existe êxito em soltá-los. Fica claro que esses são detidos sem provas de estaPablo Vergara

Presença de jovens católicos pode ter “segurado” a polícia durante a semana

rem cometendo crimes”, ressalta Gustavo Proença, da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio. De acordo com o advogado, “as prisões foram arbitrárias e ilegais”. Cidade militarizada e “Fora Cabral” Segundo a própria polícia militar, cerca de 1500 oficiais compareceram aos arredores do Palácio Guanabara naquela noite. Ainda de acordo com a corporação, esse também foi o número estimado de participantes do ato. Ou seja, para cada manifestante, um funcionário público munido de bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta, armas de choque, entre outros artefatos. Nos dias seguintes, pelo menos 20 mil agentes foram deslocados para a JMJ, segundo o Ministério da Defesa. Esse contingente foi formado pelas Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – e por guardas e policiais, inclusive os do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque. A presença do efetivo foi sentida principalmente em Copacabana, que recebeu três milhões de pessoas para o encerramento da Jornada, que durou até o último domingo (28). (com informações da Pulsar Brasil)


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brasil | 09

Mais um passo contra a tortura Wilson Dias/ABr

DIREITOS HUMANOS Para entidades, Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura deve ajudar a coibir torturas contra a população carcerária Patrícia Benvenuti da Redação Homens sem roupas, agredidos e abandonados à própria sorte. Esse foi o cenário encontrado pela Defensoria Pública do Mato Grosso na cadeia pública de Campo Novo do Parecis, a 397 quilômetros de Cuiabá. A denúncia partiu do pai de um dos presos e levou a defensora pública Jacqueline Gevizier Nunes Rodrigues até o local. Na cadeia, ela se deparou com quatro presos em uma cela de isolamento sem qualquer tipo de iluminação. Jogados sobre dois colchões, os detentos apresentavam marcas de uso de gás de pimenta nos olhos e em parte dos corpos. A história ocorreu em maio deste ano e ganhou repercussão nacional. Outro episódio recente aconteceu na cidade de Colombo, no Paraná, onde quatro homens foram barbaramente agredidos para confessar o assassinato de Tayná Adriane da Silva, de 14 anos. Após serem espancados, asfixiados com saco plástico, levarem choques elétricos, terem as cabeças colocadas dentro de um formigueiro e sofrerem abusos sexuais, a perícia constatou que os detalhes das confissões, assinada pelos quatro após as torturas, não eram compatíveis com as provas físicas encontradas. Prevenção e combate Longe de serem casos isolados, os episódios escancaram uma realidade antiga e comum no Brasil, a prática de tortura contra pessoas em situação de cárcere. Preocupação antiga de enti-

dades de direitos humanos, a luta contra a tortura pode ganhar um reforço importante. Em 11 de julho, o Senado aprovou o Projeto de Lei Complementar 11/2013, que institui o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. A matéria, agora, aguarda sanção da presidenta Dilma Rousseff, que tem até 2 de agosto para analisar o texto. A criação do sistema é esperada desde 2007, quando o país ratificou o Protocolo Facultativo à Convenção da Organização das Nações Unidas, que representa o compromisso brasileiro com a construção de uma política nacional para a erradicação da tortura. De acordo com o PLC proposto pelo Executivo, o sistema será composto por duas instâncias básicas: o Comitê de Prevenção e Combate à Tortura, integrado pelo governo federal e por representantes de organizações da sociedade civil indicados pela Presidência da República, e pelo Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura, que terá 11 peritos indicados por esse comitê. Os peritos terão acesso livre, sem necessidade de aviso prévio, a toda e qualquer instituição fechada - centros de detenção, estabelecimentos penais, hospitais psiquiátricos, instituições de longa permanência para idosos, instituições socioeducativas para adolescentes em conflito com a lei e centros militares de detenção disciplinar. Durante seus três anos de mandato eles não poderão ser afastados sem a instauração de um procedimento administrativo e penal.

No Brasil, a prática de tortura contra pessoas em situação de cárcere é comum

Preso torturado fica cego e tetraplégico Médicos, enfermeiros, assistentes sociais e agentes penitenciários estiveram empenhados, durante quase dois meses, em abafar o caso Blog da Amazônia

Altino Machado de Rio Branco (AC) Um preso que estava “íntegro e capaz fisicamente” ficou cego e tetraplégico após ser torturado em Rio Branco (AC), dentro do presídio federal Antonio Amaro Alves, de segurança máxima. Seis agentes penitenciários são acusados de golpeá-lo com uma marreta de borracha, usada normalmente por lanterneiros e borracheiros. Faz 56 dias que Wesley Ferreira da Silva, de 27 anos, encontra-se prostrado no leito 72 do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Cego e com lesões no cérebro e na coluna, ele contou que os agentes

Wesley Ferreira da Silva, 27 anos, vítima de tortura

penitenciários, além da marreta de borracha, usaram spray de pimenta e aplicaram chutes e socos nele e outros dois presos. Caso abafado Médicos, enfermeiros,

assistentes sociais e agentes penitenciários estiveram empenhados, durante quase dois meses, em abafar o caso. A versão oficial é de que caiu no banheiro, bateu a cabeça e sofreu le-

sões na coluna. Uma enfermeira e uma assistente social alegaram que compete somente aos familiares denunciar às autoridades casos de pacientes suspeitos de crime. (Blog da Amazônia)


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Soldado dos EUA é condenado pela maioria das acusações WIKILEAKS Pena máxima a qual o soldado estadunidense pode ser submetido é de 136 anos bradleymanning.org

Ele forneceu ao Wikileaks vídeos de ataques aéreos em que civis foram mortos

de São Paulo (SP) A juíza militar Denise Lind anunciou na terça-feira (30) o veredicto do soldado estadunidense Bradley Manning, responsável por vazar centenas de milhares de documentos secretos dos Estados Unidos para o Wikileaks, considerando-o inocente da acusação mais grave, de “ajuda ao inimigo”. Entretanto, ele foi condenado por inúmeras violações à lei de espionagem, podendo ser sentenciado a uma pena máxima de 136 anos na prisão. Entre as 17 acusações pelas quais Manning foi considerado culpado, estão as de espionagem e de roubo de documentos sigilosos. Ele forneceu ao Wikileaks vídeos de ataques aéreos em que civis foram mortos, centenas de milhares de informações so-

Manifestação de apoio a Bradley Manning em Washington (EUA)

Manning ainda pode encarar muitos anos de prisão

bre incidentes nos fronts das guerras do Iraque e do Afeganistão, dossiês de homens presos sem julgamento em Guantánamo e cerca de 250 mil despachos diplomáticos.

Durante todo o julgamento, que durou oito semanas, a promotoria insistiu em acusar Manning de ter colaborado com inimigos dos EUA, como a rede terrorista Al Qae-

da, enquanto a defesa argumentava que seu objetivo era apenas mostrar à sociedade os bastidores do Exército estadunidense e das guerras em que o país se envolveu. Se fosse condenado por essa acusação, o soldado poderia ser sentenciado à prisão perpétua, sem possibilidade de redução. Apesar de ter sido inocentado da acusação mais grave, Manning ainda pode encarar muitos anos de prisão, considerando-se a soma das penas máximas de suas condenações, que chegam a mais de 130 anos. (Opera Mundi)

GUATEMALA Em meio à sangrenta repressão antissindical, governo de Otto Pérez Molina entrega ao capital estrangeiro o futuro do principal porto da Guatemala Joka Madruga

O governo guatemalteco está favorecendo a entrada de empresas estrangeiras no controle do Porto de Quetzal. Em contrapartida, os trabalhadores resistem ante a privatização do porto, mas vivem o terror de assassinatos e perseguições. O assassinato de Júlio Peña, dirigente dos trabalhadores da estiva, em ja-

Trabalhadores resistem ante a privatização neiro deste ano, e a onda de demissões de lideranças que se seguiu aos tiros que o abateram, são expressões do fascismo ainda vigente. Muitos de seus companheiros, para que recebessem o que era devido, tiveram que desistir das denúncias que apresen-

taram no Ministério do Trabalho. Aliás, trata-se de um modus operandi que se repete. No dia 15 de janeiro de 2007, após inúmeras ameaças de morte, Pedro Zamora, então secretário-geral do Sindicato de Trabalhadores da Empresa Portuária Quetzal (Stepq), teve seu carro alvejado por mais de cem disparos quando retornava para casa com os dois filhos. Ele também foi assassinado.

Eleições no Zimbábue Aproximadamente 6,4 milhões de cidadãos foram convocados às urnas nesta quarta-feira (31) para votar nas eleições presidenciais, legislativas e municipais do Zimbábue. Diferentemente das eleições de 2008, que terminou com a morte de cerca de 200 partidários de Morgan Tsvangirai, a votação ocorreu tranquilamente.

Greve no McDonald’s Centenas de trabalhadores de redes de fastfood de sete cidades dos Estados Unidos entraram em greve na segunda-feira (29) e pretendem manter a paralisação durante toda esta semana. Eles protestam contra o que chamam de “salário de miséria de 7,25 dólares a hora”. Os funcionários trabalham nas lanchonetes McDonald’s, Burger King, Wendy’s, KFC e Domino’s Pizza.

Racismo na Itália

Assassinatos sob encomenda para privatização portuária Leonardo Wexell Severo de Puerto Quetzal, Guatemala

FATOS EM FOCO

A ministra da Integração da Itália, Cécile Kyenge, de origem congolesa, foi vítima na última sexta-feira (26) de novo ato de racismo ao ser atacada com duas bananas lançadas por militantes do movimento Força Nova, de extrema-direita, enquanto discursava para aliados políticos.

CIA torturou cubanos

Porto Quetzal, localizado a 98 Km da Cidade da Guatemala

Os diplomatas cubanos Jesús Cejas Arias e Crescencio Nicomedes Galañena Hernández foram torturados por agentes da CIA em território argentino durante a última ditadura militar do país (1976-1983).


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cultura | 11 Pablo Vergara

Cine Santa CINEMA Surgido há dez anos, o espaço virou referência cultural na cidade do Rio de Janeiro Mariane Matos do Rio de Janeiro (RJ) Localizado no tradicional bairro de Santa Teresa, o Cine Santa surgiu em 2003, com exibições apenas aos domingos em um templo religioso, na Igreja dominicana localizada na região. Em pouco tempo, se popularizou e transferiu sua sede para um antigo posto policial, aumentando suas exibições para os sete dias da semana. Tendo dado início à construção da sua história em pequenos passos, chega à sua primeira década completa com bastante sucesso.

“aquele espaço está definitivamente destinado para a atividade cinematográfica, ou seja, nenhuma caneta mal intencionada vai chegar ali e transformar o cinema em outra coisa qualquer” O que antes havia começado com compras de cadeiras de um cinema falido e projetores alugados para garantir as sessões, hoje desencadeou o acolhimento dos moradores do bairro na luta para sua sobrevivência e pelo seu reconhecimen-

to como patrimônio cultural da cidade. O processo de tombamento se caracterizou como uma iniciativa na Câmara de Vereadores, diante da proximidade de vencimento e possibilidade de perda do espaço em que está situado. Além disso, também contou com o suporte dos moradores e frequentadores do cinema, com um abaixo-assinado, que somou mais de dez mil assinaturas para que o processo pudesse ser agilizado. Assim sendo, se concretiza como um importante passo para a produção cinematográfica do Brasil, pois mantém essa rede alternativa de exibição ativa visto que, em caso contrário, esses filmes, em sua grande maioria, não teriam tela na cidade.

Cine Santa: luta pelo reconhecimento como patrimônio cultural da cidade

Marco imprescindível Para Adil Tiscatti, uma das cabeças responsáveis pelo cinema, o tombamento foi um marco imprescindível, pois, como afirma, “aquele espaço está definitivamente destinado para a atividade cinematográfica, ou seja,

nenhuma caneta mal intencionada vai chegar ali e transformar o cinema em outra coisa qualquer”. Os últimos anos têm sido de grandes vitórias para o cinema brasileiro, com novas leis e projetos de incentivo à produção de artistas brasileiros. Pablo Vergara

Espaço mantêm rede alternativa de exibição

O Cine Santa tem se destacado como um modelo para ser seguido por todo o Brasil, pois contempla as pequenas produções – artísticas e nacionais – que normalmente não encontrariam amparo na maioria das telas de cinema Mas, infelizmente, o parque exibidor ainda é um obstáculo para as produções de pequeno porte, principalmente as nacionais, cercada de grandes grupos que priorizam as bilheterias de sucesso internacionais, a produção nacional ainda padece sem ser lançada nos cinemas.

Como as grandes redes de exibição estão sempre priorizando a questão da rentabilidade dos filmes, a maioria das produções artísticas ficam fora desse circuito ou apenas possuem uma pequena abertura dentro dele. Portanto, a existência de cinemas como o Cine Santa, com suas formas e posturas diferenciadas do que oferece o mercado, expressam um grande ganho não só para os moradores do bairro, que ali reconhecem um ponto de encontro e cultura, como também para os produtores cinematográficos, que alcançam aporte de exibição e reconhecimento. Tendo conquistado durante quatro anos seguidos (de 2008 a 2011) o prêmio de maior exibidor de filmes nacionais, o Cine Santa tem se destacado como um modelo para ser seguido por todo o Brasil, pois contempla as pequenas produções – artísticas e nacionais – que normalmente não encontrariam amparo na maioria das telas de cinema.


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12 | cultura

“Dossiê” revela vida de Jango Reprodução

CINEMA Filme monta peças de um quebra-cabeça que pode levar à constatação de que o ex-presidente João Goulart foi envenenado no exílio Mariane Matos do Rio de Janeiro (RJ) Dossiê Jango, documentário do diretor Paulo Henrique Fontenelle, ainda se encontra em cartaz em alguns cinemas do Rio de Janeiro. O filme, que tem o ex-presidente João Goulart como figura central, retoma a trama política que vivia o Brasil em meio à ditadura. Após a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, e alguns dias de incerteza, Jango – como João Goulart era chamado – assume a presidência e governa o país até que é depos-

to pelo golpe militar de 1964, sob a acusação de uma suposta “ameaça comunista” que estaria sendo incentivada por ele. O filme gira em torno do período em que se encontrava no exílio no Uruguai, até novembro de 1976, e da sua misteriosa e inexplicável morte, um mês depois, na já na Argentina, em dezembro do mesmo ano – registrada como causada por um infarto fulminante. A produção busca reacender pontos de interrogação que sobrevivem até hoje – como a suspeita de que ele, de fato, teria si-

SERVIÇO Reprodução

do envenenado. Além de depoimentos de pessoas que sofreram ou participaram desse período de muita violência, truculência e abuso de poder. Lançada no início de julho deste ano, a produção do Canal Brasil já ganhou dois importantes prêmios: um no Festival do Rio, como melhor documentário do Júri Popular, e outro na Mostra Tiradentes, como melhor longa-metragem do Júri Popular. E já desponta como um filme indispensável para o entendimento da história recente do Brasil.

Dossiê Jango Gênero: Documentário Tempo de duração: 102 minutos Botafogo: Espaço Itaú de Cinema, Sala 5, 18h Ipanema: Cândido Mendes, 20h20 Santa Teresa: Cine Santa, 17h

AGENDA Trio do Sobrado

JAZZ NA PEDRA DO SAL A tradicional zona do samba abre suas portas para uma “brechinha” de jazz. O evento, que acontece todo o primeiro sábado do mês e já está na sua 5a edição, traz o Trio do Sobrado. O grupo, que nasceu no final de 2012, se inspira no berço do samba para as suas costumeiras performances energizadas e cheias de improviso. O evento começa às 18h. A entrada é franca e acontece na Bodega do Sal, na Pedra do Sal, Rua Argemiro Bulção 35 - Pça Mauá.

ICG

te sábado (03), o grupo se apresentará às 17h na Paróquia Santa Teresinha Menino Jesus. Entrada franca. Av. Lauro Sodré 83 – Botafogo (capacidade 200 pessoas).

Trio do Sobrado, no Jazz na Pedra do Sal

CRUCIFIXUS Buscando desvendar o universo simbólico da cruz, o CCBB apresenta uma exposição que reúne mais de 150 cruzes, santos, relicários e oratórios dos séculos XVIII e XIX. Como um grande Tomaz Silva/Abr

A exposição Crux, Crucis, Crucifixus, no CCBB

personagem da história da arte, a cruz é abordada na mostra, transbordando o universo religioso e trazendo à tona diversos outros temas ligados à sua trajetória pela história. Com entrada gratuita, fica em exposição até 23 de setembro, aberta de quarta a segunda, das 9h às 21h. Rua Primeiro de Março, 66 – Centro. ORQUESTRA PETROBRAS Com o objetivo de popularizar a música clássica e estimular o público, o projeto Mestre Athayde tem proporcionado apresentações gratuitas em igrejas por todo o Rio de Janeiro. Nes-

INVENÇÃO E DIVERSÃO A recheada programação de férias do CCBB vai chegando ao fim, e como encerramento da diversão de julho neste final de semana haverá a última Ufocina. Baseada na exposição da obra do artista chinês, Cai Guo-Qiang, responsável pelo show pirotécnico na abertura dos Jogos Olímpicos de Beijing, a atividade convida as crianças a desenvolverem suas próprias invenções, utilizando material reciclável. Indicado para crianças entre 8 e 12 anos. Acontece nos dias 3 e 4 de agosto às 14h, 15h e 16h. Entrada franca. Rua Primeiro de Março, 66 – Centro. POR TRÁS DO MUNDO DAS CELEBRIDADES Termina neste sábado (03), no Instituto Cultural Germânico (ICG)

Sobre o véu da pele, no ICG Icaraí

a exposição da artista plástica e atriz Vanessa Gerbelli. São 15 trabalhos expostos, que buscam descobrir o universo que se esconde por trás da superficialidade e artificialidade típicas das coberturas de famosos em revistas especializadas. De segunda a sexta, das 15h às 20h, e sábado, das 11h às 16h. Entrada gratuita. ICG de Icaraí, avenida Sete de Setembro 131, Niterói. ARIANO SUASSUNA NO THEATRO MUNICIPAL Neste sábado (03), o Projeto Ariano Suassuna – Arte como Missão, invade o Rio de Janeiro, trazendo o autor paraibano para ministrar um

aulão gratuito que irá tratar de arte, mercado e identidade cultural. Às 12h, com abertura às 11h (sujeito à lotação do teatro). Cinelândia Praça Floriano, s/n.

Valter Campanato/Abr

Suassuna no Municipal


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variedades | 13

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS www.coquetel.com.br Eufemismo para "diabo" Cantor e compositor carioca de "Coração Leviano" Plataforma típica de comícios (?) Arabiya, rede de TV árabe

© Revistas COQUETEL 2013 O único das Américas a desaguar em mar aberto, situa-se na divisa MA/PI Imperador brasileiro durante a Guerra do Paraguai

(?) Rosa, Conteúdo atriz do texto O produto de um número por si mesmo

Guardacostas (bras.)

Quebra(?): briga violenta

Poema cantado na Grécia Antiga (?) taxativo, conceito jurídico

Que é difícil de ser realizado

Malba Tahan, escritor carioca Adquirido por financiamento (o carro)

Peixe da nota de cem reais Edifício (abrev.) "(?) Uma Vez...", início de contos de fada

A profissão relacionada a alfândega Informação extra Bomba (?), Designação artefato popular da "hidrobélico fobia" (Med.)

E R A

Cidade paulista do orelhão gigante

2/al. 3/las — rol. 4/cher — nora. 5/vinil. 7/maldito. 9/picaretas. 13/caricaturista.

HORÓSCOPO

LIVRO 2 NAS BANCAS E LIVRARIAS

Sérgio Toledo, cineasta brasileiro

T Q U E U O D A R O D O M R O U P A E D D O R O I I

Relações Internacionais (abrev.)

R

A primeira do Brasil foi Nair de Tefé

BANCO

Sinal anasalador Veste de indianas

Saudação comum entre os jovens

L I T

do QUADRINHOS quebUmralin -cabeça S O Grátis! CLÁSSIC 0 50 E ANOS 40

Roentgen (símbolo) Status do xerife no Velho Oeste

Solução

EDIÇÃO AL ESPECIA

O primo da Cuca, no "Sítio" (TV)

D E L T A D O P A R N A I B A

Precedeu o CD Cantora de "Believe"

Embusteiros; vigaristas

ST

(?) abaixo: desabar As, em espanhol

E N R A T V L A S S A C R I

"Protocol", em IP (Inform.)

O serviço que não exige esforço

I

(?) ao alvo, jogo com armas de fogo

TU

A mais populosa do Norte é Manaus

A "babá eletrônica" (abrev.)

M C A A L A N L P A D R A I E N A T G A O R A A R R E D A U P I T A V I N C A R E H O I E I R R I C A

Passagem entre cômodos da casa

P A O U A L I N H C O D C A V P I O L C A

(?) Ephron, cineasta dos EUA

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ASTROLOGIA - Semana de 1º a 7 de agosto Período traz elementos importantes que recomenda atenção com a ansiedade e com uma postura individualista; Momento tende a ser complementado com assuntos que façam bem ao seu intelecto

Áries

(21/3 a 20/4) Semana propícia para se desprender de antigas situações. Momento de atenção com a ansiedade diante de projetos. No amor, busca por mais liberdade será mais frequente.

Touro

(21/4 a 20/5) A semana favorece iniciativas para consolidar negócios. Período propenso para aprofundar e desvendar situações em relacionamentos. Tendências para variações repentinas de humor e posturas mais sentimentais nas relações.

Gêmeos

(21/5 a 20/6) A semana exige cuidado para não depositar energias demais em temas pouco essenciais. No amor, momento exige mais reflexão sobre divergências. Cuidado para não desperdiçar bons momentos.

Câncer

(21/6 a 22/7) Momento requer mais paciência, principalmente em temas profissionais. Período bom para maior vivência em grupo. Período especial para retomar convivências com os amigos. No amor, cuidado com manias.

Leão

(23/7 a 22/8) Semana favorece projetos profissionais. Período positivo para mudanças. Alguns momentos para recompor suas energias serão essenciais. No amor, evite desviar a atenção de assuntos que são essenciais.

Virgem

(23/8 a 22/9) Momento bom para esclarecimento de assuntos burocráticos. Situações em grupo ou que envolvam amigos são propensas a esclarecimentos. No amor, cuidado para não fazer exigências demais a quem gosta.

Libra

(23/9 a 22/10) Semana exige mais cautela com assuntos materiais. Período para revisar parcerias, principalmente de trabalho. No amor, momento bom para desvendar sentimentos e obter revelações em relacionamentos.

Escorpião

(23/10 a 21/11) Momento requer mais paciência, principalmente com opiniões divergentes. Semana boa para assuntos profissionais e parcerias. No amor, tendências para demonstrações de sentimentos mais intensos.

Sagitário

(22/11 a 21/12) Semana exige mais cuidado com o corpo e saúde. Momento positivo para valorizar assuntos relacionados ao trabalho. No amor, atentese para que o orgulho não faça se portar de forma radical. Seja mais solidário e paciente.

Capricórnio (22/12 a 20/1) Momento recomenda atenção para não intervir demais em assuntos de pessoas mais próximas. Momentos de lazer serão mais frequentes. No amor, cuide para não exagerar na forma de se expressar.

Aquário

(21/1 a 19/2) Semana traz aspecto que recomenda atenção com a ansiedade e com uma postura individualista. Período bom para inovações. No amor, seja mais dedicado e procure esclarecer pendências antigas de família.

Peixes

(20/2 a 20/3) A semana exige dedicação aos estudos e a atividades culturais. Sua rotina tende a ser complementada com assuntos que façam bem ao seu intelecto. No amor, os gostos culturais ajudam com quem se relaciona.


14 | esporte

Rio de Janeiro, de 1º a 7 de agosto de 2013

Cielo é bicampeão mundial nos 50m borboleta NATAÇÃO O ouro foi o quinto de Cielo em Mundiais, o segundo consecutivo na modalidade da Redação Cesar Cielo, atual campeão dos 50m borboleta, garantiu a primeira medalha de ouro do Brasil na natação do Mundial de Esportes Aquáticos de Barcelona. Com o tempo de 23s01, o brasileiro superou o estadunidense Eugene Godsoe por quatro segundos. O francês Frederick Bousquet recebeu a medalha de bronze. Outro brasileiro na prova, Nicholas Santos largou muito bem e liderou os primeiros 25m. Ele ficou apenas com a quarta colocação. O ouro de segundafeira (29) foi o quinto de Cielo em Mundiais, o segundo consecutivo nos 50m borboleta.

A nadadora ficou com o quinto melhor tempo na prova dos 50m costas, superando ainda a estadunidense Equipe Enquanto isso, o atual medalhista de prata olímpico nos 200m medley, Thiago Pereira irá lutar pelo título da categoria no Mundial de Esportes Aquáticos de Barcelona. Aliás, com um ótimo desempenho na competição, a equipe brasileira conseguiu bons resultados na manhã de quarta-feira (31). No sufoco, Marcelo Chierighini e Joanna Maranhão sofreram, mas conseguiram passar pela eliminatória e garantiram vaga na semifinal. Quem também vai bri-

gar por uma vaga na final é Etiene Medeiros. A nadadora ficou com o quinto melhor tempo na prova dos 50m costas, superando ainda a estadunidense Missy Franklin, uma das maiores promessas da natação mundial. A brasileira ficou com a marca de 28s16, enquanto a chinesa Yanhui Fu, que ficou na primeira colocação, fez 27s55. Diferente de Etiene, a classificação de Marcelo foi bem difícil. Na eliminatória dos 100m livre, o brasileiro terminou em 15º, sendo que apenas os 16 melhores se classificam. Na prova, o líder foi o australiano James Magnussen. Missy A estadunidense Missy Franklin arrasou na competição. Após conquistar quatro medalhas de ouro e uma de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, a jovem de 18 anos domina o Mundial de Esportes Aquáticos de Barcelona. Na quarta (31), ela subiu ao lugar mais alto do pódio pela terceira vez na competição espanhola, desta vez nos 200m livre. Ela superou sua rival italiana Federica Pellegrini. Antes disso, Franklin já havia conquistado o ouro no revezamento 4x100m livre e nos 100m costas.

No sufoco, Marcelo Chierighini e Joanna Maranhão sofreram, mas conseguiram passar pela eliminatória

FATOS EM FOCO

Alejo Muniz vence US Open

www.cesarcielo.com.br

Brasileiro tem atuação brilhante e conquista seu segundo título de uma etapa prime do Circuito Mundial de surfe. Este é o segundo título desse tipo de etapa do garoto de Bombinhas, em Santa Catarina. O surfista, argentino por nascimento e brasileiro por opção, havia vencido o prime de Fernando de Noronha, em 2011. Agora, ele retorna às fileiras dos melhores da modalidade.

Jade sofre lesão Cielo, ao centro, exibe a medalha de ouro conquistada

A ginasta Jade Barbosa será a grande ausência do Campeonato Brasileiro de ginástica que será disputado neste final de semana em Vitória (ES) e pode ficar fora até mesmo do Mundial da modalidade a se realizar entre 30 de setembro e 6 de outubro na Antuérpia (Bélgica).

Atacante equatoriano morre O Al-Jaish comunicou na quarta-feira (31) que o atacante “Chucho” Benítez, 27 anos, morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. O clube do Qatar divulgou a nota oficial, sem detalhes dos motivos que levaram o atleta equatoriano à morte. Benítez apresentou fortes dores abdominais na noite de domingo (28) em casa, em Doha. Ele tomou analgésicos, a dor foi amenizada, mas voltou com mais intensidade. A esposa de Benítez levou o marido ao hospital, mas o atendimento levou cerca de duas horas.


Rio de Janeiro, de 1º a 7 de agosto de 2013

esporte | 15 Nelson Perez/Fluminense F.C.

opinião | Bruno Porpetta

Os “véus” de fumaça CHAMOU A atenção o protesto bem humorado que reuniu flamenguistas e botafoguenses na entrada do Maracanã. Torcedores vestidos de terno, gravata e cartola, com champanhe e charutos, se manifestaram contra os preços abusivos dos ingressos cobrados pelo consórcio que administra a arena em parceria com os clubes. No clássico entre Flamengo e Botafogo, o mais barato custava 100 reais. Apesar de estudantes inscritos nos programas de sócio-torcedor dos clubes pagarem meia da meia (R$ 25,00), esta “categoria” de torcedor representa uma parcela ínfima da galera que faz parte da história dos clubes e do Maracanã. No momento em que se discute o preço dos ingressos, o consórcio finge que não vê e não ouve. Estuda voltar com o “véu de noiva”, tradicional formato das redes do Maracanã que fazia a

bola “morrer” no fundo do gol. Gol que será visto por uma elite branca e abastada. Ao mesmo tempo, no Palácio Guanabara, o governador Sérgio Cabral decide rever a demolição do Parque Aquático Júlio Delamare, além de reunir-se com a Federação de Atletismo para tratar do Célio de Barros, após ouvir as manifestações. Mais de um ano depois delas começarem e com sua popularidade caindo como a temperatura no Rio, diga-se. Ou o governador sofre de surdez seletiva, ou precisa passar óleode-peroba no rosto. Cabral deve satisfações também aos indígenas da Aldeia Maracanã, aos alunos e professores da Escola Friedenreich, além dos torcedores que viram seu estádio morrer. Aliás, cadê o Amarildo? Bruno Porpetta é autor do blog porpetta.blogspot.com

brasileirão | 11ª rodada São Paulo

1 X 2 Bahia

Qua | 10/07 | 21h00 | Morumbi

Santos X Náutico JOGO ADIADO | Vila Belmiro

Cruzeiro X Coritiba Sáb | 03/08 | 18h30 | Mineirão

Atlético-PR X Goiás Dom | 04/08 | 16h00 | Durival Britto

Criciúma X Corinthians Dom | 04/08 | 16h00 | Heriberto Hülse

Ponte Preta X Fluminense Dom | 04/08 | 16h00 | Moisés Lucarelli

Flamengo X Atlético-MG Dom | 04/08 | 16h00 | Mané Garrincha

Grêmio X Internacional Dom | 04/08 | 18h30 | Arena do Grêmio

Vitória X Portuguesa Dom | 04/08 | 18h30 | Barradão

Vasco X Botafogo Dom | 04/08 | 18h30 | Maracanã

Fred disputa lance com zagueiro cruzeirense: gol salvador na estreia de Luxa

Fred marca e Flu vence o Cruzeiro BRASILEIRÃO Na estreia de Vanderlei Luxemburgo, Fred marca após perder pênalti e garante a vitória do time das Laranjeiras da Redação Na estreia de Vanderlei Luxemburgo, o Fluminense se recuperou no Campeonato Brasileiro na noite desta quarta-feira (31). O time das Laranjeiras venceu o Cruzeiro por 1 a 0, no Maracanã. Com a vitória, o Flu encerrou uma série de cinco derrotas seguidas e deixa a zona de rebaixamento. Fred, que perdeu um pênalti no primeiro tempo, se recuperou e marcou o gol da vitória tricolor. O time das Laranjeiras fez partida ruim no primeiro tempo, foi sufocado e ‘achou’ um pênalti no final. Fred cobrou lentamente, mas Fábio defendeu. Deco, contundido, saiu aos 40min. Segundo tempo Os clubes não mudaram na volta para o intervalo, mas o Fluminense

equilibrou mais as ações. Aos 15min, o técnico Marcelo Oliveira tentou dar mais velocidade pelo lado esquerdo e trocou Luan por Willian. O Cruzeiro diminuiu a pressão e o Tricolor cresceu com a entrada dos jovens formados na base. Fred, que estava sumido na partida, foi oportunista e marcou de cabeça para garantir a vitória.

Com a vitória, o Flu encerrou uma série de cinco derrotas seguidas As entradas dos jovens da base mudaram o Fluminense. O time passou a ter mais velocidade e ganhou jogadas no ataque. Em um dos lances, Kennedy tentou um voleio na área, a bola sobrou para Fred que não falhou e completou de cabeça,

marcando o gol da vitória do Tricolor e encerrando uma série negativa de cinco derrotas. Atuação fraca Apesar de jogar em casa, o Tricolor sofreu com a falta de velocidade nas bolas recuperadas e dos frequentes erros de passe. Com jogadores distantes uns dos

outros, o time das Laranjeiras ainda viu Deco ter atuação apagada. O Cruzeiro teve duas ótimas chances de abrir o placar com Vinícius Araújo. Aos 18min, ele girou sobre a marcação e chutou para boa defesa de Cavalieri. Aos 29min, após jogada de Mayke, se antecipou aos zagueiros e chutou na trave.

FICHA TÉCNICA

1X0 Fluminense

Cruzeiro

Diego Cavalieri, Jean, Gum, Leandro Euzébio, Carlinhos, Edinho, Diguinho (Igor Julião), Wágner (Kenedy), Deco (Felipe), Rafael Sobis e Fred

Fábio, Mayke, Bruno Rodrigo, Dedé, Egídio, Nilton, Souza, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, Vinícius Araújo (Lucca) e Luan (William)

Gol de Fred | Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 31/07 | 19h30


16 | esporte

Rio de Janeiro, de 1º a 7 de agosto de 2013

Fla perde e segue na degola Edson Ruiz/Folhapress

BRASILEIRÃO Equipe segue na zona de rebaixamento, na 17a. posição, com 10 pontos; Bahia assume o segundo lugar da Redação O rubro-negro sentiu arder o tempero baiano na noite de ontem (31). O time comandado por Mano Menezes não jogou bem e perdeu por 3 a 0 da equipe do Bahia, do técnico Cristovão Borges. Com a vitória, o Bahia conquista o segundo lugar do Brasileirão, atingindo 19 pontos. Foi a primeira partida do Brasileirão que o Tricolor marcou três gols. O Flamengo segue na zona de rebaixamento, na 17a. Posição, com 10 pontos. Jogo O primeiro gol ocorreu aos 28 minutos do primeiro tempo. Hélder arriscou chute de muito longe, Felipe bateu roupa e a bola sobrou nos pés de Fernandão, que só teve o trabalho de

FICHA TÉCNICA

3X0 Bahia

Flamengo

Marcelo Lomba, Madson, Rafael Donato, Titi, Raul, Rafael Miranda, Fahel (Diones), Hélder, Marquinhos, Wallyson (Anderson Talisca) e Fernandão (Souza)

Felipe, Léo Moura, Wallace, González, João Paulo, Luiz Antonio, Elias, Paulinho (Gabriel), Adryan (Bruninho), Carlos Eduardo (Fernandinho) e Marcelo Moreno

Gols de Fernandão, Wallyson e Marquinhos Gabriel Fonte Nova | Salvador (BA) | 31/07 | 21h50 Marcelo Moreno não marcou e Mengão foi goleado na Fonte Nova

empurrar para o fundo das redes. No segundo, Marquinhos cobrou falta na área, a bola passou por todo mundo e Felipe espalmou. Na sequência, Wallyson chutou de primeira e foi pra galera. O lance foi polêmico. Os jogadores do Flamen-

go reclamaram bastante com a arbitragem porque o árbitro auxiliar invalidou o gol após marcar impedimento de Rafael Donato. Héber Roberto Lopes, no entanto, chamou a responsabilidade para si e validou o gol tricolor. Em boa parte da se-

gunda etapa, o Flamengo tentou chegar ao ataque com a bola dominada, mas o Bahia se fechou na defesa e dificultou as jogadas. Aos 24 minutos, o time de Mano conseguiu assustar com uma bela jogada. Marcelo Moreno ficou cara a cara com Mar-

Os jogadores do Flamengo reclamaram bastante com arbitragem porque o auxiliar invalidou o gol

celo Lomba, tentou tocar no canto, mas goleiro tricolor faz grande defesa. Como um golpe derradeiro, o time do Bahia, aos 31 minutos, Marquinhos fuzila a meta de Felipe. O time de Cristovão Borges ainda não perdeu para times cariocas no Brasileirão.

Vitor Silva/Botafogo Oficial

Com Seedorf, Bota volta ao Maraca

Vasco busca terceira vitória SEQUÊNCIA O Cruz-Maltino soma 13 pontos, um a mais que o Goiás

VAGA NO G4 Alvinegro aparece na terceira colocação; Vitória é sexto da Redação Após empatar com o Flamengo no Maracanã, no último domingo (29), o Botafogo retorna ao estádio carioca como mandante para enfrentar o Vitória, nesta quinta-feira (1), às 19h30, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. O alvinegro terá a volta do meiocampista Clarence Seedorf. Será um confronto direto por vaga no G4. O campeão carioca disputou quatro de seus nove jogos como mandante. No último, em São

Januário, superou o Náutico por 2 a 0. Embora com dificuldades para manter o salário dos seus jogadores em dia (dois meses atrasados), a equipe tem demonstrado força dentro

X Goiás

Vasco

Seedorf está de volta ao time

da Redação de campo, brigando pela liderança do Brasileirão e classificada para as oitavas-de-final da Copa do Brasil.

FICHA TÉCNICA

X Botafogo

FICHA TÉCNICA

Vitória

Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 01/08 | 19h30

Embalado pelas vitórias sobre Fluminense e Criciúma, o Vasco visita o Goiás nesta quinta-feira (1), às 21 horas (de Brasília), no Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO), pela décima rodada do Campeonato Brasileiro. As duas equipes fazem campanhas quase iguais e buscam a vitória para encostar na zona de classificação para a Copa Libertadores. O cruz-mal-

Serra Dourada | Goiânia (GO) | 01/08 | 21h00

tino soma 13 pontos, um a mais que os goianos, que buscam a recuperação após serem derrotados pelo Bahia por 2 a 1 no domingo (29). Aliás, se o nome do volante Guiñazu, apresentado na última semana como novo reforço, aparecer no BID (Boletim Informativo Diário), o comandante cruz -maltino, Dorival Júnior,

já poderá promover a estreia do argentino. Cris Quanto ao zagueiro Cris, do Grêmio, apenas detalhes impedem o Vasco de anunciar de forma oficial sua contratação. Pouco utilizado no Tricolor, o jogador deve ser confirmado como novo reforço para a zaga cruz -maltina.


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