esporte | pág. 15
Bruno Haddad/Fluminense F.C.
entrevista | pág. 4
Reprodução
“Cabral não serve nem para síndico”
Livre na pequena área, Fred toca de cabeça para o fundo da rede, no final do segundo tempo. Próximo jogo do Tricolor será contra o Flamengo, domingo (11), às 16h, no Maracanã.
Em entrevista exclusiva, deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) avalia o governo de Sérgio Cabral: “Chegou ao fundo do poço”.
Edição
Fred marca, mas Flu só empata
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013 | ano 11 | edição 15 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato
cidades | pág. 7
cidades | pág. 5
Acuado, Cabral cede às pressões populares Uma série de mobilizações populares pressionou o governador Sérgio Cabral a desistir das demolições do Parque Aquático Júlio Delamare, do estádio de atletismo Célio de Barros, da Escola Friedenreich e da Aldeia Maracanã. A se-
quência de recuos inclui ainda: a preservação do entorno do Maracanã, a alteração do comando da PM e a regulamentação do uso de helicópteros. Agora, a luta é por um Maraca público e popular.
Micro-ônibus cai de viaduto Em Itaguaí, veículo lotado despenca de uma altura de 20 metros; sete pessoas morrem e outras seis ficam feridas. Governo SP
brasil | pág. 8
Pablo Vergara
O governador de SP Geraldo Alckmin
Mídia se cala sobre o PSDB “O Maraca é nosso”: pressão popular para impedir as privatizações
Tucanos de São Paulo se complicam cada vez mais no caso do cartel das licitações do Metrô e da CPTM, mas mídia fica quieta.
02 | opinião
Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013
editorial | Brasil
Reformas estruturais, só com Constituinte soberana NO DIA 5 de agosto, reuniramse dezenas de representantes de praticamente todos os movimentos sociais brasileiros, de 15 estados do Brasil, para uma plenária nacional. Essa plenária foi um espaço importante de debate e reflexões conjuntas sobre a conjuntura brasileira e os rumos que o movimento de massa deve tomar nos próximos meses. Assim, há um entendimento comum, entre todos, de que os movimentos devem estimular e participar em todas as lutas e mobilizações sociais, como forma justa e necessária para que o povo pressione para a solução de seus proble-
Agora, uma Constituinte soberana e eleita livremente para essa missão só poderá brotar das ruas, pela pressão popular mas concretos. Muitos desses problemas são localizados, como a questão dos transportes públicos, moradia, repressão policial. Mas há problemas centrais que afetam todo o povo, como a questão dos direitos sociais e trabalhistas que estão sendo afetados nos projetos de lei no Congresso Nacional, o problema da falta de moradia e terra, a estrutura injusta de cobranças de impostos, o problema da
política do superávit primário que retira mais de 30% de todo os recursos públicos para pagar juros da dívida interna. E há também os problemas da estrutura política que impede uma democracia verdadeira com participação popular, em que os parlamentares e governos viraram reféns de seus financiadores de campanha, em todos os níveis. E o caminho para conquistar as reformas estruturais, pa-
ra resolver os problemas do povo, é a conjugação de três movimentos complementares: as lutas sociais concretas de cada categoria ou setor; as mobilizações e pressões de rua; e a via institucional da convocação de uma Constituinte soberana e exclusiva, que escolham representantes do povo, sem os vícios do atual sistema, para poderem fazer as novas leis. Havia uma proposta do governo de convocar uma Constituinte exclusiva, e uma proposta de fazer um Plebiscito sobre alguns temas apenas. Mas suas alianças conservadores e a própria base parlamentar se recusaram a implementar mudan-
ças no sistema político. Agora, uma Constituinte soberana e eleita livremente para essa missão só poderá brotar das ruas, pela pressão popular. Assim, a melhor forma de fazer esse debate será organizar e convocar um Plebiscito Popular, durante um longo período, no qual se possam organizar comitês populares, nos bairros, escolas e em todos os municípios para fazer esse debate. E, ao final, o povo votar, se concorda ou não, com a convocação de uma Assembleia Constituinte soberana e exclusiva, para, em sintonia com as ruas, promover as mudanças necessárias.
editorial | Rio de Janeiro
Já passou da hora de abrir a caixa preta POUCOS ÔNIBUS e superlotados. Falta de transporte pela madrugada e diminuição de ônibus nos fins de semana. Motoristas com salários baixos, sofrendo assédio moral, fazendo jornada dupla e cobrando passagem. Passageiros gastando em média quatro, cinco, seis horas para ir e vir do trabalho. Congestionamentos que fazem o carioca passar mais de três anos da sua vida preso no trânsito. Esse é o cotidiano de quem utiliza os ônibus na região metropolitana do Rio de Janeiro. Além disso, falta ar-condicionado nos veículos. Mas não se resume apenas a isso. Ainda há os aumentos abusivos nos valores das tarifas. Em julho de 1994, a tarifa para ônibus convencionais era de R$ 0,35. Hoje, alcança R$ 2,95 – um crescimento de 850% do valor, uma média de 45% ao ano, enquanto que a inflação acu-
Redação Rio: redacaorj@brasildefato.com.br
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(11) 2131 0800
Somente com muita mobilização e pressão na Câmara, nas ruas e nas bases eleitorais desses parlamentares poderemos garantir que essa CPI não acabe em “pizza”
mulada pelo IPCA nesse período foi de 330%. Os governos têm sido bem generosos com as empresas de ônibus. Desde 2010, o prefeito Eduardo Paes reduziu de 2% para 0,01% o ISS dos transportes municipais, uma renúncia de R$ 33 milhões por ano. O ICMS do estado também está no mesmo patamar.
Além disso, agora em junho, a presidenta Dilma Rousseff isentou todas as empresas de ônibus do país do pagamento de Cofins e do PIS. Assim, o governo federal deixa de arrecadar R$ 1 bilhão por ano. Para além da conquista do não aumento das passagens, as manifestações ocorridas em julho pressionaram a Câmara de
Vereadores do Município do Rio de Janeiro a finalmente instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o sistema de transportes de ônibus. Ou seja, averiguar o fluxo financeiro das empresas, a cartelização do sistema, a planilha de custos, as relações trabalhistas e o atendimento à população.
Mas, orientada pelo prefeito Paes, a base governista inicialmente boicotou a CPI. Depois das pressões das ruas, recuou, liberando seus vereadores para assinar o requerimento para sua abertura, mas garantiu a maioria dos membros dessa CPI entre os que não assinaram. Foram eleitos: Professor Uoston, Chiquinho Brazão e Jorginho da SOS, todos do PMDB de Cabral e Paes, e Renato Moura do PTC. Sabemos que os empresários de ônibus contribuem com polpudas doações aos cofres das campanhas eleitorais de prefeitos e vereadores. Assim, existe a expectativa de que essa maioria atue na defesa dos interesses dos empresários. Somente com muita mobilização e pressão na Câmara, nas ruas e nas bases eleitorais desses parlamentares poderemos garantir que essa CPI não acabe em “pizza”.
Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti • Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Mariane Matos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper (Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Marina Tavares Ferreira • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – redacao@brasildefato.com.br • Webmaster: marc@infofluxo.com • Gráfica: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser, José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, Ricardo Gebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou assinaturas@brasildefato.com.br
Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013
Latuff
opinião | 03
Carlos Vainer
O legado da Copa e das Olimpíadas
João Antônio de Moraes
Entregar Libra é rifar o futuro O POVO BRASILEIRO ganhou um bilhete premiado desde que a Petrobras descobriu o pré-sal, há cinco anos. Esse imenso reservatório de óleo e gás não tem praticamente riscos de exploração. Em média, oito em cada dez poços que se fura têm petróleo de ótima qualidade. A estimativa é de que as reservas do pré-sal sejam suficientes para multiplicar por três tudo o que a Petrobras já descobriu de petróleo no Brasil nesses 60 anos de existência. No entanto, estamos na iminência de perder boa parte dessa riqueza. O governo bra-
sileiro marcou para o dia 22 de outubro o primeiro leilão do pré-sal, no qual ofertará o campo de Libra, sua área mais valiosa. Libra já foi todo mapeado pela Petrobras e agora querem entregar esse tesouro às multinacionais, as mesmas que exploram e sucateiam países mundo afora. Imagine quantos investimentos sociais podem ser feitos com os bilionários recursos gerados pelo pré-sal? O que está em risco, portanto, é o nosso “passaporte para o futuro”, como declarou o presidente Lula. Os petroleiros e os movi-
mentos sociais estão novamente mobilizados contra os leilões de petróleo e, principalmente, a entrega de Libra. No dia 30 de agosto, estaremos juntos com todas as centrais sindicais em mais uma paralisação unitária, como fizemos no dia 11 de julho. A FUP também está convocando um grande ato nacional em defesa da soberania para o dia 5 de setembro. Barrar o leilão de Libra é impedir que rifem o futuro do nosso país. João Antônio de Moraes é coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP)
Silvio Mieli
Senso crítico A RAPIDEZ COM QUE a sociedade reagiu diante do desaparecimento do pedreiro Amarildo, que estava no dia 14 de julho sob custódia da polícia na UPP da Rocinha, no Rio de Janeiro, representa uma tomada de consciência imediata e uma reação em cadeia inédita. E não me refiro só à campanha “Cadê o Amarildo?”, que rodou o mundo, mas ao modo como a família do pedreiro e o movimento social atuaram no processo, que caminha para uma grande campanha contra a militarização da polícia. Sem dúvida houve uma mudança de natureza cultural importante, relacionada a uma retomada do espírito crí-
tico, que ultimamente andou em baixa entre nós. Muitas agressões contra a dignidade humana nem entravam na pauta dos protestos, como, por exemplo, a violência corporativa e a financeira. Criticar é tomar pé da situação, discernir, posicionar-se a partir de valores e critérios (juízos). O sociólogo e professor de teoria literária Roberto Schwarz, num texto publicado no blog da editora Boitempo, lembra que o nosso espírito crítico adormeceu há pelo menos uns 20 anos. Artistas e intelectuais inconformistas tentaram alertar para a complexidade da nova hegemonia do capital que se con-
figurava, mas a crítica não encontrava ressonância. Havia um otimismo descabido. Tudo pela adaptação do Brasil à nova ordem mundial capitalista (inclusive nos cálculos de Lula e Dilma). O resto é derrotismo, pessimismo, fracassomania e “nhenhenhém” (bordão preferido de FHC). Schwarz acha que o humor nós nunca abandonamos, mas a energia dos protestos pode nos fazer recuperar o senso de realidade e o nervo crítico perdidos. Silvio Mieli é jornalista e professor da faculdade de Comunicação e Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP)
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL estabelece que a moradia é um direito do cidadão e uma obrigação do estado. E determina que todos aqueles que ocupam por mais de cinco anos um terreno têm direito à sua propriedade. No Rio de Janeiro, a Constituição está sendo rasgada. Nunca antes nessa cidade foram tão numerosas as remoções forçadas de bairros e comunidades populares. Os governos – federal, estadual e municipal – não fornecem qualquer informação. Os comitês organizadores da Copa 2014 e das Olimpíadas 2016 não tocam no assunto. Mas o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro estudou a questão, recolheu notícias e dados de diferentes fontes, conversou com famílias e associações de moradores. O dossiê Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Rio de Janeiro chegou a números assustadores: 50 mil pessoas foram removidas à força ou estão ameaçadas. A pretexto de obras para a Copa e Olimpíadas, uma verdadeira guerra contra populações mais pobres para varrê-las do mapa de áreas da cidade cobiçadas pela especulação imobiliária.
É possível rever os projetos, urbanizar as favelas e preservar os direitos à moradia e à cidade dessas populações Estes bairros e comunidades têm nomes e endereços. Largo do Campinho, Arroio Pavuna, Vila Recreio II, Vila Harmonia, Restinga, Vila do Tanque, Rua Quáxima, Rua Domingos Lopes, Vila União, Notredame, Vila do Amoedo, Colônia Juliana Moreira, Asa Banca, Vila Azaléa, Taboinha, Metrô Mangueira, Aldeia Maracaná, Favela Belém-Belém, Sambódromo. Na Zona Portuária, no Morro da Providência e ruas próximas, mais de 5 mil pessoas estão sendo expulsas de suas casas. Muitas ocupações de prédios antigos e vazios também estão sendo ameaçadas ou despejadas, algumas vezes de maneira violenta: Ocupação Machado de Assis; Ocupação da rua do Livramento, Ocupação Flor do Asfalto, Ocupação Carlos Marighella, Ocupação Zumbi dos Palmares, Ocupação Casarão Azul. As famílias expulsas são mandadas muitas vezes para conjuntos afastados até 60 km de sua moradia, sem infraestrutura, escola, transporte. Outras recebem um ridículo aluguel “social”! A resistência é grande. Na Vila Autódromo (500 famílias), a Associação de Moradores e Pescadores resiste à tentativa da Prefeitura de limpar o terreno para o consórcio Oderbhect-Carvalho Hosken implantar condominíos fechados de alta renda. A Associação elaborou um Plano Popular que mostra a possibilidade de urbanização da área, que custa menos que a remoção. E reivindica que a Prefeitura concretize esse plano. Essas remoções não são inevitáveis. Outro pode ser o legado da Copa e das Olimpíadas. É possível rever os projetos, urbanizar as favelas e preservar os direitos à moradia e à cidade dessas populações. Carlos Vainer é pesquisador do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur)
04 | entrevista
Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013
“Cabral perdeu moral para governar. Nem para ser síndico”
FATOS EM FOCO
ESCÂNDALO O deputado estadual Marcelo Freixo fala sobre as recentes atitudes do governador Sérgio Cabral que, segundo ele, são sinal de desespero
Salários atrasados de professores e funcionários motivaram o Ministério da Educação a suspender os vestibulares da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade). Ambas pertencem ao grupo Galileo Educacional que enfrenta uma crise financeira que já acumula mais de R$900 milhões em dívidas. Para obter o ressarcimento, os candidatos devem ligar para: 0800 606 9999.
Pablo Vergara
“Cabral perdeu qualquer moral para governar. Nem para ser síndico”
Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ) Fundo do poço. É assim que o deputado Marcelo Freixo (Psol) qualifica o governo de Sérgio Cabral (PMDB). Intimidado pelas manifestações que ocorrem na cidade desde junho, Cabral fez significativos recuos na agenda privatizante. Para tentar conter sua queda de popularidade, até mesmo a privatização do Maracanã está em suspenso. Brasil de Fato – O que explica essa sequência de recuos políticos do governador? Marcelo Freixo – É um governo agonizando, que paga o preço de seus acordos e da sua distância dos interesses da sociedade. Totalmente baseado em negociatas entre aliados que transformaram o governo num balcão de negócios na certeza total de impunidade. Áreas prioritárias como saúde foram privatizadas com as Organizações Sociais (OS), todo o sistema de transporte está na mão de empreiteiras. OAS administra o Metrô, a Odebrecht, a Supervia e a CCR (Camargo Correa e Andrade Gutierrez) administram barcas e ponte. Aí chega um momento que isso tudo explode e quando isso acontece é porque o governo chegou ao fundo do poço. Ele é uma pes-
O deputado estadual Marcelo Freixo
soa muito arrogante e para tentar recuperar alguma coisa, começou a ceder desesperadamente. Isso não é sinal de reflexão, é sinal de desespero.
“Este governador é patético. É inacreditável que ele cometa este crime e depois simplesmente peça desculpas” Quais serão as próximas bandeiras? O que falta avançar? A pauta das mobilizações está, desde o início, em disputa. Agora, o cancelamento da privatização do Maracanã ganhou força e visibilidade. A pauta da desmilitarização também. Em função da violência policial contra setores que não tinham sido vítimas essa pauta ganha força e, como um todo, vai perdurar. Diferente da pauta da corrupção, que é muito genérica, que trata a corrupção como se fosse uma questão comportamental, moral. A solução para a corrupção não vai ser através de aulas de moral e cívica ou religião,
mas através da reforma política, pauta que pode a qualquer momento voltar com força. Outra pauta importante que cresceu é a democratização da mídia. É um momento muito rico e positivo. Por que a sociedade não tolera mais o comportamento truculento da PM? Qual será o impacto da mudança de comandante da PM no Rio? A PM é a ponta de lança de um Estado violento. Não vai resolver isso só mudando a PM, essa mudança terá que ser mais profunda, pois a polícia cumpre ordem de um Estado violento. É um equívoco achar que o problema é o policial. Para qualquer mudança, teremos
que fazer debates, o que não é uma tarefa fácil já que a forte hierarquia não permite que se faça qualquer debate sobre a própria polícia. A queda do comandante Erir Ribeiro era esperada, ele não tinha capacidade de diálogo, nem de autocrítica, algo inadmissível para uma pessoa que tem vida pública. Ele não fez autocrítica do caso do Amarildo, nem da forte repressão policial nas manifestações. Espero que o próximo comandante estabeleça o diálogo. Que medidas o deputado está tomando com relação ao uso indevido de helicópteros do Estado para fins particulares da família do governador? Pablo Vergara
“Nós o denunciamos no Ministério Público Federal (MPF) por peculato, no Ministério Público Estadual por improbidade administrativa”
Este governador é patético. É inacreditável que ele cometa este crime e depois simplesmente peça desculpas. Quero saber se isso acontece no sistema prisional também. Nós o denunciamos no Ministério Público Federal (MPF) por peculato, no Ministério Público Estadual por improbidade administrativa, e na Assembleia por crime de responsabilidade com vistas ao impeachment. Cada uma desses organizações tem competências específicas. Esperamos que estas instituições respondam a nossas denúncias. Ao lançar um decreto normatizando o uso de helicópteros, o governador só pode estar de brincadeira. Já existe norma para veículo oficial. Cabral perdeu qualquer moral para governar. Nem para ser síndico. Por que é tão importante suspender a privatização do Maracanã? Essa concessão é uma das coisas mais absurdas. Essa privatização significa a elitização da cidade e o embranquecimento do espetáculo num espaço dos mais democráticos, onde populações pobres e ricas conviviam. Esse projeto de privatização é uma ação violenta do Estado sobre algo muito importante: o futebol é a principal fonte de alegria do Rio de Janeiro e isso não é pouca coisa. Todo o processo foi ilegal, sem audiência pública, a oposição pediu plebiscito e não foi atendida. E agora, diante dessas manifestações, o Cabral começa a recuar também na privatização do Maracanã. E basta ele querer.
Gama Filho
Debate Na próxima segunda-feira (12), a partir das 20h, no Teatro Casa Grande, acontece o debate: “O movimento social avalia a onda de protestos”. João Pedro Stedile, do MST; Tadeu Alencar, do DCE-UFRJ; Priscilla Mello, do Levante Popular da Juventude. O Teatro Casa Grande fica na Rua Afrânio de Melo Franco, 290 – térreo do Shopping Leblon, Rio de Janeiro. Organização: Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), Instituto Casa Grande – ICG e Jornal de Cultura e Política Algo a Dizer. A entrada é franca!
Campo Grande Dois engenheiros de obra da Guaracamp, que teria contribuído para o rompimento da adutora da Cedae, prestaram depoimento à polícia nesta segunda-feira (5). A inundação, ocorrida no dia 23 de julho, no Bairro Mendanha em Campo Grande, matou uma criança, a menina Isabela Severo de três anos, e deixou 16 feridos. Aproximadamente 200 imóveis foram afetados pelo acidente.
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Maracanã tem que ser nosso! Pablo Vergara
CONQUISTA Povo organizado tomou as ruas e garantiu importantes vitórias. Agora, a luta é por um Maraca público e popular
“Exigimos que o histórico Estádio Mario Filho, após ser descaracterizado de forma criminosa, possa receber novamente todo torcedor brasileiro, independente de poder aquisitivo ou classe social”
Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ) Um Maraca com amplos setores populares e com ingressos a preços acessíveis. Esse é o sonho e a defesa de vários setores da sociedade civil e principalmente de integrantes do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, organização que convocou mobilizações contra a demolição dos prédios do entorno do Maracanã.
Para amenizar críticas, na segunda-feira (5), um decreto regulamentou o uso da aeronaves. Agora, elas poderão ser usadas somente em “atividades próprias dos serviços públicos” “Exigimos que o histórico Estádio Mario Filho, após ser descaracterizado de forma criminosa, possa receber novamente todo torcedor brasileiro, independente de poder aquisitivo ou classe social”, escreveu em nota o Comitê. Esse desejo do povo carioca pode virar realidade já que o governador Sérgio Cabral (PMDB) sinalizou que a concessão do estádio está “em suspenso”.
Manifestação contra a privatização do Maracanã: as ruas como um tribunal popular
Uma série de mobilizações populares pressionou Cabral a desistir da demolição do Parque Aquático Julio Delamare, do Estádio de Atletismo Célio de Barros, da Escola Friedenreich, e da Aldeia Maracanã por indígenas. No local destes prédios seriam construídas lojas e prédios-garagem que gerariam lucro de R$ 19 milhões anuais à Concessionária Maracanã S/A. “As ruas decidiram num verdadeiro tribunal popular. É muito simbólico o retorno dos indígenas para a Aldeia Maracanã. Agora, vamos colocar em prática, junto com a sociedade e com os movimentos sociais, o projeto de um ponto de cultura. Essa é uma vitória única na história desses 513 anos de massacres das populações originárias”, disse Urutau Guajajara, uma da lideranças. A queda de popularidade (12% aprovação de Cabral segundo levantamento CNI/Ibope) fizeram soar o alarme no Palácio das Laranjeiras. Desgastes sucessivos com a Polícia Militar (PM) que reprimiu brutalmente manifestações e denúncias de improbida-
de administrativa, provocaram uma verdadeira reviravolta nas ações do poder público. Foi uma sequência de recuos: o entorno do Maracanã será preservado, o comando da PM foi alterado, o uso de helicópteros regulamentado e, por último, o quartel general da PM não será mais vendido. Maracanã público e popular Cabral já declarou publicamente a possibilidade de suspensão da concessão do Estádio e re-
tomada da gestão pública. Ele deu 20 dias para o Consórcio Maracanã, composto por Odebrecht, IMX e AEG, decidir se tem interesse em continuar à frente do estádio. Relutando contra a ideia de abandonar o projeto, o Consórcio informou que “vai encontrar uma alternativa à sua viabilização e continuidade, após a resolução do governo de manter tanto a escola, como o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Julio de Lamare”. Segundo o consórcio,
os custos mensais do estádio giram em torno de R$4,1 milhões. Em contrapartida, o consórcio pagaria R$ 5,5 milhões por ano ao governo para lucrar por 35 anos com o estádio. Só que as seguidas reformas do Estádio consumiram R$1,2 bilhões de reais de dinheiro público. Segundo o Comitê Popular da Copa, o consórcio pagaria menos de 15% do que foi investido em obras. Uso de helicópteros Cabral também foi denunciado por utilizar he-
licópteros do estado para transportar sua famílias nos fins de semana para Mangaratiba. Para amenizar críticas, na segunda-feira (5), um decreto regulamentou o uso da aeronaves. Agora, elas poderão ser usadas somente em “atividades próprias dos serviços públicos”. Pelo decreto, três das sete aeronaves que serviam ao primeiro escalão serão cedidas para o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil. O decreto, porém, não cita diretamente a proibição do transporte de parentes. Segundo denúncia, os helicópteros costumavam transportar a esposa de Cabral, seus filhos, as babás e até o cachorro Juquinha. Pablo Vergara
O entorno do Maracanã será preservado, o comando da PM foi alterado, o uso de helicópteros regulamentado e, por último, o quartel general da PM não será mais vendido Mobilização de indígenas que voltaram a ocupar a Aldeia Maracanã
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Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013
Polícia faz buscas na Rocinha por corpo de Amarildo Pablo Vergara
VIOLÊNCIA Cerca de 50 agentes fizeram buscas pelo corpo do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde 14 de julho do Rio de Janeiro (RJ) A Divisão de Homicídios da Polícia Civil destacou nesta quarta-feira (7) cerca de 50 agentes para as buscas pelo corpo do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde 14 de julho. Segundo o delegado Rivaldo Barbosa, responsável pelo caso, a polícia foi informada de que um corpo tinha sido encontrado na comunidade da Rocinha e os agentes foram até lá. Eles tiveram a ajuda de bombeiros, com cães farejadores. O corpo não foi encontrado, e as buscas foram encerradas por volta das 14h30.
Policiais tentam encontrar imagens gravadas por câmeras de prédios
“O local vasculhado, conhecido como Dioneia, é uma área extensa de mata, que fica distante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Nós ainda estamos trabalhando com duas hipóteses: se o crime foi praticado por policiais militares ou traficantes”, disse Barbosa. Na terça-feira (6), a polícia fez investigações na Rocinha, com o objetivo de refazer os últimos passos de Amarildo. Hoje serão ouvidas mais quatro pessoas, entre elas policiais militares, que poderão ajudar a localizar o pedreiro. O delegado também não descar-
tou fazer uma reconstituição do caso. Na segunda-feira (5), ele ouviu 14 policiais militares da UPP da Rocinha. Abordado por policiais na comunidade, Amarildo foi levado para a base da UPP e não foi mais visto. Na manhã de sábado (3), agentes e o delegado da Divisão de Homicídios ouviram depoimentos e fizeram uma perícia na sede da UPP na comunidade. Peritos usaram luminol, sustância química que permite encontrar vestígios de sangue, mesmo que o local tenha sido limpo. O resultado do exame ainda não foi divulgado. Os investigadores querem descobrir por que os aparelhos de GPS dos carros da UPP e duas câmeras de segurança da comunidade não estavam funcionando no dia do desaparecimento de Amarildo. Os policiais tentam encontrar imagens gravadas por câmeras de prédios e de pontos comerciais de São Conrado, na zona sul, que possam ajudar a esclarecer o caso. Ministra defende que investigação foque na ação da polícia A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse na sexta-feira (2) que é “preocupante” o fato de o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, no Rio de Janeiro, ter ocorrido depois de uma abordagem policial. Segundo ela, o inquérito deve ter como principal linha de investigação a responsabilização dos agentes policiais. (Agência Brasil)
Manifestantes pedem explicações sobre paradeiro de Amarildo de Souza
Protesto contra leilões do petróleo ENERGIA Manifestantes jogam ovos nos vencedores Samuel Tosta/Agência Petroleira de Notícias
do Rio de Janeiro (RJ) Ovos lançados contra grandes empresários e executivos que saiam da Escola de Guerra Naval foi a forma que alguns jovens encontraram de demonstrar sua indignação com a entrega do petróleo brasileiro. Nas dependências da Marinha, na Urca, zona sul do Rio de Janeiro, a Agência Nacional do Petróleo aproveitou a comemoração dos seus 15 anos de existência para assinar 24 contratos com seis empresas que arremataram blocos na 11ª Rodada de Licitações. A campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso promoveu uma manifestação durante toda a manhã desta terça (6). O diretor do Sindipetro-RJ, Francisco Soriano, interrompeu a assinatura dos contratos com um discurso contra a privatiza-
FATOS EM FOCO
Multa para quem sujar a cidade O presidente da Conlurb, Vinicius Roriz, anunciou que, a partir do próximo dia 20, a prefeitura começa a multar quem for flagrado sujando a cidade. A lei prevê multas que podem variar de R$157 a R$3 mil. No centro, o Programa Lixo Zero vai contar com 600 agentes que vão percorrer 42 vias, entre elas as avenidas Presidente Vargas e Rio Branco e ruas da zona Portuária.
Campanha “Golfe para quem?” Campanha “Golfe para quem?” protocolaram nesta terça-feira (6), na seção de Meio Ambiente do Ministério Público (MP), uma representação contra a prefeitura. O documento descreve irregularidades relacionadas à construção do Campo de Golfe Olímpico, na Área de Preservação Ambiental/ APA de Marapendi, na Barra. Membros do Coletivo de Resistência Popular Zona Oeste II também protestaram com um jogo de golfe em frente ao MP.
Confronto com a PM Manifestante é preso durante protesto contra leilões
ção do petróleo e destacou a ação cautelar promovida pelo movimento que busca evitar a consumação da 11ª rodada. Do lado de fora, com faixas, bandeiras e palavras de ordem petroleiros, estudantes e outros ativistas denunciaram o roubo que representa os leilões do petróleo. A campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso classifica esse processo como um grande assalto ao povo brasileiro e convoca a
população a reagir. A Polícia Militar agiu com truculência e extrema violência. O jovem Jair Rodrigues foi detido pela PM por desobediência e resistência à prisão. Levado para a 10ª DP em Botafogo, o ativista foi solto algumas horas depois. Ele aguardará em liberdade até a audiência marcada para 7 de outubro. (Agência Petroleira de Notícias)
Dezenas de manifestantes ligados aos grupos Black Blocs e Anonymous, que participaram nesta quartafeira (7) de manifestação contra a Rede Globo, saíram de frente do prédio da emissora, onde estavam concentrados, e bloquearam a Rua Jardim Botânico. A PM interveio e houve um princípio de tumulto quando um manifestante foi detido. Os policiais dispersaram os manifestantes com jatos de gás de pimenta.
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Antônio Luis/Folhapress
Micro-ônibus despenca de viaduto e morrem sete
SINDICAL
Professores em greve por uma educação melhor
ITAGUAÍ Veículo que estava lotado caiu de uma altura de 20 metros; outras seis pessoas ficaram feridas Douglas Corrêa do Rio de Janeiro (RJ) Subiu para sete o número de mortos na queda de um micro-ônibus do Viaduto Prefeito Isoldackson Cruz Brito, em Itaguaí. O veículo caiu de uma altura de 20 metros. No local, morreram seis pessoas, sendo quatro homens e duas mulheres.
A outra vítima morreu no hospital. O micro-ônibus pertence à Viação Itaguaí. Ele fazia o percurso Mazomba-Itaguaí e estava lotado. O viaduto é dividido por muretas divisórias e o trajeto é feito em linha reta, mas tem um declive na pista, que pode ter provocado o acidente. Apesar da proteção late-
Ônibus caiu de viaduto conhecido como Tobogã, na Av. Prefeito Isoldackson Cruz Brito, em Itaguaí
ral, o micro-ônibus capotou e despencou sobre a linha férrea. A MRS Logística, concessionária que explora a ferrovia que liga Juiz de Fora, em Minas Gerais, ao Porto de Itaguaí, no Rio, informou que o
transporte de minério de ferro está interrompido e não há previsão de liberação do trecho. Os feridos estão sendo atendidos no Hospital Municipal São Francisco Xavier e na Unidade de Pronto-Atendimen-
to (UPA) de Itaguaí, além do Hospital Municipal Pedro II, na zona oeste da capital fluminense, para onde foram levados seis feridos: três homens e três mulheres, que estão em observação. (Agência Brasil)
Uma nova Igreja sob o comando de Francisco? Flamengo F.C.
NOVOS ARES Papa afasta conservadorismo do discurso e defende uma Igreja missionária e comprometida com os pobres Rafael Duarte do Rio de Janeiro (RJ) Depois de um mês de junho agitado por milhões de pessoas tomando as ruas do Brasil, a visita do papa Francisco ao país para a Jornada Mundial da Juventude trouxe ares de reforma também nas estruturas da Igreja Católica. “Parece-me que a grande reforma de Bergoglio é acabar com um modelo de Igreja que ele chama de autorreferencial, centrada em si mesma, e dar vazão a uma Igreja missionária que saia de si”, destaca o historiador Sérgio Ricardo Coutinho, presidente do Centro de Estudos em História da Igreja na América Latina e assessor nacional da Comis-
são Episcopal para o Laicato – CEBs. Para Coutinho, o objetivo principal de Francisco seria fazer com que “de uma Igreja ‘encurvada’ e ‘doente’ ela passe a ser uma Igreja ‘acidentada’, que corra o risco de ir para o mundo, tocar ‘a carne de Cristo’ nas periferias geográficas e existenciais”. Os jovens nas ruas O papa aproveitou a vigília realizada na praia de Copacabana para mandar um recado forte e direto para a juventude: o de que os jovens não podem ter medo de ir para as ruas. “Nos identificamos muito com o discurso de Francisco, as suas palavras são muito próximas da nossa constru-
O papa Francisco exibe camiseta do Flamengo com seu nome
ção”, diz o secretário-geral da Pastoral da Juventude, Thiesco Crisóstomo, que avalia que Bergoglio inaugura um novo tempo na Igreja, construindo um olhar menos institucional e mais popular, focado na comunhão e participação. “Na organização da Pastoral da Juventude, começaremos um novo triênio com nossa reunião ampliada em janeiro de 2014. Lá traçaremos novas ações e, com certeza, depois da visita
do papa, a nossa campanha contra o extermínio de jovens será fortalecida ainda mais.” CEBs Quanto às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), elas também saíram do ostracismo durante a jornada, após anos de “recesso” nos espaços da Cúria romana. Apesar de o papa não ter anunciado com todas as letras que visitava o espaço de uma CEB, ao menos, revelou sua sim-
patia por elas ao abençoar, na comunidade de Varginha, uma capela típica de CEB. Isso porque embora continuem vivas e atuantes no Brasil e na América Latina – prova disso é que vem aí o 13º Encontro Intereclesial, no Ceará – ao longo dos últimos papados, não foram poucas as autoridades eclesiásticas que prefeririam não precisar lidar com elas, acusando-as de misturarem fé com política. Homossexualidade Quanto à declaração que o papa deu sobre os homossexuais – “se uma pessoa é gay e procura a Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-la? – a avaliação do presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT, Fernando Quaresma, é positiva. “Achei uma evolução da Igreja essa aceitação, essa aproximação com a comunidade gay. Nós temos vários LGBT dentro da Igreja.”
As escolas do estado do Rio de Janeiro não vão funcionar nesta quinta (8). Os trabalhadores da educação vão fazer paralisação de 24 horas. Nas escolas municipais, depois de 19 anos sem fazer greve, é bem provável que os trabalhadores decidam continuar parados por tempo indeterminado, lutando pela valorização dos seus salários e por melhores condições de trabalho. Eles reivindicam um reajuste de 19%.
Aulas só presenciais Nas escolas da rede estadual, a luta é por aumento de salário e também contra a proposta da Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) de instituir um percentual de 20% de aulas não presenciais. Os professores exigem que todas as aulas sejam nas escolas com a presença de professores.
Greve também no setor elétrico Na última terça-feira (6), os trabalhadores do setor elétrico, em greve desde o dia 15 de julho, fizeram uma passeata no Centro do Rio. A Eletrobras não apresentou proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Nesta quinta, reúnem-se em assembleia no Clube de Engenharia para discutir os encaminhamentos da audiência entre os sindicatos e a Eletrobras, no TST, em Brasília. Também decidem se aceitam ou rejeitam a contraproposta patronal.
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Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013
Mídia cala a boca sobre PSDB
Daniel Guimarães/Governo SP
POLÍTICA Para especialistas, cobertura da imprensa em relação ao caso de corrupção no Metrô e na CPTM mostra partidarismo dos veículos Patrícia Benvenuti da Redação O governo tucano de São Paulo se complica cada vez mais no caso do cartel das licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Documentos apresentados pela Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) comprovariam o pagamento de propinas a autoridades envolvidas no esquema que lesou os cofres públicos paulistas em pelo menos R$ 425 milhões. As denúncias de cartel são investigadas pela Operação Linha Cruzada, realizada pelo Cade em conjunto com a Polícia Federal. As suspeitas apontam para o envolvimento de 13 empresas na formação de cartel em seis licitações para aquisição de trens, manutenção e construção de linhas ferroviárias e de Metrô em São Paulo e no Distrito Federal. As fraudes, ocorridas entre 1998 e 2007, começaram a ser reveladas pela Siemens em julho, depois de um acordo de delação premiada para garantir imunidade para a companhia e seus executivos. Segundo informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, o Cade analisa diários da Siemens que contêm registros sobre as reuniões entre representantes da transnacional alemã e o governo de São Paulo.
Alckmin e Serra: esquema tucano blindado pelos meios de comunicação
De acordo com os documentos, o cartel, apelidado de a “grande solução”, era o desfecho preferido pela Secretaria de Transportes por garantir “tranquilidade na concorrência”.
Esquema lesou os cofres públicos paulistas em
425
R$ milhões
O cartel em São Paulo teria sido formado em 2000, no governo de Mário Covas (PSDB), para a construção da linha 5 do Metrô, e continuado durante as gestões de Geraldo Alckmin (20012006) e também no primeiro ano do governo de José Serra (2007). A ideia era formar um consórcio único para vencer licitações e depois subcontratar as empresas perdedoras que faziam parte do esquema, o que acabou acontecendo.
Imprensa Apesar da magnitude, o esquema de corrupção começou a ser noticiado de forma tímida na imprensa corporativa. Em sua edição de 14 de julho, a Folha de S.Paulo trouxe o assunto em uma manchete, mas só voltou a dar novamente visibilidade no dia 2 de agosto. Seu concorrente, o Estado de S.Paulo, não aproveitou o hiato da Folha para dar repercussão ao caso – publicou apenas matérias curtas e sem destaque. Quem deu fôlego às denúncias foi a revista IstoÉ, que apresentou duas reportagens de capa sobre a formação do cartel. As outras revistas semanais não se interessaram muito. Com exceção da Carta Capital, que abordou a denúncia em suas páginas, Veja e Época trataram do caso em poucas linhas – porém, nenhuma das duas cita nomes de autoridades envolvidas. Nos canais de TV o silêncio é ainda maior. As emissoras repercutiram pouco o caso. O Jornal Nacional, da TV Globo só trouxe o assunto à to-
A própria nomenclatura escolhida para os “mensalões” é um exemplo do tratamento diferenciado na em 2 de agosto, depois de as denúncias terem sido abordadas em jornais, revistas e, principalmente, nas redes sociais. Blindagem A postura dos meios de comunicação corporativos, porém, não sur-
preende os especialistas. Para o professor da USP Laurindo Leal Filho, a cobertura atual da mídia se assemelha ao que ocorreu durante as denúncias sobre o chamado “Mensalão Mineiro”, envolvendo lideranças do PSDB naquele estado. “A cobertura é bastante diferenciada quando é em relação ao PSDB. Há uma preocupação em não expor o partido, seus dirigentes e os governantes ligados ao partido envolvidos no caso”, afirma. Cobertura oposta ao que ocorreu quando o alvo das denúncias eram lideranças do PT. O profes-
Reprodução
Capas da revista IstoÉ, que apresentou duas reportagens sobre a formação do cartel
sor lembra que em 2005, durante a CPI do Mensalão, o assunto foi destaque nos noticiários durante meses. Outra peculiaridade é a ênfase no nome das empresas. Em outros casos de corrupção, explica Filho, é comum que os nomes das companhias sejam preservados, deixando o peso sobre os “corrompidos”. Agora, a lógica se inverteu. Os governos do PSDB são citados – quando o são – de forma discreta nas matérias. O presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, pensa o mesmo. A própria nomenclatura escolhida para os “mensalões”, de acordo com Borges, é um exemplo do tratamento diferenciado. “O caso do chamado Mensalão envolvendo o [José] Dirceu e o [José] Genoino é o Mensalão do PT; o Mensalão envolvendo Eduardo Azeredo e Aécio Neves em Minas não é o Mensalão Tucano, é o Mensalão Mineiro”, observa. (Colaborou Márcio Zonta)
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Corrupção causa risco a usuários do Metrô de SP Eduardo Knapp/Folhapress
PROPINODUTO Esquema de propina entre transnacionais e PSDB compromete serviço de manutenção Márcio Zonta da Reportagem Conforme o esquema de corrupção foi aumentando entre as transnacionais e os sucessivos governos do PSDB nas licitações envolvendo o transporte público sobre trilhos, o risco de acidentes fatais passou a ser incontrolável. Tal afirmação parte de especialistas e metroviários que vivem o cotidiano do Metrô. O motivo é que o novo sistema implantado na operação da companhia, bem como reforma de trens, aquisição de equipamentos e manutenção são desenvolvidos por empresas que ganharam licitações por fazer parte do esquema
“O Metrô sofre esses impactos em função de grandes desvios de dinheiro”
de corrupção e não pela capacidade para efetivar tais serviços. As oito novas composições de trens, entregues ao Metrô na atual gestão de Geraldo Alckmin, seria um dos exemplos.
“A Alstom não tem a mínima capacidade de pensar e gerar um sistema que vá resolver a problemática atual do Metrô” Segundo peritos no assunto, os trens não teriam especificidades de segurança para operar
Técnicos avaliam problema no vagão de metrô que descarrilou próximo a estação Barra Funda
no modelo atual. Diante de uma falha técnica e uma possível paralisação dos trens, o ar condicionado é interrompido, podendo sufocar os milhares de passageiros que por ventura estiverem a bordo dos vagões.
Além disso, o novo sistema implantado desde 2010 pela transnacional francesa Alstom na operação do Metrô tem contribuído para dificultar ainda mais a circulação dos trens. Em 2103, o Metrô registrou em média
Um dia de pane
uma pane por semana. Para o secretário-geral dos Sindicatos dos Metroviários de São Paulo, Paulo Pasim, os serviços contratados da Alstom pelo governo do estado, é um exemplo clássico, dentre as empresas
que fazem parte do esquema de propina acordado com o PSDB. “A Alstom não tem a mínima capacidade de pensar e gerar um sistema que vá resolver a problemática atual do Metrô, mas como esta envolvida nas falcatruas não perde licitação”. Dessa forma, tanto a segurança dos usuários do Metrô quanto dos funcionários da companhia estaria relegada ao segundo plano. “O dinheiro desviado para o esquema de corrupção poderia ser empregado para sanar essa problemática tranquilamente”, complementa Pasim. Rodrigo Dionisio/Folhapress
As falhas recorrentes nas operações do Metrô dobraram nos últimos três anos da Reportagem “A sensação é de estar sufocada e o sofrimento e angústia aumentou ainda mais por saber que realmente eu estava confinada, pensei que ia morrer amassada no meio de tanta gente sem poder respirar, sem poder me mover”, relata Izaura Neves, que diariamente utiliza o Metrô de São Paulo para se locomover até o trabalho. A jovem passou por essa situação depois de uma pane na linha vermelha do Metrô, em março deste ano, onde ficou por vários minutos presa
junto a uma multidão de pessoas num dos vagões da composição, que parou entre estações devido a uma falha técnica. “Muitas pessoas entraram em pânico e começaram a quebrar as janelas, vidros, portas, aqueles que conseguiam sair andavam pelos trilhos e pelas plataformas estreitas que têm no meio das estações”, conta. Izaura estava justamente a bordo de um vagão dos novos trens, que possui o sistema de arcondicionado. Porém, conforme a engenharia dos trens e o sistema do Metrô, ambos elaborados
pela Alstom, quando a via perde energia devido a um problema, o ar-condicionado é desligado automaticamente deixando os usuários sem ventilação interna. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo, preocupado com a situação, entregou há alguns anos ao Ministério Público paulista um documento elencando os principais riscos de vida aos passageiros do Metrô com a instalação dos novos trens. Até o momento o sindicato segue sem resposta do órgão público. No entanto, as falhas recorrentes nas opera-
ções do Metrô dobraram nos últimos três anos. Em 2010, o sistema registrou 1,51 incidente notável a cada milhão de quilômetros percorridos. Em 2012, a quantidade chegou a 3,31. Aliás, para não fugir do que tem sido um regra, um vagão de um trem da Linha 3-Vermelha descarrilou no final da manhã do dia 5 (segundafeira), entre as estações Marechal Deodoro e Barra Funda. E, mais uma vez, os usuários foram prejudicados. Eles foram retirados pelos metroviários pela passarela de emergência. (MZ)
Em vagão lotado, usuários aguardam retorno do serviço
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Nos EUA, milhares de pessoas apoiam soldado preso
FATOS EM FOCO Reprodução
WIKILEAKS Mais de 3 mil se oferecem para cumprir pena no lugar de Bradley Manning Steve Rhodes/CC
de São Paulo (SP) Mais de 3 mil estadunidenses já assinaram uma petição intitulada “Eu ficaria orgulhoso de cumprir parte da sentença de Bradley Manning”. O soldado, que foi absolvido do crime de ajuda ao inimigo, mas considerado culpado de outras acusações, como roubo e espionagem, pode ser condenado a até 90 anos de prisão. A petição, que precisa angariar 4 mil assinaturas, deve ser entregue ao Major General Jeffrey S. Buchanan, encarregado de rever a sentença depois que a juíza militar Denise Lind decidir qual será a pena de Manning, em um processo que pode levar semanas. Até a tarde de terça-feira (06), quase 3.200 pessoas já haviam assinado.
“Se cada um de nós se dispuser a cumprir parte da sentença dele, isso traria atenção para a quantidade de tempo a que esse jovem foi sentenciado”
A juíza Lind diminuiu a pena máxima de Manning dos 136 anos iniciais para 90, por considerar que algumas das acusações pelas quais ele foi condenado deveriam ser fundidas, segundo informações da Al Jazeera. A sentença começou a ser analisa-
Obama versus Putin O presidente dos EUA, Barack Obama, cancelou uma reunião bilateral com Vladimir Putin (foto) após tensões geradas com asilo temporário concedido a Edward Snowden. O encontro privado entre EUA e Rússia estava previsto para acontecer antes da cúpula do G20, em São Petesburgo, também no mês que vem.
Manifestação contra a condenação de Bradley Manning realizada em Chicago
da na semana passada e o processo deve durar, no mínimo, até sexta-feira (09). “Se cada um de nós se
dispuser a cumprir parte da sentença dele, isso traria atenção para a quantidade de tempo a que esse jovem foi sen-
tenciado e, esperançosamente, reduziria sua pena”, está escrito na página inicial da petição. (Opera Mundi)
Execuções e extrativismo são rotineiros em territórios
Em 24 de maio deste ano, a guerrilha maoísta emboscou um comboio civil no estado de Chhattisgarh, em pleno centro da Índia. Era uma excursão política de dirigentes do Partido do Congresso, que governa o país: quase 60 pessoas, das quais morreram 24 civis e 11 agentes especiais da polícia que vigiavam o comboio.
Segundo depoimento dos sobreviventes, o alvo era o deputado indígena Mahendra Karma, de 63 anos. As guerrilhas que participaram da ação identificaram Karma, dispararam no púbis dele e o apunhalaram 78 vezes, em turnos, até que ele sangrasse até morrer. Durante vários dias, a imprensa local e altos funcionários do governo hindu ressaltaram o evento macabro, acusando os
Os chanceleres do Mercosul apresentaram nesta segunda-feira (05), ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, uma queixa oficial contra a espionagem praticada pelos Estados Unidos em território sul-americano e revelada pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, a quem a Rússia concedeu asilo temporário.
Reprodução
ÍNDIA Nas operações policiais, povos originários do país são assassinados e depois acusados de serem guerrilheiros de São Paulo (SP)
Mercosul contra espionagem
Desde então, mais de mil homens morreram assassinados em Chhattisgarh e centenas de mulheres foram estupradas pelos paramilitares O deputado Mahendra Karma (ao centro), morto em Chhattisgarh
guerrilheiros de “atacar a democracia”, como expressou o primeiro-ministro Manmohan Singh. Uma explicação possível para esta execução se-
ria a Salwa Judum (Marcha da Paz), grupo paramilitar fundado por Karma em 2005, aparentemente para combater os maoístas. Desde então,
mais de mil homens morreram assassinados em Chhattisgarh e centenas de mulheres foram estupradas pelos paramilitares. (Opera Mundi)
Mais um neto da ditadura As Avós da Praça de Maio, dedicada à investigação do paradeiro de militantes de esquerda e 500 crianças sequestradas pela ditadura cívico-militar argentina, anunciaram na terça-feira (06) que recuperaram a identidade do neto de número 109. O último caso esclarecido foi reportado em novembro do ano passado, após ser identificado o corpo de Mirtha Noelia Coutouné, cuja gravidez não chegou ao final.
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Pílulas diárias de história AMÉRICA LATINA Núcleo Piratininga de Comunicação lança livro-agenda 2014 com informações sobre as lutas ocorridas nos países latino-americanos desde o século 19 até os tempos atuais Reprodução
Claudia Santiago do Rio de Janeiro(RJ) “América, América sou teu filho e digo. Um dia quero ser livre contigo. América morena do velho e do novo. Construindo a história na luta do povo.” Os versos da canção de Jacir Strapazzan expressam o sentimento de milhões de latino-americanos e latino-americanas que há 500 anos resistem ao roubo de suas riquezas, ao desrespeito à sua cultura, sua religião, sua língua, à exploração do seu corpo e à expropriação do seu trabalho. Essa história é contada pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) no seu livro-agenda 2014, que a cada dia traz notícias e informações sobre as lutas e insurreições ocorridas nos países latino-americanos desde o século 19 até os tempos atuais. Na abertura de cada mês, há textos sobre importantes acontecimentos, como a Revolução Cubana, a Insurreição Negra do Haiti, a formação do Exército Zapatista de Libertação Nacional, o pensamento de José Carlos Mariátegui, as lutas dos mineiros na Bolívia. Os artigos foram escritos por jornalistas e pesquisadores como Gilberto Maringoni, Nilton Viana, Mário Maestri, Mergulhão Ruas, Pedro Carrano, Claudia Korol, Carolina Ojeda, Beto Almeida e outros. O objetivo do material é possibilitar conhecer melhor a história dos nossos vizinhos, contribuindo para uma integração cada vez maior entre os países do continente. Índio bom é índio morto A história dos povos
latino-americanos é feita de dor, muita dor. Desde que aqui desembarcaram, os europeus nos viram sempre como mão de obra a ser escravizada e usada contra a nação latino-americana. Assim, oito milhões de vidas foram tragadas nas minas de Potosí, na Bolívia, durante 300 anos. Tantas vidas mais foram consumidas na extração do ouro e da prata para sustentar a Europa.
Desde que aqui desembarcaram, os europeus nos viram sempre como mão de obra a ser escravizada e usada contra a nação latinoamericana Em Veias Abertas da América Latina, o uruguaio Eduardo Galeano denuncia que, entre 1503 e 1660, desembarcaram na Espanha 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata. Contra as elites locais, no início da colonização, ou posteriormente, aliada a elas, a Europa fez correr sangue na América Latina. Os Estados Unidos, filho pródigo da Europa, não tardaram a seguir o mesmo caminho e cedo na sua história republicana puseram-se a arrombar com força as veias já abertas do nosso continente. Na Guerra do México (1845-48), os EUA incorporaram cerca de metade das terras do país. Os índios foram vítimas de um genocídio. Valia a máxima atribuída a um general estaduniden-
se que dizia que “o único índio bom é um índio morto”. América de sangue e suor Os EUA serão o principal responsável pelo sangramento da América Latina do século 20. A chamada Doutrina Monroe, de 1823, que tinha como tese central “a América para os americanos”, na prática, significava a América para os Estados Unidos. Um caso típico de aplicação da doutrina é o da transnacional estadunidense United Fruit Company (1899-1970), grande produtora e comerciante de frutas tropicais na América Central e no Caribe, que atuava politicamente na nossa região participando da implantação de ditaduras e derrubada de regimes democráticos.
“As grandes greves de operários, mineiros, ferroviários e camponeses por melhorias salariais, laborais e organizacionais foram sempre reprimidas violentamente pelos exércitos das oligarquias, com o apoio do capitalismo internacional”, como relembra Waldir José Rampinelli, ao falar sobre o século 20, no prefácio do livro História da nação latino-americana, de Jorge Abelardo Ramos (2012, p. 25). O livro-agenda, organizado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação, fala das lutas, revoltas e rebeliões dos povos latino-americanos ao longo dos séculos 19, 20 e 21. Trata da América Latina de sangue e suor e de suas cidades “alisadas pelo silêncio e pela morte”, como escreveu uma vez o escritor argentino Julio Cortázar.
Capa do livro-agenda 2014 do Núcleo Piratininga de Comunicação
O partido com paredes de vidro RESENHA Livro de Álvaro Cunhal que acaba de ser lançado no Brasil pela Editora Expressão Popular ajuda a compreender o Partido Comunista Português Miguel Urbano Rodrigues A primeira edição de O partido com paredes de vidro foi publicada em 1985. Era inimaginável então a tragédia que destruiu a URSS e transformou a Rússia num país capitalista. No horizonte próximo, o que se esboçava era a vitória do socialismo. No prefácio a esta 6ª edição, Álvaro Cunhal apresenta isso com espírito autocrítico, mas reafirma que o capitalismo está condenado a desaparecer porque não pode superar “insanáveis contradições internas e conti-
Álvaro Cunhal sabe que não há comunistas perfeitos. Não apresenta, portanto, o PCP como um partido de santos nua a mostrar-se incapaz de responder às legítimas aspirações econômicas, sociais, políticas e culturais da humanidade”. Este livro ajuda a compreender por que o Partido Comunista Português (PCP) resistiu ao desaparecimento da União Sovi-
ética e é uma das poucas agrupações comunistas europeias que sobreviveram intactas ao vendaval que desnaturou ou destruiu a maioria delas. Álvaro Cunhal sabe que não há comunistas perfeitos. Não apresenta, portanto, o PCP como um partido de santos. “Em cada ser humano há imensas potencialidades de evolução para o bem e de evolução para o mal. O partido, em relação aos seus membros, tem de confiar que com a sua ajuda a evolução será para o bem”. Miguel Urbano Rodrigues é jornalista e escritor português
SERVIÇO Reprodução
O PARTIDO COM PAREDES DE VIDRO Autor: Álvaro Cunhal Número de páginas: 234 Editora: Expressão Popular Preço: R$ 20,00
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Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013 Juliana Radler/Defeso Cultural
Paraty é aqui CULTURA CAIÇARA Até 11 de agosto, os cariocas podem conferir uma Paraty diferente Mariane Matos do Rio de Janeiro (RJ) Desde o início do mês, toda a riqueza de Paraty pode ser conferida pelos cariocas. Até o dia 11 de agosto, acontece a Caravana Paraty, no Centro Cultural Banco do Brasil. Lá é possível tomar contato com as tradicionais máscaras e bonecos de papel machê confeccionados por artesãos da cidade, assim como ler poemas e assistir a vídeos que percorrem o cenário cultural da cidade, que se encontra a 243 quilômetros da capital. Além disso, nos dias 8, 10 e 11 acontecem apre-
sentações de músicos da região. Como os grupos de rap Realidade Negra e o do Quilombo Campinho; a banda revolucionária da cena paratiense Ciranda Elétrica (com participação especial do grupo Os Caiçaras); e os grupos Chama Maré e Trio Mangarapira, que encerram o evento no embalo de seu ritmo nordestino, com a participação especial da Orquestra Voadora. O Caravana Paraty é uma ação encabeçada pelo projeto Defeso Cultural, que tem seu conceito associado à defesa da cultura e de costumes locais em contraste com a indústria cultural vigente
e a sua tradicional redução de tudo a valores comerciais. O conceito de defeso ligado à cultura foi concebido diante da especulação turística que a região de Paraty sofre, devido à gama de oportunidades que a exploração dessa atividade oferece. O projeto surge visando principalmente o incentivo a uma produção artística que se destoe da lógica econômica – já que a lógica do mercado ligado à invasão turística invade todos os espaços. Diante da exploração da região, seu idealizador, Luís Perequê, notou que havia sempre uma preo-
Cirandeiros Os Caiçaras na Candelária
cupação com a preservação ambiental – criando reservas e estabelecendo períodos de defeso para as espécies marinhas –, ao mesmo tempo em que se esboçava um grande descaso com a população local, seus hábitos e com as raízes da região, já que todos os olhares se voltavam apenas para o turismo.
SERVIÇO Caravana Paraty
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Rua Primeiro de Março, 66 - Centro 08 – Quinta: Realidade Negra, Jongo do Campinho da Independência e BNegão 10 – Sábado: Ciranda Elétrica e Os Caiçaras 11 – Domingo: Chama Maré, Trio Mangarapira e Orquestra Voadora
AGENDA Antônio Luiz
TERREIRO DE FRONTEIRAS Imagens captadas em 24 cidades diferentes da Turquia e do Brasil formam a exposição fotográfica Terreiro de Fronteiras, em cartaz no Parque das Ruínas, que reúne o Ocidente e o Oriente na iniciativa de exceder fronteiras e promover o intercâmbio político e cultural. Com entrada gratuita, até o dia 1o de setembro. De terça a domingo, das 10h às 18h. Parque das Ruínas, rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa. CURSO DE MÚSICA O Instituto Grupo Pão de Açúcar está oferecendo, para jovens entre 10 e 18 anos, cursos gratuitos de música. O programa, que inclui teoria, prática e história, também oferece aulas de violino, viola, violoncelo e contrabaixo. O curso tem duração de dois anos com aulas de 1h30 por semana. As inscrições estão abertas até sexta (09) e podem ser feitas nas casas
tas, a exposição é fruto de um trabalho de street art baseado em intervenções no transporte público. De terça a quinta, das 13h às 20h e sextas e sábados das 13h às 17h. Entrada Gratuita, no Centro de Artes Maria Livia Bessa
Terreiro de Fronteiras no Parque das Ruínas
do Instituto Grupo Pão de Açúcar. Mais informações: (21) 2577-0933. BAILÃO DO CASTELO Para comemorar um ano de Bailão, neste sábado acontece uma edição Cris Torres/Governo RJ
Música no Inst. Pão de Açúcar
especial. O Baile, que é símbolo de eventos democráticos e abertos, sairá do seu lugar de origem e abraçará Laranjeiras para festejar seu primeiro ano de muito sucesso. Com entrada gratuita, o evento está marcado para começar às 17h, na Quadra do Bloco Cardosão. Rua Cardoso Júnior, 420 – Laranjeiras. GRAFIAS URBANAS Projeto idealizado por alunos de Belas Artes da UFRJ, iniciado em 2012, dedica-se a desconstruir as paisagens urbanas e a nutrir uma nova visão da cidade. Agregando diversas técnicas e artis-
Teresa Vieira. Rua da Carioca, 85 – Centro. FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA E DANÇA Até o dia 11 (domingo), acontece o Festival Internacional Cello Encouter. O evento, que conta com dezenas de concertos, workshops e master classes, encontra-se em sua 19o edição. Desde o dia 1o de agosto, o festival tem reunido diversos nomes da música e da dança brasileira. A entrada é franca, porém a inscrição prévia online é ne-
cessária para a participação dos workshops e master classes. Programação no site: http:// riocello.com. BAIXADA JAZZ BIG BAND A banda composta por 16 músicos, surgida no cenário musical da Baixada Fluminense, vem desempenhando um importante papel na cena cultural carioca. Na próxima quarta (14), ela se apresenta no Santo Scenarium. Com entrada franca, o evento está marcado para às 20h. Rua do Lavradio, 36 – Lapa. Reprodução
Grafias Urbanas na UFRJ
Baixada Jazz Big Band no Santo Scenarium
Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013
variedades | 13
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS www.coquetel.com.br Nome artístico do músico (?) de Antonio ponta: a mais Pecci Filho avançada Causa do medo do pirófobo
© Revistas COQUETEL 2013
Aquilo Adorno coque mor- mo a garreu de ve- gantilha lho (pop.) Filtrar
Patrimônio Cultural da Humanidade que abriga 56 ilhas e pode ser visto a partir do Elevador LaAndar do cavalo cerda (BA)
Medido (o medicamento)
O mesmo que "pinha" ou "frutado-conde"
Bando Montaria de Sancho Pança (Lit.) Estrada, em inglês
Som de ave Bebida do Chapeleiro Louco (Lit.)
Elétron (símbolo) Sétima nota musical
Forma de uma cerimônia religiosa
"Uai, (?)!", expressão de espanto do mineiro Voto de (?), prática do coronelismo
Passado; decorrido Pessoa que fala muito e depressa (bras.)
Prefixo de "analgia" Machucar
(?) Láctea, galáxia do Sistema Solar Máquina comum em filmes de ficção científica Foco do atirador (pl.)
Solução
E
O
S
S
D T
O
O
B A I A D E
3/chá — leg — oar — onu. 4/fogo — road. 5/ferir. 6/seguro. 7/matraca.
HORÓSCOPO
C N O A D R O S C A D F O
Diretas
R
O
S A N
Labirinto Quadrinhos
S T E F O G Q U B U R P I O N C H A C O N
S
Jogo dos erros
e muito mais!
BANCO
T
to
Lançamen
G I A L H O A P E S I E L V U AI B A A N I O
Achei!
C O O L A T R I R O B R O R M A T R A C A
TODOS OS MESES NAS BANCAS E LIVRARIAS
Recipiente composto de bico, alça e tampa
I R I R L O S E N I G U
Jogos e Atividades
P A R E S
Perna, em inglês Elogio; louvor
(?)-luz: mede distâncias cósmicas
E S O L D A
Lançou, em 2011, a campanha "Mulheres e Direitos", pela igualdade de gêneros
R
As mensagens psicografadas por Chico Xavier Remo, em inglês Desilusão Nativos do nosso país que habitam o Paraguai
B
Assim que A benefiMaterial que serve ciária do de elo para peças álibi (jur.) metálicas Casais
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ASTROLOGIA - Semana de 8 a 14 de agosto O período especial para redefinir rumos, tendências a viver novos círculos sociais; Oportuno para mudar a maneira de lidar com relações e valorizar mais a existência.
Áries
(21/3 a 20/4) Semana para valorizar convívios sociais. Período bom para reatar convivências e buscar novos ambientes sociais. No amor, conversas serão fundamentais para manter relações e maior vínculo afetivo.
Touro
(21/4 a 20/5) Momento exige maior paciência com as pessoas que tem mais convivência. Semana requer mais dedicação a assuntos do lar. No amor, procure se afastar de antigos sentimentos. Período propenso a nostalgias.
Gêmeos
(21/5 a 20/6) Momento bom para estudos e trabalho. Período favorece para esclarecer assuntos pendentes com pessoas de maior vínculo afetivo. No amor, cuidado com as palavras, o que disser pode ter muito impacto.
Câncer
(21/6 a 22/7) Semana requer mais atenção com assuntos materiais e financeiros. Momento importante para a retomada de planos antigos. Evite ações consumistas, tenha mais cuidado com as despesas de rotina. No amor, evite posturas pegajosas.
Leão
(23/7 a 22/8) Momento favorece para projetos antigos e rever planos. Período especial para retomar estudos e assuntos que envolvam negócios. No amor, atenção com a maneira de se expressar.
Virgem
(23/8 a 22/9) Semana é de reflexão sobre atos e práticas cotidianas. Período bom para reclusão, até para equilibrar suas energias. No amor, seja generoso, mas atenção com os abusos alheios.
Libra
(23/9 a 22/10) Momento importante para rever amigos. Período para amenizar desgastes causados por contratempos. No amor, procure conversar mais sobre liberdade e costumes da vida afetiva.
Escorpião
(23/10 a 21/11) Período especial para mudanças, principalmente no trabalho. Semana importante para ponderar seus pensamentos e a maneira de expressá-los. No amor, evite ser demais exigente e cuidado com os exageros.
Sagitário
(22/11 a 21/12) Semana requer mais atenção para não se deixar mover por atitudes radicais. Período se destaca por mudanças e momentos marcantes. No amor, cuidado com os gestos de ciúme, confidências e evite posturas dramáticas.
Capricórnio (22/12 a 20/1)
Semana requer maior precaução com bens e finanças. Momento bom para temas financeiros. Período importante para terapias e algo que recarregue as energias. No amor, momento importante para lidar com alguns segredos.
Aquário
(21/1 a 19/2) Momento especial para definir assuntos de trabalho e negócios. Bom para mudar a maneira de lidar com as relações mais próximas. No amor, mais diálogo e paciência.
Peixes
(20/2 a 20/3) Momento bom para aproveitar mais para lazer e diversões. Viagens podem ser uma boa alternativa. Período exige mais cuidado com o corpo, saúde. No amor, seja mais prestativo, atencioso. Procure surpreender quem você gosta.
14 | esporte
Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013
Brasil se prepara para enfrentar dominicanas
FATOS EM FOCO
Novidade na Vela CBV
VÔLEI FEMININO Depois de três vitórias consecutivas no Grand Prix, time quer manter rendimento da Redação A seleção brasileira feminina de vôlei se prepara para enfrentar a equipe da República Dominicana nesta sexta-feira (09), às 18h, na cidade de Mayaguez, em Porto Rico, pela segunda etapa do Grand Prix. Embalada com as vitórias sobre as equipes de Polônia, Rússia e Estados Unidos na primeira semana da competição realizada em Campinas (SP), o Brasil deu especial atenção aos trabalhos físicos para aliviar os danos causados pela longa viagem. “O primeiro ponto é o alongamento”, explica José Elias Proença, preparador físico da seleção. “Nas viagens, elas ficam em posições que não são comuns no dia a dia. Fazemos um trabalho de reorganização da estrutura corporal de cada uma. Já o segundo ponto é o trabalho para atender dentro de quadra, chamado de trabalho de força. Como elas estão em uma academia diferente vamos ajustando as sequências”, conta.
Brasil deu especial atenção aos trabalhos físicos para aliviar os danos causados pela longa viagem
Todo cuidado possível Para a líbero Camila Brait, o bom começo vencendo adversários tradicionais dá confian-
ça, mas não garante vaga na fase final. “Sabemos que não tem time bobo no Grand Prix”, comenta a atleta. “As equipes de Porto Rico e da República Dominicana são boas e a Bulgária tem uma grande jogadora, que é a Vasileva. Precisamos tomar o maior cuidado possível e treinar muito bem essa semana”, disse.
“Entramos um pouco lentas em alguns jogos, mas conseguimos reverter isso e manter um bom padrão”
“Pegamos uma chave forte no início. No entanto, a equipe se comportou muito bem. Entramos um pouco lentas em alguns jogos, mas conseguimos reverter isso e manter um bom padrão. Também é muito bom nos recuperarmos dentro de um confronto”, garantiu Camila Brait. Um dos destaques da equipe na primeira semana de competição, Brait aparece na liderança das estatísticas de defesa da Federação internacional de Voleibol (FIVB). Feliz com o reconhecimento de seu desempenho individual, a atleta prefere destacar a atuação do grupo. “Normalmente não fico olhando as estatísticas, procuro sempre pensar no grupo, mas acho que ainda preciso melhorar”, termina. (Com informações da CBV)
Atletas treinam em Mayaguez, em Porto Rico
Ginástica feminina do Fla é campeã brasileira ESPORTE OLÍMPICO Meninas da categoria adulta trazem o título para a Gávea e Rebeca Andrade fica com a medalha de ouro no individual geral juvenil da Redação A equipe do Flamengo de ginástica olímpica ganhou, no último sábado (03), em Vitória, no Espírito Santo, o campeonato brasileiro da modalidade na categoria adulta, dividindo a primeira colocação com o clube Cegin, do Paraná. Outro destaque da competição foi a atleta rubro-negra Rebeca Andrade, que, pela segunda vez, venceu no individual geral juvenil. “Estou muito feliz por conseguir me destacar cada vez mais. Está fazendo efeito o ritmo dos treinos”, comentou Rebeca. “O salto foi a minha melhor prova e eu já esperava ser campeã, mas não
imaginava ganhar no individual geral, pois o meu solo não foi muito bom. O importante é que consegui”, disse a ginasta. Superação As atletas juvenis (dos 13 aos 15 anos) competiram com as adultas (mais de 15 anos), mas cada categoria teve a sua campeã individual geral. No somatório de pontos, Rebeca, de apenas 14 anos, superou até mesmo a marca alcançada pela ginasta que ficou com o ouro no adulto. Como a própria ginasta disse, o salto foi a sua melhor prova. Nenhuma atleta que participou da competição, contando inclusive com as adultas, fez mais pontos que ela
nesse aparelho. Outra flamenguista que se destacou foi Letícia Costa, que ficou com a prata no individual geral adulto. (Com informações da CBG) CBG
A ginasta Rebeca Andrade
O iatista Torben Grael foi contratado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para atuar como treinador-chefe da Seleção Olímpica de Vela. A contratação do atleta faz parte do planejamento conjunto entre o COB e a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) para o aperfeiçoamento e desenvolvimento da modalidade. Ao lado do também iatista Robert Scheidt, Torben é um dos maiores medalhistas olímpico do Brasil, com ouro em Atlanta 96 e Atenas 2004, prata em Los Angeles 84, e bronze em Seul 88 e Sydney 2000.
Basquete A seleção brasileira feminina de basquete conquistou o título invicto do 33º Campeonato Sul-americano da categoria, no último domingo (4), no ginásio de esportes Polimini, em Mendoza, na Argentina. Na final, a equipe brasileira derrotou as donas da casa por 67 a 58 e conquistou o 24º titulo sul-americano e o 14º consecutivo invicto. Essa foi a primeira competição oficial do time sob o comando do técnico Luiz Augusto Zanon.
Natação O bronze conquistado por Thiago Pereira na competição nos 400m medley acabou sendo a décima (três de ouro, duas de prata, cinco de bronze) medalha obtida pela equipe brasileira no Mundial dos Esportes Aquáticos de 2013, realizado em Barcelona, na Espanha. Este foi o melhor resultado de todos os tempos do país na história da competição. (COB)
Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013
esporte | 15 Bruno Haddad/Fluminense F.C.
opinião | Bruno Porpetta
Mais água no feijão O governador Cabral, com sua popularidade em queda e sentindo o bafo quente vindo das ruas em seu cangote, recuou nas demolições do Júlio Delamare, Célio de Barros, Escola Friedenreich e engoliu ainda o retorno dos indígenas da Aldeia Maracanã ao antigo Museu do Índio. Mais uma demonstração de que ir às ruas reivindicar direitos que são sistematicamente negados em nossa “democracia” é um método eficaz de incomodar os governantes, em geral, comprometidos com os interesses de meia dúzia de financiadores de suas campanhas eleitorais. Embora não admita (até para não passar ridículo), deixa em aberto uma possível retomada do estádio do Maracanã pelo poder público. O fato é que a concessão se tornou um péssimo negócio para os novos gestores do estádio. A conta da privatização do Maracanã só fechava pa-
ra o Consórcio com a destruição do seu entorno. Mas a inventividade dos tecnocratas de plantão não tem limites, por isso é importante reconhecer as vitórias e manter a disposição para as próximas batalhas. Feita sem diálogo com a população, a concessão do Maracanã foi mais um crime cometido contra o patrimônio público. Sangrando mais de um bilhão de reais de dinheiro público, o estádio foi repassado à iniciativa privada a preço de banana. Não se deve recuar diante de Cabral e seus amigos empreiteiros. Agora, o caldo já está fervendo, mas é preciso botar mais água nesse feijão. Só assim, o Maracanã voltará a alimentar de sonhos os torcedores deixados de fora da farra da privatização. Bruno Porpetta é autor do blog porpetta.blogspot.com
brasileirão | 13ª rodada Náutico X Atlético-MG Sáb | 10/08 | 18h30 | Arena Pernambuco
Botafogo X Goiás Sáb | 10/08 | 18h30 | Mané Garrincha
Fluminense X Flamengo Dom | 11/08 | 16h00 | Maracanã
Coritiba X Vasco Dom | 11/08 | 16h00 | Couto Pereira
Cruzeiro X Santos Dom | 11/08 | 16h00 | Mineirão
Corinthians X Vitória Dom | 11/08 | 16h00 | Pacaembu
Ponte Preta X Criciúma Dom | 11/08 | 18h30 | Moisés Lucarelli
Internacional X Atlético-PR Dom | 11/08 | 18h30 | Estádio do Vale
Bahia X Grêmio Dom | 11/08 | 18h30 | Fonte Nova
Portuguesa X São Paulo Dom | 11/08 | 18h30 | Canindé
Gol do atacante Fred garantiu o empate no Barradão
Com Fred, Flu arranca empate
BRASILEIRÃO Leão da Barra foi melhor no primeiro tempo. Em contrapartida, Flu mandou no segundo tempo e quase virou o jogo da Redação
Em um jogo com muitos passes errados do Fluminense, no qual um deles proporcionou o gol de Maxi Biancucchi, do Vitória, o resultado de 1 a 1 na noite de quarta-feira (7), no Barradão, ficou de bom tamanho. Maxi, primo de Messi, marcou para o Vitória após passe de Escudero na área, logo aos cinco minutos do primeiro tempo, e se tornou novamente artilheiro isolado, marcando seu oitavo gol na 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Leão atacou com desenvoltura no primeiro tempo, sobretudo nos 15 primeiros minutos, mas recuou no segundo, chamando o Flu para o campo de ataque. O Vitória começou melhor e teve o primeiro lance de perigo foi provocado pela equipe. Es-
cudero fez um lançamento para Maxi Biancucchi nas costas de Leandro Euzébio, mas Diego Cavalieri saiu para fazer a defesa.
O goleiro Wilson falhou e deixou Fred livre para empatar No segundo tempo, depois de salvar alguns lances, o goleiro Wilson falhou e deixou Fred livre para empatar. Após cobrança de escanteio, o goleiro do Vitória saiu mal, logo após salvar o time baiano, permitindo que Fred, livre na pequena área, apenas tocasse de cabeça para o fundo das redes. No último lance, o camisa 9 tricolor ainda acertou a trave após nova cobrança de escanteio.
O empate deixou os baianos na 5a. Colocação, quase no G-4, agora com 19 pontos. O time carioca segue na zona intermediária (14 pontos). Sob o comando do novo técnico Vanderlei Luxemburgo o Flu ainda não perdeu – uma vitória e dois empates. Enquanto pensa no
próximo jogo, contra o Flamengo, domingo, às 16h, no Maracanã, os advogados do Tricolor tomaram conhecimento na terça-feira (6) das datas e horários dos julgamentos do meia Deco e do atacante Michael, flagrados em exames antidoping durante o Campeonato Carioca.
FICHA TÉCNICA
1X1 Vitória Wilson, Gabriel Paulista,Victor Ramos; Fabrício, Danilo Tarracha (Mansur), Michel, Edson Magal, Luís Cáceres, Escudero (Renato Cajá), Camacho, Maxi Biancucchi, Dinei
Fluminense Diego Cavalieri, Igor Julião, Leandro Euzébio, Gum, Diguinho, Carlinhos, Edinho, Felipe, Eduardo, Jean, Wagner, Roberth Kenedy, Rafael Sobis, Fred
Barradão | Salvador (BA) | 07/08 | 19h30 Gols de Maxi Biancucchi (Vitória) e Fred (Fluminense)
16 | esporte
Rio de Janeiro, de 8 a 14 de agosto de 2013 Yuri Edmundo /Folhapress
Flamengo cede no último minuto
Joel Rodrigues/Folhapress
DECEPÇÃO Equipe segue sem conseguir vencer duas partidas seguidas no Brasileiro
Gol nos descontos tira o Botafogo da liderança
Botafogo empata com Atlético-MG
da Redação O Flamengo tinha a vitória nas mãos até o último lance. Mas o goleiro Lauro foi para a área e salvou a Portuguesa da derrota, marcando de cabeça o gol de empate em 1 a 1, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. O lateral João Paulo marcou o gol do Flamengo, em cobrança de pênalti sofrido por Hernane, que substituiu o lesionado Marcelo Moreno. Após o gol, o time carioca passou a se preocupar em administrar a vantagem, uma vez que a Portuguesa não mostrava forças para reagir. Só aos 32 minutos, é que o Flamengo voltou a incomodar, na conclusão rasteira de Hernane, bem defendida por Lauro. Nos minutos finais, o Flamengo passou a atuar
BRASILEIRÃO Elias e Lodeiro marcaram para o clube de General Severiano, enquanto Ronaldinho e Luan fizeram para os mineiros Léo Moura disputa lance: empate com a Portuguesa em Brasília
de forma ainda mais cautelosa para garantir o resultado, mas acabou castigado aos 48 minutos. O time de Mano Menezes segue sem conseguir vencer duas partidas seguidas no Brasileiro e ocupa a 12ª posição com 14 pontos. A Portuguesa segue na zona de rebaixamento, com nove pontos. No domingo (11), às 16h, o Flamengo enfrenta o Fluminense, no Maracanã, enquanto a Portuguesa joga contra o São Paulo, no Canindé, às 18h30m.
da Redação
FICHA TÉCNICA
1X1 Flamengo
Portuguesa
Felipe, Léo Moura, Wallace, González , João Paulo, Cáceres, Luiz Antonio, Elias, Gabriel (Adryan), Nixon (Paulinho) e Hernane (Samir)
Lauro, Luis Ricardo, Moisés Moura, Valdomiro, Rogério, Ferdinando, Bruno Henrique, Souza, Cañete (Bruno Moraes), Moisés (Jean Mota) e Gilberto (Diogo)
Mané Garrincha | Brasília (DF) | 07/08 | 21h00 Gols de João Paulo (FLA) e Lauro (Portuguesa)
Em busca dos três pontos VASCO Gigante da Colina tenta se afastar mais da zona de rebaixamento da Redação Após perder por 3 a 2 o clássico para o Botafogo, o Vasco tentará se redimir com sua torcida nesta quinta-feira (8), às 21 horas, contra a Ponte Preta, em São Januário, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Gigante da Colina soma 14 pontos e precisa de uma vitória para se afastar mais da zona de rebaixamento.
Antes da derrota para o Botafogo, o Vasco tinha empatado por 1 a 1 com o Goiás, em Goiânia, e vinha superando as desconfianças da torcida, mas sabe que um tropeço em casa poderá fazer o clima voltar a ficar bem ruim em São Januário. Ao priorizar a questão tática da partida, o técnico Dorival Júnior alertou seus comandados sobre a necessidade deles tomarem cuidado com o con-
tra-ataque da Ponte Preta. Uma peça importante com a qual o técnico poderá contar será Abu-
da. No treino de quarta (8), o volante treinou na vaga de Sandro Silva, lesionado.
O Botafogo empatou por 2 a 2 com o Atlético -MG na noite de quartafeira (7), em Belo Horizonte (MG). O gol de empate atleticano foi marcado no finalzinho da partida. Com o resultado, o time carioca perdeu a liderança para o Cruzeiro, que venceu o Criciúma e está com os mesmos 24 pontos, mas tem saldo de gols superior. Elias e Lodeiro balançaram as redes para o clube de General Severiano, enquanto Ronaldinho e Luan marcaram para os mineiros. O alvinegro carioca abriu o placar aos 14 minutos. Lodeiro cobrou escanteio fechado e Elias
desviou para vencer Victor: 1 a 0. Em desvantagem, o Atlético-MG saiu ainda mais para o ataque. E Ronaldinho Gaúcho cobrou falta com perfeição, sem qualquer chance para Jefferson, aos 28 minutos. A bola ainda tocou no travessão antes de estufar as redes. Na volta do intervalo, as equipes mantiveram o ritmo. E o Botafogo voltou a ficar na frente do placar. Lodeiro recebeu pela direita e acertou o ângulo direito de Victor: 2 a 1. Mas, no finalzinho da partida, o clube de General Severiano foi castigado. Luan conseguiu gol salvador no fim e decretou o empate: 2 a 2.
FICHA TÉCNICA
2X2
FICHA TÉCNICA
Atlético-MG
Botafogo
Vasco
Victor, Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva, Richarlyson (Júnior César), Pierre, Josué (Rosinei), Luan, Ronaldinho, Diego Tardelli e Jô
Jefferson, Gilberto, Bolívar, Dória, Júlio César, Marcelo Mattos, Gabriel, Elias (Sassá), Lodeiro (André Bahia), Vitinho (Lucas Zen) e Rafael Marques
X Ponte Preta
São Januário | Rio de Janeiro (RJ) | 08/08 | 21h00
Independência | Belo Horizonte (MG) | 07/08 | 21h50 Gols de Elias e Lodeiro (Bota); Ronaldinho Gaúcho e Luan (Galo)