cultura | pág. 12
Divulgação
Pablo Vergara
entrevista | pág. 4
Aldeia Maracanã para os índios
Com Glória Pires no elenco, filme que narra história de amor vivida por duas mulheres no Rio de Janeiro dos anos 1950/60 estreia nesta sexta-feira (16).
Urutau Guajajara defende que o Centro de Cultura Indígena, proposto pelo governo, seja pensado e administrado por indígenas, sem a intervenção do Estado.
Edição
“Flores raras” no cinema
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013 | ano 11 | edição 16 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Pablo Vergara
cidades | pág. 5
Vila Autódromo não será removida
brasil | pág. 9
CPI para apurar corrupção tucana As denúncias de corrupção e formação de cartel envolvendo o sistema ferroviário em São Paulo e no Distrito Federal poderão ser alvo de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, na Câmara e no Senado. Rafael Ribeiro/CBF
esporte | pág. 14
O atacante Hulk da Seleção Brasileira
Prefeito Eduardo Paes disse que está disposto a negociar a permanência das famílias e efetuar melhorias na comunidade que há anos vem sendo ameaçada de remoção. As ameaças se tornaram mais frequentes desde o anúncio de que o Brasil sediaria as Olimpíadas de 2016.
Deu zebra: Suíça vence Em tarde apagada de Neymar, time de Felipão vai mal e perde para selecionado suíço por 1 a 0, graças a um gol contra do lateral Daniel Alves.
02 | opinião
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
editorial | Brasil
Mais médicos cubanos e estrangeiros para o povo A PRESIDENTA Dilma propôs a criação do Programa Mais Médicos, o que gerou uma ampla reação conservadora, em especial de setores da categoria médica, aliados às forças políticas da direita. O Programa Mais Médicos é uma medida progressista que aumenta o acesso do povo brasileiro de regiões periféricas ao trabalho do médico e fortalece a atenção primária. Refutamos a tese defendida por parte da categoria médica de que o Programa Mais Médicos é antimédico. Pelo contrário, é a favor do povo, a favor do SUS. Faltam médicos no Brasil,
A luta por avanços estruturais na saúde não nega a necessidade de encararmos de forma emergencial a falta de médicos no Brasil em especial nas áreas rurais, nos assentamentos e acampamentos, nos pequenos municípios do interior e na periferia de grandes centros urbanos. É certo que em grande parte dos serviços de saúde as condições de trabalho são inadequadas, fruto de anos de políticas econômicas que privilegiam a medicina privada concentrada nos grandes centros econômicos. Porém, não é verdade que
todas as unidades que hoje se encontram sem médicos estão assim por faltar estrutura. E estão previstos investimentos nas unidades que receberão profissionais no Programa Mais Médicos. Os médicos brasileiros são mal capacitados para a Atenção Primária e para o SUS. Por isso, o apoio emergencial de Cuba é imprescindível. Atualmente, a ilha conta com 72,5 mil médicos (6,32
médicos por mil habitantes), sendo que 36 mil deles atuam na Atenção Primária e 26 mil são especialistas em medicina geral e integral. No Brasil, são 1,9 médicos por mil habitantes e a especialidade equivalente, chamada medicina de família e comunidade, conta com 1,5 mil especialistas de um universo de 31,5 mil médicos que trabalham no Programa Saúde da Família. E em Cuba não faltam bons médicos nos postos de saúde ou regiões rurais de difícil acesso. Além disso, cerca de 40 mil profissionais de saúde cubanos estão espalhados em mais de 60 países pelo mundo, cuidando
de pessoas em países com realidades completamente diferentes, do Haiti a Portugal. Vamos receber com expectativa os valorosos médicos cubanos. A luta por avanços estruturais na saúde não nega a necessidade de encararmos de forma emergencial a falta de médicos no Brasil. Os conselhos de saúde, movimentos sociais, sindicatos, movimento estudantil, instituições acadêmicas, partidos políticos e pessoas comprometidas com o SUS e com a Reforma Sanitária Brasileira não podem ter dúvidas: mais médicos cubanos e estrangeiros é mais saúde para o povo brasileiro.
editorial | Rio de Janeiro
Um mês sem Amarildo NESSA quarta-feira (14), completou-se um mês do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. Morador da Rocinha, Amarildo foi visto pela última vez sendo detido e conduzido em uma viatura da Polícia Militar (PM) em direção à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) localizada na mesma comunidade. Por estar, no momento de seu desaparecimento, sob custódia da PM e, portanto, do Estado, e por essa mesma PM já ter sido responsabilizada por inúmeros casos semelhantes, as maiores suspeitas recaem sobre esse organismo de segurança. Mesmo que os policiais envolvidos afirmem que Amarildo fora detido, interrogado e liberado. Mas, curiosamente as câmeras que poderiam comprovar a saída dele da UPP estavam danificadas. Desde então, muita pressão foi feita exigindo resposta
Redação Rio: redacaorj@brasildefato.com.br
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por parte do governador Sérgio Cabral e de seu secretário de segurança Mariano Beltrame. Houve e ainda há mobilizações incessantes na cidade do Rio de Janeiro e até em outros estados com o lema “Cadê o Amarildo?”. No entanto, até agora não houve nenhuma resposta que pudesse pôr fim à angústia da esposa, dos seis filhos, dos demais familiares de Amarildo, além dos milhares de cidadãos que protestam por mais justiça em nosso país. Esse triste episódio, que ninguém sabe o desfecho, intensificou uma grande quantidade de debates sobre o fracasso da política de segurança pública no Rio de Janeiro e em particular colocou na berlinda sua “garota propaganda”, as UPPs. Sabemos que se não houver medidas concretas estruturantes que resolvam as questões sociais em comunidades onde
historicamente o Estado esteve ausente, as UPPs serão apenas uma maquiagem que será facilmente borrada com qualquer chuva de verão. A herança das forças de repressão e o modus operandi do Estado ditatorial de 1964 a 1985 está presente ainda hoje em nossas polícias que tratam o povo como inimigos. Basta ver a forma de atuação da PM quando os envolvidos são moradores das comunidades pobres. É comum vermos ações onde a polícia extrapola suas funções constitucionalmente delimitadas e, acobertados pela gritante impunidade, prendem, julgam e executam. As mobilizações que assolam o país desde de junho ganhou um elemento a mais aqui no Rio de Janeiro: a luta pela mudança desse Estado policial e a necessidade de uma nova política de segurança pública como parte de um Estado cidadão.
A luta pela mudança desse Estado policial e a necessidade de uma nova política de segurança pública como parte de um Estado cidadão
Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti • Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Mariane Matos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper (Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Marina Tavares Ferreira • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – redacao@brasildefato.com.br • Webmaster: marc@infofluxo.com • Gráfica: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser, José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, Ricardo Gebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou assinaturas@brasildefato.com.br
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
Latuff
opinião | 03
André Mendes
Luta contra os moinhos de vento
André Vieira
Telesur, a voz do povo na TV! A REDE DE televisão multiestatal TeleSur (Televisión del Sur ) completou, dia 24 de julho, oito anos de transmissões ininterruptas. Criada em 2005, a nova Televisão do Sul (Telesur), é uma ferramenta para os povos da América Latina. Com sede em Caracas, na Venezuela, berço do socialismo do século 21, o veículo de comunicação tem atuado em importantes coberturas, a exemplo dos golpes de Estado em Honduras e no Paraguai e das tentativas de desestabilização na Venezuela, Equador e Bolívia. Parte integrante da Revolu-
ção Bolivariana, iniciada pelo comandante Hugo Chávez, Telesur se distancia dos demais veículos comerciais pois dá voz ao povo que sempre foi oprimido pelo sistema capitalista e criminalizado pela mídia burguesa. No Brasil, a Telesur esteve em importantes fatos, como a desocupação da Aldeia Maracanã em março de 2013, denunciando a violência policial, como também na recente retomada do prédio pelos indígenas. Durante o mês de junho, a emissora foi uma das primeiras a denunciar a truculência policial durante os protestos que
marcaram o Brasil. O canal ainda vem acompanhando de perto o desenrolar da Copa do Mundo e das Olimpíadas, dando voz às comunidades que resistem às remoções, como é o caso da Vila Autódromo. O sonho de construir uma comunicação de massas pautada pelos movimentos sociais é uma realidade, que encontra em Telesur um importante instrumento para a transformação social. André Vieira é jornalista, integrante da Memória Latina e colaborador da Telesur no Rio de Janeiro
Talles Reis
Amarildo, já sabemos a resposta O DESAPARECIMENTO de Amarildo completou um mês. E cada vez mais pessoas, no Brasil e exterior, perguntam: onde está o Amarildo? Infelizmente sabemos a resposta. Elizabeth, sua companheira, já declarou que não tem mais esperanças de encontrá-lo vivo. O ato de repetirmos incansavelmente essa pergunta assume um caráter de protesto contra a segregação social imperante na sociedade. Dados do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) mostram que, entre os anos de 1980 e 2010, 9.619 pessoas foram vítimas de violência poli-
cial no estado do Rio de Janeiro, das quais 4.500 foram vítimas fatais. O quadro é pior em São Paulo, com 18.195 vítimas, sendo 6.122 fatais. Números baseados na imprensa. Portanto, apenas os casos que se tornaram públicos ou em que houve denúncia das vítimas. Para as famílias das favelas cariocas a palavra “pacificar” significa alterar o tipo de medo e violência, e não “trazer a paz”. O Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão do governo Cabral, revelou que o número de desaparecimentos nas 18 comunidades “pacificadas” aumentou 56% após a instalação
das UPPs. Na Cidade de Deus o aumento foi de 306%. Entre 2007 e 2012 foram registrados 553 casos de desaparecidos nestas 18 comunidades. Em 22 anos foram 92 mil desaparecidos em todo o estado, cerca de 40% na capital. Em média, 15 Amarildos desaparecem por dia no estado do Rio de Janeiro. O Amarildo se soma a tantos outros casos de injustiças do nosso país. Não podemos deixar que a banalização da violência nos derrote. Talles Reis é militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
DESDE AS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES, um grupo de advogados atua incansavelmente na defesa dos militantes e lutadores sociais que batalham pelas demandas represadas da sociedade. Amparados em bandeiras como a desmilitarização das polícias e da segurança pública, e o combate à banalização das prisões provisórias, estes advogados assumiram in loco o compromisso nas ruas consubstanciado no lema: “Ninguém ficará para trás!”. É o Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), que já conseguiu através da defesa judicial livrar muitos manifestantes das prisões, seja em delegacias ou tribunais em madrugadas e dias seguidos, numa luta constante pela proteção do direito à liberdade de opinião e manifestação da população carioca. Tal dinâmica é relevante dado o alto índice de detenções e prisões arbitrárias (cerca de 400 – dados da OAB), envolvendo pessoas sem nenhuma familiaridade (maioria réus primários e de bons antecedentes) com o sistema penal. As delegacias têm apenas ratificado as ocorrências feitas pela polícia militar, e as prisões seguem um mesmo padrão de enquadramento: construção de tipos penais com pouco lastro probatório (apenas a palavra do condutor policial) e em dinâmicas que pouco dizem em relação ao conceito do tipo penal normativo em questão.
O DDH não pode compactuar com medidas que descumprem o acesso à justiça Casos de formação de quadrilha/corrupção de menores de pessoas detidas a esmo, sem motivo fundamentado, que nunca se viram na vida, moram em locais distantes e com realidades sociais diferentes, apontando para uma descrença de que estariam intencionalmente juntas para cometer crimes. Casos de porte de artefato explosivo ou mesmo porte de objeto perfuro cortante sem critério definido, reconhecendo “rojões de São João”, “cabeção de nego”, garrafas de plástico “com pedaços de pano ou mesmo de pau”, tesouras escolares, estilingue, como objetos de alta periculosidade passíveis de manter alguém preso por oferecer um perigo eminente à ordem pública e a paz social. O judiciário tem respondido as ações como um pêndulo, ora a se aproximar da pauta que a mídia oficial constrói com dramaticidade aos chamados atos de destruição e vandalismo, ora a se aproximar da garantia do interesse público e social no que tange o exercício de direitos e manifestação. Também a morosidade e excessiva burocracia no cumprimento dos alvarás de soltura dos presos nos presídios, com pedido de liberdade já deferido pelo juízo criminal, vêm gerando constrangimentos. O DDH, na busca pela proteção e dignidade humana, não pode compactuar com medidas que descumpram o acesso à justiça, gerem dano a quem expressa sua opinião mediante livre manifestação, diminuindo sua dimensão de dignidade, e sofrendo sequelas psicológicas de difícil duração que poderiam repercutir num déficit democrático e perda dos valores republicanos da nação brasileira. André Mendes é advogado do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH)
04 | entrevista
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
“Aldeia Maracanã deve ser pensada e gerida por índios” “Esse tombamento aconteceu por um milagre e achamos tudo muito estranho porque o Eduardo Paes e o Sérgio Cabral nunca foram simpáticos com a gente”
Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ)
Brasil de Fato – Paes e Cabral voltaram atrás e resolveram tombar o Museu do Índio. Agora a proposta é viabilizar um Centro Estadual de Estudos e Difusão da Cultura Indígena. Qual é a sua opinião sobre este Centro? Urutau Guajajara – O Centro não pode ser estadual porque questões indígenas são questões federais. Primeiro, porque o patrimônio está no nome da União. Segundo, porque é uma questão indígena fundiária e de demarcação de um território. De qualquer forma,
Moradores revoltados na Penha
Pablo Vergara
ENTREVISTA Urutau Guajajara defende que o Centro de Cultura Indígena, proposto pelo governo do Estado, seja administrado por índios
Desde que o prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral publicaram decretos que tombam o prédio do antigo Museu do Índio, os rumos e o futuro da Aldeia Maracanã estão em disputa. De um lado, está a proposta do governo de criar um “Centro Estadual de Estudos e Difusão da Cultura Indígena”. De outro, está o projeto, defendido por algumas etnias, de fundar as bases de uma Universidade Popular Indígena. Nesta entrevista ao Brasil de Fato, a liderança Urutau Guajajara defende que o espaço não tenha intervenção do Estado e conta como funcionaria a Universidade Popular Indígena.
FATOS EM FOCO
Aldeia Maracanã: as lideranças defendem que o espaço não tenha intervenção do Estado
estamos encaminhando essa discussão em grupos de trabalho que estão debatendo o assunto. Mas é problemático um centro “estadual”.
“Queremos que o Estado tutele apenas nossos direitos e não o ser humano. Isto está garantido na Constituição e em várias convenções internacionais” Você defende que o Centro Indígena não tenha intervenção do Estado. Por que a autonomia dos índios é importante? Porque essa é a chance da Aldeia Maracanã ser o primeiro patrimônio verdadeiramente indígena, pensado e gerido por índios. Nossa posição é que o Estado, prefeitura ou governo federal, venham apenas como parceiros. Reivindicamos isso porque, nesses 513 anos, nós nunca saímos da tutela do Estado. Queremos que o Estado tutele apenas nossos direitos e não o ser humano. Isto está garan-
tido na Constituição e em várias convenções internacionais. Nós queremos administrar nosso patrimônio. Este é o início de uma reparação de danos históricos. A Aldeia Maracanã sempre foi referência para índios de diferentes etnias e estados que se hospedavam no prédio. Porém, o governo rejeita a possibilidade de que o prédio continue servindo como moradia. Como vocês avaliam isso? Provavelmente não será como antes, mas queremos que exista um espaço para moradia, sim. Estamos planejando viabilizar uma Universidade Popular Indígena e, com certeza, teremos alunos residentes de outros estados e vamos precisar garantir residências provisórias para es-
tas pessoas. Não seriam moradias permanentes e esta seria uma forma de contornar a situação. De qualquer forma, já temos uma série de reuniões marcadas para debater este e outros temas. Vocês também travam negociações com o governo federal? Nós também negociamos com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Isto acontece porque o município pode tombar e destombar no dia seguinte. Esse tombamento aconteceu por um milagre e achamos tudo muito estranho porque o Eduardo Paes e o Sérgio Cabral nunca foram simpáticos com a gente. Na angústia de preservar a Aldeia Maracanã e evitar que o prédio fosse colocado a
baixo, descobrimos que qualquer prédio anterior a 1937 automaticamente tem que ser tombado. E simplesmente o Eduardo Paes sempre rejeitou isso, mesmo existindo lei. Agora ele e Cabral mudaram de ideia. Pelo visto, milagres acontecem. Que tipo de tombamento vocês defendem? No Iphan estamos discutindo o tipo de tombamento que queremos: com Universidade Popular Indígena, centro indígena e, principalmente, índios. Um tombamento em que caiba o ser humano desenvolvendo atividades culturais. Na universidade teremos cursos de tupi guarani e legislação indígena, por exemplo. O nosso caso, sem dúvida, é uma situação totalmente nova para o Iphan que só está acostumado a tombar igreja. Infelizmente, o processo no Iphan está sendo muito lento. Pablo Vergara
“Estamos planejando viabilizar uma Universidade Popular Indígena e, com certeza, teremos alunos residentes de outros estados” A liderança Urutau Guajajara
Depois de uma noite de desaparecido o corpo de Laercio Hilário da Luz Neto, de 17 anos, foi encontrado em cima da laje de uma casa no Complexo da Penha. A suspeita dos moradores é que a responsabilidade da morte seja da polícia. Bastante revoltados os moradores protestaram nessa terça-feira (13) pela morte do rapaz. A manifestação culminou com 3 ônibus queimados e 1 viatura da UPP apedrejada.
Zonas livres de direitos humanos O presidente da Anistia Internacional, o indiano Salil Shelty, ressaltou a urgente necessidade de correção da falta de solidez na aplicação dos direitos humanos no país. Após ouvir relatos de violência e abusos nas favelas do Rio e nas comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul, depreciou a ação policial nesses territórios, afirmando se tratarem de zonas de guerra.
A proibição do Funk caiu Depois de anos de luta, nessa semana, dia 13 de agosto, diversos coletivos vivenciaram a vitória da força da cultura popular, com o anúncio da revogação da resolução 013. Aprovada em 2007, pela Secretaria de Segurança Pública, tinha como objetivo limitar a realização de eventos culturais, esportivos e sociais no Rio de Janeiro, que não poderiam acontecer sem autorização prévia das autoridades locais.
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
cidades | 05
Prefeito afirma que Vila Autódromo não será removida MORADIA Eduardo Paes disse que está disposto a negociar a permanência das famílias e efetuar melhorias na comunidade que há anos vem sendo ameaçada de remoção Pablo Vergara
Sheila Jacob do Rio de Janeiro (RJ) Movimentos de luta pela moradia no Rio receberam uma boa notícia na última semana. Na sexta-feira (9), em reunião com a Associação de Moradores da Vila Autódromo, o prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ) disse que está disposto a negociar a permanência das famílias e efetuar melhorias na comunidade que há anos vem sendo ameaçada de remoção.
“Sempre soubemos que teríamos que sair por causa dos Jogos Olímpicos, o que seria uma tremenda covardia”
“Isso para mim foi uma grande surpresa, pois nunca ouvi que havia a possibilidade de a gente ficar. Muito pelo contrário. Sempre soubemos que teríamos que sair por causa dos Jogos Olímpicos, o que seria uma tremenda covardia”, comenta o presidente da Associação de Moradores, Altair Guimarães. Ele já passou por duas remoções e agora está otimista com a chance de não viver esse pesadelo novamente. Não é de agora que a Vila Autódromo está na mira das remoções, mas as ameaças se tornaram mais frequentes desde o anúncio de que o Brasil sediaria as Olimpíadas de 2016. Muitas informações desencontradas
chegavam pela imprensa, e as justificativas para retirar as famílias também foram várias. No início dizia-se que ali seria construído o Centro de Mídia e o Centro de Treinamento, mas o projeto vencedor do concurso internacional para o Parque Olímpico manteve a comunidade. Depois, foi apresentado um projeto que alterava a rota da Transcarioca para justificar a remoção. “Está claro que a retirada das famílias é para jogar para longe a população pobre que mora em áreas ricas”, observa Jane Nascimento, liderança da comunidade que entende que a especulação imobiliária é o verdadeiro motivo para os despejos. A comunidade está localizada no bairro de Jacarepaguá, bem perto da Barra da Tijuca. Ali vivem cerca de 500 famílias, muitas delas no local há mais de 20 anos. A maioria possui documento de concessão real de uso, concedido no final da década de 1990 pelo governo Brizola. Altair Guimarães acredita que as grandes manifestações que tomaram as ruas do Rio de Janeiro nos últimos meses foram fundamentais para a mudança de postura do prefeito. Ele lembrou que no dia 20/7 foi realizada uma grande marcha na Vila Autódromo, reunindo outras favelas ameaçadas e militantes sociais que apoiam a permanência da comunidade. “As autoridades esperaram o povo se mexer para pedir desculpa. Antes os projetos só beneficiavam uma minoria, mas agora a população vai ter que começar a ser ouvida”, observa.
Prefeito Eduardo Paes promete reunir-se com moradores da Vila Autódromo
Plano Popular prevê permanência da comunidade Ao invés da remoção, propõe melhorias sem prejudicar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (RJ) Moradores e especialistas do ETTERN (IPPUR/UFRJ) e NEPHU/ UFF elaboraram um Plano Popular que, ao invés da remoção, propõe melhorias sem prejudicar a realização dos Jogos Olímpicos. É uma alternativa mais econômica, que respeita a lei ambiental e prevê ações como o esgotamento sanitário de toda a comunidade, a recuperação das margens da Lagoa de Jacarepaguá e a criação de novas áreas de esporte e lazer. Respeitando a legislação ambiental, o Plano prevê ainda o reassentamento, na própria
comunidade, de famílias que hoje ocupam a faixa marginal de proteção de 15 metros no entorno da Lagoa. O projeto foi apresentado ao prefeito em agosto do ano passado, mas quase um ano depois ele não havia se pronunciado diretamente sobre o assunto. “Na verdade ele se posicionou da pior maneira possível. Não chamou para uma conversa, mas colocou agentes da prefeitura na Vila Autódromo para fazer cadastro, com ameaças de derrubada de casas, fazendo pressão e gerando insegurança nos moradores”, explica Gisele Tanaka, pesquisadora da UFRJ que assessorou
“Nós consideramos positiva essa atual postura do prefeito, porque reconheceu que errou em relação a Vila Autódromo e está disposto a abrir o diálogo e fazer uma negociação justa” os moradores na elaboração do plano. Ela conta que, frente ao silêncio do prefeito, algumas instituições foram
convidadas para avaliar o projeto e apresentar um parecer técnico. Dentre as entidades participantes estão o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Sindicato dos Engenheiros do Rio (Senge), dentre outras. O resultado será divulgado nos próximos dias. “Nós consideramos positiva essa atual postura do prefeito, porque reconheceu que errou em relação a Vila Autódromo e está disposto a abrir o diálogo e fazer uma negociação justa, considerando a permanência da comunidade”, afirma Tanaka. (SJ)
06 | cidades
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
Impasse para a instalação da CPI dos Ônibus continua POLÍTICA Início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ainda está indefinido Camila Nobrega/Canal Ibase
Cristina Indio do Brasil do Rio de Janeiro (RJ) Nesta segunda-feira (13), os vereadores Eliomar Coelho, Jefferson Moura, Renato Cinco, e Paulo Pinheiro, do PSOL, além de Teresa Bergher (PSDB), Leonel Brizola Neto (PDT), Márcio Garcia (PR) e Reimont (PT) se reuniram e decidiram manter o pedido de renúncia de quatro colegas que não assinaram a instauração da CPI. O apelo para que eles renunciem às vagas na comissão foi feito no plenário de forma individual. Os vereadores querem também anular a sessão de sexta-feira (9), quando houve a instalação da CPI e as eleições do vereador Chiquinho Brazão (PMDB) como presidente e do vereador Professor Uóston (PMDB) para relator.
“Eles não assinaram o requerimento de instauração da CPI, então eles são contra a CPI”
Os dois, e mais os vereadores Renato Moura (PTC) e Jorginho da SOS (PMDB), integrantes do colegiado, não assinaram o pedido de criação. “Eles não assinaram o requerimento de instauração da CPI, então eles são contra a CPI. Se são, não tem por que representarem a Câmara Municipal nesta CPI”, disse o vereador Márcio Garcia. Os parlamentares pretendem ainda alterar o Regimento da Câmara para impedir que vereadores que não participem dos pedidos de criação de
uma CPI integrem o colegiado e para garantir que o parlamentar autor do requerimento de instauração seja automaticamente eleito presidente. Por isso, segundo o vereador Márcio Garcia, o colega Eliomar Coelho, autor do pedido de criação da CPI dos Ônibus, deveria ser eleito presidente. Apesar de admitir que não assinou o requerimento de criação da CPI, o relator, vereador Professor Uóston, disse que a instalação da comissão foi legal e seguiu o Regimento Interno da Câmara. Ele informou que não vai renunciar ao posto e garantiu que os outros integrantes, incluindo o presidente Chiquinho Brazão, não pensam em se afastar da CPI. “O regimento da Casa determina que os membros da CPI serão escolhidos de forma majoritária entre partidos ou blocos e pelo critério da proporcionalidade”, disse. Os vereadores contrários à instalação da CPI marcaram ainda um encontro na terça-feira (13) com o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Marfan Vieira, para pedir a interferência do Ministério Público na questão. Na segunda (12), também a Câmara fez a primeira sessão desde que o plenário foi ocupado por um grupo de dez manifestantes na sexta-feira (9). Eles deixaram o plenário e foram para as galerias depois de uma negociação com alguns vereadores. A sessão, no entanto, foi encerrada por falta de quórum. Logo depois, os manifestantes, que pedem alterações na composição da CPI, voltaram a ocupar o plenário. (Agência Brasil)
FATOS EM FOCO
Testemunho da Verdade Nessa quarta-feira (14) a Comissão Estadual da Verdade promoveu mais um Testemunho da Verdade. Realizado na Alerj, o objetivo era ouvir quatro militares acusados de estarem envolvidos na morte e tortura do militante Mário Alves. Dos quatro intimados, apenas o Major de Jacarandá compareceu, e confessou o crime de tortura. Em conclusão, a sessão julgou que Mário Alves fora torturado, morto, empalado e desaparecido nas dependências do exército brasileiro.
Levante Popular da Juventude Manifestantes ocupam a Câmara dos vereadores: CPI ameaçada
Passeata de professores vai até a prefeitura MOBILIZAÇÃO Os professores da rede municipal estão em greve desde o último dia 8
Diante do acontecimento simbólico, esperado há mais de 40 anos por muitos ali presente, o Levante Popular da Juventude havia planejado uma intervenção com poesia e música, em homenagem aos desaparecidos e aos que lutam por justiça. Porém, houve uma grande repressão por parte dos seguranças.
Levy Ribeiro/Folhapress
do Rio de Janeiro (RJ) Mais de seis mil professores fizeram uma passeata pela zona sul da cidade nesta quarta-feira (14). Eles marcharam em direção ao Palácio da Cidade, sede oficial da prefeitura. Os manifestantes fizeram uma assembleia no Largo do Machado e decidiram caminhar até o palácio para tentar uma audiência com o prefeito Eduardo Paes. Os professores da rede municipal estão em greve desde o último dia 8. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ) se reuniu ontem com repre-
Assessor é agredido
Passeata de professores até o Palácio da Cidade, em Botafogo
sentantes das secretarias municipais de Gestão, de Educação e da Casa Civil, mas, segundo o próprio Sepe, não houve avanço nas negociações. Os professores querem um aumento real acima de 19%, a implantação de
um plano de cargos e salários unificado, eleição direta para diretores de escolas e abono dos dias de paralisação, entre outras reivindicações. Mais de 80% das escolas aderiram à paralisação. (Agência Brasil)
O assessor da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, Vitor Guimarães, ao tentar garantir a manifestação do coletivo terminou sendo agredido por seguranças. “É lamentável um acontecimento de repressão à liberdade das pessoas, principalmente em meio a um espaço em que se estava discutindo as consequências de uma doutrina que valorizava os espaços institucionais à vida das pessoas”, disse.
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
SINDICAL
Pressão adia votação do PL 4.330 O Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização, não entrou na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na quarta (14), como era a expectativa dos empresários. Segundo o presidente da Comissão, deputado Décio Lima (PT-SC), a proposta só deve entrar em discussão dia 3 de setembro. Na terça (13), manifestantes convocados pelas centrais sindicais lotaram o plenário da CCJ para impedir que o projeto fosse colocado em votação. Diante da pressão, o adiamento foi decidido durante a tarde e os líderes partidários fecharam acordo de não apresentar requerimento para inclusão da matéria na sessão de hoje.
Petroleiros reivindicam reajuste
Próxima audiência do Caso Cícero será dia 29 VIOLÊNCIA Advogada da família do camponês assassinado em janeiro teme que o acusado de ser o mandante do crime seja solto e prejudique o andamento do processo Pablo Vergara
Alan Tygel do Rio de Janeiro (RJ) O processo que investiga o assassinato de Cícero Guedes, ocorrido em Campos dos Goytacazes em janeiro deste ano, ainda está longe de chegar a um desfecho. O camponês era uma liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no norte fluminense, e sofreu uma emboscada quando voltava de bicicleta de uma reunião no acampamento Luiz Maranhão. No próximo dia 29, ocorrerá a segunda etapa da audiência, na qual a juíza Elisabete Franco Longobardi irá ouvir mais testemunhas, além dos réus. Após a oitiva, ela irá decidir se há elementos para continuar o processo ou se absolve os réus.
Metalúrgicos denunciam empresas
“É sabido que quando os acusados deste tipo de crime respondem em liberdade, a tendência é que atrapalhem o andamento do processo, pois as testemunhas se sentem pressionadas”
O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio denunciou ao Ministério Público do Trabalho as empresas Ahnidras, JKR e o estaleiro Eisa por descumprimento da legislação trabalhista. O MPT abriu inquérito para apurar as denúncias.
No momento, apenas José Renato Gomes de Abreu, acusado de ser o mandante, está preso. Renan Monção Barreto, Alcidenes Moreira Alves e Marivaldo Ribeiro dos Santos, suspeitos de serem os executores, respondem em liberdade.
Os petroleiros estão em campanha salarial. A categoria está reivindicando 20,32% de reajuste na tabela de salários. Entre as reivindicações está a definição do salário mínimo do Dieese como piso da categoria. Em julho o valor seria de R$ 2.750,83.
cidades | 07
Protesto diante do TRF pede justiça e fim da violência no campo
Caso a juíza entenda que há indícios suficientes sobre o envolvimento dos réus no crime, o processo segue para júri popular. Entretanto, a advogada Fernanda Vieira, que representa a família de Cícero, afirma estar preocupada. “É sabido que quando os acusados deste tipo de crime respondem em liberdade, a tendência é que atrapalhem o andamento do processo, pois as testemunhas se sentem pressionadas. Achamos que há elementos suficientes para que os quatro suspeitos respondam ao processo presos”, garante. “Violência tem origem no latifúndio” Para o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), a segurança das testemunhas é motivo de grande preocupação. “Caso o acusado de ser o mandante do assassinato do Cícero seja solto e os suspeitos de serem os executores não sejam presos, será mais uma
tragédia social cometida pelo Estado brasileiro que contribui para escalada da violência contra os setores mais pobres de nossa sociedade”, afirma. O deputado, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizou em junho uma audiência pública em Campos para debater a violência no meio rural, que vitimou somente neste ano dois militantes do MST. Regina dos Santos foi
encontrada morta em sua residência, no assentamento Zumbi dos Palmares, uma semana após o assassinato de Cícero. Freixo comentou ainda a origem desta violência. “Ela tem sua origem na estrutura política e social de uma sociedade construída sobre o poder do latifúndio e do modelo de desenvolvimento voltado para produção sucroalcooleiro para exportação e na impunidade histórica nos casos de violência contra os trabalhadores e trabalhadoras no campo”.
Homenagem na UENF Na terça (13), a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) prestou uma homenagem ao agricultor assassinado. O local em que há seis anos se realiza a feira da universidade foi batizado como Espaço Agroecológico Cícero Guedes dos Santos. Cícero foi uma referência na produção de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos, trabalhando sempre com o modelo a agroecologia. Por isso, diversos projetos de extensão da universidade visitaram seu lote, no assentamento Zumbi dos Palmares. Para Hermes de Oliveira, outra liderança do MST, Cícero era o expoente principal da feira. “Aqui ele vendia seus produtos, os frutos de muito trabalho dedicado à produção de alimentos saudáveis. Foi uma luta que teve início com a ocupação da Usina São João, em 1997, e nunca mais parou. E dependendo de nós, nunca vai parar”, comentou, enquanto descerrava a placa da homenagem junto ao reitor em exercício da UENF, Edson Correa da Silva. Pablo Vergara
“Foi uma luta que teve início com a ocupação da Usina São João, em 1997, e nunca mais parou. E dependendo de nós, nunca vai parar”
Cícero Guedes, dirigente do MST no norte fluminense
08 | brasil
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
Samsung é acusada de dar más condições de trabalho IRREGULARIDADES Ministério Público do Trabalho aponta infrações na fábrica da empresa na Zona Franca de Manaus; em 2012, 2.018 pessoas pediram afastamento por problemas de saúde Alex Pazzuelo/Governo do Estado do Amazonas
“A sujeição de trabalhadores a jornadas de 15 horas é algo inadmissível, especialmente em uma empresa do porte da Samsung”
Carlos Juliano Barros de São Paulo (SP) Para preparar uma caixa de telefone celular com carregador de bateria, fone de ouvido e dois manuais de instrução, o empregado da fábrica da Samsung localizada na Zona Franca de Manaus dispõe de apenas seis segundos. Finalizada essa etapa, a embalagem é repassada ao funcionário seguinte da linha de montagem, que tem a missão de escanear o pacote em dois pontos diferentes e, em seguida, colar uma etiqueta. Em um único dia, a tarefa chega a ser repetida até 6.800 vezes pelo mesmo trabalhador. Na fábrica erguida no coração da maior floresta tropical do planeta pela transnacional de origem sul-coreana – que em 2012 registrou lucro líquido recorde de US$ 22,3 bilhões – uma televisão é colocada em uma caixa de papelão a cada
Linha de montagem da Fábrica da Samsung em Manaus (AM)
4,8 segundos. A montagem de um smartphone, feita por dezenas de trabalhadores dispostos ao longo da linha de produção, leva 85 segundos. Já um ar-condicionado split fica pronto em menos de dois minutos. Os dados que pode-
riam inspirar uma versão amazônica de Tempos Modernos, do cineasta Charles Chaplin, constam de uma Ação Civil Pública (ACP) ajuizada dia 10 de agosto, contra a Samsung pela Procuradoria Regional do Trabalho da 11ª Região do Ministério Público do Tra-
balho (MPT). Mas os problemas não param por aí. 15 horas de trabalho O MPT flagrou diversos empregados que trabalham até dez horas em pé, assim como um funcionário cuja jornada extrapolou 15 horas em um dia e um empregado que
acumulou 27 dias de serviço sem folga. Por conta dos riscos à saúde de seus empregados imposto pelo ritmo intenso e pela atividade repetitiva da linha de montagem, eles cobram uma indenização por danos morais coletivos de, no mínimo, R$ 250 milhões da companhia sul-coreana, líder mundial do mercado de smartphones. Procurada, a Samsung não se manifestou até o fechamento desta reportagem. (Repórter Brasil)
Em Campinas, empresa já foi alvo de processo Na cidade do interior de São Paulo, Samsung já pagou indenização de R$ 500 mil Alex Pazzuelo/Governo do Estado do Amazonas
de São Paulo (SP) Antes de ser processada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) devido a problemas de saúde gerados a seus empregados na fábrica da Zona Franca de Manaus, a Samsung já havia entrado na mira do órgão federal por conta de denúncias de agressão física e verbal em sua segunda planta industrial no país, localizada em Campinas, no interior de São Paulo.
Em setembro de 2011, a companhia sul-coreana aceitou pagar uma indenização de R$ 500 mil por danos morais coletivos e assinou um acordo com a Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região comprometendose a acabar com a prática de assédio moral na fábrica – o que pôs fim ao processo judicial. De acordo com depoimentos colhidos pelos procuradores do MPT durante o inqué-
rito, funcionários eram vítimas de empurrões e xingamentos para dar conta do acelerado ritmo da linha de montagem de aparelhos eletrônicos da fábrica. O clima de terror psicológico era agravado por ameaças de demissão aos funcionários que reclamassem. Trabalhadores chegaram a pedir afastamento médico por quadros de depressão e até de síndrome do pânico. (Repórter Brasil)
Clima de terror psicológico era agravado por ameaças de demissão
FATOS EM FOCO
Um estupro a cada 12 segundos A informação é da ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em cinco anos os registros de estupro no país aumentaram em 168%. As ocorrências de registro do crime subiram de 15.351 em 2005 para 41.294 em 2010. Segundo o Ministério da Saúde, somente entre janeiro e junho de 2012, ao menos 5.312 pessoas sofreram algum tipo de violência sexual.
Assassinato na fazenda de Daniel Dantas Organizações denunciam o assassinato do trabalhador rural Welbert Cabral Costa, de 26 anos, que teria sido morto por um funcionário da Fazenda Vale do Triunfo, do Grupo Santa Bárbara, pertencente ao banqueiro Daniel Dantas, no dia 27 de julho. A fazenda fica em São Félix do Xingu (PA). Segundo relatos, Divo Ferreira, funcionário da fazenda, atirou na nuca de Welbert.
Uma morte por dia em SP Uma pessoa morre por dia, em média, em São Paulo vítima de acidente de trabalho. Em 2012, foram registradas 444 mortes no estado. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde, baseado nas notificações feitas pelos municípios. Desde 2006, foram registradas 2.239 mortes por acidentes de trabalho no estado. No mesmo período, 119.088 trabalhadores receberam atendimentos ambulatoriais e emergenciais pelo SUS.
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brasil | 09
CPI Mista pode apurar corrupção tucana Jeff Dias/Governo SP
DESVIO Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), iniciativa conjunta daria mais repercussão às investigações do esquema que envolve o PSDB Patrícia Benvenuti da Redação As denúncias de corrupção e formação de cartel envolvendo o sistema ferroviário em São Paulo e no Distrito Federal poderão ser alvo de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. A informação é do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que tem liderado as articulações para apurar as irregularidades no Congresso Nacional. O objetivo, segundo ele, é dar mais visibilidade à iniciativa, que deverá investigar o desvio de pelo menos R$ 425 milhões dos cofres públicos. “Ela [CPI] teria mais repercussão com o Senado e a Câ-
Ao todo o partido já formalizou 15 representações sobre o tema junto ao Ministério Público Estadual nos últimos cinco anos mara juntos”, argumenta. A relevância do tema, de acordo com o deputado, também justifica a criação de uma CPI nas duas Casas. “Os fatos envolvem uma quantidade grande de dinheiro, des-
“Os fatos envolvem uma quantidade grande de dinheiro, desviada de uma área muito sensível à sociedade brasileira”
Governo tucano segue blindado pela mídia e pela Assembleia Legislativa
viada de uma área muito sensível à sociedade brasileira, que é o transporte público. É um tema muito relevante para não ser investigado”, pontua. Irregularidades As irregularidades co-
meçaram a ser divulgadas em julho pela empresa Siemens, que fez um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que trabalha em conjunto com a Polícia Federal.
As suspeitas apontam para o envolvimento de 13 empresas na formação de cartel em licitações para aquisição de trens, manutenção e construção de linhas ferroviárias e de Metrô entre 1998 e 2007.
Em São Paulo, o esquema teria se iniciado em 2000, no governo de Mário Covas, para a construção da Linha 5 do Metrô, e continuado durante os governos de Geraldo Alckmin (2001-2006) e também no primeiro ano do mandato de José Serra (2007) – todas gestões do PSDB. Além da Siemens, o esquema teve participação da Alstom, Bombardier, CAF,, TTrans e Mitsui.
Uma rotina de falhas e limitações Recursos desviados poderiam ter sido investidos em melhorias do sistema ou na redução da tarifa Rivaldo Gomes/Folhapress
da Redação Em apenas seis projetos, R$ 425 milhões de reais. Esse foi o prejuízo para os cofres públicos paulistas do esquema de corrupção e pagamento de propina em licitações do Metrô e da CPTM, segundo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O rombo, no entanto, pode ser muito maior, já que as investigações ainda estão em andamento. O desvio de recursos públicos revolta a quem assiste, dia-a-dia, à piora do sistema de transpor-
tes. “Esses episódios são mais uma demonstração de que transformaram o transporte em fonte de lucro e de enriquecimento ilícito para grandes empresários e políticos”, afirma o presidente da Federação Nacional dos Metroviários e secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Paulo Pasin. Somente os valores identificados até agora, segundo o sindicalista, teriam sido suficientes para concluir a expansão da Linha 5 do Metrô, na zona sul – uma das obras suspeitas de integrar o cartel.
O desvio de recursos públicos revolta a quem assiste, diaa-dia, à piora do sistema de transportes Os recursos também poderiam ter sido utilizados, segundo Pasin, para subsidiar as tarifas de transporte. Cálculos do Sindicato dos Metroviários indicam que, se os índices de inflação fos-
Desvio de recursos públicos revolta usuários
sem aplicados de 1995 até esse momento, a passagem deveria custar R$ 1,90. Com os R$ 425 milhões ainda nos cofres, o
valor pago pelo usuário poderia ser ainda menor. As limitações do Metrô atingem principalmente quem mora em
áreas mais afastadas de São Paulo. A militante do Movimento Periferia Ativa Priscila Rabelo recorda que os bairros nas periferias não contam com estações de metrô. Com sorte, alguns têm estações da CPTM, com trens atrasados, sucateados e superlotados. A maioria, no entanto, ainda depende dos ônibus. “O cara que rouba uma carteira na rua é preso, um cara que desvia milhões não?”, questiona Priscila Rabelo. “Esperamos que essa conjuntura possibilite uma ação mais dura”, completa. (PB)
10 | mundo
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
Governo destrói acampamentos pró-Mursi e ao menos 95 morrem
FATOS EM FOCO
EGITO Irmandade Muçulmana, no entanto, argumenta que centenas faleceram nesta quarta-feira
Ser “atraente demais” foi o que impediu uma engenheira e designer de websites de 27 anos de tomar posse como vereadora na cidade de Qazvin, no Irã, a antiga capital do Império Persa. A informação foi dada pelo periódico britânico The Times nesta quarta-feira (14).
Wilson Dias/ABr
após os confrontos de rua entre forças de segurança e manifestantes islamitas que mataram 149 pessoas
de São Paulo (SP) O governo do Egito anunciou nesta quarta-feira (14) a imposição de estado de emergência por um mês no país, após os confrontos de rua entre forças de segurança e manifestantes islamitas que mataram 149 pessoas e deixaram 1.403 feridos, segundo a TV estatal. Já a Irmandade Muçulmana, grupo ao qual Mursi pertenceu até sua chegada à presidência, disse que a ofensiva das forças de segurança deixou centenas de mortos e milhares de feridos entre seus seguidores. O Ministério do Interior egípcio confirmou que cinco dos mortos são policiais e que 28 agentes ficaram feridos. Uma fonte do serviço de segurança disse à
O ex-presidente egípcio Mouhamed Mursi
Agência Efe que as autoridades têm sob controle a praça Al Nahda, em Giza, onde havia um dos acampamentos dos islamitas. O outro fica na praça Rabea al Adauiya, no
distrito de Cidade Naser. Sem tolerância Pouco depois da destruição dos acampamentos dos adeptos de Mursi, o atual governo do Egito
anunciou que enfrentará com “toda a dureza e firmeza” os ataques contra propriedades públicas e delegacias. O porta-voz do Conselho de Ministros She-
rif Shauqi leu um comunicado do Executivo no qual afirmou que perseguirão “os arruaceiros” para proteger as propriedades do povo. Além disso, o governo pediu à Irmandade Muçulmana que pare de estimular seus seguidores a prejudicarem a segurança nacional. (com informações do Opera Mundi)
Al Jazeera repercute ameaças sofridas por Latuff AMEAÇA O cartunista recebeu mensagens após fazer provocação por caso de morte de famílias de PMs em SP de São Paulo A rede de televisão árabe Al Jazeera repercutiu nesta sexta-feira (09) as ameaças de morte realizadas contra o cartunista brasileiro Carlos Latuff após sua recente provocação contra a violência da Polícia Militar. Ele concedeu de Porto Alegre uma entrevista de cinco minutos à emissora, em que afirmou temer ser assassinado ou agredido, principalmente após receber ameaças explícitas no Facebook. Os trabalhos de Latuff
Ele concedeu de Porto Alegre uma entrevista de cinco minutos à emissora, em que afirmou temer ser assassinado ou agredido têm grande repercussão no Oriente Médio e no Norte da África, principalmente após os levantes populares ocorridos no início de 2011 durante a Primavera Árabe.
As ameaças começaram depois de terça-feira (6), quando ele comentou o recente caso da morte de um casal de policiais e de toda sua família em São Paulo – as investigações apontam até agora, como único suspeito, o filho de 13 anos do casal, que também morreu (as investigações cogitam que ele teria se suicidado). “Garoto mata seu pai, que era policial da ROTA... esse menino precisa de duas coisas: atendimento psicológico e uma medalha”, postou. (Opera Mundi)
Reprodução
Machismo iraniano
Israel ataca a Palestina 1 o Ministério da Habitação de Israel anunciou nesse domingo (11) que aproximadamente 1200 novas casas estão para ser construídas em colônias judias nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia. São 793 em assentamentos no leste de Jerusalém e 394 em grandes colônias na Cisjordânia.
Israel ataca a Palestina 2 A força aérea israelense bombardeou Gaza nesta quarta-feira (14) após o lançamento de um foguete contra seu território, o qual teria sido lançado ontem desde a faixa e caído em uma área descampada, informou o Exército israelense. O ata ocorre no dia em que está previsto o reinício do diálogo entre israelenses e palestinos.
Fome na Namíbia
O cartunista Carlos Latuff
O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgou nesta segunda-feira (12) que 778 mil pessoas – um terço da população – estão sofrendo com fome e desnutrição na Namíbia. A grave crise é reflexo de uma seca severa que, dizem os especialistas, é a pior em três décadas.
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cultura | 11
Samba da Pedra do Sal exalta cultura negra Pablo Vergara
MÚSICA Roda de samba completa seis anos levando a tradição do samba para um dos lugares mais significativos para a negritude do Rio
“Nossa intenção é dar continuidade a algo que já existe há mais de 200 anos, respeitando e divulgando a cultura ancestral, no local onde tanto sangue negro foi derramado”
Gabriel Araujo do Rio de Janeiro (RJ) No lugar onde, há mais de 200 anos, soavam os primeiros batuques que dariam origem ao estilo musical hoje conhecido como samba e a manifestações culturais como o carnaval de rua, um grupo de sete sambistas realiza nos últimos seis anos, todas as segundas-feiras, o Samba da Pedra do Sal. Mais do que uma roda de samba, como os próprios músicos se definem, o movimento cultural popular representa a ocupação de um espaço originalmente pertencente à música popular brasileira. As vielas estreitas daquela área da Zona Portuária conduzem ao Largo da Baiana, no final da Rua Argemiro Bulcão, na Gamboa, onde fica a Pedra do Sal. Duas crianças brincam de escorregar numa parte da pedra, antes que o samba comece, ali onde a historiografia aponta ter existido o grande mercado de escravos e os trapiches para arregimentação dos estivadores do porto. O passado e o presente se misturam também na arquitetura antiga do local, colorida por grafites de referência ao samba, e nos refletores que iluminam a área onde os músicos se reúnem, em torno de três mesas de madeira,
Samba da Pedra do Sal: seis anos de tradição
para tocar sambas de todas as épocas. Caixas de som ligadas apenas aos instrumentos de corda lembram a modernidade, mas a roda é levada propositalmente sem microfone como era no passado. “Nossa intenção é dar continuidade a algo que já existe há mais de 200 anos, respeitando e divulgando a cultura ancestral, no local onde tanto sangue negro foi derramado”, comenta o percussionista Peterson Vieira. Ele cita Hilária Batista de Almeida, a “Tia Ciata”, negra baiana que veio morar naquela região, e foi, na casa de Candomblé de João Alabá, uma das precursoras do movimento que originou o samba. Naquela segunda-feira, a roda começa com sambas como Transformação, de Jurandir da Mangueira e João da Gente e Falsas Juras, de Milton Casquinha. Em determinado momento da noite a luz acaba no
bairro, o que não é suficiente para acabar com a animação dos sambistas que continuam a tocar. O público ajuda na palma da mão e outros sambistas chegam para puxar uma canção ou trazer seus instrumentos. O local vai, aos poucos, ficando lotado de gente de todas as partes do Rio de Janeiro, muitas saindo direto do trabalho, e até estrangeiros. Aniversário A Roda de Samba começou em 2006, nu-
ma iniciativa de músicos independentes e também de alguns sambistas egressos do grupo Batuque na Cozinha. Completando o sexto aniversário este ano, o grupo comemora o recente convite para uma apresentação no teatro Rival, ocorrida no último dia 26 de Julho, com direito a música inédita, a canção “Samba da Pedra do Sal”, composta por Mingo, Chiquinho Vírgula e Marquinho Diniz (filho do sambista Monarco).
Atualmente, integram a roda de samba os músicos Júnior Silva, violão de 7 cordas, Peterson Vieira, pandeiro e caixa, Wando Azevedo, surdo, Paulo Cezar, tantam e reco, Walmir Pimentel, cuíca e tamborim, e Júnior Travassos e Rogério Família, cavaco. Porto Maravilha Os músicos da Roda de Samba da Pedra do Sal estão entre os principais interessados nas transformações pelas quais passa a Zona Por-
tuária, com o projeto Porto Maravilha. Apesar da expectativa otimista em relação às modificações planejadas, eles temem uma descaracterização cultural do bairro. “Esta região, abandonada pelo poder público e investimentos particulares por mais de 80 anos, agora está no centro dos interesses por vezes oportunistas do capital imobiliário e do mercado da música”, enfatiza Walmir Pimentel, professor de geografia e músico. Ele revela que entes públicos e representantes da concessionária responsável pela obra se comprometeram em assegurar que a roda de samba e o local, tombado pelo patrimônio histórico, serão preservados.
Divulgação
“Esta região agora está no centro dos interesses por vezes oportunistas do capital imobiliário e do mercado da música”
SERVIÇO RODA SAMBA DA PEDRA DO SAL Dia: Todas as segundas-feiras Horário: À partir das 19 horas Local: Largo da Baiana, Gamboa, Zona Portuária Preço: Gratuito Roda de Samba começou em 2006
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“Flores raras”
SERVIÇO Reprodução
CINEMA História de amor vivida por duas mulheres no Rio de Janeiro dos anos 1950 estreia nesta sexta-feira Mariane Matos do Rio de Janeiro (RJ) Com o filme Flores raras, o cineasta carioca Bruno Barreto volta às telinhas, depois de sucessos como O Casamento de Romeu e Julieta e Última parada 174. Ambientado no Brasil da década de 1950 e 1960, o longa-metragem é uma adaptação do livro de Carmem Lúcia Oliveira, Flores raras e Banalíssimas. O romance conta a história de amor vivida por duas mulheres completamente diferentes; de um lado a poetisa americana Elizabeth Bishop –
interpretada pela atriz australiana Miranda Otto – e de outro a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares – interpretada por Glória Pires. A história tem início com a vinda da poeta americana para o Brasil, que em busca por inspiração decide passar um tempo na casa de sua amiga, colega de faculdade, Mary (Tracy Middendorf ), que, por sua vez, vive com Lota. O conflito amoroso é retratado em meio à construção de Brasília e a mudança da capital do Rio de Janeiro para a nova cidade. A arquiteta Lota, com
sua autoconfiança, recria a cidade carioca através de seu ambicioso projeto que deu lugar ao Parque do Flamengo. Enquanto Elizabeth se adapta à mudança cultural, lidando com sua fragilidade emocional e com seus problemas com o alcoolismo. Encarando, inicialmente, problemas com patrocínio, por se tratar de um filme que protagoniza um casal homossexual, o longa espera contribuir para a naturalização do assunto pela sociedade através da história real de duas mulheres de destaque, com suas histórias pouco co-
Flores Raras Ano: 2012 Gênero: Drama Diretor: Bruno Barreto A atriz Miranda Otto vive a americana Elizabeth Bishop
Elenco: Gloria Pires, Miranda Otto e
nhecida pelos próprios brasileiros. O filme já foi exibido em diversos festivais pelo mundo (Berlim, Sun-
dance e Gramado), tendo seu lançamento nas salas de cinema brasileiras marcado para esta sexta-feira (16).
Tracy Middendorf País de origem: Brasil Língua: Português/Inglês
AGENDA Divulgação
O CIRCO E A CIDADE Acontece até sábado nas ruas do Rio de Janeiro o projeto “O Circo e a Cidade”. A programação que inclui, desde a semana passada, espetáculos e oficinas terá em seu encerramento a apresentação dos alunos da Escola Livre de Palhaços. Esquetes e intervenções treinadas durante o curso também serão exibidas. Evento ao ar livre e gratuito, dia 17/08 às 16h. Largo do Machado. FESTEJANDO O BRASIL Neste sábado (17), a Pedra do Sal estará marca-
dicam os seus donos. A mostra, que teve início em meados de julho, fica em cartaz até este sábado (17). Entrada gratuita. De segunda a quinta, das 9h às 20h; e sextas e sábados, das 9h às 21h. Passeio Shopping, Rua Viúva Dantas, 100 – Campo Grande.
Escola Livre de Palhaços apresenta O circo e a cidade
da pelas diversas caras do Brasil. Com a finalidade de celebrar a diversidade do nosso país, o evento “Brasil de lá, Brasil de cá” envolverá a mescla de músicas e bandas baseada nas diferentes formas
do nosso folclore. Com a apresentação de grupos como o Lá e Cá, Côco Bongar e Cordel do Fogo Encantado. Entrada gratuita, dia 17/08 a partir das 17h. Largo da Baiana – Praça Mauá.
Helcio Peynado
O VELHO NOVO Inspirada na paixão do homem pela máquina, a mostra de carros faz um passeio por essa relação de amor que ultrapassa gerações. A exposição fotográfica vai de modelos clássicos internacionais a nacionais, resgatando tanto o carro popular quanto o de luxo, destacando, principalmente, a idolatria a que se de-
Exposição Carros – o velho novo, no Passeio Shopping
DUO SANTORO A dupla formada pelos irmãos Paulo e Ricardo Santoro, tradicionalmente ligada tanto à música popular quanto à música erudita, lançará neste sábado seu primeiro disco: “Bem Brasileiro”. Reconhecidos como o úni-
co duo de violoncelos em atividade permanente no país, dedicam seus trabalhos à difusão da música nacional. O concerto acontecerá às 17h na Casa de Leitura e possui entrada gratuita. Rua Pereira da Silva, 86 – Laranjeiras. CIRCO VOLANTE Em atuação desde 2000, o projeto Circo Volante percorre ruas, escolas, praças, teatros e empresas de todo o Brasil. Através de indagação e pesquisa buscam resgatar e divulgar a cultura popular brasileira, enfatizando a prática cirDivulgação
Duo Santoro apresenta “Bem brasileiro”
cense e a arte de fazer rir. Combinando técnica e improviso, o grupo está se apresentando desde sexta passada (9) na lona do Circo Crescer e Viver. Neste final de semana, acontecem os espetáculos “Destino das Flores” (15 e 16, às 20h) e “Um dia de João” (17 e 18, às 18h). Até o dia 25/08. Entrada Gratuita. Rua Carmo Neto, 143 – Praça Onze. DESVENDANDO O IMPROVÁVEL O Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói apresenta entre julho e agosto as obras do artista Alexandre Dacosta que compõem a exposição “Percursos de Coexistências Improváveis”. A mostra é reflexo do estilo do artista, que busca contemplar uma arte além da apreciação, misturando e incorporando poesia e filosofia. Em cartaz até o dia 25/08, possui entrada franca. De terça a domingo, das 10h às 18h. Mirante de Boa Viagem – Niterói.
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variedades | 13
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS www.coquetel.com.br Iguaria frita da culinária oriental
© Revistas COQUETEL 2013
Fator de classificação do polígono (pl.)
(?) espaciais: "veículos" dos extraterrestres (?) II, faraó que construiu o Grande Templo de Abu Simbel
Massa procurada no autoexame de mama
Mensurei A "Bela Adormecida" (Cin.)
Duke Ellington, pianista dos EUA
(?)-branco, o crime do mundo corporativo Máquina que limpa roupas (pl.)
Répteis extintos pela queda de um meteoro Luta; batalha Marca o final do desfile de escolas de samba
Capital da Coreia do Sul Criminosa (?)-se: cair (no chão)
Saco de papel de cafeteiras elétricas Apresentação do filme no cinema
Unidade social estudada pelo etnólogo Mau (?): presságio de notícia ruim
Rocha, em francês O Vitória é o maior da África Cure
(?) freático, reserva de água Autores (abrev.) Beiras; margens
Objeto sem valor (gíria)
Sílaba de "ronda" Sol, em inglês
Grito de agonia (bras.)
INFERNO Ele, em inglês
Baile popular de forró (pop.) Armações dos pneus de bicicletas
(?) Rosa, compositor de "Fita Amarela"
Nas bancas e livrarias. N
2/he. 3/roc — sun. 4/lago. 6/aurora — prélio. 7/tratado. 9/estatelar — rala-bucho.
BANCO
HORÓSCOPO
de Dante em 100 ENIGMAS
Solução C N H O O R A S D D E U R O S L R S O C Ã L AG O S Ã O A U L EN T R E R O N S E Ç U C H O N O E L
Matériaprima da indústria de papel
Uma viagem fantástica pelo
R N C O L A R I L A V A D I D E M DI N O S S A H S SE U CU R O P E L I O R S P E R T A A A T AD O E R S L U L O A L A B R O S
No interior de; dentro de Debaixo de
D I M T A R V C E R A
O reino dos sacis (Folcl.) Pacto
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ASTROLOGIA - Semana de 15 a 21 de agosto - A semana traz tendências que indicam necessidade de cuidados com o corpo e a saúde; Favorável para acrescentar conhecimentos, se dedicar a novos estudos e trocar informações
Áries
(21/3 a 20/4) Semana recomenda moderação nas questões financeiras, evitando gastos desnecessários. Momento requer mais atenção no trabalho. No amor, evite julgamentos precipitados. Confidências vão aparecer com mais frequência.
Touro
(21/4 a 20/5) Semana será marcada por problemas familiares. Momento positivo para as questões profissionais. Evite indefinições com certos assuntos. No amor, assuntos esclarecedores marcarão a vida afetiva.
Gêmeos
(21/5 a 20/6) Semana para se envolver de maneira mais intensa com inovações para o trabalho e sua rotina em geral. Este período deixa o raciocínio mais lento para algumas decisões. No amor, faça algumas surpresas. Valorize as amizades.
Câncer
(21/6 a 22/7) A semana traz tendências para mais convívios sociais. Assuntos financeiros e materiais exigem cuidados na resolução. No amor, seja mais cuidadoso e evite posturas pegajosas.
Leão
(23/7 a 22/8) Momento importante para organizar assuntos familiares e junto a pessoas de vínculos afetivos fortes. No amor, semana de nostalgias, lembranças importantes estarão presentes e tendem a tomar sua atenção.
Virgem
(23/8 a 22/9) Semana requer mais cuidados com desgastes diários, principalmente profissionais. No momento, atividades culturais e estudos são propensos. No amor, cuidado com a ansiedade para dizer o que sente.
Libra
(23/9 a 22/10) Semana boa para intensificar as relações de amizade e também vivências em grupo. Momento exige mais cuidado com as diferenças, principalmente de pensamento. No amor, momento para mais convivências sociais e paqueras.
Escorpião
(23/10 a 21/11) Momento bom para novos objetivos, principalmente definir projetos antigos. Período importante para agir com diplomacia. Mais dedicação com familiares. No amor, maior intensidade com os sentimentos.
Sagitário
(22/11 a 21/12) Semana será marcada por assuntos materiais. Período exige mais atenção com o trato de questões burocráticas. Evite maiores ousadias em negociações. Cuidado com o corpo e a saúde. No amor, simplicidade ajuda para se sentir melhor.
Capricórnio (22/12 a 20/1) Semana marcada por alguns desgastes físicos e mentais. Período bom para retomada de contato com algumas amizades. No amor, momento para compartilhar afinidades, assumir sentimentos.
Aquário
(21/1 a 19/2) Semana boa para novas ideias. Mais integração e socialização com pessoas são recomendas. Momento especial para lidar com novas responsabilidades profissionais. No amor, procure expor mais os sentimentos.
Peixes
(20/2 a 20/3) Momento bom para novos conhecimentos. Novos estudos e troca de informações são favorecidos. Período favorece viagens a novos lugares. No amor, seja mais cuidadoso, compartilhe gostos culturais.
14 | esporte
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
Seleção decepciona e perde para a Suíça AMISTOSO Em tarde apagada de Neymar, time de Felipão vai mal e perde para selecionado suíço
FATOS EM FOCO ASP/Kirstin
Fotos: Rafael Ribeiro/CBF
É hora de Teahupoo
da Redação No primeiro amistoso realizado após a conquista da Copa das Confederações, a Seleção Brasileira teve baixo rendimento e decepcionou mais uma vez a torcida. Em jogo disputado na cidade de Basileia, na Suíça, na tarde de ontem (14), a equipe de Felipão foi surpreendida pela seleção dos donos da casa, que venceram o jogo por 1 a 0, graças a um gol contra do lateral Daniel Alves. Contrariando a postura tradicional, a equipe suíça jogou para a frente e fez um jogo equilibrado, merecendo o resultado. O próximo compromisso do time comandado por Luís Felipe Scolari está marcado para o próximo dia 7 de setembro contra a Austrália, em Brasília. Movimentação sem resultado Os torcedores que acompanharam a partida não puderam reclamar da movimentação das equipes que correram bastante durante a primeira etapa. As chances de gol surgiram para ambos os lados, mas nenhum deles soube aproveitá-las, deixando como destaque as boas intervenções dos goleiro Jefferson (que substituiu o titular Júlio César) e Benaglio. O atacante Neymar não conseguiu repetir as boas atuações da Copa das Confederções e não deu trabalho aos adversários. Hulk e Fred também não estavam em um bom dia.
Neymar esteve em um dia de pouca inspiração e não incomodou os defensores suíços
O lateral esquerdo Marcelo reclamou da não marcação de um pênalti em Neymar na primeira etapa. “Os juízes parecem que ficam preocupados em dar falta sobre o Neymar. Ele foi puxado, claramente. Assim fica difícil para ele jogar”, afirmou.
“Os juízes parecem que ficam preocupados em dar falta sobre o Neymar” Apagão Os dois times retornaram do intervalo sem mudanças, mas, logo aos dois minutos, Daniel Alves protagonizou o lance que selaria o destino da Seleção. Ao tentar cortar um cruzamento, o lateral colocou a bola longe do alcance de Jefferson e nos
fundos das redes. Abatido, o time atacava desordenada e infrutiferamente. Felipão então resolveu buscar a solução no banco de reservas, fazendo substituições a granel. Entraram Jô, Maxwell, Fernando, Hernanes, Lucas e Jean, nos lugares de Fred, Marcelo, Luiz Gustavo, Oscar, Hulk e Daniel Alves, respectivamente. A eficiência da equipe, no entanto, não melhorou e o desempenho foi ainda inferior ao do primeiro tempo, restando apenas reconhecer a merecida vitória suíça ao final do jogo. O técnico Felipão também lembrou do lance em Neymar no primeiro tempo, mas não o usou como desculpa para a derrota. “Pênalti é pênalti em qualquer lugar, no Brasil, no Japão, na China, no Uzbequistão... A regra é uma só, mas o juiz não deu e temos de aceitar”. (Com informações da CBF)
Começa hoje e vai até o dia 26 nas ondas de Teahupoo, no Taiti, a sexta etapa do circuito mundial de surfe. Quando o campeonato começar, o primeiro brasileiro a entrar na água será Adriano de Souza, sétimo colocado do ranking. Gabriel Medina e Alejo Muniz se enfrentam na nona bateria. Miguel Pupo pega pela frente Julian Wilson e John John Florence enquanto o último brasileiro no evento, Filipe Toledo, enfrenta Sebastian Zietz e Damien Hobgood. Raoni Monteiro, de Saquarema, que completa o time de surfistas brasileiros que correm o tour este ano, desistiu da prova por motivos pessoais. Eduardo Biscayart/CBAt
O lateral Marcelo reclamou de pênalti não marcado
FICHA TÉCNICA
1X0 Suíça Benaglio, Lichtsteiner (Lang), Senderos (Schär), Klose, Rodríguez, Behrami, Džemaili (Schwegler), Shaqiri (Mehmedi), Xhaka, Stocker (Barnetta) e Seferovic (Gravanovic)
Brasil Jefferson, Daniel Alves (Jean), Thiago Silva, Dante, Marcelo (Maxwell), Luiz Gustavo (Fernando), Paulinho, Oscar (Hernanes), Hulk (Lucas), Neymar e Fred (Jô)
St. Jakob Park | Basileia (SUI) | 14/08 | 15h45 Gol de Daniel Alves (contra)
Murer fora do pódio Fabiana Murer ficou em quinto lugar na final do salto com vara do Campeonato Mundial de atletismo, na última terça-feira (13), no Estádio Olímpico de Moscou. Ela passou 4,65m na primeira tentativa e não conseguiu defender o título mundial obtido em Daegu, em 2011, na Coreia do Sul. A russa Elena Isinbaeva, recordista mundial da prova (5,06m), conquistou a medalha de ouro, com 4,89m.
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013
opinião | Bruno Porpetta
Os “caras” e “coroas” O FLUMINENSE teve mais posse de bola contra o Flamengo, mas não soube o que fazer com ela. Ambos padecem do mesmo problema, falta um cérebro ao meiocampo. Mas o Flamengo tem, ao menos, este setor melhor organizado. Se existe alguém que faz muita falta ao tricolor, é Deco! O veterano meia faz parte de um rol de jogadores que elevam duas médias de uma vez só no Brasileirão. A de idade e a de qualidade. Ele está entregue ao departamento médico, de onde outro craque acabou de sair. O holandês Seedorf, evidentemente abaixo das suas melhores condições físicas no jogo contra o Goiás, é um dos maiores destaques da competição. Da mesma forma, quem vem levantando o moral do Vasco é um jovem senhor que justifica a cada jogo o apelido de Reizinho.
Descendo o dedo no mapa, vamos a Porto Alegre ver Zé Roberto fazendo um campeonato extraordinário. Ao iniciarmos o caminho de volta, paramos em Curitiba com Alex jogando o fino da bola. Chegando a São Paulo, temos a situação inversa. Desde 1997 como titular do tricolor paulista, Rogério Ceni tem sua liderança contestada pela imprensa e, aparentemente, também pelo clube. Seu arranca-rabo com Ney Franco – em meio a uma crise que nem a troca de treinador apaziguou – somado a um declínio técnico evidente, jogam água no moinho da aposentadoria do ídolo são-paulino. No balanço final os “coroas” são os “caras” do campeonato. Vai se dar bem quem o tiver por mais tempo em campo. Ah! Se o calendário ajudasse... Bruno Porpetta é autor do blog porpetta.blogspot.com
brasileirão | 15ª rodada
Vasco garante empate no último minuto BRASILEIRÃO Com um gol aos 46 minutos do segundo tempo, equipe carioca arrancou empate com o Santos, na Vila Belmiro Ivan Storti/Santos Futebol Clube
da Redação Em jogo fraco na noite da quarta-feira (14), Santos e Vasco empataram em 1 a 1 na Vila Belmiro. As equipes esbarraram na pontaria até a reta final e desperdiçaram várias chances. Até que Edu Dracena e Rafael Vaz, dois zagueiros, se aventuraram ao ataque e resolveram o problema. Mesmo com a chuva antes da partida, a bola rolou macia e o número de faltas foi relativamente baixo (15 a 14 para o Peixe). Muito por conta disso, não houve um cartão sequer.
As equipes esbarraram na pontaria até a reta final e desperdiçaram várias chances
Náutico X Fluminense Sáb | 17/08 | 18h30 | Arena Pernambuco
Cruzeiro X Vitória Sáb | 17/08 | 18h30 | Mineirão
Vasco X Grêmio Sáb | 17/08 | 21h00 | São Januário
Corinthians X Coritiba Dom | 18/08 | 16h00 | Pacaembu
Portuguesa X Botafogo Dom | 18/08 | 16h00 | Canindé
Ponte Preta X Goiás Dom | 18/08 | 16h00 | Moisés Lucarelli
Flamengo X São Paulo Dom | 18/08 | 16h00 | Mané Garrincha
Atlético-PR X Criciúma Dom | 18/08 | 18h30 | Durival Britto
Internacional X Atlético-MG Dom | 18/08 | 18h30 | Estádio do Vale
Bahia X Santos Dom | 18/08 | 18h30 | Fonte Nova
esporte | 15
Precisando do resultado, as duas equipes buscavam o gol, mas deixavam espaços para os contra-ataques. Pelo Santos, Montillo era o mais lúcido e esforçava-se para iludir os vascaínos. Antes dos 15 minutos, o Santos teve quatro oportunidades para abrir o placar. Por duas vezes, a jogada nasceu pelo lado direito e Willian José e Cicero assustaram o goleiro Diogo Silva. Montillo, em cobrança de falta, e Neilton, em arrancada pela esquerda, ajudaram o Santos a manter a pressão inicial. A marcação do Santos funcionava na entrada da área. Com isso, a saída do Vasco eram as bolas aéreas. Mesmo desfalcado de Juninho Pernambucano,
Empate acabou sendo resultado justo para as equipes Marcelo Sadio/vasco.com.br
suspenso, o time carioca fez das faltas frontais a sua maior arma no primeiro tempo. Tirando uma descida do lateral Léo, que ficou cara a cara com goleiro vascaíno, o Santos não chegou mais e teve dificuldades para conter o Vasco. Mas, dos pés do camisa 10 argentino que o Santos chegou ao gol. Em cruzamento de Montillo, Edu Dracena subiu livre e marcou o gol santista.
O Santos ainda teve duas oportunidades, mas foi o Vasco quem marcou O Santos ainda teve duas oportunidades, mas foi o Vasco quem marcou. Aos 46 minutos do segundo tempo, também pelo alto, o zagueiro Rafael Vaz aproveitou a bobeira da zaga e tocou na saída de Aranha, pouco antes do apito final.
Rafael Vaz comemora o gol de empate na Vila Belmiro
FICHA TÉCNICA
1X1 Santos Aranha, Cicinho, Edu Dracena, Durval, Léo, Alison (Renê Júnior), Alan Santos (Leandrinho), Cícero, Montillo, Neilton (Thiago Ribeiro) e Willian José
Vasco Diogo Silva, Fagner, Jomar, Rafael Vaz, Henrique, Abuda, Fillipe Soutto (Willie), Wendel, Montoya (Marlone), Eder Luis e André (Tenório)
Vila Belmiro | Santos (SP) | 14/08 | 19h30 Gols de Edu Dracena (Santos) e Rafael Vaz (Vasco)
16 | esporte
Rio de Janeiro, de 15 a 21 de agosto de 2013 Bruno Haddad/Fluminense F.C.
Chicão marca na estreia, mas Fla só empata BRASILEIRÃO O time de Mano Menezes não conseguiu subir na tabela, se mantendo na 11ª colocação da Redação Na noite desta quartafeira (14), o Mengão ficou apenas no empate com o Goiás no Serra Dourada. Nem mesmo o gol de falta do estreante Chicão foi suficiente para encerrar a irregularidade do Flamengo no Campeonato Brasileiro. O time carioca apenas empatou por 1 a 1 e segue sem conseguir vencer duas partidas seguidas na competição. Walter marcou para os goianos.
Na segunda etapa, o Flamengo mudou sua atitude. Partiu para cima desde os primeiros minutos O Mengão não aproveitou o apoio da torcida rubro-negra, que dividiu o estádio com os esmeraldinos, no início do jogo. Recuado e com difi-
culdades na saída de bola, a equipe foi pressionada pelo Goiás e não demorou para ficar atrás no placar. Aos 14min, Tartá aproveitou o espaço dado pela defesa do Flamengo, chegou pela ponta direita e cruzou para o atacante Walter; que recebeu na entrada da área e chutou forte no ângulo direito do goleiro Felipe, fazendo 1 a 0 para os goianos. Na segunda etapa, o Flamengo mudou sua atitude. Partiu para cima desde os primeiros minutos. E, aos 5 min, o estreante Chicão cobrou falta com perfeição, no ângulo esquerdo do goleiro Renan, e igualou o marcador: 1 a 1. Com o novo tropeço, o time do técnico Mano Menezes não conseguiu subir na tabela, se mantendo na 11ª colocação. O Goiás, que manteve sua invencibilidade jogando em casa, também não se “movimentou” na classificação, seguindo no 12º lugar.
Alexandre Vidal/Fla Imagem
Rafael Sobis tenta passar pelo corintiano Ralf
Flu e Timão não mexem no placar MARCAÇÃO Fluminense e Corinthians ficam no 0 a 0 da Redação O capitão rubro-negro Léo Moura
FICHA TÉCNICA
1X1 Goiás
Flamengo
Renan, Vítor, Rodrigo, Ernando, Eron, Amaral, David, Renan Oliveira (Erik), Tartá (Dudu Cearense), Paulo (Ramon) e Walter
Felipe, Léo Moura (Luiz Antonio), Wallace, Chicão, João Paulo, Cáceres, André Santos, Elias, Gabriel (Paulinho), Nixon (Rafinha) e Hernane
Serra Dourada | Goiânia (GO) | 14/08 | 21h50 Gols de Walter (Goiás), Chicão (Mengo)
Botafogo na luta pela liderança DESFALQUES Ausência de jogadores é preocupação para Oswaldo de Oliveira da Redação Em grande fase, o Botafogo pega o Internacional no Maracanã, nessa quinta-feira (15), às 21h, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. De olho na disputa pela ponta da tabela, o Bota vai ter que superar algumas ausências no time titular, como Jefferson e Lodeiro, servindo suas seleções, e Gilberto, que está suspenso.
“O Botafogo vem provando, desde o Carioca, a força do seu elenco”, conta o zagueiro Bolívar que se prepara para enfrentar o clube que defendeu por sete anos. “É um jogo especial, por tudo que vivi dentro do Internacional. Mas isso é até o apito inicial”, completa Outro que vive grande expectativa é o lateral Edílson, que substitui Gilberto. “Estou tranquilo. O mais importan-
te é o trabalho de equipe”, afirma. O Botafogo treinou ontem com Renan, Edílson,
Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Gabriel, Vitinho, Seedorf e Rafael Marques; Elias.
Fluminense e Corinthians frustraram os torcedores que foram ao Maracanã na noite de quarta-feira (14), às 21h50, para ver o confronto das equipes pela 14ª rodada do Brasileirão. O empate sem gols foi mais sentido pelos corintianos que, com o resultado, deixou o G4. Emerson Sheik, campeão brasileiro pelo tricolor em 2010, foi o nome do jogo, protagonizando jogadas de perigo e cavando a expulsão do zagueiro Gum. O primeiro tempo foi de muita marcação e correria, mas com poucas chances criadas de ambos os lados. O Fluminense foi um pouco melhor, tendo maior posse de bola, mas não foi capaz de ameaçar a meta do
goleiro corintiano Cássio. Ainda mais tímido, o Timão teve apenas dois bons lances na primeira etapa, desperdiçados por Alexandre Pato e Emerson, ambas sem criar maiores problemas para Diego Cavalieri. Depois do intervalo, o time das Laranjeiras voltou pressionando o Corinthians, que tentava reter mais a posse de bola. Num raro momento de perigo, Igor Julião chutou para defesa parcial de Cássio. No rebote, Samuel jogou para fora. Aos 33 minutos, Sheik tentou puxar um contra -ataque e foi parado com falta pelo zagueiro Gum, expulso em seguida. No último minuto da partida, Emerson Sheik teve nova chance, mas, mais uma, vez foi parado por Cavalieri.
FICHA TÉCNICA
0X0
FICHA TÉCNICA
Fluminense
Corinthians
Botafogo
Diego Cavalieri, Igor Julião, Gum, Digão, Ronan, Edinho, Diguinho, Willian, Felipe (Wagner), Rafael Sobis (Biro Biro) e Kenedy (Samuel)
Cássio, Edenilson, Gil, Paulo André (Ibson), Fábio Santos, Ralf, Guilherme (Danilo), Renato Augusto, Romarinho, Emerson Sheik e Pato (Douglas)
X Internacional
Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 15/08 | 21h00
Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 14/08 | 21h50