Paulo Dimas/VIPCOMM
esporte | pág. 16
Luísa Côrtes
cultura | pág. 11
Símbolo da cultura e da esquerda carioca
De volta ao Rio, o rubro-negro faz 2 a 1 no ASA de Arapiraca, mantém os 100% de aproveitamento na Copa do Brasil, e avança às oitavas de final. Próximo adversário será definido em sorteio.
Alfredinho (foto) comanda há 30 anos o Bip Bip, ponto de encontro de músicos brasileiros e estrangeiros de domingo a domingo. No local, é possível ouvir o melhor do samba, choro e bossa-nova.
Edição
Fla vence ASA e “voa” na Copa BR
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013 | ano 11 | edição 12 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Pablo Vergara
cidades | pág. 5
brasil | pág. 9
Rede Globo é investigada por sonegação Investigação preliminar irá apurar suspeitas de sonegação envolvendo a Rede Globo. O anúncio foi feito pela Procuradoria da República do Distrito Federal na última terça-feira (16) e os trabalhos haviam iniciado no dia anterior. A Globo é acusada de sonegar impostos referentes à exibição da Copa do Mundo de 2002 e teria recebido uma multa de R$ 600 milhões por isso. Pablo Vergara
entrevista | pág. 4
Chacina da Candelária
Jornada Mundial da Juventude Jovens aguardam a chegada do papa Francisco ao Brasil
Massacre que deixou oito mortos vai completar 20 anos no dia 23. Nesta quinta-feira (18), familiares das vítimas farão vigília, a partir das 18 horas, na Igreja da Candelária.
cidades | pág. 6
A luta para trabalhar na rua “Licença já! O ambulante precisa trabalhar”. A reivindicação foi levada ao ato da Jornada de Lutas e Paralisações, realizado no Centro do Rio na última quinta-feira (11). A camelô Maria de Lurdes
02 | opinião
Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013
editorial | Brasil
Constituinte exclusiva para a reforma política COM OS PROTESTOS de junho, os lutadores e lutadoras populares assumiram o desafio de canalizar aquelas mobilizações de massas em torno de um conjunto de reivindicações históricas do povo brasileiro. O exemplo da juventude nas ruas foi mais que um recado: é hora de avançar em reformas reais, estruturais, que alterem efetivamente as condições de vida do povo – como a reforma agrária, a efetivação do direito à cidade, transporte público de qualidade e acessível, 10% do PIB para educação pública, redução da jornada de traba-
Esta nova geração de jovens aliado ao potencial da classe trabalhadora em formação abrirá uma nova etapa de lutas sociais lho, democratização dos meios de comunicação, dentre outras pautas estruturais. Mesmo com a diminuição dos protestos massivos, as centrais sindicais e movimentos populares realizaram um dia nacional de lutas em 11 de julho. Paralisações de categorias de trabalhadores, trancamento de rodovias, ocupações de terras e prédios públicos, mar-
chas, protestos, marcaram um dos mais importantes momento de unidade da esquerda e das forças populares do Brasil. Os principais veículos de comunicação empresariais, com seu oportunismo cínico, ainda tentam descaracterizar e manipular o conteúdo programático das mobilizações. O povo brasileiro, entretanto, começa a compreender
que a sociedade precisa de mudanças profundas. A tendência é que gradativamente a classe trabalhadora e a juventude pobre comecem a se movimentar nesse novo cenário político. A entrada dos trabalhadores, principalmente os jovens recém-operários, é algo indesejado e temido pelas elites. A jornada de 11 de julho representou um passo fundamental para que a pauta histórica da esquerda e suas reformas estruturais entrem na disputa realmente existente na sociedade.
A presidenta Dilma acertou na proposta da assembleia constituinte exclusiva para a reforma política. Para avançarmos na viabilização da constituinte exclusiva para a reforma política será necessário um amplo debate nacional. Faz-se necessário empreender pacientemente a construção da unidade entre as forças populares. Esta nova geração de jovens aliado ao potencial da classe trabalhadora em formação abrirá uma nova etapa de lutas sociais.
editorial | Rio de Janeiro
Juventude que luta, constrói um Brasil popular MAIS UMA VEZ, os jovens vão ocupar as ruas do Rio de Janeiro. Desta vez, eles vêm de todos os cantos do Brasil e do mundo, para a Jornada Mundial da Juventude, organizada pela igreja católica. São cerca de 2,5 milhões de pessoas. Na agenda desses jovens, há mais que a vontade de ver o papa Francisco. Para esses peregrinos, é momento de reflexão profunda sobre a vida da juventude, suas dificuldades, limites, necessidades e desejos. A juventude brasileira já escolheu as principais bandeiras que deverá empunhar. Quer viver, e não aguenta mais ser vítima de todo tipo de violência. Também não acredita que a redução da maioridade penal seja a solução para os problemas de segurança pública. Em vez das grades e das balas, eles querem saúde, educação, transporte, emprego, melhor qualidade de vida. Os jovens, antes de mais nada, têm medo de morrer. En-
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Mesmo desencantados com as formas verticais de fazer política, com poucos ouvidos para o que têm a dizer, os jovens têm mostrado a sua cara e lutado por um mundo melhor quanto a taxa de mortes na população brasileira diminuiu, a mortalidade entre 15 e 24 anos aumentou. Ocupamos o desconfortável 6º lugar do mundo em número de jovens assassinados. São 133 a cada 100 mil jovens nos números de 2008. Esses jovens têm cor e origem: a cada 10 jovens assassinados, 9 são negros. Não podemos nos esquecer de que o ano de 2013 guarda a Chacina da Maré e também os aniversários de 20 anos da Chacina da Candelária e Vigário Geral. A juventude também tem medo de não conseguir. Mesmo com a ampliação das vagas no ensino técnico e nas universidades, não podemos esque-
cer que metade dos jovens de 18 a 24 anos não conclui o ensino médio. Somente cerca de 14% ocupam os bancos do ensino superior. Por fim, a juventude tem medo de sobrar. Para aqueles que conseguem um trabalho, a maioria é de forma muito precarizada, recebendo baixos salários e de forma irregular. Não é raro encontrar jovens de 25 anos que trabalham desde os 15, mas nunca tiveram carteira assinada. Para além das manifestações de junho, nas ruas, milhares de pequenos grupos de jovens têm se mostrado, organizados na igreja, na música, na cultura, nos movimentos so-
ciais, no movimento estudantil, nas comunidades da periferia, em rádios comunitárias, no hip hop, em todo lugar. Assim, mesmo desencanta-
dos com as formas verticais de fazer política, com poucos ouvidos para o que têm a dizer, os jovens têm mostrado a sua cara e lutado por um mundo melhor.
Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti • Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Daniel Israel e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela) • Fotógrafos: Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper (Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Marina Tavares Ferreira • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – redacao@brasildefato.com.br • Webmaster: marc@infofluxo.com • Gráfica: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser, José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Milton Pinheiro, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, Ricardo Gebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou assinaturas@brasildefato.com.br
Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013
Maringoni
opinião | 03
Marcelo Barros
A juventude e a fé
Marcelo Freixo
Governador nos ares ENQUANTO os cidadãos enfrentam diariamente a lotação dos trens, metrôs, ônibus e barcas e gastam horas no trânsito, o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral está nas alturas. O caos do transporte público não atinge o chefe do estado, já que todos os dias ele vai ao trabalho de helicóptero, um dos sete disponíveis para a cúpula de governo, todos comprados com o dinheiro da população. Além de levantar voo diariamente, gastando R$ 6 mil dos cofres públicos a cada ida ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, o governador e sua família, incluindo o cachorro Juqui-
nha, utilizam os helicópteros do Estado para lazer. Entrei, em parceria com outros dois deputados, com uma série de ações concretas contra o governador. Apresentamos denúncia ao Ministério Público Federal contra Cabral sobre o crime de peculato, que ocorre quando alguém se utiliza de um bem público para interesse privado. Também estamos com uma representação no Ministério Público Estadual por ato de improbidade administrativa, que é uma investigação civil-administrativa. Já na Assembleia Legislativa, fizemos denúncia de crime de responsabilidade,
com vistas a impeachment. Ou seja, se a presidência da ALERJ entender que existe fundamento, o governador é imediatamente suspenso de sua função, além de ter seu subsídio cortado pela metade. As denúncias que recaem sobre o governador são graves e devem ser investigadas. A ALERJ deve deixar de ser subserviente e vinculada aos interesses do governador e precisa resgatar a coragem política para cumprir o seu papel de poder independente, cumprindo aquilo que é desejo e direito da população. Marcelo Freixo é deputado estadual (PSOL)
tia seus bens. Viveu o início do capitalismo, se opôs com todas as forças contra ele, e a desigualdade que fez nascer e que reina entre nós. Papa Francisco desde o início do seu papado, tem demonstrado compromisso com o projeto de Jesus e de Francisco. É mais força não só para os católicos ou cristãos, mas para todos aqueles e aquelas que acreditam que um outro mundo é possível, necessário e urgente. Acolhamos bem sua vinda, como sinal de esperança. Frederico Santana Rick é cientista social e militante da Consulta Popular e da Assembleia Popular
Marcelo Barros é monge beneditino e autor de vários livros, entre os quais, O Espírito vem pelas Águas. (Ed. Rede-Loyola, 2003)
O Rio de Janeiro está à venda construir o mundo de justiça e fraternidade. A recordação desse Deus que nos libertou da opressão, é fé do passado que ilumina o presente. É denúncia do descompasso entre a realidade do Rio, do Brasil e do mundo, e o projeto de Deus. Esse sonho bom e certo, o Reino de Deus, produziu muitas pessoas comprometidas com ele. São Francisco de Assis, foi um deles. Nascido em família de ricos, escolheu viver com e pelos pobres. Amava a vida, a humanidade, e o projeto de um mundo de alegria, fraternidade, e amor. Amava as mulheres, homens, os animais e toda a vida a sua volta. Repar-
No Brasil, a maioria da juventude ainda pertence às classes mais pobres e enfrentam a frustração de viver em condições precárias e sem os meios necessários a uma vida digna
No mundo atual, atomizado e pouco democrático, toda iniciativa que leva ao diálogo e ao encontro de culturas e gerações só pode ser bem-vinda. A vocação de uma igreja cristã é justamente a de reunir, em uma só caminhada, a diversidade das pessoas e grupos humanos. O importante é que o objetivo da Jornada Mundial da Juventude não seja apenas os jovens verem e escutarem o papa, mas que seja um verdadeiro encontro humano que possibilite o diálogo bilateral e o serviço da Igreja à juventude e não (Deus nos livre!) uma instrumentalização dos jovens por parte dos pastores da Igreja. Conforme a teologia do Concílio Vaticano II, o objetivo da Jornada não pode ser apenas trazer de volta a juventude para a Igreja e sim colocar a Igreja a serviço da juventude, no seu caminho humano. No Brasil, a maioria da juventude ainda pertence às classes mais pobres e enfrentam a frustração de viver em condições precárias e sem os meios necessários a uma vida digna. As Igrejas cristãs precisam compreendê-los nesse sofrimento, acompanhá-los em sua luta e solidarizarse com eles na defesa da vida e no caminho da libertação. Como seria bom que a juventude dos movimentos sociais e das pastorais sociais também pudesse ter vez e voto em um encontro como esse.
Frederico Santana Rick
HÁ MAIS de dois mil anos, um povo vivia oprimido e explorado. Como escravos, viviam na pobreza, na desigualdade, sofrendo violência, preconceito e submetidos à humilhação. Mas não deixou de acreditar que a vida poderia ser diferente. Sabiam que seu Deus os salvariam. Assim foi em Israel. O êxodo, a fuga da opressão do império, é uma experiência de libertação. Uma vez libertos, é a confirmação que Deus demonstra ser solidário com o povo oprimido. Esse Deus é mesmo solidário. Ele em pessoa, o Libertador, nasce entre nós. Jesus Cristo. O Deus habita esse mundo e o quer transformar. Busca
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO já noticiam a primeira viagem internacional do papa Francisco. Na próxima semana, ele virá ao Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da Juventude. Comumente, os meios de comunicação estão pouco interessados na jornada da juventude. Eles se interessam, sim, pela mobilização do papa, por tudo o que ele fizer e disser durante essa viagem. Os próprios organismos da Igreja Católica não escondem que o objetivo principal da Jornada é a vinda do papa e os eventos que fazem parte dessa visita do bispo de Roma. Isso é compreensível, já que a própria ideia desses encontros de jovens veio do papa João Paulo II e, desde o início, em 1986, teve como objetivo o encontro do papa com jovens do mundo inteiro. Ao propor a Jornada, o objetivo do papa era reaproximar a juventude da Igreja. Para isso, o papa propôs que todas as dioceses do mundo passassem a realizar uma jornada diocesana da juventude, a cada ano, sempre no domingo de Ramos. E a cada dois ou três anos, acontece a Jornada Mundial e sempre com a presença do papa.
04 | entrevista
Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013
“Lembrar é reagir”
FATOS EM FOCO Tânia RêgoABr
CHACINA DA CANDELÁRIA Massacre que deixou 8 mortos vai completar 20 anos no dia 23. Nesta quinta-feira (18), familiares das vítimas farão vigília, a partir das 18 horas, na Igreja da Candelária Arquivo Pessoal
“A polícia age assim porque muitos deles sabem que poderão cometer crimes e não serão punidos”
Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ) Na mesma semana em que o Papa Francisco chega ao Brasil, a Chacina da Candelária completa 20 anos. No dia 23 de julho de 1993, mais de 70 crianças e adolescentes dormiam nas proximidades da Igreja da Candelária, quando foram surpreendidas por uma ação de policiais civis e militares. Oito jovens morreram fuzilados e outras dezenas saíram feridos. Em entrevista ao Brasil de Fato, Patrícia de Oliveira, irmã de Vagner dos Santos, um dos sobreviventes da chacina, critica a conduta da polícia. “A polícia age assim porque muitos deles sabem que poderão cometer crimes e não serão punidos”, denuncia. Patrícia faz parte da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência.
“Nesta quintafeira (18) faremos uma vigília, a partir das 18 horas, na Igreja da Candelária que contará com a presença de mães e familiares de vítimas da violência” Brasil de Fato - Diversas atividades estão sendo marcadas para lembrar os 20 anos da Chacina da Candelária. Por que é tão importante não deixar a sociedade esquecer esse extermínio de jovens moradores de rua? Patrícia de Oliveira – Porque esquecer é uma forma de permitir
Chacina completa vinte anos na mesma semana em que o papa chega ao Brasil
que aconteça novamente. Lembrar é reagir. Nesta quinta-feira (18) faremos uma vigília, a partir das 18 horas, na Igreja da Candelária que contará com a presença de mães e familiares de vítimas da violência. No dia 19, também vai ter uma caminhada da Candelária a Cinelândia, seguida de atividades culturais. O seu irmão Vagner dos Santos é um dos sobreviventes da Chacina da Candelária. O depoimento dele ajudou a indiciar os policiais que sofreram processo. Como é a vida dele? Ele foi a pessoa que possibilitou a criação do Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas (Provita). Na época, não existia nada que pudesse proteger testemunhas. Essa proteção ocorreu depois de atentado sofrido na Central do Brasil. Ele levou 4 tiros na Candelária e 4 depois na Central do Brasil. Agora ele mora fora do Brasil há 19 anos, tem vários problemas de saúde em decorrência desses tiros. A vida dele é bem complicada.
Na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a Pastoral da Juventude vai discutir o extermínio da juventude pobre no Brasil. Como você vê essa situação? Realmente tem acontecido esse extermínio da juventude, principalmente a juventude negra. As nossas autoridades deveriam ter colocado a Candelária no roteiro de visitas do papa, mas, infelizmente, eles querem passar longe desse assunto. Isso se explica por que mostrar a história da Candelária ao Papa é admitir que acontece esse tipo de coisa no Brasil. Sem dúvida, é mais fácil para eles dizerem que são apenas fatos isolados.
“As nossas autoridades deveriam ter colocado a Candelária no roteiro de visitas do papa” No mês passado, moradores da Maré também foram assassinados após confronto com a polícia. Também temos o caso de Vigário Geral, Acari e Borel. Na sua visão, o que leva a polícia carioca a agir dessa forma? A polícia age assim porque muitos deles sa-
bem que poderão cometer crimes e não serão punidos. Apenas meia dúzia vai para cadeia. Isso é dito, inclusive, pelos próprios comandantes. O povo é tratado pela polícia como se fosse inimigo, como se não fosse cidadão. Um exemplo claro disso são as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), onde os policiais fazem a distinção entre cidadãos e favelados. Os policiais que participaram da chacina estão atualmente em liberdade. Como você avalia essa situação? Eles cumpriram a pena estipulada e tiveram progressão de regime. Mas a impunidade não é referente somente aos policiais. A impunidade abrange o descaso do governo que não tem nenhuma política voltada à criança e ao adolescente em situação de rua. Outro descaso do governo é não deixar funcionar o Conselho da Criança e do Adolescente como deveria: é um órgão no qual falta funcionário e verba. Arquivo Pessoal
“A impunidade abrange o descaso do governo que não tem nenhuma política voltada à criança e ao adolescente em situação de rua”
Patrícia de Oliveira
Cabral é alvo Manifestantes se reuniram onde mora o governador do Rio, Sérgio Cabral, no Leblon, nesta quarta-feira (17). A rua foi bloqueada desde o início da tarde com grades de ferro e foi protegida por cerca de 60 policiais militares usando escudos e capacetes. A principal pauta é a abertura de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) sobre o uso, pelo governador, de helicópteros do Estado para fins particulares.
Protesto na Rocinha Moradores da Rocinha denunciaram na Autoestrada Lagoa-Barra, na noite desta quarta-feira (17), o sumiço de um jovem no local. Conforme os manifestantes, PMs da UPP levaram Amarildo de Souza para a 15ª DP (Gávea) após operação na favela no último domingo. Como o rapaz não tinha passagens pela polícia, teria sido liberado, mas não voltou para casa.
PM afastado O comandante-geral da Polícia Militar (PM) disse que vai afastar um policial do Batalhão de Choque da PM por abuso de força nas recentes manifestações populares no Rio. O nome do agente não foi divulgado. De acordo com a PM, o comandante determinou que os policiais militares reduzam o uso de bombas de gás lacrimogêneo na tentativa de dispersar manifestantes durante protestos.
Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013
cidades | 05
“A juventude quer viver!” é tema na Jornada Mundial Pablo Vergara
CATOLICILISMO 2 milhões de pessoas são esperadas para a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho Thiesco Crisóstomo do Rio de Janeiro (RJ) A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um evento católico que mobiliza jovens de vários países do mundo para o encontro com o papa. Este ano, a JMJ acontecerá no Rio de Janeiro (RJ), entre os dias 23 e 28 de julho. Segundo o Comitê Organizador Local, estimase a participação de cerca de 2 milhões de pessoas. Várias organizações juvenis brasileiras estão promovendo um espaço chamado Tenda das Juventudes “A juventude quer viver!”, com o objetivo de mobilizar os participantes da JMJ para a conscientização e luta em defesa da vida da juventude.
“‘A juventude quer viver!’ é uma frase que tem pautado a luta pela vida, em especial no combate à violência e ao extermínio que assola a juventude brasileira”
A Tenda é uma das inúmeras atividades que acontecerão de maneira oficial e simultânea durante a Jornada. ‘A juventude quer viver!’ é uma frase que tem pautado a luta pela vida da juventude, em especial no combate à violência e ao ex-
termínio que assola a juventude brasileira”, explica Joaquim Alberto, da Pastoral da Juventude. “A proposta dos organizadores é que esta discussão seja provocadora para os jovens de todas as partes do mundo que estarão presentes na JMJ, mobilizando assim para o engajamento no debate sobre a banalização da violência e na defesa da vida dos jovens”, acrescenta. Reflexão e ação Dentre os temas a serem abordados nas mesas temáticas destacamse: a juventude quer viver; justiça de transição, memória e compromisso; desafios socioambientais da humanidade e a juventude; crise econômica, direitos sociais e juventudes; tráfico de pessoas; juventudes, cultura, comunicação e direitos humanos; civilização do amor e a evangelização da juventude na América Latina; e solidariedade. Os oito painéis temáticos contarão com a participação de convidados que contribuirão com o seu olhar para o mundo juvenil. Cada mesa temática terá a duração de até duas horas, garantindo tempo para a interação dos presentes na atividade. Nomes como Frei Betto, Severine Macedo (SNJ), Alessandro Melchior (Conjuve), Chico Whitaker (FSM), Moema (Ibase), Marcio Astrini (Greenpeace), Ir. Henriqueta (PA), Dira Paes (atriz), Hilário Dick, sj (Unisinos) e Carmem Lúcia Teixeira, já estão confirmados para as atividades.
Organizadores esperam a participação de 2 milhões de pessoas
A Tenda terá dois momentos de abertura: com a celebração de uma missa, no dia 22, às 19h30, e com a mesa de abertura, no dia 23, às 9h. Ambos os momentos contarão com a presença de todas as organizações promotoras, além de autorida-
des e entidades convidadas. O espaço estará disponível para a visitação durante toda a semana da JMJ. Além disso, a Tenda contará com estandes de exposição das organizações parceiras e um espaço para o santuá-
rio dos mártires da caminhada, pensado a partir da proposta de resgatarmos a memória daqueles que doaram suas vidas em favor do compromisso com um mundo mais justo, pacífico e fraterno. Será local de exposição de imagens dos mártires
e de celebrações. Também estão contemplados na programação da atividade momentos destinados para a vivência do Ofício Divino da Juventude e também de atividades culturais com apresentações artísticas variadas.
Pablo Vergara
SERVIÇO A atividade na Tenda está sendo organizada pela Pastoral da Juventude, Cáritas Brasileira, Juventude Franciscana, Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Cajueiro – Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude, Rede Ecumênica da Juventude (Reju), Irmandade dos Mártires da Caminhada, Setor Pastoral da PUC/RJ. É realizada também por meio da parceria do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; da Secretaria Nacional de Juventude do Governo Federal; e da Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude.
Evento lembrará aqueles que doaram a vida por mundo mais justo
Quando: 22 a 26 de julho de 2013. Horário: 8h às 23h (a partir do dia 23 de julho); no dia 22 de julho o horário de funcionamento será de 15h30 às 23h. Onde: Paróquia Santa Bernadete, na Av. dos Democráticos, 896 (próximo à estação de metrô Maria da Graça), no bairro Higienópolis, Rio de Janeiro.
06 | cidades
Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013
Ambulantes vão às ruas para permanecer nelas MOBILIZAÇÃO Para a entidade, que articula organizações do setor em diversos países, a política de preparação para os megaeventos esportivos no Brasil é de exclusão e militarização Pablo Vergara
Gilka Resende do Rio de Janeiro (RJ) “Licença já! O ambulante precisa trabalhar”. A reivindicação foi levada por Ângela Rissi ao ato da Jornada de Lutas e Paralisações, realizado no Centro do Rio, na última quinta-feira (11). A ambulante, de 53 anos, escreveu a frase em um cartaz afixado em meio cabo de vassoura. Baixinha, o levantou o mais alto que pôde. Na outra mão, um megafone amplificava as demandas dos que trabalham informalmente pelas ruas da cidade. Ângela é presidenta da Associação dos Expositores das Feirartes e Outros (Aefo), que “reúne vários tipos de ambulante”: artesãos, pontos fixos, feirantes, pulos e ganchos. Esses dois últimos, de acordo com ela, são os que mais sofrem. “Eles perdem muita mercadoria. Os ganchos trabalham nos ônibus e trens. Já os pulos ficam com os paraquedas preparados. Em situação de emergência, puxam a mercadoria e correm”, relata se referindo aos constantes “rapas” dos guardas. Questionada se teria ido sozinha à passeata, respondeu que não. “Mobilizei outros ambulantes e eles estão espalhados aproveitando para vender”, explicou. E quem são os trabalhadores da categoria? “Na associação, temos a documentação de cerca de 1200. São muitas mulheres com idade mais avançada, que não têm mais lugar no mercado. Eu posso afirmar que 70% dos cadastrados têm algum problema de saú-
Maria dos Camelôs, coordenadora do Muca
de sério ou deficiência física. Também é comum encontrar gente que saiu da prisão”, afirmou.
“Não aceito sair de casa só para lavar calcinha de madame. Eu quero viver, curtir a cidade”
Repressão aumenta com megaeventos “Água, água, água”, era o que Roberto Alexandre, ambulante há 10 anos, gritava durante o protesto que tomou as ruas nas cercanias do Maracanã no final da Copa das Confederações. Sua motivação era esvaziar o isopor cheio de bebidas, arrastado em um carrinho que acompanhava a multidão. Mas este trabalhador, de 42 anos, não deixava de engrossar o coro contra o governador estadual Sérgio Cabral (PMDB). Por que o senhor acha que ele é chamado de ditador? “Ele é sim,
com certeza. O povo está falando e essa voz manda”, disse. “Não posso trabalhar desde que fecharam o Maracanã para as obras. Tenho uma licença e ela não serve mais. Tenho filho para criar. Ele come todo dia. Mas agora quem manda é a Fifa [Federação Internacional do Futebol]”, reclamou. Roberto, que não tem o braço esquerdo, ficou preso durante cinco anos em Bangu IV. “Cortaram no mesmo dia que fui preso. Depois que saí ninguém mais me emprega. Por isso estou de camelô”, contou. Ângela também critica o poder público na figura do prefeito Eduardo Paes
(PMDB). “Ele não se comove com a dor, com nada. Quer higienizar a cidade”, diz. “A repressão sempre existiu, mas está mais forte por causa da Copa, principalmente na Zona Sul. Em Copacabana, eram 800 trabalhando. Agora tem só 140. Só ficaram os sortudos, os que Deus teve misericórdia”, destaca. Era justamente neste famoso bairro turístico que, até três anos atrás, antes de “ser tirada da rua”, ela vendia as roupas que confeccionava. Movimento resiste há 10 anos O Movimento Unido dos Camelôs (Muca)
completou 10 anos neste julho. “Sete dias depois de ganhar meu bebê, tive que voltar a trabalhar. Só que teve uma repressão forte, os guardas bateram muito em mim e minha cesárea abriu. Saí do hospital e comecei a organizar os trabalhadores com a ajuda de sindicatos”, conta a coordenadora do movimento Maria de Lurdes, a Maria dos Camelôs. A liderança do movimento, que tem 3.700 integrantes, conta que “em épocas mais tensas, são cinco, seis presos por dia”. Na cidade, são estimados 60 mil vendedores de rua, de acordo com documento da Streetnet Internacional. Para a entidade, que articula organizações do setor em diversos países, a política de preparação para os megaeventos esportivos no Brasil é de exclusão e militarização. “Não vamos baixar a cabeça. Pedimos pelo direito ao trabalho, por respeito à população mais ferrada. Não aceito sair de casa só para lavar calcinha de madame. Eu quero viver, curtir a cidade. Quero ir a pontos turísticos também. O Rio não é só para os gringos, é para todo mundo”, argumenta Maria. Pablo Vergara
“Em Copacabana, eram 800 trabalhando. Agora tem só 140. Só ficaram os sortudos, os que Deus teve misericórdia” Para o Muca, megaeventos resultam em exclusão e militarização
SINDICAL
Greve na Coqueiro Os trabalhadores da fábrica Coqueiro, de São Gonçalo, estão em greve desde o dia 11 de julho. A Conserva Coqueiro (Camil Alimentos) é uma das maiores fábricas de pescado do mundo e detém cerca de 40% do mercado brasileiro. A greve é por reajuste salarial de 12%, piso da categoria de R$ 832,00 e vale alimentação no valor de R$200,00. A empresa não aceita as reivindicações.
Terceirizações Sindicatos de trabalhadores de todo o país estão em pé de guerra com o Projeto de Lei 4330/04, do deputado Sandro Mabel (PRGO), que trata da terceirização. O objetivo da lei é permitir que as empresas aumentem o número de terceirizados e diminuam o número de contratados diretamente.
Eletrobras Os trabalhadores da Eletrobras estão em greve nacional desde segunda-feira (15). Cerca de 90% dos 28 mil funcionários em todo o país aderiram à paralisação. No Rio, haverá uma marcha nesta quinta (18), em frente ao prédio da empresa na avenida Presidente Vargas, 409. A concentração está marcada para as 9h. Os trabalhadores querem reposição de 6,88%, mais 4,3% relativo ao crescimento do consumo de energia residencial nos últimos meses. A empresa, além de oferecer apenas 6,5% de reajuste, quer o congelamento do Adicional por Tempo de Serviço (ATS) e a alteração, para menor, no cálculo da periculosidade.
Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013
Governo prossegue com privatização da Petrobras ENERGIA Em total desrespeito às manifestações das ruas, o governo Dilma e a presidenta da Petrobras continuam o processo de privatização da empresa Wilson Dias/ABr
“A sociedade já percebeu que leilão é privatização. Esse é o grito que vem das ruas”
Fátima Regina Lacerda do Rio de Janeiro (RJ) O jornal O Globo do dia 16 aponta a compra pela British Petroleum (BP) de 30% de participação nos blocos POT-M-663 e POT-M760 (contrato BMPOT 16) e de 40% nos blocos POT-M-665, POT-M-853 e POT-855 (contrato BM-POT-17). Juntos, os cinco blocos têm uma área total de 3.837 quilômetros quadrados. As petrolíferas têm grande expectativas em relação a blocos na margem equatorial brasileira, em face da semelhança geológica com a costa da África onde vêm ocorrendo descobertas importantes. A estatal acumula perdas de R$ 2.2 bilhões este ano, por vender combustível a preços inferiores aos de sua exportação. Esta é a justificativa usada para a venda dos campos Potiguares. O negócio só depende agora do aval da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (ANP). A respeito do “desin-
A estatal acumula perdas de R$ 2.2 bilhões este ano, por vender combustível a preços inferiores aos de sua exportação
vestimento” (leia-se venda de ativos, sem licitação), o diretor do Sindipetro-RJ Emanuel Cancella afirma que “o mais lamentável nessa história é que o representante dos trabalhadores no Con-
Para Rangel, Plano de Desinvestimentos criado por Graça Foster (foto) é pior que leilões
selho de Administração da Petrobras, José Maria Rangel, votou anteriormente no Conselho favorável à venda de ativos da Petrobras na Nigéria. Plano pior Segundo ele, o Plano de Desinvestimentos, criado por Graça Foster, consegue ser pior do que os leilões. Isto porque o leilão tem respaldo legal. “Os leilões foram introduzidos pela Lei 9478/97, prevendo audiência pública e concorrência”, garante. O sindicalista afirma também que é a presidência da República e da Petrobras que decide quando, por quanto e para quem vender a Petrobras em fatias, coisa que o governo de Fernando Henrique Cardoso tentou e pouco conseguiu. O fim dos leilões de petróleo faz parte da pauta unificada que reúne as principais demandas do Movimento Passe Livre (MPL), das centrais sindicais e dos movimentos sociais. “A sociedade já percebeu que leilão é pri-
“Para equilibrar as contas, o governo Dilma decide sacrificar a galinha dos ovos de ouro”
vatização. Esse é o grito que vem das ruas”, alerta Cancella. O governo FHC quebrou o monopólio estatal do petróleo, vendeu parte das ações da Petrobras e 30% da Refinaria Alberto Paschoalini (REFAP), no Rio Grande do Sul. Emanuel Cancella afirma que Dilma está retomando a política de FHC. “O desinvestimento é um negócio criminoso. Não existe uma lei que respalde a venda de patrimônio público. Pior é entregar esses ativos à British Petroleum (BP), responsável pelo maior vazamento de petróleo do planeta no Golfo do México, em abril de 2010. Queremos essa empresa longe da costa brasileira”, denuncia.
Leilão de Libra Outro crime anunciado é o leilão de Libra, marcado para o dia 21 de outubro. Com, no mínimo, 14 bilhões de barris previstos, só esse campo garantiria a autossuficiência do país para mais 60 anos. Cancella lembra que a Petrobras levou quase 60 anos para acumular reservas de 14 bilhões de barris, o equivalente à produção de um único campo do pré-sal, que o
governo federal pretende entregar às multinacionais do petróleo. “Para equilibrar as contas, o governo Dilma decide sacrificar a galinha dos ovos de ouro” – explica o sindicalista. A lei do pré-sal 12 351/10, em seu artigo 12º, permite que o campo de Libra seja entregue exclusivamente a Petrobras, aliás, a empresa que descobriu e dimensionou seu reservatório, através de pesados investimentos com dinheiro público. Segundo Cancella, como já fizeram no governo de FHC, os petroleiros estão dispostos a liderar um grande movimento nacional para barrar o desmonte da Petrobras e, principalmente, o leilão do campo de Libra marcado para o dia 21 de outubro de 2013.
brasil | 07
FATOS EM FOCO
Tarifa Zero em Paulínia (SP) A cidade de Paulínia (a 119 km de São Paulo) é a primeira do país a adotar a tarifa zero no transporte público municipal após a recente onda de manifestações que tomou as ruas de do país no mês passado e começo de julho. Com 87 mil habitantes, ela entra para o grupo de cidades como Agudos e Potirendaba, também no interior paulista; Porto Real, no Rio de Janeiro; e Ivaiporã, no interior do Paraná, nas quais a gratuidade no sistema de transporte já foi implementada pelo poder público.
86 deputados são a favor da espionagem Parlamentares do DEM, PMDB, PSDB, PMN, PP, PR, PRP, PSB, PSC, PSD e PTB, pertencentes às bancadas evangélica e ruralista, votaram contra a moção de repúdio à espionagem estadunidense de cidadãos, empresas e instituições brasileiras, apresentada na Câmara no último dia 9.
Mais médicos por R$ 10 mil Em apenas uma semana, o programa Mais Médicos recebeu 11.701 inscrições de profissionais e 753 inscrições de municípios. Cerca de 80% deles se formaram no Brasil e 92% dos interessados são brasileiros. Os médicos participantes receberão bolsa de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde como ajuda de custo, e farão especialização em Atenção Básica. As inscrições podem ser feitas pelos municípios e pelos médicos até o dia 25.
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Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013 Pablo Vergara
Centrais sindicais prometem realizar novas ações para garantir conquistas e melhorias para a classe trabalhadora
Centrais prometem novos protestos DIA DE LUTA Jornada unificada mobilizou 27 estados; trabalhadores prometem voltar às ruas em 30 de agosto Patrícia Benvenuti da Redação Se o governo e o patronato não atenderem às reivindicações dos trabalhadores, as mobilizações vão se intensificar. Esse é o recado das centrais sindicais, que prometem realizar novas ações para garantir conquistas e melhorias para a classe trabalhadora. Em 11 de julho, sete centrais promoveram o Dia Nacional de Lutas, com protestos e paralisações em 27 estados. Os atos reuniram CUT, CTB, Força, UGT, CSP/Conlutas, CGTB, CSB e NCST, além de diversas organizações populares, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O objetivo das mobilizações foi forçar o cumprimento de uma pauta de reivindicações entregue ao governo em março deste ano, durante a Marcha da Classe Trabalhadora em Brasília. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, as ações de-
verão forçar o Executivo a tomar medidas em prol dos trabalhadores. “Todo e qualquer governo do mundo se move à pressão, e é isso que estamos fazendo. Agora o governo sabe que é preciso agilizar”, diz.
não aprovação do Projeto de Lei 4330, o chamado PL da Terceirização. Para João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do MST, os atos conjuntos reforçaram a necessidade de unificar as lutas. “MST e os movimentos do campo precisam estar cada vez mais articulados com os trabalhadores da cidade.
Nossa luta só vai avançar com eles”, garante. O impacto das mobilizações foi mais sentido nas cidades de Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES), onde houve paralisação dos trabalhadores do transporte público. Vagner Freitas, da CUT, cita o caso do ABC Paulista, onde mais de 40
Os trabalhadores terceirizados enfrentam hoje as piores condições de trabalho no mercado, com baixos salários e Luta contra o PL 4330 é uma sem a proteção das prioridades das centrais da CLT
mil metalúrgicos cruzaram os braços. Para ele, isso mostra a adesão da base às lutas. Destravar a pauta As centrais esperam agora que as negociações avancem, e as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas. Para Zé Maria, do PSTU, é hora de o gover-
no parar de “enrolar” o movimento sindical. Caso o governo não dê sinais positivos, a tendência é de novas mobilizações. “Vamos fazer uma avaliação e, se a coisa não andar, nossa expectativa é discutir um dia de greve geral”, diz o presidente da CTB, Wagner Gomes. A data já foi até definida, 30 de agosto.
PL favorece terceirização
A pauta dos trabalhadores é composta por oito pontos principais, que são o aumento dos investimentos públicos em educação, saúde e transportes; redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução dos salários; cancelamento dos leilões do petróleo; realização da reforma agrária; fim do fator previdenciário; e a
da Redação As centrais sindicais promoverão, em 6 de agosto, novos protestos em defesa da classe trabalhadora. Desta vez, o alvo é único: o Projeto de Lei 4330/2004, que dispõe sobre a regulamentação da contratação de mão de obra terceirizada no Brasil. Proposto pelo deputa-
do Sandro Mabel (PMDBGO), o texto é rechaçado por unanimidade entre as centrais sindicais, que veem na matéria uma forma de flexibilizar ainda mais as relações de trabalho. Dentre as novidades apresentadas pelo PL está a ampliação das possibilidades de contratação de terceirizados, que poderão realizar tanto atividades-meio quanto ativida-
Renato Araújo/ABr
O deputado Sandro Mabel
des-fim nas empresas públicas ou privadas. Os trabalhadores terceirizados enfrentam ho-
je as piores condições de trabalho no mercado, com baixos salários e sem a proteção da CLT.(PB)
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A Globo tem que pagar MÍDIA Acusada de sonegar mais de R$ 600 milhões em impostos, Globo vê seu nome atrelado a uma série de denúncias Mario Rocha/Mídia NINJA
Márcio Zonta da Redação Centenas de pessoas protestaram contra a Rede Globo em diversos pontos do país, em frente às sedes da empresa. Isso ocorreu no dia 11 de julho, no Dia Nacional de Lutas, chamado pelas centrais sindicais e pelo MST. Com o tema da democratização da mídia ganhando fôlego nas ruas, a emissora mergulha em uma série de denúncias sobre suas relações promíscuas com figurões da política brasileira, benefícios ilícitos adquiridos desde os tempos ditatoriais, além do mais recente escândalo de sonegação de impostos, que ultrapassa os R$ 600 milhões. Uma denúncia de Miguel do Rosário, do blog O Cafezinho, revela que, em 2002, o grupo empresarial promoveu uma sonegação que contabilizou R$ 183 milhões. Ao concluir o processo, quatro anos mais tarde, em 2006, o valor alcançou as cifras de R$ 615 milhões, somando juros e multas cobrados pela Receita Federal. A Globo teria usado o nome de uma pessoa jurídica com sede nas Ilhas Virgens Britânicas para não recolher
imposto de renda referente ao direito de transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2002. A trama teria sido realizada pela família Marinho anos antes da realização do evento esportivo, sendo que nas vésperas de 2002 o patrimônio da pessoa jurídica criada foi vertido para a Globo, manobra que possibilitou a emissora o direito de difusão das partidas totalmente livre dos impostos decorrentes.
“A Globo construiu seu poder econômico e político a partir de estreitos laços com a ditadura militar, que lhe garantiu o acesso a toda a estrutura da Telebras”
“Essas Ilhas coincidentemente são conhecidas como verdadeiros paraísos fiscais e por isso o caso é muito grave e merece uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)”, solicita o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B- SP).
Padrão global “A Globo cometeu crimes históricos contra o Brasil. Lutou contra a criação da Petrobras. Fez parte do golpe que levou ao suicídio de Vargas. Consolidou-se financeiramente, com dinheiro estrangeiro de um lado, e de golpistas internos, de outro, sobre o cadáver da nossa democracia”, cita o jornalista Miguel do Rosário. Sem contar que diversas emissoras afiliadas da Globo pelos país são controladas por políticos envolvidos em inúmeros casos de corrupção. No Maranhão, a família Sarney controla a TV Mirante; em Alagoas, Fernando Collor responde pela Gazeta. O artigo 54 da Constituição lembra que é proibido políticos detentores de cargos eletivos controlarem concessionárias de serviço público. Contudo, a Organizações Globo é a empresa de comunicação que concentra 73% da verba pública de publicidade. “A Globo construiu seu poder econômico e político a partir de estreitos laços com a ditadura militar, que lhe garantiu o acesso a toda a estrutura da Telebras e a expansão nacional do seu sinal”, denuncia João Brant, do Coletivo Intervozes de Comunicação. Rafel Stedile
Manifestantes querem a democratização da mídia no país
Milhares de cariocas ocuparam ontem (17) as ruas nas proximidades da casa de Sérgio Cabral para pedir o seu impeachment. Sob repressão violenta da PM, os manifestantes chegaram a atirar objetos nas novas instalações da Rede Globo, no Leblon, mesmo bairro em que mora o governador.
Joaquim e Huck, uma amizade global SUSPEITA Relações de Joaquim Barbosa com a Globo e a estreita amizade de Luciano Huck com políticos expõem a faceta atual do modelo de comunicação no Brasil da Redação Em março passado, o presidente do STF foi premiado pelo jornal O Globo como Personalidade do Ano. Em maio, Joaquim Barbosa usou dinheiro público para custear passagens aéreas de um jornalista do mesmo periódico para cobrir sua apresentação em um seminário sobre liberdade de imprensa, na Costa Rica. As relações persistiram entre Barbosa e a Globo. No dia 2 de junho, acompanhado de seu fi-
“É por essas e por outras que a mídia precisa sofrer urgentemente um processo de democratização” lho Felipe Barbosa, o magistrado assistiu ao jogo Brasil x Inglaterra, no Maracanã, no camarote de Luciano Huck, apresentador global. Recentemente, a emissora admitiu que contra-
tou Felipe para ser seu funcionário, embora tenha negado o fato em diversas ocasiões. Felipe trabalha exatamente no programa de Luciano Huck, figura global bastante conhecida e admirada entre políticos da direita brasileira. Amigo do governador Sérgio Cabral e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Huck já foi cogitado para disputar o cargo de governador do Rio de Janeiro pelo PSDB, além de participar de diversas reuniões do PMDB.(MZ)
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Absolvição de vigia que matou jovem negro reacende debate NOS ESTADOS UNIDOS Trayvon Martin, de 17 anos, estava visitando a namorada de seu pai em um condomínio fechado na Flórida quando um dos vizinhos, de origem hispânica, o matou Reprodução
da Redação No dia 13, na Flórida, um júri formado por seis mulheres, todas elas brancas, absolveu um homem de origem hispânica mesmo após ele ter assassinado um jovem negro desarmado. E ele ainda receberá sua arma de volta. Se George Zimmerman, escolhido por vizinhos como vigia voluntário do condomínio onde mora, fosse declarado culpado ele teria pego prisão perpétua. Se o veredicto fosse de homicídio involuntário, seriam 30 anos de cadeia.
Não se sabe exatamente o que ocorreu no dia 26 de fevereiro do ano passado quando Trayvon Martin, que vestia um moletom com capuz, voltava para a casa da namorada do seu pai. Zimmerman alega ter agido em legítima defesa após ter sido agredido pelo garoto, mas exames não encontraram o seu DNA nas unhas de Trayvon. Nem tampouco foi achado o DNA do adolescente na arma. O condomínio fechado em questão, com 260 casas, reflete o “caldeirão racial” que é os Estados Unidos. Nele, vivem
Estão previstos protestos em 40 cidades dos Estados Unidos sob o lema “Somos todos Trayvon Martin”
49% de brancos não-hispânicos, 23% de hispânicos, 20% de negros e 5% de asiáticos. Cidadãos de todo o país acreditam que o crime
teve motivações racistas e não se conformam com a decisão. Ao passo que o presidente Obama tem apenas pedido calma. Diante disso, o movi-
mento Occupy Wall Street convocou um protesto nacional para esta semana, o “Justiça por Trayvon”, em mais 40 cidades dos Estados Unidos.
“Nós não somos Trayvon Martin” abre diálogo com “brancos privilegiados” Reprodução
Reprodução
Redação O caso de Trayvon levou a criação de uma página na internet em que estão sendo agrupados depoimentos solidários de pessoas que normalmente não sentem na pele o peso de ser negro. O Tumblr [uma espécie de Facebook com destaque maior para fotos] http:// wearenottrayvonmartin. com/ “Nós não somos Trayvon Martin” inverte, de maneira criativa, o slogan “Somos todos Trayvon Martin”, que se tornou uma das hashtags mais populares no Twitter, nos últimos dias nos EUA. Veja alguns deles:
“Eu sou uma mãe de meia idade com 6 filhos e avó de 3. O meu caçula é branco, alto, loiro, de olhos azuis... usa moletom com capuz, anda de skate, ama carros batidos e come ‘skittles’ [balas coloridas tipo m&m’s apreciada na ‘periferia’]. Eu não temo que meu filho seja “enquadrado” e leve um tiro. […] Eu espero que nosso país olhe bem para isso e admita que [essa diferença no tratamento] não é aceitável.”
“Eu não sou Trayvon Martin. Meu marido poderia ser ele […] Nesses tempos assustadores, agradeço por termos uma garota. Ela, sem dúvidas, irá enfrentar um monte de coisa por ser mulher e negra, mas é menos provável que seja taxada de criminosa ou considerada uma ameaça à sociedade.”
Reprodução
“Eu não sou Trayvon Martin. A noite em que ele foi morto, eu estava ‘chapada’ de maconha dirigindo meu carro. E em alta velocidade. E absolutamente ninguém tava nem aí. Eu estava quebrando várias leis. Ele não estava. Ele está morto. Eu estou comendo um ‘burrito’ [prato típico da culinária mexicana, tipo uma panqueca recheada de carne, que é vendida em lojas de fast food nos EUA].” Reprodução
“Eu não sou Trayvon Martin. Sou branca e judia. Quando cheguei nos Estados Unidos, era uma imigrante sem papéis vinda da Grã-Bretanha. Eu tive como me matricular na escola sem ninguém nunca ter me questionado sobre minha cidadania ou se eu era “legal” no país […] O que aconteceu com Trayvon nunca aconteceria comigo. Como uma aliada ‘branca’, vou fazer de tudo para que isso não volte a acontecer.”
FATOS EM FOCO
Snowden é indicado ao Nobel Um professor de sociologia sueco, Stefan Svallfors, indicou Edward Snowden, o ex -analista da CIA responsável pelo vazamento de informações sobre programas de espionagem dos EUA, para o Prêmio Nobel da Paz, em carta endereçada ao comitê organizador.
Rainha aprova casamento gay A mudança na lei de direitos civis no país dependia da assinatura do “Royal Assente” - formalidade entre o Parlamento e a rainha Elizabeth II. O documento foi assinado ontem de manhã dando aval para oficialização da lei. Agora, o Reino Unido é o décimo país europeu a permitir que casais gays possam se casar. Portugal, Espanha, França, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Suécia e Islândia já haviam aprovado a medida.
Merenda contaminada Até o momento, 22 crianças, todas com menos de 12 anos, morreram no estado de Bihar, na Índia, após terem comido merenda contaminada na escola. Outras dezenas estão hospitalizadas em estado grave. Suspeita-se que os legumes, o arroz e o óleo usados para fazer a refeição tiveram contato com inseticidas, já que, segundo os médicos, os corpos exalavam o cheiro de organofosforados, componentes usados em pesticidas.
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cultura | 11
Símbolo da cultura e da esquerda carioca REFERÊNCIA Alfredinho comanda há quase 30 anos o Bip Bip, ponto de encontro de músicos brasileiros e estrangeiros Luísa Côrtes
Luísa Côrtes do Rio de Janeiro (RJ) No dia 13 de dezembro de 1968, enquanto era promulgado o Ato Institucional nº 5 (AI-5) – o mais duro golpe da ditadura brasileira–, em Copacabana, na discreta Rua Almirante Gonçalves, surgia um dos maiores símbolos da resistência política-cultural carioca: o Bip Bip. O comandante do Bip há quase 30 anos, Alfredo Melo, Alfredinho, fugia da ditadura quando, por acaso, se deparou com os fogos da inauguração do bar. Anos depois, Alfredo comprou o ponto comercial e se tornou um anfitrião que deixa todos à vontade para escutar boa música, pegar sua própria cerveja, e dizer, no final da noite, o total que deve pagar. Diariamente é possível ouvir o melhor do samba, choro e bossanova, em uma roda democrática, em que os músicos sentam ao redor da mesa e os frequentadores colaboram fazendo o coro das canções. Já para quem deseja conversar, o próprio Alfredinho recomenda o bar da frente. “Aqui a prioridade é a música, todos tocam sem receber cachê, pagando sua própria cerveja, o mínimo que devemos é respeitar e fazer silêncio”, costuma pedir em seus famosos “esporros”, que já viraram aplicativo em redes sociais. Quem nunca ouviu um esporro do Alfredinho, diz a lenda, nunca esteve no Bip Bip. Na realidade, as repreensões de longe passam por grosserias. A aparência ranzinza
mentares Marcelo Freixo e Eliomar Coelho, ambos do PSOL, uma mistura que simboliza a democracia local.
Roda democrática no Bip Bip: o melhor do samba, choro e bossa-nova
é apenas fachada: Alfredo é doce e sensível, admirador da música popular brasileira, envolvido em diversos projetos sociais, como a distribuição de 200 cestas básicas para famílias do Pavão-Pavãozinho, Cantagalo e Rocinha.
Quem nunca ouviu um esporro do Alfredinho, diz a lenda, nunca esteve no Bip Bip. Na realidade, as repreensões de longe passam por grosserias Desta forma, as famosas broncas costumam ser voltadas para a necessidade da doação de sangue, do engajamento
político e social, além, claro, do clássico pedido de silêncio. Histórias No entanto, enquanto a música não toma conta do bar de 18 metros quadrados, é possível aproveitar para ouvir as histórias do Alfredinho. Ele destaca grandes artistas da música brasileira que ajudaram a construir as noites musicais do Bip, como Elton Medeiros e Cristina Buarque, sua grande amiga. “A Cristina é uma pessoa ímpar, uma dignidade, humildade e amizade incríveis”, elogia. Além disso, no lugar que já recebeu Tom Jobim, é possível cruzar com Carlos Malta, Paulinho da Viola e Geraldo Azevedo. “No mês passado, o Milton Nascimento veio ouvir o nosso samba. Então, não era pra tocar música em sua homenagem,
pois ele queria escutar a música do Bip. Esqueci de falar isso e alguém puxou uma canção do Bituca”, conta. Alfredinho se refere à noite comandada pela nova turma do Bip, jovens de 20 a 30 anos que marcam ponto toda quintafeira e já se apresentam em outros locais, como a cantora Marina Íris, músicos do Samba da Ouvidor e do Samba Sem Alvará.
A vida de Alfredinho se confunde com a história do Bip. No bar, as paredes são repletas de fotos de compositores e amigos, caricaturas, desenhos e escudos do Botafogo, seu time de coração. A política também tem espaço cativo nos murais do Bip: é possível encontrar panfletos do PT, fotos do Lula e da presidenta Dilma Rousseff, além de adesivos das candidaturas passadas dos parla-
Ponto turístico Com acolhimento e personalidade, Alfredinho transformou o bar, comprado com metade do pagamento em doses de uísque, em ponto turístico. Assim, os frequentadores assíduos, que batem ponto para dar um simples beijo – ali os homens se cumprimentam com beijo no rosto – no dono do bar, convivem com turistas de diversos lugares. Muitos chegam para conhecer e tirar uma foto ao lado do mítico Alfredinho. “Eu mal falo português, mas gosto de saber de qual lugar são os gringos. Assim, eu falo ´eu: Brasil, você`? Todos entendem e respondem”, afirma. “Tem um amigo que diz que o Bip parece reunião da ONU. Já teve dias que o idioma menos falado por aqui era o português”, se diverte Alfredinho. Como afirma o jornalista e frequentador do reduto cultural Emiliano Tolivia, “em tempos de megaeventos no Rio de Janeiro, o único local que já está pronto para receber atletas, turistas e jornalistas é o Bip”. Luísa Côrtes
“Aqui a prioridade é a música, todos tocam sem receber cachê, pagando sua própria cerveja” Alfredo Melo, o Alfredinho
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Quinta é dia de resistência Cláudia Santiago
DITADURA CIVIL-MILITAR Projeto busca resgatar e manter viva a memória dos períodos ditatoriais no Brasil Mariane Matos do Rio de Janeiro (RJ) Todas as quintas, ao longo dos meses de julho e agosto, é dia de Quintas resistentes na Livraria Antonio Gramsci, na rua Alcindo Guanabara, 17, na Cinelândia. Encabeçado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), o evento é fechado e restrito a uma equipe de jornalistas e entrevistadores que conduzem o de-
bate sobre a ditadura civil-militar e as formas de resistência a ela ao longo dos anos. As entrevistas são transmitidas ao vivo, às 19h, pelo portal online do NPC. Segundo a coordenadora do NPC, Claudia Santiago, o objetivo é manter viva a memória sobre aquele período. “Com a série de entrevistas queremos ajudar a desmantelar os aparatos da ditadura para que as
histórias não se repitam e não continuem acontecendo cotidianamente nas cadeias e nas delegacias contra os presos comuns”, explica. O entrevistado de hoje (18) é o jornalista Cid Benjamin, que militou no MR8 e participou da guerrilha urbana durante a ditadura. Já na semana que vem (25), o entrevistado será Washington Costa, que falará sobre o movimento operário.
SERVIÇO
Quintas resistentes De julho a agosto, todas as quintas, às 19h Livraria Antonio Gramsci Rua Alcindo Guanabara, 17 Cinelândia Para ouvir online: piratininga.org.br/aovivo Entrevistas querem ajudar a desmantelar os aparatos da ditadura
AGENDA Reprodução
preto e branco. Nascido na Lituânia, em 1939, construiu toda sua obra durante o regime comunista. A mostra fica no Centro Cultural Correios até o dia 21, aberto de terça a domingo, das 12h às 19h. Entrada gratuita. Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro.
CONEXÃO RIO O Festival de Música Instrumental teve iní-
cio quinta-feira passada (11) e contará com 29 apresentações por Reprodução
O Minotauro, no Museu da República
MINOTAURO O espetáculo infantil do Grupo Mosaicos se apresenta no Museu da República. A montagem convida o público para uma incrível viagem à Grécia, onde a Princesa Ariadne guia o jovem artista Agabo por sua aventura no labirinto em busca do Minotauro. Com uma apresentação ao ar livre, a peça conta ainda com canções líricas. Entrada gratuita (retirada de senhas 1h antes). Rua do Catete, 153. MOSTRA DE ARTES DAS FAVELAS O Coletivo Becos em parceria com a Viela Produções apresenta um evento que reúne artistas de comunidades de todo o Rio de Janeiro. Misturando diversos estilos e linguagens, o evento completa sua terceira edição e ocorre agora em ju-
lho. Após Pavuna e Santa Cruz, no próximo final de semana é a vez da Lapa. Acontece sábado (20) a partir das 15h. O evento é gratuito. Centro Cultural Varandão da Lapa – Ladeira de Santa Teresa, 06. ANTANAS SUTKUS: UM OLHAR LIVRE A exposição dedicada a um dos mais importantes fotógrafos do período soviético, Sutkus, conta com 100 imagens em Reprodução
Antanas Sutkus, no C.C.Correios
PEDAGOGIA DA DOMINAÇÃO Após seis anos de trabalho duro, o Repper Fiell lança o seu novo CD: Pedagogia da Dominação. Influenciado pelo educador Paulo Freire, o disco é um grito, uma chamada – não só ao público do Hip Hop, mas também a todos – para mudar a sociedade. A festa de lançamento acontecerá neste sábado (20) às 19h, no Centro Social Aprendendo a Viver – Quadra de Areia – Favela de Acari. Entrada gratuita. NOITE DE MARACATU Nesta quinta-feira (18), a Escola Superior de Design Industrial convida todos para ocupar culturalmente o seu campus. Hoje, a ESDI é um símbolo da resistência diante do cenário de obras na Lapa, e por isso chama a todos para um Maracatu + Baderna. O evento é gratuito e começa as 19h. Rua Evaristo da Veiga 95, Lapa.
O Repper Fiell, na Favela de Acari
todo a cidade. Após 13 anos de existência, a Rede Conexão chega a 2013 espalhando música pelo Rio e reunindo grandes nomes da música brasileira. As apresentações são gratuitas e diárias, acontecendo às 20h30, em diversos pontos da cidade até o dia 17 de agosto, com encerramento no Circo Voador. Para conferir a programação: facebook/conexoeslivres.
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variedades | 13
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS www.coquetel.com.br
© Revistas COQUETEL 2013 Passa Peças elétricas de para encaixe dentro Seguidor Discorda doutrina de Lao-tse dância
He-(?), Bem herói de vestido; Etérnia enfeitado (TV)
Nome do autódromo de Interlagos
Criticado; analisado Cidade do Pará às margens do Amazonas Torna espesso São Caetano, na sigla ABCD
Rede de TV italiana
Senhora (abrev.) Embalagem para exportação de café
Zona da (?), região do oeste de Minas
A pessoa que se comove facilmente
Tonel, em inglês Aeronáutica (abrev.) 1.600, em romanos A proteção do livro
I
O
do QUADRINHOS quebUmralin -cabeça S O Grátis! CLÁSSIC 0 50 E ANOS 40
Terreno de mineração (bras.)
LIVRO 2 NAS BANCAS E LIVRARIAS
Gemidos; lamentos (poét.) 3/man — vat. 4/hide — mata. 5/lavra — teerã. 6/claras. 8/santarém.
BANCO
HORÓSCOPO
T D O E M S A A D C A O S R D C O L A A R R A I S
A
Capital do país do Aiatolá Khomeini
(?) Barroso: compôs “Risque”
Artur da Távola, cronista brasileiro Falar (gír.) Tecido de agasalhos
Solução
EDIÇÃO AL ESPECIA
E M E N T A A N T A R N G R O S R A I T A S A V A T B A A E I T I M A L C O H D A T I O P I D L A V E R Ã A
Ingrediente do uísque Esconder, em inglês
J C O S E C M A R E L O S P A C T E
(?) Ramalho, cantora de “Banho de Cheiro” Árvore comum nas ruas do Rio O mais alto grau acadêmico Camareiro (bras.)
Às (?): à vista de todos
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ASTROLOGIA - Semana de 18 a 24 de julho - Período de cautela diante de assuntos que envolvam finanças, especialmente em função de riscos com imprevistos; ideologias e temas culturais tendem ser o centro da atenção.
Áries
(21/3 a 20/4) Momento para ser mais sentimental e nostálgico. Período para lidar com questões familiares e esclarecer pendências. No amor, intensidade e dedicação vão marcar momentos a dois.
Touro
(21/4 a 20/5) Semana favorece para atividades culturais e entretenimentos. Bom para questões que envolvam coletividade e a sociedade em geral. No amor, bom para tratar assuntos mais sérios e duradouros.
Gêmeos
(21/5 a 20/6) Momento importante para tratar de questões materiais. Nas questões financeiras, evite o consumismo. No trabalho, momento é positivo, mas cuidado com a saúde. No amor, seja mais simples e evite rotina.
Câncer
(21/6 a 22/7) Semana favorece para esclarecimento de assuntos pendentes. Cuide para não ser muito individualista. Na vida afetiva, boa ocasião para revitalizar energias e relacionamentos sociais.
Leão
(23/7 a 22/8) Momento bom para reflexões sobre seu comportamento. Envolvimento com causas solidárias vão te fazer se sentir melhor. Cautela nos assuntos materiais e ajustes das finanças. Questões familiares exigem empenho.
Virgem
(23/8 a 22/9) Período exige mais atenção com atitudes individualistas. Trabalhos coletivos são favoráveis. No amor, momento bom para conversas esclarecedoras, mas evite exagero nas exigências.
Libra
(23/9 a 22/10) Momento bom para temas profissionais. Cuidado com as disputas e decisões especiais. No amor, período especial para conversas e definição de rumos de projetos de longo prazo.
Escorpião
(23/10 a 21/11) Semana favorece reflexão em questões relacionadas às crenças, ideologias e temas culturais. Período também é bom para expor os sentimentos. No amor, mais romantismo ajuda na vida afetiva e em paqueras.
Sagitário
(22/11 a 21/12) Semana exige cautela diante das finanças. Atenção especial para eventuais imprevistos. Converse mais com os amigos e seja mais solidário. No amor, período para vivenciar mais a sexualidade.
Capricórnio (22/12 a 20/1) Período abre boas possibilidades para consolidar metas. Mas seja mais paciente com diferenças de opiniões. No amor, evite exagero. Momento bom para decisões importantes.
Aquário
(21/1 a 19/2) Semana boa para vivenciar novos momentos e assumir novas responsabilidades. Período exige empenho com questões financeiras e atenção especial para evitar o consumismo. No amor, evite ter manias e apegos.
Peixes
(20/2 a 20/3) Momento especial para se dedicar a questões que te trazem prazer. Período favorece também para estudos e questões culturais. No amor, evite ser exigente demais, pois o momento é especial para declarações afetivas duradouras.
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Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013
Ouro na Copa do Mundo de remo, Beltrame é homenageada na Gávea Alexandre Vidal/Fla Imagem
FLAMENGO Remadora ressalta importância do clube para a conquista
Flamengo, Beltrame também exibia a medalha de bronze conquistada na segunda etapa da Copa do Mundo, realizada na Inglaterra. Essa é uma das quatro que ela já ganhou em etapas dessa competição ao longo de sua carreira.
da Redação A atleta Fabiana Beltrame foi recebida com muitos fogos ao chegar, na manhã da última terça-feira (16) à sede de remo do Flamengo, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Campeã na categoria single skiff peso-leve da terceira etapa da Copa do Mundo de Remo, realizada na Suíça, Fabiana trazia no peito a desejada medalha de ouro. “É ótimo receber essa homenagem. Demonstra que reconhecem meu esforço. Estou dando de volta o resultado da aposta que foi feita em mim. Fico muito feliz por ser homenageada. Estava competindo pelo Brasil,
“Essa é uma das quatro que ela já ganhou em etapas dessa competição ao longo de sua carreira” Fabiana Beltrame é recebida na Gávea
mas também representando a nação rubro-negra. Agradeço à diretoria por ter mantido esse apoio ao remo, que é um esporte tão tradicional no nosso clube. Essa medalha de ouro é mais uma forma de agradecimento”,
disse a campeã. Parceria “Foi aqui que consegui meus melhores resultados. É uma parceria que deu certo”, diz a atleta que está no clube desde 2009. Para o presiden-
te do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, “Fabiana servirá de exemplo para a garotada toda e voltaremos a ser a potência nas regatas que sempre fomos”. Durante a homenagem na sede de remo do
Seu próximo desafio internacional é o Campeonato Mundial da Coreia do Sul, que será realizado entre 25 de agosto e 1º de setembro. Em 2011, o Mundial, composto apenas de uma etapa, foi disputado na Eslovênia e Fabiana sagrou-se campeã.
Venda de álcool em estádios do DF limitada a evento da Fifa Valter Campanato/ABr
ESTATUTO DO TORCEDOR Permissão para consumo não se estende a outros eventos do futebol do país Luciano Nascimento de Brasília (DF) A venda e consumo de bebidas alcoólicas no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha será restrita aos eventos esportivos organizados pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). A determinação é da Justiça do Distrito Federal, que atendeu ao pedido da Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão e da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, contra ação ajuizada pe-
la empresa Parlamento Restaurante. Em maio, a empresa firmou contrato com a Federação Brasiliense de Futebol (FBF) para fornecer bebidas e comidas no estádio. Inicialmente, a Justiça concedeu a liminar para que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não inibisse a comercialização de bebidas alcoólicas (cervejas) no estádio. Diante disso, o Ministério Público entrou com recurso contra a decisão, alegando que a permissão é temporária
é só valia para os eventos organizados pela Fifa, por isso, os demais jogos devem seguir o Estatuto do Torcedor. “Na verdade, a decisão apenas determina o retorno ao que já estava previsto na legislação”, informou a assessoria do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. O Estatuto do Torcedor proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios brasileiros durante competições oficiais. A proibição foi flexibilizada com a promulga-
Torcedores deixam o Estádio Nacional Mané Garrincha
ção da Lei Geral da Copa (12.663/2012), que permite a comercialização e venda nos estádios para atender ao pedido da Fifa. A lei diz que o comércio de bebidas alco-
ólicas é permitido apenas em eventos internacionais, como foi o caso da Copa das Confederações 2013 e, em breve, a Copa do Mundo 2014. (Agência Brasil)
FATOS EM FOCO
Messi e Neymar O atual técnico do Barcelona,Tito Vilanova, acha que a dupla Messi e Neymar não terá dificuldades de adaptação. “Não será um problema para eles se entenderem no campo. Ainda mais que os adversários terão que vigiar um dos dois, o que deixará o outro livre. São dois grandes jogadores, será perfeito”, disse.
Ginástica artística O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) contratou o russo Alexandre Alexandrov, um dos melhores treinadores de ginástica artística do mundo, para comandar a seleção brasileira feminina da modalidade até os Jogos Olímpicos Rio 2016. O novo treinador-chefe da equipe nacional foi apresentado nesta sexta-feira (12), na sede do COB, no Rio de Janeiro. Na próxima semana, o treinador estará em Três Rios (RJ), onde se reunirá pela primeira vez com as atletas da seleção, para uma semana de treinamentos e avaliações. (COB)
Vôlei de praia O vôlei de praia brasileiro voltou a mostrar sua força no Circuito Mundial neste fim de semana, no Grand Slam de Gstaad, na Suíça. No masculino, Ricardo e Álvaro Filho, que formam dupla há apenas três meses, desbancaram os atuais líderes do ranking, os compatriotas Bruno Schmidt e Pedro Solberg, e sagraramse campeões. Entre as mulheres, Lili e Bárabara Seixas foram prata, enquanto Taiana e Talita conquistaram o bronze. (COB)
Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013
esporte | 15 Cristiane Mattos/Folhapress
opinião | Bruno Porpetta
As vísceras expostas ENFIM, o Consórcio Maracanã começa a acertar os ponteiros com os clubes do Rio. A dupla Fla-Flu inicia a legitimação da concessão do estádio com acordos que expõem também as vísceras do futebol carioca. Como em um clássico, haverão torcedores exaltando supostas vantagens de um sobre o outro nos acordos firmados. Enganam-se. Todos foram derrotados. Aparentemente, o acordo (confidencial?) do Flamengo é comercialmente mais vantajoso. Não prende o clube por tanto tempo e fatia por igual os ganhos totais com o estádio. O Fluminense, tendo como perspectiva uma média de público de 12 mil torcedores – registrada no ano passado, onde o tricolor foi campeão brasileiro – também não poderia reclamar, pois terá autonomia sobre 43 mil lugares (ou 56% da taxa de ocupação do es-
tádio), sem custo algum. Apesar da suposta vantagem rubro-negra, a massa de torcedores que costumava ir ao Maraca ver o Flamengo jogar não pagará 10 reais por um pão com salsicha. Ou seja, o Flamengo terá 50% de sabe-se lá o quê! Quanto ao Fluminense, protagonista de alguns dos maiores momentos do estádio, se posta de joelhos diante dos barões do novo Maracanã. Aceita passar 35 anos pedindo esmolas a empreiteiras para jogar de graça, ter uma lojinha e um cantinho para sua torcida. O Maracanã, desde 1950, vive dos clubes e torcedores. Não fossem eles, seria um enorme pedaço de concreto sem alma. E assim, começa-se a pagar o preço da privatização. O restante vem embutido no ingresso. Bruno Porpetta é autor do blog porpetta.blogspot.com
Ronaldinho Gaúcho foi mal e acabou substituído
Galo tropeça no Paraguai e sai em desvantagem LIBERTADORES O time do técnico Cuca não conseguiu se acertar e deixa o Paraguai com uma diferença de dois gols no placar da Redação
brasileirão | 8ª rodada São Paulo X Cruzeiro Sab | 20/07 | 18h30 | Morumbi
Criciúma X Grêmio Sab | 20/07 | 18h30 | Heriberto Hülse
Botafogo X Náutico Sab | 20/07 | 21h00 | São Januário
Vitória X Bahia Dom | 21/07 | 16h00 | Fonte Nova
Internacional X Flamengo Dom | 21/07 | 16h00 | Centenário
Atlético-PR X Corinthians Dom | 21/07 | 16h00 | Vila Capanema
Santos X Coritiba Dom | 21/07 | 16h00 | Vila Belmiro
Como os atleticanos esperavam, o primeiro jogo da final da Libertadores da América entre Atlético-MG e Olímpia, em Assunção, no Paraguai, foi um sofrimento. O que não podiam prever era a repetição do placar do primeiro jogo da semifinal, quando perderam por 2 a 0 para o Newell’s Old Boys, na Argentina.
“Galo agora precisa vencer a partida de volta, no Brasil, por três gols de diferença”
Fluminense X Vasco Dom | 21/07 | 18h30 | Maracanã
Goiás X Portuguesa Dom | 21/07 | 18h30 | Serra Dourada
Atlético-MG X Ponte Preta Dom | 21/07 | 18h30 | Independência
Alejandro Silva, aos 22 minutos do primeiro tempo, e Wilson Pittoni, de falta, aos 48 do segundo, selaram a sorte do Galo que agora precisa
vencer a partida de volta, no Brasil, por três gols de diferença. No caso de uma vitória por 2 a 0 se repetir, os torcedores terão que enfrentar mais uma disputa de pênaltis. Tradição Atlético-MG e Olímpia, mantendo a tradição dos jogos finais da competição fizeram um jogo duríssimo, onde o entusiasmo superou a técnica. O jogo pegado, com pouca técnica, favoreceu a equipe paraguaia que abriu o placar aos 22 minutos, com Alejandro Silva. Em jogada individual, o lateral esquerdo deixou pra trás os marcadores atleticanos e bateu cruzado, da entrada da área, no canto esquerdo de Victor. Abalados, os jogadores do Galo não tiveram força para reagir e o time foi para o vestiário em desvantagem no placar.
Segundo tempo O sofrimento atleticano continuou durante toda a segunda etapa, com os mineiros incapazes de articular jogadas agudas contra o gol paraguaio. O reflexo maior da insatisfação de Cuca foi sua opção pela substituição dos atacantes Ronaldinho Gaúcho e Jô, que deram lugar a Gui-
lherme e Alecssandro. Nada adiantou, no entanto, e, nos descontos, aos 48 minutos, Wilson Pittoni venceu Victor em uma cobrança de falta. Com o resultado, a equipe se vê mais uma vez obrigada a recuperar o prejuízo em casa, diante de sua torcida. Resta saber se terão forças para repetir a mesma façanha da semifinal.
FICHA TÉCNICA
2X0 Olimpia-PAR
Atlético-MG
Martín Silva, Manzur, Miranda, Candía, Alejandro Silva, Eduardo Aranda, Giménez (Juan Ferreyra), Wilson Pittoni, Benítez, Salgueiro e Freddy Bareiro (Enzo Prono)
Victor, Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva, Richarlyson, Pierre, Josué, Diego Tardelli, Luan (Rosinei), Ronaldinho Gaúcho (Guilherme) e Jô (Alecsandro).
Defensores del Chaco | Assunção (PAR) | 17/07 | 21h50 Gols de Alejandro Silva e Wilson Pittoni
16 | esporte
Rio de Janeiro, de 18 a 24 de julho de 2013
Fla segue na Copa do Brasil Paulo Dimas/VIPCOMM
FUTEBOL Time de Mano Menezes bate ASA e mantém 100% de aproveitamento da Redação Após três meses distante do Rio, o rubro-negro faz 2 a 1 no ASA de Arapiraca, em Volta Redonda, mantém os 100% de aproveitamento na Copa do Brasil, e avança às oitavas de final. O time da Gávea dominou o primeiro tempo e foi para o intervalo com a vantagem de 1 a 0, com o gol de letra feito por Elias. No segundo tempo, o ASA chegou a reagir e empatou com Osmar. No entanto, Marcelo Moreno fez o segundo dos rubro-negros e concluiu o duelo. Jogo Num jogo morno e sem inspiração, mas com a raça que lhe é característica, o Fla tinha o domínio da posse de bola, mas tinha dificuldade em
FICHA TÉCNICA
2X1 Flamengo
ASA
Felipe, Digão, Wallace, González, João Paulo, Cáceres (Diego Silva), Val, Elias, Paulinho (Adryan), Nixon (Bruninho) e Marcelo Moreno
Gilson, Osmar (Gabriel), Edson Veneno, Tiago Garça, Chiquinho Baiano, Jorginho, Fabiano, Reinaldo, Didira (Wanderson), Gilsinho (Valdívia) e Léo Gamalho
Gols de Elias e Marcelo Moreno (FLA) e Osmar (ASA) Raulino de Oliveira | Volta Redonda (RJ) | 17/07 | 21h50 Com o resultado, o Flamengo segue na competição
transpor a marcação do time alagoano. Por sorte ou competência, Elias apareceu para tocar de letra para a rede após um cruzamento. Assim, os mandantes do jogo foram para o intervalo com mais tranquilidade. Ainda mais porque
no primeiro jogo, em Alagoas, o resultado foi de 2 a 0 para o Fla. Na etapa final, o ASA voltou melhor e passou a pressionar. O que teve consequência. Léo Gamalho cruzou pela direita, a bola sobrou para Osmar, livre. O lateral direi-
Apesar da posse de bola, o Fla tinha dificuldade em transpor a marcação do time alagoano
to dominou e chutou sem chance para Felipe. O gol animou os visitantes, mas, aos poucos, o time de Mano Menezes se recuperou e conseguiu melhorar a marcação e equilibrar a partida, chegando ao segundo gol aos 35 minutos.
Após saída errada dos alagoanos, Bruninho roubou a bola e cruzou para Marcelo Moreno finalizar para a rede. Agora, o Flamengo espera por sorteio para saber qual será seu próximo adversário na competição.
Vitor Silva/Botafogo Oficial
Sem renda, mas no ataque
Com Seedorf bem, Bota pega o Timbu
FLU x VASCO No Maracanã, Gigante tenta superar péssimo momento
BRASILEIRÃO Favorito, time enfrenta o lanterna da competição da Redação O Botafogo venceu todos os jogos em casa e está na terceira colocação do Campeonato Brasileiro, com 13 pontos conquistados. O próximo jogo será no sábado (20), contra o Náutico, às 18h30 (de Brasília), em São Januário, pela oitava rodada do Brasileirão. Favorito absoluto, o Bota enfrenta os pernambucanos, que perderam seus três últimos compromissos e choram na lanterna, com quatro pontos.
Dúvida para o confronto após sofrer uma pancada no tornozelo direito, o meia Seedorf compareceu ao treinamento de quarta-feira (17) e participou normalmente das ativida-
FICHA TÉCNICA
X Botafogo
Náutico
São Januário | Rio de Janeiro (RJ) | 20/07 | 18h30
X Fluminense
O botafoguense Seedorf
des em General Severiano. Ele se movimentou bem, bateu na bola sem demonstrar dificuldade e deve estar em campo contra o Timbu.
FICHA TÉCNICA
da Redação Dorival Júnior, técnico recém-contratado do Gigante da Colina, está priorizando melhorar o ataque, que marcou apenas oito gols, para enfrentar o Fluminense, no próximo domingo (21), às 18h30, no estádio do Maracanã. O Vasco é o 17º colocado da competição nacional No treino de quartafeira (17), sem a presença de Juninho Pernambucano, que fez um tra-
Vasco
Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 21/07 | 18h30
balho na academia, o time teve Fábio Lima no meio de campo, ao lado de Pedro Ken e Wendel. O time vem de uma derrota para o arquirrival, o Flamengo, no último final de semana. Renda O Tricolor, com o mando de jogo, sugeriu que a renda [ de 43 mil lugares] fosse dividida
em partes iguais, mas os cruzmaltinos não aceitaram o pedido, deixando o total para as Laranjeiras, o que deve gerar mais de R$ 1 milhão. Com a recusa da proposta do Fluminense, os vascaínos terão direito à toda renda do clássico no segundo turno, podendo aceitar propostas de não atuarem no Rio de Janeiro.