Mundo | pág.6
Cultura | pág.11
Refugiados: Grécia já recebeu 500 mil
Filme propõe reflexão sobre privatizações
Marca de imigrantes que chegam pelo mar foi alcançada nesta semana
Cineasta Silvio Tendler participa de debate nesta quinta (22) no Museu da República
RIO DE JANEIRO
22 a 25 de outubro de 2015
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Alexander Gottschalk / Bundeswehr
distribuição gratuita
Ano 3 | edição 129
AGROECOLOGIA O Brasil de Fato RJ conheceu a produção orgânica da pequena agricultora Silvia Baptista, moradora de Vargem Grande. Ela é uma das participantes do I Encontro Nacional de Agricultura Urbana que acontece até sábado (25) na UERJ. Cidades l pág. 5
Bancos oferecem reajuste abaixo da inflação Banqueiros quebram o silêncio e pedem para negociar com trabalhadores, mas oferta ainda está abaixo do reivindicado pela categoria Os bancários rejeitaram a última proposta feita pela Federação Brasileira de Bancos (Fenaban) na mesa de negociação, realizada na última quarta-feira (21). Os bancos ofereceram 8,75% de reajuste salarial, sem o abono. A paralisação EBC Memória
Stefano Figalo / Brasil de Fato
já soma 15 dias. Trabalhadores pedem 16% de reajuste, aumento na participação nos lucros e resultados (PLR), fim das demissões, entre outras reivindicações. Greve deve se estender por mais alguns dias. Cidades | pág. 7
Atletas reivindicam Célio de Barros Confira entrevista com a professora Edneida Freire
Esporte | pág.15
2 | Opinião
EXPEDIENTE
Desde 1º de maio de 2013 O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintasfeiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais. CONSELHO EDITORIAL: Alexania Rossato, Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam) EDIÇÃO: Vivian Virissimo (MTb 13.344) SUB-EDIÇÃO: André Vieira e Fania Rodrigues REPORTAGEM: Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela REVISÃO: Sheila Jacob COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Stefano Figalo ESTAGIÁRIO: Victor Ohana ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares
Rio de Janeiro, 22 a 25 de outubro de 2015
EDITORIAL
Na lata do lixo da história No último dia 15 de outubro morreu, aos 83 anos, o coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra. Primeiro militar reconhecido pela justiça brasileira como torturador na época da ditadura, Ustra foi comandante do DOI-Codi – órgão que centralizou a repressão durante a ditadura – de São Paulo. Sob seu comando, centenas de pessoas foram presas, torturadas, assassinadas ou “desaparecidas” em todo o país. A transição à democracia no país não conseguiu derrubar todo autoritarismo daquela época. Restam estruturas jurídicas, instituições, doutrinas e práticas que expressam a violência e o espírito antidemocrático daquele período. Citaremos quatro exemplos. Dezenas de moradores de regiões que foram “pacificadas” pelas forças armadas na cidade do Rio de Janeiro sofrem hoje processo na justiça militar. O que justifica, em pleno século XXI e fora de período de guerra, que um brasileiro seja julgado por uma justiça com todos os limites como a militar, sem uma série de direitos previstos na Constituição? O segundo exemplo é a permanência da Doutrina de Segurança Nacional. Formulada nos Estados Unidos e trazida ao Brasil por militares que fizeram cursos de repressão naquele país, essa Doutrina foca sua atenção
A transição à democracia no país não conseguiu derrubar todo autoritarismo daquela época no chamado “inimigo interno”. Na época da ditadura, o inimigo era o chamado “subversivo”, ou seja, o militante de esquerda que lutava pela
PREVISÃO DO TEMPO
(21) 4062 7105
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Quinta-feira, 22 de outubro, Rio de Janeiro, Brasil
democracia. Hoje, essa Doutrina forma a polícia brasileira, só que o inimigo a ser combatido é o pobre, o morador da periferia e da favela, o jovem negro. Outra herança da ditadura são os chamados “autos de resistência”, usados para enquadrar como agressores as vítimas dos “confrontos” com a polícia. São vários os relatos – inclusive em imagens na internet – de pessoas que são mortas e têm armas “plantadas” em suas
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mãos, para simular confronto e justificar o assassinato. Por fim, a prática mais comum da ditadura no nosso cotidiano é a tortura, que ocorre em delegacias, quartéis, viaturas e nas ruas, como um instrumento de confissão forçada ou, simplesmente, de pura perversidade. Lutemos para que o Brasil passe a limpo sua história e para que sejam jogados na lata do lixo os restos do autoritarismo que seguem ameaçando a democracia brasileira.
Rio de Janeiro, 22 a 25 de outubro de 2015
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FRASE DA SEMANA
SINDICAL
por Claudia Santiago
“O Brasil está mais careta hoje do que era”
EBC Memória
Greve dos bancários sem data para acabar Os bancários em greve rejeitaram nesta quarta-feira (21) a nova proposta de reajuste salarial feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e vão se manter em greve nesta quinta-feira (22), quando haverá nova rodada de negociação a partir das 14 horas.
disse o cantor Ney Matogrosso, durante entrevista ao jornal espanhol El País.
mandou
mal
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Mortes provocadas por policiais no Rio crescem 18% neste ano As mortes provocadas pela polícia do Rio de Janeiro cresceram 18% neste ano, em relação ao ano passado. De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), os policiais mataram 517 pessoas entre janeiro e setembro deste ano, ou seja, 79 a mais do que no mesmo período de 2014. Essas ocorrências são re-
gistradas nas delegacias como “autos de resistência”, ou seja, os policiais registram o caso como sendo legítima defesa. Para especialistas, a culpa é da política de segurança pública do estado, que estimula uma guerra entre policiais e criminosos, sem buscar combater a origem da criminalidade. (ABr)
EBC Memória
O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, mandou bem ao criticar o modelo consumista em que vivem as sociedades. “A verdadeira pobreza é gastar a vida preocupado em viver acumulando”, declarou Mujica em recente visita ao Brasil.
Geral | 3
Educação quer reajuste maior O prefeito Eduardo Paes decretou o reajuste anual de 10,34% para o funcionalismo municipal, com validade a partir de outubro. O pagamento será feito no início de novembro. O índice é menor do que os 20% reivindicados pelos profissionais da educação.
Pablo Vergara / Brasil de Fato
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) ameaçou indígenas Guarani Kaiowá, dentro do Congresso Nacional. A líder indígena Valdeci Veron denunciou a agressão à Comissão de Direitos Humanos e Minorias.
AGROECOLOGIA A Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes foi reconhecida como de interesse cultural pela Câmara do Rio. Assentados comercializam produtos agroecológicos há seis anos no Largo da Carioca. Projeto foi proposto pelo vereador Renato Cinco (Psol).
Comissão de Energia Nuclear A Comissão Nacional de Energia Nuclear tomou uma decisão que mexe em direitos já garantidos há mais de 20 anos, como insalubridade e direito a férias. A Confederação dos Servidores Públicos (Condsef) solicitou a suspensão da medida. Tudo indica que será atendida.
4 | Cidades
Rio de Janeiro, 22 a 25 de outubro de 2015
EBC Memória
Ativistas políticos ainda sofrem perseguição Dois anos depois das manifestações, 23 ativistas ainda respondem processo na Justiça e correm o risco de serem condenados Miguéis / MIC
Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ) O processo que envolve os 23 ativistas políticos, presos durante as manifestações de 2013 e 2014, está chegando à sua reta final. A partir desta semana o juiz Flávio Itabaiana poderá dar a sentença aos manifestantes acusados. Em seu parecer final, o Ministério Público (MP) pediu para inocentar cinco acusados, por falta de provas. Entre eles estão Fabio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, que em outro processo são responsabilizados pela morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade. Os outros 18 ativistas são acusados de “associação criminosa”. Entretanto, o MP, em suas alegações finais, também inclui o crime de “corrupção de menor”. Já a professora de filosofia Camila Jourdan e Igor D’Icaraí estão em uma situação ainda mais complexa, pois também são acusados de porte de artefato explosivo. Entretanto, o advogado do Instituto de Defesa dos Di-
reitos Humanos (DDH), Lucas Sada, responsável pela defesa de seis acusados, incluindo Camila Jourdan e Igor D’Icaraí, afirma que o processo tem uma série de ilegalidades. Segundo Sada, a principal testemunha de acusação, Felipe Braz, caiu em contradição por diversas vezes durante o depoimento.
Em seu parecer final, o Ministério Público (MP) pediu para inocentar cinco acusados, por falta de provas Outra testemunha chave é o policial da Força Nacional, infiltrado entre os ativistas nas manifestações de 2013. “Essa é uma das questões mais graves do processo. Esse policial foi infiltrado ilegalmente, sem a autorização da Justiça”, afirma o advogado do DDH. Também não ficou provado que existia “associação” entre os ativistas. “Muitos
Processo dos 23 ativistas políticos está chegando na sua reta final
deles nem se conheciam e mesmo aqueles que se conheciam não se reuniam com o objetivo de cometer crime”, ressalta Sada. PERSEGUIÇÃO Camila Jourdan e Igor D’Icaraí podem pegar até 14 anos de prisão, caso recebam a pena máxima. Para os demais a condenação pode ser de até 8 anos. Para muitos juristas, políticos e pessoas do meio jurídico, não há dúvidas de tratar-se de perseguição contra pessoas
que protestavam contra políticos como Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. O advogado Nilo Batista, um dos mais renomados criminalistas do país, classificou o processo contra os ativistas de “absurdo”. “Ali estão sendo criminalizados grupos políticos de esquerda. É um absurdo. Uma coisa antidemocrática”, destacou. Para os deputados federais Jean Wyllys (Psol), Chico Alencar (Psol) e Jandira Feghali (PCdoB) não restam dúvidas de que a prisão dos
manifestantes criminaliza os protestos. Os parlamentares assinaram uma petição, no ano passado, pedindo ao MP que fiscalizasse a atuação do judiciário nesse caso. CRIME DE ESTADO O advogado Marino D’Icarahy, responsável pela defesa de Elisa Quadros, a Sininho, e outros 11 acusados, afirma que os jovens não cometeram nenhum delito ao participar das manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus. Para D’Icarahy, a perseguição é política e quem está cometendo crime nesse caso é o Estado. “O crime está no fato de o Estado usar de métodos para tentar transformar jovens conscientes e combativos em supostos membros de uma associação criminosa que só existe por força de interesses políticos”, afirmou. Tanto Marino D’Icarahy quanto Lucas Sada questionam a maneira como foram feitas as escutas telefônicas e as interpretações do significado de algumas expressões usadas pelos ativistas. Para eles, as interpretações foram “fantasiosas”.
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Cidades | 5
Existe agricultura na cidade do Rio Stefano Figalo / Brasil de Fato
Agricultores urbanos realizam encontro nacional na UERJ André Vieira do Rio de Janeiro (RJ) Sílvia Baptista tem 54 anos e é agricultora. Porém, sua produção não está fora da cidade do Rio nem é cultivada em uma grande área. Moradora de Vargem Grande, na zona oeste, e vizinha do Parque Estadual da Pedra Branca, ela utiliza o próprio quintal como espaço para cultivar alimentos livres de agrotóxicos e sem transgênicos. O contato com a terra é de família. Desde pequena viu sua mãe transformar os fundos da casa em uma horta. Em um pequeno espaço de terra, ela cultiva banana, inhame, caqui, entre outros. Como não come tudo o que colhe, Sílvia troca com os vizinhos alguns alimentos e também vende sua produção. Ela não está só. Desde 2006, um grupo de pequenos agricultores se uniu e formou a Agrovargem, uma cooperativa que, além de incentivar os moradores do bairro a plantarem alimentos sem veneno, ainda organiza a venda dos produtos em feiras espalhadas pela cidade. Parte da Rede Carioca de Agricultura Urbana, o coletivo vem fortalecendo suas experiências com moradores de outros locais. “Em nossa comunidade sempre existiu uma tradição agrícola. Com a Agrovargem começamos a ter contato com outros agricultores e hoje fazemos intercâmbio”, conta a agricultora. ENCONTRO NACIONAL Esta semana o grupo tem a missão de fazer o café da manhã, com produtos colhidos nos quintais de Var-
Podemos fazer da nossa cozinha uma trincheira de luta ao falar que não queremos alimentos com agrotóxicos Sílvia Baptista, agricultora
Stefano Figalo / Brasil de Fato
A horta pode estar em sua casa Agricultoras criam estratégias para produzir e vender alimentos sem veneno
Silvia planta alimentos sem veneno em Vargem Grande, no Rio
gem Grande, para os participantes do I Encontro Nacional de Agricultura Urbana (ENAU). O evento ocorrerá entre os dias 21 e 24 de outubro na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). “Todo cidadão pode se inse-
rir na luta da agroecologia, mesmo que não queira plantar. Podemos fazer da nossa cozinha uma trincheira de luta ao falar que não queremos alimentos com agrotóxicos e nem com transgênicos”, convoca Sílvia.
E não é preciso ter muito espaço para começar a plantar o próprio alimento. Até em um apartamento é possível cultivar algumas coisas. “É possível ter uma hortinha em casa, plantar o seu tempero como salsa, cebolinha. Embora não se aceite que tem agricultura na cidade, tem feira agroecológica pra tudo que é canto. Hoje estamos lutando para fazer uma feira em Vargem Grande, que aproxima as pessoas dos agricultores”, aponta Maraci Santos, de 50 anos, integrante da Agrovargem. Até a feira ser instalada, os moradores do bairro e de regiões vizinhas não precisam esperar para comprar frutas e verduras colhidas na região. De terça a domingo,
uma banquinha da Agrovargem é montada em frente à Associação de Moradores de Vargem Grande para as vendas. “O objetivo é trazer um produto melhor, da roça, para nossa comunidade. Os fregueses gostam da mercadoria”, relata a agricultora Cristina Correia, de 56 anos, que vende banana todos os sábados. Feliz com o resultado da organização entre agricultores, Cristina, no entanto, tem uma preocupação. “Vários jovens foram embora da roça porque o pessoal não dava valor à nossa mercadoria. Espero que essa juventude que está aqui dê continuidade ao nosso trabalho e tenha chance de permanecer aqui”, conclui.
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Mais de 500 mil refugiados chegaram à Grécia Stephen Ryan / IFRC
Cerca de 27 mil refugiados permanecem em território grego
A Grécia atingiu, essa semana, a entrada de 500 mil imigrantes e refugiados, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em Genebra, na Suíça. O número total de imigrantes que chegaram, esse ano, à Europa, via mar Mediterrâneo, já ultrapassou as 643 mil pessoas, até o momento. Diante das chegadas em massa ao território grego, muitos refugiados e imigrantes “procuram desesperadamente prosseguir caminho o
mais rápido possível, porque temem que as fronteiras que pretendem cruzar se fechem em breve”, disse a porta-voz da Acnur, Melissa Fleming. Fleming lembrou ainda que os refugiados “não são imigrantes”, uma vez que são pessoas que foram obrigadas a fugir dos seus países. A vida dessas pessoas correm perigo em seus países, e portanto deveriam ser protegidas pelo Direito Internacional. “Os sírios, os iraquianos e os eritreus são incontestavelmente refugiados”, frisou ainda Melissa Fleming. (Abr)
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EM FOCO
Argentina vai às urnas No próximo domingo (25), os argentinos vão escolher o próximo presidente da República. O candidato Daniel Scioli, apoiado pela presidenta Cristina Kirchner, é o favorito e pode vencer ainda no primeiro turno. Para tanto, precisa de 40% dos votos válidos. As últimas pesquisas eleitorais apontam vitória para Scioli com intenções de voto que variam entre 41% e 42%. Na segunda posição, aparece o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, com 28%. Logo depois, o deputado Sergio Massa aparece em terceiro lugar, com 23%. (Carta Maior) Casa Rosada
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Dia dos Mortos México se prepara para um dos festejos mais populares do país, que é quando a população homenageia os mortos. Durante as comemorações são preparados carros alegóricos, fantasias e altares exuberantes.
Benjamin Netanyahu diz que Hitler não queria matar os judeus
Israel culpa palestinos por Holocausto O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que Hitler não queria exterminar judeus inicialmente e que o Holocausto foi sugestão palestina. O premiê acusou o líder palestino da época, o Haj Amin al -Husseini, de “incitar” o extermínio. Segundo Netanyahu, Hitler queria apenas expulsar os judeus, mas o líder palestino teria dito que não se-
ria o suficiente, pois os judeus iriam invadir a Palestina. A polêmica declaração foi feita em meio a uma onda de crescente violência entre israelenses e palestinos na Cisjordânia, em Gaza e em Israel. Os ataques de Israel deixaram mais de 54 mortos, dos quais, 46 são palestinos. Historiadores de várias partes do mundo questionaram a versão do israelense. (OperaMundi)
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Cidades | 7
Bancos oferecem reajuste abaixo da inflação Banqueiros quebram o silêncio e pedem para negociar com trabalhadores, mas oferta ainda está abaixo do reivindicado pela categoria EBC Memória
Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ) Os bancários rejeitaram a última proposta feita pela Federação Brasileira de Bancos (Fenaban) na mesa de negociação, realizada em São Paulo, na última quarta-feira (21). Os bancos ofereceram 8,75% de reajuste salarial, sem o abono. “Esse valor oferecido ainda não repõe o poder de compra dos bancários, pois está abaixo da inflação de 9%. E esse é um setor muito lucrativo. Mas as negociações continuam”, afirma a presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso. Mesmo diante de uma proposta razoável por parte dos bancos, os representantes de sindicatos devem consultar suas bases antes de aceitar qualquer acordo. Portanto, a greve deve se estender por mais alguns dias. Em 15 dias de paralisação, essa foi a primeira vez que a Fenaban chamou os trabalhadores para negociar. Os bancários pedem 16% de reajuste, aumento na participação nos lucros e resultados (PLR), fim das demissões, entre outras reivindicações. Os bancos fecharam mais de seis mil postos de trabalho no primeiro semestre desse ano. GRANDE ADESÃO No Rio de Janeiro, o número de agências paradas chegou a 479 essa semana. O total de funcionários em greve chegou a 14 mil, na última quarta-feira (21). No começo da semana eram 12 mil. O sindicato estima que no Centro da cidade cerca de 70% das agências estão de portas fechadas.
Sindicato estima que no Centro do Rio cerca de 70% das agências estão fechadas Tânia Rêgo/Agencia Brasil
Valor oferecido ainda não repõe o poder de compra dos bancários, pois está abaixo da inflação de 9%. E esse é um setor muito lucrativo Adriana Nalesso, sindicalista
A grande adesão dos bancários mostra a insatisfação com um setor que não para de crescer e lucrar, mesmo em tempos de crise. A primeira proposta feita pe-
la Fenaban, antes da greve, era de um abono no valor de R$ 2,5 mil para todos os bancários e um índice de reajuste dos salários e benefícios de 5,5%.
BNDES PAROU Os empregados do BNDES também paralisaram suas atividades, nesta terça-feira (20), inicialmente por 24 horas. Eles poderão parar por 48 horas, nos dias 27 e 28, caso a diretoria do banco não apresente uma proposta em relação à pauta de reivindicações. Os empregados do BNDES deixaram claro que estão insatisfeitos e dispostos a aumentar ainda mais a sua mobilização.
Itaú tenta enganar seus trabalhadores Semana passada, o Sindicato dos Bancários fez um alerta aos funcionários do Itaú. Segundo denúncias, a direção do banco estaria espalhando boatos com o objetivo de levar os bancários a furarem a greve. Gerentes e diretores ligaram para os empregados, pedindo que voltassem aos postos de trabalho, e dizendo que isto teria sido resultado de “um acordo com o Sindicato”. Entretanto, os sindicalistas logo desmentiram o boato. “Imagine se o Sindicato iria compactuar com esta conspiração contra a nossa própria luta. Se os bancos querem que o trabalhador volte às atividades, basta a Fenaban apresentar uma proposta decente”, afirmou a diretora de imprensa do sindicato, Vera Luiza.
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Brasil | 9
No Brasil dos milhões, a mídia está nas mãos de poucas famílias Movimentos organizam semana pela democratização da comunicação Pedro Rafael Vilela de Brasília (DF) “Sem mídia democrática, não há democracia!”. Com essa frase, centenas de ativistas, movimentos e organizações sociais denunciam a falta de diversidade do sistema de comunicação do país. Apesar de o Brasil contar com uma abrangente cobertura no sinal aberto de rádio e televisão, que chega a quase 100% do território, a maioria das emissoras é controlada por poucos grupos que estão vinculados a famílias de magnatas do eixo Rio-São Paulo. Além disso, muitos políticos são donos ou controladores de rádio e TV, o que é proibido pela Constituição. Atualmente, ao menos 42 deputados e senadores estão nessa condição. Por causa disso, há mais de 10 anos, na semana de 18 de outubro (quando se celebra o Dia Mundial pelo Direito à Comunicação), são realizadas atividades em todo o país com o objetivo de reivindicar mudanças na área. Para o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), entidade que articula boa parte dos movimentos sociais do setor, é preciso romper com o “monopólio da palavra e do debate público” e permitir que mais vozes cheguem todo dia à casa dos brasileiros. “A chamada grande mídia brasileira reproduz um pensamento único, e que nos últimos anos tem, em muitas
Divulgação / Levante Popular da Juventude
ocasiões, disseminado preconceito, discriminação e veiculado um discurso de ódio social e político”, diz um trecho da nota divulgada pelo FNDC.
Donos dos canais e do dinheiro público
BARÕES Há no Brasil menos de dez grupos familiares que controlam 70% da mídia, segundo dados da BBC de 2013. A família Marinho (Rede Glo-
de Brasília (DF)
A maioria dos países democráticos do mundo tem leis e normas para evitar o monopólio Movimentos pedem fim dos “barões da mídia”
bo) detém 38,7% do mercado, seguida pela família do bispo Edir Macedo (Rede Record), da Igreja Universal – que controla cerca de 16% –, além da família de Sílvio Santos (SBT), dona de 13,4% do setor. No caso dos Marinho, além de donos de um dos maiores conglomerados de mídia da América Latina, ainda figuram na lista das famílias mais ricas do mundo. De acordo com a revista Forbes, os três irmãos acionistas da empresa dividem uma fortuna estimada em mais de 30 bilhões de dólares.
DEMOCRACIA E REGULAÇÃO Um dos objetivos da Semana pela Democratização da Comunicação é mostrar que a maioria dos países democráticos do mundo tem leis e normas para evitar o monopólio. Nos Estados Unidos, por exemplo, há um órgão regulador das comunicações, o FCC, que é independente de empresas e governo. Ele controla o poder econômico para impedir que um mesmo detenha mais de 39% da audiência. Além disso, é proibido que
um mesmo grupo seja dono das principais emissoras de rádio, TV e jornal na mesma região. Na Alemanha, quando uma empresa atinge 10% do mercado, deve reservar quatro horas semanais da sua programação para produções independentes. Na opinião dos alemães, é preciso evitar que um só grupo tenha grande poder sobre a opinião pública porque prejudica a democracia. Na França, estão asseguradas cotas de músicas e programas nacionais nas emissoras de rádio e televisão.
No Brasil, além de poucos grupos controlarem, ao mesmo tempo, canais de rádio e televisão, jornais e sites de notícia, essas mesmas empresas recebem quase toda a publicidade oficial distribuída pelo governo. Só a Rede Globo faturou, nos últimos 12 anos, um total de R$ 6,2 bilhões. A Record obteve R$ 2 bilhões, seguida pelo SBT (R$ 1,6 bilhão) e Band (R$ 1 bilhão). Ao todo, isso representa mais de 70% de todas as verbas oficiais de publicidade. A Globo, sozinha, apesar de uma audiência de menos de 40%, recebe quase 70% do total de recursos. Para saber mais sobre a luta pela democratização da comunicação, acesse o site: www.fndc. org.br.
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SUGE STÕE S:
age ndarj@brasildefa
AGENDA DA SEMANA
Mostra 3M de Arte Digital
Manifestações das Culturas Populares
O quê: Mostra reúne elementos da arte e da cultura do povo Maori, originário da Nova Zelândia. São mais de 80 objetos produzidos por nativos. Onde: Espaço Tom Jobim - Parque Jardim Botânico, 1008. Quando: Todos os dias, de 10h às 18h. Até sábado (24). Quanto: 0800
Arte com Ziriguidum Divulgação
O quê: Evento tem o objetivo de valorizar as manifestações da cultura regional, através de exposições, mesas de debate, oficinas e performances. Onde: Auditório do IFRJ – Rua Lúcio Tavares, 1045, Centro de Nilópolis. Quando: Quinta (22), de 8h às 18h. Quanto: 0800 Divulgação
Reprodução
Comic Mania
O quê: Feira Internacional de Quadrinhos volta com palestras, encontros e curiosidades das histórias em quadrinhos. Onde: Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna – Praia do Flamengo, 158, Flamengo. Quando: De sexta (23) a 1º de novembro, de 10h às 18h. Quanto: 0800
O quê: Exposição reúne obras nacionais e internacionais que trabalham com cinema, fotografia, videoarte, instalação audiovisual e internet. Onde: Fundição Progresso – Rua dos Arcos, 24. Quando: Todos os dias, das 10h às 18h. Até dia 25. Quanto: 0800 Marcos López
O quê: Espetáculo conta sobre Mara, uma prostituta veterana que canta e faz shows. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Avenida Primeiro de Março, 66, Centro. Quando: Qua e qui às 18h30. Sex a dom, às 17h30 e 19h30. Até dia 25. Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia).
Nós leitores
Tuku Iho: Legado Vivo Maori Divulgação
Diego Souza / Divulgação
A mão na face
SEMPRE VI NOVELA | Joaquim Vela
to.com .br
O quê: Evento comemora mês da criança com programação recheada de música, contação de história, performances, palhaços, mágicos e gastronomia. Onde: Largo do Machado, s/n, Catete. Quando: Sexta (23), sábado (24) e domingo (25), de 12h às 21h. Quanto: 0800
Conheça as novelas sugeridas por alunos ao Brasil de Fato
Em maio de 2015, eu lancei uma pergunta aos leitores: “como seria a sua novela?” Semanas depois, recebi algumas sinopses que publiquei em outro texto. E não foi que acabei recebendo também sugestões de alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio do Instituto Guimarães Rosa, escola de Sete Lagoas, em Minas Gerais? A professora de Língua Portuguesa deles, Mariângela Araújo, se inspirou no desafio proposto por mim e pediu que os seus alunos fizessem uma redação respondendo à pergunta. Os estudantes não somente fizeram os textos como me enviaram por email. A iniciativa e o empenho dos alunos merecem ser reconhecidos aqui, verdade? Então, cito abaixo o nome dos jovens escritores de novela e os temas escolhidos, comentados por mim, claro! Teve de tudo um pouco, confere aí! Isabella P. – contradições entre a vida no lixão e nas casas luxuosas de bairros ricos, inspirada em “Avenida Brasil” (2012) Isabella S. – a vida nas favelas do Brasil (tema crescente das novelas atuais)
José Geraldo – tragicomédia de mutantes presos numa ilha deserta (que medo!) Raul – uma trágica paixão interrompida pela morte dos amantes (seria tipo Romeu e Julieta dos dias atuais?) Guilherme – uma novela sobre esporte, comédia e amor para diferenciar das novelas violentas de hoje em dia (mais leve, verdade?) Luisa – novela inspirada no filme “Jardim Secreto” (não vi, mas gostei do nome!) Carol – história de um grupo de amigos que lutam por um mundo melhor (a equipe do Brasil de Fato também luta por isso!) Yasmini – novela de um Brasil futuro sem corrupção e violência (eu quero viver neste Brasil) Stephanie – história do povo brasileiro (nossa, essa vai ser bacana, certeza!) Bianca – história de amor no interior do Goiás (aposto que a Bianca conheceu algum goiano legal) Eu fiquei muito feliz por saber que a coluna é lida e ainda inspira atividade pedagógica. A moçada é inteligente, escreve bem e está de parabéns. A professora também, claro! Lembrei dos meus tempos de escola. Ai, como era bom!
EBC Memória
10 | Cultura
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Victor Ohana / Brasil de Fato
Quando a cidade e a universidade se encontram
invisíveis que a universidade tem. Muitos de Seropédica acham, por exemplo, que a Rural é um local pago, só para quem é rico. Mas, quando chegam aqui e desfazem esse mito, a gente quebra essas barreiras”, argumenta Pablo.
Coletivo Seu Gusta realiza atividades que aproximam a Universidade Rural à comunidade de Seropédica Victor Ohana de Seropédica (RJ) Militância cultural e protagonismo estudantil: essas são as expressões que resumem a essência do coletivo Seu Gusta, um grupo de produção cultural composto por alunos da Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ), em Seropédica, na Baixada Fluminense. Desde junho de 2013, o coletivo realiza atividades culturais como sessões de filmes, apresentações teatrais e eventos musicais. O objetivo é aproximar a comunidade estudantil à população que mora na cidade. Formado pelos estudantes Karine Guimarães, de 23 anos, Leonam Monteiro, de 22, Paulo Teodoro, de 19, e Pablo Lima, de 27, o coletivo surgiu porque havia uma demanda dos estudantes por
mais atividades na Universidade e na própria cidade. “O cenário cultural em Seropédica é bem ruim. Há falta de acesso a atividades culturais, mas não é porque a galera não quer cultura. É por-
A gente quer quebrar esses muros invisíveis da universidade Pablo Lima, estudante
que realmente não tem muita coisa. Só agora em 2015 inauguraram um centro cultural, mas ainda assim é longe, não tem acessibilidade”, explica Karine. Com o apoio da Pró-Rei-
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Coletivo destaca a diversidade cultural em suas atividades
toria de Extensão da Rural, o coletivo realiza regularmente três atividades: o “Cine Casulo”, cineclube que ocorre toda quarta-feira; o “Depois da Janta”, que reúne apresentações musicais de conjuntos da universidade e da cidade; e peças teatrais com grupos locais e da região metropolitana. Grande parte dos eventos
ocorre no anfiteatro Gustavo Dutra, na própria Universidade, espaço que inspirou o nome do coletivo. Além disso, o coletivo já trouxe à cidade o VerCine – Festival de Cinema Brasileiro da Baixada Fluminense, e a Mostra Internacional de Cinema e Direitos Humanos. Tudo de graça. “O que a gente quer é quebrar esses muros
CULTURA COM DIVERSIDADE Longe dos produtos da grande mídia, o coletivo busca promover atividades que ofereçam maior diversidade de conteúdo. Durante o mês de setembro, por exemplo, o grupo realizou uma mostra de cinema apenas com filmes latino-americanos. Na exibição de um longa-metragem mexicano, o coletivo atraiu cerca de 170 espectadores. “Nosso papel é mostrar outras possibilidades. Muitas vezes o espectador já está habituado com as mesmas histórias, o mesmo tipo de música, ou seja, ele já tem construído aquilo que é bom”, explica Leonam. “A gente se acostuma muito com os filmes de Hollywood. Aí quando se exibe um filme mexicano, paraguaio, chileno, que tem outro estilo e que também é bom, você instiga o espectador a ver o diferente”, comenta Karine.
Filme de Silvio Tendler abre debate sobre desmonte “Privatizações: A Distopia do Capital” será exibido, com debate, no dia 22 de outubro Selecionado em festivais na França e na Alemanha, Privatizações – A Distopia do Capital será exibido, com debate, nesta quinta-feira (22), no Museu da República. No momento em que tra-
mitam no Congresso Nacional projetos de lei que propõem programas de privatização, com graves ameaças ao patrimônio nacional, a obra, dirigida por Silvio Tendler, é extremamente oportuna. Além de registrar as consequências das políticas de desestatização, o documentário aprofunda a percepção sobre os rumos da democracia. Participam desta verdadeira aula sobre a história recente do Brasil Pablo Gentili, Mar-
cio Pochmann, Guilherme Estrella, Paulo Vivacqua, Carlos Lessa, Ermínia Maricato, João Pedro Stédile, Luiz Pinguelli Rosa, Maria Inês Dolci, Carlos Vainer, Eloá dos Santos Cruz, Eduardo Fagnani, Ladislau Dowbor, Marcos Dantas e Samuel Pinheiro Guimarães. Em seguida à exibição, será realizado debate aberto ao público com o diretor Silvio Tendler; o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Walter Porto-
Gonçalves, autor de A globalização da natureza e a natureza da Globalização, entre outros trabalhos na área de geografia social; e a economista Ceci Juruá, Doutora em Políticas Públicas pela UERJ, Diretora do Fórum 21 e do IBEP -Instituto Brasileiro de Estudos Políticos. Privatizações: a Distopia do Capital é uma realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interes-
tadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), que promovem a exibição e o debate na programação do ciclo O BRASIL QUE VOCÊ NÃO VÊ NA TV, em parceria com o Museu da República. Serviço Dia: 22 de outubro de 2015, quinta-feira, 18h30 Local: Cineclube Silvio Tendler, Museu da República. Rua do Catete, 153 – Catete.
12 | Opinião
Rio de Janeiro, 22 a 25 de outubro de 2015
Carmen Diniz
OPINIÃO | Bruno Marinoni
Bloqueio contra Cuba: o mais longo da história
Direito à comunicação não pode ser mercadoria
E-mail pa ra adesõ noalbloqu eoacuba@es: gmail.com Mais in facebook:formações: comitecub a
Cuba vem sofrendo agressões por parte dos EUA desde o início de sua Revolução, em 1959. Apesar de tudo, o povo cubano mantém sua firmeza e determinação, não se rendendo às pressões da maior potência econômica e militar do planeta em todos os tempos. Há mais de cinquenta anos, portanto, o país vem sendo obrigado a suportar o maior bloqueio já exercido sobre qualquer nação na história da humanidade. Somam-se a isto diversos ataques terroristas e atos de sabotagem que visam destruir seus meios de produção para causar escassez de alimentos, de medicamentos e de produtos variados. A finalidade é fazer com que a população, devidamente “estrangulada”, derrube o governo revolucionário. Apesar de tudo isso, Cuba ainda dá um lindo exemplo a toda a humanidade. Mostra que é possível resistir vitoriosamente a toda essa monstruosa agressão imperialista quando
todo um povo está dotado de consciência política, determinação de luta e organização. Ano após ano, é quase unanimidade os países que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU) votarem contra o bloqueio na Assem-
Devemos continuar a luta contra o cerco que tem asfixiado o povo cubano durante mais de cinco décadas bleia Geral que se reúne todos os anos na sede daquela Instituição. Trata-se da resolução 69/5, que se intitula “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”. Neste ano, a data da votação vai ser dia 27 de outubro.
Muitos países estão se mobilizando para pressionar os poucos que votam contra (EUA e Israel) e os poucos que se abstêm. Algumas fontes têm indicado que, este ano, os EUA poderiam se abster, ou seja, votar nem contra nem a favor, devido à reaproximação dos EUA com Cuba e pela quantidade de governantes e autoridades que se declaram pelo fim do bloqueio – aí incluída a figura do Papa Francisco. Isso já seria considerada uma vitória que sinalizaria ao Congresso estadunidense, detentor do poder final de encerrar o bloqueio. O fato é que o bloqueio contra Cuba nunca deveria ter existido e deve cessar de uma vez por todas. A solidariedade não pode se desmobilizar. Devemos continuar a luta contra o cerco que tem asfixiado o povo cubano durante mais de cinco décadas. Carmen Diniz é do Comitê de Solidariedade a Cuba
Para abalar as estruturas da mídia privada, que concentra poder econômico, político e ideológico, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) coordenou, entre os dias 14 e 22 de outubro, mais uma edição da Semana Nacional pela Democratização da Comunicação. A ideia é agitar a população e discutir estratégias para pôr em prática o nosso direito à comunicação. O Rio de Janeiro, assim como várias cidades do país, terá programação própria. Embora a Constituição determine o equilíbrio entre privado, público e estatal nas comunicações, os brasileiros praticamente só conhecem as TVs e rádios privadas, com poucas exceções que merecem destaque, como a TV Brasil, a TV Cultura e a Rádio MEC. O setor privado-comercial abocanhou praticamente todo o espectro radioelétrico e se organizou na forma de um oligopólio (poucas empresas controlam um mercado). A televisão concentra a maior parte da verba publicitária e do faturamento do setor de comunicação nas últimas décadas. Cinco grupos, com participação desigual no mercado, comandam todas as redes. DIVERSIDADE A Semana reforça a luta pelo direito à comunicação e pela diversidade. Isto se traduz em batalhas contra a mercantilização da comunicação, a concentração de poder, o arrendamento de ho-
rários em concessões públicas, os “passaralhos” (demissões em massa) nas empresas de comunicação e o controle ilegal de TVs e rádios por políticos, o que desafia o artigo 54 da Constituição. Representa também a defesa de que a publicidade do poder público seja distribuída para veículos de comunicação públicos e independentes, em vez de ser aplicada para reforçar a concentração já existente.
A televisão concentra a maior parte da verba publicitária e do faturamento do setor de comunicação nas últimas décadas DEBATES O debate de democratização da comunicação da Semana abrange as mídias digitais, envolvendo questões como a da privacidade, da proteção de dados pessoais, da neutralidade de rede, da vigilância e da liberdade de expressão. E tudo isso será relacionado, com muita propriedade, com o direito à cidade e com o combate ao extermínio da juventude negra e pobre. Bruno Marinoni é jornalista e membro do Coletivo Intervozes Confira a programação em: facebook.com/events/ 754480331341959/
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Variedades | 13
BOA E BARATA
Divulgação
Filé de frango empanado
Mande sua receita!
re dacaor j@
brasildefat
Modo de preparo
• 1 kg de filés de peito de frango • Tempero a gosto (sal, pimenta, limão, etc) • 3 ovos batidos • Farinha de rosca • Farinha de trigo
Tempere os filés de frango. Em um recipiente (prato) bata os ovos. Em outro prato coloque a farinha de rosca, e em um terceiro prato, o trigo. Em seguida, pegue os filés já temperados e passe-os na farinha de trigo, nos ovos batidos e, por último, passe na farinha de rosca. Frite os filés mergulhando em óleo, em fogo médio até que fiquem dourados. Depois de fritos, coloque-os em papel absorvente para retirar a gordura em excesso.Leve à geladeira e sirva-se!
Tempo de preparo 30 minutos
o.com .br
AMIGA DA SAÚDE Amiga da saúde, como é possível identificar se uma mulher está com depressão pós-parto? Chorar com frequência é um sinal? Josimar Ferreira, 35 anos, operador de máquinas Caro Josimar, o período pós -parto é difícil para todas as mulheres. A gestação e o parto envolvem uma explosão de sentimentos, bons e ruins. As mudanças no corpo, alterações bruscas dos hormônios e o cansaço físico também mexem com a emotividade. Além disso, cuidar bem de um bebê com muitas pessoas opinando sobre o que é certo ou errado é um grande desafio. Dessa forma, chorar é absolutamente normal. Certa tristeza alguns dias após o parto, que desaparece logo, também é normal. Entretanto, atenção para as situações nas quais a tris-
Ingredientes
teza toma conta da mulher aos poucos e vai se intensificando cada vez mais. Isso pode ser depressão. Nesses casos, a mulher costuma perder o interesse por tudo que gosta e chega ao ponto de não mais conseguir cuidar de si e do bebê. Mulheres no pós-parto precisam de carinho, atenção e cuidado. Precisam que alguém cuide das tarefas da casa para que ela possa se dedicar ao bebê sem ficar esgotada. Se há desconfiança de uma depressão, é preciso procurar ajuda profissional o quanto antes. Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf
Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para redacaorj@ brasildefato.com.br / amigadasaude@brasildefato.com.br
Rendimento 4 porções
14 | Variedades
Rio de Janeiro, 22 a 25 de outubro de 2015
FASES DA LUA Crescente Até 20/10
Cheia 27/10
Minguante 3/11
Nova 11/11
LUA DA SEMANA CRESCENTE
A sua experiência profissional colocada a seu próprio serviço pode trazer benefícios significativos. Os afetos serão mais vividos no campo social, o que o fará brilhar em termos sociais. A sua vida profissional ocupará largamente o seu pensamento e todo o tempo disponível. Enfrente as situações. Não conte com a ajuda dos amigos para a resolução dos seus problemas. Não se aborreça se os seus amigos não sentem o mesmo prazer que o seu pelas coisas que faz. Ideias ou ações, por não estarem bem fundamentadas, podem não dar os resultados pretendidos. A manipulação ou traição por parte de familiares ou amigos pode afetar os seus dias. Poderá receber notícias que talvez darão início a uma bonita história de amor. Após alguma agitação afetiva terá tendência para procurar a paz que nem sempre é conseguida. Todo o tipo de atividades que envolvam a criatividade serão levadas a bom porto. Faça uma pausa para refletir um pouco sobre a sua vida pessoal e também profissional. É bom mudar alguns aspectos da sua personalidade para incrementar sua relação a dois.
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Esportes | 15
“Estado trata inclusão pelo esporte com descaso” EBC Memória
Edneida Freire, professora de atletismo, fala do impacto do fechamento do Célio de Barros Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ) O estádio de atletismo Célio de Barros, no Complexo do Maracanã, não servia apenas de espaço para treinamentos de atletas renomados do Rio de Janeiro e do Brasil. Também era utilizado por projetos sociais que tiravam crianças, jovens e adultos de comunidades pobres da ociosidade. O fechamento do estádio fez com que os beneficiários destes programas, que promovem inclusão social através do esporte, tivessem inúmeras dificuldades para prosseguir em seus treinamentos, em um período delicado do atletismo brasileiro. No momento em que a sociedade discute a redução da maioridade penal como solução para a violência, enquanto o governo do estado fecha as portas para projetos importantes, a professora Edneida Freire, que coordena os programas, fala ao Brasil de Fato. Brasil de Fato - Quem eram os atendidos pelos projetos sociais do Célio de Barros? Edneida Freire – Os projetos sociais e socioeducativos atendiam 160 crianças de cinco a doze anos de idade, além de 120 jovens entre 13 e 18 anos e 80 adultos, nos períodos de manhã e tarde.
Manifestantes querem estádio de volta e mais investimentos no atletismo Divulgação
são porque a pista está irregular. Não tem banheiro, nem bebedouro.
Até hoje nenhuma alternativa nos foi apresentada. Sem o Célio de Barros, o atletismo carioca retrocedeu dez anos Brasil de Fato - Que resultados, esportivos e sociais, foram alcançados nestes projetos? Dos projetos saíram um campeão estudantil sul-americano e recordista na prova combinada do hexatlo, na categoria até 14 anos, além da participação no mundial estudantil do Catar, nos pan-americanos estudantis e índices entre os oito melhores do Brasil nas categorias de base. Do ponto de vista social, eram importantes na recuperação da autoestima de jovens com pro-
Edneida (de amarelo) em ato pela reconstrução do estádio
blema de comportamento escolar. Também melhoravam o próprio desempenho na escola e reduziam a agressividade das crianças e jovens. Brasil de Fato - Qual o prejuízo trazido pelo fechamento do estádio de atletismo? Por três meses ficamos perambulando, sem local de treino. Usamos a rampa do metrô, a Quinta da Boa Vista, praças, praia, entre outros. Depois da pressão da Federação de Atletismo e da mobilização popular, fomos
encaminhados para o Engenhão (Estádio Nilton Santos), onde ficamos por mais três meses até sermos despejados de novo, por conta da obra nas arquibancadas, que ameaçavam cair. Depois, no período da Copa das Confederações, fomos impedidos de treinar. Atualmente estamos no Engenhão, quando não há jogo de futebol. Arrancaram as pistas sintéticas para a reforma dos Jogos Olímpicos. Mesmo assim continuamos treinando, com risco de le-
Brasil de Fato - O governo do Rio ofereceu alguma alternativa para os projetos? Até hoje nenhuma alternativa nos foi apresentada. Sem o Célio de Barros, o único estádio oficial e público, o atletismo carioca retrocedeu 10 anos. Ficamos sem local de treino e de competição, pois nas pistas militares não se podem competir as provas de campo, como arremesso de peso, lançamento de dardo, martelo, salto com vara e à distância. Brasil de Fato - Como o governo trata a questão da inclusão social pelo esporte no Rio? Com descaso, falta de respeito. No atletismo principalmente, onde a grande maioria dos que nos procuram são pessoas de baixa renda e de comunidades.
16 | Esportes
CBF teme “desarranjo” com Liga A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se manifestou através de nota oficial, divulgada na noite de terça-feira (20), sobre a Liga Sul-Minas-Rio, que envolve Fla e Flu, além de outros gigantes do futebol brasileiro. Na nota, a CBF mostrase preocupada com a sobreposição de datas no já corrido calendário do futebol brasileiro. A entidade fala em “desarranjo” no calendário, por conta do excesso de jogos. Outra questão levantada pela entidade é um suposto “arrepio da ordem jurídica”, deixando implícita a possibilidade de a questão ser discutida na justiça, principalmente após ter recebido ofício da Federação dos Atletas, sobre o direito de férias de 30 dias. Porém, a CBF se disse simpática à ideia da Liga. (BP)
“Papai” Joel deve se candidatar Na última segundafeira (19), o treinador Joel Santana (sem clube) se filiou ao PSB (Partido Socialista Brasileiro) para tentar uma vaga na Câmara Municipal do Rio, como vereador. O PSB é o mesmo partido do senador Romário, que já declarou, enquanto ainda jogava, que Joel havia sido um dos maiores treinadores com quem trabalhou. O último trabalho de Joel Santana se encerrou em dezembro de 2014, quando reconduziu o Vasco à primeira divisão do Campeonato Brasileiro. (BP)
Rio de Janeiro, 22 a 25 de outubro de 2015
Flu é operado, mas vence o Palmeiras
Tricolor faz 2 a 1 no Palmeiras; gol alviverde saiu de um pênalti inexistente
Nelson Perez / Fluminense
X FLU
Sáb. 24/10 17h
CAP
INT
Sáb. 24/10 18h30
FIG
Sáb. 24/10 21h
JEC
X SAN
X PAL
Qua 14/10 21h
SPO
X
COR
Dom. 25/10 17h
FLA
X
VAS
Dom. 25/10 17h
GRE
X
CFC Garotada de Xerém foi decisiva contra o Palmeiras no Maracanã
completou para as redes, aos 28 minutos. Aos 41 minutos, em cobrança de falta ensaiada na lateral da área, a bola foi rolada para Gustavo Scarpa, que bateu mascado e contou com um pequeno desvio de Gum, antes de entrar no gol. Nos acréscimos, Fred caiu de mal jeito e acabou tendo uma entorse no tornozelo e no joelho, sendo substituí-
do por Magno Alves. No segundo tempo, o Palmeiras chegou ao gol, com um pênalti inexistente, aos 15 minutos, com Zé Roberto. O gol botou o alviverde de volta no confronto, além de fazer o jogo esfriar, já que o resultado pode ser importante para as duas equipes na volta.e aliviou os nove mil torcedores presentes no Maracanã.
Fla inova e contrata refugiados para lojas As lojas oficiais do Flamengo agora contam com dez novos funcionários congoleses, que deixaram seus países após passarem por dificuldades. A iniciativa da contratação dos refugiados foi festejada na última segunda-feira (19), com
32a RODADA
X
Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ) O Fluminense recebeu o Palmeiras no Maracanã, com quase 35 mil torcedores fazendo uma linda festa, pela partida de ida da semifinal da Copa do Brasil. O tricolor carioca construía uma boa vantagem no confronto, mas o árbitro Leandro Vuaden deu um respiro ao Palmeiras. O Palmeiras entrou em campo com camisa prateada, confundindo quem assistia à partida e até o juiz, que chegou a dar um cartão amarelo para o jogador do time errado. Aos oito minutos, o Palmeiras trocou as camisas por outras brancas. O tricolor começou com mais posse de bola, porém sem conseguir penetrar na defesa do Palmeiras. As primeiras chances mais claras de gol foram do time paulista. Mas o Fluminense conseguiu transformar a posse de bola em gol. Após cobrança de escanteio, Fred cabeceia livre para grande defesa de Fernando Prass. No rebote, Marcos Júnior
Brasileirão 2015
a presença de dirigentes do clube e ex-jogadores. Os dez congoleses foram “apadrinhados” por Júlio César “Uri Geller” e Adílio. A “apresentação” dos novos funcionários foi feita na loja sediada dentro do clube, na Gávea. Porém, assim como em ou-
tras cidades brasileiras, a iniciativa não foi unânime entre torcedores. Alguns conservadores criticaram a contratação dos refugiados, alegando a “crise econômica que desemprega brasileiros”, dando um mau exemplo de xenofobia. (BP)
Dom. 25/10 17h
SAO
X
CHA
Dom. 25/10 17h
AVA
X
GOI
Dom. 25/10 18h
CRU
X
CAM
Dom. 25/10 19h30
PON
Classificação Série A 1o Corinthians 2o Atlético-MG 3o Grêmio 4o Santos 5o São Paulo 6o Palmeiras 7o Flamengo 8o Internacional 9o Ponte Preta 10o Sport 11o Fluminense 12o Atlético-PR 13o Cruzeiro 14o Chapecoense 15o Figueirense 16o Avaí 17o Coritiba 18o Goiás 19o Vasco 20o Joinville
P 61 59 52 46 46 45 44 44 44 43 40 39 38 34 34 33 33 31 27 27
J 29 30 29 29 30 30 30 30 30 30 30 30 30 29 30 30 30 29 29 30
V 18 18 15 13 13 13 14 12 11 10 12 11 10 9 9 9 8 8 7 6
SG 26 22 16 14 4 13 -3 -3 2 12 -6 -3 1 -8 -13 -19 -11 -1 -29 -14
Zona de classificação para Libertadores Zona de rebaixamento para Série B