Brasil de Fato RJ - 094

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População se revolta contra violência da PM nos EUA Movimento negro se insurge contra racismo da polícia que matou jovem em Baltimore

Brasil

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PM reprime com violência educadores no Paraná Trabalhadores resistem contra mudanças na previdência propostas por Beto Richa (PSDB)

Agência/Paraná

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Desinformémonos

Mundo

30 de abril a 6 de maio de 2015 • distribuição gratuita

Marcelo Sadio/Vasco

Pablo Vergara/Brasil de Fato

Ano 2 | edição 94

Ingressos esgotados para Botafogo e Vasco

Divulgação/CUT

Centrais sindicais e movimentos sociais convocam ato unificado na Lapa para 1/5

Maracanã estará lotado para grande final do Carioca no domingo (3) Esporte

Trabalhadores contra terceirização

Brasil

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Divulação

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Rafael Stedile

“Sociedade ignora racismo”, diz Danny Glover Ator concedeu entrevista exclusiva ao Brasil de Fato Cultura

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Brasil de Fato RJ comemora 2 anos nas ruas do Rio No dia 1º de maio de 2013 foi lançada a versão tabloide do Brasil de Fato no Rio de Janeiro. Em dois anos de existência nosso esforço é para construir uma comunicação pautada pelas demandas do povo, com a cara do povo. Um jornal que possibilite ao leitor uma visão popular do Brasil e do mundo. Especial págs.8 e 9

Juventude contra redução da maioridade Movimentos fizeram intervenções em 23 estados brasileiros contra mudança na lei Cidades

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02 | opinião

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013 O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e em nosso estado.

CONSELHO EDITORIAL: Alexania Rossato, Antonio Neiva, Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti EDITORA: Vivian Virissimo (MTb 13.344) REPÓRTERES: André Vieira, Bruno Porpetta, Fania Rodrigues e Pedro Rafael Vilela REVISÃO: Núbia Pimentel COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Pablo Vergara ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO: Stefano Figalo TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

EDITORIAL

1º de Maio: lutar contra a terceirização •

O 1º de Maio deste ano vai ser um dia perigoso. Ou pior ainda, PERIGOSÍSSIMO. Perigo de quê? Simplesmente de perder todos os direitos trabalhistas que os trabalhadores brasileiros conquistaram durante 100 anos. Sim, essa é a realidade hoje, mas poucos entendem e se preocupam com isso. Na TV e no rádio se fala, assim por cima, do tal Projeto de lei 4330 (o tal PL 4330). E nada mais. Não se explica nada, não se diz nada. Por quê? Porque os patrões, os empresários, os donos de todas as riquezas do país vão ganhar rios de dinheiro a mais com ele. Esse é o Projeto de lei da TERCEIRIZAÇÃO. Por causa dessa lei, as empresas vão poder terceirizar à vontade. E terceirização para os trabalhadores significa: DESEMPREGO, RETIRADA DE QUALQUER DIREITO, REBAIXAMENTO DE SALÁRIO E FIM DOS SINDICATOS. Ou seja, significa voltar a cem anos atrás. Sem direitos algum. É

A maior arma que os trabalhadores têm é a GREVE GERAL. Sim, vamos parar tudo e derrubar esSe plano dos patrões

_________________ por isso que os patrões estão todos a favor dela. 1º DE MAIO É PARA LUTAR POR NOSSAS VIDAS 100 anos atrás, no Brasil não havia nenhuma lei trabalhista. Foram feitas centenas de greves e a partir dos anos 1930 começou a se regularizar direitos. O que temos hoje foi fruto de 50 anos de lutas dos sindicatos, da época. Assim, Getúlio cedeu e concedeu as

Chuva (21) 4062 7105

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E AÍ O QUE FAZER? É sempre a velha lição de sempre. Se unir e lutar para não perder o que foi ganho com muita luta. Juntar todos os sindicatos que estão com coragem de lutar. Se unir em

Quinta-feira, 30 abril • Rio de Janeiro, Brasil

PREVISÃO DO TEMPO

redacaorj@brasildefato.com.br

tais leis trabalhistas que existem até hoje. Não deu de graça, foi devido a milhares de trabalhadores em greve. E hoje? Está claro: os patrões querem aproveitar para retirar direitos e assim ter maiores lucros.

grandes greves unificadas. Fazer passeatas, manifestações, piquetes. Ocupar fábricas e não ceder. E a gente sabe que a maior arma que os trabalhadores têm é a GREVE GERAL. Sim, vamos parar tudo e derrubar esse plano dos patrões, dos governos e da imensa maioria dos deputados que estão do lado dos patrões. Para isso vamos juntar Sindicatos, Associações, Centrais Sindicais, Partidos de esquerda e todos os movimentos e vamos lutar juntos. Até a VITÓRIA!

ºC | F


geral | 3

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

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FRASE DA SEMANA

“Tudo que empodere o cidadão é necessário. Por isso a reforma política é necessária”,

bem

Divulgação

disse Letícia Sabatella em recente entrevista.

mal

Adeus ao provocador Antônio Abujamra •

O ator, dramaturgo e diretor de teatro Antônio Abujamra morreu nesta terçafeira (28), aos 82 anos, na casa dele, em São Paulo. O apresentador do programa Provocações, da TV Cultura, era conhecido no meio artístico como Abu e deixa dois filhos e dois netos. Em sua página no Facebook, consta que a irreverência era um traço marcante

das suas encenações, além um filho ator e músico, Ande um humor crítico em re- dré Abujamra; além de duas sobrinhas, as lação a tabus sociais. A caratrizes Clarisse reira de Abujamra começou Abujamra e Iaem Porto Alegre, onde atuou ra Jamra. (ABr) na peça Assim é que “Parece”, uma produção do teatro amador universitário da capital gaúcha. O trabalho de Abujamra inspirou parentes. Ele tem Jair Bertolucci/TV Cultura

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Marcos Oliveira/Agência Senado

mandou

As principais centrais sindicais decidiram unificar as ações em comemoração ao dia dos trabalhadores (as). Esse é um golaço de placa em defesa dos direitos da classe. Vem junto para esse ato Político Cultural, no dia 01/05, nos Arcos da Lapa, às 15h.

Agência Senado

Pablo Vergara

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto que acaba com a obrigação de fornecedores colocarem na embalagem dos produtos o símbolo de transgênico. É um direito do consumidor saber se o alimento contém ingredientes transgênicos em sua composição.

SINDICAL Claudia Santiago

GARIS QUE FIZERAM GREVE SÃO DEMITIDOS Até esta quarta-feira (29) cerca de 20 trabalhadores que participaram da greve foram demitidos pela Comlurb. Entre os demitidos consta Bruno da Rosa, uma das principais lideranças da greve. Os trabalhadores denunciam perseguição política.

Professores de São Paulo em greve há quase 50 dias

Trabalhadoras e trabalhadores da rede estadual de ensino de São Paulo decidem nesta quinta (30) se continuam ou não a greve que já dura quase 50 dias. Assembleias realizadas durante a greve chegaram a reunir 60 mil pessoas. Os professores reivindicam aumento salarial de 75,33% para equiparação com demais categorias de nível superior, contratação de professores temporários com garantia de direitos, entre outros itens. A greve tem a adesão de 59% da categoria, segundo o Sindicato.

Trabalhadores do IBGE fazem ato nacional de protesto Nesta quarta (29) os •trabalhadores do IBGE fizeram ato em frente à sede do IBGE, no Rio. Foi organizado jogral, teatro, música. Participaram representantes de trabalhadores de 15 estados e do DF. Os trabalhadores do IBGE reivindicam, entre outras coisas, concurso público e investimento do governo federal no Instituto.


4 | Cidades

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

Cidades brasileiras amanhecem contra redução

Quem vai pagar a conta? | Darlan Montenegro Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados

Pablo Vergara/Brasil de Fato

Nesta quarta (29), centenas de cidades amanheceram com ações da campanha "Redução Não é a Solução"

Trabalhadores não podem pagar a conta da crise econômica

Primeiro de maio contra a ofensiva do grande capital

Simone Freire de São Paulo (SP)

Seguindo a onda das pautas conservadoras que avançam no Congresso neste ano, a discussão acerca da imputabilidade penal voltou à tona neste mês, após a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/1993, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. O texto, que propõe a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos de idade, expôs a urgência do debate na sociedade e motivou uma série de ações pelo país. Entre debates e audiências públicas, nesta quarta-feira (29), diversas coletivos promoveram o "Amanhacer contra a Redução", como parte da campanha "Redução Não é Solução". Ao todo, 23 estados acordaram com o colorido das faixas, cartazes, fitas e símbolos em praças e locais públicos contra proposta. Iniciada no Rio de Janeiro, as ações tomaram o Brasil após a articulação com outros coletivos. "As pessoas estão bem animadas de poder ajudar em uma coisa que elas acreditam. A redução não é eficiente, não é a solução. Tem muita gente que nem participa ativamente de movimentos sociais, não trabalha na ação política diretamente, mas está muito animada de poder dar esta con-

Praça Tiradentes foi colorida por faixas e cartazes contra a redução

Iniciada no Rio, as ações tomaram o Brasil após a articulação com outros coletivos

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tribuição", relata a estudante Morena Pérez Ribeiro, que integra a campanha. A mobilização brasileira tenta seguir alguns dos motes da campanha "No a La Baja", que no Uruguai, conseguiu mudar a opinião pública e impedir a redução da maioridade penal. Em 2011, antes da campanha, cerca de 70% dos uruguaios apoiavam a redução da inimputabilidade penal de 18 para 16 anos. Um plebiscito foi realizado em outubro de 2014, e quando a população foi às urnas, 53% disseram "não" à proposta. "A campanha que aconteceu no Uruguai foi muito bonita e muito bem sucedida. Ela mostra como é possível mobilizar uma cidade inteira", diz Morena.

Livro alerta sobre o uso de agrotóxicos Um grito de alerta para a sociedade e a defesa da reforma agrária. Esse foi o tom do lançamento do Dossiê Abrasco – Um Alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na Saúde realizado na terça-feira (28), na Uerj, no Rio de Janeiro. Segundo a Anvisa, 64% dos alimentos estão contaminados por agrotóxicos. O faturamento dessa indústria no Brasil em 2014, de acordo com a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), foi de mais de U$ 12 bilhões. Esses são alguns dos dados levantados pela publicação, que já pode ser acessada na internet: http://abrasco.org.br/dos sieagrotoxicos/. (Eduardo Sá, da Articulação Nacional de Agroecologia)

Não há muito o que comemorar nesse Primeiro de Maio. O ajuste fiscal adotado pelo Governo Federal colocou nas costas dos trabalhadores o custo pela crise econômica de diversas formas. O aumento dos juros reduzirá o nível de emprego. O aumento do número de desempregados pressionará os trabalhadores empregados a aceitarem salários mais baixos e piores condições de trabalho. Além disso, aumenta o nível de endividamento dos trabalhadores. AUMENTO DO CUSTO DE VIDA O corte de gastos para o pagamento da dívida pública, por sua vez, também aumenta o desemprego, ao reduzir os investimentos do governo. Também provoca perdas para os servidores públicos, que não terão correção salarial, enquanto o custo de vida sobe. A consequência mais grave dos cortes, porém, é a redução da oferta e da qualidade dos serviços públicos, como saúde e educação, forçando os trabalhadores a buscarem serviços particulares ou, simplesmente, deixando-os sem serviço algum. Num quadro de maior ameaça ao emprego, os trabalhadores têm mais difi-

culdade de se organizar e de lutar por melhores condições de vida. Essa situação é agravada ainda mais pelo

Nesse Primeiro de Maio, não há muito o que comemorar. Mas há razões de sobra para lutar

_________________ Projeto de Lei 4330, que amplia de forma dramática a possibilidade de utilização de mão-de-obra terceirizada. Os terceirizados têm menos direitos e ganham menos do que os trabalhadores contratados diretamente. HORA DE LUTAR A continuidade da política de ajuste fiscal e a aprovação do PL 4330 criariam uma situação extremamente negativa para os trabalhadores. Nesse Primeiro de Maio, não há muito o que comemorar. Mas há razões de sobra para lutar. Lutar para que a saída da crise econômica não seja financiada ao custo dos direitos e do salário dos trabalhadores. Que os banqueiros e os grandes empresários paguem a conta.



6 | mundo

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

Obama reconhece crise da polícia com negros nos EUA Reprodução Desinformémonos

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EM FOCO

Brasileiro Rodrigo Gularte é fuzilado na Indonésia

Morte de jovem negro gerou revolta popular contra ação da polícia

O presidente Barack Obama condenou nesta terçafeira (28) os atos de violência em Baltimore, mas reconheceu que os Estados Unidos enfrentam uma crise na relação da polícia com a comunidade negra. Baltimore iniciou nesta terça o toque de recolher por causa dos atos de vandalismo. As manifestações na cidade começaram há uma semana, depois da morte do jovem negro Freddie Gray, 25 anos, morto após ter sido

ferido na coluna, por um policial da cidade. Sobre os protestos, Obama afirmou que os ativistas dos direitos civis e os manifestantes têm aspirações legítimas, mas caberia à polícia coibir atos de vandalismo e de violência. Ele convocou a polícia a fazer um exame de consciência. “Nós, como país, temos de fazer um exame de consciência. Isto não é novo. Isto vem acontecendo há décadas", concluiu Obama. (ABr)

Preso desde 2004, em Jacarta, capital da Indonésia, por tentar entrar no país com 6 quilos de cocaína em pranchas de surfe e condenado à pena de morte em 2005, o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi fuzilado nesta terça-feira (28). Segundo o encarregado de Negócios da Embaixada do Brasil em Jacarta, Leonardo Carvalho Monteiro, antes do fuzilamento, Gularte recebeu a visita de um padre que também era seu guia espiritual.

Terremoto no Nepal: três dias de luto •

O primeiro-ministro do Nepal, Sushil Koirala, decretou na terça-feira (28) três dias de luto nacional em memória das vítimas do terremoto que atingiu o país no sábado (25) e provocou pelo menos 5 mil mortes. “Em memória dos nepaleses, dos irmãos e das irmãs estrangeiras, dos idosos e das crianças que perderam a vida no sismo, decidimos

observar três dias de luto nacional a partir de hoje”, disse Sushil Koirala, em pronunciamento transmitido pela televisão, no qual agradeceu aos doadores internacionais que prestaram ajuda ao povo nepalês. Segundo o mais recente balanço do Ministério do Interior nepalês, existem, até o momento, mais de 450 mil desalojados. British Red Cross

Divulgação

Nepal registra mais de 5.000 mortes em função de terremoto Matin Attard/DOI

Um funeral foi realizado para os 24 imigrantes que foram encontrados afogados, após naufrágio no Mar Mediterrâneo, em Malta. Estima-se que até 900 pessoas possam ter morrido. A grande maioria das vítimas ainda não foi encontrada.

ONU responsabiliza Israel por ataques a escolas em Gaza A Organização das Nações •Unidas (ONU) responsabilizou Israel por sete ataques a escolas da instituição na Faixa de Gaza, durante a ofensiva militar no verão de 2014 contra o reduto palestino, em relatório divulgado

nessa terça-feira (28). Os ataques israelenses a essas escolas, de 16 de julho a 26 de agosto de 2014, provocaram pelo menos 44 mortos e 227 feridos entre os civis palestinos que as usavam como abrigo.


Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

Truculência da PM deixa 107 servidores feridos no PR Agência Brasil

Professores foram atacados com violência pela Policia Militar do Paraná

Mais de cem pessoas ficaram feridas em cerca de uma hora e meia de repressão da polícia do governador Beto Richa (PSDB) a servidores que protestam desde o início da semana contra um projeto de lei que altera as regras de custeio da Paraná Previdência, em frente à Assembleia Legislativa. O projeto promove perdas em direitos previdenciários do funcionalismo a pretexto de socorrer as finanças do estado. Os professores, em greve, estão acampados desde segunda-feira (27) no local. Ambulâncias tiveram dificuldade de se aproximar para socorrer os feridos, uma vez que a Tropa de Choque da Polícia Militar fez um cordão para isolar o prédio da Assembleia e lançou bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e jatos de água. A maioria das vítimas era composta de manifestantes:

107. Havia entre os feridos idosos, crianças e deficientes. O deputado Rasca Rodrigues (PV) e um repórter foram mordidos por um cachorro da PM. Entre as forças de repressão, 25 soldados intoxi-

Ambulâncias tiveram dificuldade de se aproximar para socorrer os feridos

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caram-se com o gás lacrimogêneo lançado por seus colegas. “Parece uma praça de guerra”, publicou no Twitter o prefeito Gustavo Fruet (PDT). “Os professores estão sendo massacrados”, denunciou o presidente do sindicato da categoria, Hermes Leão. (Rede Brasil Atual)

brasil | 7

No dia do trabalhador, protestos contra terceirização •

O 1º de maio desse ano acontece em um momento complicado para os trabalhadores. A Câmara dos Deputados aprovou, na semana passada, o projeto de lei (PL) nº 4330, que autoriza empresas a terceirizar o emprego em qualquer área da produção, inclusive os trabalhadores contratados diretamente. A medida é considerada um grave retrocesso não apenas por sindicatos e centrais sindicais, mas até mesmo por juízes do trabalho. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, o PL 4330 “vai rasgar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e precarizar ainda mais o trabalhador”. Ele rebate o argumento dos empresários, que dizem que o projeto vai regularizar os 12 milhões de terceirizados no país. “Não se trata de regularizar esses trabalhadores, mas de abrir caminho para precarizar ain-

da estes 12 milhões e os outros 35 milhões de trabalhadores que, hoje, são contratados diretamente”, aponta. A secretária de comunicação e imprensa da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), Raimunda Gomes, a Doquinha, acha que as manifestações do dia 1º de maio, pro-

gramadas em todo o país, devem servir para alertar os trabalhadores do que está em jogo. “Vamos levar a pauta em defesa do trabalho, do emprego e dos direitos dos trabalhadores, mas também em favor da democracia”, afirma. Os atos ocorrerão de forma unificada.(Pedro Rafael Vilela)

Terceirizado: acidentes de trabalho e menor salário Pesquisa recente do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), em parceria com a CUT, comprovou em números o que já se percebia no dia a dia. Trabalhadores terceirizados ganham, em média, 25% menos do que um trabalhador diretamente contratado. Mesmo recebendo salário menor,

esse empregado costuma trabalhar três horas a mais por semana. Além disso, a pesquisa revela que 91% das empresas que terceirizam querem apenas reduzir custo com a mãode-obra e não modernizar as relações de trabalho e a produção, como argumenta a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que defende os empresários.


8 | especial

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

Brasil de Fato comem 2 anos de resistência •

Redação do Rio de Janeiro (RJ)

Nossa história começa em 2003 durante o Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Naquele evento, diversos movimentos sociais decidiram criar seu próprio instrumento de comunicação: o Jornal Brasil de Fato. De circulação nacional, a publicação vem servindo como ferramenta para dar voz e vez aos trabalhadores. Dez anos depois o projeto não parou de tomar outras formas. No dia 1º de maio de 2013 foi lançada uma nova versão: o Brasil de Fato RJ. Com conteúdo local, a

edição estadual do jornal esteve presente em importantes momentos da história recente brasileira. Fomos a voz daqueles que gritaram contra o aumento das passagens nas jornadas de 2013, dos profissionais da educação que ocuparam as ruas em defesa de uma educação de qualidade, do camelô que denunciou a truculência da guarda e do morador de favela que pediu o fim da Polícia Militar. Em dois anos de existência no Rio, nosso esforço é para construir uma comunicação pautada pelas demandas do povo, com a cara do povo. Um jornal que possibilite ao leitor uma visão popular do Brasil e do mundo.

Sebastian Soto Coll/Tatuzaroio

• Conteúdo Popular

“Precisamos distribuir o jornal e dialogar com os trabalhadores para que eles utilizem o Brasil de Fato como instrumento de sua luta. Debater com o povo o conteúdo do jornal”. Vito Gianotti, Núcleo Piratininga de Comunicação.

No Rio, distribuição acontece na Central do Brasil, nas barcas em Niter

Venha celebrar! Quando? Quinta-feira (30), às 22h. Onde? Centro de Arte Maria Teresa Vieira. Rua da Carioca, 89 - Centro Quanto? 0800

Na


Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

mora

• Instrumento

para nova informação

“O jornal é nosso instrumento. Distribuir esse instrumento é levar outro tipo de informação para a população carioca, levar nossas lutas, nosso outro projeto de sociedade”. Priscila Mello, distribuidora do jornal e integrante do Levante Popular da Juventude.

• Popularizar

nossos pensamentos

“Apoiamos o projeto porque ele é a possibilidade dos trabalhadores terem uma informação mais adequada. É forma de popularizar nossos pensamentos na disputa social”. Olímpio dos Santos, presidente do Sind. dos Engenheiros do RJ.

• Democratização da mídia

roi e em algumas estações do metrô

• Lutas e anseios

“Para nós da classe trabalhadora é muito importante porque através dele estamos nos comunicando com as camadas populares sobre nossas principais lutas e anseios”. Emanuel Cancella, Secretário-geral do Sindipetro-RJ e da Federação acional dos Petroleiros (FNP).

especial | 9

“O jornal é parte da resistência popular na construção de uma sociedade democrática a partir da democratização da informação e dos meios de comunicação”. João Pedro Stédile, direção do MST.

• Para aumentar o alcance

“O Brasil de Fato é um contraponto a tudo de ruim que nós temos na grande mídia. Continuaremos apoiando para que mais trabalhadores conheçam esse projeto”. José Maria Rangel, secretário-geral da Federação Única dos Petroleiros.

• Disputar

valores

“O jornal é um instrumento para disputar os valores da sociedade em tempos de intolerância e de forças conservadoras que rondam o país”. Camila Marins, dirigente sindical e colaboradora do jornal.

• Voz para

os trabalhadores “Várias coisas que acontecem com os camelôs são ignoradas por grande parte da mídia, mas o Brasil de Fato sempre está com a gente, abrindo espaço para nossa voz”. Maria dos Camelôs, trabalhadora autônoma.


10 | cultura

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

AGENDA DA SEMANA

Nelson Sargento na Caixa Cultural

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O que? Um dos mais importantes sambistas brasileiros, Nelson Sargento, comemora seus 90 anos junto ao público.

fazendo projeção. Onde? Praia Vermelha Quando? Sábado (9), às 21h Quanto? 0800 çã

Para ouvir

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Divulgação/Ensaio Aberto

Para assistir Irmãos Brothers Onde? Av. Almirante Barroso, 25 - Centro Quando? Quinta (30) a domingo (3), às 19h30 Quanto? R$ 20 (estudantes, idosos e clientes Caixa pagam meia).

Zoasom

Quem levar a carteira de trabalho ou esta edição do Brasil de Fato RJ paga apenas R$ 5 reais

facebook e twitter. Onde? Sintonize Rádio MEC AM (800KhZ) ou Roquete Pinto FM (94.1) Quanto? Toda quintafeira, das 14h às 15h.

Para dançar CHEGAÊ O que? Três bandas independentes, dois Djs, Coletivo de Malabares de Ubatuba, Grupo de Dança CLANM e Miguel Bandeira

O que? Exposição mostra 120 gravuras do artista francês que retratou a cidade do Rio entre 1816 e 1831 Onde? Centro Cultural Correios. Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro Quando? Até domingo (3), das 12h às 19h. Quanto? 0800

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Promoção EXCLUSIVA para 1º de maio – Dia do Trabalhador

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O que? Peça conta a história do julgamento de dois trabalhadores anarquistas acusados injustamente de homicídio condenados à morte nos EUA. Onde? Armazém da Utopia – Cais do Porto Quando? Sextas-feiras, às 21h e sábados e domingos, às 19h. Quanto? R$ 40,00 Dica: Vans gratuitas saem da Candelária a partir das 18h.

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Sacco e Vanzetti

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O que? Programa de rádio abordará sexo e internet, o perigo da exposição. Participe pelas redes sociais,

O que? Companhia apresenta “Eureka!!!”, espetáculo com muita cor, efeitos visuais, acrobacias, malabarismo, trapézio, contorcionismo e principalmente humor. Onde? Parque das Ruínas. Rua Murtinho Nobre, 160 Santa Teresa Quando? Sábado e domingo, às 18h. Quanto? Grátis

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cultura | 11

“Sociedade ignora o racismo sutil”, diz Danny Glover Ator do filme Máquina Mortífera visitou o Brasil neste mês José Coutinho Júnior

de São Paulo (SP)

Confira entrevista com o ator e ativista Danny Glover ao Brasil de Fato. Ele fala sobre o racismo nos Estados Unidos, sua trajetória como militante e o potencial do cinema para conscientizar as pessoas. A entrevista foi concedida em visita à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), um colégio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Brasil de Fato - Você nasceu no período em que os negros eram segregados da sociedade americana. Como era ser negro nessa época? Danny Glover - Nasci em 1946, oito anos depois da decisão da suprema corte americana ter dito que “igual não é igual”. A ideia de criar locais e acomodações diferentes para negros e brancos virou lei. Essa segregação, que afetou meus pais imediatamente, tornou-se o que me fez iniciar o processo de entender a relação que tenho com o meu país como um cidadão. Sou de São Francisco, Califórnia, uma cidade muito radical, progressista. Tinha o sindicato mais progressista do país, formado por trabalhadores de armazéns e portos. Foi o primeiro a boicotar bens sul-africanos, dizendo que não descarregariam produtos do país do Apartheid. As políticas estudantis, nas duas universidades da Califórnia, a cultura que emergiu com os hippies, os panteras negras foram parte em especial do meu modo de en-

Roberto Parizotti/CUT

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

A NOVELA COMO ELA É | Joaquim Vela

Bem-vindas sejam as diferenças!

tender o que estava acontecendo no mundo. Brasil de Fato - Como a arte pode levar questões sociais às pessoas e ser transformadora? Quando era jovem, trabalhava numa área diferente do teatro considerado “arte negra”. Elas eram peças de agitação e propaganda, curtas, que tinham como objetivo passar uma mensagem ideológica. Fiz muitos filmes populares e comerciais, mas sempre tive essa inclinação de querer fazer filmes menores, que tenham um significado. Só nos últimos dez anos, consegui fazer o tipo de arte com caráter político similar ao do que tinha me formado ou do via em documentários e narrativas. Brasil de Fato - Como você vê o racismo hoje nos EUA, principalmente após o que ocorreu em Ferguson? O que penso é que muitas vezes se ignora que a raça está ligada, tangencialmente, a muitos outros temas, como pobreza, saúde, procura de empregos. Prestamos atenção no racismo explícito, mas acabamos ignorando esse racismo mais sutil. Assim, o racismo tem uma relação funcional com o capitalismo, na exploração dos negros como mão de obra barata. E para romper com isso, precisamos pensar em outros sistemas e formas. Que potencial outro sistema, como o socialismo, poderia ter nessa questão? Como falar de raça sobre outro ponto de vista e criar uma estrutura que melhore o planeta e a humanidade? Quais ferramentas e políticas que precisamos para isso?

TV Globo

Brasil de Fato - Você está engajado na luta sindical dos EUA. Qual a situação dos trabalhadores no país, em especial os negros? Estatisticamente, há 40 anos, a renda dos trabalhadores vem diminuindo. Não só isso, os trabalhadores americanos trabalham mais horas. O número de mulheres que compõem a força de trabalho mais que dobrou nesse tempo, não porque há novas oportunidades para mulheres, mas porque o dinheiro que elas ganham é crucial para manter a casa. Brasil de Fato - Como você enxerga o racismo no país? Um garoto negro de 10 anos foi assassinado recentemente em uma favela do Rio pela Polícia Militar... O racismo e a militarização da polícia nas comunidades negras é algo que ocorre em várias partes do mundo e temos que nos preocupar com isso. A morte desse garoto é emblemática. Esse tipo de violência acontece com tanta regularidade que o Estado deve ser responsabilizado. Não me interessa se o Estado é de direita ou esquerda, ele tem de tomar medidas, desenvolver políticas públicas para melhorar a vida nas comunidades e das crianças negras e pobres, valorizando a vida delas.

Mães de Rafael enfrentam preconceito de Laís

Na semana passada, na novela “Babilônia”, Laís (Luisa Arraes) descobre que Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg) são mães de Rafael (Chay Suede). “Eu conheci a mãe, ops, a avó do Rafael outro dia, ninguém tem duas mães, não é?”, diz a garota quando é apresentada a Teresa. “Claro, ninguém tem duas mães”, responde a mãe, esquivando-se: “sou uma mãe honorária, de consideração”. O filho, sem titubear, explica que as mães são um casal, que se amam e são suas mães. A menina arregala os olhos, não dá conta do que ouve e logo dispara: “isso é imoral, é pecado, é doença, é perversão”. Uma discussão entre os jovens namorados segue, meio ao embate de (contra) valores e percepções de mundo. A cena repercutiu à beça, foi publicada na página “Cenas da Teledramaturgia Brasileira”. Laís fica em choque, muita gente também ainda se choca ao descobrir a diferença. Será que, no lugar de Teresa, eu também contornaria a situação para evitar o meu sofrimento e o do meu filho? Talvez sim, mas

quando a gente vai amadurecendo e reconhecendo os próprios preconceitos é como um tapa na cara que motiva a mudança. Não é minimamente tolerante e razoável ensinar que a homossexualidade é perversão. Se isso é dogma

Não é minimamente razoável ensinar que a homossexualidade é perversão

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religioso, então regras religiosas são discriminatórias e equivocadas. Aprendi que ser cristão é amar e respeitar ao próximo. Portanto, é preciso separar o joio do trigo. Quando qualquer pessoa diz que apoia os bolsonaros, os felicianos, os malafaias e afins está reproduzindo a intolerância e os fundamentalismos. Como diz Teresa, “o preconceito é uma força bruta difícil de derrubar”. Eu venho derrubando os meus.


12 | opinião

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

A fim de papo | Mc Leonardo

O Estopim Divulgação

Política pública para igualdade racial •

Incentivar a construção de uma política pública de comunicação etnorracial com a abertura de um canal de diálogo com comunicadoras(es) de mídias negras e jornalistas atuantes na questão racial foi a proposta da ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, na coletiva do último dia 8, em Brasília. A transmissão online permitiu o envio de questionamentos de todo o país. E eles foram, em especial, sobre as res-

O atual sistema carcerário a cada dia demonstra mais que está ultrapassado

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trições para o acesso às verbas publicitárias da União, apoio às iniciativas midiáticas afro-alternativas e combate ao racismo nos meios de comunicação. Tais reivindicações não são novidades. Desde Francisco de Paula Brito, editor

de O Homem de Cor (1833), são veiculadas denúncias de racismo e do não reconhecimento da importância das (os) profissionais e dos veículos de comunicação comprometidos com a diversidade racial e a efetiva democratização da comunicação no Brasil. IGUALDADE RACIAL Tratados e documentos não faltam, como a Conferência Nacional de Comunicação (I CONFECOM). E, iniciativas também não, como a inserção da questão racial junto às entidades classistas com a rede Cojira/Núcleo – Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial e Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros, que pautaram a ausência de conteúdos na imprensa que promovessem a igualdade racial; a criação do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento. Essas contribuições não podem e não devem ficar no eterno campo do ativismo, sem comprometimentos do Estado. Profunda conhecedora dos abismos entre os Brasis, a acadêmica, agora ministra, mais escutou do que se comprometeu. Ela fez interes-

santes pontuações diante de certa ambiguidade da SEPPIR, por ser um órgão do governo federal, fruto da luta do movimento negro, ainda incompreendido pelos seus pares federais por conta do racismo institucional. Por isso solicitou que continuássemos a apoiá-los e fortalecê-los para que possam ampliar diálogos e parcerias com os demais ministérios em prol das lutas pretas. O certo é que já fazemos nossa parte. Mas o Estado brasileiro também faz sua parte? Porque o legado até então construído o foi praticamente apartado de um Brasil que detém recursos. RACISMO INSTITUCIONAL Enfim, recorro ao pensamento da ministra Nilma, temos de apoiar e defender o que construímos com muito esforço, caso contrário o racismo institucional inviabilizará todas as iniciativas que respeitem e defendem a real democracia brasileira. Sandra Martins é jornalista e integra a Cojira-Rio/SJPMRJ.

Estopim conta a história de Amarildo, torturado e morto por PMS

Alô galera! Venho esta semana comunicar que o filme “O Estopim” já está disponível na internet. Já falei aqui, sobre esse filme, quando o mesmo estreou com sucesso, no Festival de Cinema do Rio. Mas de lá pra cá muita coisa aconteceu. Além do Festival, o filme foi exibido em algumas universidades, além de algumas favelas ditas pacificadas, como o Alemão, Cerro Corá e a própria Rocinha. Para quem não sabe, “O Estopim” é um filme feito de maneira colaborativa e que conta a história da tortura e morte do pedreiro Amarildo. O QUE A IMPRENSA NÃO DIVULGA Essa obra está fazendo com que as pessoas entendam o momento que todos nós (favelados ou não) estamos passando e contando o que a imprensa não divulga. O filme está mostrando que a Unidade de Polícia Pacificadora é só um braço do Estado policial que está instalado no Rio de Janeiro. Com fortes depoimentos de moradores da Rocinha, inclusive o da esposa do Amarildo e o meu, o ele traz

O filme traz ainda o olhar de algumas pessoas que estiveram diretamente ligadas ao caso

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ainda o olhar de algumas pessoas que estiveram diretamente ligadas ao caso, como o do delegado Orlando Zaccone, do advogado João Tancredo e dos representantes da comissão dos direitos humanos Guilherme Pimentel e Mariele. PRÁTICAS DA UPP Tenho que destacar a fala do morador Eduardo, conhecido como Duda, que se expôs de uma maneira muito corajosa ao denunciar as práticas da UPP da Rocinha, mesmo antes do caso do Amarildo acontecer. Então fica a dica, “O Estopim” já pode ser visto na íntegra, na tela do seu computador. Até semana que vem e “Vamu que Vamu”!


Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

variedades | 13

BOA E BARATA

Massa ao pesto Divulgação

Ingredientes 1 maço de manjericão 2 colheres (café) de sal grosso 3 dentes de alho 1/4 de xícara de nozes Pimenta-do-reino a gosto Queijo parmesão ralado grosso a gosto 2/3 de xícara de azeite 500 g de fusili (ou outra massa de sua preferência)

Tempo de preparo 30 minutos

AMIGA DA SAÚDE Uma vizinha minha apanha do marido quase •todas as semanas. Já tem muitos anos que ela sofre isso, mas ela não o larga e nem faz a denúncia na polícia. Ela fica triste o tempo todo. Não sei o que fazer. Por favor, Amiga da Saúde, me ajude. Não consigo mais ficar sem fazer nada nessa situação. Anônima A violência doméstica é mais comum do que imaginamos. Em geral, os homens ameaçam as mulheres, seus filhos, sua família. Por isso, elas têm medo de denunciar ou de terminar o relacionamento. Às vezes também pode existir uma dependência econômica em relação a esse agressor, o que dificulta a situação. Procure conversar com ela. Saiba o que está acontecendo. É muito importante que ela faça denúncia, pois, enquanto nada é feito, o homem se sente dono da situação e mais ele agride. Caso ela precise de maior

proteção, poderá procurar uma Casa Abrigo. Ligue 180, você pode fazer a denúncia (com sigilo absoluto do denunciante) e procurar saber qual serviço buscar no caso dela.

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para redacaorj@brasildefato.com.br

Todas as semanas nas ruas do

Rio

Divulgação

(21) 4062 7105

Modo de preparo Lave e seque bem as folhas de manjericão. Em um pilão, junte as folhas de manjericão, o sal, a pimenta-do-reino, o alho e metade do azeite. Macere com o socador. Junte as nozes (pinhole, castanha-de-caju ou outra noz de sua preferência), o restante do azeite e o queijo parmesão ralado. Para um molho pedaçudo, amasse pouco. Se não gosta dos pedaços maiores, pode usar o processador de alimentos (mixer) ou o liquidificador. Experimente e corrija o sal. Prepare a massa conforme as instruções da embalagem e escorra. Envolva o macarrão com o pesto. Sirva imediatamente

Rendimento 4 porções


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FASES DA LUA

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

HORÓSCOPO SEMANAL

ABRIL E MAIO

Cheia dia 4/5, 00h44

Minguante dia 11/5, 07h36

Nova dia 18/5, 1h15

Crescente dia 25/5, 14h20

LUA DA SEMANA

Qualquer que seja a sua forma de atuar ela irá se refletir fortemente no seu cotidiano.

CHEIA Os seus dias serão sempre animados com um sorriso estampado no rosto, envoltos em ternura e carinho. Um fim de semana no campo ou até mesmo numa praia mais deserta fará rejuvenescer a sua relação amorosa. Se está de coração livre, um novo relacionamento poderá romper o deserto da sua vida sentimental.

Será com grande prazer que descobrirá que algumas das suas aplicações financeiras o ajudam a assegurar o seu futuro. O seu maior objetivo nestes dias será o de assegurar a estabilidade dos seus familiares ou amigos mais queridos. No âmbito da sua atividade profissional poderá festejar uma nova associação ou sociedade.

Tome todas as precauções para não correr o risco de perder o seu posto de trabalho.

Algumas propostas familiares poderão interferir nos seus projetos profissionais.

Oportunidades surgidas do nada poderão afastá-lo de um futuro profissional enfadonho e isento de êxito Para uma boa evolução da sua relação afetiva, deverá agir com inteligência.

Há que prestar atenção aos comentários que sejam feitos e que possam manchar a sua imagem.


esporte | 15

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

Dirigente do Taekwondo pode ser afastado do cargo

Victor Silva/SSPress

toques curtos | Bruno Porpetta

Divulgação

O presidente da CBTKD, Carlos Fernandes, sofreu derrota no TJ-RJ

Pelo histórico, Jobson já começa culpado. É justo?

Pergunte antes de atirar

Carlos Fernandes foi criticado por anunciar Anderson Silva na seletiva

de ser anulado e Fernandes afastado de seu cargo. De acordo com as Federações de Rondônia, São Paulo e Minas Gerais, que propuseram a ação, o presidente da CBTKD está sendo investigado pela Polícia Federal. (BP)

BINÓCULO

Anderson Silva liberado Divulgação

Dias após anunciar a inclusão de Anderson Silva nas seletivas que definirão a equipe brasileira que disputará os Jogos Olímpicos do Rio 2016, o presidente da CBTKD – Carlos Fernandes – foi julgado em segunda instância na Justiça do Rio por fraudar o estatuto da entidade. A ação acusa o mandatário de fraudar o estatuto para desfiliar três federações estaduais que faziam oposição a Carlos Fernandes na entidade. A Justiça determinou que as três sejam refiliadas à CBTKD. Além disso, o estatuto po-

Câmara fará audiência pública sobre Baía de Guanabara Situação da Baía para os Jogos Olímpicos preocupa deputados vistoria de membros •daApós Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados às instalações que serão utilizadas nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, decidiu-se realizar uma audiência pública para tratar da situação da Baía de Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas. A questão do lixo em ambos os locais, que serão utilizados nas competições de

vela e remo, respectivamente, preocupa as autoridades e, em especial, atletas e dirigentes das modalidades. Federações internacionais demonstram receio de que as águas não tenham condições de receber as competições. No entanto, a CBVela acusa as demais federações de tentar tirar a Baía dos Jogos para obterem vantagens nas competições. Segundo a entidade, levar as provas para alto mar favorecem os barcos mais rápidos dos países europeus. (BP)

Para a Agência •Mundial Antidoping (WADA), o brasileiro Anderson Silva poderá disputar as seletivas do taekwondo para os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Mesmo suspenso preventivamente no UFC, a Comissão Atlética de Nevada – responsável pelos exames que apontaram o doping do lutador – não é regulamentada pela WADA, que não reconhece a validade dos exames.

A FIFA puniu o atacante Jobson, do Botafogo, por ter se recusado a realizar um exame antidoping quando jogava pelo Al Ittihad, da Arábia Saudita. Aplicou uma suspensão de quatro anos no atleta. O absurdo da punição se verifica em uma equação simples. Jobson é um garoto dividido entre o futebol e a droga. Se lhe tiram o futebol, o que sobra? Não se levou nada em consideração, a não ser a estupidez dos dirigentes da entidade e a hipocrisia que toma conta do esporte e da sociedade. Qual o sentido da punição? Uma punição só faz sentido se educa e ajuda no tratamento da doença. Porque é isso que está em questão. Um viciado em drogas é um doente. Tal como os dependentes de Diasepan para dormir, de anfetaminas para emagrecer e outras substâncias tão comuns quanto perigosas. Não há nenhuma comprovação de qualquer efeito auxiliador no desempenho de um jogador de futebol usuário das chamadas drogas sociais. Muito pelo contrário, quase todos os estudos dizem o contrário. Elas, não só, não ajudam como atrapalham a prática do futebol. Outra questão foram as circunstâncias ainda nebulosas em que se deu o tal do exame que Jobson se recusou

a fazer. Sem receber por meses, sem entender patavinas o que se falava por ali, o jogador alega que o clube queria “armar uma para ele”.

Sem receber por meses, sem entender patavinas o que se falava por ali, o jogador alega que o clube queria armar uma pra ele

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Na situação de Jobson – que pelo histórico teria dificuldades em dizer que focinho de porco não era tomada – o que você faria? Produziria uma prova – facilmente passível de fraude – contra si? O CAMINHO MAIS FÁCIL Pois bem, dado o histórico de Jobson, é muito mais fácil apontar-lhe o dedo na cara e cravar sua culpa. Culpa pelo quê? Ou fazer piada, como esses jornaizinhos que impressionam pela capa. Difícil é refletir e chegar a conclusões que lhe estendam a mão e não lhe tirem a única alternativa a essa doença.


16 | esporte

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 Divulgação/Ceara

Maracanã lotado na grande final Ingressos para final entre Botafogo e Vasco no domingo, no Maracanã estão esgotados Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

Se alguém ainda pensa em conseguir ingresso para a grande final do Campeonato Carioca, neste domingo (3), pode tirar o cavalinho da chuva. Os ingressos se esgotaram em menos de 24 horas, tempo recorde desde a reabertura do Maracanã, em 2013. No fim da tarde desta quarta-feira (29), o restante dos ingressos no setor Norte, onde ficarão os botafoguenses, já estava sendo adquirido pelos vascaínos, que esgotaram seu setor já pela manhã. Esse fato, inclusive, está preocupando tanto os responsáveis pelo consórcio que administra o estádio, além da Polícia Militar. O mais provável é que a PM não permita a entrada para o setor Norte com a camisa do Vasco. Segundo o relatório do consórcio a respeito da venda dos ingressos, foram vendidos todos os 56.249 ingressos, o segundo maior público em

Marcelo Sadio/Vasco

2015. Perde apenas para a grande final da Copa do Nordeste, com 63.399 pagantes no Castelão, em Fortaleza. O preço dos ingressos, que chegavam a custar apenas 30 reais, e a ansiedade da torcida vascaína pelo título que não conquista desde 2003 contribuíram para esse número. O Vasco precisa apenas do empate para levantar a taça, já o Botafogo precisa vencer por dois gols de diferença. Vitória por um gol do Fogão leva a decisão para os pênaltis.

O Nordeste é do Ceará!

Ceará é campeão da “Lampions League” Vozão vence o Bahia por 2 a 1 no Castelão e leva Copa do Nordeste

COPA DO BRASIL O Botafogo foi à Capivari-SP, enfrentar o Capivariano com um time reserva – apenas o goleiro Renan foi a campo – e venceu por 2 a 1, com gols de Sassá e do estreante Daniel Carvalho. O zagueiro Marllon descontou para o time da casa. O jogo de volta é semana que vem, no Engenhão.

CAMPEONATO CARIOCA FINAL

X BOTAFOGO

VASCO

Maracanã – Rio de Janeio 03/05/2015 - 16h

Doriva terá apoio maciço da torcida para seu segundo estadual

“Modernização” da CBF fere imprensa

A CBF convocou os 20 clubes da primeira divisão nacional nesta terça-feira (28), para uma reunião em sua sede, no Rio. O objetivo desse encontro era obter meios de melhorar o Brasileirão enquanto “produto”,

estabelecendo um padrão semelhante ao da Liga dos Campeões da UEFA. No entanto, um dos temas mais debatidos foi a relação com a imprensa. Uma proposta que ganhou coro entre os clubes foi a

diminuição do número de jornalistas dentro do campo. A ideia é privilegiar as emissoras que detém direitos de transmissão que teriam entrevistas exclusivas com apenas um jogador por equipe na partida. Os demais veí-

culos ficariam restritos à chamada “zona mista”, onde todos os jogadores passam para sair do estádio. Ali, as entrevistas seriam livres. A CBF já havia reunido os 20 treinadores na segunda-feira (27). (BP)

O Ceará entrou em campo com uma vantagem de um gol, construída na Fonte Nova, após vencer o Bahia por 1 a 0. Já o Bahia, devido a dificuldades de chegar ao estádio, somou à desvantagem um atraso de quase 15 minutos, ficando passível de punição. Quando a bola rolou, o Bahia buscou o ataque, pressionado pela necessidade do resultado, mas não demorou muito para o Ceará equilibrar o jogo e abrir o placar. Aos 16, o zagueiro Charles fez de cabeça. O gol desestabilizou o Bahia, que não conseguiu mais se organizar no jogo. Errava muitos passes e chegava sem muito perigo à meta de Luis Carlos. Na etapa final, logo aos 6 minutos o Ceará ampliou com Gilvan, também de cabeça. O que era necessidade virou desespero do Bahia. Nem o gol de Maxi Biancucchi, aos 43, impediu o título do Vozão e a festa dos mais de 60 mil torcedores presentes no Castelão. (BP)


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