Brasil de Fato RJ - 042

Ônibus: altos preços e baixa qualidade Contrato de concessão favorece empresas e prejudica passageiros no Rio

entrevista | pág. 5

“Mulheres ainda têm dificuldade de sair de casa” Ministra Eleonora Menicucci também denuncia discriminação no trabalho e na política

Reprodução

Pablo Vergara

1 | mundo | pág. 6 cidades

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014 | ano 11 | edição 42 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato

50 ANOS DE POIS O QUE PERDEMOS COM O GOLPE?

Cidades | págs. 3

Perdemos a chance de resolver problemas históricos do país.

Há exatos 50 anos, o ex-presidente João Goulart anunciou que faria “Reformas de Base” para melhorar a vida do povo. O resultado? Os militares deram um golpe que durou 21 anos.

Para relembrar o Comício da Central (foto), movimentos sociais, centrais sindicais e partidos estão convocando para um ato nesta quinta-feira (13), às 15h, na Central do Brasil.

Salvador Scofano

Léo Lima

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Além de UPP, Vila Kennedy quer direitos Violência na região cresceu, inclusive com morte de moradores

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Vitória histórica dos garis Categoria mobilizada arrancou aumento salarial e vai receber R$1.100

02 | opinião

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

editorial | Rio de Janeiro

Greve dos GARIS: um exemplo a seguir OS gARIS deram um grito de alegria quando, no dia 1º de março, começou a greve deles. Foi o grito que estava preso no peito há anos. grito contra o salário miserável de R$ 803,00, as condições de trabalho danosas para a saúde e o assédio moral, segundo relatos que nos chegam sempre. Isso sem falar na tal invisibilidade característica em algumas categorias profissionais. Antes desta greve ninguém notava esses trabalhadores. Com essa greve apareceram! E como! Todo mundo viu como são necessários. E os garis disseram: CHEgA! Queremos

ganhar mais e trabalhar em melhores condições. O grito do dia 1 de Março foi o NÃO. Não à exploração!

Garis ensinaram como vencer E o senhor prefeito, inicialmente, também disse não. Ele não queria ceder.

Queria dar uma mixaria de aumento. Passar dos R$ 803,00 para R$ 877,00. Os meios de comunicação fizeram o possível para esconder e desqualificar a greve. Ambos tiveram de recuar, prefeito e mídia. Os garis os fizeram engolir a vitória da greve.

No sábado, dia 8, os garis

deram outro grito. Este foi de VITÓRIA! VITÓRIA DA gREVE. Sim. A força da organização deles, mesmo sem o sindicato apoiar, obrigou o prefeito a engolir o seu não do começo e ele teve que ceder. Teve que dizer SIM aos grevistas.

A Prefeitura, de cabeça baixa assinou frente à Comissão de greve um aumento para R$ 1.100 e o vale-refeição passou de R$ 12 para R$ 20. A população apoiou a greve. Bonito! Os garis, assim como os carteiros e os bombeiros, são pessoas queridas pelo povo devido à sua origem de classe e ao ser-

viço que prestam à população. E os gARIS deixaram uma grande lição: greve é um direito de to-

dos os trabalhadores. greve resolve. Quer ganhar aumento? Os garis mostraram o caminho.

editorial | Brasil

A crise do imperialismo dos EUA Os últimos acontecimentos na Ucrânia mostram que a hegemonia do imperialismo dos Estados Unidos está em crise. A Rússia reafirma sua influência na Ásia Central, na Europa Central e no Oriente Médio.

Além disso, ela mete uma faca no coração da influência estadunidense na Europa ao ensaiar uma aliança econômica com a Alemanha, incomodando o imperialismo e seus principais aliados no velho continente.

Foi reveladora a iniciativa da diplomacia russa e de seu poderio militar em frustrar os planos dos imperialistas para a Síria.

Redação Rio: redacaorj@brasildefato.com.br

Para anunciar: (21) 4062 7105

“

Os Estados Unidos poderão ter seus planos mais uma vez frustrados por Moscou na Ucrânia

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A China cresce rapidamente e tem um grande potencial para superar economicamente os EUA. O país asiático constrói, gradativamente, sua própria área de influência e expande suas relações de cooperação econômica.

Tanto a China como a Rússia possuem armas nucleares.

E isso tem um significado na geopolítica atual: o direito internacional só é respeitado quando uma nação

tem capacidade de retaliar.

Nos países latino-americanos, a crise das experiências neoliberais possibilitou o aparecimento de governos progressistas.

Esse quadro favoreceu importantes experiências de união entre determinadas regiões e isso não interessa ao imperialismo. Não por acaso, ele patrocina atualmente a tentativa de golpe contra o governo de Nicolás

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos • Ed do ponto de vista da necessidade de mudanças • Ed sociais em nosso país e em nosso estado.

Maduro na Venezuela.

O movimento mais recente na Europa de reação à crise da hegemonia imperialista estadunidense ocorreu no apoio e patrocínio do governo Obama e da CIA ao golpe sofrido pelo governo ucraniano, que era pró-russo. A escandalosa quebra da ordem democrática na Ucrânia ocorreu com o apoio das potências europeias e da OTAN, linha auxiliar dos EUA. O governo russo reagiu imediatamente, denunciou o golpe dos fascistas e seus patrocinadores. Além disso, fez uma movimentação militar para proteger os cidadãos russos que são maioria

e moram na península da Crimeia, legalmente pertencente à Ucrânia. A capital Kiev e o governo fascista da Ucrânia estão sendo monitoradas pelos russos. Os imperialistas poderão ter seus planos mais uma vez frustrados por Moscou.

O imperialismo certamente continuará sua política agressiva de reação à sua perda de hegemonia. Uma coisa é certa: bandeira da paz, historicamente, pertence aos revolucionários. Ao proletariado não interessam as guerras, mesmo sabendo que dependendo da conjuntura, elas abrem janelas revolucionárias.

CONSELHO EDITORIAL RIO DE JANEIRO: Antonio Neiva, Aurélio Fernandes, Joaquín Piñero, Mario Augusto Jakobiskind, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani e Valdinei Siqueira DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO: Stefano Figalo EDITOR-CHEFE: Nilton Viana (MTb 28.466) EDITORA REGIONAL: Vivian Virissimo (MTb 13.344) REPÓRTERES: Gilka Resende, Bruno Porpetta REVISÃO: Núbia Pimentel COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago ESTAGIÁRIA: Mariane Matos FOTÓGRAFO: Pablo Vergara ILUSTRADOR: Latuff

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

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50 anos: Ato vai lembrar Comício da Central Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ) Em 13 de março de 1964, exatos 50 anos atrás, foi realizado o histórico Comício da Central do Brasil.

Para um público de mais de 150 mil pessoas, o expresidente João goulart divulgou sua intenção de fa-

zer uma série de “Reformas de Base” para melhorar a vida do povo brasileiro.

Poucos dias depois, em 1º de abril de 1964, um golpe militar derrubou Jango e a democracia só foi restabelecida em 1985.

As reformas propostas pelo ex-presidente mexeriam na estrutura da sociedade e poderiam ter solu-

cionado problemas que os brasileiros enfrentam até hoje. Em seu discurso, Jango defendia a ampliação da democracia e o fim dos privilégios de uma minoria.

“O caminho das reformas é o caminho do progresso pela paz social. Reformar é solucionar pacificamente as contradições do tempo em que vivemos”, dizia Jan-

go. Naquele dia, Jango defendeu a reforma agrária, urbana, educacional, fiscal, bancária e eleitoral.

Cinquenta anos depois, centrais sindicais, partidos e movimentos sociais estão convocando para ato “Lembrar é resistir”, na Central do Brasil, nesta quinta-freira (13), às 15h. Além disso, será realizado o se-

minário “50 anos do Comício da Central: o Brasil que perdemos com o golpe militar”. Essa atividade é uma realização da Comissão da Verdade do Rio, da UERJ e do Instituto João goulart e vai acontecer no Auditório 53 da UERJ (Bloco F - 5° andar), a partir das 9h.

Reformas de Base: “Tão necessárias como em 64” A afirmação é de João Vicente goulart. Leia a entrevista com o filho de Jango.

Brasil de Fato - Qual é a importância de lembrar os 50 anos do Comício? É importante para revitalizar a proposta das reformas de base. Vivemos em um país que demorou 21 anos para conquistar a liberdade e a democracia.

Por isso temos que aprender a polir essa pedra preciosa que é a democracia.

Evidente que tivemos muitas conquistas sociais nos governos populares de Lula e Dilma, mas falta muito a evoluir. Se nós não modificarmos as estruturas sociais, políticas e econômicas enfrentaremos uma espécie de gargalo no desenvolvimento. Tem reformas que são muito mais necessárias hoje do que há 50 anos. Os problemas que

eram graves lá atrás são muito mais agoras. A reforma tributária em nosso país não afeta os mais ricos, por exemplo, apenas os mais pobres quando compram um quilo de feijão.

de parlamentares que são empregados dos grupos que os financiaram, eles não representam a população. Precisamos não apenas de uma “minirreforma”, mas de uma reforma estrutural.

No comício, Jango já falava da enorme influência do poder econômico na disputa política e como isso tor nava o processo desigual.

Qual é a relevância de uma reforma política no Brasil?

Deve ser a primeira que devemos pensar. Não cabe mais a sociedade brasileira depender de um Congresso que é odiado. O fato é que para eleger um deputado federal são necessários de R$ 4 a 6 milhões. Quem tem R$ 6 milhões para se autofinanciar? Isso faz com que os deputados sejam financiados para criar bancadas: a ruralista, a da bala (indústria das armas), por exemplo. Criam-se guetos

Figuras como Paulo Freire, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro faziam parte do Governo Jango e conduziam o processo de mudanças na educação em 1964. O que significou essa interrupção?

Foi um dos piores acontecimentos para desenvolvimento intelectual do Brasil. O então ministro Darcy Ribeiro criou a Universidade de Brasília (UnB), uma universidade de cunho humanitário que tinha o objetivo de propor alternativas para um país mais solidário. Uma lógica totalmente diferente da que vemos hoje.

Em 1964, Jango anun -

ciou uma série de me didas que tirariam do papel a reforma agrária. Sem essa reforma, qual foi o retrocesso para o país?

Temos grandes cinturões de desemprego nas grandes cidades porque não se fez reforma agrária naquele momento. Infelizmente, hoje a reforma agrária é muito mais difícil. Em 1964, 75% da população moravam no campo, apenas 25% morava na cidade. Naquele momento, a reforma

agrária fazia um sentido, agora faz outro. Jango propôs uma reforma agrária capitalista que resultaria em 10 milhões de novos proprietários de terra. Hoje a reforma agrária está patinando em nosso país, por isso temos que mudar a concepção do modelo de desenvolvimento e fortalecer a agricultura familiar.

ENTREVISTA

JOÃO VICENTE GOULART, FILHO DE JANGO

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Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

Garizada passará a receber piso salárial de R$ 1.100,00 a partir de abril PROTESTO O lixo ferveu, a negociação acelerou e a luta dos garis deu samba Leo Lima

Gilka Resende

do Rio de Janeiro (RJ) A mobilização dos garis da Comlurb conquistou um aumento de 37%, o que representa um piso salarial de R$ 1.100, além de R$20 de tíquete-refeição e 40% de insalubridade. O rejuste, que é 28 pontos percentuais do que a proposta fechada pela prefeitura com o sindicato da categoria, passa valer em abril.

O impasse chegou ao fim após audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), realizada no sábado (8). O resultado da reunião, que durou toda a tarde, foi recebido com festa. “Saímos na rua para mostrar o valor do nosso trabalho e só paramos a greve quando reconheceram nossos direitos. Somos vitorio-

Mesmo sem apoio do sindicatos, garis conquistaram vitória

sos!”, expôs Nilton Lopes, do comando de greve. “A gente sabia que tinha que ser num momento que chamasse

atenção, como o carnaval ou a Copa. Como o dissídio era em março, paramos agora”, explicou.

Enquanto mais de 10 mil toneladas de lixo se acumulavam, segundo a própria Colurb, a prefeitura garantia que apenas 300 garis cruzavam os braços. Já segundo o comando de greve, o pico da paralisação da categoria, que conta com 15 mil garis, teria sido de 80%.

Desses, 1,1 mil teria recebido avisos de demissão.

Garis contestam Paes Mesmo sob chuva, o ato levou pelo menos 600 manifestantes da Central ao TRT. Uma paródia do samba campeão da Unidos da Tijuca agitava a categoria: “Acelera Comlurb, que esse lixo vai ferver. Se a prefeitura não der aumento não, esse lixo vai ficar todo no chão”. E o enredo começava a surtir efeito. A reunião no Tribunal foi adiantada em três dias.

Horas antes, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) tentou desqualificar a mobilização.

Em entrevista ao RJ TV, disse que não se tratava de uma greve, mas de um motim.

“Existe um grupo de marginais ameaçando os garis”, ressaltou. “Não é nada disso. Só queremos o aumento. Queremos salários padrão Fifa”, ironizou o gari Rodrigo Ceapedes, de 31 anos.

“Ele quer chamar o gari de burro? O gari é inteligente, tanto que faz esse protesto bonito. Falou que manchamos a Comlurb. É mentira!”, protestou Eugênio da Silva, de 42 anos. “O leite do café da manhã já veio estragado várias vezes. Queriam dar R$800, mas meu aluguel subiu para 600. Precisa de mais motivos?”, questionou ele, morador do Caju.

Tânia Rego/ABr

Arrastão feminista pede fim da violência contra as mulheres LAPA Protesto escolheu o bairro para se manifestar e lembrar o 8 de março do Rio de Janeiro (RJ) Cerca de 300 mulheres realizaram um “Arrastão Feminista” no 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. A atividade foi provida na Lapa pelo Fórum Estadual de Combate à Violência contra as Mulheres, reunindo pelo menos 10 organizações.

Maria Luiza Duarte, da Marcha Mundial das Mulheres, explicou que, além de aproveitar a despedida do carnaval para “dialogar

de forma irreverente com a população”, o bairro foi escolhido por ser “um espaço de grandes violações de direitos das mulheres”. “Ainda mais nesse período de Copa do Mundo”, disse.

Mulheres rurais também foram ao ato. “O país investe bem mais no agronegócio, que não valoriza a vida e o meio ambiente, que na agricultura familiar”, disse Bia Carvalho, do MST. Para ela, empreendimentos como o Porto do Açu, no norte fluminense, e a hidrelétrica Belo Monte, no Pará, levam

violências para o campo que afetam, principalmente, às mulheres.

Uma das integrantes da “Tropa de Xota”, com seu cap rosa e escudo em formato de vagina, fez uma intervenção que emocionou.

Ao microfone, lembrou episódios de opressão. O nome de gleice Oliveira, de 18 anos, não foi esquecido. Ela foi estuprada e morta no banheiro de um bar na Rocinha, durante este carnaval.

“Basta de violência! Somos todas companheiras! Somos todas gleice!”, repetiram.

Militante da Marcha Mundial das Mulheres carregava estandarte

Machismo em todos os lados Três homens foram acusados de se infiltrar e assediar militantes na passeata. Eles foram retirados do ato aos gritos de “Fora machistas!”. Porém, voltaram minutos depois. Um deles teria, então, lambido o pescoço de uma das mi-

litantes. Os ânimos se acirraram, o que culminou em agressões entre alguns homens que apoiavam o protesto e os provocadores.

Após a situação ser contornada, a atividade seguiu tranquila e foi encerrada nos Arcos. (GR)

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

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“Mulheres ainda têm dificuldade de sair de casa” BRASILEIRAS Ministra ELEONORA MENICUCCI denuncia discriminação contra mulheres na política e no trabalho Antonio Cruz /ABr

Mariana Desidério de São Paulo (SP)

As brasileiras são mais escolarizadas e mais capacitadas do que os homens, porém continuam recebendo salários mais baixos. E ainda enfrentam o desafio de atuarem na política. É o que destaca a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência, em entrevista ao Brasil de Fato.

“Eu atribuo isso ao patriarcado e à sociedade sexista. As mulheres ainda têm dificuldade de sair de casa. Precisamos romper com isso”, afirma Menicucci. Na semana do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, a ministra falou sobre as conquistas e desafios das brasileiras no último período.

Brasil de Fato - O que é possível comemorar no dia das mulheres?

Eleonora Menicucci - Conseguimos eleger a primeira mulher presidenta da República. Podemos comemorar o primeiro governo que teve dez ministras. Hoje nós somos oito, em cargos importantíssimos. Em terceiro, devemos comemorar que temos políticas absolutamente consolidadas, políticas de Estado, para a ampliação e consolidação dos direitos das mulheres. Temos as políticas de enfrentamento à violência. Conseguimos am pliar os direitos das trabalhadoras domésticas.

Os últimos dados sobre violência mostram um aumento no número de mortes e de denúncias. Por que as mulheres continuam sendo assassinadas?

O que acontece quando elas são assassinadas é que algum serviço que elas procuraram não deu credibilidade à denúncia. Aí elas aparecem mortas. Eu chamo a atenção para a morosidade da expedição das medidas protetivas por parte do Judiciário. Enquanto continuarem morosas, isso estará marcando a morte da mulher. Estará determinando que a mulher vai morrer na-

“

As mulheres ganham 70% do que ganham os homens. Estamos incentivando a capacitação das mulheres

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quele dia. Por outro lado, com as tornozeleiras eletrônicas e o botão do pânico nós temos conseguido prender muito mais agressores.

Agora, nós vivemos num país ainda muito patriarcal, sexista, e a sociedade tem que romper com isso. Não é só o poder público que precisa romper.

Outra questão importante para as mulheres é a participação na política, que ainda é muito menor que a dos homens. Por que isso permanece?

É gravíssimo. Nós somos 51% da população e somos mães da outra metade. Somos protagonistas das nossas próprias vidas, das nossas próprias escolhas e temos certeza de que nós podemos e sabemos fazer.

Sabemos fazer no mundo do trabalho, da educação, da pesquisa, dos movimentos sociais e no mundo da política. Isso [a pouca participação política] acontece porque os partidos políticos não respeitam as cotas e não investem recursos para as campanhas femininas e também porque a sociedade não vota em mulher.

Como aumentar essa participação?

A lei diz que tem que ter 70% de candidatos de um sexo e 30% de outro. Pela primeira vez na história do Brasil se atingiu 31% de candidaturas femininas, em 2012. No entanto, olha o número que foram eleitas. Na Câmara dos Deputados, a proporção é de 8%. O país tem apenas duas governadoras e não tem prefeita de capital. Eu atribuo isso ao patriarcado e à sociedade sexista. As mulheres ainda têm dificuldade de sair de casa. Nós precisamos romper com isso.

Outro problema que permanece é a disparidade de salários entre homens e mulheres. É enorme. As mulheres ganham 70% do que ganham os homens. Nós estamos com as nossas políticas de autonomia econômica incentivando a capacitação das mulheres. Porque elas são mais escolarizadas, mais capacitadas, mas elas ocu-

Ministra comemora ampliação dos direitos das trabalhadoras

pam cargos mais baixos. Elas não crescem na carreira. Nós temos que combater essa discriminação salarial, temos que incentivar as mulheres empreendedoras.

Quais as ações do governo para a questão da prostituição?

Temos uma ação muito forte no combate ao tráfico de mulheres para fins de exploração sexual. No ano passado desbaratamos duas quadrilhas na Espanha, uma em Ibiza e outra em Salamanca.

Uma das chefes da quadrilha de tráfico era brasileira e havia várias brasileiras menores de idade confinadas lá. Desbaratamos também duas quadrilhas do Norte do país,

que traficavam meninas do Sul. Também temos parcerias com o Ministério da Saúde com ações que englobam a saúde integral da mulher em todas as áreas, não existe preconceito.

A morte de mulheres em decorrência de abortos clandestinos ainda é uma realidade triste. Como a senhora encara a discussão sobre a legalização do aborto?

Essa discussão envolve o parlamento e a sociedade, sobretudo. Ela não envolve o Executivo num primeiro momento. Eu aceito a diretriz do governo que é a de não mexermos na legislação.

Nossa preocupação é com os abortos previstos em lei.

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Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

Contrato de concessão favorece empresas de ônibus e prejudica passageiros TRANSPORTES Concentração no sistema se revela em baixa qualidade e altos preços Katarine Flor do Rio de Janeiro (RJ) Há um mês, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) autorizou o aumento da tarifa dos ônibus em 9,1%. O valor, que antes era de R$ 2,75, passou a custar R$ 3,00 no dia 8 de fevereiro. O decreto foi assinado após o Tribunal de Contas do Município (TCM) alegar não ter competência para decidir.

No estudo sobre a revisão tarifária de 2012, o TCM havia identificado “diversas impropriedades na forma como foram procedidos os reajustes nos preços das passagens, desde uso incorreto e erros nas fórmulas, bem como índices e valores fornecidos ou criados pelos próprios interessados no aumento das tarifas”.

Para o diretor do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (SENgE-RJ), Jorge Saraiva, o fundamental é mudar esta cláusula no contrato de concessão sobre o reajuste na tarifa. Ele afirma que o cálculo das tarifas, previstos no contrato, considera a variação do custo do óleo diesel, dos pneus, dos ônibus, valor da mão de obra e outras despesas. No entanto, não consi-

dera estes itens em quantidade.

Medidas de reestruturação, como BRT e BRS, que implicam na redução do número de veículos, mão de obra e combustíveis, não são levadas em consideração. Também foram desconsiderados incentivos fiscais como: a redução de 2% para 0,01% do ISS das empresas, em 2010, no âmbito do governo municipal; o desconto de 50% no IPVA para ônibus e microônibus destinados ao trans-

porte de passageiros, assinado em janeiro deste ano pelo governo do estado; e o fato do governo federal ter zerado a PIS/COFINS, em setembro de 2013, com o objetivo de redução da tarifa, sendo que este imposto representa de 3,5% a 4% do custo tarifário.

“No âmbito econômico, as obras de reestruturação interferem apenas no aumento da margem de lucro das empresas, mas não chegam a repre-

sentar benefícios para os usuários do transporte público”, garante Saraiva.

Com a reestruturação do sistema de transporte, a prefeitura do Rio estima a redução 10% da frota de ônibus. Ou seja, deixarão de circular cerca de 700 ônibus, reduzindo os custos para as empresas. Saraiva destaca que “a população deveria ser a grande beneficiada com estas ações e não os empresários do setor”.

Pablo Vergara

Obras de reestruturação beneficiam apenas lucros das empresas

Prefeitura é “benevolente” com empresas, diz sindicalista CAIXA PRETA Companhias de transporte não oferecem dados para verificação dos custos do Rio de Janeiro (RJ) A construção e a ampliação das políticas de transporte coletivo se deram, basicamente, pelos empresários do setor. Hoje, o ônibus é o principal meio de transporte coletivo na região metropolitana, com 90% de participação. Após muitos em-

bates políticos, somente em 2010 foi realizada a primeira licitação para a concessão dos serviços de ônibus do Rio. Ainda assim, o resultado não foi nada animador. Foram mantidos os mesmos operadores e apenas quatro empresários continuam concentrando 1/3 do transporte coletivo no município.

Essa revisão se dá, princi-

palmente, para evitar desequilíbrio na equação econômico-financeira. O engenheiro Saraiva aponta a “benevolência” da prefeitura em relação às concessionárias.

O sindicalista lembra, ainda, que as empresas não oferecem os dados necessários para a verificação dos custos, como foi observado pelo próprio TCM.

Agamenon Oliveira, também diretor do SENgE-RJ, destaca a luta tarifária como uma luta política. “Ela está relacionada com a distribuição de renda neste país”. O sindicalista ressalta que os altos preços das tarifas interferem no direito de ir e vir, principalmente da parcela mais empobrecida da população. (KF)

SINDICAL

Estácio vai indenizar professora O Tribunal do Trabalho (TRT-RJ) condenou a Universidade Estácio de Sá a pagar salários e indenização por danos morais a uma professora. Ela era contratada pela universidade, mas não tinha turmas para lecionar e nem lhe pagavam salário.

O TRT mandou pagar os atrasados e indenização pelos danos morais.

Caso Comperj exige solução Os 15 mil funcionários do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, continuam em greve. Na manhã da quartafeira (12) fizeram um protesto na rodovia RJ-116, por melhores condições de trabalho e reajuste salarial.

A greve já passa dos 30 dias. Os trabalhadores querem reajuste salarial de 11,5%, além de aumento no valor do vale-alimentação. As construtoras responsáveis pela obra insistem nos 7% de aumento.

Congresso no Sindicato dos Jornalistas A situação do Brasil 50 anos após o golpe civil militar de 1964 conduzirá os debates do I Congresso dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, nos dias 14 e 15 de março, no auditório do Sindicato (Rua Evaristo da Veiga 16, 17º andar, Centro do Rio). As inscrições estão abertas.

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

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Mais que policiamento, moradores da Vila Kennedy querem direitos PERSPECTIVA Comunidade espera ansiosa pelo fim de tiroteiros Salvador Scofano

Priscila Souza, de 33 anos, também espera por mudanças. Ela caminhava com dificuldades pela rua com seu companheiro.

“Aqui a saúde é precária.

Perdi a vista por dificuldade de tratar aqui perto. Eu tenho que ir para a Urca para fazer reabilitação. Espero que com a UPP isso me-

Gilka Resende do Rio de Janeiro (RJ) A partir desta quinta-feira (13) a Vila Kennedy, em Bangu, passa a ter uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A comunidade, às margens da Avenida Brasil, têm pelo menos 100 mil habitantes. Ainda que façam duras críticas à atuação das forças de segurança na região, no geral, moradores dizem preferir a ocupação militar à atual realidade de tiroteios.

Na noite desta quarta-feira (12), o clima ficou mais tenso. De tarde, a circulação pelas principais ruas parecia normalizada. Moradores relataram que os agentes do tráfico já estavam se retirando do local. “ Os meninos já estão indo embora”, disse a moradora Marcela

Forças policiais vão instalar a 38ª UPP na Vila Kennedy

Batista, de 29 anos. Esse é um nome fictício, como outros nesse texto por uma questão de segurança.

Em um muro da Escola Pública Jorge Zarur era possível ver uma frase gravada a giz de quadro xingando a chegada das UPPs. “Mas tem

pouca gente contra”, avalia Marcela. Ela, que é mãe de três filhos, espera que ocorram melhorias na educação.

“Com os tiros, as escola fechavam”, reclama. “Sou favorável, mas lá na Rocinha está tendo tiros. Parece uma maquiagem”, pontuou.

Violência na região cresce neste último mês, diz PM CRIME Policiais devem depor sobre morte de rapaz na Vila Kennedy do Rio de Janeiro (RJ) Nesta segunda-feira (11), barricadas com lixo e pedaços de madeira foram espalhados pela Metral, uma das subdivisões da Vila Kennedy. Essas teriam sido feitas por traficantes. Porém, também há na comunidade outra versão, a de que seria um protesto contra a falta de luz. A PM informa que a disputa pelo controle da venda de drogas no local se acirrou neste mês.

Apesar da ocupação oficial da UPP ocorrer nesta semana, desde o dia 9 de fevereiro, um batalhão local realiza operações diárias na comunidade. Dois civis foram mortos recentemente. Um seria morador da Metral, mas não teve seu nome revelado. O segundo foi Alexander da Silva Ramos, de 18 anos, que levou um tiro na cabeça quando voltava de moto da casa da namorada.

Alexander morreu no dia 23 de fevereiro. Na época, a versão divulgada foi a de

que ele teria sido atingido em uma troca de tiros. No entanto, moradores falam em execução e chegaram a queimar um ônibus em protesto.

Contatada, a Polícia Civil informou nesta quarta-feira (12) que o caso está sendo investigado. De acordo com a Divisão de Homicídios da Capital (DH), os agentes apuram a identificação dos PMs que estavam no local. Sem mencionar datas, o órgão garante que eles serão intimados a depor.

lhore e que tenha cursos para ocupar os filhos da gente”, disse.

O aparato para a instalação da unidade conta com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), de Ações de Cães (BAC) e do Chope, além do acompanhamento aéreo com um helicóptero blindado.

Nova UPP chega em momento de crise da política de segurança POLICIAIS Número de oficiais mortos em 2014 é igual ao de 2013 O número de policiais de UPP mortos alcançou 16 em 2014, o mesmo registrado em todo ano passado. Denúncias de corrupção, opressão a moradores e desaparecimentos nas favelas ocupadas começaram a ganhar mais visibilidade após o “Caso Amarildo”. Segundo Márcia L eite, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a violência e a arbitrariedade policial continuam imperando em áreas de UPP. “Creio que isto revela que, para além de tal ou qual policial que 'toca o terror em seu plantão', como dizem muitos moradores de várias favelas com UPPs, o centro do problema é o tipo de presença do Estado nessa áreas”, destaca. Segundo

ela, essas regiões continuam sofrendo um controle social repressivo, agora pelo próprio poder público.

A antropóloga pondera, no entanto, que a diminuição da violência letal, tanto a cometida pela polícia quanto pelo tráfico, “não é pouco para a vida cotidiana na favela”. Isso fica claro na fala de uma das vendedoras na Praça Dolomitas, na Vila Kennedy. “Se acabar com o tiroteio está muito bom”, desabafa Valéria da Silva.

No entanto, a moradora acrescenta: “A UPP tem que vir com tudo, com os nossos direitos.

Não adianta nada colocar só mais polícia. Aqui têm dois batalhões já.

Por que eles deixaram chegar nesse nível? ”, questionou Valéria. (GR)

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Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

Cyberbullying aumenta entre jovens e casos de suicídio preocupam MORTES Casos envolveram meninas do Piauí e do Rio Grande do Sul Graça Portela

do Rio de Janeiro (RJ) A distância entre Parnaíba, no Piauí, e Veranópolis, no Rio grande do Sul, pelas estradas, é de 3.924 quilômetros. Nas ondas da internet, ela é demarcada por dois óbitos de meninas de 16 e 17 anos, que chocaram o país em novembro de 2013. O motivo: cyberbullying.

As meninas não resistiram à vergonha e à humilhação de verem suas fotos íntimas circulando nas mídias sociais, especialmente

o Facebook, e se suicidaram. Os dois casos trouxeram à tona a questão do cyberbullying e seus efeitos nas vítimas. Nos casos de giana e Julia, as adolescentes que se mataram, não havia – segundo relatos de familiares e amigos – informações sobre depressão, uso de drogas ou problemas psiquiátricos que pudessem explicar um quadro de sofrimento que levasse ao suicídio.

“Nem toda moça que é exposta dessa maneira tão violenta, desrespeitosa e danosa à autoimagem, necessariamente evo lui

para um suicídio. É pos- dem ficar marcadas para sível que algumas fiquem sempre, mas elas consedeprimidas, outras po- guem lidar com isso”, explica o pesquisador do P ro g ra ma d e Pó s - g ra duação em Informação e Comunicação em Saúde (PPgICS/Icict), o psicaDos entrevistados, nalista e psiquiatra Car35% têm um l o s E s t e l l i t a - L i n s, q u e amigo que já sofreu c o o rd e na o Pe s q S U I –

“

agressões pelas mídias sociais

g r u p o d e Pe s q u i s a d e Prevenção do Suicídio.

“Simplificando, eu diria que essas moças perderam alguma coisa do seu ideal e de sua integridade e não conseguiram continuar vivendo com essa p e rd a, q u e f o i mu i t o grande”, completou o pesquisador.

Pablo Vergara

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49% dos jovens temem sofrer bullying na internet VIOLÊNCIA Em pesquisa, 12% admitem já terem sofrido agressões pelas mídias sociais do Rio de Janeiro (RJ) Uma pesquisa sobre os hábitos na web, com 2.834 jovens, de idade entre 9 e 23 anos, realizada pela SaferNet, organização não-governamental que trabalha no enfrentamento de crimes e violações aos Direitos Humanos na Internet, e pela operadora de telecomunicações gVT (divulgada pela Agência Pública), aponta que 62% dos jovens utilizam a rede todos os dias e, des-

ses, os que estão na faixa entre 18 e 23 anos, 86% do total, acessam diariamente.

Um em cada quatro jovens já namorou pela internet, sendo esse um hábito entre 35% dos jovens de 18 a 23 anos, aponta a pesquisa. O sexting – envio e divulgação de conteúdos eróticos, sensuais e sexuais com imagens pessoais pela internet, via computadores ou celulares - é praticado por 6% dos jovens e, desses, 63% já enviaram mais de cinco vezes as imagens.

Do total dos entrevistados,

Violência e humilhações de cyberbulliying provocaram mortes e abrem debate

20% afirmaram que receberam textos ou fotos sensuais e eróticas. Os baixos números surpreendem, mas segundo análise dos especialistas, a hipótese é que haja uma subnotificação desses casos, ou seja, os jovens temem dizer que enviam ou recebem esse tipo de conteúdo. O jovem N.L., de 22 anos, confirma: “Sexting? Quem nunca fez isso?”, afirma às gargalhadas, ao explicar que o envio das imagens é algo corriqueiro.

Embora 49% dos jovens afirmem temer sofrer bul-

lying nas redes sociais, muitos não admitem que o fazem, mesmo isso não sendo incomum nas redes sociais.

Dos entrevistados, 35% têm um amigo que já sofreu cyberbullying e 12% admitem já terem sofrido agressões pelas mídias sociais. “Já sofri e já fiz, muito!”, explica N., cujo comportamento é corroborado por pesquisas que mostram que aqueles que praticam o bullying já o sofreram anteriormente.

Os pesquisadores do PesqSUI apontam que o bul-

lying não está ligado a um jovem que seja considerado o “menino mau ou a menina má” da escola ou do grupo, o fenômeno é coletivo, explica Estellita-Lins. Para ele, é fundamental que as escolas procurem “fortalecer as turmas, não apenas para lidar com situações de conflito, mas fortalecer o padrão da escola de respeito às individualidades. E nós, os responsáveis, temos a ver com isso. Não podemos assistir a isso e nos calarmos”, destaca. (Fiocruz)

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

mundo | 9

Parlamento da Crimeia se declara independente da Ucrânia REUNIFICAÇÃO No domingo (16), um referendo perguntará aos cidadãos se desejam se anexar à Rússia Divulgação/CC

de São Paulo (SP) O Conselho Superior (Parlamento regional) da Crimeia aprovou nesta terçafeira (11) uma declaração de independência da Ucrânia e reiterou seu desejo de se incorporar à Rússia.

Como reação, o embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas em genebra, Yurii Klymenko, afirmou que a independência da península é "ilegítima" e que o Parlamento regional não tem autoridade para determinar a separação.

A resolução, que entraria em vigor logo após ser aprovada, foi apoiada por 78 dos

Maioria da população da Crimeia é de origem russa

100 deputados do Parlamento da rebelde região autônoma do país, cuja maioria da

população é de origem russa, segundo um porta-voz daquela Casa Legislativa.

No próximo domingo (16), o mesmo Parlamento Regional realizará um referendo

na região autônoma para perguntar aos cidadãos locais se desejam se anexar à Rússia. A consulta popular foi declarada ilegal pelo governo da Ucrânia.

Os crimeanos foram convocados às urnas para responder duas perguntas: "Você é a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia" e "Você é a favor que se volte a colocar em vigor a Constituição da Crimeia de 1992 e do status da Crimeia como parte da Ucrânia?"

A Crimeia, península banhada pelo Mar Negro, tem dois milhões de habitantes, dois quais 60% são russos, 25% ucranianos e 12% tártaros. (Rede Brasil Atual)

Dilma pede consenso e estabilidade para resolver conflitos na Venezuela UNASUL Em viagem ao Chile, presidenta explica comissão que discutirá problema venezuelano Divulgação

participação após declarade São Paulo (SP) ções do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Em passagem pelo Chile que representa Barack Obapara participar da posse de ma na cerimônia. O estaduMichelle Bachelet, que as- nidense comentou no dosume a presidência do país mingo (9), numa entrevista andino, a presidenta Dilma ao jornal chileno El MercúRousseff disse nesta terça- rio, que a situação na Venefeira (11) que a União de zuela é "alarmante" e que Nações Sul-Americanas “existe um caminho melhor” (Unasul) formará uma co- para o país. missão para acompanhar a Dilma explicou que os situação da Venezuela e ava- conflitos na Venezuela pasliou a ausência do presidente sarão a ser acompanhados venezuelano Nicolás Madu- por uma comissão. "Os miro no evento. nistros vão criar uma coMaduro havia confirmado missão, que pode ser com presença, mas cancelou a representantes de todos os

Em posse de Bachelet, Brasil e outros paises articulam comissão

países que participarão do encontro, e fazer a interlocução pela construção de um ambiente de acordo, de consenso, de estabilidade", disse a presidenta, em entrevista antes de se reunir com Bachelet.

Sobre a ausência de Maduro, Dilma avaliou que não causará impacto na reunião.

"Serão os chanceleres e não os presidentes [que irão discutir o assunto]. É um momento de posse, estamos comemorando a posse dela. É mais correto que sejam os chanceleres a fazer a reunião", acrescentou.

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Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

Longa-metragem gravado em acampamento do MST tem estreia nacional CINEMA Vencedor de uma das mais cobiçadas premiações do país, filme retrata a realidade rural brasileira Divulgação

Talles Reis de Recife (PE) O filme "Eles voltam" retrata a jornada de Cris e seu irmão. Adolescentes de classe média, que após uma briga são abandonados à beira de uma estrada. O irmão sai em busca de ajuda e não volta.

Assim, Cris se vê totalmente sozinha na estrada até o amanhecer, quando um menino lhe oferece ajuda e abrigo na sua casa, localizada em um acampamento de famílias sem-terra do MST. Este curto período de convivência no acampamento irá marcar profundamente a protagonista.

Vencedor do prêmio Can-

Atriz Elayne de Moura morava no acampamento do MST

dango de Melhor Atriz Coadjuvante no 45º Festival de Brasília, ocorrido em 2012, somente agora chega aos cinemas brasileiros. gravado em

2010, Elayne de Moura, ganhadora do troféu, na época morava no Acampamento Chico Mendes e, juntamente com outros acampados e

acampadas, participou das gravações do filme.

Na filmagem, a mãe de Elayne é a assentada gercina Maria da Costa, uma das coordenadoras do assentamento, mãe de 4 filhos e com 59 anos, 10 destes vividos intensamente dentro do MST, sua grande paixão, como costuma sempre dizer.

O longa tem deliberadamente um cunho político.

Para Marcelo Lordello, diretor do filme, era importante que a intérprete de Cris conhecesse um universo rural que fosse “mais além”, que demonstrasse também ao público questões essenciais, as quais pudessem explicitar as injustiças sociais do país.

“Eles Voltam” está em cartaz em Recife (Cinema da Fundaj), Rio de Janeiro (Estação Botafogo e Ponto Cine), Belo Horizonte (Cine 104) e em São Paulo (CineSesc).

SERViçO Ponto Cine Guadalupe Shopping.

Estrada do Camboatá 2330. guadalupe. (3106.9995) 14h, 16h, 18h, 20h Valor: R$ 6 Estação Botafogo Rua Voluntários da Pátria, 88. Botafogo. (2226.1988) 17h10, 21h40 Valores: R$18 (seg, ter, qui), R$16 (qua), R$20 (Sex a dom e feriados)

AGENDA

Búúú! OS MONSTRINHOS SAMBA DO CASTELO O bar São Quinn convida ATRAPALHADOS Espetáculo infantil com pernade-pau, patinação e uns monstrinhos muito engraçados. A peça conta a história de cinco monstrinhos totalmente atrapalhados, que não conseguem mais assustar ninguém. Sábados e domingos, às 16h. Em cartaz até 23 de março. Ingresso R$10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). Teatro Armando gonzaga, Av. general Osvaldo Cordeiro de Faria, 551 – Marechal Hermes.

MULHER NEgRA MULHER Exposição retrata a condição da mulher negra nos mais diversos meios sociais. Direção de produção, curadoria e concepção de Flávio Rocha. Segunda a domingo, das 8h às 17h. Em cartaz até 29 de março. Entrada gratuita. Sesc Niterói, Rua Padre Anchieta, 56 – Niterói.

para mais um samba na calçada. A roda será comandada por Makley Matos e Saravá Sua Banda. Contará também com a participação de Jorge Alexandre, Rafael gaúcho entre outros. Entrada gratuita. Sábado, das 18h às 23h.

Av. Churchill, 60b – Centro.

VOZ Videoinstalação da diretora Lilyen Vass dá voz ao corpo. A exposição promove o corpo não como identidade e sim como expressão - movimento, ação e postura. Entrada gratuita. Terça a domingo, das 10h às 21h. Caixa Cultural, Av. Almirante Barroso, 25 – Centro.

RELICÁRIOS DO SAMBA Divulgação

Este final de semana o botequim Vaca Atolada apresenta Relicários do Samba. O grupo toca clássicos do samba de Cartola,

Zé Ketti, Chico Buarque, Vinícius de Moraes e Baden Powell. Entrada gratuita. Sextas-feiras, às 18h30. Av. gomes Freire, 533 – Lapa.

A CARA DO RIO Exposição reúne diferentes olhares sobre a cidade carioca. Respondendo a pergunta “Qual é a cara do Rio?”, 40 artistas integram o trabalho coletivo que conta com pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vidro, cerâmica e gravuras de 40 Divulgação artistas. Entrada gratuita.

Quarta-feira a sábado, das 14h às 18h.

Villa Olívia Artes, Ladeira João Homem, 13 – Centro.

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

cultura | 11

Campanha busca recursos para documentário sobre ditadura FINANCIAMENTO COLETIVO Campanha tenta garantir R$ 20 mil para trabalho sobre Brasil: Nunca Mais Arquivo

Gisele Brito de São Paulo (SP) A história que Ana Castro e gabriel Mitani querem contar parece ficção, eles mesmos admitem. Mas, infelizmente, não é. Os dois jornalistas estão produzindo o documentário “Coratio”, que irá mostrar o trabalho feito por um grupo de advogados entre 1979 e 1985 na tentativa de salvar documentos que provam a prática de tortura durante a ditadura (1964-85). Nesta semana, a dupla lançou uma campanha de arrecadação para terminar o filme e mostrar que a violência, cuja memória o projeto Brasil: Nunca Mais quis preservar, ainda é praticada nos dias de hoje.

Em pleno regime autoritário, advogados retiraram dos arquivos judiciais processos levados aos tribunais castrenses (do serviço militar), uma operação que garantiu a primeira compro-

Filme contará história de advogados que salvaram documentos que provam prática de tortura na ditadura

po de advogados que, em 1979, com acesso aos processos de seus clientes, percebeu que o material poderia ser destruído no processo de redemocratização que se almejava próximo – mas que só se oficializou em 1985 – e decidiu fazer cópias deles.

“Já se sabia que os militares brasileiros eram muito disciplinados e adoravam documentar o que faziam. E os advogados começaram a ficar com medo de que tudo aquilo fosse destruído com a redemocratização, o que era comum em ditaduras.

No Estado Novo [na era getúlio Vargas], se via quartéis em chamas”, recorda Ana. Divulgação/GOV.SP

vação de violação de direitos humanos a partir de fontes oficiais. “O uso da tortura não cessou. Você tem o Amarildo, mais de 6 mil pessoas desapareceram no ano passado do Rio, muitas delas pelas mãos de policiais que deveriam nos proteger. Então esse modus operandi da PM

continua. Antes era com os “subversivos”, os universitários ou os agricultores mais politizados, agora é na periferia, com sua população jovem. Pessoas que têm menos voz. Mas a forma de operar é a mesma”, afirma Ana. O documentário pretende contar a história de um gru-

Dom Paulo Evaristo Arns, o guerreiro da batina DITADURA História simboliza o valor da resistência e da esperança do Rio de Janeiro (RJ) Mas, naquela época, fazer cópias não era fácil e barato. E eles procuraram o cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, e o reverendo presbiteriano James Wright para ajudá-los. Com o apoio dos dois, uma campanha de arrecadação sem revelar seu real objetivo conseguiu, estima-se, US$ 250 mil. O dinheiro enviado pelo Conselho

Mundial de Igrejas (CMI), protestante, geralmente chegava ao Brasil trazido sob as roupas de religiosos ou por pessoas com passaporte diplomático.

Com os recursos, os participantes do projeto compraram máquinas copiadoras e contrataram pessoas para fazer o serviço. “Eles acharam que iriam conseguir copiar 10% dos processos, mas em cinco anos conseguiram xerocar todos os 710 processos que estavam na Justiça Militar”, ex-

plica Ana. Finda essa parte, o grupo organizou a documentação e, em 1985, lançou o livro Brasil: Nunca Mais, que compila alguns dados.

Em nove meses, os jornalistas entrevistaram dez pessoas e devem ouvir mais 15 até setembro. Os idealizadores querem entregar a história para o público no ano que vem. “Estávamos fazendo por nossa conta, mas agora acabou o dinheiro. Queremos fazer uma coisa profissional,

Evaristo Arns arrecadou recursos para copiar documentos

para as pessoas verem mesmo, uma coisa legal. E para isso a gente precisa de equipamentos melhores de áudio, trabalhar na finalização. E por isso resolvermos fazer o financiamento coletivo”, explica.

A dupla está usando o site Catarse e precisa arrecadar R$ 20 mil até o dia 11 de abril.

Caso falte um centavo, a campanha é considerada malsucedida e, o dinheiro, devolvido a quem contribuiu. É possível colaborar com valores entre R$ 25 e R$ 1.000. A contrapartida é a inclusão dos doadores nos créditos do filme, além de brindes.

(Rede Brasil Atual)

12 | variedades

HORÓSCOPO

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

13 a 19 de março de 2014 Keka Campos, astrólo gatrinity.theona@gmail.com

A semana foca na vontade. No que cada indivíduo realmente quer, realmente deseja para si. Quais são nossos objetivos maiores, essenciais, básicos e necessários? Em meio a isso, entramos no final de semana tensos emocionalmente, não sabendo direito se a tensão é algo interno ou provocada por pessoas do convívio ou situações, o que é bom para refletir. No decorrer da outra semana, tudo se tornará mais leve e fácil de levar.

A comunicação será destacada esta semana.

Sua mente estará desafiadora e atenta. Suas opiniões serão mais sinceras do que nunca. Na maioria das vezes, saberá proporcionar um clima animado e divertido.

Se na semana passada você conseguia expressar bem os sentimentos, nesta será o oposto.

Pode se iludir ou se confundir, não saber colocálos ou colocar muita intensidade em bobagens corriqueiras. Evite fantasiar demais.

Seu magnetismo pessoal estará forte. Você atrairá a atenção de mais pessoas, sejam desconhecidas ou de seu convívio. Aproveite a boa fase para fazer novos contatos e renovar seu círculo de amizades.

Turbulências sentimentais e mentais. Não é uma fase boa para discutir relações, firmar acordos ou tomar grandes decisões. Deixe as coisas no “stand by” esta semana e não invente nada novo ou arriscado.

Mudanças repentinas podem surgir e, em geral, são benéficas e estão mais propensas a ocorrer na carreira/vocação. Então, pode ser uma boa hora para trocar um emprego convencional para atuar no que ama.

O trabalho é a palavra. Estará voltado para o lado prático da vida e será muito mais fácil realizar tarefas, cumprir combinados, ter pontualidade.

Evite a seriedade ao extremo e abafar seu calor humano, que lhe é natural.

Sua aparência está exercendo fascínio sobre os outros, pois lhe dá um ar de mistério, muito desejável e desafiador. Porém, poderá atrair pessoas imprevisíveis, excêntricas e até violentas.

Tenha cuidado.

Houve grande melhora na área profissional, comparado à semana passada. Agora tudo se encaixa e os resultados de tanto esforço feito nos meses anteriores tendem a brotar. Continue firme e consistente.

Se por um lado há a vontade de desbravar o mundo e de se atirar em projetos novos de imediato. Por outro, há falta de praticidade, planejamento e estudo, o que pode causar desastres.

Fique alerta!

A saúde física e sua aparência serão beneficiadas.

Estará preocupado com a alimentação, exercícios físicos e relaxamento do corpo. Massagens, alimentos naturais e atividades divertidas lhe farão especialmente bem agora.

Comunicação agradável. Poderá se relacionar com pessoas joviais, bem humoradas, que mostram ideias novas e otimistas. Sua atitude é de grandeza, generosidade e expansividade, mas cuidado com a gula.

A espiritualidade continua em alta e você tende a deixar o lado profissional e o cotidiano sistemático de lado. Sua comunicação pode estar muito nebulosa. Pratique a objetividade nos pensamentos e ações.

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

variedades | 13

Reprodução/Web

NOSSOS DIREITOS BOA E BARATA Por Fernanda Jatobá

Ingredientes

Ronaldo Pagotto

1 xícara de chá de farinha de trigo 1 xícara de chá de leite 3/4 xícara de chá de água 1 ovo 1 pitada de sal Manteiga ou margarina para untar

Como calcular a Hora Extra?

Panqueca Essa semana nossa receita é queridinha de muitas famílias brasileiras: a panqueca! Na maioria das vezes a panqueca é recheada com carne moída refogada e coberta com molho de tomate.

Mas também é servida com frango desfiado, ricota com espinafre, ricota com cenoura e azeitona. Pode ser coberta com molho vermelho, branco ou rosé. Para a sobremesa existem opções bem

simples, como polvilhar canela e açúcar ou rechear com banana com canela, morango com chocolate, leite condensado e até sorvete! Essa massa básica que rende 12 ou 13 panquecas.

A hora extra é prevista em lei e deve ser paga com 50% a mais do valor da hora normal, no mínimo, para compensar o desgaste adicional. A fórmula de cálculo é baseada na jornada de trabalho. Exemplo: para uma jornada de oito horas diárias e cinco dias por semana, a remuneração deve ser dividida por 200.

Caso você trabalhe também no sábado mais quatro horas (ou trabalhe oito horas e 48 minutos em 5 dias por semana), sua remuneração deve ser dividida por 220. Quem trabalha em turnos ininterruptos de revezamento, jornada de seis horas, alternando noite e dia, deve dividir por 180 (vale também para os bancários). Jornalistas, com jornada de cinco horas, utilizam o divisor 150. E quem faz escala 2 x 2 (dois dias de traSindicato Metalurgicos

Modo de preparo No liquidificador, coloque primeiro a farinha, depois leite, água, ovo e sal e bata por cerca de 4 minutos. Deixe a massa descansar por 15 minutos. Em seguida, unte uma frigideira antiaderente pequena com manteiga ou margarina e coloque no fogo médio. Quando estiver bem aquecida, coloque uma concha da massa na frigideira, cobrindo todo o fundo.

Abaixe o fogo e deixe a panqueca por mais ou menos 1 minuto até dourar. Vire com ajuda de uma espátula para fritar o outro lado. Quando estiver dourada, retire a panqueca e unte a frigideira novamente. Repita o procedimento até acabar a massa.

“NOSSA SAÚDE”

Mulher, não se cale Luciana Cajado* No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher é importante chamar a atenção para uma preocupante questão de saúde pública: a violência contra a mulher. Este é um dia entre 365 outros dias. Um dia também é tempo suficiente para que 15 mulheres sejam assassinadas no Brasil. O que gera um quadro de mais de 5.000 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mais de 50 mil feminicídios ocor* Médica da Atenção Básica

reram entre 2001 e 2011.

E onde ocorrem? Segundo o Data Popular e o Instituto Patrícia galvão, o principal local onde a violência é cometida é o lar, para 70% dos entrevistados. Uma em cada cinco mulheres considera já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”. E o parceiro é o responsável por mais de 80% desses casos.

Diante disso, muitas mulheres se calam. Mas, hoje, existem pelo país delegacias especializadas de atendimento à mulher, centros de referência para atenção so-

cial, psicológica e orientação jurídica, casas de abrigo, juizados especializados em violência doméstica, sem contar com os núcleos da Defensoria Pública e do Ministério Público para atenção à mulher.

Além disso, a rede de assistência do SUS (Sistema único de Saúde) - com Unidades de Saúde da Família e serviços de Urgência e Emergência - deve estar preparada para acolher toda mulher vítima de qualquer tipo de agressão, notificar e tomar outras condutas necessárias para o melhor cuidado da vítima. E isso não é apenas no dia 8 de março. É todo dia.

balho e dois de folga) deve utilizar o divisor 210.

Fique esperto - Esse cálculo é importante para quem faz horas extras calcular as horas excedentes, usando o divisor correto. Muitas empresas utilizam o divisor 220 para calcular as horas, fazendo com que o trabalhador receba menos pelo trabalho adicional.

Um exemplo - Se você recebe um salário de R$ 1000,00, sem adicionais (se houver, tem que somar), a hora de trabalho vale R$ 5,00 (dividir R$ 1000,00 por 200) e, com o acréscimo legal de 50% (esse acréscimo é o mínimo, podendo ser maior a depender de negociação coletiva), a hora extra valerá R$ 7,50 (fora os reflexos da conta no Descanso Semanal, FgTS, INSS e PIS). Caso a empresa utilize o divisor errado, a hora extra valerá R$ 6,82. É um prejuízo para o trabalhador.

Na dúvida, procure o seu sindicato ou um advogado..

Ronaldo Pagotto Advogado trabalhista Dúvidas sobre direitos? Encaminhe e-mail para redacaorj@brasildefato.com.br

14 | opinião

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

Latuff

Heron Barroso

DOPS/RJ: espaço de memória da resistência

Gizele Martins

A revolta laranja e sua conquista histórica FORAM OITO DIAS de greve, oito dias históricos resistindo às burocracias estatais e ao peleguismo sindical. A mídia tentou dar o seu velho golpe mentindo sobre tudo o que acontecia, e o Estado criminalizava cada ação. Nos dias de manifestações, os (as) garis fecharam avenidas do Centro e fizeram assembleias em praças públicas, dando um banho de organização, de resistência e de fé.

Não eram só 300 como as mídias e o prefeito Eduardo Paes (PMDB) insistiam em afirmar; eram mais de 3 mil. É certo que muitos outros não estavam nas ruas porque foram obrigados a voltar aos seus trabalhos escoltados por policiais militares e por seguranças privados contratados.

O que demonstra mais uma vez a falsa democracia, pois nem o direito à liberdade de expressão, de protestar, de colocar o seu grito de revolta para fora os cidadãos têm. Ficou mais uma

vez provado que cobrar qualquer direito é considerado um crime, ainda mais quando se trata de pobre, negro e favelado. “Tenho direito de estar na rua. Nós não somos marginais como o Prefeito vem falando na televisão. Se um for demitido, seremos todos demitidos. Não durmo direito há uma semana, mas estou de pé e vou até o fim porque eu não quero que meus filhos passem fome.

Moro na favela, minha família está toda lá torcendo e esperando uma boa resposta”, disse um dos garis.

No sábado (8), depois dessa conquista, a comemoração foi completa. Ou seja, a força, a organização e a resistência do povo conseguem derrubar, sim, as mentiras das mídias mais poderosas e os próprios governantes que, na maioria das vezes, não reconhecem qualquer reivindicação do povo.

Gizele Martins é comunicadora comunitária

COM O LEMA “Ocupar a memória para não esquecer a nossa história”, diversas organizações políticas, entidades e militantes estão em campanha pela transformação do prédio do antigo DOPS/RJ em espaço de memória da resistência.

A campanha se junta a iniciativas anteriores de expresos políticos e familiares de mortos e desaparecidos e aos esforços iniciados no mesmo sentido pela Comissão Estadual da Verdade (CEV-Rio). O primeiro objetivo da campanha é conquistar a opinião pública para a necessidade de se construir no local um espaço comprometido com a memória da resistência e das lutas sociais. O segundo é revelar a relação entre as violações cometidas pelo Estado no passado e no presente.

O prédio do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) foi inaugurado em 1910. Local de tortura, ficou conhecido como centro de repressão às manifestações políticas e culturais de caráter popular, a começar pela repressão à capoeira, ao samba e às práticas religiosas afrodescendentes.

“

Entidades e organizações preparam uma ocupação cultural do espaço, nos próximos dias 21 e 22 de março

Durante os períodos autoritários de Vargas e da ditadura empresarial-militar, lá estiveram presos Olga Benario, Luiz Carlos Prestes, graciliano Ramos e Carlos Marighella. Hoje, o prédio encontra-se abandonado, com vários documentos importantes literalmente entregues às baratas. A Polícia Civil afirma querer criar lá um museu da corporação, mas, na cerimônia de posse da Comissão Estadual da Verdade, no ano passado, o governador Sérgio Cabral se comprometeu publicamente a atender a reivindicação de transformar o prédio em espaço de memória. Porém, até agora nenhum passo efetivo foi dado.

Diante disso, as entidades e organizações à frente da campanha já preparam uma série de atividades com vistas à conquista do prédio, a começar por uma ocupação cultural do espaço, nos próximos dias 21 e 22 de março.

Essa será apenas uma das muitas atividades que estão sendo organizadas para “descomemorar” o golpe civilmilitar de 1964, que faz 50 anos em 2014. Queremos reafirmar a luta democrática e a necessidade de políticas de não repetição de crimes e violações dos direitos humanos como os cometidos durante a Ditadura, que se repetem nas violações que persistem na democracia que vivemos hoje.

Heron Barroso é do Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça

esporte | 15

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

Escândalo pode acabar com parceria entre CBV e BB

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Schumacher melhor

VÔLEI Desde 1992, o Banco do Brasil patrocina a Confederação Brasileira de Vôlei

Diante das denúncias da série de reportagens de Lúcio de Castro, na ESPN Brasil, durante a gestão de Ary graça Jr., a CBV pode perder recursos obtidos pela Lei de Incentivo ao Esporte e o patrocínio do Banco do Brasil.

De acordo com a Lei 12.868, assinada pela Presidenta Dilma em outubro de 2013, entidades como a CBV só podem receber dinheiro público caso “sejam transparentes na gestão, in-

Segundo Sabine Kehm, assessora do ex-piloto Michael Schumacher, ele apresentou sinais de melhora “pequenos, mas encorajadores” em comunicado. Schumi sofreu acidente em dezembro, enquanto esquiava na França, e está em coma desde então.

Wikipedia

Bruno Porpetta

do Rio de Janeiro (RJ)

clusive quanto aos dados econômicos e financeiros, contratos, patrocinadores, direitos de imagem, propriedade intelectual e quaisquer outros aspectos de gestão".

A lei passa a valer em 15 de abril, seis meses após sua publicação.

A CBV teria pago duas comissões de R$ 10 milhões a empresas de propriedade dos ex-dirigentes Marcos Pina e Fábio André Dias Azevedo por intermediação, em contrato firmado com o BB. O banco afirma ter negociado diretamente com a entidade. (BP)

BINÓCULO

CBV suspende contratos de Ary

Com apenas único brasileiro, F-1 começa neste final de semana Reprodução/Web

AUTOMOBILISMO Somente Felipe Massa, da Williams, representará o Brasil nesta temporada

A CBV suspendeu todos os contratos firmados na gestão de Ary graça Jr., que presidiu a entidade entre 1997 e 2012.

Foi contratada auditoria externa para averiguar as irregularidades apontadas na série de reportagens de Lúcio de Castro, na ESPN Brasil.

opinião | Bruno Porpetta

Um matagal de idiotas Idiota é que nem mato, cresce em todo lugar.

Quando vimos Tinga, do Cruzeiro, ouvindo urros de macacos vindos da torcida peruana do Real garcilaso, nos solidarizamos, criamos hashtags no Twitter, e consideramos os peruanos um bando de idiotas. Afinal de contas, somos o Brasil, um país livre de todo o preconceito! Né não?

Pois bem, veio o carnaval.

Pulamos, brincamos e xingamos até a quarta geração dos garis cariocas que, lutando por um contracheque menos vergonhoso do que este pago pelo Sr. Prefeito, entraram em greve e saíram da invisibilidade na festa de Momo.

Depois, vimos o árbitro Márcio Chagas encontrar bananas em seu carro, em Bento gonçalves, RS. Por úl-

timo, foi Arouca, do Santos.

Ao jogar em Mogi Mirim, contra o time da casa, ouviu os gritos de “macaco” vindos das arquibancadas.

Segundo o levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) de 2013, - 125 anos depois da assinatura da Lei Áurea – a chance de um jovem negro ser morto é 3,7 vezes maior que um branco. A expectativa de vida de um negro no Brasil é menos que a metade de um branco.

Resumindo a ópera: o racismo no Brasil não é um resíduo de meia dúzia, mas sim uma endemia!

Os peruanos que nos desculpem, mas perto de nós eles são uns amadores. Se idiota é que nem mato, nosso território é enorme e a nossa terra é muito fértil.

Campeonato Carioca | 14ª rodada Boavista X Botafogo Sábado 15/03 | 16h | Moacyrzão

Friburguense X Resende Sábado 15/03 | 16h | Eduardo Guinle

Kobe Bryant fora

da Redação Após passagens frustradas de Rubens Barrichelo e Felipe Massa pela Ferrari, além de participações ainda mais discretas de outros pilotos brasileiros na Fórmula 1, o Brasil chega a esta temporada com um longo jejum de 23 anos sem títulos.

Neste ano, apenas Felipe Massa, agora na Williams, re-

presentará o Brasil na F-1.

Apesar do fraco desempenho da equipe nas últimas temporadas, o brasileiro está esperançoso: “Acredito que podemos estar mais bem preparados, que muitas equipes, para a primeira corrida”, disse o piloto à TV globo.

O primeiro teste para Massa em sua nova equipe será o gP da Austrália, na madrugada de sábado para domingo, às 3h (horário de Brasília). (BP)

Kobe Bryant, do Los Angeles Lakers, anunciou que só retorna ao time na próxima temporada. Após passar por cirurgia no tendão de aquiles em abril, foi diagnosticada uma lesão no joelho do atleta, em dezembro. Embora a expectativa de recuperação fosse de seis semanas, o corpo do jogador de 35 anos já não responde como antes.

Madureira X Bonsucesso Sábado 15/03 | 16h | Conselheiro Galvão

Volta Redonda X Nova Iguaçu Sábado 15/03 | 18h30 | Raulino de Oliveira

Audax X Cabofriense Domingo 16/03 |16h |Moça Bonita

Macaé X Duque de Caxias Domingo 16/03 |16h | Moacyrzão

Flamengo X Bangu Domingo 16/03 |16h | Raulino de Oliveira

Fluminense X Vasco Domingo 16/03 |18h30 |Maracanã

16 | esporte

Rio de Janeiro, 13 a 19 de março de 2014

Flamengo joga mal e só empata em casa LIBERTADORES Defesa falha muito e Bolívar arranca um ponto no Maracanã Alexandre Vidal/FlaImagem

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ) Após a vitória do Emelec por 2 a 1, contra o León (MEX), em guayaquil (EQU), o Flamengo tinha tudo para garantir a liderança do grupo 7 da Libertadores, contra o Bolívar (BOL), mas não conseguiu.

O Flamengo encarou um time muito determinado na marcação, que dificultou as ações de ataque do rubronegro e assustou nos contraataques. Assim, o primeiro tempo terminou em 0 a 0, com a torcida perdendo a paciência com os dois laterais, Léo – que sentiu a coxa e foi substituído no intervalo – e João Paulo, que substituíam os titulares Léo Moura e André Santos.

No segundo tempo, o Flamengo voltou com Paulinho improvisado na lateral-direita, e foi por este lado que o

Bolívar abriu o placar, após falha de Wallace, com Capdevila, aos 7 minutos. Logo, o Flamengo empatou. Aos 9, Everton bateu colocado no canto e fez o Maraca vibrar.

Aos 20, Paulinho fez boa jogada pela direita e cruzou para Everton marcar seu segundo gol na noite e desempatar para o Flamengo. O meia sairia como herói, não fosse outra falha da defesa – desta vez de Éverton fez dois gols mas o time não soube segurar a vitória João Paulo – que deixou Pedriel na cara do gol para marFICHA TÉCNICA car e empatar novamente a partida, aos 27.

Agora, o Flamengo vai à La Paz, com 3600 metros de altitude, para enfrentar o Bolívar. O rubro-negro é viceFlamengo Bolivar líder do grupo, com quatro pontos, atrás do Emelec Quarta-feira 12/03 |22h | Maracanã - Rio de Janeiro (EQU), que tem seis.

2X2

Romário esculacha FIFA e CBF COPA DO MUNDO Para o Baixinho, Valcke é ‘chantagista’ e Blatter um ‘ladrão, filho da p...’; Marin e Del Nero são ‘ratos’ corrupto e filho da p..., e é com isso que a gente convive: a CBF da Redação tem dois ratos, o Marin e o Del O Deputado Federal Romário Nero, e a Fifa tem dois ladrões” (PSB-RJ) teceu duras críticas aos disse Romário. dirigentes da FIFA, da CBF e até E completou: “Alguns políticos aos colegas da Câmara e gover- devem estar ganhando (...) por esnantes. Em entrevista à ESPN Bra- tar endeusando este cara. Ele vem sil, o Baixinho não poupou pala- aqui no país, manda e desmanda vras sobre a organização da Copa (...) e todo mundo bate palma(...) no Brasil.

Esses caras vão ficar bilionários “(...) (Valcke), um dos maiores com a Copa do Mundo e está tudo chantagistas do esporte mun- bem. Isto é o nosso governo atual, dial... Ele teve um problema e nossa presidenta, governadores e fez chantagem com o presidente deputados, que também estão enda Fifa (Blatter), que é um ladrão, riquecendo.” (BP)

Juiz faz suco do Fogão, que perde no fim LIBERTADORES Após duas expulsões, Botafogo perde para o Independiente Del Valle Na altitude e em gramado horroroso, o Botafogo foi derrotado por 2 a 1 pelo Independiente Del Valle, no Equador, sofrendo um gol nos acréscimos do segundo tempo.

O time equatoriano marcou o primeiro, com Nuñez, aos 26 do primeiro tempo, sendo superior ao alvinegro na partida.

Na segunda etapa, o Botafogo empatou com Bolívar, aos 14. O zagueiro acabou expulso com o segundo amarelo, após dividida. O lance revoltou os alvinegros, que ainda tiveram Edilson expulso por reclamação.

Aos 46,um chute de Sornoza definiu o marcador. O Botafogo lidera o grupo 2, com quatro pontos, empatado com o Independiente Del Valle e o San Lorenzo (ARg). (BP)

TOQUES CURTOS • O PREFEiTO EDuARDO PAES (PMDB) decretou feriado nos dias de jogos da Copa no Maracanã. Os feriados são parciais nos dias 18 e 25 de junho e integral no dia 4 de julho.

• CARLiNhOS, DO FLuMiNENSE, passa por uma tragédia familiar. Morreu seu filho Noah, um dos gêmeos nascidos em 2 de janeiro deste ano, em Santos-SP. O jogador está liberado pelo clube para acompanhar sua esposa e não tem data definida para retornar aos treinos.

• O ATACANTE DEiViD, ex-Flamengo, deve reforçar o Vasco em breve. O jogador admitiu ter outras propostas, mas tem preferência pelo cruzmaltino.

Ele rescindiu o seu contrato com o Coritiba na justiça, por dívidas trabalhistas.

• ENQuANTO RuBENS LOPES é reeleito como Presidente da FERJ, o Quissamã, que jogou a primeira divisão do Carioca no ano passado, enfrenta sérias dificuldades.

Seus jogadores não recebem e sequer têm o que comer, segundo declarações do capitão da equipe, o atacante glaucio, ao site FutRio. • O BOM SENSO FC divulgará seu projeto de calendário para o futebol brasileiro. Na proposta, o Brasileirão ocorreria entre fevereiro e dezembro e seria criada a Série E com 430 clubes e os estaduais aconteceriam entre junho e julho. Segundo a proposta, todos os clubes jogariam entre 30 e 70 jogos durante todo o ano, respeitando o direito às f érias e com uma boa pré-temporada.