Best Man (Billionaire Bachelors, #6) by Lila Monroe

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NUNCA FUI uma mulher que sonhava com seu prórpio casamento. Você sabe, daquelas garotas que fazem um álbum de recortes quando têm cinco anos, praticam a assinatura com o sobrenome de seu namorado durante o colegial e acabam dando uma de noivazilla porque sua prima de segundo grau, Susie, se atreveu a pintar uma mechado cabelo de rosa na semana anterior à cerimônia, de forma que, agora, as damas de honra não combinariam e era para ser o dia especial dela. Bem, nada disso. Esse nunca foi meu estilo. Mas se você me perguntasse como eu imaginaria o grande evento, provavelmente lhe diria que seria caminhando até ao altar em um lindo vestido para dizer —eu aceito— ao homem que eu amava, cercada pela família e amigos. Definitivamente, não o teria imaginado ocorrendo em uma sala sem janelas na Prefeitura, sendo abandonada no altar por um cara que conheço há quatro dias. —O que você quer dizer, com não pode fazer isso?! Olho para Scott com horror. Scott, o DJ skatista/empresário do ramo de energéticos, que dizia que se casar seria —tipo, tudo de ridículo. — Scott, que apareceu hoje vestindo uma bermuda, uma


camiseta folgada, cheirando à maconha, e aqueles sapatos de espuma esquisitos que se moldavam ao seu pé. Scott, cujo sobrenome estou esquecendo completamente agora. Ei, nunca disse que estávamos nos casando por amor. O escrivão olha para de um para o outro e limpa a garganta. — Vocês dois precisam de um momento? Porque tenho um horário a cumprir aqui. —Um segundo. — Agarro Scott pelo braço e o arrasto para o canto da sala. Seu padrinho já está olhando o telefone, enquanto minha testemunha legal, Poppy, me dá um olhar de —Que porra é essa?. — E dou-lhe um falso e desesperado sinal de positivo antes de retornar ao meu noivo relutante. —O que está acontecendo? — Eu exijo, entrando em pânico. —Você disse que queria fazer isso. A papelada está toda assinada! Uma papelada preparada pela agência mais discreta de encontros falsos da cidade, uma que encontrou para mim um homem disposto a se casar do nada e me assegurou que ninguém descobriria a verdade sobre a nossa não tão feliz vida de casal. Scott dá de ombros. —Não estou sentindo uma vibe aqui, entre nós. —Nós não precisamos de uma! — Eu sussurro/grito. —Estou lhe pagando com minhas economias para ficarmos casados por um


mês. E, assim que eu reivindicar minha herança, você está fora do casamento. Não há necessidade de vibes! —Veja, é disso que estou falando, — Scott me diz. —Você é fria demais. Ouça, boa sorte com tudo, mas estou fora. Ele se vira para partir. —Não, espere! — Eu grito, agarrando-o desesperadamente. Muitas pessoas dependem de mim caso isso vá por água abaixo agora. —Credo, mulher, relaxe. — Scott tenta se desvencilhar, mas o seguro firme. —Você não entende, — eu imploro. —Eu preciso me casar hoje! —Desculpe, — diz ele. —Não é problema meu. — Dessa forma, ele pega sua mini scooter verde neon de onde está estacionada próxima às portas, e se manda. —Paz! — Ele diz olhando para trás, enquanto as portas se fecham. —Então, o que vai ser?, — O escrivão pergunta com impaciência. —Alguém vai se casar hoje? —Não, — eu respondo com um suspiro desanimado. —Eu não vou.

DEPOIS de ser abandonada de uma forma tão humilhante, só havia uma coisa a fazer: Beber.


Poppy levou-me ao bar logo na esquina e me pagou uma rodada de drinques. —Eu realmente sinto muito, — diz ela, deslizando um copo para mim. —Eu sei o quanto você precisava que isso desse certo. —Obrigada, — digo melancolicamente, preparando-me para quando a tequila queimasse a parte de trás da minha garganta. Um resumo rápido do meu problema: fui despejada e deserdada, tudo na última meia hora. Nunca fui tão humilhada desde quando desfilei no ensino médio com a minha saia arregaçada na parte de trás. —Espere um minuto— Poppy se ilumina. —O casamento gay é legal em Nova York. Nós duas podemos nos casar! Dou-lhe um leve sorriso. —Obrigada, mas os termos da herança disseram 'marido'. —Oh, isso é uma droga. — Poppy murcha. —Não consigo acreditar que a Tia Marigold te ferrou assim. —Ela não tinha ideia, — imediatamente a defendo. —Ela achou que estava fazendo uma coisa boa ao deixar-me o prédio. Ela nunca teria imaginado que eu acabaria... Aqui. Gesticulo englobando o bar sombrio. Às três da tarde, ele é habitado por um cara sem-teto, uma velha com casaco de peles e eu: uma noiva louca abandonada usando um vestido creme que comprei pela metade do preço na Target. Adquiri também algumas almofadas fofas para o meu apartamento, mas acho que elas ficarão bem bonitas no banco onde terei que dormir, uma vez que serei despejada em breve.


—Sejamos realistas, — eu suspiro. —Realizar um casamento falso foi um tiro no escuro. Quero dizer, uma mulher de trinta anos tem mais chance de ser atingida por um raio do que se casar nesta cidade. Especialmente quando, você sabe, a coisa toda era mais falsa do que as amizades em seriados de televisão. —Na verdade, isso é um mito urbano, — diz Poppy. —Acho você mais para o tipo que morre em um acidente de carro. —Puxa, reconfortante. — Consigo dar um sorriso. —Ainda bem que eu pego o metrô. Ela ri e verifica seu telefone. —Você vai ficar bem? Tenho que voltar para o escritório. Um cara adorável do ensino médio precisa de uma carta de amor especial para quando fizer seu pedido para o baile de formatura. — Poppy sorri. Ela é uma —casamenteira— profissional, ajudando pessoas a conquistar seus amados com textos e presentes especiais. Normalmente, amo os detalhes dos seus projetos, mas hoje, amor e felicidade são as últimas coisas sobre as quais quero ouvir. —Vá, espalhe alegria, — suspiro. —Estarei aqui, pensando em formas de informar aos meus vizinhos que todos nós seremos despejados. —Sinto muito, querida. — Ela me dá um abraço. —Ligue para mim se precisar de outra testemunha – seja para um casamento ou para um álibi de homicídio em primeiro grau. Estou aberta para os dois!


Poppy vai embora, inclino-me, apoiando-me contra o balcão. Sei que não se deve mal dos mortos, e eu amava tia Marigold como se ela fosse realmente da família (e não apenas minha madrinha adotiva), mas minha melhor amiga está certa. Marigold realmente me deixou num rio de merda e sem remo. —Outra rodada? Um sotaque inglês surge de trás de mim, e levanto a cabeça o tempo suficiente para observar um cara alto e bonito de cabelos escuros e um sorriso divertido, em seus cheios lábios sensuais. O padrinho. —Você não deveria estar com o Scott, tipo, pegando vibrações relaxantes, cara? — Eu pergunto, imitando o sotaque de meu noivo de cinco minutos. O homem sorri. —Não é minha praia. Nós não nos conhecíamos muito bem. Estávamos bebendo ontem à noite e ele disse que precisava de uma testemunha. Estava com tempo disponível, então... — Ele dá de ombros, como se não fosse grande coisa acabar um casamento. Não que o meu tenha sido um grande evento. O escrivão tinha mostarda no colarinho e um zelador varria o corredor de linóleo. Eu deveria saber que terminaria em tequila e lágrimas. —De qualquer forma, achei que seria educado oferecer meus cumprimentos, — acrescenta o homem, ainda parecendo divertido. Eu não o culpo.


—Obrigada. — Suspiro. —Mas você não precisa ficar por perto. Planejo mergulhar de cara em um pote fundo e cheio de batatas fritas, e Deus sabe que não preciso de testemunhas por perto para isso. —Deixe-me te pagar uma bebida, pelo menos, para amenizar essa gordura, — diz ele, gesticulando para o barman. —O que vai ser? —Qualquer coisa que me faça esquecer o mais rápido possível o dia de hoje, — murmuro. Ele ri. —Rebecca, certo?, — Pergunta ele. —Ouvi essa parte nos votos, pelo menos. —Becca, — eu o corrijo. —E você é...? —Pode me chamar de Fitz. — Ele me mostra um sorriso que é vagamente familiar. —Já nos conhecemos? — Eu pergunto franzindo a testa. — Juro que te vi... —Provavelmente. — Fitz sorri. —Sempre estou por aí. Estalo meus dedos, finalmente reconhecendo-o de todas aquelas revistas de fofoca que leio na banca de jornal. —Você é aquele playboy mulherengo, aquele que namorou a Scarlett Johansson. Ou foi uma daquelas gêmeas Olsen? —Nada a declarar, e, todos os itens acima. — Fitz me dá uma piscadela, e dou um sorriso triste.


—Talvez você pudesse me dar algumas dicas. Porque não consigo arranjar nenhum namorado falso por aí. — Então percebo o que acabei de dizer. —Merda, — eu gemo. —Isso deveria ser um segredo. E acho que isso não importa agora. Fitz limpa a garganta educadamente. —Eu não ia dizer nada, mas suspeitava que não fosse um romance-relâmpago. Eu bufo. —Estava mais para uma medida desesperada. O que isso diz sobre mim, que não consigo sequer arranjar um homem que fique comigo? Espere, não responda. — Eu levanto a mão para cortá-lo. —Não estou quase bêbada o suficiente para ouvir sua resposta ainda. —Não seja tão dura consigo mesma. É mais comum do que você pensa. —O que, comprar um marido de alguma agência de namoro falsa? — Tomo outra dose de tequila e estremeço. —Claro, isso acontece o tempo todo. Fitz parece divertido. —Você ficaria surpresa. Que tal eu te comprar aquelas batatas fritas e você me contar tudo?.

UMA HORA, três cervejas e um pote imenso de batatas fritas depois, estou na cabine do canto contando a Fitz toda a história triste de como acabei me preparando para entregar meu coração a um homem com uma tatuagem do Bart Simpson em seu pescoço. —Marigold era... excêntrica, — explico. —Ela comprou um edifício de apartamentos nos anos 70 e o encheu de artistas,


escritores e todos os tipos de pessoas. Ela mal cobrava qualquer aluguel; ela sempre disse que preferia estar perto de pessoas que amava do que ter lucro. Conhecemos-nos há cinco anos, quando ela torceu o pulso. Eu fazia residência no Hospital St. Marks. —Você é médica? — Fitz pergunta, e balanço minha cabeça. —Não mais. Odiava aquilo, mas me senti presa, contraí todos aqueles empréstimos, e meus pais esperavam que eu me tornasse uma cirurgiã brilhante... De qualquer forma, Marigold sacou imediatamente que aquilo não era para mim - ela tinha uma maneira de conseguir toda a sua história de vida em cinco minutos— - acrescento com um sorriso. —Ela disse que haveria um apartamento a ser liberado no prédio, eu teria apenas que arcar como as despesas básicas e poderia descobrir o que eu realmente queria fazer da vida. Então, larguei meu emprego, arrumei minhas coisas, consegui um emprego como voluntária em uma clínica de baixo custo e nunca olhei para trás. Ela mudou minha vida, — acrescento, sentindo uma pontada triste. —Se não fosse por ela, não sei onde estaria agora... Provavelmente, comendo para desestressar em um bar qualquer para escapar do meu desastroso destino. Ahh... Eu tomo outro gole. —Ela me parece uma pessoa verdadeira. — A voz de Fitz me puxa de volta. —Ela era, — digo tristemente. —Faleceu há cinco meses. Teve um derrame enquanto dormia, o que é uma benção, suponho. De


qualquer forma, ela me deixou o prédio em seu testamento, mas acho que não o atualizava fazia algum tempo, porque lá diz que tudo vai para mim e meu marido. E eu estive noiva uma época, — explico-lhe, acenando com minhas mãos vagamente. Já estou bêbada? E se não, por que não? —Mas essa é outra história que exige muito mais carboidratos. Fitz ri. —Então, é isso aí, — finalizo dramaticamente. —Se eu não arranjar um marido, não posso herdar nada, e tudo vai para o parente mais próximo dela. Um que irá expulsar a todos nós em um piscar de olhos e, provavelmente, transformar o lugar em apartamentos extravagantes os quais não poderíamos pagar nem um milhão de anos. —Mas com certeza você poderia brigar no tribunal, — diz Fitz, tomando seu uísque. —Parece que ela estava segura em lhe querer como herdeira. —Brigar com o quê? — Eu pergunto, abrindo minhas mãos bastante vazias. —Tentei falar com um advogado, mas todos pediram milhares de dólares só para enviar algumas cartas. O sobrinho de Marigold, Brett, tem um grande e assustador escritório de advocacia do seu lado, e está ameaçando me enterrar em processos por anos! Achei que seria mais fácil arranjar um marido durante algumas semanas, passar por toda a burocracia legal e depois me divorciar quando tudo estivesse assinado e carimbado. Pelo menos esse era o plano. Pego outro punhado de batatas fritas e enfio-as tristemente na boca. Não quero imaginar o que os outros dirão quando eu der a


notícia. Não lhes contei nada sobre todos esses disparates legais até agora.Eu não queria que eles se preocupassem, mas agora, gostaria de ter-lhes dado algum tempo para se preparar para a foice balançando atualmente sobre nossas cabeças. Será que há um cartão dizendo: —Desculpe, mas porque estou solteira e desesperada, todos vocês ficarão sem teto muito em breve? Meu telefone vibra e o pego em minha bolsa. Olívia Danvers. A mulher por trás da agência. E estremeço. —Ela me avisou, — eu digo. —Scott foi o melhor que conseguiu encontrar de última hora, ela disse que ele poderia ser instável. Mas eu lhe disse para arrumar a papelada de qualquer forma. — Puxo o grosso pacote de documentos da minha bolsa e coloco na mesa. —Cento e seis páginas de termos e condições. Não é romântico? Fitz pega o maço de documentos e olha a primeira página. — Supondo que há um pré-nupcial incluído? —Pré-nupcial, pós-nupcial, durante-nupcial... — Eu afirmo. — Ela cobriu todas as bases, desde o Acordo de Confidencialidade (A.C) até às Demonstrações Públicas de Afeto(D.P.A). Aquela mulher é assustadoramente eficiente. É simplesmente assustador. — E penso na chefe loira e legal responsável pelo lugar. Ela poderia deixar cair um alfinete e ter uma dúzia de homens se oferecendo para ser seu marido. Quanto a mim? Eu só precisava de um para fingir por algumas semanas, e mesmo assim nem isso eu consegui. —Você tem uma caneta?


Eu bocejo. —O que? Fitz faz sinal para uma garçonete que está passando e solicita uma, depois se volta para o contrato. Ele risca o nome de Scott e escreve em seu próprio nome. Eu rio. —Vamos, me dê isso. Fitz vira a página de assinatura no final e assina seu nome. Eu paro. —Sério, deixe de brincadeiras. —Não estou de brincadeiras. — Fitz desliza o contrato de volta através da mesa para mim. —Aí está, — ele dá uma piscadela. —Tudo pronto. Eu vou me casar com você. Meu queixo cai. Ok, devo ter ido de —levemente bêbada— para —bêbaça— em cinco segundos porque não tem como ele... Quero dizer, ele não poderia... —Você está falando sério?! Fitz sorri. —Eu nunca sou sério, mas falo a verdade. Você ainda precisa de um marido falso, não é mesmo? —Bem, sim... — Eu pisquei, minha cabeça girando. —E isso é uma questão de alguma urgência, certo? Assinto em silêncio. —Tenho uma reunião com Brett e os advogados amanhã de manhã. Se eu não aparecer com um marido, eles vão entrar com uma ação judicial para impedir minha herança.


—Então, é melhor nos mexermos. — Fitz verifica o caro relógio em seu pulso. —A prefeitura fecha em dez minutos. Ele se levanta e pega o paletó de corte perfeito, pendurado no encosto da cadeira. Eu apenas permaneço sentada, em descrença. Ele está falando sério agora? —Mas... Eu nem te conheço! — Eu falo. —Não pareceu te segurar em relação ao Scott. —E... você nem me conhece! — Eu grito. —Eu poderia ser louca, ou mal-intencionada, ou da cientologia! Fitz sorri. —A vida é uma aventura. —É isso? — Eu pisco. —Você está disposto a se casar com uma total estranha porque, o que, você está entediado? —Parece um bom motivo para mim. — Fitz me oferece sua mão. —O relógio está correndo, princesa. O que vai ser? Olho para ele, sem palavras. Hoje, o dia já foi louco o suficiente, mas isso? Isso é muito para o meu cérebro, cheio de tequila e carboidrato, processar. Preciso tirar um cochilo e beber metade do meu peso em água, e então talvez, apenas talvez, eu possa começar a entender minha vida agora. Mas não tenho tempo para dormir. E se eu não fizer algo drástico, não terei uma cama para fazer isso também. —Ok, — me pego respondendo, e diabos porque não, quando claramente, ele perdeu a cabeça? —Vamos fazer isso.


Fitz dá um sorriso travesso e, por um momento, imagino no que estou me metendo aqui. Mas ele já está pegando a minha mão e me puxando para a saída. Pego minha bolsa e o sigo, piscando quando emergimos na luz do dia. Verifico o tempo. Merda! —Cinco minutos até o fechamento! — Eu grito e vamos para a Prefeitura. Corremos pela rua e subimos os degraus da frente. —Por aqui, — eu digo, praticamente deslizando pelo corredor em meus saltos altos. Eu chego sem fôlego no escritório do escrivão – bem na hora quando ele está prestes a fechar a janela. —Espere! — Eu lamento. —Pare! Você tem tempo para mais um casamento? Ele franze a testa para mim. —Eu não acabei de ver você...? Fitz avança e mostra aquele sorriso irresistível. —Ela é o amor da minha vida, — diz ele, colocando um olhar sincero. —Não consigo acreditar na minha sorte, ela se sente da mesma forma. O cara revira os olhos, como se não se importasse menos. — Testemunhas? Porcaria! Olho descontroladamente ao redor. Há um casal no final do corredor se beijando, claramente recém-casados, com roupas combinadas do Game of Thrones. Fitz avança. —Senhor? Senhora? Vocês teriam um minuto para nos ajudar? Eles concordam, e antes que saibamos, estou de pé no altar improvisado, com o mesmo anel de baixa qualidade, e um cara totalmente diferente ao meu lado dessa vez.


Engulo em seco. O escrivão provavelmente já tem algum compromisso, porque corre o roteiro na velocidade máxima e, antes mesmo de perceber, estamos fazendo os votos. —Arthur Fitzwilliam Fitzgerald, você aceita esta mulher para ser sua legítima esposa? Eu pisco. Espere, o nome dele é qual?! —Aceito, — diz Fitz casualmente, como se estivesse preparando outra rodada de batatas fritas. —E você, Rebecca Jane Delaney, aceita este homem para ser seu legítimo esposo? Para amá-lo e repeitá-lo a partir de hoje, abandonando todos outros?, — o escrivão pergunta, me dando um olhar julgador atravessado. Olho para Fitz, a realidade me atingindo pela primeira vez. Irei me casar. Com ele. Um homem britânico sobre o qual não sei exatamente nada, além do fato de que ele bebe uísque, e parece muito bom em um terno. Meu estômago dá uma guinada, mas antes que eu possa voltar à razão e cancelar tudo, Fitz chama minha atenção e me dá uma piscadela. Uma piscadela de você consegue. Uma piscadela de nós vamos resolver isso. Uma piscadela de se nada mais der certo, seu novo marido falso é o sexo em pessoa.


E assim, eu decido. —Aceito. Dessa forma, acabo de me amarrar a um completo estranho, enquanto um rei Dothraki e a Daenerys Targaryen se beijavam na primeira fila.


BIP. BIP. BIP. Acordo com o som do alarme disparando na manhã seguinte, dividindo minha pobre cabeça em duas. Pelo menos, assim parece quando alcanço cegamente para desligá-lo. Olá, ressaca. O que diabos aconteceu ontem à noite? Estou com a pior dor de cabeça da minha vida, e parece que bebi o meu peso em tequila. Lembro-me vagamente do casamento fracassado com Scott... De tomar umas no bar com Poppy... E por alguma razão, sinto como se precisasse assistir Game of Thrones? Deixo minha cabeça cair de volta nos travesseiros e gemo. O que só faz minha cabeça doer mais. —Aiiiiii, — eu choramingo, quando meu telefone indica uma mensagem de Poppy. Como você está? Eu bocejo, prestes a enviar uma resposta. Então, vejo um anel barato no meu dedo. No dedo anular da minha mão esquerda. Espere um minuto... De repente, tudo voltou às pressas.


Eu me casei ontem à noite. Com um sexy britânico estranho, com um sorriso encantador e... Não sei mais o quê. Porque eu não sei nada sobre ele. Puta merda! Sento-me na cama, com o coração acelerado. Isto é real? Saio da cama aos tropeços e em direção à sala onde deixei minha bolsa. Procuro descontroladamente, jogando no chão um batom, um absorvente e meia barra de cereal, até que finalmente encontro o que procuro: o contrato do marido falso e uma licença de casamento. Assinado, selado e enviado. Pertenço a ele. Sento-me no chão com um baque. Não consigo acreditar que realmente passei por isso. Quer dizer, não estou dizendo que nunca fiz nada de maluco, mas há uma grande diferença entre jogar a cautela para lado e comer sorvete quando se é intolerante à lactose e, sabe, estar casada com um completo estranho. Sra. Rebecca Fitzgerald... Talvez não. Olho em volta, sentindo uma onda de alívio. Este apartamento antigo não é o lugar mais chique do mundo - há marcas de desgaste no piso de madeira, o encanamento é temperamental e o arcondicionado sempre quebra no verão -, porém é mais casa do que qualquer outro lugar onde já vivi antes. As janelas pegam o sol da manhã, a cozinha ainda está decorada com azulejos rosa vintage e


há espaço mais do que o suficiente para um sofá estofado, uma escrivaninha e uma mesa de jantar de loja de brechó com cadeiras incompatíveis. E isso em Nova York, realmente diz alguma coisa. E agora, eu posso ficar. Não apenas eu, mas todos no prédio também. Porque era isso que Marigold queria quando deixou o lugar para mim. Ela sabia que eu manteria seu legado vivo, para que todos nós ainda tivéssemos nossa pequena comunidade, no meio de Manhattan. Se, alguma vez, houve uma boa razão para me envolver com um completo estranho, era essa. Sei exatamente o porquê de ter dito —Aceito— na noite passada... Sendo assim, qual era a razão de Fitz? Encontro seu número no contrato e ligo. Correio de voz — Hum, ei, é sua esposa! — Eu tento brincar. —Desculpe, isso soa muito estranho. De qualquer forma, se você puder me ligar de volta, temos aquela reunião com os advogados hoje de manhã, às nove. Vou te mandar o endereço. Vejo você lá. E, obrigada? Desligo, sentindo-me seriamente desajeitada. Será que ele realmente só estava entediado e à procura de diversão? Após a rápida cerimônia, ele disse que tinha um lugar para ir e desapareceu. Eu não tenho ideia se, de fato, o verei novamente, mas ainda assim, provavelmente seria mais fácil se eu não o visse, não consigo deixar de me lembrar daquele brilho brincalhão em seus olhos, ou o quão gostoso ele parecia naquele terno...


Não que isso importasse. O contrato que assinamos deixa claro que, em se tratando do nosso acordo, sexo está fora de questão. Bem distante. Fitz é obrigado a vender a história de — recém-casados felizes, — mas, além disso, temos que nos manter longe um do outro. Olívia me explicou direitinho, durante uma hora, sobre o quão complicado e confuso esses relacionamentos falsos podem ser. Eu me desliguei, já que não havia chance de me apaixonar por Scott, mas agora parece que meu novo marido poderia até competir com... Tom Hiddleston? Não. Concentre-se, Becca. Tenho coisas maiores para pensar. Como o encontro com Brett e seus advogados, o qual, porra, vou me atrasar. Luto para ficar em pé e vou para o chuveiro em alta velocidade, visto minha melhor roupa de —casada— e disparo para o corredor. —Becca... — minha vizinha, Marcy, tenta me cumprimentar; sua filha adolescente mal-humorada, Artemis, mal levanta os olhos do telefone. Inferno, eu ficaria mal-humorada 24 horas por dia, sete dias por semana, se recebesse um nome como Artemis. —Desculpe! — Eu grito, já correndo para as escadas. —Sem tempo! A gente se fala! Praticamente, corro para o metrô e passo toda a viagem esmagada contra uma axila muito pungente. Quando chego aos esnobes escritórios no centro da cidade da Harper, Wells e Milstein, estou sem fôlego, suada e nervosa para caramba.


—Fitz, onde você está? — Sussurro em seu correio de voz. Novamente. —Me ligue de volta! —Por aqui, Srta. Delaney. — A deslumbrante assistente modelo me leva pelo corredor. Eu a sigo, verificando discretamente o meu reflexo nos quadros de arte polida enquanto passamos. Meu cabelo encaracolado já está escapando da minha meio trança francesa, e tenho certeza que minha blusa está do avesso, mas não há tempo para parar por um instante e me retirar porque ela está abrindo as portas de uma longa sala de conferência. A mesa polida no meio da sala podia acomodar cinquenta pessoas. Olho em volta. Está vazia, salvo por uma estátua de aparência violenta com espinhos enormes saindo dela. —É onde vocês exibem os escalpos dos seus inimigos? — Eu brinco. Ela olha para mim sem expressão. —O Sr. Milstein já irá lhe atender. Está bem. Claramente, eles não a contrataram pelo seu senso de humor. Sento-me, verificando nervosamente o meu telefone. Não há notícias de Fitz, nem mesmo depois de eu mandar meia dúzia de mensagens em pânico para ele. Onde você está? Sério, Fitz??!!! Alôôôôô????? —Senhorita Delaney.


Olho para cima quando o advogado, Milstein, entra, seguido pelo sobrinho de Marigold, Brett. Eles estão combinando em um par em ternos de grife, cabelos no gel, relógios luxuosos e sorrisos de satisfação em seus rostos pálidos e mimados. Devem ensinar isso na escola preparatória. —Oi. — Eu respiro fundo, me preparando para a batalha. Onde está o Fitz? Esperava ter o meu marido falso como apoio para a reunião, mas acho que farei isso sozinha. Brett senta-se em uma cadeira e zomba de mim do outro lado da mesa. —Então, você já recuperou o bom senso? Ou vai querer passar o próximo ano no tribunal enquanto eu processo seu traseiro de merda? —Olá para você também, Brett. —Seja como for. — Ele gira na cadeira. Seu advogado pigarreia. —O que meu cliente quer dizer é, você reconsiderou sua posição? —Oh, você quer dizer comigo apenas desistindo e deixando você levar tudo? — Eu pergunto. —Obrigada, mas não, obrigada. Brett franze a testa. —Você percebe que posso acabar com você. Ela estava claramente fora de sua capacidade mental, deixando tudo para você. —O que meu cliente quer dizer é que há um forte argumento a ser feito em relação à incompetência mental, — diz Millstein presunçosamente. —Sem mencionar influência indevida.


—De quem? — Eu pergunto, confusa. —De você! — Brett bufa. —Você deve ter feito algo, aproximando-se de uma velha vulnerável. Por que ela teria nomeado você no testamento em vez de seu amado sobrinho? Eu cerro os dentes e tento não perder a paciência. —Marigold dificilmente era vulnerável, — eu encaro. —Ela nadava duas vezes por semana e era suficientemente perspicaz para enganar a todos no jogo de cartas. Fato que você saberia, como seu amado sobrinho. Exceto, espere, já que você nunca a visitou uma vez sequer, não é? Pelo menos não nos últimos cinco anos. — Brett fica vermelho. —Não importa. O testamento diz que você tem que se casar para herdar, então está sem sorte. Eu sorrio. É terrível estar gostando um pouco disso? —Na verdade, esqueci de mencionar... Devem-me meus parabéns. Eu me casei. — Aceno minha mão esquerda para eles. Seus queixos caem. Eu queria poder tirar uma foto. —Você... o que... quando? — Brett gagueja. —Ontem. — Respondo de pronto. —Dessa forma, não há mais problema. Quanto tempo você acha que levará para o testamento ser executado? Milstein tosse, confuso. —Ah, um mês ou dois, talvez. —Perfeito. — Eu fico de pé. —Foi um prazer, senhores, mas tenho que correr e ver meu marido. Recém-casados, sabem como é.


Eu saio, esperando não ter nada preso na minha saia. Quase percorro todo corredor até os elevadores, antes de Brett me alcançar. —Não pense que acabou, — ele franze a testa. —Há centenas de maneiras de contornar esse testamento. —Boa sorte em conseguir um juiz para concordar com todas elas, — digo levemente, mesmo que meu coração esteja batendo em dobro no meu peito. —Então, onde você encontrou este marido? — Brett estreita os olhos, desconfiado. —Fraude no casamento é um crime, você sabe. É? Tento não engolir em seco. —Foi um romance-relâmpago, — eu minto entre os dentes. —Amor à primeira vista, esse tipo de coisa. —Ahh. — Brett não parece acreditar em mim nem por um minuto, e me preparo para mais perguntas, mas em vez disso, seu rosto suaviza em um sorriso malicioso. —Quando irei conhecê-lo? —Eu, uh... —Ele deve ser o cara, para te deixar caidinha desse jeito. Nós deveríamos jantar. Amanhã à noite. A menos que isso seja um problema? — Ele pergunta, seus olhos brilhantes ainda me observando. —De jeito nenhum! — Eu balbucio. —Mal posso esperar. —A gente se vê, então. — E com o sorriso mais assustador do mundo, ele entra no elevador. —Você vem?


Ficar presa em um espaço confinado com ele? —Não, obrigada. Acho que vou de escadas.

AINDA NÃO TIVE NOTÍCIAS de Fitz enquanto terminava de descer os quatorzes lances de escadas, dessa forma, olho no contrato para ver o endereço dele e ir para lá. É um edifício chique no Upper East Side, mas quando digo ao porteiro que sou a Sra. Fitzgerald, ele cai na gargalhada. —Não, sou mesmo, — eu insisto. —Certo. E sou casado com a Beyoncé. — Ele pega o telefone e disca. —Oi, Fitz, tenho uma mulher aqui dizendo ser sua esposa. — Ele faz uma pausa, depois ri. —Claro, chefe. — Ele desliga, ainda rindo, e me direciona para o elevador. —Você pode subir. Andar da cobertura. Ele digita no teclado e aperta um botão e sigo para cima. Meu triunfo anterior no confronto com Brett está desaparecendo agora. O que sei exatamente sobre esse cara? Ele poderia ser um serial killer, ou pior, um fã do Justin Bieber. E se ele for algum tipo de vigarista e se casa com mulheres desesperadas para roubar-lhes toda sua fortuna? As portas se abrem - diretamente no apartamento da cobertura. E fico boquiaberta. Uau, esse cara definitivamente não é um vigarista. Ou se é, enganou algumas pessoas realmente ricas, porque uau. O


apartamento se estende por todo o andar, com uma área de estar em plano aberto e uma vista do Central Park. Aproximo-me mais das janelas, babando. Pensei que apartamentos como estes eram reservados a pessoas do reality show Real Housewives e àqueles compradores estrangeiros misteriosos do programa Million Dollar Listing. —Becca, — um sexy sotaque inglês soa, e viro-me. Fitz entra na sala de estar. Seminu. Em uma toalha. Deve ter acabado de sair do chuveiro, porque seu cabelo escuro está molhado e há filetes pingando sobre seu peitoral bronzeado e atraente.... e seu abdômen musculoso... e... Mais embaixo. Sorvo o ar e começo a tossir imediatamente. O sorriso de Fitz aparece. —Você está bem? Aqui, coloque os braços sobre a cabeça. Balanço a cabeça, lutando para falar. —Estou... — Tosse. — ..realmente... — Tosse . —...bem. Consigo recuperar o fôlego, me curvo e respiro com dificuldade. Bem sutil, Becca. Bela maneira de causar uma boa primeira impressão (sóbria). Finalmente, eu me recomponho e sorrio, esperando não ter rímel escorrendo pelo meu rosto. —Oi! — Digo intensamente. — Onde você esteve? Você não recebeu minha mensagem sobre a reunião esta manhã?


—Certo, desculpe por isso. — Fitz dá um sorriso encantador. —As coisas ficaram meio loucas na noite passada. Deu tudo certo? —Sim, mas... — Eu paro hesitante. —Estava no contrato. Para você fazer essas aparições comigo. Você sabe, para passar a coisa toda do —marido falso. —Nunca fui bom com letras miúdas. — Fitz vai até ao bar reluzente, o qual ocupa metade de uma parede. — Bebida? Champanhe? Devemos brindar às nossas núpcias. Mordo meu lábio, não querendo ser uma desmancha prazeres —São onze da manhã... —Certo, vamos fazer um drinque. — Fitz pisca. —Viva um pouco. Relutantemente, sacudo minha cabeça. —Eu tenho que ir trabalhar. Obrigada. —Sinta-se à vontade. — Ele serve-se de uma generosa dose de champanhe e me encara com aquele sorriso diabólico. —Então, como é se casar? É tudo o que você sonhou e muito mais? — —Se você quer dizer que com isso vou tirar Brett e seus advogados do meu pé? Espero que sim. — Pego minha bolsa e minha agenda, tentando ao máximo ignorar o peito úmido e brilhante. —Agora, Brett está desconfiado, mas ele nos convidou para jantar amanhã à noite. Precisamos, antes, combinar nossas histórias: como nos conhecemos, nossas famílias e origens... Eu paro. —Onde está sua família? Scott não tinha


realmente contato com a dele, então não era um problema, mas seus pais vão ficar bem com as notícias? Fitz dá de ombros negligentemente. —Eu não planejava contar-lhes. Eles na Inglaterra, de forma que, a menos que apareça na revista Horse & Hound, eles não vão nem desconfiar. —Oh. Ok. — Risco esse item da minha lista de conferência do —casamento falso. — —Então, só precisamos preparar o resto do nosso disfarce. Você pode me enviar uma lista de sua história pessoal? Do que gosta, do que não gosta, tudo sobre o que nós teríamos conversado se realmente, você sabe, namorássemos. Fitz sorri para mim. —O que há para falar? Você deu uma olhada em mim e ficou de pernas pro ar de luxúria. Ele arqueia as sobrancelhas e minha paciência finalmente se esgota. —Você não está levando isso a sério! — Eu exclamo. — Olha, sei que isso é apenas uma piada para você, mas eu preciso que funcione. Se Brett achar, por um minuto, que não estamos realmente juntos, todo o plano será arruinado. Estou contando com você. Todo mundo está! —Tudo bem, tudo bem, — diz Fitz, ainda sorrindo. —Próxima coisa, você fará umas fichas para estudo. —Essa é uma ótima ideia. — Crio uma nota sobre isso. —Você tem tempo para nos encontrarmos hoje à noite? Devemos começar a estudar em breve. —Tenho planos.


—Então, seria a primeira coisa amanhã, — insisto. —É um fim de semana, e podemos aproveitar o dia. —Tudo bem, — concorda Fitz. —Desde que a 'primeira coisa' signifique depois do meio-dia. Antes que eu possa discutir, as portas do elevador se abrem de novo, e uma mulher loira alta e deslumbrante sai. —Svetlana, querida, — Fitz a cumprimenta, indo beijá-la nas duas bochechas. Beijos longos e demorados. Eu tossi. —Vá direto para o quarto, — Fitz diz a ela com uma piscadela. —Estarei lá daqui a pouco. Sério?! Svetlana sai, deixando-me silenciosamente fumegando. Claramente, isso ficou claro no meu rosto, porque Fitz faz uma pequena reverencia para mim. —Qual o problema, esposa? Está com ciúmes? — Ele sorri. —Não! — Eu falo. —Mas é preciso manter viva essa falsa história de casamento por mais algumas semanas e modelos suecas de pernas longas não gritam exatamente 'amor verdadeiro' e 'fidelidade'. —Relaxe. Svetlana está aqui para me dar uma boa massagem. Eu pisco.


—Ela é minha massagista, — explica Fitz, parecendo divertido. Oh. Eu coro. —Bem, ainda importa como as coisas parecem. Você não pode se encontrar com mais ninguém.

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—E como você definia 'se encontrar'? — Fitz sorri. —Porque, tecnicamente, trazer mulheres para o meu apartamento não significa se encontrar. Agora, ele realmente está de zoação comigo. Dou-lhe uma olhada e pego minha bolsa. —Amanhã, alinharemos nossas histórias, — lembro a ele. —Há muito em jogo neste jantar. —Não se preocupe, — Fitz me tranquiliza. —Não vou decepcionar.

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Mas de alguma forma, me sinto qualquer coisa menos segura, especialmente quando ele parte, e ouço risadas vindas do quarto. Risadas que não soam profissionais. Sinto um pouco de pânico quando volto para o elevador. Passei todo esse tempo focada em conseguir alguém para o casamento, e sequer perdi tempo pensando no que aconteceria depois do sim. Pensei que uma certidão de casamento seria a resposta para os meus problemas, mas aqui estou, casada com o maior playboy da cidade, e está claro que o drama está apenas começando.


Acabei de cometer o maior erro da minha vida?


DEIXO o apartamento de Fitz e percorro apressada toda a cidade até ao trabalho. Comecei a me voluntariar alguns anos atrás em uma clínica de saúde comunitária no Lower East Side e, de alguma forma, nunca saí. Agora, ajudo no escritório, organizo a arrecadação de fundos e guio nossos pacientes pelo labirinto de documentos e formulários de seguros. Está longe da carreira glamorosa em medicina que minha família queria para mim, mas, às vezes, acho que posso fazer a diferença para muitas pessoas assim - apenas sem o —Dr. — antes do meu nome. Ou dos 250 mil dólares extra em empréstimos estudantis que eu teria acumulado na faculdade de medicina. —Ei, Becca, — minha chefe, Mercedes, me cumprimenta - por trás de uma pilha enorme de papelada em seus braços. A qual ela, prontamente, despeja na minha mesa. Ela bate os cílios (falsos e enormes) para mim. —Por favor? Por favor, por favor? Reviro os olhos, sorrindo. —O que é desta vez? —Estou com esses pacientes, o filho deles precisa de um tratamento experimental contra o câncer, mas a companhia de


seguros está enrolando eles. Como sempre. Eu acho que se alguém pode driblar a burocracia, é você. —Farei o meu melhor, — concordo, movendo o arquivo para a minha já lotada caixa de entrada. —Eu estava lendo sobre um subsídio pediátrico no Hospital Cedars... Vou fazer algumas ligações e me situar sobre essa situação. —Anjo! — Mercedes sorri. —Só por isso, vou mandar o Sr. Myers para o escritório de Pete. Ele estava perguntando por você, — ela acrescenta, e eu estremeço. —Obrigada. Na última vez que ele esteve, ele continuou me pedindo para olhar sua verruga. E não estava em nenhum lugar acima da cintura. —Pode deixar. Mercedes me deixa com a minha montanha de papelada. Quando estudava medicina, não pensávamos duas vezes em termos de plano de saúde ou códigos médicos, mas aqui, aprendi que isso é o fator principal que mantém as pessoas longe do tratamento que precisam. E é por isso que nem me importo de vasculhar as letras miúdas e passar horas no telefone. Apenas me dê uma capa e me chame de Mulher Plano de Saúde! Não que meus pais concordassem. Ambos são executivos de alto escalão, os quais adoram se gabar de sua futura filhacirurgiã. Da sua filha assistente administrativa voluntária? Não muito. É por isso que nosso relacionamento é mantido com um jantar frio e uma ligação ocasional - e é por essa razão que Marigold e meus vizinhos na Waverly Place se tornaram uma


família para mim. Às vezes, as pessoas mais importantes não são aquelas que compartilham seu DNA - e é por isso que preciso que esse esquema com Fitz funcione, se quero manter minha nova família unida. Tento deixar minha preocupação de lado e me concentrar no trabalho. Estou enterrada em um parágrafo particularmente desagradável sobre condições pré-existentes, quando ocorre uma batida na porta. —Pete vai atendê-lo no final corredor, — eu digo, antes de olhar para cima. E me assusto. —Oh. Olívia. Oi. A dona da agência está pairando na minha porta, parecendo imaculada, como sempre, usando calças pantalonas cor creme e uma blusa de seda. Ela parece algo saído do filme de Hitchcock - e bem deslocada nesse escritório bagunçado e empoeirado. —Becca, oi, — ela sorri, vindo me beijar nas duas bochechas. Ela olha em volta. —Então, é aqui que você trabalha. —Eu sei, não há muito para se olhar, — eu digo rapidamente. —Estamos procurando financiamento para expandir. Olívia sorri. —Acho que participei de um jantar beneficente para a clínica no ano passado. —Os jantares são ótimos, — assinto. —Todo mundo aparecer de bonzinho. Não é o seu caso, — acrescento rapidamente, ruborizando. O que há nela que me faz sentir como uma criança desajeitada de novo? Provavelmente, o fato do seu batom ainda estar impecável, enquanto o meu está decorando a borda da xícara de café na minha mesa.


Olívia sorri. —Tudo bem, sei o que você quer dizer. Mas tudo ajuda no final. Concordo com a cabeça, imaginando o que ela está fazendo aqui. Olívia limpa a garganta. —Ouvi sobre com Scott fugir do casamento, e queria me desculpar. Almoço? —Eu não posso, estou com medo, — digo a ela com pesar. — Não temos tempo para uma pausa. Além disso, já passei metade da manhã correndo atrás do meu novo marido seminu. —Achei que não tivesse tempo, — diz Olívia, sacando uma sacola da delicatessen italiana no final do quarteirão. —Eu trouxe comida. Consigo esvaziar um lugar na minha mesa de café e tirar uma pilha de livros da cadeira extra. Olívia serve um banquete de dar água na boca e delicadamente enche um prato com queijo e azeitonas. Eu sequer consigo fingir ser tão elegante. Vou direto para o sanduíche italiano e afundo meus dentes na delícia de carboidratos com um suspiro de satisfação. —Quero que você saiba, ainda estou à procura de um candidato para você, — diz Olívia. —Ser tão de última hora torna as coisas um pouco mais complicadas, mas não deixarei você na mão. Eu prometo, vamos dar um jeito. Eu paro, minha boca cheia de frios. Espere, o quê?


—O comportamento de Scott foi incrivelmente antiprofissional, — continua Olívia, franzindo os lábios. —A agência, é claro, assumirá total responsabilidade e renunciará a qualquer taxa para o próximo homem que encontrarmos. Ela não sabe! Percebo, na pressa, nunca a atualizei das mudanças de planos. Eu mastigo e engulo rapidamente. —Não preciso de outro homem. Desculpe-me por ter me esquecido de te contar, mas me casei, depois de tudo. Olívia pisca. —Você casou? —Depois que Scott saiu correndo, conversei com o padrinho e, bem, ele concordou com o acordo. Sendo isso ou não uma boa ideia, ainda não tenho tanta certeza. —Nós até usamos o seu contrato, — acrescento, caso ela ache que eu realmente perdi a cabeça. —O mesmo acordo, os mesmos termos. Nós apenas riscamos o nome de Scott e colocamos o de Fitz lá em vez disso. A expressão de Olívia muda. —Fitz?, — Ela ecoa. —Arthur Fitzwilliam Fitzgerald, — explico. —Eu sei, é meio pomposo. De qualquer forma, me desculpe por me adiantado sem falar com você primeiro, — acrescento, me perguntando se a ofendi. —Mas não vi outra saída. —Oh, não, eu não estou preocupada com isso. — Olívia faz uma pausa, parecendo preocupada. —É só que eu conheço o Fitz. E bem...


—Ele não é do tipo para casar? — Eu completo, nada surpresa pela grande reputação de playboy tenha se espalhado por toda parte. —Sim, sinto essa vibração dele. Ele está mais para um 'fim de semana selvagem em Vegas'. Ou tipo —faça o meu ex-namorado ficar com ciúmes. Ou do tipo —tire a roupa e me mostre esse corpo delicioso de novo. —.. Olívia limpa a garganta. —Você tem certeza de que sabe onde está se metendo? —Provavelmente não, — eu concordo. —Mas agora é tarde demais. Eu já me encontrei com os advogados e disse-lhes para dar continuidade ou executar o testamento, ou seja lá o que for que eles precisem fazer. Não precisaremos manter esse ato por mais do que algumas semanas. Fitz prometeu continuar a encenação até lá. De repente, percebo pela primeira vez que as Demonstrações Públicas de Afeto(D.P.A) farão parte dessa performance. Imaginei me preparando quando se tratasse de agir carinhosa com Scott, mas agora, tento imaginar beijando Fitz de —mentira. Segurando sua mão de —mentira. — Fazendo todo tipo de coisas —de mentira. —.. Olívia me dá um olhar questionador. —Você se lembra sobre o que falei sobre limites e linhas, e como são fáceis de ficarem... confusas? Eu tossi. —Você quer dizer... com o Fitz? Não! Quero dizer sim! Eu lembro! — Eu coro. Ela consegue ler minha mente? —Você


não precisa se preocupar comigo. Sei exatamente que tipo de cara ele é. —Ainda assim, já vi isso com meus clientes antes. Vocês passam todo esse tempo juntos, começam a acreditar nas histórias que criam... — Olívia me dá um olhar conhecedor. —É fácil esquecer a verdade. —Oh, não se preocupe, não vou esquecer, — eu a tranquilizo. —Este é apenas um arranjo comercial. Fitz definitivamente não é meu tipo. —Ainda assim, ele tem lá seus recursos. — Olívia me dá um sorriso. Eu pisco. —Vocês dois...? —O que? Não! Ela ri. —Mas aquele homem poderia seduzir um cacto. Fique de olho, isso é tudo. —Terei, — prometo a ela. E se todo esse ficar de olho ser em seu corpo gostoso e definido...? Bem, uma garota merece alguns benefícios nesse acordo. DEPOIS DO TRABALHO, vou até a casa de Poppy para pizzas, cervejas e uma boa e antiquada conversa fiada. Normalmente, ela é a única com drama romântico acontecendo em sua vida, mas pela primeira vez, a rodada é minha.


—O que você quer dizer com ‘se casou’?! — Poppy esguicha no chão do estúdio. Nossa outra amiga, Natalie, pega minha mão para dar uma olhada. —Espere, por que você não está usando um anel? Respiro fundo, tomo um gole de cerveja e repasso toda a história. Imediatamente, Natalie encontra seu telefone e começa a pesquisar. —Ele é gostoso!, — Ela exclama, enquanto pego uma fatia de pepperoni duplo. Ei, se esse vai ser um dia de carboidratos, eu posso muito bem exagerar de ir para casa. —Muito gostoso, — Poppy concorda, aglomerando- se ao redor do telefone. —Ele parece ter saído de um lago em um drama de clássico britânico. Você conseguiu um bem legal. —É só fingimento, — eu as lembro, rindo. —Ainda assim, faz quanto tempo você não namora alguém? — - Natalie me lembra. —Você tem vivido praticamente como uma freira desde que terminou com ‘Aquele-Que-Não-Deve-SerNomeado’. —Ahan? — Arqueio uma sobrancelha. —Ok, desde que ele te dispensou do nada e rompeu o noivado —E lhe fez o maior favor da sua vida, porque se ele não tivesse te dispensado, você estaria casada com ele agora, ao invés do Gostosão da Silva, — Poppy termina com um sorriso. Eu rio e fico confortável no sofá. —E vocês? — Eu pergunto. — Como estão as coisas no jornal, Natalie?


—Não tão interessante quanto o seu casamento falso! — Ela ri. —Conte os detalhes. Como ele é? Vocês já se beijaram? Você já não quer arrancar as roupas dele e escalá-lo como uma árvore? —Pare com isso! — Eu protesto, corando. —É apenas um arranjo comercial. Sério, o contrato está esculpido em pedra. Não vai haver escalada. —Nem mesmo uma escorregadinha até o galho de baixo? — Poppy pergunta. —Ou se enrolar no cipó do balanço? — Natalie sorri. —Eu nem sei quais metáforas você está misturando agora, mas não, nada vai acontecer. Você não o conheceu— - acrescento, limpando o queijo do canto da boca. —Esse cara é muito mulherengo. —Ainda melhor! — Poppy insiste. —Você tem sua aventura selvagem, limpa as teias de aranha, depois seguem caminhos separados e com a herança de Marigold. Todos saem ganhando! —Primeiro de tudo, não há teias de aranha lá embaixo, — eu brinco. —E segundo, vamos lá! Essa situação já é louca o suficiente sem que eu a torne ainda mais estranha. Isso assumindo que Fitz gostaria de ser escalado por mim. Baseado no meu vislumbre de Svetlana esta manhã, ele não é do tipo a ter poucas opções quando se trata de suas companheiras de cama. E talvez sejam os carboidratos falando, mas alguma coisa me diz que o tipo de garotas que chamam a atenção dele não são aquelas enroladas no sofá, em uma noite de sexta-feira, com uma calça de elástico e meias do Snoopy sem combinar.


—Você está brincando? — Poppy protesta. —Qualquer cara teria sorte de ter você escalando seu tronco. Você precisa voltar à ativa, sabe. Quero dizer, imagine se a Terra for atingida por um meteoro amanhã. Você realmente quer que o último cara que você beijou seja o último que você beijou? Todas nós ficamos estáticas. Natalie estremece. —O meu foi um cara do bar que fedia a asas de frango apimentadas. —Um cara aleatório do Tinder, que se gabava de não ter lido nenhum livro em um ano, — diz Poppy sombriamente. —Deixei Stanley e Lionel me arrumarem um encontro no mês passado, — eu digo, citando o casal gay que mora no andar debaixo. —O cara recebeu três ligações de sua mãe durante o jantar e depois me convidou para tomar chá. Com eles. No apartamento que compartilham. Ele tinha trinta e cinco anos, a propósito. Nós nos olhamos e começamos a rir. —Ok então você não é a única que precisa encontrar uma boa árvore, — diz Natalie, sorrindo. —Fale por você mesma. Minhas aventuras de escalada podem esperar até que toda essa coisa legal seja eliminada, — eu insisto, lembrando-me do olhar presunçoso no rosto de Brett. —Há muito em jogo para arriscar tudo. Especialmente, com um cara que provavelmente nem se lembra do meu nome agora.


—Eu não sei. — Poppy me dá um olhar travesso. —Acho que esse Sr. Darcy tem potencial. Ele ainda pode até te surpreender, —

QUANDO VOLTO para a minha casa, não resisto em pegar meu laptop e me sentar para um bom e velho stalkear no google. Quero dizer, pesquisar. Noites selvagens com o herdeiro Fitzwilliam! O novo homem de Taylor Swift? Dez Coisas que Você Precisa Saber Sobre o Solteiro mais Cobiçado de Manhattan! Meus nervos se contraem em nós, enquanto percorro as páginas de fotos de paparazzi e blogs de fofoca. De acordo com essas histórias, Fitz é de uma rica família britânica e passa seus dias circulando entre desfiles de moda e festas de iate - e suas noites nos braços de todas as celebridades lindas e solteiras da cidade. Além de muitas casadas também. Arthur Fitzgerald mostra seu típico sorriso avassalador e ordena outra rodada de bebidas. Para um homem que está prestes a herdar a fortuna de seguros da Fitzgerald na Inglaterra, ele não se preocupa em se estabelecer. —Eu deixo os engravatados cuidar dos negócios, — diz ele durante outra tarde de lazer em seu clube privado favorito. —Por que passar meus dias trancado em algum escritório abafado em algum lugar, quando poderia estar por aí, aproveitando a gostando da cidade em vez disso? — E aproveitar é o que ele faz. Ligado a uma série de mulheres bonitas, Fitz se recusa a


se gabar ou se casar. —Só me interessa viver a vida ao máximo, — ele pisca para mim. —Por que me amarrar ainda? Bato a tela do computador. Ele está falando sério? Ele parece o pior tipo de playboy ricaço, daqueles tipos que nunca sonhariam em ter que trabalhar para viver. Pelo menos, não quando, ao invés disso, eles pudessem viajar para algum destino popular e festejar. Eu praticamente me viro e corro quando vejo um cara como esse vindo... E agora, sou casada com um. Ainda assim, ele está me fazendo um grande favor cooperando com esse ardil. Talvez a imprensa tenha entendido tudo errado? Pego meu telefone e envio-lhe uma mensagem, lembrando-o do nosso encontro amanhã para combinarmos nossas histórias. Um momento depois, uma resposta aparece. Tem certeza que não aceitar uma dessas agora? Há uma garrafa de rosé com seu nome nela. Anexada está uma foto, claramente tirada em uma boate, com a garrafa na mesa. Na imagem também há uma fileira de pernas bronzeadas e à mostra em saias curtas, pertencentes a quaisquer garotas com as quais estivesse na área VIP. —Ugh! Atiro meu telefone nas almofadas e me jogo de costas. Deitome com um suspiro. Então, meu novo marido é um Hugh Hefner em treinamento; isso não muda meu plano. Tudo o que tenho que fazer é tolerar suas artimanhas de playboy e seu sorriso


devastadoramente bonito por algumas semanas, depois conseguir nosso divórcio rápido e mandá-lo de volta para a caverna. Já lidei com situações piores. No ano passado, o encanamento em todo o prédio quebrou e fiquei presa ao entrar, às escondidas, numa grande rede de academias no final do quarteirão todas as manhãs para tomar banho sem que ninguém percebesse que eu sequer nem parecia ter usado alguma das bicicletas de ginástica na minha vida. Saio-me bem em emergências. Isso não será problema. Certo?


SÁBADO DE MANHÃ, tomo café da manhã com meu amigo Luke no nosso local favorito que serve waffle. Pelo menos, aprecio os carboidratos, enquanto ele ri tanto da minha história das últimas quarenta e oito horas que derruba o melaço e atrai olhares de todas as mesas. No entanto, essa parte pode ser por ele ser um famoso ator de Hollywood. —Você está... casado?! — Casamento falso , — digo, lembrando-me da maneira como Becca engoliu em seco quando o escrivão pediu nossos votos. Eu pensei que ela pudesse dar para trás naquela e naquele local, mas ela me surpreendeu seguindo em frente com aquilo. —Então, como ela é? — Luke pergunta. —Ela tem que ser muito louca para concordar em estar legalmente ligada a você. —Na verdade, ela é surpreendentemente sã, — eu digo, pensando em tudo o que sei sobre uma Rebecca Delaney. Que por sua vez, não é muito. Ela fica bêbada com tequila, consegue comer batatas fritas durante o dia todo e parece absolutamente adorável consternada em desespero, pelo fato de sua primeira escolha de um falso noivo ter fugido noite afora.


Normalmente, eu teria resolvido isso a levando para casa e distraindo-a de seus problemas à moda antiga - com uma lata de creme de chantilly e três das posições mais aventureiras do Kama Sutra. Mas havia algo na resignação em sua voz enquanto ela me contava a história de sua tia - ou madrinha, ou quem quer que fosse esta Marigold - que abriu uma lasca no gelo do meu coração frio e com fobia de comprometimentos. Isso, e o fato de que ela conseguia parar o trânsito, mesmo naquele feio vestido branco. Tudo o que precisou foi de uma curta viagem até a prefeitura e algumas testemunhas, e antes que eu percebesse, o ato foi consumado. Casado. —Na verdade, é surpreendentemente simples se casar, — constato pensativamente. —Cinco minutos e algumas assinaturas. Já fui mais checado no balcão da alfândega do aeroporto. —Isso porque você tentou trazer um jacaré vivo de volta da Tanzânia. —Foi um presente! — Eu protesto. —Então, ela é bonita? Espere, não me diga. — Luke sorri. — Você não teria sido tão rápido em dizer o sim se ela não fosse linda de morrer. Eu rio. —Eu sou tão superficial assim?


—Prefiro não comentar. — Luke sorri. —Eu nunca pensei que veria esse dia. Fitz, legalmente casado. — Ele balança a cabeça. — Casamento falso , — eu o lembro novamente. —Você não é um estranho nesse jogo de relacionamento falso, também. Olívia não lhe arranjou a Stella no passado? —Aquilo foi diferente, — ele protesta. —Aquilo foi para dar outra cara à minha imagem. Não nos casamos de verdade por causa disso. Embora talvez, em breve... Ele me dá um olhar tímido e eu rio. —Sério? De novo? Pensei que sua primeira caminhada até ao altar lhe tiraria do páreo de vez. Sua ex-mulher era uma figura, mas Luke encolhe os ombros, como se ele estivesse convenientemente esquecido de seu rompimento público. —Stella é diferente. E não estamos falando dela, estamos falando... Qual o nome da sua esposa? Esposa. Jesus. Tenho que admitir, soa estranho para mim também. — Rebecca. E creio que ela atenda por Becca, no entanto. —Talvez você queira verificar isso. — Luke balança a cabeça, ainda rindo. —Ei, boa sorte para você. Quem sabe? Vai que decide que gosta da vida de casado. —Eu não apostaria nisso, — sorrio, chamando a atenção de uma mulher gostosa do outro lado da sala. Ela está acompanhada, mas ela, com certeza, me dá um sorriso um sorriso sedutor pelas costas de seu homem. —Há o suficiente de mim para circular por aí. Por que eu iria querer negar a alguém o prazer da minha companhia?


—É uma coisa boa sermos amigos, — diz Luke, — porque senão você seria fodidamente insuportável. Eu sorrio. —Seu porteiro disse que eu iria encontrá-lo aqui. Nós dois olhamos para cima. Olívia Danvers me encara com um olhar glacial no rosto. Luke ri. —Esta é minha deixa. — Ele se levanta e dá uma piscadela para Olívia. —Bom te ver, como sempre— —Você sabia sobre isso? — Ela vira seu olhar para ele. Luke pode suportar o escrutínio de cem câmeras no tapete vermelho, mas ele murcha imediatamente sob o olhar dela. —Não, eu não sabia. Desculpa. Eu só vou deixar só nessa. — Boa sorte , — ele fala para mim, antes de fazer uma saída rápida. Covarde. —O que posso fazer por você? — Dou a Olívia o meu melhor sorriso ‘você me ama de verdade’. —Sente-se, relaxe. Os waffles aqui são de outro mundo. —Você tem sorte por eu não enfiar os que você pediu em algum lugar particularmente doloroso, — diz ela, deslizando para a cabine. Ela faz uma pausa e olha em volta para se certificar de que não podemos ser ouvidos. Essa é a Olívia, discreta até o fim. Aposto que ela poderia cometer um assassinato sem ficar com uma mancha de sangue em sua camisa de seda branca, e então,


enganaria o policial que a prendeu com um encontro falso durante o Baile do Policial e se esquivaria de uma acusação. —O que está incomodando você? — Eu pergunto, me recostando contra o banquinho estofado. Tenho um pressentimento, mas acho que nunca vi Olívia tão irritada. E estou meio que me divertindo. —Que tal isso, para começar? — Ela bate um contrato grosso contra a mesa. Eu reconheço minha caligrafia na primeira página. —Oh, isso. — Tomo um gole de café. —Cesse o ato de playboy arrogante, isso é sério, Fitz. — Os olhos de Olívia se arregalam. —Entrar em um acordo legal como este é um algo muito importante. Nós selecionamos potenciais clientes durante semanas antes mesmo de enviar uma lista restrita para a Rebecca. E você acabou de se casar com ela em um capricho! —Na verdade, foi em uma quinta-feira, — atiro de volta, sorrindo, mas ela claramente não está com humor para isso. —Não trabalhei tão duro para você estragar tudo para ela. Você sabe por que ela precisava de um marido falso? —Algo sobre uma herança. — Dou de ombros. Olívia franze a testa em desaprovação. —Ela está tentando salvar o prédio onde mora. Não porque quer ganhar dinheiro rápido, mas porque se importa com as pessoas que moram lá. Ela é uma boa pessoa, Fitz, e não vou deixar você arriscar tudo com seus jogos imprudentes.


Eu paro. Sei que todo mundo acha que eu sou um charmoso desperdício de tempo, e com certeza, talvez eu interprete esse papel, mas passei a conhecer Olívia nos últimos meses, e dói em apenas tê-la pensando que vou estragar isso. —Entendo o contrato que assinei, — digo, na defensiva. —E acredite ou não, eu estava tentando ajudar. Ela disse que seria apenas por algumas semanas. Posso cooperar até que tudo esteja legalizado com o testamento. A menos que você pense que eu vou estragar tudo só por puro prazer, — não consigo evitar em acrescentar. Olívia relaxa. —Eu não acho que você faria isso, — ela suspira. —É apenas... você não é exatamente confiável. Quando foi a última vez que você assumiu um compromisso além do de meia hora em uma barbearia? —Demora mais do que trinta minutos para me deixar tão bonito assim, — eu falo. Olívia não sorri. —Isto é exatamente o que quero dizer. Você acha que isso é apenas mais uma das suas piadas picantes, mas Rebecca está apostando tudo nisso. Ela trabalha duro e está tentando fazer a diferença. Ao contrário de você. Olívia não diz isso, mas consigo ler nas entrelinhas. —Relaxe, querida. — Abro outro sorriso para ela, escondendo o meu aborrecimento com a minha atitude descuidada, já uma marca registrada. —Becca e eu já estamos nos


conhecendo. Seremos o melhor casal de mentira da cidade antes que o fim de semana acabe. —Ênfase no de mentira. — Olívia me dá outro olhar suspeito. —Ela não é uma das suas garotas festeiras, as quais você pode simplesmente se mandar para Vegas e nunca mais vê-las. —Eu sei. Becca me parece mais o tipo de garota de South Beach. —Ou talvez das Bahamas... O que você acha? — Acrescento, sabendo que ela está muito perto de perder a paciência. —Uma semana numa praia tropical seria contra as regras contratuais? Ouvi dizer que eles ficam nus lá. Olívia revira os olhos. —Você é impossível. —Por que, obrigada. — Tiro uma nota de cem dólares e jogo na mesa. —Agora, se você me der licença, tenho um compromisso com minha nova esposa. Você não quer que eu a deixe esperando, não é? — Eu me afasto antes que ela possa responder. Imaturo, eu sei, mas não posso evitar. Quando todos esperam que você aja como um idiota arrogante, algumas vezes é mais fácil simplesmente dar a eles o que querem. Além disso, Olívia está perdendo seu tempo dando-me um sermão. Posso ter casado com Becca pela diversão, mas não vou voltar atrás na minha palavra. Bem, com exceção do —até a morte nos separar.

ENCAMINHO-ME para encontrar Becca para nossa sessão de estudos, imaginando que tipo de campo de treinamento para


namorados minha nova noiva planejou. De qualquer forma, é uma mudança da minha rotina habitual de fim de semana - e estou realmente ansioso por isso. Apesar de tudo o que disse para Olívia, tenho me sentido meio... inquieto ultimamente. Toda a rotina de playboy se torna obsoleta depois de um tempo e há tantas coelhinhas da Playboy com as quais se pode brincar antes de desejar que elas voltem para a escola e planejarem sua aposentadoria - e com Luke se contentando com a felicidade doméstica, fiquei desfalcado do meu parceiro de escapadas selvagens. É parte da razão de eu dizer ‘Eu aceito’ para Becca. Afinal de contas, aparentemente, uma mudança é tão boa quanto um descanso, então talvez ser casado de mentira faça mais para me dar uma sacudida da minha zona de conforto do que uma semana em um spa dos Alpes. E se não der, bem, os Alpes vão esperar. Verifico o endereço que ela me enviou e adentro mais ainda em Greenwich Village, uma área da cidade cheia de ruas estreitas de paralelepípedos, prédios de arenito e lojas de moda. É um dia adorável na cidade, flores nas árvores e pessoas que realmente sorriem nas calçadas, em vez de abrir caminho com uma cara feia. Eu tenho que admitir, estou curioso sobre o famoso prédio que está causando todo esse drama. Ela não poderia encontrar outro lugar para viver, em vez de embarcar nesse falso plano matrimonial? Waverly Place, 132... Olho para cima, chegando ao lugar. Parece razoavelmente comum, apenas um prédio de tijolos vermelhos em uma rua arborizada. Havia um café moderno do outro lado da rua, uma loja


bem fashionista ao lado e dois homens elegantes de sessenta anos sentados na estreita varanda, folheando páginas do jornal e bebendo em canecas coloridas. Um olha para cima e me vê em pé aqui. —Bom dia, — ele grita. —Posso ajudar? —Estou procurando pela Rebecca, — eu digo, subindo as escadas. Os homens trocam um olhar. —Você é daquele escritório de advocacia?, — Pergunta, parecendo desconfiado. —Não. Eu sou... um amigo dela, — decido dizer. Não faço ideia se ela virá a público com esse casamento, mas algo me diz que ela mantém sua vida pessoal em sigilo. Isto é, quando ela não entorna cinco doses de tequila,. —Bem, pode subir. — Os olhares suspeitos são substituídos por sorrisos. —Qualquer amigo da querida Becca é um dos nossos amigos. Eu sou Stanley e este é Lionel. —Fitz, — eu digo, apertando suas mãos. Stanley parece que está indo para os Hamptons em um terno de linho branco, e Lionel está vestindo um colete de suéter vermelho bastante elegante. — Prazer em conhecê-los. —Um inglês!, — Exclama Lionel. —De onde você é? Passei um ano maravilhoso lá nos anos 80, pisando nos palcos em West End.


—Eu cresci em Sussex, — eu digo. —Mas não tenho voltado lá faz algum tempo. E, se Deus quiser, onde não voltarei durante muito tempo também. —O interior, não há nada como aquilo. — Ele suspira feliz. — Todas as colinas bucólicas e vales musgosos, dá para ver de onde Keats conseguiu sua inspiração. —Oh, garoto, você está pronto para isso, — Stanley ri, dandolhe um empurrão bem-humorado. —Faça com que ele recite a 'Ode to a Nightingale' e ficaremos aqui a semana toda. Eu ri. —Sempre me interessei mais por Byron, mesmo. Lionel aperta o peito dramaticamente. — Ela anda em beleza, como a noite... —Fitz! Becca nos interrompe, saindo rapidamente pelas portas. Ela vestia uma blusa estampada e jeans que se colava em toda sua figura bem torneada, seu cabelo castanho caindo em ondas e um olhar seriamente perturbado em seu rosto. Eu sorrio. No que diz respeito a esposas falsas, consegui uma gostosa. —Oi, — ela deixa escapar. —Você chegou cedo. Há quanto tempo você está aqui? — Ela pergunta, seus olhos se movendo nervosamente entre mim e seus vizinhos. Ela definitivamente não contou a eles sobre nós.


—Oh, estamos andando junto há séculos. Somos velhos amigos, — pisquei, provocando. Becca engole em seco visivelmente. —Ótimo! — Sua voz está aguda. Ela está claramente perdendo a cabeça, e finalmente fico com pena dela. —Senhores, foi um prazer, — digo aos outros. —Mas nós temos planos. —Vejo você em breve, espero. — Stanley olha ansiosamente para Becca. —Já faz muito tempo desde que Rebecca teve algum amigo. —Stanley... — Ela olha, e ele ri. —O que? Estou apenas dizendo. Aproveitem seus planos... Eu mal tenho tempo de me despedir antes de Becca me arrastar para dentro. —O que você disse a eles? — Ela exige no minuto em que a porta se fecha atrás de nós. —Você quer dizer que eu não deveria convidá-los para a nossa recepção de casamento? Becca suspira. —Você não fez isso! Eu sorrio. Suas bochechas ficam rosa quando ela está em pânico. —Não, eu não fiz. Presumi que você gostaria de manter nossas núpcias em segredo? —Sim. Por favor. — Ela exala em um suspiro. —Todos eles se metem demais na minha vida romântica. Certa vez, tive um encontro e fomos interrompidos três vezes diferentes por alguém


que batia à porta para pedir uma xícara de açúcar. Provavelmente foi uma coisa boa, — acrescenta ela. —Assim que tivemos um momento de paz, ele perguntou se eu queria saber a verdade sobre o 11 de setembro. —Ai. — Estremeço. —Flertei com uma garota da teoria da conspiração uma vez. Ela parecia perfeitamente doce, até que eu mencionei o globo, e então ela insistiu que a terra era realmente plana. Plana! Becca ri. —Bem, pelo menos você não ficará preso em um encontro ruim até o próximo mês. Certo? — Ela me dá um olhar afiado e eu sorrio. —É esse o seu jeito de me pedir para ser fiel? Ela revira os olhos e se dirige para as escadas. —Vamos lá, temos muito trabalho a fazer se vamos estar prontos para jantar com Brett hoje à noite. Eu a sigo para cima, olhando em volta pela primeira vez. É um edifício encantador, com muita luz e detalhes característicos. — Quantos apartamentos existem? — Eu pergunto, meu cérebro zumbindo. —Dois em cada andar, além do apartamento porão. Marigold morava lá e cuidava do jardim.

do

Sete apartamentos, neste bairro, neste mercado...? —Você sabe o quanto esse lugar vale?, — Pergunto. Becca sacode a cabeça. —Eu já te disse, não é sobre dinheiro. Você não pode colocar um preço em um lar.


—Você pode, se esse preço é de dez milhões de dólares, — eu respondo. Becca congela. —O que?! —Neste bairro? No mínimo. Um amigo meu acabou de comprar um prédio algumas ruas depois, —digo a ela. — Reformado de cima a baixo, com certeza, mas nem queira saber quanto ele pagou. —Oh. — Becca pisca para mim por um momento, depois encolhe os ombros e começa a subir novamente. —De qualquer forma, isso não faz diferença. Eu não estou planejando vender. Marigold confiou em mim para manter as coisas exatamente iguais. Eu não tenho certeza se ela é leal ou simplesmente louca, mas de qualquer forma, eu tenho que admirar sua determinação. Poucas pessoas permaneceriam firmes diante de riquezas como essa. Na verdade, não consigo pensar em ninguém. Especialmente não se seus tênis estivessem praticamente descolando como os de Becca. Ela para em um apartamento no segundo andar e abre a porta. —Este é o meu. Eu a sigo para dentro, olhando curiosamente ao redor. É espaçoso e acolhedor, com uma coleção incompatível de móveis vintage e estantes repletas de livros e quinquilharias. E, finalmente, percebo a personalidade de Becca aqui: colorida, e com vislumbres de loucura brotando no limite. Eu me aproximo da estante de


livros. Há uma fileira de souvenirs na prateleira, pequenas peças de todo o mundo. Uma pequena torre Eiffel, as pirâmides, um modelo do Big Ben... Becca se vira e me vê olhando as estantes de livros. —O que você está fazendo? —Sempre acho que se pode dizer muito sobre uma pessoa pelo espaço onde mora, — eu digo. Além disso, estou simplesmente curioso. —Sério? — Becca parece divertida. —Então, o que uma cobertura de luxo diz sobre você? —Que eu sou um homem de gosto refinado e elegância. — Eu sorrio. Ela bufa. —Ou você é preguiçoso e sem originalidade. Só me interessa viver a vida ao máximo, — ela cita, zombando. —Por que me amarrar ainda? Eu reconheço a entrevista e escondo um estremecimento. Eu não esperava uma sondagem sobre política mundial, mas acabou que a jornalista só perguntou bobagens e... o meu número de telefone. Ainda assim, não serei o estraga-prazeres de Becca. —Alguém andou fazendo sua pesquisa, — eu provoco. —Você gostou da sessão de fotos? Eles insistiram que eu ficasse sem camisa. Aparentemente, foi a capa mais vendida de todos os tempos. Becca sacode a cabeça, mas não consegue esconder um sorriso. —Vamos lá, temos muito trabalho a fazer. Brett vai estar à


procura de qualquer falha em nossa história. Precisamos saber de tudo um do outro! —Exatamente. De onde vêm esses souvenirs, — eu digo. — Lembranças de suas viagens? Becca ri. —Umm, não. Eu nunca saí do país, ao menos que você conte a viagem só de garotas para Montreal. Meus amigos os trazem para mim, — diz ela. —Um dia quem sabe... Eu noto a expressão melancólica em seu olhar. —Dez milhões de dólares lhe comprariam uma enorme quantidade de milhas aéreas, — aponto. —E uma vida de culpa por trair todos os meus amigos, — ela dispara de volta. —Vamos, organizei uns cartões de memorização. Com certeza, a mesa está bem organizada com papelada. Mas me demoro, notando uma capa dura familiar na prateleira. Eu sorrio. —Você gosta dos livros do Alex Chase? Becca parece surpresa. —Adoro eles. É como um Indiana Jones moderno, caça ao tesouro ao redor do mundo... Você nunca sabe onde o próximo livro vai levá-lo. —As críticas sobre aqui foram mistas, — eu digo, segurando-o em minhas mãos. —As pessoas odiaram que ele matou... —NÃO! — Becca grita. —Alerta de spoiler! — Ela coloca as mãos sobre as orelhas e começa a cantar. —La- la, eu não posso te ouvir! Eu rio do pânico dela. —Relaxe, não vou contar.


Ela abaixa as mãos. —Estou surpresa por você ser um fã, — diz ela, dando-me um olhar interrogativo. —Por quê? Eu sei ler, você sabe. Ela sorri. —Bem, sim, mas você não me parece o tipo de cara que fica sozinho com um bom livro até tarde da noite. —Quem disse que estou sozinho enquanto leio? — Arqueio as sobrancelhas, e ela revira os olhos. —Vê? Estou surpresa que você tenha atenção suficiente para passar de um único capítulo. Escondo um sorriso. Ela realmente não faz ideia... —Faço todos os tipos de coisas, as quais você não pode nem imaginar. — E dou-lhe um olhar ardente que geralmente transforma as mulheres em fãs desorientadas e sem fôlego. Becca apenas bufa. —Chega de brincar. Hora de trabalhar. Me fale sobre sua família. Você disse que eles estavam na Inglaterra? Quaisquer irmãos? —Não. Filho único. Nós não falamos muito. Eu sou a maior decepção deles. Becca estremece. —Eu também. —Sério? — Eu me viro, surpreso. Becca é inteligente, bonita e irritantemente calorosa. Quem poderia estar desapontado por isso? Ela dá de ombros. —Eles são bem chegados à status e aparências. Quando lhes disse que estava abandonando a faculdade


de medicina, eles agiram como se eu tivesse acabado de anunciar que estava ingressando em uma seita de sexo. Eles amariam você, — ela acrescenta. —Nossa. Obrigado. —Não, desculpe, eu só quis dize que você parece muito bemsucedido, — Becca se corrige. —Qual o negócio da sua família, afinal? Seguros? —Sim. Mas eles me deserdaram anos atrás, — digo a ela alegremente. —Aparentemente, não nasci para lidar com papelada durante o dia todo e fumar charutos com magnatas centenários dos negócios. Becca franze a testa. —Espere, se você não um playboy ricaço, o que você faz para viver? Eu sorrio. —O que eu quiser. —Mas... —Chega de falar sobre mim, — eu a interrompo antes que ela mergulhasse em meus assuntos particulares. Meu negócio privado e ultrassecreto que ninguém, nem mesmo meus amigos mais íntimos, conhecem. —Conte-me sobre você, — eu digo, caminhando para me juntar a ela na mesa. —Afinal, preciso saber algo sobre a nova Sra. Fitzgerald


Becca muda de atitude. —Certo, preparei uma visão geral rápida sobre toda a minha vida, — ela começa entregandome uma folha. —Sério? — Eu rio, esquadrinhando a página. Escolas, registros de emprego, histórico médico... —Vamos lá, isso não é o material que precisamos para executar o esquema. Becca franze a testa. —O que você quer dizer? —Só que não consigo me lembrar da última vez que um encontro e eu comparei histórico de notas , — eu sorrio. —E nem é porque não usamos isso na Inglaterra. —Vocês não usam? — Becca franze a testa e faz uma anotação. Eu pego a caneta dela. —Nada disso vai comprovar nosso relacionamento à Brett. Deixe o guia de estudo para lá, — digo a ela, ficando de pé. — É hora de uma aula de campo.

ARRASTO Becca escada abaixo, para o mundo real. Compramos cafés num local do outro lado da rua, e depois passeamos pelo bairro, enquanto Becca tentava me fazer perguntas sobre toda a minha história pessoal. —Tamanho de sapato? Idade que você perdeu virgindade? Ah, e qual é o nome de solteira de sua mãe? —

sua

Eu rio, me divertindo com o empenho dela. Dá para dizer que na escola ela sentava na fileira da frente, enquanto eu já estava


matando aula para flertar com a enfermeira estudantil. —Calminha aí, Tigresa. Casais de verdade sabem mais do que simples fatos. —E como você sabe? — Ela dispara de volta, parecendo irritada. —Ai. Você me pegou. — Agarro meu peito dramaticamente. — Olha, pense nas pessoas que você conhece que estão apaixonadas. Eles não trocam as notas do histórico escolar, as quais, a propósito, as suas são excelentes. Você sabe que eles de verdade por causa do jeito que agem juntos. — Penso no meu amigo Luke e sua namorada Stella. —Como ficam relaxados, terminando as frases um do outro, compartilhando piadas particulares e tocando um ao outro sem nem perceber. —Você quer que nos toquemos, é isso? — Becca cruza os braços e eu sorrio. —Não, mas se você conseguir segurar minha mão sem vacilar, já seria um começo. Becca respira fundo e depois, com relutância, estende sua minha mão. —Sim, — ela exige, quando eu não a tomo. —Pensei que estávamos praticando. —Você me faz sentir tão querido, — eu provoco, entrelaçando meus dedos nos dela. São agradáveis. Quentes e leves nos meus. —Ok, segurar a mão, — Becca repete, como se estivesse checando alguma lista mental. —Posso fazer isso. O que mais?


Quero rir. Ela deve ter saído com um bando de caras - não há como uma mulher tão atraente e espirituosa quanto ela viver como uma freira - mas ela está agindo como se tivesse esquecido tudo sobre namoro. —Quem foi o último cara que você esteve envolvida? — Eu pergunto, mudando de tática. —Você não disse que costumava ser noiva? Becca faz uma pausa. —Sim... — Ela responde, parecendo relutante. —E você andou por aí dizendo às pessoas o tipo sanguíneo dele ou as alergias alimentares importantes? — Mostro-lhe os fatos. —Não. Mas ele era B negativo e não conseguia suportar moluscos, — acrescenta ela rapidamente. Eu rio. —Veja, nosso disfarce é esse: nós nos conhecemos recentemente e nos apaixonamos perdidamente. Ninguém vai esperar que saibamos de todos os detalhes sobre a vida um do outro, mas eles vão achar estranho se você parecer que chupou limão azedo toda vez que eu te beijar. —Haverá beijos? — Sua voz aumenta. Ela limpa a garganta. — Quero dizer, eu sei que haverá beijos, mas... não deveríamos ter um sinal? Ou uma palavra secreta? Aí, você sabe, para eu poder me preparar. — —Puxa, obrigado. — Se eu não estivesse me divertindo tanto com o quão nervosa ela estava ficando, eu estaria ofendido. Felizmente, é preciso muito para ferir meu orgulho.


Eu a puxo com força, para que ela pare, e a viro para que ela me encare. —Veja, para um observador casual, somos como qualquer outro casal apaixonado, — digo a ela. Eu me aproximo e afasto o cabelo dos seus olhos, e embora Becca congele, ela não recua. Progresso. Seus olhos têm um toque de avelã, percebo. Ela recupera o fôlego. —Por que você está sendo tão legal sobre isso? Quero dizer, você não precisa estar aqui. Fazendo... isto. Isto parece muito bom. Eu a puxo para mais perto, apreciando o cheiro de seu xampu de morango, e a maneira como a blusa dela esvoaça-se na brisa. —E se eu te dissesse que admiro o que você está fazendo? —Mentindo para o mundo para enganar alguém sobre algo que é, provavelmente,sua a herança legítima? — Becca se abre. Eu sorrio. —Isso também. — Minha voz diminui quando olho em seus olhos, sentindo-me estranhamente sentimental. —Você se preocupa com algo e quer fazer a diferença. Nem todo mundo pode dizer isso. Becca fica cor-de-rosa. —Você me faz soar como uma espécie de Madre Teresa. —Não, você é muito mais gostosa do que ela, — eu sorrio. — Embora, ouvi dizer que ela gostava de festejar com aquele vinho da comunhão. Becca bate no meu braço, rindo. —Fitz!


—O que? Só estou comentando. Há uma razão pela qual todos pensaram que ela era uma santa! Becca caminha, ainda rindo. Ela prende o braço ao meu, e realmente parece natural desta vez. Como se realmente fôssemos um desses casais indo passear no fim de semana, numa felicidade monogâmica e comprometida. Sempre achei que eles fossem uns otários, comprando antiguidades quando poderiam esta se curando de uma ressaca épica ou ficando suados com um amante flexível. Mas agora, não posso dizer que me importo. Porque ei, isso é apenas temporário. Venha no próximo mês, e voltarei aos meus velhos truques, e Becca aqui, estará ligada a um novo amigo apaixonado por cartões de memorização. —Lembre-se de manter as mãos longe da garçonete, — diz ela de repente. —Eu vi você com a bartender na outra noite, e passar seu número para outra mulher não grita exatamente fidelidade. —Eu não sei, os franceses acham que isso pode levar a um casamento longo e saudável, — faço graça, e Becca arranca seu braço do meu com um suspiro. —Deus ajude qualquer mulher que acha que possa mudar você, — ela murmura, franzindo o cenho. —Você é uma causa perdida. —Basta lembrar-se da sua sorte em me ter, — eu devolvo. — Eu não vi exatamente um fila de homens para lhe levar ao altar.


—Obrigada pela lembrança. Que tal fazermos disso uma caminhada silenciosa? Ah, felicidade conjugal.


O QUE se veste para um jantar com seu marido falso e o babaca idiota determinado a provar que seu casamento é uma farsa? —Não tenho nada para vestir! — Lamento desesperadamente enquanto escavo o meu closet lamentável. —E quanto ao seu vestido vermelho? — Poppy pondera via Face Time de outro plantão de fim de semana no escritório. Eu o encontro amassado nas profundezas e o pego. Estremeço. Ele sempre foi tão curto... E apertado...? —Estou com pelo menos, dez quilos e dois tamanhos a mais para isso. — Jogo-o de volta com um suspiro. —Pensei que se casar significava que eu poderia ficar relaxada. Você sabe, pare de raspar minhas pernas e me maquiar, porque já o conquistei. Poppy ri. —Só se você quiser se divorciar dentro de um ano. O que... realmente funcionaria na sua situação. Eu pauso, olhando minha calça favorita com saudade. Mas se há alguma possibilidade de fazer esse casamento parecer menos credível com Fitz, seria eu aparecendo como uma sem-teto. —Ele é o cara que namora supermodelos e celebridades de verdade, — eu


choramingo. —Ninguém vai acreditar que ele está andando comigo. —Primeiro, você é linda, quando se esforça para realmente escovar o cabelo. — Poppy sorri. —E segundo, ele não é do tipo imprudente e espontâneo. Pessoas ricas fazem coisas estúpidas o tempo todo e ninguém dá a mínima. A herdeira da Topshop não teve um bebê com o mendigo, Hot Felon? —Pelo menos ele tinha um corpo sarado. — Pego meu top de malhar. O mesmo que uso para trabalhar. Urgh.Tenho comido feito uma louca estressada desde que Marigold morreu. Não, risque isso, desde que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, me largou como um sofá quebrado no depósito de lixo. Não me arrependi da poção extra de purê de batata e alho na época, mas agora...? Há uma batida na porta. —Espere um pouco, — digo a Poppy, e vou atender à porta. —Rebecca, olá. — É minha vizinha do andar de cima, Olga. Ela tem 40 anos, uma alemã chique e totalmente intimidadora que é uma espécie de terapeuta sexual/psiquiatra. Ela está sempre nos ensinando sobre nos —integrar com nosso eu sexual— e, claramente, ela pratica o que ensina, porque seu marido é um cara loiro e robusto de 20 e poucos anos, que poderia estampar o pôster central como um marceneiro. Em outras palavras, ela me surpreende e me assusta em igual medida.


—Olga, oi, — eu digo, envolvendo meu roupão apertado em torno de mim. Não que isso importe. Olga é conhecida por tomar sol ,nua, no telhado. —Tudo bem? —Eu me perguntava se eu poderia pegar um pouco de mel emprestado. —Mel? — Penso no conteúdo patético da minha despensa. — Desculpe, acho que estou sem. Tenho açúcar, se servir. —Não, não vai funcionar, — responde Olga. —Os grãos deterioram o látex. Obrigada mesmo assim. Ela dá um rápido aceno de cabeça e volta para sua noite selvagem de látex e substâncias pegajosas. Manda ver, Olga. Corro de volta para o meu quarto, mas surpresa, surpresa, meu armário não foi reabastecido pelo gênio da moda. —É inútil, — eu gemo, afundando na minha cama. —Só há um jeito de resolver isso! — Poppy declara. Estremeço —E preciso fazer? —Melhore, florzinha. Só há uma maneira de você perder alguns centímetros da noite para o dia e caber na sua calça skinny. —Eu sei. — Vou para o meu armário e alcanço a parte de cima. Abominadas e relutantemente admiradas ao mesmo tempo, apenas a visão delas é suficiente para causar medo nos corações das mulheres.


Está na hora da minha cinta modeladora de emergência. ESPREMER- me nesse traje de tortura medieval não é legal, mas quando encontro Fitz no restaurante, posso dizer que realmente me sai bem. Por algum milagre (ou façanha do modelo do vestido), de fato me encaixei em meu provocador vestido vermelho e depois de quarenta minutos com meu secador de cabelo, meus cachos bagunçados são domados em algo elegante e vagamente estiloso. Nada mal, Becca. Observo-me na janela, antes de ver Fitz no saguão do lado de dentro. Vestido com um terno de grife de corte perfeito e camisa branca. Flertando com a anfitriã amazona de um metro e oitenta e três de altura. De repente, não me sinto mais como uma sereia sexy e sim como um morango passado. Então, ele se vira, me vê e acena. —Querida. — Ele lança um sorriso de parar o coração quando eu entro. E por um momento, vacilo na minha sandália plataforma, porque aquele terno, com aquele corpo, e seu rosto...? Olá, amante. —Você está linda, — diz Fitz, movendo-se para me beijar na bochecha. Sinto um cheiro de colônia e um roçar do calor de seu corpo e, de repente, fico tonta. Nem me importa que essa atuação seja digna do Oscar. Esse show poderia se prolongar?


—Fitz, oi. — Limpo a garganta e tento me lembrar do plano. O que envolve agir como felizes recém-casados . Consigo lidar com isso. Deslizo a mão ao redor da cintura dele, sentindo uma definição retesada por baixo do tecido luxuoso. —Como foi o resto do seu dia? — Pergunto, tentando olhar para ele sem ficar confusa e envergonhada. Mas de repente, parece que estou olhando para o Sol. Eu não sei para onde olhar. —Muito bom, — responde Fitz. —Mas senti sua falta. Seus olhos azuis fixam-se nos meus. Ele estende sua mão para tocar minha bochecha. E meio que desfaleço ali mesmo. Porra, ele é bom. Limpo a garganta, tentando lembrar-me de todas aquelas cláusulas na papelada sobre manter as coisas profissionais. Demonstrações públicas de afeto apenas em torno de outras pessoas. Mãos acima da cintura. E definitivamente, absolutamente nada de sexo. —Becca. Sobressalto-me em apenas ouvir a voz de Brett, e, quando me viro, ele está entrando, vestindo um terno horrível de risca de giz , com uma mulher em seu braço. Eu sei que essa disputa legal não tem sido nada além de dolorida e estressante para mim, desde o momento em que o advogado de Marigold leu o testamento, mas quase, quase vale a pena pela expressão no rosto de Brett quando ele vê Fitz ao meu lado.


—Eu... Ah... Você... — Ele fala. Eu sorrio. —Brett, este é meu marido, Fitz. Brett tosse, ficando vermelho brilhante. —Eu, ah, sei. Conhecemos-nos em uma partida de polo para a caridade no ano passado. —Nós nos conhecemos? — Fitz dá um sorriso suave enquanto ele aperta sua mão. —Eu realmente não me lembro de você. —Dickie Watson nos apresentou? — Brett pressiona. —Eu vestia uma camisa rosa, e você havia acabado de voltar de uma viagem do Lago Como? Conversamos sobre vinho? Tento não rir. Brett está bem animadinho para os lados de Fitz no momento, e Fitz não está nem aí. Meu belo marido dá de ombros. —Desculpe, não consigo me lembrar. Mas lembro-me de Dickie, — acrescenta ele, torcendo a faca. —Diga olá por mim. A expressão de Brett desmorona. Ele me olha de volta. —Você se casou com ele? — Ele pergunta, em clara descrença. —Eu sei, não é ótimo? — , Digo rápido. —E quem é sua amiga? Brett se vira, finalmente lembrando-se da sua acompanhante do jantar. —Esta é Vanessa, — diz ele, apresentando a loira ao lado dele. Ela vestia com um top e calças de linho de aparência cara, com joias de ouro pendendo de seus pulsos de palito. Definitivamente, ela não está usando cinta modeladora. Na verdade, aposto um uma boa quantia que ela sequer tenha provado


manteiga na última década. Ainda assim, só porque ela é uma mulher linda e magra, a qual se voluntariou livremente para passar a noite com Brett, não significa que ela não seja uma pessoa adorável, certo? —Oi, Vanessa, — eu a cumprimento com um sorriso. —É um prazer te conhecer. —Você tem batom nos dentes, — diz ela categoricamente, a mão tão mole quanto um macarrão na minha. —Oh. — Eu hesito, mas Fitz coloca um braço em volta de mim. —Isso é minha culpa , — diz ele com uma risada. —Estou sempre estragando a maquiagem dela. Eu já lhe disse, apenas não use batom, porque se eu quiser te beijar... Bem, vou ter que borrálo. Não é verdade, querida? Ele sorri para mim. E sorrio de volta. Brett e Vanessa olham intensamente. —Sua mesa está pronta. — A recepcionista se materializa. — Sigam-me. Exalo em alívio. —Ótimo! Estou faminta. O que é esse lugar, afinal? — Pergunto, olhando em volta enquanto atravessamos a sala. É todo em madeira clara e toalhas brancas, cheio de pessoas super chiques. —Saline. — Brett responde, estufando o peito. —É novo. Há uma espera de um mês para reservas, mas consegui mexer uns pauzinhos. —Ótimo.


Ficamos em uma mesa no canto. Enquanto Brett discute com o sommelier sobre a lista de vinhos, Fitz chama minha atenção. Ele se inclina mais perto, sussurrando: —Como você está se sentindo? —Ok, — murmuro de volta, tentando não tremer com o roçar dos lábios dele contra o meu ouvido. —Eu só quero acabar com isso. —Ei, pelo menos vamos comer, — diz Fitz com uma piscadela. Mas quando dou uma olhada no menu, percebo que sua confiança é exagerada. Carpaccio de beterraba cru com pólen de erva-doce. Caldo de osso com folhas de aipo. Abacate confitado com couve desidratada. Isso é comida?! —Em qual temperatura o caldo é preparado? — Vanessa pergunta ao garçom quando ele chega para anotar nossos pedidos. —Porque segundo as pesquisas, os benefícios nutricionais diminuem em temperaturas mais altas. Eu pisco. Vanessa me vê observando-a. —Saúde é minha profissão, — diz ela presunçosamente. —Ah, você é nutricionista?, — Pergunto. —Não. Influenciadora. —Vanessa tem mais no Instagram, — Brett fala.

de

cinquenta

mil

seguidores


—Eu vendo uma variedade de biquínis vegan com slogans empoderados, — acrescenta ela. —A positividade corporal é uma causa vital. É por isso que meu alcance vai até ao tamanho 38! Tenho que disfarçar minha risada com uma tosse. —Você está bem, docinho? — Fitz pergunta, estendo as mãos para esfregar minhas costas. — Ãhammm — eu digo, tomando um gole de água. — Obrigado, bombomzinho. Ele sorri para mim, como se eu fosse a única mulher na sala, e esqueço de mim mesma por um minuto. Porque, uau. —Então, como vocês se conheceram? — A pergunta de Brett corta meu torpor. —É uma história engraçada, na verdade, — começa Fitz. Eu olho para ele, confusa. —Não é realmente. — Eu já defini nosso disfarce, algo suave e esquecível que não levantaria nenhuma pergunta. —Estávamos na fila do supermercado. Fitz pega minha mão e aperta. —Tudo bem, você não precisa mentir para eles. —Não preciso? — Eu aperto a sua significativamente. Onde ele quer chegar com isso?

de

volta

—Nós não estávamos no supermercado. — Fitz se volta para Brett e Vanessa. —Nós nos conhecemos comprando brinquedos sexuais.


Nós O QUE?! —Eu procurava por algemas, Becca estava olhando o... como você o chama, querida? — Fitz se vira para mim, claramente se divertindo. —Aquele seu vibrador, aquele com as pequenas orelhas de coelho. —O coelho! — Vanessa exclama. —É isso. — Fitz bate na mesa. —Ótimo aparelhozinho, não é? Tivemos momentos divertidos com ele, posso afirmar. — Oh. Meu. Deus. Não consigo acreditar que ele está fazendo isso. —Fitz... — Eu grunho com os dentes cerrados. —Esta não é uma história para contar em público. —Oh, não se preocupe. Somos todos amigos aqui, — diz Fitz alegremente. —De qualquer forma, nossos olhos se encontraram sobre o lubrificante KY e, do nada, foi amor. Levamos nossas novas compras de volta para minha casa, e não saímos, bem, por tempo suficiente até meu porteiro enviar um cara para saber se estávamos vivos. Ele ri alegremente. Eu me pergunto se é tarde demais para fugir para os banheiros e nunca mais voltar. —Awww, tão romântico, — Vanessa murmura. —E travesso também. Qual é a dos caras e algemas? — Ela me pergunta, rindo. —Brett adora quando eu ando sobre suas costas nos meus Louboutins de 12 centímetros. Engulo meu vinho. Eu não precisava saber disso.


—Então, aqui estamos nós. — Fitz coloca um braço em volta do meu ombro. —Felizmente casados. E tenho que te dizer, não há nada como sexo de recém-casados para apimentar as coisas. Estou certo, Ursinha Pooh? Eu vou matá-lo. —Bem, ele está encobrindo algumas coisas, — eu digo, querendo apagar esse sorriso de seu rosto. —Como a sua ansiedade de desempenho. Mas tudo bem, acontece com a maioria dos caras depois de algumas doses de bebidas. E uma vez que nós descobrimos que ele só conseguiria erguer o mastro depois de ver os vídeos do My Little Pony no YouTube, foi fácil navegar a partir daí! O queixo de Fitz cai. E continuo radiante. —Além disso, o tratamento capilar está indo bem, vocês não acham? Não dá nem para dizer que não é o cabelo natural dele. —Baby, uma palavrinha? — Fitz olha para mim. Acaricio sua mão. —Ahhh, eu sei que você é tímido, mas como você disse, somos todos amigos aqui. Felizmente, nossos pratos principais chegam, então evitamos nos degladiar. Infelizmente, o chef parece ser um marciano que não encontrou o conceito de comida. Eu cutuco um fio de algo verde e pegajoso. Fitz não parece estar se saindo melhor com sua cobertura de laranja polvilhada com pó preto. A única que parece feliz é Vanessa, que pega seu celular e tira fotos de seu prato. — Hashtag saudável! — Ela sorri.


Vou precisar de outra bebida. —Ainda não entendo, — diz Brett, franzindo a testa com a boca cheia de algo rosa. —Casar é um grande passo. Quando tudo isso aconteceu? —Assim que ela disse sim, — Fitz respondeu. —Quero dizer, quando uma mulher como Becca concorda em ser sua esposa, você não quer esperar. Eu não poderia arriscar que ela mudasse de ideia, poderia? — Ele pega minha mão e olha para mim apaixonado, e mesmo que eu saiba que tudo é fingimento, ainda faz com que alguma coisa se agite em meu peito. Não me lembro da última vez que um homem me olhou assim. Como se eu fosse a única mulher no mundo. Na verdade, não acho que alguém já tenha olhado. O que é deprimente o suficiente para me trazer de volta à terra com um baque. Engulo em seco. —Estamos muito felizes juntos, — eu digo a Brett rapidamente. —Só lamento que Marigold não esteja por perto para conhecê-lo. À menção de sua tia, Brett franze a testa. —Nunca entendi porque ela ficou na cidade em vez de se mudar para a casa de repouso na Flórida, como sugeri. —Talvez ela quisesse estar com seus amigos, — eu digo agradavelmente, não querendo entrar em outra discussão sobre sua família.


Ele bufa. —Teria tornado tudo mais simples se ela tivesse me dado o prédio anos atrás, como todo mundo queria. Mordo minha língua. A qual, atualmente, tem gosto de plástico, graças à minha escolha miserável para a entrada. —Entretanto, ela nunca seguia o fluxo, — reclama Brett. —Eu me lembro de que, mesmo quando criança, ela me enviava uns presentes estranhos feitos à mão, em vez das coisas que eu queria para o meu aniversário. Quer dizer, a velhota tinha dinheiro. Quem quer uma porra de um crochê? — Minha paciência explode. Marigold adorava crochê e passava meses trabalhando em peças especiais para sua família e amigos. —Você não tinha ideia de quem ela era —Querida, — Fitz me interrompe. Ele coloca uma mão em advertência no meu braço. —Eu sei que falar sobre Marigold lhe deixa emocionada. Por que você não vai se refrescar? Olho de volta. Mas ele está certo. Eu até lhe disse para fazer interferências se parecesse que eu despejaria um copo de água na cabeça de Brett. O que parece ser um excelente plano agora mesmo. Mas se um Brett normal é desconfiado e amargurado,um Brett encharcado me caçaria. Desculpe, Marigold. Envio uma desculpa silenciosa por não defender seu bom nome. E fico de pé. —Se você me der licença. Volto já.


Sigo meu caminho pela fileira de bambus falsos e entro no vasto banheiro de mármore branco. Por que as pessoas jogam água fria no rosto? Eu não quero estragar minha maquiagem, então coloco minhas mãos sob a torneira e respiro fundo. Quase lá, eu me tranquilizo. Apenas a sobremesa e o café, e vamos para casa. Ou, com base no que eu vi do menu, espuma de alfarroba em uma fatia de limão cru, com uma caneca de chá de grama embebida. A porta se abre e Vanessa entra. Meu coração afunda e forço um sorriso enquanto ela vai até o espelho e tira um batom de sua minúscula bolsa de mão. —Eu gosto de seus sapatos, — digo-lhe. A filosofia número um de Marigold era a de que quando tudo mais falhar, dê um elogio. E eles são fofos: de saltos tão altos que quebrariam meus tornozelos em dois. —Oh, obrigada, — se vangloria Vanessa. —Eles são de couro vegano, feitos à mão por aldeões artesãos no norte do Tibete. Eu pisco. —Bem, esses aldeões fizeram um ótimo trabalho. Ela se vira para mim e morde o lábio. —Eu não ia dizer nada antes, mas, bem, nós, garotas, temos que cuidar do bem-estar umas das outras. Você, realmente, deveria estar bebendo? — —O que você quer dizer? —Você sabe, na sua condição. — Vanessa olha para minha barriga, de forma significativa.


Ela está falando sério?! —Não estou grávida, — eu digo, tentando não parecer ofendida. —Mas obrigada pela preocupação! —Oh. — Seus olhos se arregalam. —Mas, se você não está... Então, por que ele...? —Casou comigo? — Eu terminei seu insulto por ela. —Eu não sei. Acho que sou apenas sortuda! —Uau. — Vanessa olha para mim como se estivesse me vendo pela primeira vez. —Isso é incrível. Sério, minhas amigas e eu o tínhamos em nossas listas de alvos, mas nunca pensamos que ele realmente se casaria. Uau. Uau. Limpo minha garganta. Ela me olha como se eu fosse um unicórnio que acabou de chegar da Terra do Doce. Fitz se casando comigo é de fato um truque de mágica? Espere, não quero saber a resposta para isso. —Como você fisgou ele? — Vanessa pergunta, ansiosa agora. —Porque eu estava quase lá com esse cara na Flórida, mas ele cancelou no último minuto, acabou com minha agenda. Eu já deveria estar grávida do meu primeiro filho , — ela continua, — me dedicando ao blog das mamães, e em vez disso, estou encalhada como a garota solteira na cidade, dos hashtag no café-da-manhã, das besteiras com hashtag para garotas. E Brett, quero dizer, ele finge ser um figurão, mas é tudo conversa. Se ele não conseguir esse negócio estúpido do condomínio, ele está basicamente falido. —Negócio do condomínio? — Eu sondei.


—Aham. Ele tem uma parceria com um empreiteiro, para transformar algum edifício em condomínios extravagantes e vender por milhões de dólares. Oh, espere. — Os olhos de Vanessa se arregalaram. —É por isso que ele está brigando com você, não é? Ops! Você não vai dizer nada. Acho que isso deveria ser um segredo. — —Não se preocupe. — Eu sorrio mais. —Fica apenas entre nós, garotas. Voltamos para a nossa mesa e, desta vez, estou determinada a manter a paz. Se Brett já se alinhou com um empreiteiro, ele procurará por qualquer desculpa para contestar o testamento e nos expulsar para o olho da rua. Isso significa que, não importa o que Fitz faça, ou o quão irritantes suas histórias fiquem , eu só preciso aguentar e sorrir como uma nova noiva feliz faria. Fitz me cumprimenta com um sorriso. —Sentindo-se melhor?, — Ele pergunta, condescendente. —Melhor, querido, — eu concordo. E pouco antes de poder despejar o resto da garrafa de vinho diretamente na minha garganta, ele fica de pé, e depois sobe em sua cadeira. —Posso ter sua atenção, por favor? — Ele fala para o resto dos clientes. Oh, meu Deus, e agora? O restaurante fica em silêncio e começo a me sentir muito mal. Ainda pior do que as pontadas de fome ricocheteando ao redor do meu estômago vazio.


—Agora, talvez alguns de vocês saibam, mas eu fiz um voto muito público de nunca me casar, — anuncia Fitz, sorrindo. —Mas tudo isso mudou quando conheci a mulher dos meus sonhos. Becca, — ele anuncia em voz alta, apontando para mim. — Você é o pão para a minha manteiga, a Khaleesi1 para o meu Khal Drogo2. Do que ele está falando? Eu não faço ideia. Só sei que há um salão inteiro de estranhos me encarando, e não há como escapar. — Eu te odeio , — balbucio para ele, mas Fitz apenas sorri mais ainda. —Eu também te amo, querida. E mal posso esperar para passar o resto da minha vida com você também. Essa música é para você. Manda ver! Ele salta da cadeira, bem na hora que a música começa a tocar alta e percebo que minha humilhação está apenas começando. Porque ele não escolheu algo elegante. Um pouco de Elvis ou Frank Sinatra para me fazer uma serenata com estilo. Não, ele tinha que ir direto para as coisas boas. Backstreet Boys. —You are my fire, my one desire... — Fitz canta alegremente. Minhas bochechas estão queimando, e quero rastejar para debaixo da mesa e nunca mais sair. Por que eu tive que me casar com alguém que adora chamar atenção? Não havia nenhum homem bacana com ágorafobia e antissocial por aí?

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e 2 Personagens de Game of Thrones


— Tell me why! — Ele canta, e se eu não estivesse planejando maneiras de matá-lo, eu admitiria que ele tem uma voz muito boa. Mas por que ele não poderia ter decidido mostrar seus dotes no bar de karaokê ou no chuveiro, como a maioria dos seres humanos normais? Enquanto a tortura continua, dou uma olhada ao redor da sala. Todo mundo está olhando para nós, sorrindo como se isso, de alguma forma, fosse uma forma aceitável de afeto e não um ataque direcionado. Fitz está sendo bem incisivo, e dá para ver algumas mulheres parecendo até com inveja. Podem ficar com ele! Eu quero chorar, mas isso provavelmente entregaria o jogo, então dou um sorriso quando Fitz arrasa, até mesmo mostrando alguns movimentos de dança. — I WANT IT THAAAAAAT WAY, — Fitz termina, e a sala explode em aplausos. Nem tenho tempo para sentir alívio por ele ter acabado, quando Fitz me põe de pé e me arrasta para os seus braços. —Isso foi pelo tratamento capilar, — murmura com um sorriso malicioso. Então, ele me inclina para trás bastante até próximo ao chão e me beija. Cara, ele beija mesmo. Talvez seja porque eu saiba que todos os olhos estão voltados para nós para fingirmos esse negócio de —relacionamento falso, — ou talvez seja o fato de que Fitz claramente se tornou um mestre na arte de deixar as mulheres caidinhas aos seus pés, porque fico sem forças para resistir.


Sua boca pressiona-se contra a minha, quente e sedutora. Sua língua relaxa meus lábios, de forma que fingir é a última coisa em minha mente, porque estamos de fato dando uns amassos aqui mesmo; minha cabeça gira e meu corpo todo acorda. Quente, profundo e forte. Fitz me beija como se fôssemos apenas nós dois, como se fôssemos dois adolescentes excitados na parte de trás de seu carro em uma noite de sexta-feira antes do toque de recolher. Como se ele fosse arrancar minhas roupas e me foder até eu perder os sentidos ali mesmo, no meio do restaurante. Ele me solta e recua com um floreio. Ofego por ar. E talvez minha calcinha também, porque ela deve ter derretido. Nosso público está assobiando e gritando, e até mesmo Vanessa parece verde de inveja. —Acho que é a nossa deixa para partirmos, — murmura Fitz, baixo, para que ninguém possa ouvir. —O que me diz, quer sair daqui e encontrar comida de verdade? Acho que nunca fiquei tão excitada na minha vida antes. —Desculpe, preciso leva-la para casa, — ele sorri largamente, apertando a mão de Brett e se despedindo tão rápido que eu poderia lhe dar uma medalha. —Vejo vocês em breve. Talvez no natal? Tchau! Ele pega minha mão e me arrasta para a saída. Estamos apenas a alguns passos da liberdade quando alguém sai de trás da bancada da recepcionista e fico cara a cara com...


Aquele-Que-Nรฃo-Deve-Ser-Nomeado. Marido falso, conheรงa o ex-noivo de verdade. Oh, Deus. O que eu faรงo agora?


OLHO para ele em descrença. Nova York pode ser grande e superlotada, mas se há uma única coisa onde ela é excelente é em evitar ex-namorados. Faz um ano desde que nos separamos, bem, desde que ele me largou do nada e partiu meu coração, e eu não o encontrei uma única vez. Mudei de Starbucks, mudei as rotas do metro para o trabalho e desisti do meu pequeno restaurante chinês favorito no final do seu quarteirão. E funcionou. Nada de esbarrar com ele na rua, com cabelos oleosos e qualquer roupa, nada de encontros estranhos à noite para conversa fiada sobre comida. Eu acho que os deuses reservaram todos os embaraços para esta noite. —Becca? — Lá está ele, parado bem na minha frente com aqueles óculos de aro de metal e a mesma expressão envergonhada em seu rosto. —É você. Uau. Quer dizer, ainda peguei a parte da música, mas... Você não acha que eu merecia uma serenata em público? De repente, estou aliviada por estar segurando a mão de Fitz. —Christian, — eu digo, minha cabeça girando. —Uh. Oi. Este é Fitz. — Empurrei-o para frente. —Meu marido.


As sobrancelhas de Christian se erguem. —Nossa. Parabéns para vocês, pessoal. Venha aqui, querida— diz ele, virando-se e depois ELA sai de trás da planta de bambu. Mary Jane —me chame de MJ— Prettyman. A escória, a ladra de noivo de um metro e sessenta e cinco, linda como uma rosa, daquelas que tricotam o próprio suéter. Com uma bola de praia enfiada debaixo do vestido e um brilho radiante no rosto. Não consigo desviar o olhar. Essa não é uma barriga de comida lutando para se libertar da sua cinta. Ela está gravida. Totalmente grávida. —Oh, meu Deus! — Ela dá gritinhos na minha direção e mim. —Isso é tão legal. Veja, eu sabia que sua história teria um final feliz também. Nós duas encontramos nossas almas gêmeas, do jeito que deveria ser. — Ela sorri para Christian, acariciando seu braço possessivamente. Meu queixo cai. Ela está falando sério agora? Fitz deve ter percebido minha incredulidade, porque gentilmente me encaminha para a porta. —Ótimo conhecer vocês, — ele fala atrás de nós. —Mas realmente temos que correr! Ele me leva para fora, até a metade da rua. Eu o sigo cegamente, presa em uma antiga onda de traição e amargura. Do jeito que deveria ser? Porra, essa garota tem nervos de aço escondidos sob o seu cardigã bordado.


—Então... — Fitz diz, assim que, finalmente, ficamos a uma distância segura do que pode ser oficialmente conhecido como o pior restaurante em todo o planeta. —Esse era o ex-noivo sobre o qual você não queria falar? —Sim. —E a adorável parceira dele é...? —A cadela que nos separou. As palavras mal saem e já estou me arrependendo. —Não, não é justo, — eu me corrijo, arrastando-me pela calçada. —Foi ele quem fez isso. Ela só lhe enviou uma mensagem no Facebook dizendo ‘Oi’ e que fazia muito tempo desde que se viram na escola, por que não se encontrarem para almoçar e botar o atraso em dia? Ele foi o idiota que voltou do almoço e cancelou nosso noivado porque os dois estavam destinados a ficar juntos. —Aquele deve ter sido um almoço e tanto, — brinca Fitz, e consigo esboçar um sorriso. —Claramente, não foi no Saline. Ele ri e o som da sua risada me acalma de alguma forma. — Sinto muito, — diz ele. —Encontrar com ele assim é uma merda. —Como você sabe? — Rebato de volta, antes que eu possa me impedir. —Você nunca teve seu coração partido. Fitz faz uma pausa.


—Desculpe. — Eu suspiro. —Estou com fome e irritada e você acabou de me humilhar na frente de um salão cheio de pessoas... Mas isso não é desculpa. — Ele sorri. —Essa é a minha deixa para te dar alguns carboidratos, certo? —Você está aprendendo rápido, — eu digo, aliviada por ele não usar meu mau humor contra mim. E a promessa de carboidratos. —E, obrigada por me apoiar no jantar. Quero dizer, com exceção da parte da humilhação completa e absoluta. —Olhe por este lado, — Fitz sorri. —Ninguém se passaria por um idiota como eu fiz, a menos que estivesse seriamente apaixonado. Brett tem que acreditar na sua história agora. —Assim espero, — concordo. Porque se ele não o fizer, toda esta noite dolorosa e embaraçosa terá sido para nada. FITZ ME LEVA a uma pizzaria, onde devoro três fatias, com pepperoni extra, rápido o suficiente para que até o cara no balcão bata palmas. Em seguida, paramos na sorveteria ao lado, em busca de cones de chocolate duplo e, lentamente, andamos de volta até ao meu apartamento, enquanto os carboidratos preenchem meu estômago e o açúcar atinge minha corrente sanguínea e, finalmente, começo a relaxar. É uma noite clara de primavera, e as ruas durante fim de semana estão cheias, com amigos batendo papo nos bares e casais na noite, e agora que tenho espaço para respirar, o mundo não parece tão estranho.


Além do fato de que o homem ao meu lado é meu marido legal. De alguma forma, não consigo lidar com essa parte. —Então, esse cara Christian... — Fitz diz cuidadosamente. Eu estremeço e me concentro no meu cone derretendo. —Se tudo tivesse dado certo, vocês dois estariam casados agora, e nunca teria havido qualquer problema com o testamento. —Isso era o que Marigold achava. Tínhamos tudo planejado. Christian era um organizador, — acrescento, com uma lambida. —Ele vinculou nossos calendários do Google em nossa terceiro encontro. —Romântico, — Fitz sorri. —Ah, foi! Na época. — Suspiro novamente. —Ficamos juntos por três anos. Tudo parecia tão fácil com ele. Confortável. —Você parece estar descrevendo sua camiseta favorita, — Fitz brinca. —Isso era o que tornava aquilo tão bom! — Eu protesto. —Ele estava no meu time, sabe? —Monogamia soa tão sexy. — Fitz continua sorrindo, e algo sobre sua expressão presunçosa me irrita profundamente. —Se você estiver procurando construir um relacionamento sério, então sim, é, — protesto. —De que outra forma você vai progredir se não formar um bom time? —Trabalho em equipe... confortável... — Fitz bufa. —Isso não é um amor que dura uma vida toda. Você não quer fogos de artifício?


Dou de ombros. —Para uma aventura, talvez, mas fogos de artifício são superestimados. Faíscas e borboletas são românticas, mas não duram. O que acontece quando vocês tiverem setenta anos e se encararem sobre a mesa do café pela décima milésima vez? —Vocês teriam as memórias de todo aquele sexo selvagem que fizeram para se manterem aquecidos? — Fitz responde com um sorriso. Eu rio. —Boa sorte com isso. Não, uma parceria verdadeira é mais do que apenas tirar a roupa um do outro. Ou é? Sinto um tremor de incerteza. Afinal, pensei que tivesse tudo isso com Christian. Ele era meu melhor amigo. Pensei que envelheceríamos juntos, que estava resolvido. Nada de encontros ruins. Nada de sofrimento. Até a Pequena Miss Astuta acenar, e ele sair correndo. —Você sente falta dele? — Fitz pergunta, olhando para mim. Eu paro, pensando nisso. —Não mais. Doeu como o inferno a princípio, — admito, lembrando-me. —Parecia que havia um espaço na minha vida sem ele, o qual pareceria que sempre faltaria algo. Então, decidi me concentrar em todas nas coisas as quais não sentia falta sobre ele. Tipo, como ele deixava salpicos em volta da pia depois de se barbear, e nunca enfrentava sua mãe, e achava que um fim de semana em Catskills era uma aventura selvagem.


Poppy foi a única a agradecer por aquela brilhante indicação de lugar. No momento em que minha lista de pontos fracos do Christian preencheu três páginas, comecei a ver o rompimento como um quase erro, em vez do fim do meu único amor verdadeiro. Balancei minha cabeça, não querendo lidar com memórias antigas. —E você? As entrevistas estão certas ou você tem um coração profundo, sombrio e partido escondido atrás por detrás das suas cantadas? Fitz ri. —Não. O que você vê é o que você tem. Eu franzo a testa. Claro, ele é um playboy, mas Fitz não parece ser um sociopata completo. —Vamos lá, seja honesto. Tem que ter alguém com quem você realmente se importe? — Eu pressiono. Ele faz uma pausa. —Havia essa garota... Katy. Eu me inclino mais perto. —Eu pensei que estava apaixonado por ela, — continua Fitz, —mas ela partiu meu coração. E meu caminhão de brinquedo. Nós estávamos no jardim de infância, — acrescenta com um sorriso. Eu o empurro de brincadeira. —Idiota. É sério? Você é um homem adulto e nunca esteve em um relacionamento de verdade? —Estive em muitos! — Ele diz. —Mas nenhum deles partiu meu coração. Nós dois sabíamos que estávamos nos divertindo, e quando a diversão acabou... seguimos nossos caminhos separados. Sem ressentimentos. —De você, claramente. Talvez alguns delas.


—Isso não é culpa minha, — insiste Fitz. —Eu nunca menti para ninguém. Algumas pessoas simplesmente não são feitas para compromissos. — Ele dá uma lambida em seu sorvete de cone. Lembro-me de como era ter aquela boca na minha, e, porra, esqueci do que estávamos falando. Aqueles lábios. Esta língua... Dê-me mais. —Não é aqui onde você mora? — Fitz para na calçada, e percebo que percorremos todo o caminho de volta para o meu apartamento. —Oh. Sim. — Estou surpresa ao descobrir que estou desapontada. Foi bom sair com o Fitz e conhecê-lo,longe da nossa grande farsa. —Bem, obrigada. Por fingir durante o jantar. Mesmo tendo fingindo um pouco demais, —acrescento, dando-lhe um olhar. Fitz sorri. —Eu me diverti. —Deveria. Ele ri. —Da próxima vez, faremos um dueto. —Isso é uma promessa ou uma ameaça? — Eu atiro de volta, sorrindo. —Acho que você vai ter que descobrir. — Fitz me dá uma piscadela. —Alguns planos gostosos para hoje à noite?


Eu pisco, perturbada. —Uh, apenas mais um episódio de The Great British Bake Off. —Agora, isso soa como um encontro quente. Quer companhia? — Seu sorriso se torna ardente. Eu deveria dizer não para isso? Calma, garota! —Eu, humm... — Olho para a boca dele novamente. Nunca achei que bocas fossem sensuais antes. Quero dizer, toda aquela mastigação. Mas os lábios de Fitz são completamente cheios, erguidos nas bordas em um sorriso tentador... —Não! — Eu digo, lembrando-me de todas as minhas regras sobre manter isto profissional. —Mas obrigado, novamente, por esta noite. —A seu dispor. — Ele se inclina, e por um momento, sua mão descansa no meu braço, e eu inalo o cheiro dele novamente: insuportavelmente sexy. E é o suficiente para me fazer esquecer que tudo isso é apenas encenação. Eu me aproximo, esperando que ele esteja prestes a repetir aquele beijo abrasador de antes. Repetição. Aperfeiçoamento. Improvise por todo o caminho até o meu quarto... Mas ao invés de Fitz me beijar, sua boca apenas roça minha bochecha em um beijo casto. Claramente, sou a única cuja imaginação está correndo solta. Porque isso tudo é apenas fingimento. Eu me volto, corando. —Eu deveria ir, — resmungo. —Boa noite!


Afasto-me de Fitz e corro para dentro antes de fazer algo realmente embaraçoso, como agarrá-lo pelo colarinho e beijá-lo até perder o sentido. São apenas hormônios, digo a mim mesma, subindo as escadas de dois em dois degraus, meu coração batendo forte. Hormônios e tesão. —Rebecca, olá. — Olga está checando sua correspondência enquanto eu passo por ela no corredor. —Você teve uma boa noite? —Uh, huh! — Eu falo. —Bem. Boa. Ótima! —Estou feliz em ouvir isso. — Olga me dá um olhar de avaliação por trás de seus óculos de armação de chifre. —Você tem estado terrivelmente tensa recentemente. —Bem, você sabe, trabalho. E... só trabalho realmente! — Estremeço. Tentei manter os detalhes do testamento de Marigold e todas as bobagens legais em segredo. Não quero fazer ninguém entrar em pânico antes de precisarem, mas tem sido difícil manter minha boca fechada enquanto meus vizinhos especulam sobre o futuro do prédio. —Como você e Hunter estão? —Muito bem, obrigada. — Olga dá um aceno rápido. —Ele acabou de garantir um papel na parte da dança de um novo show. Magic Michael, acho que é esse o nome. — Magic Mike? — Tento não rir de sua pronúncia alemã. — Uau. Bom para ele.


—Sim, ele vai ser o Stripper Número Três. — Ela balança a cabeça. —Estamos muito orgulhosos. —Dê-lhe os parabéns por mim, — eu digo. —De qualquer forma, tenho que ir para a cama.Longo dia. — Viro-me para a escada, mas a voz de Olga me segue. —Talvez masturbação ajudasse? Eu giro ao redor. —Eu... Uh... QUE? Ela viu a mim e Fitz na rua lá fora ou eu estou apenas andando com um sinal de néon piscando sobre a minha cabeça: EXCITADA E CELIBATÁRIA? E qual desses seria menos humilhante? —Com seus níveis de estresse , — Olga continua casualmente, enquanto ela folheia suas correspondências. —O auto prazer pode ser uma das formas mais eficazes de regular os níveis de cortisona do corpo. A inundação de endorfinas é um tranquilizante natural. —Oh. — Engulo em seco, minhas bochechas coradas. —Posso te recomendar várias técnicas ou brinquedos— —Não! — Grito em terror. Sou bastante a favor ser próxima aos meus vizinhos, mas até eu tenho alguns limites, e pegar dicas sobre brinquedos sexuais é um não bem redondo. — Obrigada! Entendi! Fujo para o andar de cima antes que ela possa sugerir os benefícios psicológicos de uma suruba. Mas quando destranco a porta do meu apartamento e entro, me pergunto se Olga talvez


esteja certa sobre eu precisar... relaxar. Quer dizer, ela sempre parece calma e serena, e a julgar pelos ruídos que ouço vindo do apartamento dela numa noite de sexta-feira, seus níveis de cortisona estão indo muito bem. Não que eu tenha um consolo Magic Mike para me ajudar com os meus níveis. Mas tenho uma banheira antiga com pés e uma garrafa de vinho guardada para uma emergência... E eu diria que —tentar não me jogar em cima do meu novo e sexy marido— é uma emergência tão grande quanto possível.

DEIXO a água correndo e me sirvo de uma taça grande de vinho. E, em seguida, imediatamente engulo e sirvo outra. Acho o novo livro de Alex Chase, tiro a roupa, esvazio na água metade da garrafa vazia daquela cara espuma de banho de espuma que Poppy me deu no meu aniversário, e depois afundo feliz na espuma. Isso. Muito melhor. Exalo enquanto a água quente cai sobre mim, relaxando-me pelo que parece ser a primeira vez desde que o advogado de Marigold me ligou e deu a notícia sobre o Waverly Place e a enorme pegadinha do casamento em minha herança. Muito obrigada, Marigold. Eu me pergunto se ela tinha alguma ideia de onde estava me metendo. Provavelmente não. Afinal, por que ela teria? Eu ia me casar com Christian, com os pijamas de tecido felpudo combinando


e sua máquina ajudante do sono zumbindo no canto pelos próximos cinquenta anos. Definitivamente, eu não ia acabar presa a um homem perigosamente sexy que nem conheço... Coloquei o livro de lado e me deitei de volta, fechando os olhos e deslizando na lembrança do sorriso de derreter calcinhas de Fitz e daquele beijo. O beijo! Sei que não tive muito material para usar como comparativo recentemente, mas até eu sei que um fogaréu como aquele não aparece todos os dias. E com certeza, ele praticou o suficiente para fazer qualquer mulher desmaiar, mas durante aqueles momentos no jantar, quando ele olhou nos meus olhos, eu quis arrastá-lo para o cômodo do guarda-volumes e jogar a cautela - e as roupas dele ao vento. Minhas mãos vagam, imaginando. Como ele me tocaria... O que aquela boca irritantemente sexy faria... Eu tremo e pego meu bullet de confiança. Discreto, confiável e à prova d'água também? O que mais uma garota poderia pedir? Se ela não tem um Britânico gostoso para fazer o trabalho em pessoa, é claro. Buzzzz... Mergulho na fantasia de Fitz. Suas mãos deslizam sobre o meu corpo molhado e nu... Sua língua lambendo suavemente, entre a minha ---


LIGAÇÃO! Eu me sento com um esguicho. Meu celular está tocando no banquinho ao lado da banheira, e o identificador de chamadas diz que é o britânico em pessoa. O homem tem algum tipo de superpoder de radar sexual? Desligo o vibrador e pego aparelho, meu corpo ainda elétrico e tenso. —O que? — Eu digo, minha voz saindo estridente e perturbada. —Quero dizer, algum problema? —Nem um pouco, — Fitz responde naquele sotaque que dá arrepios na espinha. —Você está bem? Você parece... sem fôlego. —Oh, estranho. — Engulo em seco, tentando voltar para a terra. —Só estou... lendo, — eu minto rapidamente. —Há um artigo fascinante nesta semana no New Yorker sobre os hábitos de reprodução dos besouros de estrume! Sim, estou gaguejando. Não, não consigo parar. —Quão perfumado. — Fitz parece divertido. —Eu só queria dizer que sei que esta situação é bastante incomum, mas você não precisa se preocupar. Eu não vou entregar o jogo para o Brett. Vamos conseguir esse prédio para você. — —Oh. — Eu exalo aliviada. —Obrigada. Isso é legal da sua parte. —Você não precisa parecer tão surpresa. Consigo ouvir o sorriso de Fitz do outro lado a cidade.


—Aprenda a receber um elogio. — Reviro meus olhos. —Na verdade, não. Esqueça até que eu lhe disse isso. Seu ego já é grande o suficiente. —As mulheres com as quais estive não têm reclamações sobre o meu tamanho. Eu rio. —Caí direitinho nessa, não foi? Sento-me de novo, relaxando novamente, e a água cai ao meu redor. —Você está... no banho? — Fitz pergunta, e eu juro, sua voz ficou rouca. Eu coro, mesmo que ele não possa me ver. —Sim, — admito. —Lendo, como eu disse. —Oh. Há uma pausa e eu juro que todo o meu corpo formiga. Ele sabe que estou nua agora. Claro, ele não pode me ver. Mas está imaginando isso? Imaginando-me, do jeito que eu acabava de fantasiar sobre ele? Minha respiração acelera, e minha mão livre desliza suavemente sobre meus seios novamente, preguiçosamente se arrastando para baixo. —O que você está fazendo? — Eu pergunto baixinho. —Eu estou... me exercitando.


—Na academia? —Não, em casa. Tenho um aparelho de remo que uso aqui. —Oh. Agora é minha vez de ficar quieta. Fitz, de camiseta apertada, flexionando os músculos... Não, risque isso. Fitz, sem camisa, brilhando de suor... —Que tipo de leitora você é?, — Pergunta ele, e juro que há uma nota de flerte em sua voz. —Você lê rápido ou lento? Engulo em seco, minhas bochechas ficam mais quentes. Ele está realmente perguntando sobre meus hábitos literários, ou ele quer dizer...? Algo mais. —Vou devagar, — eu digo, meu estômago revirando. Meus dedos mergulham entre as minhas coxas. —Gosto de aproveitar os artigos. —Oh. —Aham. — Fitz emite um som baixo e gutural e meu estômago revira. Estamos realmente fazendo isso? Ainda não consigo ter certeza. —E você? — Pergunto com cuidado. —Remo parece ser um esporte extenuante.


—É, — Fitz responde, sua voz ainda rouca. —Você tem que pegar forte neles. Forte e firme. É tudo sobre o ritmo. Sim. Estamos realmente fazendo isso. Tomo outro gole de vinho, meu pulso acelera-se. Eu sei que isso é loucura, mas tecnicamente, não estou quebrando nenhuma das minhas regras. Afinal, minhas regras não diziam nada sobre sexo quente por telefone, não é? Além do mais, não há como eu ser corajosa o suficiente para fazer qualquer coisa se ele estivesse aqui no mesmo lugar comigo. Mal consigo dizer ao meu ginecologista o que está acontecendo lá embaixo, muito menos a um cara gostoso. Mas assim, sozinha, parece seguro de alguma forma. Ele não pode ver como minhas bochechas estão queimando - ou como estou me tocando, meu sangue já quente pela sua voz e o quanto isso é despudorado. —O que acontece quando você chega à parte boa...do artigo?, — Pergunta Fitz, e ouço sua respiração ficar mais rápida. —Você acelera ou diminui a velocidade, para saborear o momento? —Eu tento ir devagar, — eu digo, fechando os olhos e afundando no calor escuro e molhado. —Mas às vezes, não consigo evitar. Preciso ir rápido até terminar. Eu juro que ele geme e, caramba, é o som mais sexy que já ouvi. —Você está perto do fim agora? — Ele pergunta suavemente.


—Mmmhmm. Chegando lá. — Respiro fundo, bloqueando tudo, exceto o baixo ruído de sua respiração e a urgência dos meus dedos. —Estou imaginando você, — diz ele, voz baixa. —Chegando perto. Mais perto... Jesus. Eu não paro, não posso agora, até que a pressão aumenta ao ponto de ruptura, e me desfaço em uma onda rápida e doce. Reprimo um gemido de prazer. Oh, meu Deus. Aquilo foi... O que foi isso?! Meus olhos se abrem. Estou no meu banheiro de azulejos amarelos, as bolhas já estão se desfazendo. E acabei de fazer sexo por telefone com o Fitz. —Tenho que ir! — Eu murmuro, já queimando de vergonha. Quase deixo cair o telefone na banheira na pressa de desligar, mas nada pode lavar a vergonha. Ou o fato de eu me sentir muito, muito bem.


Eu não consigo acreditar que fiz isso. Sério, o que há de errado comigo? Eles borrifaram drogas alucinógenas naquele pólen de erva-doce ou estou solteira há tanto tempo que isso está mexendo com meu cérebro? Meu acordo com Fitz deveria ser 100% profissional, e mesmo que ele forçe os limites com seu flerte, e faça meu estômago se transformar em chocolate derretido toda vez que me dá aquele sorriso ardente, ele é completamente errado para mim. Não poderia ser mais errado. Então, por que estou tendo sonhos eróticos e obscenos com ele a noite toda? Eu acordo me sentindo ainda mais confusa do que nunca, e determinada a encerrar o que está acontecendo entre nós. Eu NÃO quero ter uma conversa estranha, assim apenas decido fingir que a noite passada nunca aconteceu. Quero dizer, tecnicamente, tudo o que fizemos foi discutir meus hábitos de leitura enquanto ele malhava, certo? Essa é a minha história, e estou me apegando a ela. Eu não quero, no entanto, ter que bancar a desentendida frente ao rosto irritantemente bonito de Fitz, logo, passo o dia me


esquivando de suas ligações enquanto corro pela cidade em todas as minhas tarefas. Acontece que fingir um casamento não significa que o resto da sua vida pare, e quando acabo com as roupas sujas, faço a feira e , por impulso, compro um lampião vintage na calçada, posso dizer a mim mesma que toda a cena da banheira é história antiga. Até que meu telefone acusa uma mensagem de Fitz. Lendo alguma coisa boa? ;) Eu coro. Como vou estar na mesma sala com ele novamente, quanto mais fingir etar casada? Felizmente, ainda tenho muitos projetos para me distrair do meu erro de classificação, maior para 18 anos. Tal qual ajudar meu vizinho de cima, Howard, a repintar seu apartamento. Howard é um historiador, cuja esposa faleceu há alguns anos. Ele se tornou uma espécie de recluso, lá em cima, com todos os seus velhos livros mofados, então alguns de nós nos oferecemos para ajudá-lo a redecorar e, esperançosamente, ajudá-lo a recomeçar. Além disso, aproveitamos qualquer desculpa para dar uma festa. Coloco meu macacão mais velho, amarro meu cabelo para trás com um lenço vermelho, e subo para me divertir. —Aqui está ela! Música está tocando, e Lionel e Stanley já estão lá quando chego, embora Lionel esteja usando uma calça impecável onde se lê —coquetéis— e não —trabalho manual. — Ele já montou uma


mesa de lanches com pãezinhos e salmão defumado na delicatessen virando a esquina. —Querida, estávamos acabando de contar a Howard sobre seu novo amigo. Como ele está? Ele vai passar por aqui? — Lionel estica o pescoço ansiosamente para checar o corredor e para britânicos gostosos de passagem. À menção de Fitz, minhas bochechas coram de novo. —Eu, hum... — Eu gaguejo, tentando pensar em uma desculpa. —Calma aí, deixe a pobre garota em paz. — Stanley me leva para dentro. A sala já está coberta de lençóis, com latas de tinta e pincéis empilhados sobre a mesa. —Ela não precisa de você bisbilhotando sua vida amorosa. —Você está de brincadeira? É para isso que estamos aqui, — Objeta Lionel. —Quem mais vai se certificar de que ele é bom o suficiente para a nossa Becca? —Onde está Howard? — Mudo de assunto. —Na biblioteca. — Stanley acena vagamente na direção do corredor. —Diga a ele que se ele não escolher uma cor em breve, a sala inteira vai ser rosa flamingo. Fujo do interrogatório e encontro Howard escondido, lendo em sua biblioteca. A sala é coberta de estantes, e há vitrines cheias de insetos secos e rastejantes. —Ei, — eu digo, entrando no quarto. —Você está perdendo a festa.


Howard olha por cima de seu livro com uma expressão relutante. —Eu não certeza se estou no clima, para lhe dizer a verdade. Dou-lhe um sorriso compreensivo. Eu não conheci sua esposa, Maggie, por muito tempo antes de ela falecer, mas os dois pareciam devotados um ao outro, e sei que não foi fácil para Howard, ajustar-se à vida, sozinho aos 32 anos. —Você não me disse que uma nova camada de tinta iluminaria o lugar todo? — Eu o lembro. —Se você deixar Lionel e Stanley à vontade, o lugar ficará parecido com Palm Beach. Ele sorri para isso. —Verdade. Eu simplesmente odeio ver as coisas mudarem, só isso. — —Nem toda mudança é ruim, — aponto com cuidado. —E você tem que admitir, aquele tom de cinza nas paredes não enche seu coração exatamente de alegria quando você entra pela porta. —Costumava ser azul, — diz ele, parecendo nostálgico. —Nós pintamos juntos quando nos mudamos. Deve ser a uns trinta anos atrás, agora. —Poderíamos encontrar a cor original, se você quiser? — Eu ofereço. —Para parecer tão bom quanto novo. —Não, você está certa. É hora de outra coisa. — Howard fica de pé. —Mas não rosa. Eu rio. —Amém para isso. Reunimos-nos aos outros na sala de estar, e Howard escolhe um tom quente de branco, para desapontamento de Lionel. —Que


tal um bom pêssego?, — Ele sugere. —Ou um vermelho ousado. Muito ousado. —Magnolia de Inverno é tão ousada quanto eu preciso que ser, — Howard responde com uma risada. Lionel suspira. —Eu suponho que você esteja certo. Talvez devêssemos redecorar, o que você acha?, — Ele cutuca Stanley. —O que você quiser, desde que eu não tenha que levantar um dedo ou gastar um centavo! Eu rio. —Essa filosofia não levará vocês a lugar algum. Ele pisca. —Esse é o ponto, amor. Começamos a trabalhar esfregando as paredes e preparando-a para a pintura, e me preparo para a terceira etapa. Seguramente, estou até os cotovelos em um balde espumoso quando Lionel se vira para mim. —Assim... você vai nos fazer implorar? — Lionel exige. — Howard, você já ouviu algum detalhe sobre o novo homem de Becca? —Há um novo homem? — Howard se anima. —Bem, isso é novidade. —Não, não é! — Eu exclamo. —É privado. O oposto de novidades. Howard retoma seu rosto triste. —Agora, você não negaria a um pobre viúvo um raio de esperança, não é?


Lionel gargalha. —Pois taí, você não pode esconder nada de nós agora. —Claro que posso. — Reviro os olhos e me concentro em lixar. —Nada? Mesmo? Dou de ombros desconfortável. —É... Novo. Não quero dar nisso. Stanley se apieda de mim. —Afastem-se, vocês dois. Vocês não veem? Ela realmente gosta dele! Eu quero negar isso, mas percebo que é mais fácil se eles apenas pensarem que estou apaixonada e envergonhada. E não eu esteja escondendo um casamento falso dos meus amigos mais próximos. Meu telefone vibra e olho para a tela. Outra mensagem de Fitz. Estou na sua rua. Você está aí? Engulo em seco. Fitz? Aqui? Inferno que não. uma resposta quando outra mensagem aparece. Seu vizinho diz que você está pintando. Estou subindo. Eu me levanto tão rápido que quase derrubo uma lata de tinta. —Aposto que posso adivinhar de quem é— Lionel me provoca. —Olhe para você, suas bochechas ficaram todas vermelhas.


—Eu, hum, já volto! — Eu grito, correndo para fora da porta e para o corredor, bem na hora que Fitz emerge da escada. Eu paro congelada. Por que ele tem que parecer tão bonito? Em um par de jeans de lavagem escura e uma blusa preta de aparência macia, ele é como um copo de água fresca. Ou um banho quente. Oh, Deus. Como se eu precisasse me lembrar disso. —O que você está fazendo aqui? — Eu sibilo, tentando manter minha voz baixa para que ninguém ouça. —Adorável ver você também. — Fitz sorri, olhando-me da cabeça aos pés. —Gosto do seu novo visual. Uma boneca de trapos. Ele estende a mão para tocar o lenço na minha cabeça. E eu afasto a mão dele. —Você não pode simplesmente aparecer aqui sem avisar. Essas pessoas não sabem da nossa história, lembra? — —Bem, tenho a sensação de que você estava me evitando. — Fitz sorri. —Agora, por que você faria algo assim? Eu fico boquiaberta por um momento, antes de lembrar-me da minha estratégia. Negar, negar, negar! —Eu não sei do que você está falando, — consigo dizer. — Pensei que o jantar com Brett tinha ido bem. Fitz arqueia uma sobrancelha e, por um momento, acho que ele vai chamar minha atenção pelo o que realmente aconteceu na


noite passada, mas, então, ele apenas sorri. —Você está certa. Acho que acreditou na encenação. Graças aos meus incríveis passos de boyband. Eu exalo de alívio. —Você perdeu sua chance para ser um ídolo pop, — eu concordo. Ou um diplomata. —Então, o que você está fazendo hoje?, — Ele pergunta, e lhe explico sobre a pintura do apartamento de Howard. —Parece divertido, — diz Fitz. —Você precisa de uma mão? —Não! — Eu grasno. —Quero dizer, isso tornaria a vida mais complicada. —Como assim?, — Pergunta Fitz. —Estes são meus amigos. — Eu envio um olhar culpado pelo corredor. —Não quero mentir para eles. —Então não minta. — Fitz dá de ombros. —Apenas diga-lhe que sou o seu devastadoramente bonito e incrivelmente charmoso namorado, — ele acrescenta com um sorriso. Reviro os olhos, mas não vejo uma maneira de contornar isso. Não posso exatamente escondê-lo nas próximas semanas, e vai parecer meio estranho se ele nunca pisar onde moro. —Tudo bem, — eu concordo relutantemente. —Mas o que quer que você faça... —Eu sei, eu sei. — Fitz sorri. —Prometo que não vou dizer a eles que somos casados.


Ouço um barulho forte atrás de mim e me viro. Lionel está parado ali, com uma lata de tinta no chão espalhando a Winter Magnolia por todo o corredor. —Você fez o quê?! — Ele grita e eu me encolho. Oh, droga. —Isso não é.... Eu não— Tento explicar, mas ele apenas me envolve em um abraço e aperta entusiasticamente Fitz pela mão. —Por que não ficamos sabendo disso? Parabéns! —Não, espere... — Eu tento protestar, mas é tarde demais. —Você é uma menina safada, tentando esgueirar-se de algo assim da gente, — Lionel sorri. —Isso exige uma comemoração! Meu coração afunda. Ele já está voltando para dentro. —Eu te disse! — Sibilo para Fitz, e ele me dá um sorriso de desculpas. —Opa? Já posso ouvir Lionel proclamando: —Becca se casou! O segredo está bem e verdadeiramente jogado ao vento.


DIZEM que quando você se casa com alguém, você se casa com a família também, mas nunca entendi direito até tomar uma cerveja quente com um pincel na mão, no meio de uma festa improvisada de casamento... Tenho que dizer algo sobre os vizinhos de Becca, eles a protegem. Não acho que tenha sido questionado assim desde que levei Charlotte Dewberry para a Décima Primeira festa no barco, e encontrei seu pai esperando na garagem com um taco de críquete quando chegamos em casa. Quer dizer, claro, eram seis da manhã, mas ainda assim, não havia necessidade de quebrar as janelas do meu Fiat Panda. —E você vai morar aqui ou na Europa? dos vizinhos de Becca, uma mulher alemã, me avalia.

Um

—Imagino que aqui, — respondo, procurando por resgate. Mas Becca está parada na no outro ladosala, parecendo desconfortável. Eu me sinto um pouco culpado. Ela disse que não queria mentir para ninguém, e aqui está ela, tendo que bancar a noiva feliz. Mas eu não pretendia anunciar nossas núpcias. E,


definitivamente, não acho que acabaríamos no meio desse escrutíneo. —E quão compatíveis sexualmente vocês são? Minha cabeça dá voltas. —Como é? Por um momento, me pergunro se ela não sabe, de alguma forma, sabe sobre o incidente do telefone na noite passada. Deus sabe que não consegui pensar em mais nada. É por isso que, de certo modo, me encontro no lado da cidade onde Becca mora, imaginando se ela queria alguma ajuda com sua leitura. A mulher me olha de cima a baixo. —Você certamente parece viril, mas a compatibilidade sexual é de grande importância em um casamento. Hunter e eu temos sensibilidades eróticas semelhantes. É por isso que nosso relacionamento é tão forte. — Ela acena para o cara parecido com Adônis pintando o teto. Sem camisa. Muito bem, Olga. —Becca não o que reclamar, — eu respondo diplomaticamente. E depois da prévia da noite passada, eu também não tenho. Ela bufa. —A falta de reclamações não significa elogios entusiasmados. Eu tenho vários livros e artigos, se você quiser orientação. Ela está oferecendo...? Eu tusso. —Talvez outra hora. Se você me der licença...


Tento me afastar, mas mal chego ao outro lado da sala quando outra da multidão me intercepta. —Então, Fitz... — É o cara mais velho, Howard, careca e com óculos de armação de chifre. —Vamos conversar um pouco. —Eu só realmente... — Gesticulei em direção à mesa de lanche, mas não adiantou. —Agora, eu acho. — Ele pega meu braço em um aperto surpreendentemente firme e me conduz pelo corredor até uma velha biblioteca bolorenta. Ele fecha a porta atrás de nós. Oh, Deus, e agora? Ele não parece ser do tipo a me oferecer dicas de sexo. Pelo menos, espero que não. Navego pelas prateleiras e me divirto ao ver que ele também tem um conjunto completo de livros de Alex Chase. Talvez eles tenham um clube de livros em construção aqui. Howard limpa sua garganta. E eu me viro. Ele me fixa com um olhar suspeito. —Quais são as suas intenções? —Desculpe-me? — Eu pergunto, tentando ganhar tempo. Minhas intenções são praticamente tentar levar a Becca a uma aventura selvagem antes que ela receba sua herança e nós nos separarmos com um divórcio, mas acho que essa resposta não cairia muito bem. —Em relação a Becca. — Howard me diz carrancudo. —Ela é uma garota muito especial, e não sei no que você está planejando, com esse casamento rapidinho...


—Foi ideia dela, — eu protesto, antes que ele possa puxar uma espingarda. —Eu juro, tenho um respeito imenso por ela. Howard faz uma pausa. —Certo, bom, — diz ele, franzindo a testa. —Nós nos preocupamos muito com ela. —Dá para ver isso, — eu concordo. É claro que todo mundo no prédio a adora. —Eu posso garantir-lhe, não farei nada para machucá-la. Não é mentira. Apesar do que Olívia e todos os outros pensam sobre mim, eu não saio por aí tentando arruinar a vida das pessoas. —É melhor não machucá-la. — Howard franze a testa. — Conheço pessoas na Receita Federal. Eu pisco, confuso com a mudança repentina no tópico. —Isso deveria ser uma ameaça? Ele bufa. —Você ainda não sofreu uma auditoria, meu filho. Apenas lembre-se, estamos de olho em você. Por sorte, a porta se abre. É a Becca. —Aí está você! — Ela exclama, parecendo em pânico. —Eu me perguntei onde você estava. —Bem aqui. — Eu exalo de alívio. —Só conversando com Howard. Os olhos de Becca se movem para lá e para cá entre nós, mas seu sorriso falso fica estampado em seu rosto. —Oh. Ótimo. Posso roubá-lo por um segundo?


—Por favor, roube. — Pego sua mão e corro para a porta. — Ótimo papo, Howard. Obrigado. Becca me arrasta pelo apartamento, e sai para o corredor, o qual, felizmente, está quieto, sem ninguém por perto. —O que você estava dizendo a ele? — Ela exige, antes de diminuir sua voz. —Só que eu pretendo ser o marido perfeito, — eu a tranquilizo. —Oh. — Ela exala em um suspiro. De repente, ela parece cansada. Percebo que toda essa mentira está lhe exigindo demais. —Por que eu caio fora? — Eu sugiro, me sentindo mal por ela. —Diga a eles que eu tive um compromisso, e você pode terminar sozinha. Dessa forma, não preciso trocar os pés pelas mãos novamente, e você pode contar-lhes o que quiser. —Ou tirar um longo cochilo, — Becca suspira. —Eu sinto muito. — Eu a puxo para um abraço sem pensar. Becca fica tensa por um momento, mas depois relaxa em meus braços. Esfrego suas costas, tentando ter pensamentos amistosos e compreensivos. E não quentes e nus. Ela se afasta. —Obrigada, — diz ela com um suspiro, empurrando o cabelo para trás. —Acho que era esperar demais que pudéssemos manter isso em segredo e ninguém saber. — Você tem certeza de que não quer só contar a eles?, — Pergunto. —Eles são seus amigos. Tenho certeza de que ficariam tocados em saber que você está fazendo tudo isso por eles.


Becca sacode a cabeça. —Não posso arriscar dar-lhes esperanças, não até que tudo esteja assinado e selado. Lá está ela de novo, sendo toda nobre e abnegada. E, enquanto isso, estou apenas planejando quando a levarei para a cama. Falemos sobre prioridades. —Devo ir, — digo novamente, antes que eu possa estragar este dia para ela mais do que já estraguei. —Apenas me ligue quando precisar que eu apareça para os advogados, ou Brett. —Ligarei. — Ela me dá um leve sorriso. —Obrigada.

EU VOLTO para a minha casa, pensando muito sobre o dia. O que começou como uma brincadeira divertida já está ficando mais complicado, e posso ver o quanto Becca está dependendo desse jogo. Ela é uma mulher de muitas contradições, com certeza. A planejadora organizada que tem cartões de estudo esperando... e se casa com um completo estranho depois de cinco tequilas. A mulher de bom coração que quer ajudar seus vizinhos... que também pode me levar do zero a total exitação com a sessão de sexo por telefone mais safada que eu já tive. Não tenho certeza de quais outras surpresas ela tem à espreita sob a superfície, mas sei de uma coisa: mal posso esperar para descobrir. Estou com fome quando volto para casa, então me enfio no restaurante tailandês do outro lado da rua para comer um pouco. É


o meu lugar habitual, venho aqui quase todas as noites, então o dono me serve uma cerveja enquanto espero. —Você já esteve aqui antes? Olho para cima. Uma linda ruiva entrou e está debruçada sobre o cardápio, parecendo hesitante. —Desculpe. — Ela me mostra um sorriso. —Eu nunca sei o que pedir. Alguma recomendação? —Você não vai errar com o Pad Thai ou as asas de frango picante, — eu digo. —Obrigado, — ela sorri. —Parece delicioso. — Ela está vestindo um suéter vermelho apertado com gola em V, com o jeans colando-se à sua figura bem-feita, e quando ela se aproxima, encontra meus olhos com um sorriso sedutor. Em outras palavras, exatamente meu tipo. Exceto por eu já ter prometido à Becca de nada de graçinhas até que estejamos oficialmente —separados. Porra, eu mereço uma medalha por isso. —Mmm, uma cerveja gelada viria a calhar, — continua a ruiva, olhando minha bebida. Indireta, indireta. Fico quase aliviado quando a garçonete nos interrompe, entregando-me dois sacos de comida - o suficiente para durar a semana inteira. —Aproveite o seu jantar, — digo à ruiva educadamente. —Tudo isso, só para você? — Ela pergunta, provocando.


—Parece que sim. —Bem, isso é uma vergonha. Um cara como você, comendo sozinho em um sábado à noite. — A ruiva bate seus cílios para mim. —Que tal eu me juntar a você, animar um pouco as coisas? Eu tossi. Não importa a medalha, eu mereço o prêmio Nobel por resistir a uma oferta como essa. Mas fiz uma promessa à Becca... e de alguma forma, a memória de sua voz rouca no telefone ontem à noite parece mais atraente do que essa mulher bem na minha frente. —Obrigado, outra hora talvez. —Você tem certeza? — A ruiva se aproxima e passa as pontas dos dedos no meu braço. —Eu conheço um ótimo bar nas redondezas. Eu poderia ligar para algumas das minhas amigas, fazer uma festa. Eu paro. Estou acostumado a mulheres darem em cima de mim, mas há algo diferente nisso. Um brilho determinado em seus olhos. —Não. Obrigado , — eu digo educadamente, recuando. — Aproveite o resto da sua noite. —Vamos, Fitz. Eu paro. —Como você sabe meu nome? Ela parece confusa, depois se recopõem. —Bem, vamos lá, você tem uma baita reputação. Claro que tenho. Mas acho que não foi assim que a ruiva ouviu falar de mim.


—Boa noite. — Eu saio do restaurante e atravesso a rua em direção ao meu prédio, minhas suspeitas crescendo. —Alguma mensagem? — Eu pergunto ao porteiro, André. —Ou pessoas andando por aí? —Eu ia te ligar. — Ele balança a cabeça. —Havia um cara aqui mais cedo, perguntando por você. Ele fez todos os tipos de perguntas sobre você e sua esposa, — acrescenta. Droga —O que você disse a ele? —Nada, chefe. — André sorri. —Exceto como vocês dois parecem muito felizes juntos. Eu exalo aliviado. —E o cara, como ele era? Ele deixou um nome? André sacode a cabeça. —Eu perguntei, mas ele não quis deixar recado. Parecia muito superficial para mim. Ele esperou do lado de fora por um tempo e se encontrou com uma mulher. Uma ruiva gostosa. Não tenho certeza de onde eles foram depois disso. Para algum lugar com vista para a rua, estou supondo. Dessa forma, eles poderiam ficar de tocaia no prédio, e enviar a ruiva para o restaurante tailandês atrás de mim. —Algum problema, chefe?, — Pergunta André. Sacudo minha cabeça. —Nada com que eu não possa lidar.


Tomo o elevador até o meu apartamento e rapidamente arrumo uma mala para o fim de semana. Então, pego ela e a comida, e pulo em um táxi de volta para a casa de Becca. De alguma forma, todas as ruas levam à Waverly, mas desta vez, verifico os arredores na varanda da frente, procurando por algo, ou qualquer um, suspeito. Aquele cara do lado de fora do café está realmente lendo o jornal ou está vigiando o apartamento? E aqueles turistas, estão tirando fotos das flores de cerejeira ou estão com as câmeras apontadas para a janela de Becca? Eu subo as escadas e bato na porta dela. —Só um minuto! — A voz de Becca chega. Consigo ouvir uma música tocando lá dentro e, um momento depois, a porta se abre. —Fitz?! — sua voz se eleva em pânico. —O que você está fazendo aqui? Eu sorrio. Ela está vestindo uma calça de moletom cinza e uma camiseta infantil sobre o estômago, o cabelo molhado preso em duas tranças e uma gosma verde-néon espalhada no rosto. Ela parece absolutamente ridícula. E esquisitamente gostosa. —Trouxe comida, — eu digo, segurando as sacolas. Percebi que deveria liderar as boas novas. —E, estou me mudando. —Espere, o que?!


Becca me segue até lá dentro. Ela está com algum programa de culinária passando na TV e roupas empilhadas no sofá. —Desculpe pela bagunça, — diz ela, rapidamente empurrando as coisas de lado. —Mas sério, o que? —Brett está me seguindo. — Explico rapidamente sobre o meu encontro com a ruiva. —O que significa que ele provavelmente tem olhos esse lugar também. Becca se senta com um baque. —Ele te enviou um pote de mel? Eu rio. —Uma armadilha de mel, — eu a corrijo. —Mas, sim. Becca estreita os olhos. —Exatamente,quanto tempo levou até você descobrir? —Se você está perguntando se estávamos nus na hora, a resposta é não. — Minha voz deve ter ficado gelada, porque Becca suspira. —Desculpa. Eu simplesmente não consigo acreditar que Brett se rebaixaria a isso! —Eu consigo. — Domeço a desembalar a comida tailandesa e tentar alcançar os pauzinhos. —O cara é um canalha mentirosoria que estamos mentindo também. —Mas não estou mentindo... Quero dizer, não estamos... — Becca parece perceber que não há saída para esse entrave. Ela afunda ao meu lado com um gemido. —Então, o que fazemos agora?


—Coma esse Pad Thai e me explique quem são esses confeiteiros, para começar, — sugiro, entregando-lhe os rolinhos primavera. E descubro como vou passar a noite neste apartamento sem tentar seduzi-la. —Mmm, eles são realmente bons, — Becca exclama, lambendo o molho no canto da boca. Porra. Ela é sexy. Inclusive coberta naquela ridícula gosma verde. —Passe-me o macarrão, — acrescenta ela, inclinando-se sobre mim para pegá-lo. Seu corpo pressiona-se contra mim e tenho que pensar em pensamentos não sexuais. Margaret Thatcher nua. Estrada da morte. Uma sauna sueca cheia de velhos. Não. Ainda estou duro por causa dela. Eu me levanto. —Vou pegar uma bebida, — eu digo, recuando para a cozinha. É possível enterrar toda a minha cabeça debaixo da torneira fria? Olho de volta para a sala de estar, onde Becca está enchendo seu rosto neon verde com a comida. Eu nunca tinha achado o Caco dos Muppets Babies sexy antes, mas agora...? Vai ser uma noite longa.


FITZ ESTÁ AQUI. Vai ficar esta noite. No meu apartamento. Aparentemente, os deuses da tensão sexual estão se divertindo muito às minhas custas. Depois de mais dois episódios de The Great British Bake Off, enquanto pareço uma porca, só para dar às minhas mãos algo para fazer que não seja tocar nele, instalo Fitz no sofá-cama, depois fujo para o segurança do meu quarto. Emergência 911! Mando mensagem para Poppy e Natalie. Fitz está aqui. Vai passar a noite! Muito bem! Poppy responde de volta, imediatamente. Aproveite!! Natalie concorda. Afundo na minha cama com um gemido. Minhas amigas falam por bem, mas elas não percebem que essa tentação é a última coisa da qual preciso. Passei o dia mentindo, esperando o momento para poder escapar e esquecer essa charada complicada. Em vez disso, a parte mais complicada, atualmente, encontrase deitado do outro lado da porta do meu quarto, a poucos centímetros de mim. Fitz dorme nu?


O pensamento aparece na minha cabeça e eu coro. Este, definitivamente, não é o momento para uma repetição da outra noite, não importa quanta tensão sexual ainda esteja ricocheteando em meu corpo. Não que seduzir esteja em sua mente. Corri para lavar minha máscara o mais rápido que pude, mas aposto, que a minha imagem com a gosma pingando do meu rosto e das minhas calças largas não estão acendendo, exatamente, o fogo da paixão ardente em seus quadris. Hmmm, os quadris de Fitz... Não! Eu desligo as luzes e mergulho debaixo das cobertas, puxando-as até o meu queixo enquanto espero adormecer. E espero. Qualquer momento seria ótimo... Tenho que começar a tarbalhar cedo amanhã, e normalmente não tenho problema nenhum em adormeçer, mas esta noite, não importa o que eu faça, meus pensamentos continuam voltando para o homem do lado de fora da minha porta. Qual era a dele? Eu tinha Fitz como o típico playboy imprudente, procurando a próxima emoção enquanto desperdiçava o fundo fiduciário da família, porém quanto mais tempo eu passo com ele, mais me pergunto se o estou interpretando errado. Claro, ele é charmoso e encantador, e irritantemente arrogante, mas ele também é...


Gentil. E cuidadoso, também. Um playboy egoísta não me apoiaria como fez no jantar, defendendo-me de Brett e ouvindo minhas confusas desgraças românticas até chegarmos em casa, enquanto também me alimentava com carboidratos. Ele não teria pegado um pincel e ajudado a pintar o apartamento de um estranho, ou ter feito as vontades de Stanley e Lionel ao ouvir todas as antigas histórias deles sobre a Broadway. E, definitivamente, não estaria fingindo que eu não tive o melhor orgasmo da minha vida com ele ao telefone na outra noite. Ou sofrendo com as molas soltas naquele sofá, só para manter nosso disfarçe. Então, quem é Arthur Fitzgerald, realmente? Eu me mexo e me viro durante mais uma meia hora, antes de finalmente sair da cama. Ando descalça pelo chão e abro a porta para espiar. Ele ainda está acordado? Há uma lâmpada próxima ao sofá, e Fitz está com os pés para cima, digitando algo em seu laptop. Ele fecha a tela quando me vê. —Desculpe, estou mantendo você acordada? Sim, mas sou eu a culpada pelo o que o Fitz-fantasia está fazendo com a minha mente. —Não! — Eu falo. —Eu só, hum, precisava de um copo de água.


Corro para a cozinha e abro a torneira. Alerta de spoiler: Fitz não dorme nu, mas vestiu uma calça de moletom confortável e uma camiseta de faculdade macia. —Você foi para Oxford? — Eu pergunto, lendo a estampa em sua blusa. —Pelos meus pecados. — Fitz me dá um sorriso triste. —Meu pai foi, e seu pai, remontando até os romanos. Pelo menos, é assim que eles dizem. —Você não gostou? —Eu certamente gostei dos pubs, — Fitz responde com um sorriso. —E os universitários não eram ruins, tampouco... Havia uma faculdade só para mulheres, St. Hilda's. Eles me deram uma filiação honorária por me pegarem entrando sorrateiramente com tanta frequência. — Ele sorri, mas não acreditei dessa vez. —Você faz muito isso, — eu digo, observando-o pensativamente. —Desvia das minhas perguntas dando uma resposta superficial. Fitz levanta uma sobrancelha. —Você não ouviu? Eu sou o rei da superficialidade. Eles escreverão isso na minha lápide. —Veja, lá vai você de novo. Fitz faz uma pausa longa, olhando para mim. Então ele encolhe os ombros, mas desta vez, não é o mesmo gesto de menosprezo de antes. —Eu realmente gostei de Oxford, — ele admite. —Mas havia muito para se fazer jus. Há uma biblioteca Fitzgerald lá, e meus


professores deixaram claro que esperavam que eu mantivesse o nome da família. —Então, você decidiu fazer exatamente o oposto. Os olhos de Fitz se encontram com os meus. —Suponho isso que soe infantil, quando colocado desse jeito. —Não necessariamente. — Eu me aproximo, ainda segurando meu copo de água. —Você escolheu seguir seu próprio caminho. Consigo entender isso. Eu só me pergunto... — Procuro uma maneira diplomática de dizer isso. —É assim que você vai realmente passar a sua vida? Você não quer algo que não seja apenas festejar em clubes badalados com supermodelos? —Talvez eu te conte, um dia. — Fitz dá um sorriso misterioso e guarda seu laptop. —De qualquer forma, não vou te segurar. Você tem trabalho amanhã. —Certo. — Permaneço na porta por algum tempo. Não sei por que, mas gostaria de ficar e conversar mais. Fitz parece diferente, como se sua guarda finalmente estivesse abaixada. Como se pudéssemos nos conhecer de verdade, se eu lhe desse uma chance... —A menos que você quisesse se juntar a mim neste sofá? — Fitz diz, balançando as sobrancelhas sugestivamente. —Isso oferece um desafio acrobático, mas passei um fim de semana em Monte Carlo com uma ginasta sérvia chamada Natasha e, cara, ela me ensinou alguns movimentos. E aí está.


—Não, obrigada, — digo secamente, indo para o meu quarto, sozinha. —Boa noite!

CONSIGO tirar algumas horas de sono antes que meu despertador me acordasse na manhã de segunda-feira. Ando de ponta de pé pelo meu quarto, me arrumando, esperando fugir sem acordar Fitz, evitando qualquer tensão sexual e constrangedora. Mas ao sair, eu o encontro na cozinha, fritando um pouco de bacon enquanto cantarola alegremente junto ao rádio. Sem camisa. Bom dia para mim! —Uh, oi, — murmuro, tentando desviar meus olhos de seu peito bronzeado e definido. Oh, a quem estou enganando? A mamãe aqui mereçe cobiçar, especialmente se vou ficar presa a ele sob o mesmo teto, e só o senhor sabe por quanto tempo. —Bom dia, querida, — responde Fitz, despreocupado com o fato de que minha língua provavelmente está pendurada para fora agora. —Café? Eu pisco. —Sim, por favor. —Imaginei que você teria que correr, então, eu preparei algo para você levar. — Fitz habilmente desliza o bacon em uma fatia de torrada, acrescenta uma fatia de um queijo brie que sobrou de uma festa, e junta ao sanduiche. Ele me entrega o sanduíche embrulhado em papel com um sorriso.


Um sorriso sexy e uma barba de dois dias por fazer, que me derrete ainda mais do que a perspectiva do café da manhã. — Aproveite seu dia. —Eu... obrigada... Estou muito atordoada para fazer qualquer outra coisa além de pegar o embrulho, as minhas chaves e sair às cegas para o corredor. Desço as escadas com pressa, antes que possa me virar, correr de volta e pular no seu corpo sexy que faz café da manhã. —Becca! Estou acabando ir em direção à rua quando ouço a voz de Fitz atrás de mim. Eu me viro. Ele está descendo rápido os degraus da frente, segurando minha garrafa térmica na mão. —Você esqueceu o seu café, querida, — diz ele, piscando-me outro sorriso de derreter calcinha. Vejo a mulher à frente na calçada parar e olhar boquiaberta ao vê-lo, seu peito nu brilhando ao sol da manhã. Então, antes que eu possa até mesmo agradecer, ele se inclina e me beija. Um beijo lento, sexy e matutino que praticamente me faz derreter em uma poça no chão. Fitz se afasta. —Aí, — ele murmura baixinho para mim. —Se alguém está vigiando o apartamento, vão gostar do show. —Becca! A encenação. Bem. Isso.


—Bem pensado. Eu consigo me recompor. —Está bem. Tenho que ir. —Você não está esquecendo de alguma coisa? Eu pisco. Ele segura a garrafa térmica. —Certo! Obrigado! Até mais! Eu pego e corro para longe. Depois, mando uma mensagem para Poppy e Natalie novamente. Bebidas de emergência. Depois do trabalho. SOCORRO.

DESPACHO a papelada do escritório como um relâmpago até às cinco da tarde, e, em seguida, pego o metrô até o pequeno bar de vinhos francês que se tornou nosso habitual refúgio depois do trabalho. Natalie costumava servir mesas aqui antes de conseguir o emprego no jornal, então o dono nem se importa por pedirmos a garrafa mais barata no cardápio e fazê-la durar a noite toda. —Então, você fez? — Natalie exige imediatamente quando eu me junto a ela na cabine traseira. —Eu fiz o que? —Pular em cima dele e passar a noite fazendo sexo tórrido e obsceno. — Ela brilha e empurra a cesta de pão para mim. A minha necessidade desesperada desestressar comendo está escrita em todo o meu rosto?


—Não, definitivamente não fiz. — Passo manteiga em um e o enfio na boca. —Mnugh... uhhhm... gnuah...’ —Engula. — Natalie sorri. —Foi isso o que ela disse, — Poppy graceja, chegando. Ela joga sua bolsa, e mal saio do caminho a tempo. —Uau, o que você tem aí? — Eu grito. —Pesa uma tonelada! —Adivinhem qual cliente meu está tentando atrair um egiptólogo? — Poppy revira os olhos. —Estou estudando livros de história antiga, tentando tornar romântica a mumificação. —Ei, contanto que ele pague as contas, — Natalie lembra, dando um tapinha de apoio e servindo-lhe um copo de vinho. —Aquele American Express exclusivo é a única razão pela qual eu não disse a ele onde ele poderia passar o cartão, — Poppy murmura. Ela toma um gole e respira fundo, depois olha para mim. —Ok, emergência do marido sexy, anda. —Não o chame assim! — Eu protesto. —Ainda soa estranho. —Então, foquemos menos na parte do marido e mais no sexy, — Poppy responde com um sorriso. —O que eu perdi? Atualizeme. —Bem... — Eu mordo meu lábio e depois confesso as últimas quarenta e oito horas de loucura (sexy e frustrante): a banheira e tudo. —Becca! — Elas ofegam.


—Eu sei! — Eu tremo e escondo meu rosto atrás das minhas mãos. —Eu não sei o que aconteceu comigo! —Bem, você sabe, com certeza, — Natalie diz com admiração. —Muito bem. —Tentei fazer sexo por telefone com o meu namorado da faculdade uma vez, — acrescenta Poppy, parecendo nostálgica. — Ele era um jogador de futebol gostoso, mas idiota como um poste. Eu disse que estava beijando o tronco dele e ele parou para me perguntar o que a palavra significava. Eu rio, então gemo, depois rio de novo. —O que devo fazer? Uma coisa era quando ele estava em segurança do outro lado da cidade. Mas agora, ele está no meu apartamento, me dando aquele sorriso, com aquela boca... —Você sabe minha opinião. — Natalie toma seu vinho. — Aproveite em quanto pode, é o que eu digo. —Ela está certa, — Poppy concorda. —Cavalo dado, não se olha os dentes. Pense dessa forma, — acrescenta ela. —Seu relacionamento já tem uma data de validade estampada mesmo. Por que não aproveitar ao máximo e fazer algo louco para variar? —Para variar? — Eu bufo. —Umm, você está esquecendo que me casei com um completo estranho na semana passada? Ela ri. —Certo, você me pegou nessa. Mas, falando sério, Fitz parece ser o material perfeito para um caso.


—Você já sabe que têm uma ótima química. — Natalie sorri. —Quero dizer, imagine o que ele poderia fazer se ele estivesse no mesmo quarto! Balanço a cabeça, rindo, mas tenho que admitir, é uma ideia tentadora. No início, o fato de estarmos nesse relacionamento falso parecia ser o motivo para não nos envolvermos. Mas agora...? Nós dois sabemos que não vamos a lugar algum. Então, por que não aproveitar o passeio? Balanço minha cabeça, empurrando aqueles deliciosos e sexuais pensamentos de lado. —Mesmo se eu quisesse, não há como aquele homem estar interessado. Não depois que ele me viu com minha máscara verde e calça de moletom velha. Poppy sorri. —Olhe, você diz isso, mas aposto que a única coisa que ele notou foi se você estava usando sutiã ou não. Penso de volta... Eu estava? —Oops —Aí está, — diz Natalie, com um olhar travesso. —Se você não quer dar o primeiro passo, apenas passeie pelo apartamento de lingerie sexy até ele ceder. —Minha camisa de basquete conta? — Eu pergunto, mentalmente examinando minha roupa de dormir e continuando com zero sensualidade. —Depende do que você está vestindo por baixo!


DEPOIS DE OUTRO COPO DE VINHO, eu volto para casa, considerando um desvio para o departamento de lingerie da Nordstrom Rack no meu caminho. Não! Detenho-me antes que eu possa gastar dinheiro Eu não tenho roupas de dormir sensuais. Definitivamente não preciso. Preciso parar de pensar em Fitz assim. Nada, além de problemas, está nesse caminho em particular. Problemas e múltiplos orgasmos...? Natalie está certa. Se Fitz pode me deixar excitada e perturbada apenas com o som de sua voz, o que ele faria com uma performance em pessoa, ao vivo e de perto, e... —Becca! Tomo um susto, virando-me. Fitz está caminhando devagar na outra direção. —Ei! — Eu digo, esperando que ele não possa ler minha mente, e tentando ignorar o quão bonito ele está. Ele está vestindo uma camisa branca de botões que destaca seu bronzeado e o azul cintilante em seus olhos. Olá, amante. —Quais são os seus planos? — Ele pergunta, enquanto procuro as minhas chaves. —É uma segunda-feira à noite. —E?


Eu rio. —E isso significa vasculhar as sobras porque me esqueci de passar no supermercado, revisar arquivos de casos e depois adormecer na frente de uma reprise do Friends. —Soa como uma festa, — diz Fitz. Ele junta o braço ao meu e me conduz na direção oposta. —Ou, poderíamos nos divertir um pouco. —Por que tenho a sensação de que 'diversão' com você envolve duas experiências de quase morte e uma acusação de contravenção? — Eu brinco, mesmo quando o toque de seu corpo me faz sentir todos os tipos de sensações irresponsáveis. —Vamos. — Fitz sorri para mim, seus olhos brincalhões. — Você não quer viver um pouco? Eu prometo que você vai se divertir como nunca. Eu vacilo. A escolha inteligente seria ir direto para o andar de cima, jantar e ir para a cama cedo. Sozinha. Mas então, olho para Fitz novamente, ilegalmente bonito e me oferecendo diversão. Eu teria que ser louca para deixar isso passar, certo? Todas as minhas regras cuidadosas sobre esse relacionamento falso não apostavam em uma química como essa. E se você pensar sobre isso, já estamos casados. O que de pior poderia acontecer? —Ok, —concordo. —Estou dentro.


NÃO faço ideia do que esperar quando Fitz me coloca num táxi. Pelas histórias que ele tem contado, aposto em algo selvagem. Jantar em um restaurante cinco estrelas, seguido de uma noite nos bastidores do show do U2 e uma bebida à meia noite no clube VIP mais badalado da cidade. O que os playboys ricos fazem para se divertir? —Você vai ver. — Fitz só sorri maliciosamente quando exijo nossa programação para a noite. —Relaxe e solte o cabelo. —Já está solto, — eu protesto. Além disso, tenho certeza de que tanto está gorduroso quanto cheio de frizz agora, uma vitória dupla que só eu poderia conseguir. Olho para baixo e percebo que não estou exatamente vestida por uma noite na cidade.Ainda estou usando minha roupa de trabalho, que é um par de calças cinza simples e uma blusa de seda branca. De dia para noite, não rola. —Você está ótima, — diz Fitz, como se lesse minha mente. — De qualquer forma, o lugar para onde estamos indo não tem código de vestimenta. —Você está me levando para um spa coreano, — tento advinhar, meio que brincando. —Paintball. Um daqueles


restaurantes que —jantam no escuro, — onde você nem consegue ver os talheres. —Todas boas ideias, — Fitz sorri de volta para mim. — Especialmente o spa nudista. Vamos colocar isso na lista para depois, ok? —Fitz! — Eu rio e dou-lhe um empurrão brincalhão. Isso não é apenas uma desculpa para eu tocá-lo. De modo nenhum. —Dê-me uma dica? — Eu imploro, e ele finge pensar sobre isso. —Você está prestes a testemunhar uma impressionante demonstração de capacidade atlética, — ele finalmente diz, e eu suspiro. —Você tem ingressos para os Knicks?! —Quem? — Fitz parece perdido. —Desculpa. Talvez na próxima. Oh, aqui estamos nós. O táxi estaciona do lado de fora de um prédio sem descrição no Lower East Side. Fitz paga o motorista e me ajuda a descer. Não que eu precise, mas não irei argumentar sobre segurar a mão dele, nem por um momento. Quem quero enganar com a minha conversa de —jogar pelas regras—? A sede é real.


—Por aqui. — Fitz me dá uma piscadela e depois me leva a uma porta sem identificação. Lá dentro, há um longo corredor, que leva a outra entrada - está ocupada por um cara musculoso. Minha curiosidade aumenta quando Fitz mostra ao cara algum tipo de carteirinha, e o homem se afasta. —Aproveite a sua noite, senhor, — diz ele, abrindo a porta. —Se este é um clube de striptease... — Eu começo, avisando-o quando entramos. Então, eu paro. E desato a rir. —Você me trouxe ao boliche? — Eu digo, olhando ao redor. Com certeza, parece uma versão hipster dos anos 1950, com luzes de néon, pistas de boliche antiquadas, jogos de fliperama, rock 'n' roll tocando em uma jukebox. O lugar está lotado de homens elegantes com o penteado do Elvis combinado com suas parceiras que usam vestidos vintage. Isso é absolutamente ridículo. E meio que amo isso. —O que há de errado com boliche? — Fitz protesta. —Eu te disse, é uma demonstração de força atlética. Além disso, a comida, a música... — Ele olha em volta, feliz. —Para um britânico, isso é tão estrangeiro e exótico quanto possível. —Você ama esse estilo? — Eu gargalho. —E daí?, — Pergunta Fitz. —Nada, é só engraçado. — Eu sorrio. —De todos os seus restaurantes chiques e champanhe, você ficaria mais feliz comendo comida de lanchonete com uma jukebox tocando Springsteen.


—Sou mais do tipo de cara que refere um bolo de carne, mas sim. — Fitz me leva para pegarmos nossos sapatos ridículos e, em seguida, reservarmos uma pista aberta. Amarro meus cadarços, ainda divertindo-me que o homem suave e sofisticado que conheço seja reduzido a um encantamento infantil pela visão de alguns pinos e cabines antigas de fórmica. —Agora, prepare-se para se maravilhar com a minha destreza, — diz ele, flexionando os bíceps enquanto seleciona uma bola. Hmmm, talvez este jogo tenha algo interessante, afinal. —Essas são palavras provocadoras, — eu o aviso. —Devo lhe dizer que fui a rainha da festa de aniversário do boliche em Springfield Drive. —Quer tornar isso interessante? — Ele pergunta com um brilho diabólico em seus olhos. Estou me divertindo, mas não tanto que tenha esquecido com quem estou lidando aqui. —Vai depender da aposta. —Que tal o perdedor comprar o jantar? Eu olho para a janela do fast food, anunciando dois cachorrosquentes por US $ 5. —Por mim tudo bem, — eu sorrio. —Vou o querer o meu com prazer extra. —Não tenha tanta certeza... Fitz me avisa. Então, ele pisa na pista polida, alinha seu mira, e envia suavemente a bola deslizando pela linha central - direto para o meio dos pinos. Um ataque perfeito.


Ele solta um grito e ergue os dois braços em triunfo. —Os ingleses estão chegando! — Ele grita, e tenho que rir. Um bobalhão e divertido Fitz é uma surpresa. Mas tenho que admitir, há algo muito adorável sobre um homem que não tem medo de parecer idiota. —Calma aí, — digo a ele, indo pegar minha bola. Escolho uma rosa brilhante e passo por ele para tomar minha posição. —Não conte seus cachorros-quentes antes que sejam comprados. —É mesmo? — Fitz parece divertido. —Espere um segundo, você está segurando ela toda errada. Então, antes que possa me mover, ele fica atrás de mim e coloca as mãos na minha cintura, ajustando minha posição. — Desloque seu centro de gravidade, — ele murmura em meu ouvido, e maldição, se a sensação dele, pressionado contra as minhas costas, não faz todos os nervos do meu corpo reluzir em vida. — Agora, gire seus quadris... Traga o seu braço para trás... E solte.

COMO poderei jogar boliche direito depois disso? Nãopoderei. Três bolas erradas e uma mísera contagem de 15 pontos depois, eu aceito a derrota. —Pelo menos você é graciosa na derrota, — Fitz sorri, enquanto entrego o dinheiro para pagar por nossa enorme quantidade de porcarias. Nós nos sentamos em uma cabine colorida. —Gosto de uma mulher que conhece o seu lugar.


—É esse lugar com é o meu pé enfiado na sua bunda? — Eu respondo docemente. Ele ri. —Depende. Você ainda está usando aqueles sapatos? Levanto uma perna e admiro os sapatos desajeitados cor de mostarda. —Eles são surpreendentemente confortáveis, — eu digo. —O que você acha, podemos trazê-los de volta à moda? —Você pode fazer qualquer coisa, — ele sorri, e por um momento, penso em tomá-lo literalmente e apenas rasgar todas as nossas roupas bem aqui. Embora o grupo de crianças de sete anos na mesa ao lado possa ter algo a dizer sobre isso. —Certo, que outras surpresas você tem na manga? — Eu pergunto, direcionando minha atenção de volta para o homem (completamente vestido) na minha frente. —Uma paixão secreta por aulas de dança? —Saiba que consigo rodopiar melhor que eles, — Fitz retruca. Eu sorrio. —Por que não estou surpresa? —Eu lhe disse, sou um homem de muitos talentos. — O sorriso de Fitz se torna misterioso e, dessa vez, acredito nele. —E você? —Se eu tenho algum talento escondido? — Paro para pensar sobre isso. —Acho que não. Sou isso que você vê. — diz Fitz, olhando-me demoradamente, o que faz meu estômago dar uma volta engraçada.


Olho para minhas batatas fritas, esperando não estar corando. —Não, é sério. — Dou de ombros. —Não consigo tocar nem pintar uma imagem, e é bom eu usar o transporte público, porque tenho o pior senso de direção do mundo. Uma vez, tentei ir ao Ikea e terminei a meio caminho de Catskills. O Google Maps salva minha vida regularmente. Ele ri. —Felizmente para você, consigo achar meu caminho para fora da floresta com apenas um galho e um pedaço de barbante. Cinco anos como escoteiro e dezessete medalhas, — acrescenta. os doces? — Eu provoco. Ele enche o peito. —Dei duro por cada uma delas. Cavei uma latrina no meio da noite e descobri quais folhas usar como bálsamo de pomada depois que metade da tropa passou hera venenosa em um lugar particularmente desagradável. —Estou tentando imaginar você como uma criança, — eu digo, inclinando a cabeça para olhar para ele. —Você era provavelmente aquele que colocava sapos nas camas de todos, não era? —Na verdade, não. — O sorriso de Fitz se torna nostálgico. — Eu era meio bitolado. —Um o quê? —Nerd. Geek, — Fitz traduz. —Sempre tive meu nariz em um livro. Nossa biblioteca era o único lugar onde eu poderia escapar dos meus pais.


—Você tinha uma biblioteca? — Eu assobio. —Admita, você cresceu em um castelo. Ou Hogwarts. —Algo assim. — Ele ri, em seguida, empurra sua comida de lado. —Pronta para a segunda rodada? —Boliche ou batatas fritas? — Eu pergunto, educadamente escondendo um arroto. —Porque acho que atingi meu limite em ambos. —Oh, estamos apenas começando. — Fitz pega a minha mão e me coloca de pé. —Só uma pergunta: você tem com medo de altura? —Não... — Eu respondo desconfiada, enquanto ele joga as embalagens no lixo e me leva até a saída. —Por quê? —Por nada. — Ele me dá aquele sorriso de novo, o diabólico que poderia significar que ele está tramando uma assassinato ou uma sedução. E Deus me ajude, eu não me importaria em descobrir. —Avante! DESTA VEZ, desisto de olhar para fora das janelas do táxi, tentando descobrir para onde ele me levará em seguida. Afinal, há muito mais coisas interessantes aqui no banco de trás do carro. Como o homem atualmente esparramado ao meu lado, seus cabelos absorvendo o ouro nas luzes da cidade enquanto elas tornam-se borradas. Quem é Arthur Fitzwilliam Fitzgerald? Eu não fazia ideia quando disse o sim, e de alguma forma, faço menos ainda uma semana depois da (quase) felicidade


conjugal. Olho furtivamente para ele agora, cantarolando suavemente com o rádio, sombras lançam-se sobre as maçãs esculpidas em seu rosto de galã. Será que ele é só o playboy irresponsável que se propõe a ser, ou há um lado mais profundo no Sr. Almofadinha, debaixo de todos aqueles ternos feitos perfeitamente sob medida? De vez em quando, ele revela um vislumbre de um homem diferente: alguém gentil e divertido e, surpreendentemente, doce. Alguém que se preocupa com algo além da seção VIP do clube mais badaldo ou com qual modelo de biquíni ele pode trepar essa semana. Alguém de quem eu realmente possa ser amiga. Ou estou tirando no escuro, tentando justificar essa sede que me faz apertar minhas coxas e torcer a calçinha? Ele não é meu tipo, eu me lembro. Ele não é nem um pouco o meu tipo. E ainda assim... —O que você estaria fazendo agora se não tivéssemos... você sabe, casados? — pergunto curiosa. Fitz se vira, quase como se tivesse esquecido de que eu estava sentada aqui. Ou seja, apenas um de nós está ofegando de desejo, parece. —Eu não sei, em um clube talvez, ou em outro jantar. —Apenas com uma garota diferente ao seu lado? — Arqueio minhas sobrancelhas, e ele dá um tímido encolher de ombros. —Ninguém tão bonita e inteligente, é óbvio. —Boa jogada, — eu respondo secamente.


—Não, falo sério. Toda o cenário social, chega a se tornar chato depois de um tempo. —Então foi por isso que você fez isso? — Eu pergunto. —Você só queria uma mudança e pensou: 'Ei, por que não me ligar legalmente a uma completa estranha?' —Por que quer saber? — Fitz franze a testa. —Está com algum arrependimento pós-núpcial? —Não! — Digo rapidamente. —Estou apenas curiosa, é tudo. Quero dizer, eu nunca teria pensado em fazer algo maluco como isso se não fosse o meu último recurso. Caso você não tenha notado, não sou exatamente a Srta. Selvagem e Espontânea, — acrescento. Fitz sorri. —Eu não sei, você está se saindo muito bem esta semana. Dou uma risada triste. —Esta semana definitivamente não é normal. Está tão longe do normal quanto possível. Anos luz de distância. —Isso é tão ruim?, — Pergunta Fitz. —Eu sempre achei ' o normal' superestimado. —É fácil para você dizer, — não posso deixar de apontar. —É fácil ser selvagem quando se tem um fundo fiduciário de segurança lhe esperando caso dê algo errado. Se eu decidisse — espontaneamente— não aparecer amanhã de manhã no trabalho, provavelmente teria problemas maiores do que onde tomar o café da manhã , — acrescento, com um sorriso, para que ele saiba não o estou atacando.


Ainda assim, Fitz parece divertido. —Você acha que sou apenas um cara rico preguiçoso, não é? —Preguiçoso não, — eu respondo, provocando um pouco. — Você parece muito enérgico para mim. Ele ri. —Bem, vamos ver se você acompanha. O carro para, eu o sigo e descubro que estamos no meio da cidade, cercados por arranha-céus comerciais. Hmmm. Outro clube moderno e secreto? Um bar exclusivo para membros? —Por aqui, — diz Fitz, aproximando-se de um dos maiores edifícios entre todos, uma imensa torre de cromo e vidro. Ele empurra as portas giratórias e eu sigo ainda mais curiosa agora. —É a empresa da sua família? — Eu pergunto, olhando em volta. —Não. —Então você bancou o Christian Grey e comprou uma empresa de saúde para mim? — Eu brinco, apressando-me para acompanhar enquanto ele me conduz pelo lobby vazio de mármore. —Chegou perto. — Entramos no elevador e Fitz aperta o botão do último andar. —Conte-me! — Paciência é uma virtude, — ele ri, parecendo satisfeito.


Minha expectativa aumenta enquanto o elevador sobe. Vinte... Trinta... Quarenta... Finalmente, as portas se abrem com um ‘ding!’ no quinquagésimo segundo andar. —Sua carruagem a aguarda, — diz Fitz, gesticulando para eu seguir à frente dele. Eu saio para um rugido ensurdecedor de vento e barulho. Ensurdecedor, porque um helicóptero está empoleirado, esperando no telhado. Um maldito helicóptero! —Você só pode estar brincando comigo. — Meu queixo cai. — Aquilo é... para nós?! Fitz dá um sorriso surpreendentemente tímido. —Percebi que é melhor viver de acordo com a minha reputação , — diz ele. — Falar por falar... Além disso, é a melhor maneira de ver a cidade. Ele pega minha mão e me conduz pelo telhado. E, estupefata, só posso seguir. Isso está realmente acontecendo? Eu sei que não deveria ficar impressionada com essa exibição de riqueza totalmente inesgotável, mas vamos lá, sou apenas humana. Meus encontros normais envolvem pizza, leve 2 pague 1 no Gino's, ou uma sessaõ dupla no cinema em preto e branco. Certa vez, no meu aniversário, Christian chutou o balde e organizou uma noite de karaokê em uma cabine particular em Chinatown, mas, mesmo assim, ele usou um cupom de compra coletiva para termos 50% de desconto.


Acho que Fitz está certo. Normal é realmente superestimado. Fitz me ajuda a subir as escadas para o banco de trás do helicóptero e me entrega um enorme par de fones de ouvido. De certa forma, o ruído das lâminas se desvanece em um rugido abafado. —Aperte o cinto, docinho, — diz a voz de Fitz, e percebo que cada um de nós tem um pequeno microfone conectado, para que possamos conversar. Coloco o cinto, meu estomago em nós, e então, como mágica - ou quinze toneladas de aeronáutica executiva - nós decolamos. Solto um grito e aperto a mão de Fitz. Ele ri, caloroso através do meu fone de ouvido. —Relaxe. Jenkins é o melhor do ramo, ele conseguiria fazer uma acrobacia sem deixar um fio no nosso o cabelo fora do lugar. —Ele O QUE? — Eu grito. Ouço risos no cockpit. —Esse é um pretexto para Fitz fazer uma piada, — diz a voz do piloto. —Um dia desses, você vai me deixar pilotar, — brinca Fitz. —Nunca. Fitz aperta minha mão enquanto subimos mais alto no céu. Consigo ver o chão ficando longe e, assim mesmo, a cidade de Nova York está espalhada embaixo de nós, brilhando no escuro.


Eu exalo, maravilhada pela visão dela, um cruzamento de luzes intercaladas, as luzes pontiagudas de um milhão de almas, cercadas pela sombra escura do rio. —É tão bonita... —Nada mal, — Fitz concorda em voz baixa. Sobrevoamos a cidade, indo para o norte. Posso ver o tumulto neon da Times Square e a mancha escura do Central Park. Eu moro aqui há anos, mas nunca vi isso assim antes. Aperto a mão de Fitz. —Obrigada, — digo a ele, tirando meus olhos da vista. —Isto é incrível. —O prazer é meu. — Ele sustenta o meu olhar, me observando. E talvez eu tenha deixado o meu bom senso e razão para trás, em terra firme, talvez seja porque essa cena é romântica demais para resistir, ou talvez porque estive ofegando por esse homem desde o primeiro momento que nos conhecemos, mas ignoro todas as razões pelas quais devo manter distância. Eu me inclino e beijo-o. —Uou! Ou, pelo menos, tento beijá-lo, mas meu fone de ouvido volumoso fica no caminho. Fitz ri. — Vamos tentar isso de novo, — diz ele, movendo-o para o lado. Desta vez, nossos lábios se encontram e eu sei que não há como voltar. Porque diabos, eu quero ele.


NO MOMENTO QUANDO chegamos em terra firme, tenho certeza que mereço uma medalha. Dar uns amassos no banco de trás de um táxi em movimento é um desafio e tanto, mas na cabine de um helicóptero a 800 metros? Vamos apenas dizer que tenho sorte de não ter perdido um dente. Ou meu jantar. Ainda assim, entre o mergulho no vôo e química incandescente com Fitz, minha cabeça está girando quando o táxi estaciona do lado de fora do prédio e Fitz praticamente me arrasta para dentro. Onde está um dispositivo de teletransporte quando se precisa de um? Ainda há muitas portas entre o agora e eu estar sozinha com ele, além de muitas camadas de roupas também. —Noite, chefe, — seu porteiro fala, enquanto Fitz me empurra para o elevador. As portas nem se fecharam antes de ele estar me beijando de novo, quente e forte desta vez, apoiada contra a parede de forma que eu consigo sentir cada centímetro de seu corpo pressionado contra mim. Eu gemo contra ele, em chamas. É errado foder um cara no primeiro encontro se vocês já foram casados? Acho que estou prestes a descobrir. As portas se abrem e Fitz se afasta de mim e me levando para dentro do apartamento. —Se eu fosse um cavalheiro, eu pegaria seu casaco e lhe ofereceria uma bebida agora, — diz ele, dando-me um olhar lascivo de pálpebras pesadas que me faz querer rasgar minha roupa ali mesmo.


—Você é? Um cavalheiro? Eu pergunto sem fôlego. Os lábios dele contorcem-se em um sorriso lento. —Você quer que eu seja? Puxa vida. Lentamente, balanço minha cabeça e Fitz sorri. —Achava que não, — diz ele. —Afinal, um cavalheiro não faria isso... — Ele coloca a mão no meu peito e, lenta e gentilmente, me empurra de volta até que fico de pé, junta à janela. Então, ele cai de joelhos. Olá! Ele levanta minha blusa, provocando, e deposita beijos vibrantes e quentes em meu estômago. Eu me inclino para trás contra o vidro frio, tentando manter o equilíbrio, mas sinto que o mundo todo saiu do eixo. Eu nunca estive tão excitada na minha vida antes. E, então, Fitz desabotoa minhas calças e as desliza pelas minhas coxas. Engulo em seco, tentando lembrar-me se estava usando uma calcinha boa. Querido Senhor, por favor, não me deixe estar vestindo calcinhas de desenhos animados em uma noite como esta, eu rezo. Assim, olho para baixo e vejo, para o meu alívio, que uso uma boxer de renda branca perfeitamente adequada. Obrigado!


Fitz olha para cima, com um sorriso diabólico no rosto. —Você está bem aí em cima? —Aham, — consigo dizer. —Sério? — Fitz se inclina mais perto e dá uma mordida suave na minha coxa. —Porque você está parecendo meio tensa... Ele desliza as mãos até o interior das minhas pernas, abrindoas mais ainda. Eu gemo. —Um pouco tensa, com certeza... — Engulo em seco. Minhas pernas completamente abertas, exibindo-me para ele... e quem quer que esteja assistindo do décimo andar. Mas eu não me importo. Tudo o que me interessa é a sensação de sua respiração, quente contra a minha pele, e de como cada nervo do meu corpo está alerta, excitado e esperando por ele. Ele se inclina novamente e me beija através da renda da calcinha. Suave. Muito suave. —Fitz! — Eu protesto, tão cativada que acho que vou explodir. Ele ri. Um murmuro baixo contra o meu estômago. —Qual é a palavra mágica? — Uma mão desliza mais alto, dedos acariciandome através do tecido. Eu me contorço, tentando me aproximar. —Mais forte? —Não. — Fitz, gentilmente, prende seus polegares sob o meu cós e puxa minha calcinha para baixo. Oh, Deus. Agora estou completamente exposta a ele.


Fecho os olhos com força e me apoio contra o vidro. Sinto sua respiração, quente entre as minhas coxas, o roçar de sua barba contra a minha pele sensível. —Fitz... — Minha voz se contorce em um gemido. —Estou esperando... — ele me provoca, uma mão traçando círculos lentos no meu estômago enquanto a outra aperta minha coxa com força, me prendendo no lugar. —Por favor, — eu finalmente imploro, precisando tanto dele que chega a doer. E finalmente, Fitz me puxa para mais perto e lambendo-me, sua língua quente e molhada, e... —Oh, meu Deus! Meu queixo cai, isso é bom. Porra. Ele lambe mais forte, mais profundo, e então suas mãos deslizam mais acima, e seus dedos penetram profundamente e... Eu gozo com um grito, segurando-me em seus ombros para ter equilíbrio. Um que perco prontamente, quando Fitz se levanta, me pega e me joga por cima do ombro, indo para o quarto. Bem ao estilo homem das cavernas. Ele me joga na cama e tira a roupa tão rápido que quero lhe aplaudir. Porque o que é aquilo que ele tem escondido sob aquelas calças feitas sob medida? Me dê. Agora. Fitz pega um pacote de papel alumínio da mesinha de cabeceira, depois se junta a mim, beijando-me devagar e profundamente enquanto desabotoa minha blusa e é rápido com o


sutiã. Corro minhas mãos apreciativamente pelo corpo dele, demorando-se sobre sua bunda durinha. Ele ri contra a minha boca. —Então, você é do tipo que gosta de bunda, hmmm? —Talvez, — eu rio, dando-lhe uma leve palmada. —Você tem uma muito boa. —E você... — Fitz recua, olhando-me lentamente da cabeça aos pés. —Você é fodidamente espetacular. Eu coro, me contorcendo sob o olhar dele. Fitz inclina a cabeça, beijando um dos meus seios e depois o outro. Ele chupa meu mamilo, então o aperta forte o suficiente para me fazer gemer. Seus dedos deslizam entre as minhas pernas de novo, provocando minha umidade enquanto tento me aproximar mais dele, fechando minha mão em torno de seu comprimento duro e grosso. Eu o masturbo lentamente, até que Fitz se afasta do meu peito. —Porra, eu quero você, — ele rosna no meu ouvido. Seus dedos pulsam e se flexionam dentro de mim, mas não é suficiente. Nem um pouco. —Você tem me deixou louco naquelas calças de pijama... —As do snoopy? — Eu rio, surpresa. —Eu pareçia uma maltrapilha. —Um sexy, tentadora maltrapilha , — Fitz me corrige, sorrindo. Meu olhar cai para seu pau e sinto um arrepio de antecipação. Porque o tamanho não importa em teoria... Mas na prática?


Vamos apenas dizer que estou mais do que pronta para o evento principal aqui. E claramente, Fitz também está, porque ele pega o preservativo e o coloca. Eu o puxo para mim, para nos conectarmos, abrindo minhas pernas enquanto ele se prepara, pairando acima de mim. Então, ele impulsiona-se para dentro, enterrando-se ao máximo. Oh. Meu Deus. Eu aperto em torno do comprimento grosso dele, amando a sensação dele. Encaixando-me tão bem. Fitz se empurra novamente, tirando e enfiando profundamente, e eu gemo. —Caralho, você é tão gostosa , — ele geme contra mim, e só consigo dar uma resposta incoerente. Porque diabos, todo aquele sexo que eu tive com Christian, parecia perfeitamente bom? Não foi. Nem de perto. Fitz se impulsiona para dentro de mim novamente, mas quando estou achando um ritmo, ele nos rola, me deixando cair em cima dele. Puta merda! Ele estocava para cima, para dentro de mim, e agora o ângulo é incrível. Meu último fragmento de autoconsciência desaparece, e eu o cavalgo com força, perseguindo o prazer que está se contorcendo em mim, subindo, mais rápido, até...


Eu me despedaço com um grito, gozando pela segunda vez em dez minutos. O que, para ser clara, é um recorde. Eu desmorono contra Fitz, ofegante. Ele se empurra para dentro de mim novamente, mais rápido agora, sua respiração entrecortada contra mim até que ele goza com um gemido. Nós rolamos de novo, até estarmos lado a lado, ofegantes. Então, começo a rir. Fitz olha para o lado. —Já vi desmaios e lágrimas de admiração, mas devo admitir, riso é novidade. Eu continuo rindo. —Eu sinto muito, acabei de...perceber. Não há chance de conseguir uma anulação agora!


EU ACORDO ENROLADA na mais suave e luxuosa roupa de cama conhecida pela humanidade. Ou pelo menos, conhecida por Becca. Acho que algumas pessoas conseguem relaxar com 500 bilhões de fios ao mesmo tempo, mas isso é novo para mim. E,definitivamente, superaram meus lencóis da Target, com certeza. O cara gostoso que me manteve acordada a noite toda com o melhor sexo da minha vida também é uma vantagem. Mmmm... Fitz. Eu bocejo, rolando para encontrar... A cama está vazia. Eu me sento. Consigo ouvir música vinda do corredor, e isso é...? O cheiro de bacon assando. Meu Deus, eu realmente morri e fui para o paraíso da fantasia sexual. Afundo de volta nos travesseiros por um momento, esperando ser atinginda pelo arrependimento e culpas. Quero dizer, acabei de


rasgar o livro de regras no que diz respeito a limites profissionais. Olívia me avisou que as limites poderiam ficar embaçados, e, bem, se eles já não estivessem antes, então nós dois rolando nus sobre eles provavelmente davam pro gasto. Mmmm... Fitz, nu. Eu sorrio. Oh, quem estou enganando? Culpa e arrependimento podem esperar. Eu mereço um pouco de diversão, depois do ano ruim de estresse e mágoa que tive. E não há nada pequeno sobre o Fitz. Pulo da cama e corro para o banheiro principal. O lindo banheiro de cair durinha, do tamanho do meu apartamento. Porra, há mármore por todo lado aqui, mais seis jatos de vapor diferentes no chuveiro para cinco pessoas. Namorar um homem rico tem suas vantagens, afinal. Por que não fiz isso antes? Ah, sim, porque todos os herdeiros que conheci ganhariam de Brett nas apostas mais idiotas. Ainda assim, não vou ignorar os benefícios de estar com Fitz, de forma que me delicio com o jato quente, ensaboando-me com algo delicioso e perfumado. Em seguida, me seco em toalhas tão fofas que eu poderia chorar e me enrolo na nuvem que é o roupão de banho. Depois percebo que Fitz ainda está preparando algo na cozinha, e vou bisbilhotar. Quero dizer, explorar.


Parece-me curioso, mas quero saber mais sobre o homem que acabou de me dar vários orgasmos, e é como o Fitz disse: a casa de alguém pode dizer muito sobre si. Como o fato do quarto de Fitz ser tão digno de babar quanto o resto do apartamento. Verifico o armário de remédios, bisbilhoto a luxuosa suíte de hóspedes e até mesmo dei uma espiada na sua academia, mas quando termino de vasculhar o armário de roupas de cama, ainda não estou perto da verdade. Este lugar é impecável. E completamente impessoal. Claro, há arte impressionante nas paredes e curiosidades interessantes espalhadas pelo lugar - alguns livros da primeira edição de Robinson Crusoé, uma coleção de globos antigos - mas, quando se trata de algum mergulho profundo na mente do tal Arthur Fitzgerald? Não estou encontrando nada. Quem não tem uma foto de sua família? Ou um cartão velho de aniversário de um amigo? E agora que penso nisso, ainda não sei exatamente o que ele faz para viver... Ainda há mais uma porta neste corredor e, quando a empurro, descubro que é um escritório elegantemente mobiliado —Bom dia, querida. Giro ao redor com um gemido. —Fitz! Ei, você me assustou. Ele está na porta, parecendo gostoso e amarrotado, e francamente irresistível em uma calça de moletom cinza e... nada mais.


Acho que cozinhar sem camisa é um hábito para ele. E, com certeza, eu poderia me acostumar com isso. —Procurando por algo?, — Pergunta ele. —Oh. Não, tomei a direção errada, — digo culpada. —Mas aqui está você. Ele sorri. —E aqui está você... — Fitz se aproxima e desliza a mão sob o roupão. Seu sorriso se torna ardente quando me encontra nua. —É uma manhã muito boa. Eu sorrio, tremendo ao seu toque. —Aquele seu chuveiro é insano. Eu posso ter que deixar você e morar com ele. —Que é isso, não precisa ser apressada, — Fitz sorri de volta. —Sempre quis experimentar um relacionamento aberto. Eu posso compartilhar. — Eu rio quando ele me pega pela mão e me leva para fora do escritório - fechando a porta atrás de nós. —O que você está escondendo lá? — Eu pergunto, provocando. —Apenas o meu império pornô nacional, — responde Fitz, sem perder o ritmo. —Como você acha que paguei por tudo isso? —Produzindo ou atuando?, — Pergunto. —Vou tomnar isso como um elogio. Fitz me leva até a sala principal, onde uma enorme mesa de jantar de vidro está posta para dois. Panquecas, waffles, bacon... Eu fico boquiaberta. —Eu morri e fui para o céu do café da manhã!


—Carregamento de carboidrato, — diz ele com uma piscadela. —Todos os melhores atletas fazem isso. Ajuda você a manter sua energia antes de um treino. —E vou precisar da minha força? — Eu pergunto, rindo. —Definitivamente. — Fitz me puxa para mais perto e me dá um beijo quente e lento que me transforma em geléia. —Estamos apenas começando. Eu o beijo de volta, tremendo enquanto suas mãos vagam sob o meu robe, e seu corpo pressiona-se com força contra mim. Por falar em acordar. Eu poderia me acostumar a isso... O alarme do meu celular soa em algum lugar atrás de nós. Eu me afasto com um gemido. —Ignore. — Fitz mergulha a boca no meu pescoço. —Eu não posso... — Eu digo, relutante. —Tenho que ir trabalhar. —Mate o trabalho comigo, — ele murmura, beijando mais para baixo. —Podemos voar para Miami e estar na praia antes do meio dia. Droga. —Tentador, — nem chega perto. Quero dizer, passar o dia cuidando de papelada em um escritório apertado, esquivando-se de pedidos para examinar as verrugas das pessoas, ou deleitar-se


com um homem quente e coquetéis na areia? Eu teria que ser louca para recusar. Louca, ou apenas uma pessoa com uma excessivamente desenvolvida consciência pesada. —Eu não posso, — eu digo com arrependimento, afastandome. —Meus clientes estão contando comigo. Os Delgados estão tentando fazer com que seus filhos participem de um programa de tratamento do câncer experimental. Vamos nos reunir para revisar a papelada. Fitz deixa cair as mãos. —Certo, eles ganharam, — diz ele com um sorriso. —Mas a oferta está de pé. —Talvez este fim de semana? — Eu sugiro, ainda não acreditando que estou fazendo planos para viajar com meu marido sexy. Fitz me beija novamente. —Conte com isso. DEVORO O CAFÉ DA MANHÃ E, sim, um Fitz com sabor de melaço - e depois volto para a Waverly para me trocar rapidamente antes do trabalho. Estou flutuando em uma nuvem de endorfinas sensuais, mas quando chego do lado de fora, encontro Brett na frente do prédio com outro homem, estudando algumas plantas. Por falar banho frio. —O que você está fazendo aqui? — Exijo, antes que eu consiga me conter. Ele me dá um sorriso assustador. —Legal ver você também.


—Só estou dizendo... Tudo está resolvido agora, não é? — Eu pergunto, meu coração acelerado de pânico. Ele ouviu alguma coisa? O que ele sabe? —Não será resolvido até que o executor finalize o testamento, — Brett responde. —E enquanto isso... Não há nada que me impeça de fazer alguns planos de contingência. No caso de algo acontecer que desvalide seu pedido. — Seu sorriso fica pretensioso. —Você conhece Gabe Sherwood? — Ele pergunta, acenando para o cara que está tirando fotos da fachada da frente. —Ele é um dos melhores empreiteiros da cidade. Temos grandes planos para este lugar. —Você é um dos moradores? — O outro homem pergunta. Ele é alto e bonito, com um sorriso amigável, mas no que me diz respeito, ele é o Inimigo. —Sim, — eu respondo, olhando para os dois. —Um edifício tão grande, — continua Gabe, olhando para ele. —A característica, a história... —Os metros quadrados, —interrompe Brett. —O que você acha? Modifique-o de cima para baixo, coloque um pouco de mármore importado e uma piscina no chão. Vai parecer a porra de uma mansão de um bilionário russo. Gabe parece divertido. —É algo a se pensar, com certeza. —Sinto muito, mas Brett está lhe fazendo perdendo seu tempo, — eu o informo friamente. —O prédio não é dele para vender.


Gabe parece surpreso. —Eu pensei... —É uma questão legal, ainda em processo, — interrompe Brett, carrancudo. —Mas estamos confiantes em uma resolução rápida. A única coisa sobre a qual estou confiante é o fato de que vou bater na sua cara presunçosa caso eu tenha que passar mais um minuto com eles. Felizmente, Brett enrola plantas e dá a Gabe um sorriso grande e falso. —Por que não vamos comer alguma coisa e continuar essa conversa em algum lugar mais amigável? Conheço um grande clube masculino de alta classe. Muito elegante, ótimas dançarinas. Ewww. Gabe pigarreia. —Na verdade, é melhor eu ir. Prazer em conhecê-lo. — Ele me lança um sorriso rápido. —Brett, me avise quando você resolver esse problema da propriedade. Ele se afasta como se não conseguisse se livrar de Brett rápido o suficiente. Talvez o homem tenha algum bom senso, afinal. No minuto em que ele parte, Brett se vira para mim, franzindo o cenho. —Por que você teve que fazer isso? Sherwood é o melhor em seu ramo. —E este edifício não pertence a você, — rebato ferozmente. — Ele não vai ser vendido para virar condomínios extravagantes ou


alguma mega-mansão. Ele permanece está.

exatamente do jeito que

—Veremos sobre isso, — diz Brett, dando-me um olhar malvado. —Aliás, onde aquele esse seu marido? —Por aí. — Dou de ombros. —Devotado de verdade. —O que você quer que eu diga? — Pergunto. —Estamos em um relacionamento saudável e amoroso. Não mantenho uma tornozeleira de rastreamento nele. —Talvez devesse. — Bret fica com aquele olhar arrogante de novo, aquele que significa problema. —Talvez você não conheça seu marido tão bem quanto pensa. Antes que eu possa lhe perguntar o que quer dizer, Brett se vira e vai embora. Boa viagem. Eu entro, rapidamente mudo de roupa para o trabalho antes de descer, mas em vez de sair, encontro a chave do apartamento de Marigold, e entro. Ainda cheira como ela. Eu inalo com uma pontada. Sei que já deveríamos ter tirado as coisas dela e alugado o lugar, mas de alguma forma, não consigo me forçar a empacotar todas as suas colchas feitas à mão ou remover as brilhantes obras de arte das paredes. Este lugar ainda parece a Marigold, e às vezes, tenho que admitir, é legal


esgueirar-se aqui e se sentar um pouco, sentindo-me perto dela novamente. O que ela faria de tudo isso? Ela provavelmente acharia hilário, que eu tivesse me enrolado em tantos nós tentando fazer a coisa certa. Ela estava sempre me dizendo que as coisas tinham um jeito de se resolver. —Deixe isso para o homem lá de cima, — ela dizia com uma piscadela. — Ele sabe o que está fazendo. Mas agora ela se foi, e sou eu quem tem que descobrir sozinha as respostas. Bem, não exatamente sozinha... Eu penso em Fitz novamente e sorrio, apesar de tudo. Como pode um cara que é tão errado para mim, me faz me sentir tão bem? Isso acontece porque eu pulei toda a minha fase de rebeldia adolescente? Talvez se eu tivesse tingido o meu cabelo, tivesse colocado um piercing no nariz e andasse pelo shopping com Billy Kennedy e o resto de sua gangue punk de skate, eu teria tirado isso do meu sistema agora. Em vez disso, estou presa lembrando-me da minha noite com Fitz, em detalhes vívidos em colorido. A maneira como o corpo dele me pressionou contra o colchão, e como sua língua habilidosa me fez gritar. Devido a toda a sua experiência, eu me lembro, tentando me recompor. Durma com todas as supermodelos do país, e você não pode evitar de adquirir algumas habilidades.


Ainda assim, eu me lembro o que essas habilidades me fizeram sentir, pressionando-se com força contra mim... Menos garota! Saio para o pátio e rego as flores de Marigold. Há um lindo jardim aqui - que Brett está sem dúvida planejando despedaçar e substituir por uma garagem para três carros. Penso em seus planos de moradia e faço uma carranca. Havia algo no jeito que ele falava que me deixa nervosa. Quero dizer, sim, ele é sempre assustador e presunçoso, mas hoje parecia mais. O que ele sabe? —Aí está você. Eu me viro. O próprio Fitz está em pé, na porta, totalmente vestido. Ao contrário da versão em minha mente. Limpo a garganta. —Oi! — Cumprimento-o, confusa. —O que você está fazendo aqui? —Pensei que você pudesse precisar disso. — Fitz me entrega meu celular, o qual sequer percebi que esqueci lá. Ter um cara lambendo uma calda do seu estômago nu faz isso com a memória de uma garota. —Obrigada! — Eu pego. —E obrigada por vir até aqui. —Bem, você disse que era ruim com as direções. Eu não quero que você termine no Brooklyn, em vez de me encontrar para jantar hoje à noite.


—Isso é um convite? — Eu provoco, sorrindo. —Pode apostar que é. No Luciano’s, sete horas? —Estarei lá, — eu concordo. E depois, horas depois.

esperançosamente,

ficarei

nua

algumas

—Então, essa era a casa de Marigold?, — Pergunta Fitz, olhando em volta. Eu concordo. —Passo por aqui para regar as plantas, tirar um pouco de pó... Eu sei que é estranho, mas ainda sinto que é o lugar dela. — —Não é estranho. — Fitz me dá um sorriso. —Você ainda não está pronta para deixá-la ir. —Algum plano para hoje? — Pergunto, mudando de assunto para mim e meu sentimentalismo brega. Ele encolhe os ombros. —Ah, você sabe. Há códigos nucleares perdidos em algum lugar da cidade e sou o único homem à altura da tarefa. Balancei minha cabeça, rindo. —Será que um dia vou obter uma resposta direta de você? —Agora, onde estaria a diversão nisso? — Fitz sorri. Seu telefone vibra e ele verifica a tela. —Isso é MI6 , — ele brinca. —É melhor eu ir ver o que eles precisam.


Ele sai para o corredor para atender e eu termino de regar as plantas. Estou acabando de trancar, quando ouço a voz de Fitz, do canto da escadaria. —Eu sei, estou atrasado, mas vou te compensar, querida. — Ele ri. —Oh, você vai me punir, não vai? Paro imóvel. —Você é uma menina má, — ele continua. —Me dê um duplo, — continua ele. —Vou precisar da minha força, se vamos ficar nisso o dia todo. Ele está falando sério? Eu fico ali, me sentindo a maior idiota do mundo. É claro que um notório playboy não deixa de ser um mulherengo. Só porque estamos casados, isso não significa que ele não esteja me traindo. Já. Feliz aniversário de cinco dias para mim!


AINDA ESTOU PARADA LÁ, sentindo-me como uma idiota, quando Fitz desliga e retorna. —Tudo pronto?, — Ele pergunta com um sorriso casual, como se ele não tivesse acabado de criar uma —punição extracurricular— com seu caso da semana. Meu coração afunda. Não posso acreditar que me apaixonei por sua lábia. —Sim, — respondo breve. —Obrigada. É melhor, você sabe, eu ir trabalhar. —Tenha um ótimo dia, — diz ele, vindo me dar um beijo em meus lábios. —Vejo você mais tarde. —E você está ocupado hoje, certo? — Não consigo me impedir de perguntar. —Caçar aqueles códigos nucleares. Parte de mim espera que ele dê uma explicação inocente para a conversa que acabei de ouvir. Uma prima da cidade, uma personal trainer lésbica a qual se esqueceu de mencionar. Mas Fitz apenas pisca para mim. —É um trabalho difícil, mas alguém tem que fazê-lo. — Ele se vira e sai do prédio. Eu o vejo ir, sentindo desapontamento entorpecido.

uma

mistura

estranha

de


A noite passada não significou nada para ele? Claramente, não. Mas mesmo que o sexo comigo não fosse o suficiente para mantê-lo se comportando por um dia inteiro, então o nosso acordo deveria ser. Ele prometeu: sem brincadeiras, pelo menos não enquanto estivermos mantendo essa fachada de casamento. E com Brett nada além de ansioso para me pegar no pulo... Sua pequena indiscrição poderia me custar tudo. Minha decepção muda para a raiva. Essa —garota má— deve ser muito especial para ele arriscar tudo assim. Que diabos está acontecendo aqui? Entro em ação, correndo pela porta atrás dele, descendo os degraus da frente. Eu posso vê-lo, acabando de virar a esquina, então saio atrás dele, diminuindo a velocidade quando chego perto, para poder ficar para trás, fora de vista. Para alguém prestes a trair sua esposa legal, ele não está sendo nada discreto, andando como se não tivesse nenhum um problema no mundo. Onde diabos ele está indo, mentindo para mim assim? Onde quer que a Garota Má e sua masmorra de dor estejam, claramente. Bem quando pensei que estávamos realmente nos conectando, quando realmente me permiti ter sentimentos por ele, ele tem que deixar suas calças falarem por ele e arruinar tudo! E sério, ele é o coelhinho da duracell? Porque depois da malhação que tivemos, eu


quero tirar uma soneca por uma semana, não ir atrás de outra rodada. Eu o sigo por alguns quarteirões, as calçadas estão cheias, de forma a ele nem me notar, me esgueirando atrás dele, fingindo olhar para o meu telefone. Não o estou perseguindo. estou apenas...seguindo-o de perto. Afinal, tenho muita coisa em jogo para apenas sentar e esperar que ele volte para casa. Preciso saber com o que estou lidando aqui. Ou talvez, eu tenha entendido errado, e isso é apenas uma coisa de trabalho. Seja o que for que Fitz faça para viver. Que ainda não sei. Ele poderia ser um traficante de drogas ou um líder de culto. Ou um cafetão de ponta para toda uma rede de Garotas Más e suas masmorras secretas. Minha imaginação corre solta quando Fitz chega a uma porta e entra. Eu me apresso e olho esperançosamente pela janela. Um espaço de co-working, talvez? Um clube de charutos só para homens? Não. É um restaurante de aparência romântica. O lugar está cheio de casais, olhando alegremente um para o outro durante o lanche. Meu coração afunda quando o vejo, lá atrás. Cumprimentando uma morena alta e esbelta com um beijo na bochecha. E na outra bochecha. E um longo abraço demorado.


Lá se vai o —abandonar todos as outras. — Meu marido de mentira está definitivamente me traindo de verdade. QUANDO ME DEPARO com provas contundentes de que Fitz nada mais é do que o playboy irresponsável sobre o qual todos me falaram, eu faço o que qualquer mulher emocionalmente madura e madura faria na minha situação. Vou para o trabalho, fecho a porta e me debruço sobre o meu próprio ciúme e raiva pelo resto da manhã. Como ele pode fazer isso comigo? Claro, na verdade não somos casados, mas achei que tínhamos uma conexão. E um vínculo jurídico. Além disso, você sabe, o fato de eu tê-lo ter sacudido a noite toda. Pelo menos, pensei que consegui. Mas claramente, eu não era párea para os seus esquemas habituais. Afundo-me no banco e enterro a cabeça numa pilha de pastas. Eu não entendo! Foi ele quem disse que Bret poderia estar nos seguindo, então por que diabos ele está jogando, valsando pela cidade com uma qualquer? A não ser que... Ela não seja apenas uma qualquer. Lembro-me do jeito calmo como ele a tocou e como seu rosto se iluminou com algo que ela disse. E se ele realmente gostar dela? De alguma forma, isso me faz sentir ainda pior. Por que eu possivelmente assumiria que Fitz estava realmente interessado em


mim, quando ele poderia ter qualquer mulher linda e gostosa em Manhattan e em outros três estados também? A noite passada foi provavelmente apenas uma divertida distração para ele. Enquanto isso,sou a idiota faminta por sexo que achava que aquilo pudesse significar que ele poderia realmente gostar de mim... Os pensamentos dão volta na minha cabeça até que eu não aguento mais. Aviso a Mercedes que vou almoçar, e vou me encontrar com Poppy. Ela está trabalha na Biblioteca Pública de Nova York durante o dia, enterrada na seção de poesia tentando compor um poema para algum cliente. —O que eu faço? — Eu sussurro em lamento, afundando-me ao lado dela em um cubículo de estudo. —Não posso acreditar que ele faria isso, literalmente, depois de estar nu na cama comigo! —O cara tem resistência, — Poppy concorda, parecendo impressionada. Ela entende minha expressão. —Desculpa. Vocês entraram em acordo sobre o que está acontecendo com você? —Você quer dizer além do contrato legal e dos votos de casamento? — Eu digo sombriamente. —Não. De alguma forma, me esqueci de perguntar o que acontece se o nosso relacionamento falso se transformar em sexo realmente quente. Olívia me avisou, mas eu escutei? Não! Poppy dá um sorriso compreensivo. —Tem certeza de que ele está traindo? Você poderia simplesmente lhe perguntar sobre isso. —E admitir que eu o estivesse perseguindo? De jeito nenhum. — Balancei minha cabeça. —Mesmo se ele tendo mentido sobre onde ia. E arriscando todo o plano. E quebrando sua promessa de


permanecer fiel até que o testamento estivesse resolvido. — Eu murcho ainda mais. —Tenho certeza de que é algo inocente, — argumenta Poppy. —Quero dizer, você não os pegou nus ou algo assim. —Você não os viu juntos, — eu respondo, sentindo outra pontada de ciúmes. —Havia química. E ele estava genuinamente feliz em vê-la. Todo o seu rosto se iluminou. Não acredito que achei que ele realmente gostasse de mim. Claro que sexo não significa nada para um homem como aquele. Ele provavelmente fode uma garota nova toda noite e a joga fora, do jeito que eu uso adesivo tira-poros! —Ooh, que tipo você usa? — Poppy pergunta. —Porque tenho procurado por uma nova marca, e... Agora não é hora de falar sobre isso, — finaliza. —Então, o que você vai fazer agora? —Nada, — suspiro. —Exceto tentar manter minha dignidade intacta. E distância dele. —Você vai apenas evitá-lo até que possam se divorciar? — Poppy pergunta, franzindo a testa. —Isso parece meio extremo. Especialmente, com vocês morando juntos agora. —Eu não estou o evitando, — eu minto. —Só vou... manter uma distância profissional. No meu apartamento. Com ele dormindo no sofá. Eu gemo. —Quando minha vida se tornou tão complicada?


—Provavelmente, na época quando você disse o ‘eu aceito’. — Poppy sorri. —Ei, olhe pelo lado positivo. —E há um? —Claro, — ela sorri. —Você poderia ter se casado com outro cara que a agência escolheu. Scott? Consigo dar uma risada oca. —Scott me soa muito melhor agora. Apenas pense, eu poderia estar descendo a Quinta Avenida em uma scooter elétrica feita para dois. Ao invés de me sentir rejeitada e com ciúmes, mais do que arrasada. —Bem, enquanto você está aqui, talvez possa me ajudar, — diz Poppy, empurrando alguns livros. —Eu preciso encontrar algo que rime com 'caixa postal'. Minha cliente tem estado babando pelo seu entregador há meses. Aparentemente, ele deixa a correspondência dela em bolsas de plástico, para não se molhar na chuva. —Amor, — eu suspiro. —Não é grandioso?

DEIXO Poppy com sua poesia e volto para o escritório. Mas as perguntas dela permanecem na minha mente. Talvez haja uma explicação inocente para tudo isso. Como o quê? Todo mundo faz isso na Europa?


Uma parte de mim sabe que deveria apenas esquecer Fitz. Afinal, concordamos que o arranjo era puramente profissional, e Deus sabe que eu não sou estúpida o suficiente para dar meu coração a um irresponsável, mentiroso, traidor, sexy, ardente... Espere, onde eu estava? Ah, sim, lembrando-me das muitas, muitas falhas de Fitz. Exceto... Quanto mais o conheço, menos ele parece o tipo mentiroso e trapaceiro. Na verdade, ele sempre exibiu seu mau comportamento como um distintivo de orgulho, não o escondendo. Será que o homem que me levou em um passeio romântico de helicóptero pela cidade e depois me deixou louca de cinco maneiras diferentes na cama,realmente estaria se esgueirando como uma escória? Talvez eu deva dar a ele o benefício da dúvida. Ou pelo menos fazer uma investigação antes de eliminá-lo completamente. Troco de trens e pego o metrô até o seu apartamento. O porteiro me reconhece e me leva direto para o andar da cobertura. —Pronto, Sra. Fitzgerald, — diz ele com uma piscadela. Subo pelo elevador, meu estômago se contorcendo em nós. O que estou esperando encontrar? Não tenho tanta certeza. Fitz provavelmente ainda está com sua Menina Má. Eu só sei que preciso de algumas respostas, e este é o único lugar o qual consigo pensar em procurar.


Mas quando as portas do elevador se abrem, há música tocando em algum lugar do apartamento. E a jaqueta de Fitz pendurada no sofá. E os sapatos dele jogados pelo chão. A maneira como ele os chutou na noite passada, no auge da paixão. Meu coração sofre. Eu sabia! Ele provavelmente está com ela lá agora, por qualquer ‘punição’ ela tenha lhe prometido. Bem, tenho algumas coisas a dizer sobre isso...! Invado o corredor, pronta para confrontar os dois, bem na hora que a porta do escritório se abre e Fitz emerge. Ele para quando me vê. —Becca? O que você está fazendo aqui? —Oi, maridinho , — eu olho. Ele parece culpado. Seriamente culpado. —Tudo bem? Pensei em passar e te fazer uma surpresa. —Estou surpreso. — Fitz lança um olhar de pânico para trás e, em seguida, tenta fechar a porta do escritório. —Mas você tem um timing perfeito. Que tal irmos almoçar? —Eu não estou com fome. — Cruzo os braços. —O que você está fazendo aí? —Oh, você sabe, apenas... trabalho. — Fitz engole em seco. Não acho que o tenha visto tão desconfortável... o que significa que o que quer que ele esteja escondendo, não pode ser bom. —Ótimo, — eu minto, passando por ele. —Venho pensando sobre o que você faz o dia todo Eu paro estática.


Ele não tinha uma garota lá. Nem de perto. —O que... — Eu entro, olhando em volta, confusa. Ao contrário do resto do apartamento, o escritório de Fitz é, bem, uma bagunça total. Há livros e papéis empilhados em todas as superfícies, as paredes estão cobertas com notas coloridas de postit, e há um elaborado mapa preso a um quadro de avisos, marcado com diferentes alfinetes e fotos coloridas. Está a meio caminho entre o escritório de um agente de viagens e a sala de um assassino em série. —Você está realmente trabalhando... — Eu digo lentamente, vagando pela sala. Fitz está na nervoso. —Sim.

porta,

ainda

parecendo

estranhamente

—Você está trabalhando em... Meus olhos pousam na estante de livros. Ele tem um conjunto completo dos livros de Alex Chase em capa dura. E brochura. E em francês e italiano, e... Puta merda Meu queixo cai. Dou uma volta. —Você é Alex Chase?!


PEGO EM FLAGRANTE. Sete anos, cinco livros e três milhões de cópias depois, meu segredo finalmente foi descoberto. E eu me sinto... aliviado? Estou acostumado a mentir para todo mundo, mas tem sido difícil manter isso de Becca, especialmente depois que ela compartilhou tanto de sua vida comigo. E dela mesma. Na cama. Observo-a agora enquanto ela dá gritinhos de deleite ao redor da sala. —Puta merda! — Ela exclama. —Eu pensei que você estivesse escondendo uma mulher aqui dentro. Não ISSO! —Você pensou o que? — Eu pergunto, mas ela já está examinando o meu quadro com recortes da imprensa e inspiração, e os Post-its, onde estou desenvolvendo minha última trama. Onde pelo menos estou tentando. Mas por algumas razões, este novo livro está se provando um grande aborrecimento. Afinal, uma vez que se já rastreou um manuscrito de Shakespeare perdido, caçou ouro nazista na Amazônia e decifrou um antigo mapa do tesouro que levava à cidade asteca perdida, para onde se vai depois?


Para o espaço, talvez? —Não dá para acreditar! — Becca irradia. —Eu amo esses livros. Eu nem sabia que você era um escritor! Por que você não disse nada? Dou de ombros, me sentindo tímido. —Ninguém sabe. —Sério? — Ela abre a boca. —Mas você é famoso! —Você quer dizer, Alex Chase é, — eu a corrijo. —Exatamente! Eu não entendo, — ela diz novamente. —Isso é importante! Você é um autor de best-seller! As pessoas iriam surtar se soubessem que era você. —É por isso que você não vai contar a ninguém, — eu a aviso. —Falo sério, Becca. As únicas pessoas que sabem são meu agente, minha contadora e minha editora, Trish. E agora você. Minha esposa. Quando isso vai ficar menos estranho? Depois de mais algumas noites suadas e nuas juntos, espero... Eu sei que agora não é exatamente a hora de repetir nossas aventuras na noite passada, mas o que eu posso dizer? Eu sou bom no modo multitarefa. E Becca está vestindo o caralho desses jeans. —Sua editora... — Becca se vira. —É com quem você estava se encontrando hoje? Eu paro. —Você sabe sobre isso?


—Não!, — Ela grita. —Quero dizer, sim. Posso ter, acidentalmente, lhe visto se encontrar uma mulher para um lanche... Eu sorrio, colocando dois e dois juntos. —É isso que está fazendo aqui? Você pensou que eu estivesse tendo um caso tórrido? Becca cora. —Talvez. Nós temos um acordo, — ela acrescenta rapidamente. —Para sermos fieis. Por causa do contrato. —É por isso que você veio com tudo, — eu rio. —Para me pegar no ato. —Por causa de Brett, — Becca insiste novamente, suas bochechas transformando-se um tom adorável de rosa. —Eu tinha que ter certeza de que você estava mantendo nosso acordo. Você sabe. No caso de sermos pegos. —Claro, — concordo, ainda sorrindo. Ela estava com ciúmes. Interessante. Até que gosto da ideia dela perdendo a cabeça por minha causa. Quase tanto quanto gosto de não ter mais que manter minha carreira secreta escondida dela. Nada mais de se esgueirar, tentando mantê-la fora do meu escritório. sobre eu ser um herdeiro preguiçoso também. Tudo que tenho, conquistei da maneira mais difícil. Com sangue, suor e síndrome do túnel do carpo precoce. —Quando isso aconteceu? — Becca exige, me arrastando para fora do escritório e pelo corredor. —Quero dizer, como? E por que


você está mantendo isso em segredo quando poderia ser o autor mais famoso do planeta! —Eu não iria tão longe, — respondo, divertido. Pego água da geladeira e tomo um gole. —Não sou exatamente Dan Brown, ou aquela mulher dos Cinquentas Tons. —Mas você poderia ser! — Becca insiste. —Eu não li em algum lugar que Hollywood quer fazer uma grande trilogia a partir dos livros? —Houve algumas ofertas, — admito. —Mas não concordei em nada ainda. —Fitz! — Becca choraminga. —Como você está tão calmo com isso? Eu rio, divertido com quão animada ela está. —Porque estou acostumado com isso? Tenho escrito por anos. É apenas um trabalho para mim. —Não é apenas um trabalho, — insiste Becca. —Você é um escritor muito bom! Eu tusso, sentindo- me estranhamente envergonhado. Ser nomeado o solteiro mais cobiçado da cidade é uma coisa, mas isto é sobre a minha imagem, o papel de playboy o qual executo tão bem. Receber elogios pela minha escrita...? Eu não sei como lidar com isso. Então, não lido. Deslizo minhas mãos ao redor da cintura de Becca e a puxo para mais perto.


—Que tal falar sobre essa sua veia ciumenta? — Sugiro, inclinando-me para beijá-la. —Porque sexo quente e raivoso é o melhor tipo de... —Fitz! — Becca bate em minhas mãos, rindo. —Não vamos mudar de assunto agora. Meu telefone zumbe do outro lado da sala. —Salva pelo gongo, — eu digo, e vou atender. É o meu agente, Josh. —Você quer me dizer por que tive cinco repórteres diferentes me ligando hoje de manhã? — Ele exige, e meu estômago dá voltas. —Merda, eles sabem? —Sobre o casamento internacional? Temo que sim.

às

pressas

do

playboy

Eu exalo aliviado. —Oh ,aquilo. —Aquilo? — Josh bufa. —Não deixe que sua nova esposa te ouça falando. Mazel Tov, a propósito. —Está... é uma longa história, — eu respondo. Olho através da sala para Becca, que está checando algo em seu telefone. O cabelo dela caindo-lhe nos olhos, o suéter bem justo, e sou atingido por outro flashback ardente da noite passada. Ela, contra a janela, gemendo meu nome enquanto se desfazia. . —.. Fitz? — Josh repete, e, relutantemente, arrasto meus pensamentos de volta para a situação atual. —Estou aqui.


—Eu não sei se você estava pensando em manter o seu casamento em segredo, mas está em todos os sites de fofoca, e os jornais também divulgarão, de manhã. Estremeço. Lá se vai o discreto e anônimo. Mas, por outro lado, se não é mais segredo, logo não há nada que me impeça de curtir na cidade com Becca ou nos lençóis também. —Obrigado pela atualização, — digo a ele. —Agora, não me incomodem pela próxima semana. Josh ri. —Fase de lua de mel, hein? Não diga mais nada. Eu desligo e caminho de volta para Becca. —Boas notícias? — Ela pergunta esperançosa. —Se você considerar o nosso casamento sendo espalhado pelas colunas de fofoca para valer, então sim, — digo a ela, e vejo-a ficar de boca aberta. —O que? Fitz, não... Corto seu gemido com um beijo. Muito melhor. Becca afunda-se contra mim, suas deliciosas curvas quentes sob minhas mãos. Ela me beija de volta com fome, depois se afasta. —Isso deveria ser um segredo, — ela suspira. —Olhe pelo lado bom. Mais evidências para convencer Brett de que tudo é real, — eu aponto, deslizando minhas mãos por sua bunda.


Isso também é real? A luxúria feroz que foi de zero a cem por apenas tocá-la. Não consigo me fartar o suficiente, então a beijo novamente, empurrando-a contra o balcão. —Não pense que você pode me distrair, — diz Becca sem fôlego, entre beijos. —Eu não sei a história completa. —Mais tarde. — Puxo-a para perto novamente, puxando seu suéter. Becca ri e recua. —Devo voltar para o escritório. — Ela parece relutante. — Esta foi só a minha hora de almoço... que já faz duas horas! —Sendo assim, diga que está doente pelo resto do dia. Ela parece culpada. —Não posso mentir para eles. —Então, diga que seu marido está muito, muito doente e precisa de cuidados. — Eu sorrio. —De preferência, com você vestindo um uniforme sexy. —Fitz! — Ela ri, mas não faz um movimento para sair. Bingo. —Já passa das duas horas, — eu digo, inclinando-me para mordiscar-lhe o lóbulo da orelha. Ela estremece, derretendo-se um pouco mais contra mim. —Até a hora de você conseguir atravessar a cidade... — Minhas mãos deslizam para baixo, e ela ofega contra mim. —Será a hora de ir embora novamente.


—Você está certo, — ela concorda, sorrindo. —É melhor ficar por aqui. Evitar a hora do rush. E descobrir tudo sobre essa sua vida dupla secreta. —Espere, — eu protesto. —Eu nunca disse isso. —Hmmm. — Becca faz uma pausa, me avaliando. —Você realmente não quer contar? Que tal eu fazer uma pergunta, você tirar uma peça de roupa? — Ela diz com um sorriso perverso. —Strip de vinte perguntas? — Arqueio uma sobrancelha. — Gosto como soa este jogo. —Pensei que você poderia gostar. — Ela sorri e começa a andar pelo corredor em direção ao meu quarto. —Quando você começou a escrever? Eu tiro minha camisa pela cabeça. —Na universidade, — respondo, meu sangue já está correndo quente por ela. —Estava entediado com o curso todo e farto de toda a pressão do meu pai. Tinha sonhos de apenas fugir e explorar o mundo, — admito, —e, bem, de alguma forma, isso se tornou meu primeiro livro. — Eu, definitivamente ,não esperava que isso se transformasse em uma carreira, mas aqui estamos nós. E com certeza se passa por um trabalho. Chegamos ao quarto. Estalo meus dedos. —Suéter, tire. Becca sorri e puxa-o sobre o corpo em um strip-tease. Ela o joga no chão, revelando seus magníficos seios pulando de um sutiã cor de rosa. Eu realmente,realmente gosto muito deste jogo.


—Por que você mantém isso em segredo? — Becca pergunta. —Se eu fosse um autor de bestseller, iria quere gritar para todo mundo ouvir. Paro por um momento. —É mais fácil assim, — eu admito. — Ninguém tem qualquer expectativas sobre mim, posso escrever o que eu quiser e não sou eu. É o Alex. —Mas você não quer a glória? As legiões de fãs adoradores? — Becca pergunta, provocando. Eu rio. —Estou indo bem sem adoração, obrigado. E essas foram duas perguntas, —acrescento com um sorriso. —Jeans, sapatos, tire. Becca segue minhas ordens, até ficar apenas de sutiã e calcinha. Tiro minhas calças, e ficamos quites. Ela faz uma pausa, franzindo a testa de repente. —Isso significa que eu te devo uma desculpa. —Pelo o quê? — Estou distraído pela visão dela, tentadoramente perto da nudez. —Supondo que você fosse apenas... você sabe. — Becca morde o lábio. Eu sorrio. —Um garoto herdeiro imprudente, preguiçoso, sem utilidade alguma? —Eu nunca disse isso! —Mas pensou, no entanto, — digo, provocando.


Ela cora. —Eu sinto muito. Mas em minha defesa, você não tenta exatamente evitar o estereótipo. Poucas pessoas conseguem tudo isso do seu próprio trabalho duro, — ela acrescenta, gesticulando para o meu apartamento e para as vistas arrebatadoras da cidade. Verdade. E se meus pais tivessem conseguido o que queriam, eu seria exatamente o que o mundo pensa que sou: outro cara encostado nas conexões familiares e um trabalho corporativo confortável. Isso, se eu não tivesse procurado algo para me distrair na biblioteca uma tarde dessas e tivesse imaginado meu primeiro conto de uma aventura ao redor do mundo. —Decepcionada? — Pergunto levemente. Becca ri. —Aliviada! — Ela exclama. —Não combinam, sua personalidade pública e você na vida real. —Por que não? Ela dá de ombros. —Você é muito gentil. E cuidadoso. — Suas palavras me trazem uma sensação agradável por dentro, mas ainda tenho uma reputação a defender. Agarro meu peito dramaticamente. —Owww! A próxima coisa é vocêi me chamar de 'legal'. Ela bufa. —Deus me livre. Eu a puxo para mais perto. —Chega de perguntas, — eu digo, beijando seu pescoço. Becca ri. —Tecnicamente, tenho mais duass antes de ficar nua.


—Realmente? — Em um movimento hábil, desabotoo o sutiã dela, e deslizo sua calcinha para baixo. —Opa, acho que o jogo acabou. E essa é a última conversa que temos durante muito tempo.

ESTÁ escuro quando meu estômago começa a roncar. Levanto minha cabeça, onde estou deitado exausto e nu na cama. A qual é o meu novo lugar favorito, especialmente com Becca também nua e exausta ao meu lado. Porra, essa mulher sabe se mover. —Comida, — ela suspira, aconchegando-se mais perto. —Nós precisamos de comida. Eu bocejo, não querendo soltá-la. Seu cabelo faz cócegas no meu rosto e seu corpo está aninhado na minha frente. Normalmente, esta é a minha deixa para dar uma desculpa sobre alguma reunião ou treino, e dispensá-las durante seus felizes momentos pós-orgasmos, mas com a Becca...? Quero ficar bem aqui. —Muito esforço... — Eu murmuro, abraçando-a mais forte. —Para ligar para entregar? Eu sorrio contra ela e deslizo minhas mãos sobre suas curvas. —Meu telefone... Muito longe... Ela ri. —Acho que terei que ir caçar e me servir então.


Ela desliza para fora da cama, me presenteando com uma excelente visão de seu corpo nu. Ela pega o meu robe, mas eu protesto. —Desculpe, não mencionei? Tenho uma regra agora. Nada de roupa no apartamento. Becca joga um travesseiro para mim. —Telefone? —Em algum lugar por ali... — Eu gesticulo, e ela o pega no bolso da minha calça. Ela franze a testa. —Hum, Fitz? Você tem quinze chamadas perdidas. —E? — Eu bocejo. —Eles são de um número internacional. Ah, merda. Eu me sento, enquanto Becca reproduz a primeira mensagem no viva voz. —Arthur, é sua mãe, — soa a voz inglesa, com um toque de desapontamento - o tom favorito da minha mãe. —Acabamos de receber uma ligação muito angustiante do Daily Mail. Eles dizem que você se casou. Não consigo imaginar o que você está pensando, mas acho que não deveríamos nos surpreender. Ainda assim, se não for muito problema, seria bom conhecer a mulher que você escolheu para levar o nome da família Fitzgerald, — acrescenta, passiva-agressiva como sempre. —Talvez no evento do aniversário Fitzgerald neste fim de semana. Tenho certeza de que seu convite se perdeu no correio, de novo. Estamos ansiosos para conhecê-la. Há um clique. Eu estremeço.


Becca me dá um sorriso compreensivo. —Merda, me desculpe. —Pelo o quê? Por dar-lhes outra razão para ficarem desapontados comigo? — Dou de ombros. —Acredite em mim, é o passatempo favorito deles. —Ainda assim... Me sinto mal. —Ela suspira, sentando-se na beira da cama. —Tudo isso e Brett farejando por aí também... De repente, penso naquela coleção de no apartamento dele e tenho uma excelente ideia.

lembranças

—Que tal irmos? — Eu sugiro, puxando-a para mais perto. —Para onde? —Londres. — Eu sorrio. —Você pode conhecer os meus pais, fugir de Brett e todo esse negócio de herança. Afinal, ele não pode te incomodar se você estiver à quilômetros de distância. Becca fica boquiaberta. —Você está falando sério? Inglaterra?! Eu rio. Pela excitação em sua voz, suponho que seja um bom plano. —Com certeza. Vamos ver os pontos turísticos, beber um pouco de chá... Juntarnos ao clube de milhas de altura. Quanto mais penso nisso, mais gosto da ideia. E irritar meus pais também? Isso é apenas um bônus adicional. —Que tal ?


INGLATERRA! Talvez para algumas pessoas, a perspectiva de uma viagem transatlântica não seja grande coisa, mas eu não sou uma dessas pessoas. Mal tive tempo de pedir a semana de folga e arrumar minhas malas antes que Fitz me levasse para um voo de primeira classe. —Nós temos toalhas quentes! — Eu meio que sussurro e grito de alegria quando nos instalamos na cabine. —E coquetéis! E este assento está se reclina totalmente! Fitz parece divertido. —Você se impressiona facilmente. Eu gosto disso em uma mulher. Bato levemente no braço dele. —Silêncio, você. Alguns de nós passou a vida toda na ralé da classe econômica. Não dá para acreditar que recebi meu próprio cobertor especial. E um kit de amenidades! Isso certamente supera o ônibus Greyhound. —Espere até chegarmos ao hotel, — Fitz brinca. —Eles também têm garrafas em tamanho miniatura. Recosto-me no meu assento e estico minhas pernas completamente. E sequer toco a parte de trás do assento da


frente. —Eu amo temporariamente.

ser

rica. Ou

pelo

menos

fingir ser,

—Isso não te deixa tentada a vender Waverly? — Fitz arqueou uma sobrancelha. —Você poderia voar de primeira classe por toda a vida. A ideia é tentadora por um momento, até eu pensar em Lionel, Stanley e Howard e em todas as pessoas as quais estaria prejudicando se eu vendesse o lugar. Manter o prédio é a única coisa que me manteve forte durante essa palhaçada maluca - e este é um ótimo momento para se afastar dos olhares indiscretos de Brett até que tudo esteja finalizado com segurança. —Eu não conseguiria, — respondo com um suspiro. —Essa consciência incômoda minha, lembra? Mas está muito agradável por enquanto. —Bem, nesse caso, que tal mais champanhe? — Fitz aperta um botão e, como mágica, uma aeromoça se materializa. Não uma carrancuda e sobrecarregada, mas com um brilhante sorriso. —Posso ajudá-lo com alguma coisa, Sr. Fitzgerald? —Mais bebidas para mim e minha linda esposa, — diz ele, pegando minha mão. —E quanto a alguns daqueles deliciosos chocolates também? —É para já! Eu suspiro alegremente e não apenas porque Fitz está segurando minha mão. É terrível que eu esteja curtindo a vida como a Sra. Fitzgerald? As toalhas de mão úmidas, o sexo


alucinante, as viagens internacionais... Sei que estamos apenas fingindo aqui, mas quanto mais tempo eu passo com ele, mais natural tudo parece. Em algum lugar, uma parte de mim está acenando uma bandeira vermelha..., mas essa parte está sendo sufocada pelas toalhas de mão mencionadas anteriormente. A aeromoça retorna com nossas bebidas e uma caixa de chocolates suntuosos. Escolho uma trufa cheia de caramelo e dou uma mordida. —É assim que a vida é para você o tempo todo? — pergunto, apenas meio brincando. —As pessoas simplesmente trazem-lhe coisas com o estalar dos seus dedos? —Basicamente, — Fitz sorri. —Exceto meus manuscritos acabados. Eu gostaria de poder encomendá-los também, mas tenho que escrevê-los à moda antiga, uma palavra de cada vez. Há tanto que quero perguntar-lhe sobre sua carreira secreta, mas o assento-cama está confortável demais, e adormeço assim que chegamos à altitude máxima. Quando acordo, fico um pouco desapontada ao descobrir que perdi o vôo inteiro: estamos prestes a pousar. —Isso foi mais confortável do que a minha cama de verdade, — eu digo, relutantemente me sentando novamente. —Então, lembre-me de encomendar um novo colchão para você antes de eu dormir lá de novo, — diz Fitz, olhando de onde está ocupado digitando em seu laptop.


Escondo um sorriso. Fitz está planejando passar mais noites... Na minha cama? Não vou discutir com isso. —Você está trabalhando em seu próximo livro? — Pergunto em vez disso. —Tentando. — Ele fecha o laptop. —Mas chega disso... — O sorriso de Fitz se torna sugestivo. —Que tal eu te mostrar o banheiro da primeira classe antes de pousarmos? Abro minha boca para responder, mas sou interrompida pelo aviso do piloto de que estamos nos preparando para pousar. — Tarde demais, — eu digo, surpresa por me sentir um pouco desapontada. Eu estava realmente pensando em fazer sacanagens com Fitz aqui mesmo em uma pequena cabine de banheiro? Sim, sim eu estava. O que é uma prova do quanto ele ainda está sexy depois de oito horas de viagem. E quão profundamente ele me elouqueçeu todas as vezes que tiramos nossa roupa. — Não se esqueça disso, — digo a ele, sorrindo. —Só teremos que aguardar até estarmos em terra firme. —Confio em você para isso.

PASSAMOS pela alfândega e pegamos o carro alugado, então Fitz pega a estrada... o que, na Inglaterra, significa dirigir por um conjunto de estradas rurais sinuosas e estreitas sob a chuva torrencial. Ergo meu pescoço, alegremente observando a paisagem úmida e estrangeira dos bosques, colinas e vilarejos bonitinhos. Fitz não parece tão encantado. —Bem-vindo à Inglaterra, — ele diz com tristeza enquanto os limpadores de pára-brisas fazem


horas extras. —E espero que você tenha trazido suas botas de chuva. Não trouxe, na verdade. Na verdade, nossa viagem foi tão de última hora que basicamente joguei uma mistura maluca de roupas na minha mala e rezei pelo melhor. O que significa que provavelmente acabei com cinco pares de pijamas, um vestido de festa e um par de meus velhos macacões dignos da Mamma Mia —Haverá lojas caso eu precise comprar algumas coisas, certo? — Eu pergunto, tentando me lembrar se trouxe minha escova de dentes. —Em Lower Dicker, depois das cinco horas? Boa sorte com isso. — Lower o que? — Eu repito. Fitz sorri. —Eu não mencionei? Meus pais moram em uma vila charmosa chamada Lower Dicker. Explodo em uma risada. —Você está falando sério? Oh, meu Deus. Existe um Upper Dicker? —Sim, e há uma rivalidade amarga duante o torneio anual de críquete. —O que mais preciso saber? — Eu pergunto, me sentindo nervosa pela primeira vez. Agora que o turbilhão da viagem acabou, estou me dando conta de que vou conhecer os pais de Fitz pela primeira vez. Como sua esposa.


Engulo em seco. —Vou entrar na cova dos leões aqui? —Temo que sim. — Fitz faz careta. —Felizmente, meus pais são muito obcecados com a etiqueta adequada para se expressarem e serem rude com você, então apenas prepare-se para alguns comentários sérios, passivo-agressivos e elogios sarcásticos. Ah, e o assunto favorito deles: que bela decepção eu sou. Giro minha cabeça. —Espere, eles também não sabem sobre seus livros? —Deus, não. — Fitz estremece. —Dá só para imaginar as reações deles caso descubram. Papai me daria uma palestra sobre a instabilidade da indústria editorial, e minha mãe apenas zombaria e perguntaria por que não posso escrever literatura de verdade. —Isso é... terrível. — Eu franzo a testa. Não posso acreditar que eles não ficariam felizes em saber sobre o sucesso de Fitz. Afinal, ele está nas estantes de livros no mundo todo. —Talvez você esteja errado. Talvez eles ficassem orgulhosos de você. —Ha! — Fitz bufa. —Seus pais estão orgulhosos de você por trabalhar tanto na clínica? —Hum, bem lembrado. — Estremeço. —Certo, então, quais são os tópicos seguros de conversa? —Política e religião devem estar bem, — diz ele com um sorriso. —E o Brexit. Você sabe, coisas boas e neutras. — —Fitz! — Eu rio. —Vamos, estou falando sério.


—Eu também estou. — Ele olha de relance. —Olha, aceite logo, nada que você faça ou diga os fará gostar de você. Estamos aqui para fazer uma breve aparição, apertar suas mãos e depois fugir para Londres o mais rápido possível. — Balanço minha cabeça, determinada. —De jeito nenhum. Os pais me amam, é o meu dom. Vou encontrar uma maneira de fazer amizade com eles, apenas espere e veja. Fitz apenas sorri e concentra-se no caminho, e logo estamos saindo da estrada principal e descemos um caminho de entrada arborizado. Espio pelo para-brisa sujo de lama e meu queixo cai. —Sua família mora aqui? Aparecendo à nossa frente está uma enorme construção de pedra cinza. Inferno, risque —construção, — isso se parece mais com uma mansão histórica, do tipo que você encontra no cenário dos dramas britânicos, pertencente a um jovem cavalheiro distinto com dez mil por ano e excelentes referências. —Você alugou este lugar para o set de Downton Abbey? — Eu pergunto, apenas brincando parcialmente. —Se tivéssemos, talvez eles tivessem instalado o aquecimento central, — diz Fitz, parando na frente. Eu respiro fundo e me preparo. Hora do show. Eu me junto a Fitz nos degraus da frente e ele bate na aldrava ornamentada. Sem resposta.


—Olá? — Fitz abre a porta e chama. Imediatamente, há um som de latido, e o barulho de três labradores muito fedorentos e lamaçentos irrompendo pelo corredor e saindo pela porta. —Uau, calma rapazes! — Fitz diz, tropeçando para trás. Eles passam por ele e começam a cheirar e babar em cima de mim. —Vejo que eles enviaram um comitê de boas-vindas, — diz Fitz ironicamente. —Depois de você. Dou a volta nos cachorros e entro. Há um foyer imponente, com uma grande escadaria e pinturas a óleo encarando das paredes. —Você tem uma família alegre, — eu sussurro, e Fitz ri. —Você deveria ver o vovô Nelson, precisamos manter aquele lá escondido na biblioteca porque ele ficava assustando todos os entregadores. Olá? — Ele chama de novo, depois encolhe os ombros. —Acho que se esqueceram de que estávamos chegando. — Ele se vira para mim, e seu sorriso se torna ardente. —Eu me pergunto como nos divertiremos... Fitz desliza as mãos pela minha cintura e me puxa para perto. —Estou toda horrível do vôo! — Eu protesto fracamente quando ele me beija. Mas Fitz não parece se importar. Ele me empurra contra a parede, as mãos deslizando sob o meu suéter enquanto o beijo se aprofunda. Quente e profundo, e... —Ah, aí está você.


Pulo para trás com um grito. Uma mulher mais velha está de pé no corredor, vestida com uma saia twinset bege e casaco de lã. Consigo ver a semelhança imediatamente em seus olhos azuis, mas enquanto Fitz sempre parece estar sorrindo, não havia diversão em seu olhar. Na verdade, ela está nos olha como algo que os cães arrastaram para dentro. —Mãe, — diz Fitz igualmente. —Bom te ver. —De fato. — O olhar da mulher passa por ele e me olha da cabeça aos pés. Eu gostaria de ter pensado em trocar de roupa no aeroporto, porque ainda estou vestida com minhas roupas de viagem mais confortáveis, também conhecidas como leggings imitando jeans e uma blusa escrita—O Futuro é Feminino. — —E essa deve ser... —Rebecca, — Fitz me apresenta. —Becca, conheça minha mãe, Lydia. Mãe, essa é... —Sua esposa, — ela termina por ele. —Sim, o jornal tinha uma foto encantadora de vocês saindo de algum restaurante. Não é exatamente uma para o álbum de fotos da família agora, não é? Eu tusso, gravemente embarassada. Claro, não foi um casamento de verdade, mas esta deve ser a pior primeira impressão do mundo. Sempre. —Desculpe por não termos convidado você, — diz Fitz, parecendo totalmente sem remorso. —Mas foi tudo um turbilhão. Você sabe como é.


—Eu sei como você é. — Lydia franze os lábios. —Bem, é melhor vocês virem tomar um chá então. Ela se vira e desaparece mais adentro na casa. No minuto em que ela está fora do alcance da voz, afundo-me contra a parede com um gemido. —Ela me odeia! —Bem que eu te disse. — Fitz me dá um sorriso simpático. —Ela acha que eu sou uma puta. — Olho para baixo, e veja que minha camiseta ainda está levantada acima da minha cintura devido às explorações de Fitz, e a faixa de renda rosa da minha calcinha está visível acima do meu jeans. —Oh Deus, como vou compensar isso agora? —Olhe, você nunca vai ter uma chance, — diz Fitz, soando surpreendentemente prosaico. —Você é culpada por associação. Comigo. Passo rapidamente os dedos pelo meu cabelo, e me certifico de não demonstrar nada que não deveria. —Ok, — eu digo, respirando fundo. —Chá. Eu posso fazer isso. Na verdade, não consigo esperar. Em grande parte, estava sentido falta da comida do voo, e agora visões de um bom chá da tarde inglês dançam em minha mente. Scones e creme de leite, e aqueles sanduichinhos que fizeram no The Great British Bake Off. —Leve-me em direção da comida. O sorriso de Fitz diminui. —Sobre isso... Ele me leva a uma sala austera, decorada em algum momento faz cem anos. Há um sofá de aparência desconfortável e algumas


cadeiras de encosto reto. Lydia já está sentada perto do fogo com um par de cães farejando-a enquanto ela coloca chá em xícaras de porcelana. Olho em volta ansiosamente para ver a comida, e encontro... Um prato de bolachas finas. Nãoo! —Rebecca, não é isso? — Lydia me dá um sorriso em seus lábios finos. —Fale-me sobre você. Sentamos. —Bem, eu moro em Nova York, — começo, antes de Fitz me interromper. —Becca trabalha em uma clínica de saúde comunitária. Ela ajuda as pessoas e faz muito trabalho de caridade. —Então, ela é uma funcionária de escritório? — Lydia franze o lábio. Fitz suspira. —Como você está? — Ele pergunta, mudando de assunto. —Oh, muito bem. Exceto por ser inundada por ligações sobre o casamento do meu único filho. Eu gostaria de ter dado a todos mais detalhes, mas claro, eu não os conhecia, não é? —Só aconteceu há um semana, — diz Fitz. Sua voz ainda está calma, mas posso ver seus ombros ficando tensos. Coloco a mão em seu braço.


—Isso foi minha culpa, — eu digo, honestamente. —Fomos arrebatados pelo romance de tudo aquilo, não é mesmo, Fitz? —Isso mesmo, amorzinho. — Ele sorri de volta. Lydia faz um barulho estridente. —Você sempre se deixou levar. Há passos no corredor do lado de fora e um homem alto aparece na porta. Este deve ser o Arthur pai. Ele tem cabelos grisalhos e um olhar de desaprovação em seu rosto, mas, novamente, a semelhança é estranha. Apenas envelheça Fitz por mais trinta anos e faça ele chupar limões o tempo todo. —Eles estão aqui? — Ele exige. —Por que você não veio me chamar? —Você disse que não deveria ser incomodado, — Lydia diz com firmeza. —Quero dizer, por uma de suas interrupções fúteis, não isso! — O homem avança. —Arthur. —Papai. Sou só eu ou a temperatura caiu mais dez graus? Não importa o tempo, está recepção calorosa britânica vai me deixar com pneumonia antes do dia acabar! —Arthur e sua nova esposa estavam me contando como se conheceram. — Lydia se encolhe com a parte da —esposa. —Deixe-me adivinhar, foi em um dos seus clubes, — diz seu pai.


—Na verdade, é uma história engraçada, — começa Fitz. — Nós nos conhecemos em um... —Bar! — Eu interrompo com um grito. Agora não é o momento para a história do ‘sex shop’! —Nós nos conhecemos em um bar. Amor à primeira vista. — Aperto a mão de Fitz. —Não é isso? —É como você diz, — ele sorri, parecendo divertido. —Ela trabalha em um escritório, — Lydia acrescenta fracamente. O Arthur pai franze a testa. —Típico. Você sempre apressa as coisas, nunca percebe as consequências. Deus sabe que isso vai durar tanto quanto as suas brincadeiras habituais, mas enquanto isso, temos negócios a tratar. — Ele vai em direção à cômoda no canto e tira uma pilha grossa de documentos. Ele recua e os joga na mesa de café à nossa frente com um baque. —Eu me recuso a deixar sua irresponsabilidade arrastar essa família para qualquer mais do que você já arrastou. Ele adiciona uma caneta pesada à pilha. —O que é isso? — Eu pergunto, confusa. —Um acordo pós-nupcial, — diz Arthur pai. —Eu não me importo com o que você acha que vai conseguir por se casar com o meu filho, mas estou aqui para lhe dizer que não ganhará um centavo!

—BEM-VINDA À FAMÍLIA, — diz Fitz, ironicamente, depois que escapamos para o pub do vilarejo para um jantar de verdade. O


lugar é aconchegante e fofo, com vigas de madeira baixas e um fogo rugindo na lareira, coisa da qual preciso para me aquecer depois da recepção do Ártico que tivemos lá naquela casa. —Eu sei que você disse que sua família era ruim, mas eu não esperava... — Eu digo, ainda em estado de choque por causa da hostilidade aberta. Estou tão atordoada que mal toco minha torta de carne. —Quero dizer, meus pais são terríveis também, mas pelo menos eles mascaram com falsa preocupação e decepção. —Aqui, beba isso. — Fitz aponta para uma caneca de um litro de algo forte e escuro. —Você se acostuma depois de um tempo. —Com a cerveja? —Não, com a sensação de ser um fracasso constante. Eu olho para aquilo, impressionada com o tom leve de Fitz. Não posso acreditar que ele está levando isso tão de boa, até eu perceber que ele provavelmente esteve lidando com isso a vida toda. De repente, sua atitude descuidada faz muito mais sentido. Afinal, essa é certamente a única maneira que ele poderia desviar da besteira de seus pais e ainda manter um sorriso no rosto. Sinto uma pontada de compaixão. Imagine crescer em uma casa como aquela. —Sinto muito, — eu digo, pegando a mão dele. —Pelo que?


—Ter metido você nisso! Se eu não tivesse te arrastado para o altar... —Eles ainda teriam muitas razões para me julgar, — Fitz me tranquiliza. —E pelo o que me lembro, fui eu quem a arrastou. —Ainda assim... — Eu estremeço. —Me desculpe se tornei as coisas ainda mais complicadas. —Na verdade, você lhes forneceu uma distração bemvinda. Eles podem começar lamentações novas em vez da habitual ‘ quando você vai se aquietar e parar de correr por aí? — —Fitz... Ele sorri. —Sério, eu vou viver. Meus pais e eu gostamos de manter as coisas à distância. Eu deveria te agradecer. Esta viagem significa que posso pular os Natais por, pelo menos, cinco anos. —Tem certeza de que não quer contar a eles sobre... — Eu olho em volta e abaixo a minha voz para um sussurro. — Os livros? Eles não sairiam do seu pé caso soubessem que você esteve fazendo algo incrível? —Você é uma otimista, que é doce. — Ele toma um gole de cerveja, em seguida, faz uma pausa e põe um sorriso decididamente malvado no rosto. —Uh-oh, — eu digo. —Eu conheço esse olhar. Esse é o olhar que você tem antes de fazer alguma maluquice. Como me seduzir contra uma janela, ou sugerir que nós vamos trocar votos. Agora que penso nisso, essa visão geralmente acaba muito bem para mim.


Fitz sorri. —Acabei de perceber... Nossas malas ainda estão no carro. —E? —E, por que não terminamos nossa refeição e simplesmente seguimos direto para Londres? —Hoje à noite? — Eu pisco. —Ache que deveríamos voltar para a casa dos seus pais? —O evento beneficente ser na cidade, de qualquer maneira. — Fitz dá de ombros. —Você quer voltar para aquela casa e sufocar sob o peso da desaprovação de meus pais? Ou prefere passar a noite no melhor hotel de Londres, pedindo sobremesa pelo serviço de quarto e fazendo sexo selvagem na cama king-size? Ele aperta meu joelho por baixo da mesa e, de repente, há zero contestação. —Vamos lá.


FITZ É um homem de palavra. Acordamos em uma linda cama de dossel em um dos hotéis mais elegantes de Londres, com um mordomo trazendo café da manhã na cama e uma vista do Hyde Park ao longe. E pensei que minha vida não poderia ficar mais louca. Eu estava errada. —Aquele é o... Palácio de Buckingham! — Grito, esticando o pescoço para fora da janela. —Lugar velho e frio, — diz Fitz, ainda descansando na cama. —Eu disse a Harry para conseguir algum isolamento. —Você não disse! — Lanço um travesseiro na sua direção. Ele se abaixa, rindo. —Não, eu não disse. Estávamos separados por alguns anos em Eton. Mas eu poderia nos conseguir um tour privado, se você quiser? —Sim! — Eu grito, me jogando na cama com um salto animado. —Quero ver tudo. O Big Ben, as masmorras, ooh, e as joias da coroa...


Só ficaremos na cidade por alguns dias, e estou determinada a aproveitar ao máximo isso. Pego um pouco de bacon e dou uma mordida feliz. —Quando ocorre o torneio de Wimbledon? Só ocorre daqui há alguns meses, certo? —Certo. Mas poderíamos pegar o Eurostar até Paris, se você quiser? —Não me provoque! — Eu choramingo, percebendo a diversão em seu rosto. —Eu sei que você passou os últimos dez anos vagabundeando pelo mundo, mas isso é tudo novo para mim. —Vagabundeando? — Fitz me puxa para o seu colo com um sorriso. Eu o beijo. —Viajante. Errante. Andarilho. — Corro minhas mãos pelo seu cabelo grosso, sorrindo. —Eu gosto do som disso. As mãos de Fitz vagueam por conta própria, debaixo da minha blusa, me fazendo ofegar. Então gemer. —Mas a manhã... Nossos passeios... —O Big Ben está lá há quase duzentos anos. — Fitz beija minha clavícula. —Pode esperar mais uma hora. —Só uma hora? — Eu pergunto, puxando o cós das suas calças de pijama. O sorriso de Fitz cresce. —Por que, Sra. Fitzgerald, você está me seduzindo?


—Hmmm, Sr. Fitzgerald... — Minhas mãos se movem para baixo... e então meus lábios também. —Só espere e verá...

LEVAMOS mais algumas horas para deixar o luxo e a privacidade da nossa suíte de hotel, mas depois disso, tudo pode acontecer. Eu arrasto Fitz pela cidade bancando a turista para deleite do meu coração, e, para minha surpresa, ele age como um guia de turismo entusiasmado. —A Waterloo Bridge foi originalmente construída com madeira embarcada do local da batalha na França. Eles usaram elefantes para trazê-la às margens. Eu paro, checando meu guia turístico. —Você está mentindo. —Bem, sim, — admite Fitz, —mas é uma história melhor do que 'um cara velho decidiu construir um monumento para outro cara velho'. — Eu rio. —De onde você tira sua inspiração? Você sabe, para a sua carreira secreta? — Eu dou uma piscada e Fitz ri. —Por quê? Você quer que uma mulher americana sexy faça uma aparição no próximo livro? —Você faria isso? — Eu sinto uma emoção. —Claro, — Fitz sorri. —A única questão é: você quer ser uma femme fatale ou uma estudiosa parceira de crime? —Eu meio que gosto de ser a parceiro no crime, — decido, e ele sorri.


—Então fique de olho no próximo livro. Chegará em momento no próximo milênio, se eu conseguir terminar a tempo. Fitz segura minha mão e caminhamos um pouco pelas margens do Tâmisa, aproveitando os turistas e vendedores ambulantes vendendo bandeiras de plástico e cartões postais da vista. Isso é legal. Muito bom. E real. Eu sei que deveria ficar em guarda, mas longe de Brett e Nova York, isso não parece mais uma farsa. Fitz e eu somos como qualquer outro cômodo passeando ao sol da tarde, conversando, rindo e parando para um beijo. Ninguém observando. Ninguém para enganarmos. Só nós. E talvez não tenha que acabar... Olho furtivamente para Fitz quando ele faz uma pausa para comprar uma garrafa de água. Nós não falamos sobre os termos do nosso arranjo, pelo menos, não desde que caímos na cama juntos. Todo o sexo e conversa quente é apenas um benefício da função para ele, ou talvez ele esteja sentindo-se como me sinto? O que estou sentindo, afinal? Relaxado, feliz e exitado em igual medida, respondo a mim mesma. Com um lado irritante ajudando o —Eu realmente gosto desse cara.


O que é um problema sério, porque sei que me apaixonar Fitz só pode acabar em lágrimas. Lágrimas de grandes, feias do tipo do final do Titanic. Eu deveria recuar. Ficar segura. Mas o que eu deveria fazer? Estou em um país estrangeiro, com um homem charmoso e sexy. Seria um desperdício andar por aí ignorando-o, ou pior ainda, encerrar nossas pegações sensuais e aventuras na cama. Nós dois estamos nos divertindo. E posso continuar e ainda proteger meu coração. Sem danos, sem culpas. Certo? —Pronta para o baile esta noite? — Fitz pergunta, interrompendo meus pensamentos. —O evento beneficente dos seus pais? — estremeço. —Não podemos pular isso? Eles não parecem nos querer lá, se ontem quis dizer alguma coisa. —Pelo contrário, — diz Fitz, parecendo divertido. — Minha mãe já deixou três mensagens de voz me instruindo a não humilhá-la. —Viu? — Eu indico. —Por que você quer se prestar a isso? —Porque poderei te exibir, — diz Fitz, me dando um sorriso. —E esfregar nas caras deles meu meu casamento incrivelmente inadequado. Eu sorrio. —Bem, estou feliz por servir ser para alguma coisa. —O que você está dizendo? Você serve para muitas coisas... Fitz pega minha mão, me puxando para mais perto. —E


algumas delas estão aptas para exibição pública. — Ele faz um carinho no meu pescoço, e eu o empurro de brincadeira, rindo. —Então, você me trouxe até aqui só para irritar seus pais? —E quinhentos dos seus amigos mais próximos. — Fitz sorri. —Acha que está à altura da tarefa? —Hmmm, — eu provoco, —Estava planejando usar algo longo, preto e clássico, mas agora estou pensando no olhar em seus rostos se eu aparecesse em meias arrastão rasgadas... Talvez um bustiê de renda vermelha? Fitz se engasga com a água. —Não ligue para esta noite, posso obter uma prévia? —Se você tiver muita sorte, — eu sorrio. Em seguida, avisto uma vitrine enquanto passamos e paramos estáticos. —Fitz, olha! É uma livraria, e a janela da frente está cheia de uma mostra de livros de Alex Chase. —Vamos! — Eu grito, e o puxo para dentro. —Ooh, veja, você tem diferentes capas aqui. —Shh, — Fitz me acalma, rindo. —Ninguém está ouvindo! — Pego uma cópia e folheio. Ainda não consigo superar o fato de que Fitz está levando adiante essa vida literária oculta. —Você deveria autografar. Secretamente, como uma surpresa especial para quem quer que compre.


Fitz olha ao redor e depois pega uma caneta. —Fique vigiando, — ele diz, então o faço, casualmente, escaneando a livraria e fingindo observar os demais volumes. —Uau, estrelas de reality TV, — digo em voz alta. —Incrível como eles são todos grandes escritores também. Uma balconista me dá um olhar estranho, mas apenas sorrio até o telefone de Fitz chamar. Ele verifica a tela. —Nova York, é melhor eu atender isso. Aqui, termine você. Ele empurra a caneta para mim. —O que? Não, não posso! —Ninguém vai saber a diferença, — ele sorri, em seguida, vai para um canto sossegado da livraria. Coloquei os livros de volta onde estavam, bem na frente para todo mundo ver. Fitz ainda age como sua carreira de escritor não fosse grande coisa, mas posso dizer que ele está orgulhoso disso. E eu também estou. O homem é cheio de surpresas. Surpresas sexy e charmosas... Recomponho-me no momento certo e pego meu telefone. Digito uma mensagem de de emergência para Poppy e Natalie. Londres é muito romântica. Socorro? Suas respostas vêm com uma fila de emojis. Pode se queixar. Pobre Becca, levou uma rasteira!!


Eu sorrio. Vamos lá, galera! Estou dando o meu melhor para manter minha cabeça. Contanto que você esteja perdendo sua calcinha. Ganhe uma partida para esse time patético. Suspiro. Grande ajuda elas são. Mas minhas amigas não poderiam saber a corda bamba pela qual estou andando aqui: tentando o meu melhor para não e apaixonar por um cara que é, bem, praticamente o homem mais ardente que já conheci. Fitz reaparece, finalizando sua ligação.. —.. Teremos que nos reunir quando estivermos de volta à cidade. Um brinde à outro relacionamento falso de sucesso para a agência. — Ele ri. —Vai servir. Ele desliga. —A nova assistente de Olívia , — explica ele. —Só queria fazer checar e enviar as cópias finais do contrato. —Oh, ótimo. — Assinto. —Além disso, ela perguntou se precisávamos de recomendações para nossos advogados de divórcio, — acrescenta ele casualmente. —Você sabe, para quando tudo isso acabar. Acabar. Certo. Aquela parte. Limpo minha garganta. —O que você disse a ela? — Eu pergunto, tentando parecer casual. Ele olha de relance. —Acho que devemos esperar até que a herança seja resolvida? Quer dizer, queremos que isso fique em


ordem e protegido de Brett antes de fazermos qualquer outra coisa. —Certo! Deixo escapar, aliviada. —Bem pensado. Quem sabe quanto tempo isso pode levar? Mais um mês ou dois... Ou três. Não tenho certeza se deveria estar tão feliz com isso. Afinal, quanto mais tempo fingindo ser o casal feliz com Fitz é um risco ainda maior para o meu coração. Mas hoje, o sol está brilhando, Fitz está sorrindo para mim e nós temos toda a cidade para explorar. Empurro minhas dúvidas para o lado e o levo para a saída. —Vamos, — eu digo, pegando sua mão novamente. —Vamos ao Harrods, comprar algo para eu usar hoje à noite. Você escolhe. Fitz me dá uma olhada. —Você tem certeza disso?, — Pergunta ele. —Dentro do razoável. — Eu sorrio de volta. —E se isso fizer com que sua mãe tenha um ataque cardíaco... Bem, sou apenas uma humilde funcionária de escritório. Sem qualquer classe ou educação. O que mais eles poderiam esperar de mim? Ele ri. —Você é uma mulher desonesta, Rebecca Delaney. E eu gosto.

ESTOU me PREPARANDO para Fitz me montar como uma das figurantes do Moulin Rouge, por isso fico agradavelmente surpresa quando o vestido que ele escolhe acaba sendo longo, furtivo e incrivelmente lindo.


—O que você acha? — Eu pergunto nervosamente, emergindo do closet no nosso hotel. Eu passei uma hora me arrumando, mas ainda estou fora da minha zona de conforto com toda essa questão de baile de gala. E faço uma pose desajeitada. —O suficiente para envergonhar o nome da família Fitzgerald? —Uau. — Os olhos de Fitz fixa-se sobre mim, fazendo minha pele formigar sob seu olhar lascivo. —Dane-se a família, vamos pular a coisa toda e ficar aqui esta noite. Ele acena, e eu tenho que lutar para não arrastá-lo direto para a cama. Porque uau, esse homem fica bem num maldito smoking. —Fitz... Ele me beija lentamente, e estou feliz por não ter colocado meu batom ainda. —Sim, querida? Eu rio e depois gemo, que é basicamente o a palavra de ordem com Fitz. Ele desliza sobe meu vestido até as minhas coxas, tocando quando ele encontra a fenda alta da coxa na seda. —Hmm, conveniente, — ele murmura, suas mãos se elevando. —Eu sabia que havia comprado este vestido por um motivo. Eu deveria terminar com o corpo a corpo antes que ele destrua completamente meu penteado meticuloso, mas a quem estou enganando? As pessoas no baile provavelmente vão me olhar de cima mesmo o meu cabelo estando com um penteado do YouTube ou não. Além disso, arruiná-lo será muito mais divertido.


—Você sabe, há mais alguma coisa sobre este vestido... — Eu murmuro, enquanto Fitz deixa uma trilha de beijos quente ao longo do meu ombro nu. —E o que é? —É tão justo, simplesmente não havia espaço para roupas íntimas. Fitz congela e depois me olha com um sorriso diabólico. — Bem, isso muda tudo, — ele diz e me libera. —Muda? — Eu pergunto, desapontada. Meu coração já está acelerado, e quanto a partes mais ao sul... —Sim, muda. — Fitz alisa meu vestido e ajeita meu cabelo para trás. —Porque agora, posso passar a noite decidindo quando retomar o que começamos aqui... E você começe a se perguntar quando eu vou... aliviar sua tensão. Eu ri. —Homem maligno. Fitz sorri. —Ei, eu preciso de alguma maneira para tornar esse baile mais interessante. Porque eu te prometo, as pessoas de empresas seguros não saberiam ver uma diversão mesmo se ela lhes desse um tapa na cara.

O QUE ELES SABEM É como dar uma festa luxuosa, fato que comprovo ao entramos no saguão principal do Museu de História Natural mais tarde. Fico boquiaberta. Eles alugaram todo o local para aquela noite, para que os convidados em vestidos de gala e


smokings se confraternizassem entre exibições de antigos ossos de dinossauro. —Sinto que estamos em uma cena do Jurassic Park , — murmura Fitz, pegando um par de taças de champanhe de um garçom. —Bem antes de alguém começar um leilão. —A parte em que estamos torcendo para que os dinossauros comam a todos, — concordo, absorvendo as expressões arrogantes nos rostos de todos. Meu antigoe elegante vestido de seda vermelha se destaca como um polegar dolorido entre todos os monocromos, e a julgar pelos olhares que as pessoas estão atirando em mim, eu poderia muito bem bem ter aparecido com uma roupa do clipe de Lady Marmalade. Eu me mexo, envergonhada. Fitz percebe. —Você está linda, — diz ele, e eu coro. —Você tem que dizer isso. —Porque, por que sou seu marido fiel? —E é aquele que nos jogou na cova dos leões. —Leões, dinossauros... Vamos fazer um passeio de madrugada ao zoológico. — Fitz pisca. —Pegar algumas dicas dos rituais de acasalamento dos chimpanzés. Eu rio, finalmente relaxando. O qual, eu suspeito, era o objetivo. —Se você está pensando, mais tarde, em me examinar para achar pulgas, pode esquecer. —Mesmo se eu for meticuloso? — Fitz desliza a mão para baixo.


Bem na hora que seus pais aparecem ao nosso lado. —Arthur, — sua mãe cumprimenta-o com um tom gelado. Ela olha para a mão dele. Descansando na minha bunda. Eu coro e me afasto. —Oi! — Eu falo. —Ótimo ver vocês novamente. Estávamos admirando a festa, não é mesmo, Fitz? Ele concorda. —Mãe. Papai. Silêncio. Ah, cara. Achei que minhas reuniões familiares fossem frias, mas Lydia e Arthur pai, podiam congelar meus pais em qualquer dia da semana. —Então, para que é exatamente esse evento?, — Pergunto. Posso muito bem usar a minha imagem de —ianque sem classe— para quebrar o gelo. —A Fitzgerald Company organiza o baile de gala todos os anos, — Lydia responde educadamente. —É uma chance de conversar com nossos amigos do setor e retribuir. —Levantamos mais de cinquenta mil libras no ano passado, — acrescenta Arthur orgulhosamente. —Isso é ótimo. — Eu sorrio. —E tão legal o museu ceder o espaço para atender ao evento! Art limpa a garganta. —Bem, é claro que tivemos que alugar o espaço. —E os fornecedores, as decorações e os planejadores de festas, é claro, — acrescenta Fitz. —Quando se soma tudo, você


provavelmente gasta tanto quanto dando a festa, não é? Faz você se perguntar o porquê de apenas não se fazer um cheque. Há outro silêncio absoluto. E tento não rir. —Bem, acho que tudo parece adorável, — eu digo. —Fitz, por que não vamos buscar algo para comer? Conversamos com vocês dois depois. — Eu pego sua mão e o afasto. —Foi algo que eu disse? — Fitz pergunta, sorrindo. —Não. — Tento manter uma cara séria, mas falho miseravelmente. —Por que você os atormenta assim? —É muito fácil, — diz Fitz com um encolher de ombros. —Eles já acham que eu sou um cafajeste preguiçoso, posso muito bem entrar no jogo. É divertido. Parece mais triste, para mim. —Eles é que saem perdendo, — digo a ele, ergo-me e dou um beijo em sua bochecha. —Eles têm sorte de ter você como filho. Agora, me indique onde ficam os banheiros? — —Naquela direção. — Fitz me aponta na direção certa, e eu deslizo através da multidão para um banheiro luxuoso ao lado do salão principal. Estou em uma cabine quando ouço o ruído de saltos altos e um trio de mulheres entra.. —.. É uma vergonha, — uma delas está dizendo. —Achava com certeza que ele seria um solteiro para sempre.


—Ou pelo menos se casaria com uma supermodelo, — responde a amiga. —Você viu a nova esposa? Ela é tão... comum. Eu congelo. Eles estão falando de mim e do Fitz? As mulheres perambulam próximas às pias, ajeitando a maquiagem. —É um desperdício, — continua uma delas. —Tirar aquele rabo do mercado. —Oh, vamos lá, — outra ri. —Você não acha que ele está sério? Aposto cinco libras que ele estará transando com uma garçonete em um mês. Se já não estiver fazendo. Quero dizer, o que na terra poderia tê-lo feito se casar com aquela mulher? —Eu posso te dar duas grandes razões, — sua amiga bufa. —Uma mulher como aquela não vai mantê-lo ocupado por muito tempo. O vestido dela é tão brega. E você viu os poros dela. —E os seus pneuszinhos. —E ouvi dizer que ela é praticamente uma secretária. Todos elas vibram com risadas maliciosas, até que eu saio num rompante de onde estou, rebato com um comentário perfeitamente cortante, e retiro-me com a cabeça erguida. Rá.Não. Bem que eu gostaria. Em vez disso, permaneço lá silenciosamente, escondida dos seus olhos, até que a porta se fecha atrás delas e fico sozinha de novo. Saio lentamente e vou lavar minhas mãos. E vejo-me no espelho e paro. O penteado elegante no qual me esforçei não


parece muito refinado, e nas fortes luzes fluorescentes , meu vestido parece meio brega. E quanto aos meus poros... Engulo em seco. Claro, aquelas mulheres são umas vadias, mas estão apenas fazendo a mesma pergunta que todo mundo faz no minuto em que me veem com Fitz: o que um cara como esse está fazendo com uma mulher como eu? Além de toda parte do contrato legal confidencial das coisas. É por isso que preciso manter minha guarda. Porque o nosso arranjo é apenas temporário, e por mais que eu esteja envolvida em seu charme e sensualidade ardente, tudo ainda é um ardil. Irreal. Nem mesmo perto. Mas isso não significa que eu não possa me divertir enquanto durar... Engulo minhas inseguranças, reaplico meu batom e volto para a festa. Está mais cheia agora, e o champanhe está fluindo. Olho em volta para Fitz e o vejo do outro lado da sala. —Uau, isso supera o chá e biscoitos velhos, — comento, apreciando a mesa de bufê carregada de tantas guloseimas deliciosas, que deixaria Marie Antoineta envergonhada. —Enlouqueça, — diz Fitz, passando-me um prato. —Você precisará da sua energia mais tarde.


Ele pisca, e assim, as vagabundas no banheiro desaparecem da minha mente. Deixe que se queixem dos meus pneuzinhos. Apenas uma de nós vai foder Fitz até perder os sentidos essa noite. Estou acabando de encher meu prato com empadas de caranguejo e mini espetos, quando somos abordados por um casal da nossa idade, embora a semelhança acabe aí. —Fitz, meu velho. Você é uma visão para olhos cansados! O homem tem bochechas vermelhas e é calvo, e já está mostrando uma pança, espremida em seu smoking brilhante como uma salsicha recheada. Talvez ele vaá ao mesmo alfaiate que Brett. —Sua mãe disse que você estaria aqui, mas não podíamos acreditar, — acrescenta a mulher com ele. Ela é loira, com um rosto comprido, amarrada em um vestido preto, enormes diamantes enterrados em seu decote substancial. —O irresponsável Fitz nos agraciando com sua presença. Fico tensa. Ela o chamou do quê?! —E este deve ser o seu mais recente brinquedo, — continua o homem. —Precisamos aprender o nome dela ou ela vai durar tanto quanto o resto? — Ele gargalha, borrifando champanhe. —Na verdade, esta é minha esposa. — Fitz coloca um braço ao meu redor. Eu não consigo acreditar que ele não tenha dado um soco no cara.


—O quê? — A loira grita alto o suficiente para acordar aquels ossos dos dinossauros da morte. Ela dá uma cotovelada seu parceiro. —Eu sabia, Marty, você me deve cem libras. Eu lhe disse que ele fugiria para Vegas com uma garçonete. — —Certo, você acertou, — concorda Marty, ainda rindo. —Eu deveria saber que Fitzy faria aprontaria uma dessas. Espero que você tenha um bom pré-nupcial, — ele me diz, piscando. —Ele nunca ficou preso a nada em sua vida. Olho para eles. Eles estão falando sério agora? —Na verdade, — eu começo, pronta para dizer-lhes exatamente onde eles podem enfiar seus narizes esnobes. —Fitz é... —Pergunto-me como aquele negócio das propriedades se desenrolou, — ele me interrompe. —Não ouvi dizer que você investiu suas economias de vida nisso? O sorriso de Marty desaparece. Ele tosse. —Eu, ãh, ainda estamos resolvendo os problemas. Percalços com o zoneamento do governo, você sabe como é. —Interessante. — Fitz dá um sorriso sem graça, mas mortal. —Ouvi dizer que está em uma área de proteção ambiental e nunca verá uma construção. Jamais. Parece que você comprou um fracasso. A cabeça da loira se vira rápido. —Marty? — Ela grita, sua voz subindo. —Do que ele está falando? —Nada. — Marty fica mais vermelho. —Apenas negócios, isso é tudo.


—É por isso que você queria vender a casa nas Bermudas?, — Ela lamenta. —Oh, meu Deus, é sim, depois de eu ter contado às meninas no clube tudo sobre a nossa reforma. —Não agora, Araminta!, — Marty sibila. —Bem, vou roubar minha adorável esposa, — diz Fitz, sorrindo maliciosamente. —Dê meus cumprimentos a seus pais. Ele me oferece o braço e eu o tomo. Nós vamos partimos. —Quem diabos eram essas pessoas horríveis? — Eu exijo quando ele me leva por um corredor vazio, longe da multidão. Mesmo Fitz tendo os reduzisse a nada, ainda estou brava por ele. —Eu não posso acreditar que eles diriam essas coisas na sua cara! E o que eles sabem mesmo? Você é inteligente e bemsucedido, e... Fitz me interrompe com um beijo. —E é muito bom nisso, — eu termino, quando finalmente paramos para o ar. Ele sorri e tira uma mecha de cabelo do meu rosto. —Você fica fofa quando está toda irritada. —Só me dê mais cinco minutos com esses idiotas, e serei sexy como o inferno, — eu replico. Ele ri. —Eu sei uma maneira para aliviarmos esse estresse... — Ele diz, me beijando novamente. Consigo sentir seu corpo, bem definido através do smoking, e maldito seja se eu não quero empurrá contra aquela arte folclórica vitoriana e transar perversamente com ele.


Claramente, Fitz sente o mesmo, porque pega minha mão. — Vamos sair daqui. —Já? — Eu pergunto, mesmo enquanto o sigo até a saída. Ficar com as pessoas horríveis ou ir devorar Fitz? Não há o que discutir. Fitz me lança um olhar ardente. —Nós viemos, nós vimos... Agora é hora de você chegar a algum lugar.

ELE NEM SEQUER ESPERA até estarmos de volta ao hotel para cumprir sua promessa. No minuto em que estamos no banco traseiro do táxi, Fitz coloca seu paletó sobre o meu colo e começa a usar a fenda no meu vestido em seu o máximo proveito. —Há muito tráfego no caminho hoje à noite?, — Ele pergunta ao motorista, soando enfurecidamente casual, considerando o que seus dedos estão fazendo sob o casaco. —Não muito, companheiro, — o motorista responde. —Você perdeu o pior disso. Acidente em Embankment, gerou um engarrafamento por quilômetros. —Sorte nossa, — diz Fitz. Ele acaricia o interior da minha coxa em um ritmo enlouquecedor. Oh, meu Deus. Ele realmente vai fazer isso? Aqui? Seus dedos se movem mais alto, roçando meu clitóris, e tenho que abafar um gemido.


Sim, sim ele vai. —Você está bem, querida? — Ele pergunta, parecendo inocente. Seu dedo desliza mais fundo, mergulhando dentro de mim. —Uh,huh! — Eu consigo exprimir. —Você está parecendo um pouco ruborizada. — Ele sorri. — Talvez possamos abrir as janelas?, — Pergunta ele ao motorista. —Como quiser. As janelas abrem alguns centímetros e minhas pernas também. Afundo minha cabeça contra o assento, derretendo no toque perverso e oculto de Fitz. O que há nesse homem que me deixa louca? Quero dizer, ser apalpada em um táxi londrino não deveria ser tão sexy, mas com ele, nunca me canso o suficiente. Ele continua conversando com o motorista, sobre esportes e política, e durante todo o tempo, seus dedos acariciam e mergulham, transformando-me em uma bola de tensão. Lento. Profundo. Dolorosamente consistente. Ele sabe exatamente como me tocar, para me fazer derreter. Quando chegamos ao hotel, estou quase arquejando, próxima do limite. —Obrigado pelo passeio, — Fitz entrega algumas notas bancárias. —Fique com o troco. Eu quero gemer em protesto ou mandá-lo seguir ao redor do quarteirão mais algumas vezes, mas Fitz já está abrindo as portas.


Consigo andar assim? Discutível. Mas de alguma forma, com força sobre-humana, consigo chegar lá dentro e subir ao nosso quarto. No momento em que a porta bate atrás de nós, eu pego ele. —Você é mau, — eu digo entre beijos, arrancando seu paletó. Meu sangue está quente e estou tão tensa que mal consigo pensar direito. Fitz ri contra a minha boca e desliza as alças sobre meus ombros. O vestido desliza pelo meu corpo e fica em volta dos meus tornozelos, no chão. —E você é espetacular para caralho. Eu tremo sob a intensidade do seu olhar, e logo ele está me tomando em seus braços, levando-me para a cama. Ele me deita, e o procuro com impaciência, mas Fitz não se apressa, fazendo seu caminho aos beijos sobre o meu corpo, dedicando atenção aos meus seios até que estou gemendo, os dedos emaranhados em seus cabelos. Ele se levanta brevemente, tira a roupa e pega um preservativo, e então, aleluia, ele está de volta, posicionandose entre as minhas coxas. Ele se empurra dentro de mim lentamente, e Deus, quase perco a cabeça. Nós nos movemos juntos, ondulando, de novo e de novo, e de alguma forma, é ainda melhor do que antes. Mais quente. Mais profundo. Mais intenso. Ele prende minhas mãos acima da minha cabeça, arremetendo dentro de mim com um ritmo acelerado e não consigo me conter. Eu desmorono, gritando seu nome enquanto ele


se enterra profundamente com um impulso final e goza, gemendo contra mim. Oh. Meu. Deus. Eu o abraço, meu coração disparado... e sentindo mais do que apenas algumas dores tenras. Como vou manter minha guarda quando o Fitz me faz sentir assim? Ele sai de dentro mim, então me puxa para perto, abrigandome contra o seu peito. Eu posso sentir sua respiração lenta enquanto ele relaxa, totalmente à vontade. Mas me sinto de qualquer forma menos relaxada. Na verdade, esse orgasmo arrebatador deixou-me ainda mais tensa, e é tudo por causa das questões que borbulham em minha mente. O que estamos fazendo aqui? Ele não é o playboy imprudente que eu pensava ser. O homem que se casava com estranhas porque estava entediado em uma noite de quarta-feira e seduzia tudo que usasse uma saia. Mas o verdadeiro Fitz não é assim, pelo menos, não embaixo da superfície. Não, o homem que conheço é gentil e atencioso, e na verdade tem sua cabeça no lugar. Porra, a competência é sexy. E saber que Fitz conseguiu construir essa carreira maravilhosa e sequer reivindicar a glória por ela? Isso o torna absolutamente irresistível. Eu olho para ele agora, felizmente desmaiado ao meu lado na cama, e meu estômago dá um pequeno pulo.


Não, não, não, não... Sim. É verdade. Eu não posso mais negar isso. Estou me apaixonando por ele. Meu falso marido. Porra.


O QUE você faz quando percebe que está se apaixonando pelo cara que deveria estar proibido? No meu caso, é como pedir tudo no menu do serviço de quarto para o café da manhã e, em seguida, cancelar tudo em alguns segundos. —Isso é um belo espetáculo, — observa Fitz, saindo do quarto para me encontrar inalando uma pilha de waffles. Engulo um pouco de suco e me concentro nos doces e não na visão dele, seminu e lindos como um deus grego. —Planeja deixar algum para mim? —Manda ver, — consigo falar com a boca cheia de croissant. Ele caminha e se serve de um pouco de bacon antes de se inclinar e dar um beijo carinhoso na minha testa. Meu coração pula em meu peito. Engulo um pouco de café escaldante e tento controlar minhas emoções. Temos passado pelas marés de feliz casal, mas isso tudo é apenas fingimento, eu me lembro severamente. Totalmente falso. Apenas o irreal costumeiro sexo ardente, uma conversa encantadora, sentimentos calorosos e... Socorro?!


—Então, qual é o plano? — Eu pergunto, tentando colocar minha cabeça de volta em qualquer jogo que estivéssemos jogando antes de ser distraída com dedadas sensuais e orgasmos que sacodem a terra. —Há mais compromissos da família Fitzgerald no cronograma? —Não, graças a Deus. — Fitz parece aliviado. —Posso mandar uma cesta de frutas para os meus pais e encerrar meu assunto com eles por, ooh, outros cinco anos pelo menos. Obrigado novamente por ser minha parceira na noite passada, — acrescenta. —Eu não sei o que teria feito sem você. —Começar mais algumas brigas e envergonhar no nome da família, provavelmente, — eu brinco, mas seu sorriso se torna sincero. —Fui sincero. — Fitz pega a minha mão sobre a mesa e a aperta. —Fez uma diferença, ter você lá. Droga. Ele definitivamente não está ajudando com meus limites agora. —Eu estive realmente pensando... — Fitz diz, parando. — Sobre o nosso divórcio. Eu congelo. —Ãh, hein? — Eu pergunto, enquanto meu coração despenca para o chão. —Talvez a gente pudesse esperar, — continua Fitz, me dando um olhar ilegível. —Quero dizer, as coisas estão indo bem entre nós, você não acha? Eu pisco. Ele está dizendo o que eu acho que ele está dizendo?


—Sim. — Eu respondo devagar. —Umm, você não acha? Fitz sorri. —Eu acho, — ele brinca. —Assim... que tal esperarmos e vermos como se desenrola? — Ele me puxa para mais perto e me dá outro beijo matinal lento e sexy. —Quero dizer, seria estranho se divorciar e ainda estar namorando um ao outro, não acha? Tenho que me controlar para evitar saltar do meu lugar e me jogar em seu colo. Limpo minha garganta e tento agir casualmente. —É isso que estamos fazendo agora? Namorando? Fitz arde em minha direção. —Bem, agora estou tentando te seduzir, mas sim. Se você quiser colocar uma palavra nisso. Namorar. Exclusivamente. Exceto pelos irmãos Hemsworth acrescenta ele -, mas permitirei uma exceção. —Ah, é mesmo? — Eu rio, meu ele está cantando. —Quem é a sua? —Emma Thompson, — Fitz responde imediatamente. —Uma mulher mais velha, hein? — Eu provoco. —É melhor eu tomar cuidado. Ele sorri. —É uma coisa boa. Isso significa que ainda vou achála irresistível quando estivermos velhos e grisalhos. Agora, realmente tenho que pular em cima dele. Embora eu saiba que ele está brincando, ouvi-lo falar sobre o futuro - nosso futuro - é o maior alívio do mundo. E o maior tesão.


—É melhor você ligar e pedir mais café, — eu digo a ele, já beijando seu peito nu. —Porque esse bule vai esfriar.

VÁRIAS HORAS, e orgasmos, depois, desço as escadas e vou direto para a recepção. A portaria já nos ajudou com ingressos de última hora para todas as atrações, e quero surpreender Fitz com reservas para um lugar incrível para jantarmos hoje à noite. — Algum lugar romântico, — digo a ele, caminhando no sétimo céu. —Com cantos escuros. Lembro-me das mãos errantes de Fitz no táxi ontem à noite e tenho que reprimir um arrepio de excitação. Deus, esse homem sabe me fazer gemer. Estou folheando alguns panfletos turísticos, imaginando como poderíamos passar o dia ou mesmo se precisarmos sair mesmo do quarto do hotel, quando ouço meu nome por trás de mim. Em uma voz muito familiar. —Rebecca. Eu giro, certa de que estou apenas imaginando coisas, mas... Não. É ele. Brett Em Londres?


—O que você está fazendo aqui? — Eu fico boquiaberta enquanto ele caminha em minha direção. Ele está ainda mais convencido do que o habitual e se vestiu para a ocasião com uma jaqueta de caça verde e o que parece ser uma calça de tweed. Ai ,credo. —Eu vim para ver você, — diz ele, dando aquele pequeno sorriso. —Aproveitando sua escapada romântica? Meu pulso acelera e a adrenalina inunda meu corpo. —Sim... — Eu respondo, minha mente correndo. Que porra ele está fazendo aqui? E, mais ao ponto, o quanto estou ferrada? Porque, agora, tenho a infelicidade de conhecer Bret muito bem, e não há absolutamente nenhuma maneira de ele cruzar um oceano só para dizer um alô amistoso. Não, ele tem algo em mim. Algo ruim. —Você já visitou as masmorras de Londres? — Brett continua claramente gostando disso. —Eu sempre achei que elas eram bem divertidas. É assim que você realmente faz alguém sofrer, aperte os parafusos devagar, faça com que eles realmente suem. Eu reviro os olhos, tentando esconder meu pânico absoluto. — Ok, ok, entendi as metáforas. Por que você não me diz o que está claramente morrendo de vontade de anunciar? O sorriso de Brett morre. Seus olhos se estreitam. —Eu peguei você.


—Me pegou o quê? — Eu continuo bancando a desentedida, mesmo quando meu coração corre duas vezes maus rápido no meu peito. —Atrasada? Ligeiramente irritada? Claro, todos os itens acima. —Peguei você cometendo fraude no casamento para roubar a porra da minha herança, — anuncia Brett, enfiando um dedo com raiva em direção ao meu peito. —Fim de jogo. Merda. Luto para ficar calma. —Eu não sei do que você está falando, — eu digo com calma. —Fitz e eu estamos muito felizes juntos. —Sério? — Brett zomba. —Então você não pagou Olívia Danvers e sua agência obscura para encontrar um marido falso e me ferrar com o que é meu por direito? Meu coração despenca. Ele sabe sobre a agência? Olívia jurou que eles mantinham a merda deles em sigilo. Confidencialidade total. Merda. Merda. Merda! Tento manter a calma. —Você está falando bobagem, — eu digo. —Você não tem nenhuma prova. —Oh, não tenho? — Brett pega seu telefone e aciona o recurso de gravação. A voz de Fitz chega clara como o dia. . —..Obrigado por checar. Basta enviar uma cópia do contrato para nós quando quiser.


Então a voz de uma mulher aparece. —E como o arranjo está funcionando? Sei que pode ser estranho, fingir estar em um relacionamento com alguém. — —Oh, Becca e eu estamos improvisando, — responde Fitz, parecendo divertido. —Estar casado de mentira é um desafio, mas ambos somos pessoas comprometidas. É fácil manter a farsa. Meu queixo cai. Brett faz uma pausa no áudio, alegre. —Com quem diabos ele está falando? — Eu exijo, minha mente correndo. —E como você tem essa gravação? Brett sorri. —Seu 'marido' não é tão inteligente. Tudo que tive que fazer foi fazer uma garota ligar e dar o entender que ela trabalhava para aquela agência, e ele entregou tudo. Você quer ouvir mais? Vamos. Minha parte favorita está chegando. — Ele aperta o botão novamente, e ouço minhas esperanças e sonhos esmagados em minúsculos pedaços no chão chique do hotel. —Rebecca sabe quanto tempo vai demorar até que a herança seja finalizada?, — Pergunta a mulher. —Aposto que você está contando os dias até ser um homem solteiro novamente. Fitz ri de acordo. —Pode apostar. Deixe-me verificar com Becca, — continua ele. —Esse esquema de 'casamento falso' foi ideia dela, então suponho que ela tenha um plano para quando os advogados morderem a isca e abrir caminho para a herança. —E depois é o Arthur Fitzgerald, homem livre de novo? — A mulher pergunta, e eu juro, há uma nota de flerte em sua voz.


—Veremos, — responde Fitz. —Eu certamente tenho alguns planos. —Estou ansiosa para ler sobre eles nas páginas de fofocas, — a mulher ri. —Ou talvez você devesse me ligar... Brett desliga a gravação. —Então, o que você acha? O suficiente para um juiz me dar o prédio ou deveríamos te cobrar taxas de fraude também? Não consigo encontrar as palavras para responder. Não adianta, de qualquer maneira. Fitz detalhou todo o plano para qualquer um e o gravador de áudio de Brett ouvirem. E dessa forma, acabou. Minha última esperança desesperada de salvar a Waverly. Concluído. Acabado. Mas pior do que qualquer outra coisa foi o que Fitz disse. Que ele está praticamente contando os dias para se libertar de mim e desse relacionamento. Tudo que ele me disse foi uma mentira? Lágrimas ardem no fundo da minha garganta e parece que o chão simplesmente cedeu sob meus pés. —Ahhh, olhe para você. Não me diga que vai chorar, — Brett gralha. —Mas, ei, eu também choraria se tivesse deixado dez milhões de dólares escaparem pelos meus dedos. Você não quer contar para o resto do seu bando patético de vizinhos desajustados que você fudeu com eles, ou eu deveria?


Meus vizinhos. E me atinge pela primeira vez o quanto os decepcionei. Stanley e Howard, Lionel e Olga... Brett vai tomar todas as suas casas. E Fitz ajudou-o. —Você é um bastardo, — eu consigo dizer a ele, tentando não deixar as lágrimas caírem. Ele ri. —Um bastardo rico, agora. Marigold nunca prestou atenção aos detalhes. Você sabe que ela me disse que eu nunca teria aquele prédio, que você era a única que merecia isso? Eu gostaria que ela ainda estivesse por perto para me ver estripar o lugar e construir aqueles condomínios de luxo. Tenho que apertar meus punhos para não balançar. Não importa —lutar ou fugir, — quero dar um soco na cara dele e depois correr para longe. Ele se inclina, curtindo minha dor. —Você deveria saber que ninguém acreditaria nesse plano. Quero dizer, de verdade? Você esperava que eu acreditasse que Arthur Fitzgerald se apaixonou por você? — ele bufa. —Um cara como ele nunca se casaria com você. Engulo em seco, de repente sentindo bem pequena. O que eu estava pensando, acreditando que as pessoas acreditariam que éramos um casal? Ou que Fitz realmente quisesse estar comigo? Aquelas mulheres na no baile na noite passada estavam certas, afinal de contas. Foi como acenar uma bandeira vermelha na frente de um touro.


Ou, neste caso, na frente um mentiroso com cabeça de touro como Brett. Por um momento, lembro como me senti quando meu último ex, Christian, me deu a notícia de que ele estava partindo. Ele foi almoçar inocentemente com Mary Jane - —pelos velhos tempos— e quando voltei do trabalho, encontrei-o empacotando suas coisas. —Ela é o amor da minha vida, — ele proclamou, ali mesmo no meio de uma pilha de meias e abotoaduras. —Estamos destinados a ficar juntos. Christian, o homem que fazia listas de prós e contras sobre reservas de jantares e mantinha uma gaveta cheia de fio dental extra, por via das dúvidas, foi abatido pelo amor. Amor épico, alucinante e sensacional. Apenas não por mim. Sua noiva. Eu me senti tão pequena naquele momento. Tão profundamente não-especial. Não fui aquela a ser escolhida, a perder o chão por declarações de amor e fidelidade. Eu era aquela que tive que ver alguém andar no pôr-do-sol para o seu épico final feliz e depois passar um dia ligando para as empresas de serviços públicos, tirando o nome dele de todas as contas compartilhadas. Eu deveria ter aprendido minha lição na época. Não sou aquela que recebe o grande gesto romântico, não de verdade, de qualquer maneira. Isso tudo foi apenas uma ilusão. E agora o truque de mágica acabou, e as luzes se acenderam, e sou a único deixada parecendo uma tola, serrada em duas.


—Becca? Eu me viro. Fitz está se aproximando agora, olhando de mim para Brett e de volta. Cada centímetro dele é de um playboy bonito, com uma blusa branca de botão e calça social, mas só a visão dele é como esfregar sal na ferida. Qualquer outra pessoa, e eu poderia ter feito todo esse esquema dar certo. Qualquer outra pessoa, e meu coração não estaria quebrando em meu peito agora. —O que está acontecendo?, — Pergunta ele, preocupado. —Ele sabe. — Eu me engasgo com as palavras. —Você contou tudo a eles. Fitz parece chocado. —Não, não contei. Eu nunca... Brett segura seu telefone. —Deixe-me verificar com Becca. — Ele reproduz a gravação novamente. — Esse esquema de 'casamento falso' foi ideia dela. Há silêncio e quase consigo ver as engrenagens girando no cérebro de Fitz. Ele provavelmente está pensando em maneiras de se sair dessa, mas com essa gravação, não há desculpa. Ele se vira para mim. —Becca, eu não... Foi aquela ligação ontem, ela disse que estava na agência. Eu nunca contaria a ninguém...


—Não importa! — Eu o interrompo, sentindo como se tivesse sido puxada em cinco direções diferentes. —Agora acabou. Ele ganhou! —Mas eu tenho que agradecer a você, Arthur, — Brett bajula. —Eu tinha minhas suspeitas, mas nunca teria sido capaz de provar nada sem você simplesmente ter dado com a língua nos dentes daquele jeito. Então, bom trabalho. Vou lhe pagar uma bebida de volta em Nova York. Inferno, com o dia de pagamento que tenho chegando, eu vou te comprar a porra do bar inteiro. Fitz franze a testa e avança para Brett, mas ele dança de volta. —Segurança! — Brett grita. —Segurança! O guarda idoso desce e olha diretamente para Fitz. — Problemas, Sr. Fitzgerald? —Haverá, se essa escória não sair da minha frente, — Fitz rosna. Brett recua ainda mais. —Eu já ia sair mesmo. Só queria lhes dar as boas novas pessoalmente. Estarei esperando sua retirada oficial do processo amanhã de manhã, — ele me diz, vitorioso. —E se você prometer jogar direito, talvez eu também não entregue Fitz para imigração. Eles não parecem muito gentis com os casamentos por causa do green card. —Nós não... — Eu protesto, mas ele já está se afastando. A porta se fecha atrás dele. Fitz e eu ficamos sozinhos no canto do saguão.


Olho para baixo e percebo que ainda estou segurando aquele conjunto de folhetos turísticos. Poderia ter sido em há cinco minutos desde que eu estive planejando nosso dia romântico juntos? Parece uma vida inteira atrás. E não há como voltar. —Porra. — Fitz diz em voz alta o que tenho gritado na minha cabeça pelos últimos cinco minutos. —Becca, sinto muito. Mas podemos consertar isso, certo? Eu encontrarei um advogado, alguém quem vai fazer Brett e os amigos dele correrem, e entraremos com objeções. Conseguiremos pessoas que possam dizer ao juiz que Marigold queria que você ficasse com o prédio... —É tarde demais! — Eu o interrompo, finalmente explodindo. —Você não vê? Agora que ele tem essa gravação, não há mais nada que eu possa fazer. Está bem aí, você contou tudo a eles! —Eu não queria! — Fitz argumenta. —Foi uma armadilha! —E você não verificou o identificador de chamadas? — Giro na direção dele, furiosa agora. —Ou se perguntar o porquê de Olívia, de repente, ter uma nova secretária? Como você pode ter sido tão idiota? Fitz recua. —Por que eu pararia para checar? Foi você quem arranjou tudo. —E você simplesmente não podia esperar para acabar com isso. — Engulo minhas lágrimas. —Brett me mostrou o resto da conversa, a propósito. A parte em que você brinca sobre estar farto do plano e se divorciar o mais rápido possível.


O rosto de Fitz endurece. —Eu não disse isso. Não posso acreditar que ele está negando. —Você concordou e riu junto com ela! Como você estava ansioso para voltar para lá, a vida como um homem solteiro de novo. —O que quer que eu tenha dito, não falei a sério! — A voz de Fitz se eleva. —Foi uma ligação de dois minutos. Eu não ia contar a uma estranha o que realmente estava acontecendo conosco. —Não, você acabou revelando todo o nosso plano, em vez disso. — Dou uma risada amarga. —Puxa, bem discreto. Fitz exala, claramente frustrado. —Eu sinto Muito. Becca, porra. Eu te disse, nós podemos lutar contra isso juntos... —Não há juntos! — Eu choro. —Não mais. Você ouviu Brett, acabou! Ele faz uma pausa, uma expressão ilegível passando por seu rosto. —E nós? Estamos acabados agora também? Não posso acreditar que ele tem a coragem de me perguntar isso. —Não há 'nós'! Você mesmo acabou de dizer. Eu ouvi as gravações! —Becca... —Eu deveria ter ouvido Olívia, — digo, me afastando por um momento. Dói demais olhar para ele. —Ela me disse para manter minha guarda, que seria complicado... Mas eu não pensei. Se eu tivesse, eu nunca teria...


—Nunca teria o quê? — Fitz pergunta, sua voz ficando mais fria. Beijado ele. Confiado nele. Se apaixonado por ele. As respostas permanecem não ditas entre nós. Fitz deve ver isso na minha cara, porque recua. —Não aja como se eu fosse o cara mau aqui. Entrei nessa para ajudá-la quando precisou. E por tudo mais... Eu não te seduzi. Você quis isso. —E olhe onde me trouxe, — rebato de volta, sentindo-me oca por dentro. —Brett tem tudo agora. Pessoas contavam comigo e eu as decepcionei. Mas você não saberia nada sobre isso, — acrescento amargamente. —Isso significava tudo para mim, mas foi tudo apenas um jogo para você. —Certo, porque eu sou o patife irresponsável. — Fitz endurece. —Onde ouvi isso antes? —Talvez haja uma razão pela qual todo mundo pensa o pior sobre você! — Eu choro, frustrada. —Você passa a vida fingindo que não se importa com nada, agindo como se fosse apenas um playboy irresponsável! Mas você já pensou que talvez esteja tomando o caminho mais fácil? Certificando-se de que ninguém tenha qualquer expectativa em relação a você, porque Deus nos livre que você viva como eles querem? —Não fale comigo sobre expectativas, — Fitz rosna, parecendo furioso. —Eu as tive pesando sobre mim a minha vida toda! —E o que você fez sobre isso? — Eu o desafio. —Você mantém sua carreira em sigilo e evita qualquer pergunta com suas


charmosas frases e gracejos. É de se admirar que as pessoas pensem o pior de você? Você simplesmente flutua pela vida em sua própria pequena bolha, você não tem ideia de como é para o resto de nós, lutando para fazer a diferença! — —Você não me conhece, assustadoramente calmo.

diz

Fitz,

parecendo

—Você está certo, eu não conheço. — Meu coração dói novamente. —O Fitz que eu achava que conhecia era gentil, inteligente e motivado. Mas você estava apenas fingindo. O jeito que você fingiu ser meu marido. E nós dois sabemos que aquilo era mentira. Eu me viro e, desta vez, vou embora. —Becca... Eu ouço sua voz atrás de mim, mas não posso ficar e ouvir mais suas falas. Dói demais, conhecer a verdade por baixo de todo esse charme. Eu realmente nunca importei para ele. Ouvi tudo que precisava naquela gravação, e porra, tenho que limpar a bagunça agora. Tenho que voltar para a minha vida real novamente. Aquela sem ele.


A ÚNICA MANEIRA DE voltar imediatamente a Nova York é trocar minha passagem de primeira classe por um assento em um vôo noturno. Eu não me importo. Estou com o coração partido, e fico durante o voo das 3 da manhã repetindo todos os momentos felizes que Fitz e eu passamos juntos, enquanto a pessoa ao meu lado ronca alto, babando em todo o meu cardigã. Onde é que tudo deu errado? Confiar em um homem como Fitz, para começar. Eu achava que ele era diferente, que era mais do que apenas sua má reputação, mas acontece que eu deveria ter acreditado naquela fofoca que ele nunca se estabeleceria. Um leopardo não muda sua pele, e um homem sexy e bonito com zero responsabilidades definitivamente não desiste de tudo para se casar com uma completa estranha e viver feliz para sempre. Como eu poderia ter pensado que daríamos certo? Ele costumava relaxar em clubes VIPs, enquanto uma grande noite para mim significa ficar em casa com um banho de espuma, Netflix e uma sacola de donuts da Krispy Kreme. Fale-me sobre incompatibilidade. Se ele não estivesse no bar naquela noite depois que Scott me abandonou no altar, nós provavelmente nunca teríamos nos conhecido! Essa deveria ter sido minha primeira dica.


E a lista de ex-namoradas, uma de um quilometro e meio, deveria ter sido minha última. Fui apenas uma diversão rápida para ele. Uma maneira de matar o tempo entre as modelos da Victoria's Secret e escandalizar seus pais. O sexo quente e o aconchego fofo foram apenas um bônus extra para ele. Eu deveria saber que isso só terminaria em lágrimas. Minhas lágrimas. Não quero nem pensar sobre o que ele está fazendo agora. Aposto que, provavelmente, já está em um clube em algum lugar, seduzindo facilmente a mulher mais gostosa do lugar. Isso se precisasse ir tão longe. Eu não ficaria surpresa se saísse uma nota na rede de fofocas, e as garotas simplesmente se alinhassem do lado de fora do seu quarto, prontas para tirar a roupa e se jogarem em seus braços fortes e musculosos. Engulo um soluço vazio. Eu não as culparia. Estar com Fitz foi a aventura de uma vida. É de se admirar que ignorei a verdade por tanto tempo? Foi apenas temporário. Não fomos feitos um para o outro. E agora, eu tenho que enfrentar as consequências da minha má decisão. Começando com a bagunça no Waverly Place.


DEPOIS DE AGUARDAR na pista de pouso e ficar presa na fila do aerporto JFK, estive viajando há mais de 12 horas quando chego em casa. Eu me arrasto pelas escadas até o meu apartamento e destranco a porta. O lugar está bem do jeito que deixei. E da mesma forma que Fitz também deixou. Ele estava ficando lá antes de irmos para a Inglaterra, e sua presença ainda está em toda parte: o suéter jogado na parte de trás do meu sofá, a mala apoiada na porta. E no quarto... Não quero nem pensar nas coisas que fizemos lá. Em todas as formas maldosas e deliciosas com as quais ele me fez gemer. Como vou voltar para os encontros ruins do Tinder e transas meia-bocas, sabendo o como é se sentir em seus braços? Engulo de volta outro soluço e agarro uma sacola vazia do meu estoque debaixo da pia. Rapidamente, disparo pelo apartamento, pegando todos os sinais dele e enfiando-os na sacola antes de enfiá-la no meu armário. Então, tiro minha roupa de cama e considero brevemente queimar meus lençóis antes de levá-las para a lavanderia. Pronto. Ele se foi para sempre. De alguma forma, isso só faz doer ainda mais. Afundo na borda do meu colchão e luto contra a dor no meu peito. Posso dizer a mim mesma, umas cem vezes, que era apenas fingimento, mas sei o que senti, e o que senti foi real para mim.


E o desgosto também. Ouço uma batida na porta e respiro fundo para me recompor. Enxugo as lágrimas dos meus olhos e vou atender. Eu encontro Lionel lá fora no corredor. —Oi! — Forço uma voz animada e o mais falso sorriso deste lado de Vegas. —E aí? Lionel franze a testa. —Você quer dizer, você não soube? —Soube o que? Ele tira um envelope da minha porta e entrega para mim. — Eles vieram nessa manhã. Todos nós recebemos um. Avisos de despejo. Temos que sair até o final do mês. Eu olho entorpecida para a página, mas está tudo em preto e branco. Brett não perdeu um minuto para tornar oficial. —Eu não entendo, — Lionel diz. Pensei que Marigold tivesse deixado o prédio para você, mas Stanley se deparou com esse outro sujeito, e ele diz que o lugar pertence a ele agora. O que está acontecendo? Olho para o rosto dele, para a confusão e o medo honestos, e não consigo mais me segurar. O dia anterior de mágoa e traição vem à tona, e caio em soluços altos e confusos. —É tudo culpa minha! Lionel fica atordoado. —Becca, querida, qual o problema?


Eu soluço agora, bem feio, cheio de gritos e catarro. —Eu tentei... Fitz..., mas não consegui... —Calma agora, — insiste Lionel. —Seja o que for, podemos resolver. Stanley! — ele chama das escadas. —Coloque a chaleira no fogo. E encontre um pouco de conhaque. A pobre Becca está em um estado horrível. Eu não mereço a compreensão deles, mas estou muito confusa para protestar quando Lionel me leva ao seu apartamento e me coloca no sofá com um cobertor macio e um copo de algo forte. Consigo controlar as lágrimas por tempo suficiente para lhes contar tudo. Toda a triste história, do começo ao doloroso final. —Você quer dizer... você só estava fingindo um relacionamento com Arthur? — Lionel parece chocado. —A Broadway perdeu seu talento. Eu poderia jurar que a química entre vocês era real. —Foi! — Eu lamento. —É isso que piora tudo. Eu realmente me apaixonei por ele. —Oh, querida. — Stanley me conforta. —Tudo vai ficar bem. —Mas não vai! — Eu pisco para os dois, sentindo-me como uma espuma de lagoa. O limo sujo que se esconde a seis metros abaixo da espuma da lagoa. —Os avisos de despejo são reais. Brett herda tudo agora, e todos vocês estarão na rua. Por minha causa. Porque não consegui encontrar um marido falso que mantivesse sua boca fechada.


Porque abaixei a guarda, me abri para Fitz e esqueci o que estava em jogo. —Isso é um absurdo, — diz Stanley com firmeza. —Sobre isso ser sua culpa, e todos nós estramos acabados. Você fez o seu melhor para salvar o prédio, e o resto de nós... Bem, iremos superar. Talvez tenhamos que nos mudar para outro bairro ou em um local menos, mas esse não é o fim do mundo. —Ouvi dizer que a cidade de Jersey é muito animada, — diz Lionel. —O Times fez toda uma matéria sobre o novo distrito comercial. —Mentiroso, — soluço. Eu sei que eles estão apenas tentando me fazer sentir melhor. Afinal de contas, esta é a casa deles há mais de vinte anos e agora lhes está sendo tomada. —Não se preocupe conosco , — insiste Stanley. —Ficaremos bem. Eu simplesmente não consigo imaginar por que você pensou que precisava ir tão longe para impedí-lo. De onde você tirou a ideia para esse esquema louco? —Parecia uma boa ideia na época, — justifico fracamente. — Um casamento rápido, um divórcio ainda mais rápido... É tudo apenas papel, no final. Até que conheci um homem que virou minha vida de cabeça para baixo. E me fez pensar se talvez, apenas talvez, aqueles pedaços vazios de papel pudessem levar a algo real, afinal. —Eu deveria saber que não funcionaria com Fitz, — digo com tristeza. —Ele é esse cara bonito e charmoso e eu sou...


—Linda,adorável e generosa. — Stanley me dá um aperto reconfortante. —Ele teria tido sorte de ter você, qualquer um poderia ver. Qualquer um, exceto Brett. Seu radar estava em alta desde o começo, e ele estava apenas procurando por sua chance de nos expor. Se ao menos Fitz tivesse prestado mais atenção, pensado duas vezes antes de entregar toda a história para aquela mulher no telefone... Mas a quem estou enganando? Eu estava tão envolvida em vibrações sexuais amorosas que teria feito exatamente a mesma coisa. Eu não estava pensando direito. Eu não estava pensando em nada. O amor fará isso com uma garota.

STANLEY E LIONEL insistem em tentar me animar. Passo uma manhã em suas antigas histórias de teatro e alguns cafés irlandeses antes de finalmente sair e voltar para o meu apartamento para chafurdar na miséria sozinha. Onde eu fico. Nos próximos três dias. Afinal, qual é o sentido de morar em uma cidade onde se tem a comodidade de pedir uma sopa de frango e purê de batatas em seu apartamento, às 11 da noite, se você não aproveitar a chance de se afundar ainda mais em um buraco de calças de moletom, reality shows ruins e coração partido?


Também posso fazer uso de deprimidos enquanto eu puder, porque com base no meu saldo bancário e nos meus canhotos, não vou morar em Manhattan por muito mais tempo. Adeus, Greenwich Village. Olá, Tulsa, Oklahoma. Ou St. Louis. Ou Detroit. Custaria-me muito caro comprar uma van e apenas me espremer nos fundos? Eu vejo isso no Instagram o tempo todo, mas algo me diz que a #vidanavan não é tão glamorosa quanto parece. Quero dizer, onde exatamente todos eles lavam a roupa? Essas são as perguntas que estou fazendo quando uma batida forte na minha porta me interrompe numa tarde de quarta-feira. —Estou doente! — Eu grito do fundo do meu ninho de cobertor no sofá. Descobri que, se eu equilibrasse uma caixa de pizza na mesa de centro e o controle remoto da TV em um suporte improvisado no braço do sofá teria tudo que preciso ao alcance de um braço, e não precisaria me levantar, nunca mais. Exceto pelo banheiro. Que, graças ao galão de leite choco que acabei de tomar, está me chamando. Insistentemente. Relutantemente, levanto-me e vou aos tropeções até a porta , sobre um tapete de embalagens vazias e revistas. —Puta merda, você parece terrível! São minhas amigas. Carregando sacolas de supermercado e trazendo fofocas estimulantes, claramente. —Tenho que fazer xixi, — digo-lhes, e vou para o banheiro. Posso ouvi-las através da porta falando em sussurros


abafados, e quando saio novamente, elas estão cuidadosamente empurrando a bagunça imunda que era conhecida como minha sala de estar. —Vejo que chegamos a tempo, — diz Natalie, olhando em volta. —Lionel ligou, — acrescenta Poppy. —Ele estava preocupado. Disse que você estava tendo algumas dificuldades. —O que parece ser o maior eufemismo do ano, — acrescenta Natalie. —Desde que você claramente comeu todos os carboidratos conhecidos pela humanidade, e precisava de suprimentos. Felizmente para você, nós trouxemos muita coisa. Ela começa a descompactar uma caixa de donuts da minha loja favorita. —São aquelas geleia de limão? — Eu pergunto, meu ânimo se elevando pela primeira vez desde, bem, meu último orgasmo com Fitz. —Sim, sua monstra, — Natalie diz carinhosamente. —Só você mesma para gostar do pior sabor de todos os tempos. Embora, tenha servido, uma vez que eles estavam quase esgotados de todo o resto. Exceto o de limão nojento. Grande surpresa. —Você quer dizer, de limão delicioso, ácido e cremoso, — eu a corrijo, procurando pegar uma. —Algumas pessoas simplesmente não têm gosto para donuts.


—De nada. — Ela pega um donut coberto de chocolate e se junta a mim no sofá enquanto Poppy vai revirar na minha geladeira. —Eca! — Ela chama. —Tudo aqui está vencido. —Não fiz compras desde antes... antes da Inglaterra. Lá está de novo: dor cortando meu peito. Talvez os donuts ajudem a sufocar um coração partido? Vale a pena arriscar. Poppy colapsa na cadeira ao nosso lado, tendo encontrado uma lata solitária de refrigerante não expirado. Ela pega um com cobertura de arco-íris e dá uma mordida antes de me dar uma olhada de lado. —Entãooo... — ela começa. —Ele ligou? —Quem? — Eu respondo teimosamente. —Papai Noel? Ela me dá um olhar compreensivo. —Acho que não. —Por que ele iria? — pergunto, miserável. —O ardil acabou. O negócio acabou. —Mas ainda assim, eu pensei... — Ela para, não querendo ir mais longe. Mas ela não precisa. —Também achei. —E você realmente não pensa. —..? Poppy pergunta. Sacudo minha cabeça. —Coma outro donut , — aconselha Natalie.


—Dá para voltar no tempo, para quando eu tinha um namorado incrível E garantido uma herança para evitar todos os meus amigos de serem jogados na rua? — Eu pergunto, apenas meio brincando. —Bem, não, — ela diz gentilmente. —Mas trabalhamos com o que podemos. Aponta. Eu como outro donut. —Você sempre pode morar comigo, — diz Poppy. —Se precisar de um lugar quando o Bastardo de Bolton te jogar na rua. Eu estremeço —O que? —Nada, — eu respondo. —É só que... A referência de Game of Thrones. Tinha esse casal... quando Fitz e eu nos casamos... A memória ferroa, lembrando nossa louca corrida ao altar. Mesmo na época, eu sabia que era um risco. Mesmo assim, pensei que tudo daria certo. —Eu realmente estraguei tudo, — eu digo miseravelmente, afundandodo-me mais no meu cobertor. Minhas amigas, pelo menos, têm a decência de não mentir para mim. —O amor vai fazer você fazer merda, — Poppy me aconselha sabiamente. —Lembra quando eu me apaixonei por aquele baterista e dirigi por toda Connecticut, só para vê-lo tocar em uma vaga da abertura no Bat Mitzvah de algum garoto?


—E nem me faça começar a falar sobre o ‘sei-lá-como-era-onome’, o cara sobre o qual fiquei obcecada na faculdade, — acrescenta Natalie. —Hackeei todas as suas contas das redes sociais, apenas para descobrir sua agenda para que eu pudesse acidentalmente esbarrar nele. Tenho sorte de não ter recebido uma acusação de crime. Eu sorrio, mas por dentro, ainda tenho a sensação de que isso era inevitável. Quer dizer, meu último ex, Christian, deixou de me amar no intervalo de que levou para pedir um aperitivo durante o almoço. É realmente uma surpresa tão grande que Fitz não se sentisse da mesma maneira que eu? —E nada. — Poppy me conhece bem o suficiente para ler a minha expressão. Ela sacode um donut de chocolate na minha direção. —Confie em mim, você pulou foi uma fogueira. Quero dizer, qual é a dele, curtindo uma rotina de 'playboy internacional' na sua idade? —É brega pra caralho, — Natalie concorda. —Ele está a meio caminho do Leonardo Di Caprio, com aquelas modelos vulgares de maiô. —Tão triste, — suspira Poppy. —Eu costumava amá-lo. Quero dizer, Romeu e Julieta foi formador para mim. E agora... — Velho assustador! Minhas amigas conversam sobre ex-namorados malvados e corações partidos, e deixo elas falarem, confortando-me em suas vozes calorosas e corações cuidadosos.


Mas isso não muda nada. Todo o turbilhão de uma farsa acabou agora, e quanto a Fitz? Supondo que ele não tenha sequer perdido o ritmo.


O QUE você faz quando fode com tudo? Por sorte, tenho tido muita prática. Conheço bem a rotina. Primeiro, o álcool - quanto mais velho o uísque, melhor. Então, distração. Pegar um voo para San Paolo dá conta do recado ou dirigir um carro esportivo pela Costa Amalfitana - de preferência com uma mulher linda ao meu lado. Apostar alto no poker ou em uma corrida de iates mal-intencionadas, e logo, esqueço tudo sobre o meu último erro, porque estou muito ocupado cometendo o próximo. Mas desta vez, os truques habituais não funcionam. Desta vez, suspeito de que não há como escapar da dor. —Cristo, Fitz. Se eu soubesse que você ia ficar de mau humor a noite toda, eu não teria desperdiçado meu lugar extra em você. Meu amigo, Luke, me dá uma cutucada amigável. Estamos sentados em uma seção VIP, em algum show de premiações britânico, onde ele voou para aceitar um gongo. A sala está cheia de estrelas atraentes e glamurosas, e geralmente eu estaria no meu elemento, mas esta noite, tudo o que consigo pensar é Becca. Já faz quase uma semana desde que eu estraguei as coisas e a


mandei correndo de volta para Nova York, mas a ferida aberta no meu peito não irá está desaparecer tão cedo. —Champagne não te satisfaz? — Luke brinca, observando meu copo intocado. —Eu posso mandar alguém pegar um Bourbon. —A vida como uma estrela de Hollywood, — eu atiro de volta. —Não me diga que você está se transformando em uma diva. Luke bufa. —Eu não sei, poderia ser divertido. O que você acha, Stella? — pergunta ele, voltando-se para sua parceira. — Devemos apresentar uma lista de demandas? Uma caixa de gatinhos e M & Ms sem os da cor verde? —Ouvi dizer que a Mariah Carey insiste que eles decorem os vestiários com pele falsa branca, — Stella ri. —Parece divertido. — Ela se vira para mim. —O que você diz, Fitz? Os filhotes iriam animá-lo? —Isso depende, eles são entregues pela equipe de maiôs da Sports Illustrated? — Entro no jogo, mas meu coração não. E claramente, Stella pode ver, porque ela me dá um sorriso compreensivo. —Ou podemos pedir pizza e conversar sobre seus sentimentos? —Confie em mim, o champanhe está bem. — Eu tomo um gole desafiador. Stella e Luke trocam um olhar.


—Realmente, pessoal, eu estou bem, — insisto, odiando a pena em suas expressões. —Nós mal estávamos namorando. Não é nada. Estarei de volta a ativa em em algum momento. —Claro. — Luke não parece convencido, mas, novamente, como um ex-médico de TV, suas habilidades de atuação sempre se inclinaram para o drama , —ela está com para cardíaca, enfermeira! Um assistente passa ao lado da mesa e se inclina para murmurar algo no ouvido de Luke. Ele se endireita. —Somos o próximo. —O que é este prêmio de novo? — Eu pergunto, percebendo que já estamos no meio da cerimônia. —Galã do ano, — responde Stella, parecendo divertida. —Ha! — Eu bufo. —Eles claramente não viram você depois de uma farra de videogame de doze horas. —Silêncio, você. — Luke sorri e alisa o cabelo para trás. —As pessoas dirão sua opinião. Democracia no seu auge. —Puxa vida, — Stell sorri. —Vou precisar que ele lave a roupa por uma semana, fazer esse ego diminuir um pouco. —Você nunca reclamou do meu tamanho antes, — Luke rebate. Stella revira os olhos, mas se inclina para um beijo. Eu bebo mais champanhe. Eles se conheceram através de Olívia e sua agência, também, tentando mudar a reputação de garoto mau de Luke, mas sua falsa


história de amor teve um final muito feliz. A ofensiva de publicidade de Luke deve estar funcionando muito bem, porque com certeza, quando o vencedor é revelado, é o nome dele em cima das grandes telas. Stella ri alto. —Só pode ser brincadeira! —Ó, tendes pouca fé, — Luke sorri. Ele se levanta do assento e vai até o palco para aceitar o prêmio. —Quero agradecer à mulher que revirou minha vida, — ele diz, com o rosto projetado a seis metros de altura. As mulheres ao nosso redor suspiram em seus lugares. —Stella, baby, você me mostrou o que o amor realmente significa, e todos os dias com você são os melhors. —Ele é tão bobo, — Stella murmura para mim, mas posso ver que ela está com os olhos sonhadores também. Típico. Bem quando eu preciso esquecer o amor, ele fica me encarando a cada esquina. Esvazio meu copo. —Vou deixar você pombinhos sozinhos, — eu digo a ela, ficando de pé. Stella parece chocada. —Não, Muito. Vamos manerar. —

Fitz,

espere! Eu

sinto

—Não há necessidade, — tranquilizo-a. —Alguém deveria estar curtindo os prazeres do amor verdadeiro hoje à noite. E certamente não serei eu. Falo com vocês em Nova York.


VOLTO para o hotel. O mesmo hotel onde Becca e eu estávamos hospedados. Apenas me chame de um faminto por punição. Eu até me recusei a deixar as camareiras mudarem os lençóis, porque às vezes, tarde da noite, ainda sinto o cheiro do perfume dela na cama. Ou talvez eu esteja apenas imaginando coisas. Tudo o que sei é que nunca me senti tão quebrado por causa de um rompimento antes. Normalmente, nem pauso para respirar. E, certamente, não charfurdo na miséria, repassando tudo o que faria, dada a menor chance. Mas Becca era diferente. Eu era um homem diferente quando estava com ela. Ela viu algo em mim que ninguém mais viu. Algo que não permiti que ninguém visse. A parte de mim que queria fazer melhor, ser alguém que valesse a pena. A parte que se perguntou se agir como se eu não me importasse era o caminho mais fácil. Ela me chamou de covarde. Talvez ela estivesse certa. Ainda estou atrasado no prazo para o meu próximo livro, então sento e olho para a tela do laptop em branco por um tempo. Eu planejava adicionar uma ajudante americana às aventuras de Alex Chase, uma parceira no crime para apimentar sua vida, do jeito que Becca sugeriu, mas não posso me preparar para imortalizá-la na página. Eu tenho uma


regra de nunca escrever sobre as pessoas na minha vida, e inventar um personagem para ela agora parece muito final. Como se ela realmente fosse passado. Mesmo que eu saiba que seja verdade. Afinal, quem iria culpá-la? Estraguei-lhe tudo, destruí a herança depois que ela passou por extremos extraordinários para proteger seus amigos e vizinhos. Fui descuidado, distraído e fudi tudo. Pensei que toda a farsa do casamento fosse apenas mais uma desculpa para uma aventura selvagem e sexy. Mas ela tinha tudo a perder. E tirei isso dela e a deixei sem nada. É de se admirar que ela tenha acabado com as coisas? Não ficaria surpreso se ela nunca quisesse me ver novamente. E não a culparia também. Tenho olhado para a página em branco há uma hora quando há uma batida na porta. Eu me preparo para Luke e Stella, prontos para lançar uma segunda rodada de —vamos animar Fitz, — mas é outra pessoa do outro lado da porta. Alguém que, definitivamente, eu não queria ver aqui. —Pai. — Olho para ele, surpreso. —Há algo errado? A mamãe está bem? —Ela está bem. — Meu pai tira o casaco e dobra-o sobre um braço. Ele parece seriamente desconfortável. —Bem, você vai me convidar para entrar ou está planejando me deixar no corredor como um mordomo comum?


Meu pai, encantador como sempre. —Certo. Entre. — Deixo a porta aberta atrás de mim enquanto volto para dentro, indo direto para o carrinho de bebidas. Uma garrafa de bebida em miniatura definitivamente não vai dar conta hoje à noite. Ainda bem que o porteiro me entregou um bom uísque. E algo ainda melhor é que ainda resta o suficiente para um copo grande. Eu me sirvo e tomo um grande gole antes de voltar para o meu pai. Ele está olhando ao redor da suíte com desgosto. —Um quarto bastante grande para apenas uma pessoa, — observa ele. —Apenas lembre-se de não voltar correndo para o fundo familiar uma vez que tenha detonado qualquer dinheiro que você tenha. Os ganhos do poker não vão mantê-lo em hotéis de cinco estrelas por muito tempo. —Obrigado pelo conselho, pai. — Eu falo. —Não vou te oferecer o jantar então, já que você está tão preocupado com minhas finanças. Não mencionei que o adiantamento do meu último livro poderia comprar todo o hotel por um ano. Ou que o dinheiro que Hollywood está oferecendo pelos direitos do meu filme envergonhe a o fundo da família Fitzgerald. —Eu vim para falar com você sobre aquela mulher. — Meu pai se vira para mim, e levo um momento para entender de quem ele está falando. —Você quer dizer minha esposa? — Eu pergunto, sentindo uma pontada de culpa ao mencionar ela.


—Essa é uma maneira de descrevê-la, certamente. — Ele franze os lábios. —Vim pedir-lhe novamente para considerar o acordo pós-nupcial. Você pode não ter um centavo para proteger, mas pelo amor de Deus, pense na família... —Você não precisa se preocupar, — eu o interrompi, com raiva. —Becca não é assim. —Não seja um idiota, garoto! — Ele retruca. —Depois, ela poderia vir atrás de uma parte do negócio, ou pior ainda, da propriedade. Nem todo mundo pode valsar pela vida sem se importar com as consequências. Alguns de nós têm trabalhado para construir alguma coisa, para prover nossas famílias, e ver tudo isso ser arrancado por uma caça-dotes de segunda classe... Atiro-me em sua direção. —É melhor você medir suas próximas palavras com muito cuidado, — eu rosno, pressionandoo contra a parede. —Se você alguma vez quiser me ver novamente. Meu pai parece chocado. Ele cede, limpando a garganta. —Eu, uh, eu só estou dizendo, não é só a sua vida que você pode estar estragando aqui. A ironia de suas palavras bate forte. Ele tem razão. Eu não só acabei de destruir minha própria vida, estraguei a de Becca também. E assim, o enfrenteamento sai de mim. —Você não precisa se preocupar mais com ela, — eu admito, tomando outro gole de uísque. —Você ficará satisfeito em saber que acabou. Ela já foi embora.


—E os termos do divórcio? — Ele exige imediatamente. Porque Deus nos livre de ele me perguntar como eu me sinto sobre toda essa porcaria de bagunça. —Ela não vai pedir nada. —Mas.. —Não, papai. Ela não vai. Nem todo mundo quer lucrar com alguma coisa, — digo a ele, entorpecido. —Algumas pessoas só se importam em fazer a diferença. Meu pai exala. —Bem, isso é um alívio. Tenho certeza de que é o melhor, — ele acrescenta, quase como uma reflexão tardia. — Talvez agora você pense em levar as coisas a sério. Se ajustando e colocando a cabeça no lugar certo. Você não pode passar sua vida correndo atrás de rabo-de-saia e desperdiçando dinheiro, você sabe. Mais cedo ou mais tarde, você precisa encontrar um propósito. Pense nas suas responsabilidades. Eu poderia recitar essa música de cor. Devo ter ouvido milhares de vezes antes. Em forma, Fitz. Recomponha-se, Fitz. Pare de ser tão inútil, Fitz. Normalmente, apenas tomo minha bebida e fico calado. Deixeo falar e supor que sou apenas um inútil, e volto para a minha vida real, a vida a qual eles não têm o que se meter. Mas hoje à noite, lembro o que Becca me disse. Que eu estava tomando o caminho mais fácil, escondendo minha carreira literária de todos. Mantendo meus livros anônimos, de forma a não ter que defendê-los. Reivindique-os. Tome o crédito ou a crítica também.


Deixar as pessoas presumirem o pior, logo elas nunca esperaram o melhor de mim. Becca viu através daquela besteira. De alguma forma, ela sabia que eu era capaz de mais. Ela celebrou meu sucesso, esperando que eu seguisse em frente e fosse um homem de palavra. Posso tê-la desapontado, mas isso não significa que eu tenha que voltar ao modo como as coisas costumavam ser. Talvez consiga ser o homem que ele viu em mim, afinal. Começando com a verdade. . —.. Como você espera sustentar uma família com todo seu desempenho?...? Meu pai ainda está tocando o Desapontamento: Maiores Hits, então vou até à escrivaninha e encontro uma pilha de livros. As novas edições de brochura britânicas dos livros de Alex Chase que meu editor enviou ontem para mim. —Aqui, — interrompo lhe no meio do sermão, e estendi-lhe os livros. —Algo para você e mamãe. Vocês gostam da minha escrita, não gostam? Ele para confuso. —Do que você está falando? —Eu vi os livros na casa. Eles são meus. Sou Alex Chase. É o momento que imaginei por anos, e tenho que admitir, a expressão chocada no rosto dele quase vale a pena. —Isso é impossível, — meu pai diz bruscamente.


Dou de ombros. —Esta suíte custa mil dólares por noite, — eu respondo, casual. —Onde você realmente achou que eu tenho feito meu dinheiro todo esse tempo? Você sabe que não consigo ganhar uma mão de pôquer nem para salvar minha vida. Você sempre disse que minha imaginação hiperativa seria a minha morte, — acrescento. —Acontece que tem sido bastante útil. Ele olha para os livros, depois para mim e de volta. —Você é um escritor. — Ele murmura lentamente. —Um muito bem-sucedido, — digo a ele. —Pelo menos, é o que meus extratos dos royalties dizem. Pela primeira vez na minha vida, meu pai está sem palavras. —Eu... — Ele tosse. —Bem, eu... Não quero dar-lhe tempo para encontrar algum defeito, de forma que, gentilmente, o guio até a porta. —É melhor eu voltar ao trabalho, — explico, empurrando-o para o corredor. —Prazos. Mas mande minhas lembranças à mamãe. E fecho a porta na cara dele. E simples assim, está feito. Meu segredo foi revelado. E me sinto... Aliviado. Energizado. Como se fosse o começo de um novo capítulo para mim. Assumir a responsabilidade pela minha vida, fazendo as melhores escolhas. Sendo um homem melhor. Pelo menos por uma fração de segundo, até me lembrar de Becca e tudo desabar de novo. Porque qual a utilidade disso sem ela? Ela é a única mulher que importa.


Eu preciso consertar isso. A única questão é: cheguei muito tarde?


. —.. Se você pudesse dar uma olhada, juro, ficou maior... —Sr. Myers, Jeff, por favor! — Eu grito, desviando meu olhar quando ele começa a abrir o cinto. —Não sou médica! Não posso examinar suas verrugas! —Mas estou muito preocupado... —Há uma emergência no fim da rua! Ou venha na terça-feira, durante o expediente da clínica. Fico de pé e empurro-o para a porta. —Posso preparar a papelada. O que você precisar. Apenas não deixe cair suas calças no meio do meu escritório! —Oh. Bem, tudo bem, mas se isso for alguma coisa... —Você vai ficar ainda mais feliz por ver um médico de verdade, — eu termino com firmeza, antes de direcioná-lo para fora. Ufa Vou ter um colapso atrás da segurança da minha mesa. A parte triste é examinar as verrugas - e onde, exatamente, elas estão localizadas - não é a pior parte da minha manhã de segundafeira. Não, essa honra vai para quando Poppy me mandou uma


mensagem de 911 com um link de site, e encontrei o rosto de Fitz espalhado por todos os meus sites favoritos de fofoca. Alex Chase revelado! 10 coisas para Arthur Fitzgerald!

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Superestrela,

O homem mais gostoso dos livros! O segredo dele foi revelado. Agora que tenho um momento para mim mesma, não consigo resistir a abrir as páginas novamente. Procuro por pistas, imaginando como isso aconteceu. Ele sussurrou para alguma mulher durante uma conversa de travesseiro? Aconteceu por engano? Há uma nova história, então eu clico. Lá está ele, olhando para mim da tela, parecendo bonito demais para se colocar em palavras. Minha vida literária secreta, diz a manchete. Preparo-me e continuo a ler. O playboy internacional, Arthur Fitzgerald, chocou o mundo hoje quando anunciou que é o escritor por trás dos romances mais vendidos de Alex Chase. Depois de vender milhões de cópias, ele está saindo das sombras e sendo sincero sobre o seu segredo épico. — Chegou a hora, — ele explica enquanto conversamos durante o café em sua deslumbrante cobertura de Nova York. —Eu tenho me escondido por muito tempo no meu anonimato. Estou pronto para assumir a responsabilidade pela minha carreira. —Talvez cause um embaraço a mim mesmo, — acrescenta ele com seu sorriso


característico charmoso, —mas esse é o risco que estou disposto a assumir. Eu não quero mais pegar o caminho mais fácil. Sento-me para trás, minha cabeça girando. Essa foi a decisão dele? E a parte de não pegar o caminho mais fácil... Isso é por minha causa? Ou estou delirando, pensando que tive alguma participação nisso? Afinal, ele tem uma equipe inteira de profissionais aconselhando-o, e agora, o mundo a seus pés como o autor mais vendido. Sinto falta dele. Sinto falta dele demais. Agora que o choque e a traição de tudo se desvaneceram um pouco, e tive a chance de pensar, não posso deixar de me perguntar se fui aquela quem realmente estragou tudo dessa vez. Claro, ele entregou tudo para Brett sobre o nosso casamento falso, mas eu não devria ter explodido com ele daquela forma. Foi um erro compreensível qual, de alguma forma, transformei no fim do nosso relacionamento. Talvez pudéssemos ter resolvido tudo. Talvez o fim da farsa pudesse nos deixar seguir em frente e recomeçarmos juntos, de verdade dessa vez. Em vez disso, explodi com nele. Pensei que um homem como aquele não poderia estar interessado em uma mulher como eu, mas era apenas a insegurança falando. O fato do meu ex ter escolhido outra pessoa e não a mim, o jeito como todo mundo


parecia tão chocado por eu conseguir um cara como o Fitz. Quando realmente penso sobre isso, nunca foi Fitz quem me fez sentir como se não ficássemos bem juntos. Não, essa era a voz em minha cabeça falando, além das cadelas mesquinhas e invejosas que provavelmente ficaram loucas por eu ser a aquela de braços dados com ele. Mas talvez, apenas não fôssemos feitos um para o outro. Afinal, eu fui embora, mas ele permitiu. Ele poderia ter vindo atrás de mim. Ele poderia ter ligado. Em vez disso, já faz algumas semanas agora e... nada. Precisa de dois para se apaixonar. Caso contrário, você só quebra a cara. FINALIZO o trabalho e sigo para casa, pelos escritórios da Agência no Upper East Side. Olívia me deixou uma mensagem pedindo que eu aparecesse, e só posso imaginar o que ela tem a me dizer. Provavelmente, uma dose saudável de —eu avisei, — com um complemento de —lembre-se do termo de confidencialidade, renunciando a todos os direitos para processar. A empresa está localizada em uma velha casa e, quando subo a enorme escadaria, encontro a porta aberta e alguém rastejando no chão. —Olá? — Eu pergunto, batendo na porta. A pessoa no carpete assusta e bate a cabeça na parte de baixo da mesa de café. —Aiii! — Ela grita, antes de se arrastar para fora. É uma ruiva cheia de curvas, com óculos pretos e um sorriso amigável. —Desculpe, eu deixei cair esse bicho.


—Seu inseto? — Eu pisco. Ela ri. —Não, minha escuta. Um dispositivo de escuta. Estou experimentando este novo modelo, recém-enviado do Japão. Olhe, você poderia esconder isso em qualquer lugar e ninguém veria. A mulher segura o que parece ser um pequeno pedaço de linha. —Uau. Isso é pequeno. E você estaria escondendo isso porque... —Bem, se eu te contasse, teria que te matar. — Ela pisca. —Só brincando! Eu sou Alice, a propósito. Trabalho como investigador para a agência. Olívia já deve estar vindo. —Oh, — eu exalo de alívio. —Tudo bem. Observo quando ela guarda a escuta em uma pasta tecnológica. Então o telefone toca e o rosto dela se ilumina quando ela vê a tela. —Ei, baby. — Sua voz diminui, e ela se vira para responder, rindo baixinho. Ótimo. Todos no mundo estão apaixonados, menos eu. Olívia sai do seu escritório, elegante como sempre em um terninho chique. —Rebecca, bom te ver. Eu gostaria que fossem em melhores circunstâncias. Ela me chama, e a sigo para a sala. Olho em volta. É difícil acreditar que eu estava sentada exatamente nessa cadeira, moderna e luxuosa, alguns meses atrás, explicando meu problema


e praticamente implorando para que ela me encontrasse um marido. —Eu sinto muito como as coisas terminaram. — Ela olha para mim com compaixão. —Ouvi dizer que você perdeu o Waverly, afinal. Dou um encolher de ombros indefeso. —Não é sua culpa. Você cumpriu sua parte do acordo, de certo modo. —Mas ainda assim. Se você precisar de referências para um advogado, ou se houver algo que eu possa fazer... Sacudo minha cabeça. —Obrigada, mas tudo que quero fazer é encerrar coisas e colocar toda essa bagunça atrás de mim. —Claro. — Olívia acena com a cabeça. —Você já tem um novo lugar em mente? —Mais ou menos, — suspiro. —Tenho amigos com os quais posso morar enquanto busco um novo apartamento. Só não acrescento que, com o meu orçamento, estou vendo se divido com mais cinco pessoas um lugar em Outer Boroughs. Adeus quarto espaçoso no fim do corredor dos meus amigos. Olá, andar até a lavanderia a dez quarteirões de distância, adicionando uma hora extra ao meu trajeto diário. Na ida e na volta. —Bem, tenho certeza que você vai encontrar alguma coisa, — diz Olívia com um sorriso encorajador. —Essas coisas têm um jeito de se resolverem no final.


—Assim espero, — eu concordo, não querendo desanimá-la. —De qualquer forma, tenho os papéis do divórcio que discutimos, — ela continua trazendo um envelope pardo marrom. Algo dói dentro de mim. —Oh. Certo. — Engulo em seco. —Você, ãhhhhh....o que quero dizer é, Fitz...? —Revisou a papelada? — Olívia terminou para mim. —Sim, já repassei isso com ele, e ele assinou sua parte. O ar sai dos meus pulmões. Ele assinou os papéis. Acabou mesmo. —Oh, — eu digo de novo, me sentindo entorpecida. —Bem, obrigada. Se você me mostrar a página, posso assinar agora... —Não, você deveria nalisa-las, — insiste Olívia. —Eu não estaria fazendo meu trabalho se você não verificasse cada detalhe. Certifique-se de está protegida. Dou um suspiro oco. —Eu não tenho nenhum patrimônio para proteger. —Ainda assim, — diz Olívia, entregando-me o envelope. — Leve o tempo que precisar para ler isto. Você pode encontrar algo do seu agrado. Em um documento estabelecendo minha separação legal do homem pelo qual me apaixonei secretamente? Eu duvido. Mas não quero ser rude, então apenas pego os papéis e forço um rápido sorriso. —Obrigada por tudo.


—Cuide-se, Becca, — ela sorri. —Tenho a sensação de que a verei novamente. Para outro relacionamento falso? Não cometerei esse erro duas vezes. Eu sorrio e aceno, e dou o fora dali antes de começar a chorar de novo. *** EU VOU PARA CASA, mas não antes de uma parada na mercearia no caminho. Estou em estado de alerta aqui, e vou precisar de coragem líquida antes de conseguir assinar esses papéis. E por —líquida, — quero dizer, o caramelo misturado a um pote tamanho família de sorvete. Sento-me em meu sofá, sirvo-me uma taça de vinho, dou uma colherada no Ben e Jerry e coloco os papéis do divórcio sobre a mesa de café. É isso. O fim da estrada. Preparo-me e, cuidadosamente, leio a primeira página. Petição pelo divórcio de Rebecca Delaney e Arthur Fitzwilliam Fitzgerald. Como outra colher de sorvete. De alguma forma, ver nossos nomes em preto e branco parece outro golpe. Eu sabia que esse dia chegaria, eventualmente. Inferno, o divórcio foi o ponto principal desse falso casamento, mas ainda assim, depois de tudo o que aconteceu com Fitz, ainda parece extremamente doloroso ver o fim de nosso relacionamento escrito em termos legais austeros.


Leio cuidadosamente as páginas. Tudo parece bastante simples para mim, considerando que éramos casados há menos de um mês. Quando chego na parte sobre a divisão de ativos, tenho que sorrir. Afinal, não vou atrás de nenhum dinheiro de Fitz, e quanto às minhas posses mundanas... Suponho que ele não lutará comigo pela minha coleção de DVD 's. ... Cada parte manterá o controle dos bens trazidos para o casamento. Com exceção da escritura de propriedade da Waverly Place, que irá para a srta. Delaney, o Sr. Fitzgerald renuncia a... Espere o que?! Eu pisco e leio de novo, mas não estava só alucinando. Como diabos Fitz tem a propriedade do prédio? E por que ele estaria apenas dando isso para mim? Pego o celular e liguei para a Agência para obter respostas, mas caio no correio de voz. Porcaria. Fico de pé, agarro os papéis e desço as escadas correndo, chocando-me direto contra Lionel, que subia. —Becca, bem a pessoa que eu procurava! Dupla porcaria. —Sinto muito, já estou saindo, — Tento me desviar dele, mas Lionel segura meu braço com firmeza. —Senti o cheiro de algo engraçado vindo do antigo apartamento do Marigold. Acho que pode ser um vazamento de gás.


—Então você deveria ligar para a empresa de serviços públicos, — eu digo, ainda segurando os papéis do divórcio no meu peito. —Eu realmente tenho que ir. —Sim, mas você é a única com as chaves, — Lionel responde. Ainda segurando meu cotovelo, ele me conduz o resto do caminho até embaixo e para os fundos do prédio. —Se você pudesse abrir e dar uma olhada, não demoraria. Engulo minha frustração. —Certo. Tudo bem—digo rapidamente e destranco a porta. Abro um pouco e dou uma fungada. —Cheira bem para mim. —Você tem certeza? — Lionel me dá um empurrão, praticamente me empurrando para dentro. —Ei! — Eu protesto, lutando para manter o equilíbrio. —Que diabos...? Assim, olho para cima e meu grito desaparece em meus lábios. Há um rastro de pétalas de rosa serpenteando pelo apartamento, que leva à porta dos fundos. —Lionel? — Eu pergunto, voltando-se para interrogá-lo. Mas ele apenas fecha a porta atrás dele, me deixando sozinha. A música começa a tocar. Backstreet Boys. Eu congelo. Lembrando-me da última vez que ouvi isso, música brega, indutora de choro. Ela estava sendo cantada pelo homem mais irritante, bonito e irresistível que eu já conheci.


E engulo em seco. Poderia ser...? Sigo o rastro de pétalas de rosa, meu coração já está na minha garganta. Não quero criar expectativas, nem quero entender o que está acontecendo aqui, mas quando saio pela porta dos fundos para o pequeno jardim de Marigold e encontro Fitz ali com um buquê de rosas, uma caixa de Krispy Kreme, e com um sorriso tímido no rosto, quero pular de alegria. Ele está aqui. De verdade dessa vez. —O que você está... — Eu gaguejo, não tendo certeza se posso acreditar nos meus olhos. —O que está acontecendo? E por que você está levando os vizinhos aos maiores sucessos de 2002? Fitz sorri para mim e abaixa os presentes. —Foi uma escolha entre isso e 'Come Fly With Me’, — diz ele. —O que posso dizer? Eu sou um romântico de coração. —Mas... — Eu me aproximo, como se atraída pela gravidade até ele. —Você está aqui. —De fato. —Você não está em Londres, — eu digo, de repente sem fôlego. —Ou entretendo seus fãs adoradores. —Não sei o quão adoráveis eles são, — Fitz responde, parecendo divertido. —Acabei de receber meu primeiro e-mail de uma fã, de uma mulher em Tallahassee que está furiosa comigo por ter raspado a barba do personagem no último livro.


—Mas Fitz... — Engulo em seco. Toda a emoção das últimas semanas está me atingindo de uma vez, e nem sei por onde começar. Logo,começo simplesmente, com um —Oi. —Oi. — Ele sorri de volta, e o nó que venho carregando dentro do meu peito se desembaraça. Aquele sorriso... que susurra travessura e risos, e todas as coisas boas embrulhadas em um pacote ardente de tirar o fôlego. —Senti sua falta, — digo baixinho. Ele exala. —Bem, isso torna tudo mais fácil. Apostas eram de dois contra um sobre você pegar os donuts e bater à porta na minha cara. Três para um, em seus amigos me dizendo onde enfiálos. —Então, Lionel e Stanley...? —Concordaram em me ajudar a montar isso. — Fitz acena com a cabeça. —Não sem conversarem comigo, a propósito. Eles se importam muito com você. —Eles se importam, — eu concordo. Mas e o homem bem na minha frente? Como ele se sente? O sorriso de Fitz escorrega por um momento e ele parece sério. —Eu te devo desculpas. —Não, Fitz, está tudo bem! — Eu falo. —Sei que você não queria entregar o jogo. —Ainda assim, entreguei. E não é só isso, — acrescenta ele. — Tudo o mais que você disse...


—Foi só porque eu estava chateada, — eu interrompo. —E atacando e... —Verdade, — Fitz me interrompe. —Toda palavra foi verdade. Eu estava tomando o caminho mais fácil, fingindo que nada importava para mim. Mas as coisas importam. Você importa. Ele pega minhas mãos e olha nos meus olhos, e quase dois metros do chão ao seu toque. Tentei esquecer como me sentia com ele, mas agora tudo vem à tona. —Não quero mais manter as pessoas à distância. Você estava certa, era apenas uma maneira de evitar desapontar alguém, mas não quero mais viver assim, — continua ele. —Você viu algo em mim que ninguém mais viu. Você me faz querer ser esse homem o tempo todo. Eu quero desapontar você. — Fitz para. —Espera. Isso não saiu certo. Eu rio, me sentindo praticamente tonta. —Entendo, — eu digo, meu coração acelerado. —E eu também sinto muito. Deixei minhas inseguranças nos separar. Eu não deveria ter explodido com você daquele jeito, sei que você nunca quis contar a verdade a Brett. —Sobre Brett... — O sorriso de Fitz se torna perverso. — Acontece que o problema está resolvido. —Como? — Pergunto=lhe.


—Eu o comprei , — ele diz com naturalidade, como se estivesse falando sobre pagar uma rodada de cervejas. —O prédio me pertence... e estou dando para você. Meu queixo cai. —Mas você disse... Ele vale... — Minha mente está confusa. Eu sabia que os livros de Alex Chase eram bem-sucedidos, mas isso?! —Vamos apenas dizer que chegamos a um acordo. — Fitz pisca. —Acontece que eu tenho alguns advogados muito agressivos, e Brett decidiu pegar um preço de barganha em vez de arrastar isso por dez anos. Parece que a adorável Vanessa não é tão paciente quando se trata de ele receber seu pagamento. Amor verdadeiro. Exalo um suspiro. É quase demais para minha cabeça. Fitz voltar seria mais do que suficiente, mas salvar o prédio também? Jogo meus braços em volta do pescoço dele. —Obrigado! — Eu choro, sufocando-o em beijos. —Sério. Você não precisava fazer isso. Ele ri. —Eu sei. —Falo sério. — Afasto-me, preocupada. —Não estou apenas feliz por causa do prédio. Eu já fui e me apaixonei por você de antemão. Esta é apenas a cereja no topo. Fitz me segura perto. —O que você acabou de dizer? Eu coro. —Bem. Isto.


Pergunto-me se troquei os pés pelas mãos agora. Disse demais, cedo demais. Afinal, ele acabou de passar os últimos quinze anos como um solteirão convicto. Dizer a palavra com ‘A’ rápido demais pode mandá-lo correndo para as colinas novamente. Mas Fitz abre um sorriso de prazer. —Eu também te amo, — ele murmura, inclinando-se para um beijo. Sua boca encontra a minha e eu me derreto contra ele. É quente, profundo e perfeito. Como voltar para casa. Finalmente, nos afastamos para o ar. —Então, como se sente agora que o seu segredo foi revelado? — Eu pergunto. —Qual deles? — Fitz responde com um sorriso. —Que eu me apaixonei por uma mulher inteligente e bonita? Dou-lhe um beijo brincalhão. —Que você é uma super-estrela dos best-sellers! —Oh, isso. — Fitz dá de ombros. —De alguma forma, não está no topo da minha lista de prioridades. Estive tendo outras coisas mais urgentes em minha mente... — Ele me puxa para perto novamente, e desta vez, o beijo é ardente o suficiente para derreter minhas roupas imediatamente. Deslizo minhas mãos sobre o peito dele, já ofegante para mais. Ele se afasta e levanta os olhos. —Quantos apartamentos têm vista para este jardim? —Alguns, — eu respondo, confusa.


—Então é melhor entrarmos, porque as coisas que planejei para você definitivamente atrairiam uma audiência. Eu rio. —Não sei... Olga provavelmente teria algumas dicas. Fitz sorri e me puxa de volta para dentro. —Fica para outra, — diz ele, já trilhando um caminho de beijos ardentes em meu pescoço. —Desta vez, quero você toda para mim. Gemo em resposta, apoiando-me contra a parede enquanto puxo a camisa dela sobre a cabeça. Fitz arranca minha blusa, enterrando a cabeça no meu peito. Eu suspiro quando seus lábios se fecham em torno de um mamilo, sugando com força o tecido do meu sutiã. Deus, eu quero esse homem. Não acho que conseguiria me satisfazer o suficiente. Tiramos nossas roupas em um frenezi ardente de mãos e bocas, e quando, finalmente, estou nua, estou tão tensa que mal consigo respirar. —Preciso de você, — eu suspiro, amando o forte deslizar do seu corpo contra o meu. Ele mergulha a mão entre minhas coxas e massageia, me provocando. —Fitz, por favor! —Estou bem aqui, — ele rosna no meu ouvido. Ele me levanta, envolvendo minhas pernas em volta da cintura e se afunda dentro de mim. Porra. Minha cabeça cai para trás e fecho meus olhos, deleitando-me com a sensação dele dentro de mim, a fricção grossa e a pressão perfeita. Ele me fode com força, e me igualo com ele, estocada por estocada, um selvagem ritmo animal. E me agarro a ele, mas a cada golpe profundo, sei que aqui é exatamente onde eu deveria estar. Meu corpo enrijece, e imploro por mais.


—Não pare! — Eu suspiro, e ele não para. Ele continua se movendo, continua se empurrando dentro de mim, duro e profundo, e a expressão em seus olhos é o suficiente para me fazer voar. Eu me despedaço com um grito, o prazer exalando através de mim enquanto Fitz geme, juntando-se ao meu êxtase ofegante. Nós nos agarramos um ao outro, até que eu esteja capaz de pensar coerentemente de novo. —Uau, — murmura Fitz, gentilmente me colocando de volta no chão. —Bem-vindo a casa, — eu concordo, rindo. Ele olha em volta. —Sem ofensa, mas chita não é realmente o meu estilo. —Eu sei, — concordo. —Talvez seja hora de finalmente renovar por aqui. Não creio que você, ou sua coleção de livros , caberão no meu apartemento. Fitz se ilumina. —Nós poderíamos derrubar essas paredes... abrir toda o quarto... construir uma suíte master... —Uma suíte master muito grande, — eu concordo, sorrindo. —Com espaço para uma cama king- size. —Claro, — Fitz sorri. —Eu não esperaria que minha esposa se contentasse com qualquer outra coisa. Eu paro. —Você vai ter que repetir essa parte, — digo a ele, franzindo a testa.


—Dos planos de renovação... Ou da parte da esposa? — Fitz pergunta com um sorriso. —Sim. Isso. — Eu olho para ele. —Isso significa...? —Se você quiser. — Fitz solta aquele sorriso e olha para mim com uma expressão sincera. —O que você me diz? — Ele pergunta suavemente. —Quer dar uma chance a esse casamento, de verdade, desta vez? Só tem uma coisa que consigo dizer para isso. —Eu aceito!


Combinando seu amor por escrita, sexo e ternos bem ajustados, Lila Monroe escreveu seu primeiro seriado, The Billionaire Bargain, em 2015. Ela transforma sexo, humor e romance em contos sobre homens de cabeça dura e mulheres fortes e atrevidas que tentam domar... amar... domá-los. Seus livros são extensões de sua própria vida de fantasia e levam os leitores da sala de reuniões para as Berkshire Mountains, com desenvolvimento de caráter aguçado, enredos únicos e romance fantasioso.


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