Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
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CERTIFICAÇÃO DO COMANDO E ESTADO-MAIOR DA BRIGADA MECANIZADA
Índice 3 1. INTRODUÇÃO 3 2. ROAD MAP
F i ch a T é c n i c a Diretor BGen Eduardo Mendes Ferrão Cmdt BrigMec Editor Chefe TCor Inf Luís Calmeiro CEM BrigMec Edição TCor Cav Paulo Serrano Chefe do G3 BrigMec Design e Execução Gráfica SAj SGE Sousa Amaral SargAdj do G9/BrigMec Propriedade Brigada Mecanizada Campo Militar de Santa Margarida 2250-350 Constância
3 2.1. Metodologia 5 2.2. Sequência dos exercícios
23 4.8. CTm 26 4.9. DestCIMIC 27 4.10. AgrSan
8 3.1. Cenário
29 4.11. BApSvc
11 3.2. Preparação
30 5. O APOIO LOGÍSTICO AO “ORION18”
12 4. FIELD TRAINING EXERCISE
12 4.1.1. Implementação 15 4.1.2. Organização do PC 17 4.1.3. Funcionamento do PC da BrigMec 18 4.2. AgrMec 20 4.3. 2BIMec (R) 21 4.4. ERec/BrigRR 22 4.5. ERec/BrigMec
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23 4.7. BtrAAA
8 3. PLANEAMENTO E PREPARAÇÃO DO EXERCÍCIO ORION 18
12 4.1. Cmd e EM/BrigMec
Para mais informações visite a página da Brigada Mecanizada no Portal do Exército Português em: www.exercito.pt
22 4.6. GAC 15.5 AP
31 5.1. Reabastecimento 32 5.2. Movimentos e Transporte 32 5.3. Manutenção 32 5.4. Apoio Sanitário 33 5.5. Infraestruturas 33 5.6. Aquisição, Contratação e Alienação 33 5.7. Serviços 34 6. LIÇÕES IDENTIFICADAS 36 7. CONCLUSÕES
Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
1. INTRODUÇÃO A Brigada Mecanizada (BrigMec) durante o ano de 2018 viveu um período intenso ao nível do Treino Operacional (TOp) que atingiu o seu auge no Exercício ORION18, momento em que foi efetuada a certificação do Comando e Estado-Maior/BrigMec (Cmd e EM/BrigMec). O processo de certificação dos Comandos de Brigada teve o seu início em 2015, e desde esse ano, tem sido desenvolvido um ciclo anual sequencial entre o Comando das três Brigadas da Componente Operacional do Sistema de Forças (COSF) do Exército, da responsabilidade do Comando das Forças Terrestres (CFT). A BrigMec foi a Grande Unidade (GU) que iniciou este processo em 2015, no exercício ORION15, sendo que o ano de 2018 marcou assim a repetição do mesmo, mas com diversas alterações, que se evidenciam no presente documento. Esta publicação tem como principal objetivo mostrar o percurso que foi efetuado pela BrigMec, desde outubro de 2017 até maio de 2018, por forma a que possa ser utilizada por outras Unidades (UU) e elementos, que venham a ser submetidos a este tipo de desafio. Em concreto, apresenta-se a modalidade de ação que foi seguida, de modo a que possa ser utilizada como ferramenta de planeamento e preparação para situações análogas. Para melhor compreensão do texto, considera-se importante esclarecer que apesar da certificação ter sido ao Cmd e EM/BrigMec, se evidencie todo o ciclo operacional (planeamento, preparação, execução e avaliação) seguido pela BrigMec durante o período em análise, nomeadamente o processo de TOp, que é conduzido anualmente, para treino da Força Mecanizada (FMec). O texto está organizado por capítulos, sendo que no primeiro, mostra-se de forma abrangente o road map das diversas etapas, evidenciando duas áreas distintas: a metodologia através dos processos de treino e a sequência de exercícios que serviram para treinar, não só a Audiência de Treino Principal (Primary Target Audience - PTA) (Cmd e EM/ BrigMec), mas todas as UU que contribuíram para a FMec 2018. O segundo capítulo aborda o cenário e o planeamento para o exercício ORION18, de forma a que seja compreensível
identificar a tipologia de operações conduzida e evidenciar os principais desafios. O terceiro capítulo aborda a execução do exercício ORION 18, tanto da PTA, como das restantes UU participantes. No final são apresentadas as principais conclusões. Algumas das figuras incorporadas ao longo do texto estão em inglês, pois as fontes utilizadas são os documentos operacionais produzidos pela BrigMec. Desta forma também se evidencia, a importância da utilização e desenvolvimento da língua inglesa, sobretudo por se ter tratado de um exercício multinacional e pelo aumento da participação do Exército Português em exercícios ou Forças Nacionais Destacadas (FND) de caráter multinacional. Nas reuniões e na elaboração dos documentos, o emprego da língua inglesa permitiu treinar os militares e as SubUU a que pertencem, garantindo a necessária interoperabilidade com forças multinacionais. 2. ROAD MAP 2.1. Metodologia A BrigMec, no final de 2017, fruto da realidade da certificação ao Cmd e EM/BrigMec elaborou dois documentos relativos ao TOp: a Diretiva de Treino da BrigMec e a Diretiva de Treino e Plano de Certificação do Cmd e EM/ BrigMec. O Plano de TOp da BrigMec, aprovado em outubro de 2017, apresentou as seguintes as tarefas-chave : -- Refinar e testar a organização e funcionamento do Posto de Comando (PC) da Brigada, considerando a implementação do conceito de células funcionais e integradoras. -- Implementar e operar os Sistemas de Informação e Comunicações Táticos (SIC-T) necessários ao exercício do Comando e Controlo (C2) da Brigada. -- Sincronizar o treino do Cmd e EM/BrigMec com o TOp da FMec. -- Executar o treino do Cmd e EM/BrigMec executando exercícios do tipo Command Post Exercise (CPX), dedicados especificamente às Funções de Combate (FCbt) Informações, Fogos e Apoio de Serviços. -- Integrar nos exercícios do tipo CPX, as UU 1
Estão referidas apenas as tarefas-chave relacionadas diretamente com a Certificação. Não são descritas as relacionadas com a preparação de FND ou operações de apoio civil, entre outras. 1
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que diretamente garantem as capacidades das FCbt. -- Sintetizar o treino por FCbt num exercício do tipo CPX, que englobe os PC de todas as Audiências de Treino (Training Audience – TA) do Exercício ORION 18. -- Implementar e desenvolver a iniciativa, a competência, o gosto pelas responsabilidades e a autoaprendizagem, como vetores cruciais para a evolução das aptidões de liderança e técnico-profissionais dos Comandantes (Cmdts), em todos os escalões, de acordo com a filosofia e os preceitos do Comando-Missão. A metodologia para o TOp da BrigMec consistiu na definição de tarefas ao longo de três linhas de esforço: Treino Interno, Exercícios e Desenvolvimento Individual. A finalidade da implementação desta metodologia foi a sincronização das diversas tarefas nas linhas de esforço de modo a garantir que os quatro domínios do Treino (Treino Individual, Treino de Pequenas UU, Treino de Cmdts e Treino do EM) atingissem o nível desejado. Para cada linha de esforço, foram contempladas quatro Áreas de Treino inde-
pendentes: a Técnica, a Tática, o Tiro e o Treino Físico (figura 1). A BrigMec constitui todos os anos a FMec, com o contributo de todas as suas SubUU, de acordo com as respetivas capacidades. Uma das forças que constitui a FMec é o Agrupamento Mecanizado (AgrMec), cabendo alternadamente e de forma anual, a responsabilidade de organização, aprontamento e treino, ao Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMec) e ao Grupo de Carros de Combate (GCC). No âmbito do Plano de TOp da BrigMec foi constituída a FMec18 e neste contexto organizado o AgrMec cabendo a organização ao BIMec (figura 2). O Plano de TOp integrou todas as UU operacionais da BrigMec que participaram no ORION18, tendo sido, contudo, a Certificação do Cmd e EM/ BrigMec, o esforço de todas as atividades. A metodologia para o treino e processo de certificação do Cmd e EM/BrigMec foi idêntica à seguida para a BrigMec, com a definição das mesmas três linhas de esforço. Mais em pormenor, no domínio do Treino Individual familiarizaram-se todos os elementos do PC da BrigMec com as ferramentas disponíveis na área das
Figura 1 - Conceito do TOp
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Figura 2 - Força Mecanizada 2018
Comunicações e Sistemas de Informação (CSI), assegurar que todos os elementos conheciam as responsabilidades do seu cargo, bem como as suas Tactical Standing Operating Procedures (TACSOP). No domínio do Treino de EM, incidiu-se o TOp na condução do Processo Operacional aplicando o conceito de Armas Combinadas, racionalizando a aplicação do potencial de combate através das FCbt e aplicando uma gestão da informação eficiente. No domínio do Treino de Pequenas UU, garantiu-se a proficiência na montagem, segurança, deslocamento e sustentação do PC. Para além deste aspeto, foram planeados um conjunto de exercícios sectoriais, organizados numa lógica de FCbt, para sincronizar todo o Plano de Treino com as UU subordinadas da BrigMec (figura 3). 2.2. Sequência dos exercícios Como finalidade, os exercícios sectoriais da BrigMec (série HAKEA), treinaram e validaram os objetivos de treino que foram definidos para
o EM e para as UU da BrigMec nomeadamente: • EM/BrigMec -- Organizar e operar um PC, nas FCbt Sustentação, Fogos e Informações, em apoio de operações ao escalão Brigada, de modo a integrar as áreas de EM respetivas; -- Praticar os procedimentos de fluxo de informação entre as FCbt, no EM da BrigMec; -- Exercitar a utilização da terminologia, metodologia e procedimentos de planeamento operacional, em vigor na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN); -- Exercitar a reação a incidentes e ações contra o PC da BrigMec e validar o Plano de Defesa do mesmo; -- Validar a estrutura de CSI e Gestão de Informação do PC da BrigMec; -- Implementar e validar a TACSOP I.03.01 – Brigade Command Post Organization. • Grupo de Artilharia de Campanha 15,5 Auto Propulsado (GAC 15.5 AP) -- Treinar o planeamento e coordenação de 5
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Figura 3 - Conceção do Treino para a certificação do Cmd e EM/ BrigMec
Apoio de Fogos (ApFog) de AC; -- Treinar a integração de Fogos e emprego de diferentes meios de ApFog; -- Praticar a utilização a terminologia, metodologia e procedimentos NATO; -- Treinar Técnicas, Táticas e Procedimentos (TTP) da AC. • Bateria de Artilharia Antiaérea (BtrAAA) -- Treinar o Planeamento de Defesa Antiaérea (Def AA); -- Treinar o emprego dos meios de Def AA; -- Treinar Procedimentos de Coordenação do Espaço Aéreo; -- Treinar TTP da AAA.
(AApSvc). • Companhia de Comando e Serviços (CCS) -- Organizar e operar um PC, em apoio de operações ao escalão Brigada, de modo a integrar todas as FCbt; -- Preparar e efetuar todo o Plano de Carregamento para a montagem do PC.
• Companhia de Transmissões (CTm) -- Garantir a capacidade de C2 do PC da Brigada.
A organização genérica dos exercícios foi elaborada com base no conceito de FCbt. O exercício inicial, foi executado para desenvolvimento e implementação de conceitos, por forma a uniformizar métodos e procedimentos. Os exercícios intermédios foram dedicados ao treino e preparação de uma FCbt específica. O exercício final, incluiu todo o Cmd e EM/BrigMec, bem como os seus augmentees e a finalidade do mesmo foi estabelecer processos aglutinadores e criar coesão entre todas as estruturas (figura 4).
• Batalhão de Apoio de Serviços (BApSvc) -- Treinar o Cmd e EM/BrigMec nas áreas de Preparação de Planos e Ordens; -- Planear, dirigir, e supervisionar todos os meios orgânicos e de reforço; -- Preparar, atualizar e manter estimativas e prever necessidades; -- Prever a localização de capacidades de reforço na Área de Apoio de Serviços
O exercício inicial, HAKEA 172, ocorreu no período compreendido entre 20 e 29NOV17 e constituiu-se como o início da preparação para o ORION 18. A finalidade foi testar a organização do PC/BrigMec por FCbt bem como as CSI, de forma a que fossem criadas todas as condições para a implementação de um fluxo informacional adequado, sobretudo ao nível dos sistemas de registo e relatórios, para emprego das TA nos exercícios seguintes.
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Figura 4 - Sequência dos exercícios
O exercício HAKEA 181 foi organizado em três períodos distintos, dedicado a FCbt diferentes. O exercício HAKEA 181.1 realizou-se de 29JAN a 02FEV18, e foi dedicado à FCbt Sustentação. O exercício HAKEA 181.2 ocorreu de 22FEV a 02MAR18 e compreendeu a FCbt Fogos e teve uma ligação direta com os Exercícios EFICÁCIA 18 e RELÂMPAGO 18, em que a BrigMec assumiu a função de HICON. O exercício HAKEA 181.3 foi realizado de 19 a 23MAR18, tendo sido vocacionado para a FCbt Informações.
ção de todo o Cmd e EM/ BrigMec e respetivos augmentees. Até esta altura, os exercícios foram conduzidos de forma parcial, por FCbt e apenas com os augmentees necessários para o funcionamento correto da respetiva CR. O Centro de Operações Tático (COT) foi a única Célula comum a todos os exercícios, por forma a operacionalizar progressivamente as ferramentas de CSI
Como metodologia refere-se que as UU participaram na sua maioria como Células de Resposta (CR), de forma a permitir um fluxo de informação eficiente entre PC. Em determinados exercícios, nomeadamente no exercício HAKEA 181.2, algumas UU participaram em Field Training Exercise (FTX), nomeadamente o GAC 15,5 AP e o AgrMec (figura 5). O exercício final, HAKEA 182, realizou-se de 16 a 20ABR18, e teve a participa-
Figura 5 - Organização do Controlo dos exercícios (HAKEA 181.2)
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necessárias ao funcionamento do PC, nomeadamente o SharePoint e o Digital Battle Tracker. Intercalados com os exercícios setoriais da BrigMec, ocorreram outras atividades no âmbito do processo de planeamento de exercícios do CFT, nomeadamente as conferências de planeamento (CECC, IPC, MPC e FCC) , o Academics e o Key Leaders Training (KLT). 2
As conferências de planeamento foram espaçadas no tempo, o que permitiu um planeamento fluído ao nível da BrigMec, com os naturais constrangimentos de tempo, mas não tendo provocado grandes alterações nas atividades planeadas. Durante este período houve oportunidade para refinar determinados processos, como a manobra tática do exercício, a cartografia necessária, o Apoio Logístico Real (Real Life Support - RLS) e os objetivos de treino. A CECC considerou-se uma mais valia, porque permitiu à BrigMec a redefinição das Especificações do Exercício (Exercise Specifications - EXSPEC), nomeadamente os objetivos de treino, passo importante para o cumprimento dos objetivos determinados pelo escalão superior para o ORION18. O Academics (figura 6) e o KLT, da responsabilidade de organização do CFT e da BrigMec respetivamente, foram momentos determinantes para focar particularmente todo o Cmd e EM/ BrigMec no que se pretendia executar, quais os objetivos a atingir e o método para os alcançar. O KLT, possibilitou o primeiro contacto dos augmentees com a fase de planeamento e preparação do exercício. A preparação foi sobretudo revestida de uma orientação prática, com dados relativos ao Processo de Decisão Militar (PDM), os documentos necessários a serem elaborados por cada Célula e o funcionamento do PC. No final dos exercícios da série HAKEA foi possível identificar um conjunto de fatores relevantes para assegurar um bom desempenho do Cmd e EM/BrigMec. Foi igualmente alcançado um bom grau de coesão entre todos os elementos do EM, sobretudo dos augmentees, particularmente durante o último exercício. Este constituiu um momento marcante, em que foram validadas e testadas as TACSOP (com particular Commanders EXSPEC Confirmation Conference (CECC), Initial Planning Conference (IPC), Main Planning Conference (MPC) e Final Coordination Conference (FCC). 2
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Figura 6 - Flyer do Academics
incidência para o Battle Rhythm e a gestão do fluxo de informação entre o PC e as SubUU) e consolidadas as rotinas entre as Células do EM e a ligação entre estas e o COT. O plano de segurança e defesa foi testado e refinado e a utilização das ferramentas de apoio à decisão, levaram à obtenção de rotinas normais e adequadas de trabalho, tendo sido alcançado um grau de conforto suficiente para fazer face aos desafios da certificação e do Exercício. 3. PLANEAMENTO E PREPARAÇÃO DO EXERCÍCIO ORION 18 3.1. Cenário Na fase inicial de planeamento, realizada no CFT, ficou patente a pretensão de que o exercício fosse exigente ao nível de três áreas que necessariamente seriam alvo de avaliação e que iriam colocar desafios à BrigMec. Essas áreas foram a capacidade de C2, a condução de operações em áreas não contíguas e a execução de dois tipos de operações num mesmo espaço temporal. À BrigMec foi também confiada a tarefa de garantir o RLS do exercício na área de Santa Margarida, através do Campo Militar de Santa Margarida (CMSM) e do BApSvc. O cenário para o exercício evoluiu da situação criada para o ORION 17. Neste foi conduzida uma operação por uma Initial Entry Force (IEF) (com a participação da Brigada de Reação Rápida – BrigRR), sendo que em 2018, a operação foi desenvolvida por uma Follow on Force – FoF), para numa determinada fase da operação,
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Figura 7 - Organização de Forças para os exercícios ORION 17 e ORION 18
garantir a integridade territorial de um país que tinha sido alvo de uma agressão (figura 7). O exercício consistiu numa operação no âmbito do artigo 5º da OTAN, em que a BrigMec tinha como Área de Operações (AOp) as regiões de JONKOPING (SANTA MARGARIDA) e KRONOBERG (VISEU) pertencentes a um país fictício designado por ARNLAND (figura 8). Para o desenvolvimento do exercício em termos de car-
tografia, foi necessário realizar uma adaptação geográfica, de forma a que os distritos de VISEU e a região de SANTA MARGARIDA fizessem parte do cenário. O escalão superior (Land Component Command – LCC) da BrigMec teve por missão conduzir uma operação ofensiva e de estabilização, a fim de destruir as forças inimigas de TORRIKE e neutralizar as milícias (ANF) de modo a restaurar
Figura 8 - AOp não contíguas
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Figura 9 - Cenário ORION 18
a fronteira de ARNLAND e criar assim, um ambiente seguro e estável (figura 9). De acordo com a Ordem de Operações (OOp) do LCC, o conceito de operações consistiu em quatro fases, sendo que a fase 2 (G + 31 a G +60) consistiu no restabelecimento da integridade territorial de ARNLAND. A BrigMec, para além das suas UU orgânicas, contou na sua organização com o Batalhão de Engenharia (BEng) do RE1, o Esquadrão de Reconhecimento (ERec) da BrigRR, o 2º BIMec Rodas (2BIMec (R)) da Brigada de Intervenção (BrigInt) e o Agrupamento Sanitário (AgrSan). Para além destas forças, o BIMec/BrigMec foi reforçado com um SubAgr do Ejército de Tierra do Reino de Espanha (ESP), e um Pelotão de Reconhecimento (Pel Rec) do Exército da LITUÂNIA (LTU). De igual modo, o GAC 15.5 AP/BrigMec teve o reforço de duas Baterias de Bocas de Fogo (BBF) do Grupo de Artilleria de Campaña XI (GACA XI) do Exército Espanhol (ESP) (figura 10). Em termos de localização, o 2BIMec (R), o AgrSan e o Destacamento Civil and Military Cooperation (DestCIMIC) tiveram como AOp a região de KRONOBERG (VISEU). Todas as outras forças executaram operações na AOp de JONKOPING 10
(SANTA MARGARIDA), materializando-se assim os desafios relativos às áreas não contíguas e ao C2 (figura 10).
Figura 10 - Organização da BrigMec no Exercício ORION 18
Neste contexto, a BrigMec executou o seu PDM e difundiu a sua OOp, com a missão de, a partir de 02MAI18 destruir as forças de TORRIKE na região do PORCO (62420.58600) e neutralizar as milícias APF na AOp, para garantir a integridade territorial. O conceito de operações consistiu na condução de operações simultâneas em AOp não contíguas, com foco na operação ofensiva em JONKOPING (SANTA MARGARIDA) para des-
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Figura 11– Conceito de Operação e Quadro Situação no PC
truir um Batalhão (Bat) de TORRIKE que ocupava posição defensiva (preparada) e condução de operações de estabilização, no distrito de KRONOBERG (VISEU) (figura 11). 3.2. Preparação Na Fase de Preparação, consideram-se para efeito desta publicação, as atividades relacionadas com o In-Processing, o Cross-Training e o Rehersal Of Concept Drill (ROC Drill). No In-Processing foram realizadas as tarefas de receção, acomodação e integração de todo o pessoal individual ou por UU, bem como a explicação de todos os aspetos da segurança da informação e física. O Cross-Training foi realizado com as UU constituídas para proporcionar um aumento do grau de interoperabilidade das suas TTP e de
coesão entre UU. Neste particular assumem papel de destaque, as atividades conduzidas pelo GAC 15.5 AP e pelo BIMec, os quais receberam contingentes multinacionais (ESP e LTU) (figura 12). No mesmo período em que as SubUU da BrigMec realizaram o Cross-Training, o Cmd e EM/BrigMec efetuou o deslocamento do PC para a AOp, para preparação de todas as atividades relacionadas com a certificação. Pretendia-se desta forma, que todas as atividades fossem efetuadas com o PC a funcionar no “modo de operações”, longe de todas as preocupações relacionadas com as atividades de guarnição. O ROC Drill, foi realizado após o deslocamento das UU e já com estas nas respetivas AOp, com a finalidade de testar o conceito de operações do exercício. Foi sempre refletido, quer nos trei-
Figura 12 - Cross-Training
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Figura 13 - ROC Drill
nos, quer na execução do ROC Drill, que o objetivo desta atividade era verificar de forma visual, pelo recurso a uma “caixa de areia”, a sequência do plano, para permitir a sua compreensão por todos os envolvidos (neste caso até dois escalões abaixo do escalão Brigada), após a difusão da OOp/Plano de Operações. Com esta explicação evidenciaram-se as diferenças entre o ROC Drill e o Jogo da Guerra . Este método permitiu aos Cmdts, aos diferentes patamares, melhorar e validar a sincronização do plano de operações, garantir que as unidades subordinadas da BrigMec eram conhecedoras das suas tarefas e que as diferentes funções de combate concorriam para a Intenção do Comandante. Atendendo à participação de forças estrangeiras, o ROC Drill constituiu-se como uma ferramenta essencial para integrar essas SubUU, na manobra da Brigada (figura 13).
4.1. Cmd e EM/BrigMec 4.1.1. Implementação O PC deslocou-se por escalões, de acordo com a respetiva TACSOP e com o Plano “DAWN”. De uma forma genérica, a implementação do PC da BrigMec na AOp foi efetuada em três fases:
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4. FIELD TRAINING EXERCISE (FTX) As UU efetuaram o deslocamento para as respetivas Zonas de Reunião (ZRn), de acordo com o Plano “DAWN” da BrigMec, sendo o STARTEX do exercício, difundido em 300900ABR18, marcando desse modo, o início da fase FTX (figura 14). Testar modalidades de ação, visualizar riscos, outras opções para refinar o planeamento. 3
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Figura 14 - Transparente de Movimento ao Plano “DAWN”
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plano de carregamento em Quartel, deslocamento por escalões e implementação na AOp. No Plano de Carregamento da CCS/BrigMec, as etapas executadas foram as seguintes: -- Preparação das viaturas na CCS/BrigMec; -- Levantamento do armamento coletivo na Arrecadação de Material de Guerra (AMG) da CCS/BrigMec; -- Levantamento do equipamento e armamento individuais; -- Aparelhar as viaturas e os equipamentos; -- Preparação Individual; -- Levantamento de materiais das Classes I e V; -- Formatura de Parque; -- Abertura de redes rádio; -- Saída de cada UU de Marcha (à hora estabelecida). Durante a fase de preparação, foram adquiridas pela BrigMec, caixas contentorizadas que possibilitam o carregamento dos materiais das várias Secções de EM, permitindo diminuir os constrangimentos de tempo e de espaço para arrumação dos mesmos. Estas caixas são carregadas nas viaturas, aumentando a eficiência do plano de carregamento (figura 15).
Figura 15 - Caixa contentorizada (dentro de VBPC M557)
Quanto ao deslocamento por escalões, obedeceu à constituição das respetivas colunas de marcha, nomeadamente: -- Destacamento de Reconhecimento (Dest Rec);
-- Destacamento Avançado (DestAv); -- UU de Marcha 1 do PC/BrigMec (UU Marcha 1); -- UU de Marcha 2 do PC/BrigMec (UU Marcha 2). O DestRec e o DestAv são os principais responsáveis pelo reconhecimento da área onde se instala o PC/BrigMec, bem como na execução de todos os preparativos para o seu estabelecimento. Relativamente às prioridades para a implementação na AOp, foram as seguintes: -- Reconhecimento ao local (NBQR, segurança, entre outros aspetos) e estabelecimento da segurança próxima, pelo DestRec; -- Colocação de guias (à custa do Pel PE/CCS) para permitir a aproximação em segurança das restantes colunas, pelo DestRec; -- Montagem do PC Tático (PC Tat) e estabelecimento de CSI pelo DestAv (considerou-se adequado que o PC Tat (com as VBPC M577) chegasse ao local imediatamente após as tarefas do DestRec estarem finalizadas, para garantir fluidez ao movimento); -- Estabelecimento da estrutura do PC Tat, pela UU Marcha 1 (considerou-se adequado que esta UU que transporta grande parte das tendas do PC, à semelhança do procedimento anterior, aborde a posição, após o PC Tat estar em funcionamento); -- Estabelecimento da estrutura do PC Principal (PC Princ), com montagem de tendas, e outras estruturas, pela UU Marcha 1 (com grande parte do pessoal da CCS); -- Configuração da rede de distribuição de energia (CCS e elementos da CTm); -- Chegada da UU Marcha 2 (integra elementos que não são necessários à montagem do PC, que quando chegam já a estrutura está quase montada (2H após DestRec)); -- Instalação de materiais diversos (mesas, cadeiras, lâmpadas e quadros de mapas); -- Estabelecimento da Área Logística de Apoio e dos Parques de Viaturas; -- Contínuo melhoramento da posição. No final da implantação, a área do PC (figura 16) ficou com uma configuração idêntica ao estipulado na TACSOP (figura 17), com a definição 13
CERTIFICAÇÃO DO COMANDO E ESTADO-MAIOR DA BRIGADA MECANIZADA
Figura 16 - Implantação do PC
de 03 áreas distintas, nomeadamente: a Área de Comando (que inclui o PC e uma área de Parqueamento de Viaturas), a Área de Apoio (dividida na Zona de Alojamento e na Zona de Apoio Logístico) e a Área do Centro de Comunicações. A estrutura do Cmd e EM/BrigMec de acordo com Quadro Orgânico (QO) 09.04.01 de 21JUL15, contempla um efetivo estrutural, ou seja, permanente, para fazer face à situação de emprego mais provável e um efetivo projetado, que acautela as situações de emprego mais exigente. Estes mecanismos permitem ao EM, receber elementos adicionais (“augmentees”), de forma a conseguir atuar por períodos de 24H/7
dias de forma ininterrupta, independentemente do Cenário, sendo o mais exigente as operações de alta intensidade. O PC/BrigMec para operações, articula-se em postos de comando, configurados para serem implementados em estruturas afastadas , ou consolidado numa única estrutura, com a finalidade de aumentar a sua sobrevivência no campo de batalha (redundância de estruturas) e a sua capacidade de C2. 4
No exercício ORION 18, numa fase inicial a decisão foi constituir o PC reunido, durante a Grupo de Comando (GrCmd), PC Tático, PC Principal e escalão Recuado (EscRec). 4
Figura 17- Implantação do PC nas diversas áreas
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operação decisiva, executar a projeção do GrCmd para uma localização próxima da TF 11 (esforço da operação) e na fase final o PC Tat foi projetado para uma região de forma a permitir o controlo do movimento de todas as SubUU. Assim, as diferentes articulações do PC/BrigMec foram testadas durante o exercício.
mentos classificados; -- Fumar apenas em áreas designadas, no exterior do PC; -- Controlo de acessos à custa do Pel PE/ CCS; -- Restrições relativamente ao uso de telemóveis, a implementar à ordem; -- Proibição de utilização de câmaras de vídeo/ foto no interior do PC/BrigMec.
5
Após a implementação do dispositivo e no interior do PC, foram observadas as seguintes regras de conduta: -- Manutenção da limpeza das áreas de trabalho em permanência; -- Manutenção da disciplina em relação a ruídos, luzes e manuseamento de equipamentos; -- Procedimentos adequados de manuseamento de armas (supervisão dos elementos de segurança do Pel PE/CCS);
4.1.2. Organização do PC O PC/ BrigMec pode ser organizado internamente por células funcionais e integradoras. As células funcionais agrupam o pessoal e o equipamento por FCbt, enquanto as células integradoras são agrupadas pelo horizonte de planeamento. A organização do PC por FCbt é um tema recorrente, que foi sendo implementado em exercícios ORION anteriores. O exercício HAKEA
Figura 18 - Implantação do PC nas diversas áreas
-- À exceção dos reforços alimentares do Pessoal de Serviço ao COT, não eram permitidos produtos alimentares no interior do PC/BrigMec; -- Procedimentos de tratamento de docuO G3 é o responsável por todas as atividades no PC Tat, sendo este geralmente constituído pelas viaturas PC M577 do Movimento e Manobra (com elementos do G3 e G2) e Fogos (Elementos de Ap Fog - EAF), juntamente com a viatura do TACP. Esta estrutura pode ser variável, de acordo com o tipo de missão, podendo ser empregues 02 das viaturas mencionadas ou acrescentadas ao dispositivo as viaturas PC M577 da Proteção e das Informações. 5
172 teve como objetivo, a definição da organização do PC, que assumiu uma configuração distinta da Certificação de 2015 (figura 18). A estrutura básica de organização no EM é a secção (organização por área de atividade). Contudo, considerou-se que a organização mais adequada seria por FCbt, que na prática aglomeram as várias secções de EM (por áreas de atividade) conforme estipulado nos QO . 6
G1 - Pessoal, G2 - Informações, G3 - Operações, G4 - Logística, G5 - Planos, G6 - CSI, G7 - Treino, G8 - Finanças, G9 – CIMIC. 6
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CERTIFICAÇÃO DO COMANDO E ESTADO-MAIOR DA BRIGADA MECANIZADA
O PC/BrigMec foi organizado para este exercício, em seis Células Funcionais (FCbt), designadamente: Movimento e Manobra, Fogos, Proteção, Informações, Comando-Missão e Sustentação, e por duas Células Integradoras: Operações Correntes (24 – 48H) e Planos (72H). Para além da organização por células funcionais e integradoras, foi constituído o COT (figura 19), que pertence às operações correntes e que está vocacionado para o controlo das operações durante o dia (24H). A organização do COT foi baseada em três escalas (ALFA, BRAVO e CHARLIE) com representantes de todas as células funcionais (FCbt). A escala ALFA dispunha de dois turnos (Diurno e Noturno), o que representava turnos de 12H. Esta escala pressupunha mais pessoal a trabalhar nas respetivas células, o que aumentava a capacidade de planeamento. A escala BRAVO dispunha de três Turnos, representando uma escala de 8H no COT, mais vocacionada para o controlo das operações (menos pessoal nas células e mais pessoal de serviço no COT). Esta é a escala mais adequada para operações prolongadas, pois permite maior tempo de repouso do pessoal do COT. A escala CHARLIE é empregue em situações táticas menos exigentes, estando organizada em turnos de 8H e no período notur-
Figura 19- Centro de Operações Tático (COT)
no, apenas dois militares de serviço no TOC. Em cada célula funcional foi implementado um modo mais ligeiro ou pesado, de acordo com a exigência da situação tática. O modo ligeiro requer a existência de pelo menos um militar a trabalhar na respetiva célula, enquanto no modo pesado, exige a permanência de todos os elementos. O modo a adotar é definido pelo Chefe do EM (CEM), consoante o ritmo das operações previstas/planeadas e a escala nas células, é definida pelos chefes de cada uma das células funcionais.
Figura 20 - Turnos do COT
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Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
4.1.3. Funcionamento do PC/ BrigMec O funcionamento do PC/BrigMec englobou um conjunto de várias atividades, cuja análise, dada a natureza desta publicação, restringe-se a atividades chave como: o Battle Rhythm, o fluxo de informação e as ferramentas de apoio ao PDM. O Battle Rhythm consiste numa série de reuniões (Boards e Grupos de Trabalho (GT)), relatórios e outras atividades sincronizadas por tempo e finalidade. O tipo e a intensidade das operações, são importantes para o desenvolvimento e implantação do Battle Rhythm (figura 21). O número de reuniões depende da situação, mas geralmente incluem Brífingues, Boards e GT. A principal diferença entre GT e Boards, assenta no nível de autoridade concedido pelo Cmdt. Os GT coordenam ações e desenvolvem recomendações para aprovação do Cmdt. Um Board é uma reunião de representantes selecionados, com autoridade de decisão delegada para uma finalidade ou função específicas. Durante o FTX as reuniões mais frequentes foram as seguintes: -- Reunião de Sincronização das Operações (Movimento e Manobra); -- Reunião de Sincronização das Informações, Vigilância e Reconhecimento (Informações); -- Brífingue de Mudança de Turno (COT); -- Battle Update Briefing (BUB) (EM/BrigMec); -- Commanders Update Briefing (CUB) (Cmdts SubUU e EM/BrigMec). O Brífingue de mudança de turno no COT tem como finalidade informar o pessoal do turno que entra de serviço no COT, acerca da situação tática e antecipar os principais eventos das próximas 24H. O Brífingue foi conduzido pelo Oficial Chefe de Turno (Battle Captain) e super-
visionado pelo CEM ou pelo G3/EM BrigMec. O Cmdt BrigMec acompanhou este Brífingue, sempre que ocorreram ou que existia a probabilidade de ocorrência de atividades, com impacto significativo nas operações. O BUB tem como finalidade atualizar a situação tática, relativamente às 24H correntes e antecipar as próximas 48H. Foi realizado diariamente (18H00), conduzido pelo EM para o Cmdt BrigMec e EM/BrigMec. A orientação do Cmdt BrigMec relativamente a estes brífingues foi de
Figura 21- Battle Rhythm
sintetizar a informação (1 a 2 slides por interveniente) destacando conclusões em detrimento da exposição da situação. Como dado de referência, este Brífingue demorou em média cerca de 40 minutos, com intervenção de cada chefe de Célula (FCbt). O CUB encerrava a mesma finalidade que o BUB, sendo a audiência constituída pelo EM/ BrigMec e pelos Cmdts das SubUU. Foi o evento privilegiado para que o Cmdt BrigMec pudesse transmitir as suas orientações em momentos chave, como o início da operação e após a conquista do Objetivo RED. De destacar que o CUB tinha como audiência, todos os Cmdts das SubUU, tanto as que atuaram em JONKOPING (SANTA MARGARIDA), como em KRONOBERG (VISEU), estas últimas através do sistema de VTC, quando necessário. 17
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Para além destas reuniões, estava previsto em TACSOP a possibilidade de outro tipo de reuniões, que em alguns casos não se efetuaram (devido ao cenário) ou que foram efetuadas, mas de forma menos frequente. Essas reuniões são: -- GT Planos (Célula Planos); -- GT Avaliação (Célula Planos); -- GT Targeting (Célula Fogos); -- GT Atividades de Informação e Influência (Comando-Missão); -- GT Guerra Eletrónica (Célula Fogos); -- GT Proteção (Célula Proteção); -- GT C2 do Espaço Aéreo (Célula Fogos). O Fluxo de Informação (figura 22) é um dos fatores considerados críticos no âmbito do funcionamento do PC/BrigMec, tanto para o escalão superior, como para as SubUU. Durante o ORION 18 foram operacionalizados um conjunto de serviços para tornar o Sistema de C2 mais eficiente e eficaz, nomeadamente: o correio eletrónico, a telefonia IP, um programa de chat, o acesso ao Portal Colaborativo do exercício e o acesso ao Portal da BrigMec.
No PC existiam duas entidades fulcrais relacionadas com o fluxo de informação nomeadamente o Centro de Gestão da Informação (CGI) e o COT. Toda a correspondência, independentemente do assunto, era rececionada sempre por estas duas entidades, sendo enviada para o COT para ação, quando o assunto fosse considerado crítico. Este fluxo garantiu que o PC tivesse sempre conhecimento de toda a informação, tendo em conta que no COT, independentemente dos turnos, existia sempre pessoal de serviço, o que não acontecia no CGI (apenas 01 militar). Para a saída da documentação, a filosofia era a mesma, passando toda a informação pelo CGI, mas quando se tratava de assuntos críticos era expedita pelo COT, com conhecimento do CGI. Quanto às Ferramentas de Apoio ao PDM, durante o exercício foram disponibilizadas as seguintes, do tipo digital e convencional, para apoio à conduta das operações: -- SharePoint; -- Digital Battle Tracker; -- Cartas de situação digitais e convencionais; -- Redes Rádio (HF e VHF); -- Email do Exército e do Exercício (Interoperáveis); -- Chat. O Sharepoint integrou toda a documentação relativa ao exercício, quer da parte do planeamento e preparação, como da fase do FTX. O Digital Battle Tracker permitiu o acompanhamento das localizações e da situação tática de todas as unidades. Já o chat permitiu a troca de informação, de uma forma mais informal, mas mais rápida, sendo notório que a cada dia do exercício passou a ser uma ferramenta com maior relevo, sobretudo ao nível do EM. 4.2. AgrMec
Figura 22 – Esquema do Fluxo de Informação
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O BIMec da BrigMec, iniciou a preparação para o ORION 18 em NOV17, fazendo-se representar como Audiência Secundária de Treino (Secondary TA – STA) na IPC, que decorreu nas instalações do CFT. Com vista à sua participação no Exercício, o BIMec elaborou um Plano de Treino Operacional, focado inicialmente no treino individual e culminando no treino coletivo. No âmbito do treino coletivo, estipulou a Tarefa Essencial ao Cumprimento da Missão (TECM), que
Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
neste caso seria um Ataque Deliberado. Contemplou ainda os principais Objetivos de Treino, a alcançar quer ao nível dos Pel, Comp e Bat, tais como efetuar deslocamentos táticos, ocupar uma ZRn, empregar fogos, planear Operações ou preparar para combate. Desta forma, em dezembro de 2018, o BIMec conduziu o Exercício LINCE 172, para validar as tarefas críticas ao nível da Secção de Atiradores (SecAt), sendo este o primeiro passo no treino das TECM das SubUU do Bat que iriam participar no ORION 18. Foi ainda proporcionada uma oportunidade de treino, às Sec do PelEng da Companhia de Engenharia de Combate Pesada (CEngCombPes), obtendo sinergias de experiências distintas e, simultaneamente, economia de meios. No início do ano de 2018, o BIMec assumiu o Cmd do AgrMec. Cumprindo com o Plano de TOp aprovado, em fevereiro de 2018, o AgrMec realizou o seu primeiro exercício sectorial, LINCE 181. No seguimento do realizado no final de 2017, o exercício LINCE 181 visou validar as tarefas críticas ao nível do Pel, sendo este o 2.º passo no treino das TECM, de todas as SubUU que integraram o AgrMec. Permitiu ainda, realizar um deslocamento tático e a ocupação de uma ZRn, sendo uma das tarefas que o AgrMec iria desempenhar durante o ORION 18. Ainda no mês de fevereiro, e aproveitando a realização do Exercício EFICÁCIA 18 e do HAKEA 181.2 (Fogos) e a fim de cumprir com um dos objetivos de treino (empregar fogos), o AgrMec participou nestes exercícios como STA. De salientar a integração nas SubUU do AgrMec, de Observadores Avançados do GACA XI da Brigada de Infantaria Mecanizada (BRIM) “Estremadura XI” (ESP), bem como a inclusão no Cmd do AgrMec do Oficial de Apoio de Fogos (OAF). Em abril, e a fim de cumprir com os objetivos do Plano de TOp, o AgrMec planeou, realizou e executou o seu 2.º Exercício Sectorial, LINCE 182. Este visou treinar as TECM do Objetivo de Treino do AgrMec para o ORION 18, aproveitando para o efeito a interação com o Cmd da BrigMec no seu Exercício HAKEA 182. Além disso, permitiu ainda validar o treino das PTA (PC AgrMec, 2.ª Comp Atiradores (2CAt/BIMec), 1.º Esquadrão Carros de Combate (1ECC) do GCC, PelEng/CEngCombPes, Pelotão Morteiros Pesados (PelMortPes/BIMec) e Trens do AgrMec,
proporcionou uma oportunidade de treino de todas as TECM, com prioridade para o Ataque Deliberado de Escalão Bat e por fim treinar a redução de obstáculos táticos do inimigo, tirando partido da presença do PelEng/CEngCombPes. Após este Ciclo de Treino intenso, o AgrMec iniciou a sua participação no Exercício ORION18 a 27ABR18, tendo sido planeado e executado um programa de Cross-Training entre as Forças Nacionais e Internacionais que integravam o AgrMec, tendo sido dado destaque às TTP e à interoperabilidade de CSI entre Nações. Esta interação permitiu ainda criar laços de camaradagem e de coesão entre todos os participantes. Paralelamente, decorreu no Cmd do AgrMec a fase de planeamento do Exercício, onde foi posto em prática o PDM completo, culminando com a difusão da OOp do AgrMec. No dia 29 de abril de 2018 iniciaram-se os Movimentos para ocupação da ZRn, com uma Marcha para o Contato. Nos dias seguintes, foram lançados diversos incidentes, ao nível das Comp e do próprio AgrMec, permitindo aos seus militares colocar em prática todas as TTP treinadas durante a realização dos Exercícios sectoriais. Durante esta fase do Exercício, foi de enaltecer a participação do AgrMec no ROC Drill, permitindo a todos os Cmdts das SubUU, obter uma correta visualização da manobra da Brigada aquando da Conquista dos Objetivos. Este exercício, permitiu ainda, aproveitar a excelente oportunidade de “pensar e praticar”, utilizando para o efeito todos os meios disponíveis no seio do AgrMec, através da utilização dos Veículos Combate de Infantaria (VCI), empregando as modernas PIZARRO, com as nossas Viaturas Blindadas de Transporte Pessoal (VBTP) M113. Para culminar a participação no ORION 18, o AgrMec recebeu a ordem de planear e executar um Live Fire Exercise (LFX) que englobasse todas as forças participantes no Exercício. De salientar ainda, que todo o processo de planeamento, brífingues e comunicações durante o Exercício, foram efetuadas na língua inglesa, permitindo maior interoperabilidade entre todos os participantes. O AgrMec participante no Exercício ORION 18 era constituído por 271 militares (126 Nacionais, 25 LTU e 120 ESP) e por 72 viaturas (42 Nacionais das quais 07 foram cedidas aos LTU e por 30 ESP). 19
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4.3. 2BIMec (R) No âmbito do Exercício ORION 18, o 2BIMec (R) esteve sob o Cmd da BrigMec, que aplicou todos os procedimentos NATO, estando pronta para a condução de operações reais, no quadro da NATO ou da União Europeia (EU). O 2BIMec (R), ciente do desafio lançado, em que o Cmd e EM do Bat foram PTA, iniciou a sua preparação e organização para o Exercício no final do ano de 2017. Cumulativamente, manteve a coordenação do treino das suas forças no âmbito do Plano de TOp, bem como na preparação da afiliação do Bat, no âmbito das NATO Adaptation Measures (Tailored Forward Presence), à Multinational Brigade – South East, com Comando em Craiova, na Roménia. Na sua preparação, o 2BIMec (R) desenvolveu as atividades de Treino Individual e Coletivo no âmbito do nível 1 (UU Escalão Pelotão – UEP). Nesta fase, o EM realizou treino na forma de Battle Staff Training (BST) e Map Exercise (MAPEX). Seguidamente, nas atividades de treino para consecução dos exercícios de nível 2 (UU Escalão Companhia – UEC), no primeiro trimestre de
2018, recorreu-se a exercícios do tipo Situational Training Exercise (STX) e foram sujeitas à respetiva avaliação. Ao observar-se o treino e o desempenho das Companhias nos STX, era desenvolvida a relação das tarefas em que cada UU tinha atingido o nível desejado, bem como as que necessitavam de mais treino. Desenvolveram-se ainda atividades de treino para consecução dos exercícios de nível 3 (UU Escalão Bat – UEB), no exercício MARTE 18, recorrendo a exercícios do tipo MAPEX e FTX, sob a coordenação e supervisão do Cmd BrigInt. Tendo o Exercício ORION 18, por finalidade o desenvolvimento do planeamento e consequente execução tática de Operações de Combate, enquadradas numa operação multinacional em ambiente operacional Volátil, Incerto, Complexo, Ambíguo e Urbano (VICAU), sob um ritmo operacional de 24H/7 dias. Na execução do exercício, foi colocado à BrigMec o desafio de Conduzir Operações em AOp não contíguas, com o 2BIMec (R) em VISEU, no cumprimento de tarefas táticas que concorreram para as Operações de Estabilização (figura 23).
Figura 23 – AOp de KRONOBERG (região de VISEU)
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Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
A participação do 2BIMec (R) no exercício foi transversal a todo processo de planeamento, preparação, execução e avaliação. Centraremos a nossa atenção no FTX (execução), dado que foi nesta fase que o Bat participou ativamente com forças “no terreno”. Para o ORION 18, o 2BIMec (R) organizou-se com 2 UU de manobra UEC, CCS, UU escalão Pel Apoio Combate, um DestCIMIC e uma Secção de Vigilância do Campo de Batalha (Sec VCB) (figura 24). No cumprimento da missão salienta-se o recurso ao seu equipamento principal a VBR PANDUR II 8x8 nas diferentes tipologias de viaturas: Infantry Carrier Vehicle (ICV), Infantry Fighting Vehicle (IFV), Command Post Vehicle (CPV) e a Medical Evacuation.
Figura 25 - Esboço do cerco efetuado por UU do 2BIMec (R) (FRAGO 16)
diferentes conferências (coordenadas pelo CFT), KLT, FTX e no exercício HAKEA 182 com um Oficial de Ligação. Devido a tal, a adoção, familiarização e ajuste às TACSOP da BrigMec foram processos simples, mas de elevada importância, para ligação e implementação do exercício da ação de Cmd. Para além de ter sido uma excelente oportunidade de treino para o 2BIMec (R), o ORION 18 possibilitou à BrigMec testar os seus meios CSI em AOp não contíguas, onde manteve, de forma permanente, um acompanhamento do exercício, exercendo uma ação de Cmd centralizada e uma execução descentralizada. 4.4. ERec/BrigRR
Figura 24 - Organização do 2BIMec (R)
A operação do 2BIMec (R), no âmbito das operações de estabilização, materializou-se na concretização de operações de patrulhamento de itinerários, operações de cerco e busca, bem como ações de controlo de acessos, execução de “Check Points” e ações CIMIC, para garantir a liberdade de movimentos e contribuir para restaurar a integridade do Território. No final do exercício, através da execução da FRAGO 16/BrigMec, este Bat teve que efetuar um Cerco em apoio de uma Task Unit (TF) da Componente de Operações Especiais. As coordenações foram efetuadas, para garantir o determinado pelo escalão superior e pela TF – isolar o objetivo com o propósito de impedir o reforço/fuga de elementos das milícias no objetivo (figura 25). Como verificação e validação da sua participação, o 2BIMec (R) participou em diversos eventos da BrigMec, tais como Academics, nas
O ERec/BrigRR encontrando-se em Very High Readiness Joint Task Force (VHRJTF) da NATO Response Force (NRF) 2018, participou sob o Cmd da BrigMec no exercício ORION 18. Entre 26ABR e 05MAI18, esta UU sediada no Regimento de Cavalaria 3 (RC3), em Estremoz, esteve presente no CMSM com um efetivo de 103 militares (07/28/68) e 36 viaturas das quais 24 VBR PANHARD M11. A organização para a realização deste exercício foi a utilizada para a VHRJTF, contendo na manobra 03 PelRec e a SecVCB e no apoio as SecTm, SecSan, SecReab e SecMan. O objetivo inicial da operação foi de reconhecer e manter sob observação determinadas Áreas Designadas de Interesse (ADI), por forma a informar qual o dispositivo inimigo e as suas capacidades. Após a conquista dos Objetivos na zona do PORCO Δ pelas forças do AgrMec, o ERec/BrigRR passou a conduzir operações de segurança, através da ocupação de uma Linha de Vigilância. Esta forma de atuação repetiu-se para o Objetivo Subsequente na região do Quartel Mestre de Avis, ou seja, primeiro reconhecer 21
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e dar a informação sobre o IN existente nas ADI e após a conquista do Objetivo, vigiar para NORTE, garantindo a segurança e o alerta oportuno. 4.5. ERec/BrigMec O ERec/BrigMec, planeou e participou no período de 28ABR a 08MAI18 no exercício ORION 18, numa tipologia de operações convencionais enquadradas no âmbito do Artigo V da NATO. Preparou uma operação de cariz multinacional centrada na componente terrestre, com a finalidade de treinar, face à sua Certificação para a European Union Land Rapid Response 18-2 (EULRR 18-2) e garantir o sucesso das operações e certificação da BrigMec. O ERec/BrigMec articulou-se em Cmd Esquadrão, 01 PelRec e 01 Sec STINGER da BtrAAA/ BrigMec, num total de 70 militares. Empenharam-se os seguintes meios: 6 Viaturas de Rodas, 8 viaturas da família M113 (5 VBTP M113A1, 2 VBTP M113A2, 1 VBPC M577), 2 CC Leopard 2A6. A missão do ERec/BrigMec era garantir segurança às forças da Brigada, executando 02 tarefas essenciais, que se relacionam com as 02 Fases de Operações da Brigada. Na Fase I, executou a tarefa de Segurança de Área da Retaguarda (SAR), garantindo segurança à AApSvc da BrigMec e à área circundante através de patrulhamentos, e preparou-se para ser empenhado como Força de Intervenção, caso necessário. Na Fase II, executou uma Vigilância de Flanco (ESTE), com vista a garantir segurança ao movimento da TF 11 e às suas Operações Ofensivas. A Vigilância de Flanco foi executada em 02 fases, a Fase I no decorrer da Conquista do Obj na região do PORCO Δ e a Fase II, no decorrer da Conquista da Região do Quartel Mestre D’Avis. O contacto com forças internacionais, especialmente de reconhecimento, possibilitou uma troca de experiências e conhecimento, que reforçaram o treino e em muito valorizaram o ORION 18. 4.6. GAC 15.5 AP O GAC 15.5 AP/BrigMec, iniciou o seu planeamento para o Exercício ORION 18 em novembro de 2017, com a sua participação na IPC, onde se constituiu STA como UU de Apoio de Fogos e PTA como Célula de Fogos e Efeitos do Cmd e EM/ BrigMec. Sendo o ORION 18, o culminar do Ciclo de Treino das UU Operacionais do Exército, du22
rante o processo de planeamento, o GAC 15.5 AP elaborou um Plano de TOp progressivo, do Individual para o Coletivo, com exigência, realismo e vivacidade, através da realização e participação em vários exercícios setoriais (ONÇA 181, HAKEA 181 e 182 e EFICÁCIA 18), proporcionando uma contínua melhoria das aptidões técnicas e táticas dos seus militares, conferindo a endurance física e anímica necessárias para a vivência em condições de campanha e ao desempenho com proficiência das tarefas orgânicas e de caráter operacional. Durante esta fase, foi ainda estabelecida uma organização multinacional para o GAC 15.5 AP, com a integração 02 Baterias de Bocas-de-Fogo (BBF) (01 M109A5 155mm e 01 L118 105 mm LG) do GACA XI, da BRIM “Estremadura XI”, do Exército ESP. Durante a fase Live Exercise (LIVEX)/FTX, face à responsabilidade de integrar na sua estrutura de EM augmentees oriundos de outras UU de Artilharia, assim como os militares do GACA XI, foi desenhado um modelo de In-Processing com vista à adequada inclusão destas forças nos processos de apoio administrativo-logístico real, bem como do normativo de Segurança e Proteção Ambiental do Quartel da Artilharia (QA) e da BrigMec; na perspetiva operacional, de igual forma, foi planeado e executado um programa de Cross-Training entre as diversas capacidades e SubUU do GAC 15.5 AP, com destacado ênfase no conhecimento mútuo das TTP, na interoperabilidade de Comunicações, de Sistemas de C2 e de Aquisição de Objetivos, assim como no âmbito da Manutenção dos Obuses M109A5. Além da performance Operacional, o programa de Cross-Training visou ainda criar laços de coesão e camaradagem através da partilha de informação dos diversos equipamentos e armamento materializados na troca de guarnições de M109A5, material comum a ambas as nações, assim como de armamento, durante a execução de Sessões de Tiro com armas ligeiras. Para fazer face às missões atribuídas durante a Operação Ofensiva, o GAC 15.5 AP atuou, conforme previsto na sua estrutura orgânica, organizado em Cmd e EM, uma Bateria de Comando e Serviços (BCS), incluindo o Pel de Aquisição de Objetivos, e 03 BBF, 02 equipadas com o Obus
Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
M109A5 AP 155mm (PRT e ESP) e 01 com o Obus L118 105 mm LG (ESP). Da estrutura de Cmd e EM, foi destacada a Célula de Fogos e Efeitos para o Cmd e EM/BrigMec, um EAF para a TF11 e as respetivas Equipas de Observação Avançada das BBF para os SubAgr. Na fase FTX, o EM do GAC 15.5 AP teve a oportunidade de executar o PDM completo, visando o planeamento de uma Operação Ofensiva de escalão Brigada. Durante esta fase as BBF foram sujeitas à injeção de vários incidentes, que permitiram testar e validar as suas TTP, dando um maior realismo ao exercício. Na fase LFX, o GAC 15.5 AP, através das 02 BBF (ESP) executou fogos reais de AC de calibre 105 mm e 155 mm, em apoio da demonstração das forças de manobra. Durante todas as Fases do exercício, ao nível da documentação, das CSI ou dos brífingues, todos decorreram na língua inglesa, elevando assim o ambiente multinacional ao exercício. O Exercício ORION 18, proporcionou ao GAC 15.5 AP, uma vez mais, a oportunidade de valorizar e aperfeiçoar a capacidade do ApFog à BrigMec, num ambiente multinacional, e validar a capacidade de interoperabilidade entre os dois GAC. O GAC 15.5 AP participou com 190 militares e 48 viaturas, sendo que 71 militares e 23 viaturas pertenciam ao Exército ESP. 4.7. BtrAAA A BtrAAA/BrigMec, no Exercício ORION 18, constituiu-se STA como UU de Proteção Antiaérea e PTA como Célula de Defesa Aérea e Gestão de Espaço Aéreo (CDAGEA), integrando a Célula de Fogos e Efeitos do Cmd e EM/BrigMec. Para a BtrAAA/BrigMec, este ciclo iniciou-se em NOV17 e contemplou a realização e participação em vários exercícios setoriais (RAPOSA 172, RAPOSA 181, HAKEA 181.1 – Sustentação, HAKEA 181.2 – Fogos/EFICÁCIA 18, HAKEA 181.3 – Informações e HAKEA 182), proporcionando o contínuo aperfeiçoamento das aptidões técnico-táticas, a par das performances física e anímica requeridas. No HAKEA 181.2 – Fogos/ EFICÁCIA 18, logrou esta BtrAAA/BrigMec constituir uma organização multinacional, com a integração de 01 Pelotão MISTRAL, do GACA XI da BRIM “Estremadura XI” (ESP). Para a fase LIVEX/ FTX do ORION 18, face à
responsabilidade de integrar módulos do Grupo de Artilharia Antiaérea do Regimento de Artilharia Antiaérea N.º 1 (GAAA/RAAA1), foi planeado e executado um programa de Cross-Training entre as distintas capacidades e SubUU da BtrAAA, com ênfase na troca/partilha de conhecimento mútuo das TTP, na interoperabilidade de CSI, de sistemas de C2 e de vigilância. Além da performance operacional, este programa visou criar laços de coesão e camaradagem através da partilha de informação dos diversos equipamentos. Para o cumprimento da missão durante a Operação Ofensiva, a BtrAAA atuou, conforme previsto na sua estrutura orgânica, com o seu PC, 01 Pel Chaparral, 01 Pelotão STINGER a 02 Sec e 01 Pel Radar PSTAR. Foi destacada a CDAGEA para o Cmd e EM/ BrigMec. Na fase FTX, foi executado o PDM, visando o planeamento de uma Operação Ofensiva de escalão Brigada. Durante esta fase, os Pel foram sujeitos à injeção de vários incidentes que permitiram testar e validar as suas TTP, dando um maior realismo ao exercício, constituindo-se como uma oportunidade de aperfeiçoamento da capacidade de Proteção Antiaérea à BrigMec. 4.8. CTm A missão da CTm no exercício ORION 18 consistiu em apoiar cinco PC (da Brigada, RCoyA, RCoyB, TF11 e do GAC 15.5 AP). Para tal, a CTm empenhou diversos meios, humanos e materiais, de forma a garantir comunicações rádio entre as diversas UU e o acesso dos utilizadores a diversos serviços: plataformas colaborativas (SharePoint), Chat (Spark), mail e Telefonia IP (figura 26). A CTm/BrigMec tem capacidade para apoiar 03 PC durante uma Operação. Uma vez que foram planeados PC adicionais, foi solicitado apoio de pessoal e material (módulos SIC-T) ao Regimento de Transmissões (RTm) e de material (computadores) à CTm da BrigRR. Tendo em conta a grande dispersão geográfica em que decorreu o exercício, principalmente Açores e Madeira, optou-se por apoiar a rede na Rede Dados Exército (RDE). Esta solução reduz obrigatoriamente os níveis de Segurança, uma vez que a rede não está isolada do exterior. Em alternativa podia ser usada ligação satélite, no 23
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Figura 26 – Diagrama de rede utilizado no exercício
entanto, esta solução encareceria consideravelmente o exercício. Assim sendo, o sistema SIC-T garantiu a rede na AOp de Santa Margarida, estabelecendo ligação à torre de comunicações do CMSM para a ligação com a RDE, utilizando o Thales para estabelecer o link, tendo sido dada redundância à ligação através de um winlink da CTm/BrigMec.
As forças de manobra mantinham a ligação à rede com ligações winlink entre as suas posições e o PC de Brigada. Todas estas forças (TF11, ERec/BrigMec, ERec/BrigRR) foram guarnecidas por uma cabine SIC-T que garantia a ligação por winlink. Todos os switchs utilizados dispunham de PoE para alimentação dos telefones IP. A viatura PANDUR teve como missão garantir a ligação ao PC Tát, tendo disponíveis dois Thales. Esta esteve sempre pronta a estabelecer ligação, tanto ao PC da Brigada (utilizando um segundo Thales do SIC-T) como diretamente à Torre de Comunicações. O SIC-T disponibiliza aos seus utilizadores diversos serviços de rede entre os quais o correio eletrónico, serviços web (Sharepoint), ferramentas colaborativas (mensagens instantâneas), para além dos serviços responsáveis pelo bom 24
funcionamento da rede como o DNS, DHCP e Serviços de Diretório. Para o efeito foram utilizados os servidores LENOVO THINKSERVER RD640, com sistemas operativos Windows Server 2008 Standard Edition R2 a correr em cima de máquinas virtuais utilizando o VMware ESXi 6.0 tendo em conta o número elevado de serviços a implementar. O servidor web utilizado foi o Internet Information Services (IIS) versão 7.0 distribuído com o sistema operativo Windows Server 2008 Standard Edition R2 (figura 27). Utilizou-se a plataforma Windows SharePoint Foundation 2010 (WSF). Esta plataforma é bastante versátil, gratuita e integra-se facilmente com o Active Directory de forma a incrementar a segurança no acesso, podendo limitar-se determinados conteúdos consoante o utilizador. Foi utilizado o site default criado aquando da instalação do WSF. Para que os utilizadores da RDE pudessem aceder ao site disponibilizado deveriam possuir credenciais de acesso. O site poderia ser acedido a partir de toda a RDE utilizando o endereço http://10.120.63.12 para acesso HTTP. Como servidor de correio eletrónico utilizou-se o Microsoft Exchange 2007 disponível no SIC-T.
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de perdas possíveis, no entanto foi disponibilizado um computador de acesso à rede RED no PC da Brigada. Procurou-se sensibilizar os militares da brigada para o risco dos cyber ataques tendo vários sofrido ataques de Phishing e DDoS.
Figura 27 – Screenshot da página web do ORION 18
No ORION18 foi utilizado o serviço de mensagens instantâneas “openfire versão 4.0.3” que ficou instalado na máquina virtual Domain Controller (DC1). Relativamente à versão cliente, utilizou-se a versão designada Spark 2.8.1, que foi instalada tanto em ambiente Windows Server 2008 Standard Edition R2, Windows 7 Profissional, como Windows 10. Por parte da Direção de CSI (DCSI), foi disponibilizado o Módulo CIRC, que respondeu a cyber ataques injetados na rede BLACK do exercício tentando recuperar dos mesmos com o mínimo
A ORBAT da força localizada no CMSM (figura 28) recorrendo ao Sistema de Informação para o C2 do Exército (SICCE). Esta ferramenta permitiu ao PC visualizar a ação das nossas forças em tempo real até ao escalão Companhia, tendo sido utlizados os rádios P/PRC 525 para tracking das viaturas. Foi possível disponibilizar tracking às viaturas de Cmd das UU de Manobra e ao PC Tat. A TF 11 dispunha de viaturas Leopard equipadas com rádios P/PRC-525 enquanto que os RCoyA e RCoyB foram acompanhados por Shelters equipadas com os mesmos rádios, no entanto a maioria da força dispunha de rádios P/PRC425. O modo preferencial para envio de dados entre rádios P/PRC-525 é Secom-V, no entanto não é possível comunicar com P/PRC-425 neste modo, pelo que as comunicações entre rádios diferentes seria perdida. Optou-se por colocar tracking no rádio que o Cmdt de Pel de Viaturas Leopard utiliza para falar com os Cmdts de Sec (também P/PRC-525). Uma vez que em VISEU foram utilizadas apenas viaturas PANDUR, todas elas equipadas com P/PRC 525, foi possível fazer tracking de todas
Figura 28 – ORBAT das forças localizadas no CMSM
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CERTIFICAÇÃO DO COMANDO E ESTADO-MAIOR DA BRIGADA MECANIZADA
Figura 29 – Itinerários utilizados pela força localizada em VISEU
as viaturas sem que se perdesse comunicações entre elas (figura 29). As ações efetuadas em VISEU foram acompanhadas em SANTA MARGARIDA e vice-versa, apesar das bases de dados utilizadas serem diferentes nos dois locais recorreu-se ao MIP para replicar os dados e disponibilizar toda a informação ao Cmd. Durante o exercício foi montada uma estação rádio operando em HF, localizada no CMSM, para manter comunicações rádio com as forças localizadas em VISEU. Procuro-se também testar o envio de dados (mail) em HF recorrendo a rádios P/525 e a um programa desenvolvido pela Critical Software destinado para esse efeito.
das operações; -- Apoio da força militar para facilitar o cumprimento da missão no ambiente civil; -- Apoio da estrutura civil a fim de promover a aceitação da força.
O Centro CIMIC ficou instalado na Casa da Ribeira, junto ao recinto da feira de São Mateus, onde cumpriu a sua missão, nomeadamente com a realização de jogos de liderança e decisão a jovens, entrega de cabazes a famílias carenciadas do município, reconhecimento a uma escola do município para a realização de uma obra de melhoria das condições de limpeza e pintura de um muro (figura 30).
4.9. DestCIMIC Durante o exercício ORION18, no âmbito da cooperação institucional, o Exército e a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) desenvolveram diversas atividades no distrito de VISEU, tenho para o efeito sido atribuído ao 2BIMec (R) um DestCIMIC para cumprir um conjunto de tarefas. Os Objetivos de Treino deste DestCIMIC foram os seguintes: -- Estabelecimento de ligação para facilitar a interação, harmonização, partilha de informação, planeamento integrado e conduta 26
Figura 30 - Localização do Centro CIMIC
Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
4.10. AgrSan
Figuras 31 - Atividades do AgrSan
O Hospital de Campanha do AgrSan foi implementado junto ao Pavilhão Multiusos, dando consultas e fazendo rastreios médicos à população. Durante o período do exercício foram realizadas 334 rastreios e consultas médicas, das quais 47 de oftalmologia, à população civil. O AgrSan recebeu ainda visitas de 21 alunos Aux Saúde, 10 Bombeiros São Pedro da Cova, 15 alunos do secundário, 50 militares do 2BIMec (R), 20 escuteiros, 01 comitiva de militares estrangeiros, 03 Inspetores do EMGFA para a CGerCIMIC e 550 civis (figura 31). No dia 02MAI18 o DestCIMIC foi sujeito a uma CREVAL pela Inspeção Geral do Exército (IGE). Desde o dia 05MAI18, estiveram ainda disponíveis para visita, uma exposição de viaturas PANDUR e a Torre Multiusos. As viaturas PANDUR pertencentes ao Regimento de Cavalaria 6 (RC6) e ao Regimento de Infantaria 14 (RI14) receberam aproximadamente 200 visitantes e a Torre Multiusos, que se encontrava a ser operada por militares do RI14, recebeu cerca de 57 civis (figura 33).
O Exercício ORION18 começou para o AgrSan em 23 de abril de 2018, terminada a fase de planeamento, com a Projeção do Role 1 e da Célula de Planeamento e Coordenação da Evacuação (PECC) para a cidade de VISEU. A necessidade de antecipação da data de projeção em relação às outras forças participantes, deve-se maioritariamente à necessidade de montar a estrutura Role 1 em tempo oportuno, que permitiu que
Figura 33 - Desenvolvimento das tarefas e reuniões
o AgrSan fizesse a sua projeção de uma vez só, através do apoio fundamental do CFT e do Comando da Logística (CmdLog), disponibilizando os meios necessários, incluindo plataformas civis (por contratação pública), otimizando e testando a manobra logística de projeção da força (figura 34). O período seguinte, que antecedeu o STARTEX, permitiu a montagem estrutural do AgrSan, incluindo o Role 1 e Célula PECC/PC, numa abordagem organizada e orientada para garantir flu-
Figura 34 – Manobra Logística/Projeção do AgrSan
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CERTIFICAÇÃO DO COMANDO E ESTADO-MAIOR DA BRIGADA MECANIZADA
xos de doentes priorizados por gravidade, e no contexto operacional, garantindo total adequação no apoio à manobra. Durante a semana iniciada a 23 de abril de 2018 foram recebidos os augmentees do serviço de saúde, tendo sido nesta semana efetuada a montagem de cargas de Classe VIII e brífingues de Segurança e Operação. No entanto, e face à chegada faseada e tardia dos augmentees, bem como face às trocas de augmentees durante o período de execução do ORION18, e com capacidades clínicas diferentes, tornou-se difícil a otimização da força. Após o STARTEX, tudo decorreu conforme planeado, relativamente ao Apoio Sanitário, nas três localizações do Teatro de Operações (TO) (VISEU, BEJA e SANTA MARGARIDA), permitindo ainda a modalidade de ação adotada, dar resposta a todas as solicitações inopinadas, como foram: -- Participação no V Congresso dos Enfermeiros – Exercício de Acidentes Multi-vítimas – 27 a 29ABR18 (LISBOA); -- Participação na II Feira de Bem-Estar e Segurança – 03 a 04MAI18 (VENDAS NOVAS); -- Apoio ao Curso de Combate do RPara – 03 a 07MAI18 (TANCOS); -- Apoio a assistência aos peregrinos de Fáti-
ma (IRIA 18) de 06 a 11MAI18. Tendo sido delineado operacionalizar dois níveis completos de PECC, um a operar no PC/ PECC/AgrSan em VISEU e outro a operar no Centro de Saúde Militar Tancos/Santa Margarida (CSMTSM) em SANTA MARGARIDA, tal não foi possível por falta de recursos humanos (oficial médico), uma vez que a nomeação de Oficiais Médicos e Sarg/Oficiais Enfermeiros foi reduzida (figura 35). Se do ponto de vista do Exercício ORION18 foi possível colmatar esta falta, em situação real tal poderia comprometer a eficácia do funcionamento PECC, e consequentemente da resposta no apoio à manobra. A redução de recursos humanos em relação ao planeado e solicitado, implicou ainda a participação do AgrSan na atividade PLAY apenas em CPX. A implantação do Role 1, organizada por fluxos de doentes/vítimas, encontra-se estruturalmente otimizada, resultando do trabalho conseguido ao longo dos últimos anos, sendo que a participação nos Exercícios ORION constitui sempre um marco do trabalho e otimização operacional do AgrSan. Durante o ORION18 foram efetuadas ações CIMIC pelo AgrSan, totalmente conseguidas no que respeita à sua execução. A atividade global do AgrSan durante o ORION18 foi a seguinte:
Figura 35 - Implantação do Role 1 e Célula PECC do AgrSan em Viseu
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Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
Apoio Médico Real ao ORION18 -- Rastreios Viseu – 203; -- Avaliações (Rastreios) de Oftalmologia – 61; -- Consultas/Avaliações Médicas Viseu – 82; -- Consultas/Avaliações Médicas Santa Margarida – 34; -- Número total de atos médicos efetuados – 380. Visitas ao AgrSan no âmbito do ORION18 -- 21 alunos Escola Secundária Os Viriatos (Curso Técnico-profissional Auxiliares Saúde); -- 10 elementos do Corpo de Bombeiros de SÃO PEDRO DA COVA; -- Visita do 2.º Cmdt CFT; -- Visitas diárias e permanentes de vários civis; -- Visita do Capelão do RI14; -- Visita de estudantes da Escola Emídio Navarro; -- Visita de 50 militares do 2BIMec (R); -- Visita de 20 Escoteiros de VISEU; -- Visita de entidades e autoridades locais (CMV, CHospViseu, etc). A participação do AgrSan no ORION18, este ano integrado na BrigMec, veio demonstrar categoricamente a sua capacidade, enquanto UEB operacional de saúde, de participar e dar resposta cabal no âmbito operacional, apoiando a manobra de qualquer uma das 03 Brigadas do Exército Português. 4.11. BApSvc A organização efetuada pelo BApSvc, no âmbito da sua participação no ORION 18, seguiu o conceito de modularidade, que, além de estar inerente ao Apoio de Serviços do Exército, está também plasmado naquela que é a organização prevista no QO da UU, através da possibilidade de ser reforçado de acordo com a missão atribuída. Pela natureza da missão que desempenha, além da vertente “Play”, o BApSvc garante ainda, conforme definido pela BrigMec, as condições necessárias ao RLS. O apoio e manutenção do potencial de combate das várias UU apoiadas, requereu um leque alargado de equipamentos
e capacidades imprescindíveis, motivo pelo qual se tornou imperioso o emprego de módulos intermutáveis, expansíveis e ajustáveis, como solução à satisfação das necessidades impostas por este exercício. Para o cumprimento da sua missão e tarefas inerentes ao ORION 18, o BApSvc teve a necessidade de se reorganizar e para isso foi reforçado, na sua Companhia de Reabastecimento e Transportes (CReabTpt) por 01 Pelotão de Serviços (PelSvc), da Escola dos Serviços (ES) e por 01 Pelotão de Transportes (PelTpt) com 02 Equipas de Transporte Especial (EqTptEsp) do Regimento de Transportes (RTransp) e na sua Companhia de Manutenção (CMan) por 02 Equipas de Manutenção (EqMan) (PANDUR e Rodas) do Regimento de Manutenção (RMan) e por 01 EqMan (Refrigeração e Climatização) da ES (figura 36).
Figura 36 – Organigrama do BApSvc para o ORION 18
Salienta-se aqui um dos principais cuidados na preparação e aprontamento do BApSvc, pois este reforço traduz de forma clara o emprego dos módulos a que correspondem capacidades, nomeadamente a de transportes especiais, necessárias às solicitações no âmbito do RLS, garantindo assim a autonomia indispensável à satisfação de pedidos de apoio, nomeadamente, às forças de países aliados que participaram no exercício como foi o caso do Exército do Reino de ESP. Foram ainda de sobeja importância os exercícios PANTERA 18 e HAKEA 181, para a preparação e o planeamento da AApSvc e PC das Comp e Bat. Durante o período do exercício ORION 18, foi 29
CERTIFICAÇÃO DO COMANDO E ESTADO-MAIOR DA BRIGADA MECANIZADA
possível envolver todas as valências do BApSvc, permitindo o C2 e a aferição de procedimentos na respetiva organização modular, garantindo o Apoio de Serviços no Reabastecimento (exceto classe V e VIII), no Movimento e Transportes e na Manutenção às UU orgânicas e de reforço da BrigMec. No Cmd e EM/BrigMec, foi possível treinar o planeamento da AApSvc, a gestão de apoio logístico ao nível da reposição de “stocks”. Foi igualmente importante a atribuição de responsabilidades às SubUU, nomeadamente na entrega e Reabastecimento às UU a apoiar. Com a chegada de equipas de Manutenção do Ejército de Tierra (ESP), foram garantidas capacidades e equipamentos adicionais, podendo ser referida uma proveitosa relação com o “módulo espanhol”. A utilização do SharePoint pelo Cmd BrigMec e pelas várias Sec EM do BApSvc, permitiu a informatização e permuta de toda a informação contida nos habituais relatórios logísticos produzidos e acelerou a resposta às necessidades logísticas. O empenhamento requerido no RLS, ainda que possibilite aos seus Cmdts a prática de Cmd no Apoio de Serviços, emprega a quase totalidade dos meios do BApSvc, relegando o TOp desta UU para apenas algumas ações e períodos específicos, como o Refuel On the Move (ROM) à TF 11, o Cross Training de Manutenção do CC Leopard 2 A6 com o Ejército de Tierra (ESP) e ainda o plano de defesa imediata da AApSvc. O EM do BApSvc não recebeu os augmentees previstos, impossibilitando o funcionamento do COT com uma representação de cada secção ininterruptamente.
às tarefas que iria desenvolver no âmbito da Certificação do seu Cmd e EM e como Lição Identificada dos exercícios ORION 15 e Trident Juncture 15 (TRJE 15), deveria delegar toda a responsabilidade de execução do RLS e do HNS, no CMSM. Para esse fim, o CMSM edificou 01 Célula de RLS, constituída por 05 elementos responsáveis pelas seguintes áreas: Alimentação, Alojamentos, Movimentos e Transporte, Outros Serviços e Munições/ Paiol e 01 Célula de Safety, com 02 elementos responsáveis pelas áreas da Prevenção de Acidentes e pela Proteção Ambiental. Das suas principais tarefas destacam-se: participar no processo de planeamento logístico, políticas e conceitos relacionados com o exercício; apoiar a execução das fases logísticas de projeção, sustentação e retração das forças, onde se incluem o In-Processing e o Out-Processing a todas as forças participantes, bem como a entrega e receção de infraestruturas utilizadas pelas mesmas; executar os contratos de aquisição de material e serviços, necessários para a concretização das ações a desenvolver, conforme requerido; alertar e sensibilizar para aspetos relativos à segurança, prevenção de acidentes e proteção ambiental. Decorrentes das diversas conferências de planeamento e dos Reconhecimentos ou Site Sur-
5. O APOIO LOGÍSTICO AO “ORION18” No âmbito do RLS e do Apoio de Nação Hospedeira (Host Nation Support – HNS), além do apoio a todas as forças participantes por parte do BApSvc, também o CMSM, como principal UU de apoio administrativo-logístico ao QG/BrigMec a todas as UU militares implantadas na área de Santa Margarida, teve um papel preponderante neste ORION 18. À medida que o planeamento do exercício foi sendo efetuado, constatou-se que o G4/Cmd e EM/BrigMec, principal Secção de EM responsável pelo Apoio Logístico nesta Grande UU, face 30
* Além destes militares, participaram no DVD como Observadores, 02 Marroquinos (MRC), 02 Tunisinos (TUN), 01 Brasileiro (BRA), 02 Lituanos (LTU), 02 Norte Americanos (EUA) e 93 do NRDC-ESP (PRT, ESP e ROU).
Figura 37 - Participantes do ORION 18 na BrigMec
veys (SiSu) efetuados pelos representantes das forças participantes, nacionais e estrangeiras, que iriam ficar estacionadas em Santa Margarida, foram identificadas necessidades em RLS, através dos respetivos Statement Of Requirements (SOR). Face a estas necessidades de apoio,
Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
ao número de participantes (1671 militares, de 07 países incluindo PRT – figura 37) e à missão atribuída pelo escalão superior, foram elencadas as seguintes tarefas, por função logística. 5.1. Reabastecimento Classe I Através dos Núcleos de Confeção Centralizada (NCC) nº 01 (CMSM reforçado com Equipa Alimentação da ES), N.º 02 (BIMec) e 03 (Quartel Cavalaria – QCav), foi garantido o serviço de distribuição de Classe I (confecionada) e I-W, a todas as forças e elementos nacionais e internacionais, presentes em Santa Margarida, no LIVEX do ORION 18. Através das Secções de Reabastecimento das UU e do BApSvc foi garantido o Reabastecimento e distribuição desta Classe nos locais de reunião das forças. De acordo com a distribuição apresentada no seguinte Quadro, foram confecionadas um total de 57.814 refeições, distribuídas por 2013 militares e civis (dados incluíndo os militares e civis em apoio ao Exercício) (figura 38). Figura 38 – Distribuição da Alimentação na BrigMec O Ciclo da Ração incluiu Ração Fria (R/F) para a projeção e retração de forças exteriores à BrigMec e Ração Quente (R/Q), com diárias completas de Ementa de Exercícios (EE). O Plano de Ementas incluiu ainda Ementa Festiva (EF) para o DVD e foi o seguinte: DIA
26APR R/F Ementa EE 6
27APR
28APR
29APR
30APR
01MAY
02MAY
EE 5
EE 4
EE 3
EE 1
EE 6
EE 5
DIA
03MAY
04MAY
05MAY
06MAY
07MAY
Ementa
EE 4
EE 3
EE 1
EE 6
EE 5
Figura 38 - Distribuição da Alimentação na BrigMec
gasolina (em jerrycans). Das UU internacionais, somente as ESP não necessitaram de reabastecimento desta Classe, pois projetaram uma Viatura Autotanque de Combustível. Classe V De acordo com as estimativas de necessidades recolhidas pelo G4/Cmd EM/BrigMec, elencadas pelas UU nacionais participantes para o LIVEX e para o LFX, dos Créditos atribuídos para esse efeito, bem como da informação disponibilizada pelas UU internacionais, foram alocados espaços pelo CMSM no Paiol Nacional de Santa Margarida (PNSM), destinados a acondicionar todas as Munições, Explosivos e Artifícios de Fogo (MEAF) destinadas a este exercício (figura 39).
08MAY 09MAY EE 4 EE 3 DVD-EF R/F
Classe III De acordo com as SOR das UU, acautelou-se no Local de Distribuição de Combustível (LDComb) para viaturas de Rodas (no BApSvc) e durante o ROM para as Viaturas de Lagartas, as quantidades de gasóleo e gasolina necessárias e suficientes para todo o exercício. Num total de 435 operações de reabastecimento, foram distribuídos 32.347 litros de gasóleo e 80 litros de
Figura 39 - Atribuição Classe V
Pelas forças nacionais, foram consumidas munições de vários calibres e granadas de vários tipos, das quais se destacam 18 Granadas 120mm de CC Leopard, 01 Míssil TOW, 39 Granadas Morteiro 107mm e 02 Torpedos Bengalório. Classe VII Uma das forças internacionais participantes, 31
CERTIFICAÇÃO DO COMANDO E ESTADO-MAIOR DA BRIGADA MECANIZADA
01 PEL REC (LTU), com 25 militares, que ficou na dependência (em OPCON) do AgrMec/BrigMec, tinha como uma das suas necessidades, manifestada através da sua SOR, o apoio de 07 Viaturas Táticas Ligeiras (VTL), com condutor, de 26ABR a 10MAI18. Apesar de praticamente todas as UU da BrigMec estarem envolvidas no exercício a BrigInt apoiou a BrigMec com 01 VTL, sendo as restantes 06, garantidas por várias UU da BrigMec. 5.2. Movimentos e Transporte Além do reforço à CReabTpt do BApSvc com as 02 EqTptEsp do PelTpt, que se dedicaram ao transporte e evacuação de viaturas, equipamentos e materiais (carga), o CMSM garantiu o transporte administrativo de pessoal, com as suas Viaturas de Transporte de Pessoal (TP), às forças e elementos/observadores internacionais participantes no ORION18, que necessitaram deste tipo de apoio, tanto na sua projeção, como na retração. Durante a projeção e retração das forças, o controlo do Movimento e Transportes (M&T) foi da responsabilidade do CFT, através do seu Centro de Controlo de Movimentos (CCM). Durante o exercício, os pedidos de apoio solicitados através de plataforma própria no SharePoint do ORION18 e conforme o seu tipo (carga ou pessoal), foram acionados pelo G4/CmdEM/BrigMec e assegurados pelo BApSvc ou pelo CMSM, através dos meios disponíveis nestas duas UU. Foram contabilizados durante o exercício, um total de 288 créditos de movimento atribuídos e cerca de 17.500 kms percorridos. Relativamente à regulação dos movimentos/ circulação e execução de escoltas, estas tarefas foram atribuídas ao Pelotão de Polícia do Exército da Companhia de Comando e Serviços do QG da BrigMec (PelPE/CCS/QG BrigMec). Face ao seu reduzido efetivo e por forma a cumprir todas as tarefas que lhe foram atribuídas, foi solicitado ao escalão superior, o reforço deste Pelotão, o qual se veio a traduzir, face aos empenhamentos simultâneos do Grupo PE do Regimento de Lanceiros nº 2 (GPE/ RL2), em 01 Capitão, 01 Sargento e 01 Praça.
Rodas) do RMan, o BApSvc disponibilizou um espaço (“box”) nas suas oficinas, para 01 EqMan ESP (CC Leopard e VCI Pizarro). A Manutenção Intermédia de Apoio Direto (A/D) e o apoio adicional/reforço de manutenção foram igualmente garantidos pelo BApSvc/BrigMec. O RMan e o BApSvc/BrigMec, apoiaram, com meios de recuperação e equipas de contacto, os movimentos de projeção e retração dos meios das UU participantes, tanto nacionais como internacionais (ESP e LTU). Durante todo o exercício foram abertas 73 Ordens de Trabalho (OT), relativas na sua maioria a problemas em Viaturas (47), Geradores (06) e Equipamentos Diversos (20), das quais 59 foram totalmente resolvidas (fechadas) no decorrer do mesmo. 5.4. Apoio Sanitário Como já referido anteriormente, foi atribuída ao AgrSan a missão de coordenar todas as atividades no âmbito desta função logística, com o CSMTSM a garantir o apoio às forças participantes, na área de SANTA MARGARIDA, incluindo estomatologia de emergência e a evacuação para Role I, II e superior. Foi solicitada superiormente a ativação dos Pel/Sec Sanitárias (Pel/SecSan) do Cmd e EM/ BrigMec e das UU designadas como PTA, mas face à escassez de recursos materiais (ambulâncias TT) e humanos (médicos, enfermeiros e socorristas), apenas foi possível a atribuição de SecSan ao AgrMec (TF 11), ao GAC (FABn) e ao ERec (RecCoy), ficando 01 PelSan (-) no CSMTSM (figura 40). Relativamente à evacuação de emergência,
5.3. Manutenção Além do reforço com 02 EqMan (PANDUR e 32
Figura 40 - Organização do Apoio Sanitário na BrigMec
Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
o número de telefone do PECC foi disponibilizado a todos os militares participantes, durante o briefing do In-Processing e nos cartões de identificação do exercício. 5.5. Infraestruturas
algumas UU participantes, infraestruturas para a prática de desporto, como o Pavilhão Gimnodesportivo e todas as Carreiras de Tiro (CT), para a execução de sessões de tiro e para o LFX. 5.6. Aquisição, Contratação e Alienação
Em termos de alojamentos, face ao apoio solicitado pelas UU participantes, durante o período em que iriam ficar aquartelados e à capacidade disponível nas UU/BrigMec e nos Bairros de Oficiais e Sargentos, foi estabelecida a sua distribuição pelos Aquartelamentos das UU da BrigMec (figura 41). De relevar que durante o período do exercício, decorreu o 1º Curso de Promoção a Cabo (CPCB). Relativamente a Refeitórios e Bares, de acordo com a distribuição das UU pelos 03 NCC para efeitos de alimentação (figura 38), foram definidos os bares que ficariam em apoio aos mesmos. Durante o FTX, a distribuição da alimentação para o Cmd e EM/BrigMec pela CCS/BrigMec, foi efetuada nas instalações da Valeira Alta, onde também foi montado um Bar. Foram igualmente disponibilizadas AMG para
Das forças internacionais que participaram no ORION18 como UU constituídas, ou apenas com elementos/observadores, a única para a qual foi necessário a HNS elaborar, através do G4/QG BrigMec, um Joint Implementation Arrangement (JIA) foi o PLT REC LTU. Para todas as restantes (ESP, ROU, BRA, FRA, USA) apenas foi necessário o G8/QG BrigMec elaborar os anexos do STANAG 2034 e respetivas faturas/recibos. 5.7. Serviços No âmbito desta função logística, o CMSM e o BApSvc disponibilizaram às forças participantes, os seguintes serviços: Lavandaria: o BApSvc/BrigMec, reforçado com 03 Atrelados Lavandaria da ES, garantiu a lavagem da roupa, das UU que assim o solicitassem durante o FTX; o CMSM garantiu esse servi-
Figura 41 - Alojamento das forças na BrigMec
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CERTIFICAÇÃO DO COMANDO E ESTADO-MAIOR DA BRIGADA MECANIZADA
ço às UU, durante o período em que estiveram aquarteladas; Manutenção de Infraestruturas: além do controlo de danos efetuado no ato da sua entrega/ receção e na presença das UU/BrigMec que as disponibilizaram, o CMSM garantiu equipas de piquete (canalizadores e eletricistas) durante todo o exercício; Banhos e Latrinas: para reforçar a capacidade existente, fazer face a situações inopinadas e garantir o apoio às operações, foram solicitados 03 Atrelados e 01 Contentor de Banhos e 03 Latrinas de Campanha, para reforçar o BApSvc/ BrigMec; Proteção Ambiental: atendendo à sua certificação ambiental, além dos brífingues do In-Processing onde foram apresentadas, a Política Ambiental, bem como as regras ambientais a serem cumpridas por todos os militares, a BrigMec, afiançou que todas as UU participantes efetuassem a reciclagem e recolha dos seus resíduos sólidos urbanos (RSU). Outros serviços disponíveis: 01 dependência bancária, barbeiro, bombeiros e serviços religiosos. 6. LIÇÕES IDENTIFICADAS O Processo de Lições Identificadas foi condu-
zido pelo EM/CFT com o apoio da DDNLA/EME, e do EM/BrigMec, entre outros militares participantes que contribuíram para a elaboração de uma lista de lições identificadas, sintetizadas em duas áreas: lições chave e boas práticas. Relativamente a lições chave que visam a melhoria para edições futuras salientam-se as seguintes: -- A doutrina de emprego do Agrupamento/ SubAgrupamento não se encontra atualizada; -- As NEP utilizadas no exercício eram da autoria da BrigMec, permitindo apenas a certificação de procedimentos desta Brigada em particular; -- Face aos efetivos, materiais e equipamentos existentes, não se consegue garantir ApComb e ApSvc para todos; -- O Exercício ORION 18 não proporcionou às TA um LFX que permitisse o treino de todas as guarnições, treino de emprego dos trens combate e treino efetivo de medidas de controlo de fogo; -- Os objetivos de treino planeados pelas PTA/STA para o ORION 18 não foram amplamente alcançados por falta de recursos; -- No Exercício ORION18 verificou-se a ausência de uma gestão de recursos humanos centralizada; -- A alimentação (Refeiçoes Quentes-RQ)
Figura 42 – Dados Estatísticos do ORION 18 na BrigMec
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Uma Ferramenta de Planeamento e Preparação
distribuída às PTA/STA no ORION 18 deve atender a requisitos de qualidade a monitorizar; -- Os meios CSI que equipam a BrigMec não são interoperáveis em transmissão codificada. Relativamente a boas práticas que visam a manutenção das atividades que devem continuar a serem implementadas, destacam-se as seguintes: -- O planeamento do Exercício ORION foi devidamente estruturado permitindo a adequada gestão do tempo por parte das TA; -- A plataforma Sharepoint utilizada permitiu disponibilizar e trocar informação com as UU subordinadas durante a operação; -- Durante o ORION 18 foi realizado um ROC Drill de Brigada no âmbito do PTDM para as operações em curso o que permitiu a todas as audiências de treino compreender a manobra da BrigMec e das restantes forças e escalões; -- O modelo de injeção de incidentes utilizado no Exercício ORION 18 proporcionou grande realismo ao Exercício e permitiu validar os
objetivos de treino das PTA/STA com sucesso; -- A utilização da língua inglesa foi considerada uma boa prática; -- O Key Leaders Training (KLT) possibilitou o planeamento e criação de rotinas entre as diversas células do EM da BrigMec; -- A utilização da terminologia NATO (através da utilização da língua inglesa) para comunicar durante o exercício foi considerado como um ponto positivo permitindo o treino das comunicações rádio e de relatórios de acordo com as TACSOP elaboradas para tal. -- O Battle Rythm (sequência) dos incidentes, e sua ligação, permitiu a resolução de cada situação e o acompanhamento dos mesmos em tempo e de uma forma coordenada. Ao implementar uma “rede” de controladores, acompanhando em simultâneo as NF e OPFOR, com comunicação entre si e recorrendo a granadas de fumos de diversas cores representativas de ações ou efeitos, permitiu conduzir o exercício em modo “force on force” com bastante realismo.
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CERTIFICAÇÃO DO COMANDO E ESTADO-MAIOR DA BRIGADA MECANIZADA
7. CONCLUSÕES Esta publicação tem como finalidade, conforme referido inicialmente, permitir que os próximos elementos e/ou Unidades que sejam alvo de processos de certificação idênticos tenham à disposição um conjunto de dados que permita obter cada vez melhores resultados. Considera-se que embora a audiência primária de treino tenha sido o Cmd e EM/BrigMec é importante transmitir uma visão abrangente de todas as Unidades/Destacamentos que integraram a organização da BrigMec no contexto do exercício ORION 18. O ORION 18 constituiu-se como uma oportunidade de treino, em ambiente multinacional, que possibilitou o incremento da interoperabilidade, através da troca de experiência e conhecimentos, salientando a integração de forças do Reino de Espanha e da Lituânia integradas em unidades nacionais, aos mais baixos escalões táticos. Esta integração de forças aliadas permitiu constituir um Agrupamento de armas combinadas com um efetivo credível para a execução dos objetivos de treino e, simultaneamente, permitiu o contacto com outros meios e sistemas de armas. Os dois principais objetivos que foram referidos no início do planeamento do exercício, foram a capacidade de uma Brigada conduzir operações em áreas de operações não contíguas e de diferente tipologia. Para além de constituí-
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rem objetivos, materializaram igualmente em desafios ao Cmd e EM/BrigMec, sobretudo ao nível do comando e controlo. O Cmd e EM/BrigMec disponibilizou para o efeito, um conjunto de serviços de rede planeados e a funcionar em permanência, que concederam aos participantes a oportunidade contínua de acesso a correio eletrónico, telefone IP, programa de chat e acesso ao portal colaborativo do exercício. Toda a panóplia de sistemas informação possibilitou a implementação de um fluxo de informação credível e adequado. Salienta-se que um dos factos referidos em exercícios anteriores, a utilização de telemóveis, não aconteceu neste exercício, destacando-se também a importância das lições aprendidas. No final, e passados alguns meses desde o término do exercício, considera-se que os objetivos do exercício foram atingidos, mas sobretudo são trazidos à luz um conjunto de procedimentos e de metodologias que foram implementadas, testadas e que estão prontas a ser exploradas. E é neste contexto que a BrigMec elaborou esta publicação não como um fim, mas para servir de início de análise e de sistematização a outros intervenientes, para que o produto final possa ser cada vez de melhor qualidade.