Coabitar (1ª etapa)

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habitação estudantil para a Universidade de Uberaba


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Caderno elaborado na disciplina Teoria e Planejamento do Desenho Urbano a fim de ilustrar e apresentar o tema Habitação Estudantil que será trabalhado durante o Trabalho Final de Conclusão a fim de propor um projeto arquitetônico.

Bruno Silva Rodrigues Naves

Trabalho Final de Graduação Orientação: Varlete Aparecida Benvente UNIUBE . 2016


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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 9 NO CONTEXTO GERAL

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NA ESFERA PROJETUAL

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OCUPANDO O CAMPUS

67 70 74 82 86 102 104 106

REFERÊNCIAS

116 117 118

tempo passado neste momento observação urbana

a cidade manchas na cidade modelos ofertados pesquisa de campo necessidades do usuário estudos do local

coexistência coworking . coliving flexibilidade referências projetuais lista de atividades programa de necessidades estudos projetuais

bibliográficas gráficas


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APRESENTAÇÃO O presente trabalho visa a elaboração de um projeto arquitetônico para uma habitação estudantil voltada ao atendimento de alunos da Universidade de Uberaba, na cidade de Uberaba. Serão tomados como conceitos para aplicação no projeto: a coexistência, a flexibilidade e o coworking e coliving. A questão da habitação estudantil no Brasil ainda pode ser classificada com certa problemática, pois apesar de estar presente em todas as universidades federais do país, elas não recebem a atenção e o incentivo público necessários para suportarem as suas despesas. Um descaso com relação a manutenção e a preservação, resultando em diversas questões que afetam diretamente o psicológico e a saúde física dos seus usuários. Já nas redes de ensino privado, são míseros os casos encontrados de ofertas para habitação estudantil partindo da própria universidade, na sua grande maioria elas são exclusivas para alunos de baixa renda financeira, porém limitam os gastos com relação a essas moradias, ocasionando no seu fechamento e na expulsão dos estudantes. Portanto, os estudantes destas instituições particulares, se tornam dependentes da cidade na qual está inserida, para a procura de habitações que são ofertadas por repúblicas estudantis, pensionatos ou apartamentos. Este último é ofertado através da reprodução em grande

escala de um mesmo modelo com valores arquitetônicos irrelevantes. Devido a alta demanta destes apartamentos, regiões da cidade próximas as universidades, tendem a sofrer uma especulação imobiliária, gerada pelos estudantes que estão à procura de uma moradia. O projeto irá propor uma solução para esta problemática, trabalhando com o conceito de coexistência a fim de realizar uma integração entre os estudantes universitários, oferecendo espaços que promovam a convivência entre eles. Além disso, ele visa a inserção dos conceitos de coworking e coliving, tanto para o modo de vida dos próprios universitários dentro da unidade habitacional, quanto a oferta deste serviço para os moradores da cidade, a fim de promover uma relação de troca, entre o campus e o espaço urbano no qual ele está inserido, propiciando assim uma abertura a fim de convidar os moradores a utilizarem os serviços ofertados pela universidade. Por fim, teremos a flexibilidade, como ultimo conceito aplicado diretamente nas moradias permitindo que haja uma harmonia dos espaços com relação aos seus usuários, pois cada um deles possuem características próprias que os diferencia entre si, portanto será possivel transpor suas caracteríticas a fim de conceder em um espaço adequado as necessidades de cada indivíduo.


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habitação estudantil:

NO CONTEXTO GERAL


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O presente capítulo tem como intuito, introduzir a temática do projeto, habitação estudantil, apresentando todo seu processo histórico, desde a fundação das primeiras ideias desse tipo de moradia até os dias atuais. Após isso, ele demonstrará quais os tipos de habitações estudantis existentes no âmbito de território nacional, além de contabilizar as suas ofertas, demonstrando alguns casos de como elas são ofertadas em instituições privadas. Será discutido a definição das Casas dos Estudantes, expondo sua Secretaria e os movimentos organizados por ela. O capítulo se finalizará trazendo uma observação de como é tratada a relação do campus com a cidade no qual ele se insere, mostrando a visão dos moradores e os impactos positivos e negativos gerados por essas instituições de ensino nas cidades.


tempo passado

14 A primeira ideia de moradia estudantil se deu através dos primeiros centros de ensino, segundo NAWATE (2014, p12), desde a Akademia de Platão, tanto seus estudantes, quanto o próprio, optaram por conviverem juntos a fim de trocarem conhecimentos.

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EUROPA

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XIV

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1088

Porém somente em 1088, se ocorre a fundação da primeira ideia de universidade, em Bolonha, datada como uma das mais antigas do mundo. Pouco depois, em 1170, surge a universidade de Sorbonne, em Paris, que se destaca mundialmente através de um ensino teológico, fatos citados de acordo com GOMES, RAMOS, SOUZA e RAMOS (p02).

Após esse pontapé inicial, diversos centros de ensinos foram surgindo e se multiplicando por toda a Europa, proporcionando um crescimento de jovens universitários nas grandes metrópoles, vindos em busca de adquirir um conhecimento e uma formação acadêmica.

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1170

Devido à falta de infraestrutura das cidades em suportar esse repentino crescimento, muitos desses estudantes menos favorecidos, se encontram em uma situação crítica de moradia, surgindo assim, a necessidade da criação de unidades habitacionais nos centros acadêmicos, tanto para os alunos, quantos para os seus colaboradores e professores.


15 Tal crescimento de estudantes universitários, se intensifica ainda mais após a revolução industrial, pois a especialização profissional se torna um dos fatores fundamentais no mercado de trabalho, devido ao capitalismo. Segundo GOMES, RAMOS, SOUZA e RAMOS (p05), estes centros educacionais começaram a realizar pesquisas voltadas para a melhoria da produção industrial e com isso, buscou-se a libertação de ideologias religiosas.

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1264

“Porém, os edifícios destinados exclusivamente à função de abrigar estudantes são vistos mais consistentemente apenas a partir do século XIII. Um exemplo são os College de Oxford, locais onde os estudantes podiam viver e ser tutorados. O mais antigo é o Merton College, fundado em 1264, que inclui capela, biblioteca, salas de aula e aposentos dispostos ao redor de jardins.” Explica o autor NAWATE (2014, p12).

XIX 06

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XIX

Um modo particular de habitação estudantil, surge em Coimbra, Portugal. Baseado em princípios da era medieval, as “Nações” assim chamadas, se constituíam de alojamentos no qual, diversos estudantes e professores compartilhavam um mesmo espaço de morar, com o intuito de dividir os custos e as tarefas domésticas, este modo de moradia atualmente é conhecido como república.

Segundo ESTANQUE “ ...as republicas são, por definição, um microcosmos em que a gestão das responsabilidades partilhadas e o estímulo à iniciativa de cada um fazem delas importantes células de experiência política. Ou seja, tanto a partilha coletiva dos problemas cotidianos como o sentido de autonomia individual constituem importantes requisitos para a inserção numa república. ” Ele completa dizendo que“ ...as republicas participaram ativamente na construção social da Universidade. ...tanto na atividade associativa e na luta pela democracia na Universidade. ”

09.1


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AMÉRICA

A partir do século XVI as universidades começam a abranger novos território, como cita GOMES, RAMOS, SOUZA e RAMOS (p05), “No novo continente, a primeira universidade surgiu na atual República Dominicana América Central, em 1.538 pelos espanhóis. Logo em seguida, vieram as de San Marcos, no Peru em 1.551, no México em 1.553, Bogotá em 1.662, Cuzco em 1.692, Havana em 1.728 e entre outras. Já as primeiras universidades norte-americanas, Harvard, Yale e Filadélfia, surgiram respectivamente em 1.636, 1.701 e 1.755. ”

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Grande parte dessas universidades, principalmente as implantadas nos Estados Unidos e no Brasil, iniciaram a implantar as habitações estudantis a partir da reutilização de edificações já existentes, onde era realizada uma segregação espacial por gêneros. Este fato pode ser exemplificado com as republicas de Ouro Preto, no qual se destacam principalmente por serem os primeiros registros de habitação estudantil no país. De acordo com SAYEGH (2012, p10) após deixar de ser a capital do estado, houve uma imigração de grande parte dos seus habitantes, proporcionando a inutilização de diversas residên1809 cias no centro da cidade.

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XIX

Para evitar uma destruição de tais locais, estas habitações foram ofertadas a diversos estudantes, os quais tomaram como referência os modos de vida das “Nações” de Coimbra e implantaram na cidade uma forte característica que proporcionou a atração turística de diversas pessoas, reacendendo a imponência da cidade. 11


18 Somente em 1920, que houve a fundação da primeira Universidade no Brasil, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde nove anos mais tarde, implantou-se a Casa do Estudante, originando assim a primeira cidade universitária. Foi durante o governo de Getúlio Vargas, que se iniciou a implantação de diversas habitações nas universidades federais de todo o país.

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1920

Após uma crescente implantação de moradias nos campus institucionais, tivemos o período de regime militar e com isso, tais locais se tornaram um dos principais pontos de concentração de resistência, através dos movimentos estudantis.

1964

Nestes locais ocorriam reuniões contra o comando militar e devido à essa constante ameaça ao governo, houveram algumas invasões nas habitações das principais universidades, a fim de realizar uma repreensão, destas tomamos como destaque o caso do CRUSP, tornando-se o mais trágico, devido à destruição do local e a apreensão dos estudantes de esquerda. 14


19 Devido a esses fatores, muitos deles abandonaram suas residências, as quais adquiriram uma imagem de terror. Com o fim do regime militar e um longo período de abandono das habitações, surgiu um aumento de ingressantes nas universidades, durante a década de 70, o que retomou a ideia e a necessidade de novas habitações estudantis.

BRASIL

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Atualmente, podemos encontrar ofertas de habitações em todas as universidades federais e em algumas privadas, onde tanto o processo de seleção quanto as tipologias de moradias variam em cada caso. Além de um suporte fornecido através da criação de um conselho que defende os direitos do morador estudantil e a realiza encontros dos tais.

2016

1970

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neste momento

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O atual cenário das habitações estudantis no Brasil, se encontra bastante diversificado em relação às suas características e funções, no qual cada instituição opta por qual modelo seguir e em como será administrado. De acordo com os dados fornecidos pela Secretaria Nacional da Casa dos Estudantes, a oferta das habitações está subdividida em três tipologias:

Alojamento estudantil: “...a moradia de propriedade

da instituição de ensino superior, e /ou secundaristas públicas que com estas mantenham vínculo gerencial administrativo. ” Em sua grande maioria, este tipo de alojamento está localizado no interior do campus universitário e aplicado principalmente para universidades federais, são raros os casos no qual uma instituição privada utiliza desse sistema.

República: “...é o imóvel locado coletivamente para fins de moradia estudantil. ” Sua principal característica é a coletividade na divisão dos gastos e nas questões administrativas da residência.

Casa do Estudante: “...é a moradia estu-

dantil administrada de forma autônoma, segundo estatutos de associação civil com personalidade jurídica própria, sem vínculos com a administração de instituição de ensino superior ou secundarista. ” Este é o modelo mais encontrado atualmente, principalmente pela questão da autonomia, porém gera como problemática uma forte especulação imobiliária e uma baixa qualidade de moradia, onde os investidores tendem a replicar modelos previamente executados.


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Em razão da proposta deste projeto ser aplicada à criação de uma moradia estudantil utilizando o modelo de alojamento estudantil, foram levantadas as ofertas em relação a instituições públicas e privadas. Segundo o Ministério da Educação, todas as 55 universidades federais, oferecem a habitação universitária e uma ajuda de custo para estudantes de baixa renda, porém não são todas as unidades que possuem alojamento estudantil, portanto são fornecidos subsídios. Nas estaduais, a oferta não abrange todas as instituições, porém seguem os mesmos princípios de não haver custos para estes usuários. Já nos centros educacionais privados, são raros os casos em que se tem o oferecimento de habitação, no qual estas moradias podem ser alugas pelos estudantes de forma autônoma e raramente são ofertadas bolsas para os menos favorecidos usufruírem deste serviço.


22 Destacamos aqui alguns exemplos encontrados em âmbito nacional de alojamentos ofertados por instituições privadas, a fim de obter uma base referencial, visto que o projeto será aplicado em uma universidade de mesmo caráter.

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CELU Diferente dos modelos já apresentados, esta é uma UNIRIO Neste terceiro exemplo, temos a oferta da mocasa de estudantes pertencente à Igreja Luterana, no qual oferta um espaço para universitários de que necessitam de uma residência em Curitiba, porém limita suas vagas apenas à homens. Ela está localizada no centro da cidade e oferece quartos duplos e banheiros compartilhados, além de serviços ofertados como café da manhã, lavanderia, internet e faxina, com uma mensalidade de R$ 135. Os moradores são responsáveis pelos serviços de compras, pagamento de contas, orçamentos e outras tarefas diárias.

radia sendo feita não por um alojamento estudantil, mas sim por um subsídio de R$ 400 no qual podem participar alunos de baixa renda financeira selecionados através de critérios socioeconômicos e que são oriundos de outras cidades que possuem uma distância mínima de 100km do centro acadêmico.


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UNASP Este centro oferece uma espécie de internato aos seus estudantes, apresentado por quatro edifícios, sendo

dois masculinos e dois femininos localizados no interior do campus. O serviço ofertado é pago e os valores variam, de R$1.500 à R$ 2.000, de acordo com contratações diferentes que o estudante optar, como por exemplo, ar-condicionado, frigobar, tv à cabo, banheiro privativo, entre outros. Os quartos são equipados com camas, guarda-roupa, e escrivaninhas de estudos. A cozinha e os banheiros são compartilhados por todo o prédio, além da lavanderia, piscina e um hall de entrada que limita o acesso ao edifício através de catracas. O conjunto possui uma infraestrutura muito superior aos edifícios ofertados por instituições de poder público.

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PUC GOIÁS Conhecida popularmente como CEU II, oferta gratuitamente 60 vagas à estudantes vindos de outras

cidades que comprovem uma renda familiar vulnerável e estejam matriculados na instituição. Poucas informações foram obtidas sobre esta moradia, porém sabe-se que o edifício possui uso de moradores de ambos os sexos e sua administração é feita por um grupo de estudantes que formaram uma associação de moradores a fim de cuidar destas questões. Atualmente, devido a cortes de gastos, a instituição decidiu optar pelo desligamento de diversos moradores, sem nenhuma consultoria prévia o que gerou um caos na vida de diversos estudantes, visto que estes possuem uma condição financeira precária, não podendo dar continuidade aos seus estudos.

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24 Apesar da grande diversidade de alojamentos estudantis, em quase todas instituições são fundadas pelos próprios estudantes a Casa dos Estudantes, que visam fornecer assistências e garantir o direito dos mesmos, com isso fundou-se a SENSE (Secretaria Nacional da Casa dos Estudantes) que se tornou um movimento autônomo que promove encontros e coordena as lutas promovidas pelas casas dos estudantes a fim de garantir os seus direitos.


25 O encontro estudantil promovido pela SENSE é o ENSE (Encontro Nacional de Casas de Estudantes), fundado em 1975 no qual reúne estudantes de todo o país a fim de lutar pelos seus direitos de moradia e promover uma troca de experiências, seguindo os princípios impostos: • “Discutir e exigir políticas voltadas para a assistência estudantil no sentido de garantir moradia, educação, atendimento médico, odontológico, psicopedagógico, cultura e lazer; • Organizar ações que garantam estas reivindicações; • Agir, transformando a realidade” (ENCE, 2.006). • “Discutir a realidade das moradias estudantis no Brasil e meios que possibilitem a participação dos residentes nos movimentos de casas de estudantes; • Elaborar um plano estratégico de ação para o movimento de moradias fortalecendo assim, sua organização; • Discutir formas imediatas de ampliação de assistência; • Discutir formas de construção, ampliação e manutenção de novas moradias; • Estimular o debate contra as opressões e preconceitos; • Discutir formas de criação das secretarias ou associações regionais de moradias estudantis; • Trocar experiências sobre problemas internos de cada moradia; • Fortalecer a Secretaria Nacional de Casas de Estudantes” (ENCE, 2.006).


observação urbana

26 A implantação de uma instituição educacional a nível universitário numa cidade acarreta diversos impactos nela como um todo, podendo trazer efeitos positivos e negativos. Apesar de ser crescente, no Brasil, a oferta de ensinos a nível superior ainda é muito baixa no em relação à quantidade atual de jovens que necessitam de usufruir deste serviço. Devido a isso, cidades de médio porte que implantam uma universidade, são impacta das por uma enorme migração de estudantes oriundos de regiões do entorno que não possuem tal serviço, configurando um nível de centralidade desse município com relação aos demais.

Esse fluxo de jovens necessita usufruir de serviços básicos para a sobrevivência na cidade, como moradia, alimentação e serviços, com isso o espaço urbano tende a passar por uma transformação a fim de se adequar ao aumento dessas demandas. Os benefícios trazidos por essa nova população agem diretamente na cidade devido à um crescimento na oferta de empregos, a r e a l i za ção de pesquisas voltadas para os interesses do município, uma maior oferta de mão de obra especializada em diversos setores do mercado, um aumento no nível cultural local, a garantia da vitalidade dos espaços públicos além de promover um aumento significativo no setor turístico.

Embora o visível crescimento da cidade estar contribuindo para o seu desenvolvimento, boa parte da população encara o oposto dessa situação, tomando como partido a anarquia junto de uma desorganização que esses estudantes trazem às cidades. Um sentimento ambíguo, onde de um lado vem o orgulho pela posse da instituição e do outro lado o gosto amargo da convivência com uma grande demanda de jovens que reconfiguram o ritmo das famílias, assim já dizia MINOGUE: “Em Oxford, em Paris e em Bolonha, as populações detestavam os estudantes por causa de sua turbulência, tanto quanto admiravam as universidades pelos benefícios econômicos que proporcionavam, e pelo reino misterioso no qual supostamente viviam. ”


27 O dinâmico processo construtivo das habitações estudantis relaciona diretamente a garantia de requisitos fundamentais para seus usuários, ou seja, os direitos de moradia acarretam às ofertas de serviços básicos como saúde, lazer, mobilidade, segurança, infraestrutura e saneamento básico, possibilitando que a vida desses estudantes possa acontecer de fato naquele local.

Além dos serviços é necessário que ocorra a oferta de espaços físicos destinados à interesses desses estudantes a fim de suprir suas necessidades. Por fim, a criação de um convívio social, criado pela interação dos moradores com os estudantes, promovendo uma coesão sócio espacial. Essa era uma das principais características dos primeiros modelos de campus universitários, onde não haviam limites impostos com a cidade, criando uma relação de troca, onde a própria instituição convidava os moradores da cidade a participarem de eventos, utilizarem seus serviços como biblioteca, anfiteatro, academia e as áreas verdes. Porém, ao longo dos anos essas características foram se perdendo e estes espaços se delimitaram, criando uma certa independência do campus e o transformando em uma cidade universitária.

Segundo JACOBS, a população tende a se sentir mais feliz e segura quando se apropria de um lugar, delimitando o que é público e o que é privado. Entretanto, uma das questões a se refletir é da necessidade que esses usuários das universidades têm de se envolverem com o lugar a fim de criar suas raízes, mesmo que temporárias, mas fundamentais para que se identifiquem naquele local através dessa coesão experiencial.


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habitação estudantil:

NA ESFERA PROJETUAL


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Após compreender a história da habitação estudantil, vindo desde suas origens até os dias atuais, analisando a maneira na qual ela se relaciona com a cidade no presente momento, iremos compreender o modo como ela acontece na cidade de Uberaba, município escolhido para ser aplicado o projeto elaborado a partir deste material, além de apresentar a área urbana onde será trabalhado a implantação do mesmo.


a cidade

32 A cidade de Uberaba se localiza na região do Triângulo Mineiro, no estado de Minas Gerais, onde sua fundação se deu na década de 1740, devido à criação de um arraial até então denominado de Sertão da Farinha Podre, que fazia parte de uma rota implantada pelo governo português, atual estrada da Anhanguera, a fim de implantar a colonização e explorar os metais preciosos da região. Em 1809 foi transformada em arraial de Uberaba e seu processo de urbanização se deu a partir da Praça Rui Barbosa. Desde sua fundação, a região era pertencente ao estado de Goiás, somente em 1816 que foi transferida para a posse do estado de Minas Gerais. Apenas em 1856 que Uberaba foi reconhecida com a categoria de município. UBERABA TRIÂNGULO MINEIRO

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MINAS GERAIS


33 Atualmente a cidade, conhecida como ‘terra do boi Zebu’, possui uma área de 4.512,135 km² e segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2015, abrange uma população de 322.126 habitantes se tornando a oitava cidade com maior número de habitantes do estado de Minas Gerais. Sua microrregião engloba sete munícios, sendo eles Água Comprida, Campo Florido, Conceição das Alagoas, Conquista, Delta, Uberaba e Veríssimo.

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Em 1947, Mario Palmério fundou na cidade a faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, onde 25 anos mais tarde, a transformou em Faculdades Integradas, abrangendo uma gama diversa de cursos superiores. O título de Universidade de Uberaba só foi reconhecido pelo MEC em 1988 o qual permanece até hoje, com a abreviação do nome em UNIUBE, tornando-se a primeira universidade da cidade, ofertando serviços educacionais privatizados.

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Além da Universidade de Uberaba, a cidade comporta a Universidade Federal do Triangulo Mineiro, Instituto Federal do Triangulo Mineiro, Faculdade de Talentos Humanos, Faculdades Associadas de Uberaba, Faculdade de Ciências Econômicas do Triangulo Mineiro e outros centros de cursos profissionalizantes e diversas escolas e cursinhos preparatórios de grande porte. Toda essa ampla gama no setor educacional, acabou por influenciar na atração de diversos estudantes de cidades da região a se transferirem para a cidade, afim de obter uma educação de nível superior, gerando uma forte característica de polo estudantil.

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manchas na cidade


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Este mapa destaca todos os setores educacionais de maior influência, presentes na cidade de Uberaba, analisando salientando áreas de entorno dos mesmos no qual são utilizadas para habitações estudantis. Nota-se que apesar da UFTM ser a segunda maior universidade de Uberaba, ela se localiza no centro histórico da cidade, portanto a densidade demográfica da região é mais alta, acarretando em uma menor área de domínio estudantil, se comparada a UNIUBE, que ocupa os bairros Universitário e Olinda como principais fontes de moradia, porém por ser tratarem de regiões residenciais, possuem uma densidade demográfica baixa, o que acaba fazendo com que abranja uma maior área da cidade.


modelos ofertados

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Neste primeiro modelo, temos um apartamento de 40m² localizado no bairro Universitário. Ele possui apenas um quarto e atualmente é utilizado por apenas um usuário. Este modelo apresenta uma tripartição, onde os ambientes de serviço, social e íntimos são delimitados entre si. É visível uma distribuição desproporcional dos ambientes, tendo sua maior problemática na cozinha, visto que ela não suporta a locação de todos os equipamentos necessários, o que gera ao morador uma das maiores problemáticas deste modelo, segundo ele, foi necessário a remoção da porta que existia entre a cozinha e a sala para a inserção da geladeira. ESTENDAL O quarto possui uma ÁREA DE área que atende as necessidaBANHEIRO SERVIÇO dos do usuário, porém os espaços das varandas, são inutilizáveis para ele, acarretando a um desuso. Porém é a partir dessa área aberta que provém a maior quantidade de iluminação natural e de circulação do ar no interior do apartamento, visto que ela possui uma grande esquaCOZINHA dria de vidro permitindo que isso ocorra. O apartamento está locado em um condomínio, no qual um edifício de dois pavimentos é o responsável por distribuir todas as unidades. Neste condomínio, tem a oferta de uma vaga de estacionamento para SALA DE ESTAR cada apartamento e não possui áreas de convívio em comum.

Com base nesta observação, tomaremos a Universidade de Uberaba como foco projetual e a partir de um primeiro diagnóstico, analisaremos alguns modelos de apartamentos ofertados nos bairros Olinda e Universitários, a fim de identificar problemáticas em questões projetuais e evidenciar a visão dos seus usuários perante os seus usos no dia a dia.

QUARTO

VARANDA

1 METRO


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SALA DE ESTAR

SALA/COZINHA

SALA DE ESTAR

ESTENDAL

COZINHA

ÁREA DE SERVIÇO

IMAGENS DE ARQUIVO PESSOAL

COZINHA


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QUARTO

BANHEIRO

QUARTO

SALA DE ESTAR

ÁREA DE SERVIÇO

COZINHA

No segundo modelo, temos um apartamento de 55m² que está locado em um edifício de dois pavimentos, contendo seis unidades residenciais e garagem com uma vaga para cada apartamento, ele está localizado no bairro Olinda. Neste caso, ele possui dois quartos ocupados atualamente por dois moradores. Novamente a tripartição está presente, nota-se que a cozinha está totalmente isolada do principal ambiente de convívio dos moradores, que no caso seria a sala de estar. De todos os cômodos que possuem janelas, nenhum utiliza do sistema de ventilação cruzada, além de estarem voltados para a parede de divisa do lote vizinho, o que impossibilita a circulação de ar entre o interior do apartamento, causando uma elevada temperatura no seu interior durante os períodos mais quentes do ano. Os serviços da casa são dispostos a fim atender em comum todos os usuários, como o banheiro, cozinha e lavanderia. Essa tipologia não prevê nenhuma varanda ou área aberta para o usuário. De acordo com os moradores, além da separação entre a cozinha e a sala de estar, as problemáticas desse modelo estão na falta de um tratamento acústico em todo o edifício, a necessidade de haver uma área aberta, a falta de circulação de ar, gerando um enorme desconforto térmico, a falta de iluminação natural, devido ao tamanho reduzido das esquadrias, o modelo da cuba do banheiro gera um incômodo no seu uso e a eletricidade não suporta uma alta voltagem. 1 METRO


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BANHEIRO

IMAGENS DE ARQUIVO PESSOAL

COZINHA

QUARTO

COZINHA

QUARTO

SALA DE ESTAR


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BANHEIRO

VARANDA QUARTO

SALA DE ESTAR

QUARTO

COZINHA ÁREA DE SERVIÇO

Por fim, temos este modelo no qual possui dois quartos porém é utilizado por apenas um morador, tornado o segundo quarto como local de estudos. Este apartamento está localizado no segundo pavimento de um edifícios de dois andares, onde se tem a oferta de quatro unidades de moradia no piso superior e duas no inferior. O condomínio está localizado no bairro Universitário. Como todos os anteriores, este modelo também apresenta a tripartição dos setores de serviço, íntimo e publico, impossibilitando a integração dos usuários e a flexibilidade dos espaços. Diferente dos demais, a área de serviço deste modelo é aberta, além de possuir uma varanda em sacada, no qual estes dois elementos são os responsáveis por gerarem uma circulação do ar, resfriando os ambientes, além de fornecerem a iluminação natural para o interior do apartamento. O dimensionamento dos ambientes é permite a distribuição necessária dos equipamentos em cada local, de acordo com os usos. De acordo com o morador, o apartamento apresenta diversos pontos de infiltração nas paredes e no teto, além de uma problemática quanto a disposição do estacionamto. Quanto a acústica, este modelo não possui um tratamento ineficaz. 1 METRO


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SALA DE ESTAR

COZINHA

SALA DE ESTAR

BANHEIRO

COZINHA

ÁREA DE SERVIÇO

IMAGENS DE ARQUIVO PESSOAL

QUARTO


pesquisa de campo

44 Através do site ‘ProProfs’ foi realizado uma pesquisa online onde vinte participantes responderam um questionário de doze perguntas relacionadas a oferta da moradia estudantil voltada para alunos da Universidade de Uberaba. Com isso, obteve-se como respostas, os seguintes gráficos abaixos:

Além das pergutas direcionadas, foi realizada uma questão discursiva onde os estudantes levantaram pontos de carência nas atuais habitações, como: banheiros privativos, circulação de ar, acústica, integração dos espaços, áreas livres com espaços verdes, área de lazer, ambientes mais amplos e um menor custo.

CARACTERÍSTICAS DAS MORADIAS LEVANTAS


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SERVIÇOS QUE CARECEM


necessidades do usuário

46 Após realizar uma análise com base em todos os levantamentos obtidos através das pesquisas e análises das habitações estudantis ofertadas no mercado da cidade de Uberaba, descaram-se pontos de considerações fundamentais para a elaboração deste projeto. A diferença entre uma habitação estudantil com uma unifamiliar está nas necessidades e características que diferem os estudantes com relação aos demais indivíduos. Os estudantes, em sua maioria, estão em um processo de deixarem suas residências e adquirirem uma autonomia, junto da responsabilidade. Eles estão em um processo de amadurecimento e criação de personalidades, que acarretam em mudanças de gostos e hábitos cotidianamente, portanto os espaços que eles utilizam, possuem a necessidade de se adequarem de acordo com seus usuários. Os perfis dos jovens universitários variam de acordo com cada indivíduo, abrangendo desde solteiros que necessitam de privacidade, a grupos de amigos, casais e mães ou pais solteiros. Estes usuários tendem a criar laços afetivos entres si quando essas moradias oferecem espaços de convívio em comum, permitindo que aconteçam encontros entre eles e criando uma coexistência sócio espacial, pois apesar de serem locações temporárias, elas necessitam da existência de uma humanização nestes espaços. A seguir, listamos com base em toda a documentação teórica vista anteriormente, algumas das necessidades que são apontadas como essenciais para uma moradia estudantil.


47 • Melhor custo benefício no aluguel • Conexão com o restante da cidade através de transporte público • Tratamento acústico • Quartos e banheiros privativos • Lavanderia compartilhada • Cozinha compartilhada • Integração dos espaços internos • Áreas livres com vegetação • Espaços de convivência • Espaços de estudo compartilhados • Conforto térmico • Flexibilidade dos espaços • Iluminação natural


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estudos do local A área escolhida para a realização do projeto de habitação estudantil para a Universidade de Uberaba está localizada em um terreno já pertencente à instituição, onde atualmente identifica-se a existência de um edifício presente neste lote utilizado para estocagem e distribuição de materiais didáticos produzidos pela universidade. Este terreno faz divisa com uma das extremidades do estacionamento da instituição e possui uma ligação direta com a UNIUBE através de uma entrada para pedestres, que no momento está desativada, porém já equipada com uma guarita. Este lote é fornecido de vias em três de suas quatro extremidades, o que possibilita uma livre circulação. A área da cidade no qual se localiza, oferta num raio de até 1200 metros diversos serviços necessários aos usuários, como mercados, comércio, transporte público, hospitais, praças, parque, aeroporto e órgãos públicos.


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A escolha da área se deu devido à diversos fatores a fim de beneficiar os usuários. Apesar do terreno ter como proprietário a instituição para qual está voltada, sua localização se encontra externa à divisa do campus com a cidade, possibilitando a criação de uma conexão sócio espacial entre ambos, além de impossibilitar o impedimento de uso das habitações em períodos de recesso escolar. Apesar de possuir um edifício já consolidado, ele não possui um valor arquitetônico considerável, portanto poderá ser eliminado da área.


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VISTA A

VISTA B

IMAGENS DE ARQUIVO PESSOAL


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VISTA C

VISTA D

IMAGENS DE ARQUIVO PESSOAL


52 O plano diretor da cidade de Uberaba estabelece as seguintes legislações de acordo com a área de projeto, abaixo temos as tabelas apresentando as normativas para a elaboração do projeto de acordo com seu uso na ocupação escolhida. O lote está localizado no Macrozoneamento de Adensamento Controlado, dentro de uma Zona de Controle em Função da Saturação Viária, sendo ela classificada como ZR2 - Zona Residencial 2 *Área total construída ou área construída ou área total edificada: somatório das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação. (NR)


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Neste esquema é possivel observar um estudo sobre a trajetória solar com relação ao lote onde será implantado o projeto, analizando em quais faces do terreno que terão uma maior incidência solar durante determinados momentos do dia.


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A seguir temos uma análise dos fluxos de locomoção no interior do campus da UNIUBE a fim de proporcionar uma conexão da moradia estudantil com a universidade.

Fluxo Alto Fluxo Médio Fluxo Baixo


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MAPA DE USOS

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Com relação aos usos, a habitação predomina em relação aos demais, já o comercio se destaca apenas na Avenida Afrânio de Azevedo, voltado para os usuários da UNIUBE e uma pequena faixa na Rua Rio Grande do Norte, atendendo os moradores do bairro Universitário. Os demais pontos se espalham por toda a área se tornando específicos, sendo assim não se relacionam com os demais.


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MAPA DE GABARITO

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De acordo com o levantamento, identificamos que a predominância se dá nos edifícios de apenas um pavimento. As edificações de dois pavimentos estão localizadas, em sua grande parte na Rua Pernambuco, paralela à uma das faces do lote escolhido, já os edifícios de três ou mais pavimentos se encontram em um número muito reduzido.


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MAPA DE CHEIO E VAZIO

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O entorno da área escolhida é denso em relação ao número de construções, porém possui uma quantidade considerável de lotes vazios, sendo que de todos, o que possui a maior metragem quadrada, além da proximidade ao campus é o lote escolhido.


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MAPA DE SISTEMA VIÁRIO

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As vias que contornam o lote são predominantemente locais, sendo apenas a face noroeste voltada para uma via coletora. Temos a Avenida Afrânio de Azevedo como a via arterial mais próxima ao lote, com uma distância de aproximadamente 400 metros.


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MAPA DE TOPOGRAFIA

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O entorno da área possui uma topografia um tanto quanto acentuada, porém em seu atual estado, o lote possui níveis já definidos, sendo eles, dois platôs, interligados por taludes, portanto uma área no qual é possível utilizar da topografia existente representada por uma declividade de sete metros.


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habitação estudantil:

OCUPANDO O CAMPUS


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O presente capítulo irá apresentar o resultado projetual proposto pela temática habitação estudantil, baseado de acordo com a teoria já apresentada nos capítulos anteriores. Serão expostas as definições de cada conceito seguido de referências projetuais, apresentação do programa e finalizando com as ideias e estudos iniciais do projeto. Com base em todo o conteúdo estudado sobre habitação estudantil, optou-se por trabalhar com três conceitos para serem aplicados na proposta projetual, sendo eles: coexistência; coworking e coliving; flexibilidade.


coexistência

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co.e.xis.tên.ci.a [koiziʃˈtẽsjɐ]

‘Coexistência’ de acordo com o dicionário Michaelis significa, “ 1 Existência simultânea. 2 Convivência pacífica de sistemas políticos ou sociais contrários. ”, portanto identifica-se que a fundamentação desta palavra está no convívio entre os opostos. Enquanto trabalhada como um conceito aplicado aos espaços arquitetônicos, urbanísticas e paisagísticos a coexistência age de modo a aproximar diversos grupos sociais promovendo a quebra de paradigmas, a liberdade de expressão e convivência entre os indivíduos.


71 A essência da formação de um espaço público se dá através de seus usuários, sendo eles responsáveis por utilizarem estes espaços de modo a promoverem uma liberdade de interação entre si, porém sabe-se que essa ideia não ocorre exatamente como deveria. Os direitos de um cidadão no espaço público estão se tornando cada vez mais restritos devido a necessidade, imposta pela sociedade, de um comportamento caracterizado de acordo com o grupo dominante daquele espaço, que tendem a defender suas ideologias. Isso é um dos principais fatores que levam a promover uma solidão social, que pode ser notada através de um não uso de determinados espaços públicos, levando a uma das principais problemáticas destes espaços que é a insegurança. Ela pode ser encontrada na maioria dos espaços públicos, enquanto que um espaço particular se caracteriza por passar uma certa segurança aos seus usuários, por isso a relação do público x privado pode ser associada pela insegurança x segurança.


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A solução para essa problemáticas está na criação de um espaço público no qual se têm a melhoria dos serviços ofertados e a sua diversidade, acessibilidade em seus diversos sentidos, um tratamento estético atrativo, além de equipamentos e funções que possibilitem a pluralidade social se interagindo e utilizando os espaços fornecidos.


73 O relacionamento entre coexistência e habitação estudantil pode ser identificado através da simbologia no qual esses alojamentos representam, a fim de proporcionar locais de encontro, convivência e multiplicidades nos usos da habitação, como mostra os autores Gerson Costa e Pedro de Oliveira na citação abaixo: “As moradias estudantis desempenham um papel fundamental na formação social e política dos estudantes, pois, muito mais do que um imóvel utilizado como moradia pelos estudantes, possibilitam aos moradores o convívio pacifico e harmonioso com uma gama de indivíduos dos mais diversos e variáreis perfis/posicionamentos políticos; pessoas com histórias de vidas completamente distintas e oriundas de contextos sociais diversos que, convivendo coletivamente, estabelecem um ambiente heterogêneo, do ponto de vista sociológico, e fundamental para uma formação pessoal diferenciada para os estudantes.”

Portanto este conceito será aplicado ao projeto, de modo a solucionar tanto a relação de convívio entre os próprios estudantes, quanto a relação da cidade com o campus universitário, proporcionando a condição de haver uma coexistência sócio espacial entre os diversos grupos sociais envolvidos.


coworking . coliving

74 Coworking pode ser resumido basicamente como uma comunidade de trabalho colaborativo, visto que esse novo modo de pensar o ambiente e a forma de trabalho se dá através da coletividade. Ele surgiu em 2005 nos Estados Unidos, através do processo de criação de espaços para a realização do trabalho abrangendo profissionais de diversas áreas do conhecimento, compartilhando de uma mesma infraestrutura e rateando os gastos gerados.


75 Os motivos que levaram a necessidade da criação desses espaços se vão desde o auto custo de manutenção gerada para suprir as exigências de uma empresa, até às enormes desvantagens e problemáticas que uma residência pode proporcionar ao se desfrutar destes espaços na tentativa de exercer atividades profissionais.

Portanto, o coworking são espaços físicos privatizados os quais visam oferecer aos seus usuários uma infraestrutura temporária que será utilizada para a realização de serviços prestados por profissionais que não possuem um espaço físico de trabalho. Essas ofertas vão desde estações de trabalho a salas de reunião, salas privativas, salas para eventos e serviços em geral.


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Além de proporcionar ao profissional a possibilidade de haver gasto financeiro com o aluguel destes espaços apenas nos momentos necessários gerando uma economia de despesas, esse tipo de espaço proporciona ao usuário a convivência com profissionais de diversas áreas, promovendo um networking que beneficia sua atuação no mercado de trabalho.


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De acordo com o censo realizado pelo Movebla e Ekonomio em 2015, o mercado brasileiro possui um campo de 378 unidades ativas oferendo este tipo de serviço, sendo São Paulo o estado com a maior concentração de oferta em relação aos demais, totalizando um percentual de 56%, já o estado de Minas Gerais ocupa o segundo lugar deste ranking.


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79 Já o coliving é uma extensão do sistema anterior, porém possibilitando aos seus usuários a irem mais a fundo nos conceitos de convivência, trocas de experiências e o famoso networking. Este é um serviço mais atual, no qual são poucas as informações que o definem exatamente, porém sabe-se que ele tem o objetivo de fornecer aos usuários um alojamento que ofereça uma infraestrutura de trabalho e podendo ser contratado através de um aluguel temporário, além de oferece todos os serviços necessários para uma moradia.


80 O intuito é de conviver em um ambiente de trabalho, alimentando-se da experiência dos demais usuários e promovendo a coexistência espacial através da interação entre eles. Esta tipologia alternativa de hospedagem proporciona um aumento da produtividade, além de poupar o tempo perdido no deslocamento entre a residência e o ambiente de trabalho, pois ambos estão dividindo um mesmo espaço.

O contrato deste serviço pode ser semanal, mensal ou anual e varia de acordo com a escolha do contratante. Além da estadia são ofertadas atividades, workshop, acessorias, programas de incentivo e de acesso ao mercado, além de eventos festivos nos quais os usuários convocam os profissionais com os quais já possuem algum vínculo, proporcionando o crescimento de oportunidades de networking.


81 Portanto se caracteriza por um local onde os profissionais trabalham, convivem, trocam experiências, aprendem, festejam e descansam. Atualmente no Brasil tem-se o reconhecimento da oferta de apenas uma unidade coliving, localizado na cidade de São Paula, oferecendo este empreendimento, por valores a partir de 1.800 reais.

Conclui-se então que esta forma de oferta de serviços proporciona uma coexistência sócio espacial que poderá ser aplicada a fim de garantir a conexão da cidade com a universidade, além de utilizar dos conceitos experimentais que envolvem o coliving, na questão do oferecimento das habitações estudantis.


flexibilidade

82 Novamente, parte-se de uma consulta ao dicionário Michaelis, no qual se obtém como significado da palavra ‘Flexibilidade’ “1 Qualidade de flexível. 2 Aptidão para variadas coisas ou aplicações. 3 Submissão. 4 Docilidade. ” Mas, para conceitua-la, Ana Maria Esteves diz que “ Num primeiro momento o conceito sugere, quase imediatamente, movimento e mudança - uma associação muito simplista - podendo acrescentar-se que é algo que, ao mover-se, escapa à tradição e, se pode ser mudado, é sempre novo – uma nova realidade. ” Portanto, identificamos não apenas uma, mas diversas possibilidades de definições que podem ser aplicadas na ação de tornar algo flexível, como por exemplo a evolução, a mobilidade, a elasticidade e a polivalência. A evolução está relacionada com a questão de possibilitar crescimento, melhoria e adequação dos espaços físicos, a mobilidade está na adequação do espaço de acordo com as necessidades momentâneas do usuário, a elasticidade é caracterizada pela capacidade de haver diferentes usos para um mesmo local e por fim, a polivalência que é a alternativa de um mesmo espaço fornecer diversos serviços, porém sem a alteração física dos espaços.


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84 Em um projeto de arquitetura, ela pode ser aplicada em dois momentos distintos. Primeiramente na etapa de concretização das ideias de projeto, no qual é possível criar uma gama de possibilidades e alternativas projetuais a serem estudadas, possibilitando a escolha da qual for considerada a mais ideal. Porém, ela também pode ser trabalhada na etapa de pós projeto, onde aquele ambiente fornecerá a possibilidade de mudanças e adaptações de acordo com as preferencias do seu usuário.

Os motivos que levam a necessidade de uso da flexibilidade em um projeto, estão nas questões de liberdade de escolha a fim de atender as necessidades do usuário e oferecer a possibilidade de caracterização, modificação e variação, permitindo que a arquitetura dê uma resposta através de diversas disposições.


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A metodologia projetual é modificada no quesito de criação, onde surge a necessidade de haver um conhecimento técnico diferenciado, a fim de possibilitar a transformação da forma. De acordo com Gerard Maccreanor diz que a flexibilidade é “ uma ideia desenhada (que leva ao) colapso do esquema de distribuição convencional. ” O alerta que se deve ter, está na questão de não banalizar a identidade tanto da arquitetura quanto de seu criador sobre ela, tornando o objeto neutro.

Com isso concluímos que a aplicação deste conceito no projeto de habitação estudantil é fundamental, visto que o público alvo utilizará destes espaços em um momento de suas vidas no qual passara pela maior transformação de ideias e pensamentos, portanto o acompanhamento do espaço físico, no qual estará inserido terá o intuito de se adequar de acordo com seus modos e costumes, porém sem perder a essência arquitetônica do conceito de coexistência, visto que o estudante se relacionará com a sua moradia.


referĂŞncias projetuais

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Story Pod _ Atelier Kastelic Buffey

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O projeto desta minibiblioteca, utiliza a articulação de suas paredes a fim de realizar um convite ao usuário para o seu uso. Essa movimentação, realiza um processo de metamorfose dos espaços, apresentando espacialidades com diferentes dimensões.

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Villa Kanousan _ Yuusuke Karasawa Architects

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89 Esta casa possui uma forma exterior representada apenas por um cubo simples, porém no seu interior diversos volumes cúbicos rotacionados são inseridos, intersecionando com as paredes e proporcionando diferentes condições espaciais para cada quarto individualmente. Essa fusão de formas promove a coexistência entre a ordem e a diversidade é o ponto predominante no projeto.

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Moradia Estudantil Trondheim _ MEK Architects

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O projeto promove a integração social através de faixas sociais ao longo dos corredores de acesso aos apartamentos, onde os estudantes possam utilizar estes espaços coletivos de forma a cultivar a coexistência social. Em uma das fachadas do edifício, foram projetadas diversas aberturas de formal totalmente liberal, proporcionando uma quebra de ritmo.


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Basket Apartments _ Ofis Architects

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93 A ideia deste projeto foi a criação de diferentes tamanhos de ‘caixotes’, no qual são orientados aleatoriamente para diversificar os pontos de vista e proporcionando um movimento na fachada, tornando-a dinâmica e ao mesmo tempo quebrando a escala e proporção do edifício.

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Moradia Estudantil e Conselho Boeselburg _ Kresings GmbH

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95 A criação destas praças e caminhos, permitem o uso eficiente do espaço, o tornando permeável através de uma tortuosa sensação espacial. A mista tipologia de usuários permitiu a criação uma grande variante de apartamentos, se ajustando aos mais diversos casos.

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CROU _ Olgga Architects

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A ideia deste projeto está na criação de habitações simples, utilizando a estrutura de contêineres, onde é proposto um equipamento no seu interior, locando às áreas molhadas e permitindo a livre circulação do usuário.


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Storefront For Art and Architecture

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99 Este projeto, propõe o deslocamento de placas da fachada a fim de proporcionar uma integração do interior com o exterior, proporcionados por uma flexibilidade de painéis que sugerem usos em comum, expandindo o espaço interior da galeria, para a calçada.

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Casa Sharifi-ha Nextoffice - Alireza Taghaboni

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A movimentação proporcionada através da rotação de ambientes espacializados em volumes e projetando-os para o externo do edifício, permite a configuração de acordo com as condições climáticas do local.

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lista de atividades


AUTONOMIA MUTÁVEL

PROXIMIDADE

VIDA CAMPUS

CÁPSULA RELAÇÕES TRABALHO

IDEIAS

BEM-ESTAR

INTEGRAÇÃO

DIVERSIDADE CASA

ESPAÇO

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programa de necessidades

EDIFÍCIO HABITACIONAL ESTUDANTIL Apartamentos: Os modelos dos apartamentos serão apresentados através de três tipologias, sendo elas a individual, dupla e tripla, oferecendo espaços de leito, cozinha, sanitário e área de convívio. Circulação: As circulações do edifício ocorrerão de modo horizontal através de corredores e de modo vertical através de escadas e elevadores. Áreas de Estudos: Será contemplada com espaço para leitura, estações de trabalho e espaço para reuniões onde os moradores poderão usufruir deste serviço. Lavanderia: A lavanderia será para uso coletivo de todos os moradores, apresentando um espaço para maquinas, tanques e secadoras, além de um estendal. Estacionamento: O estacionamento será localizado no subterrâneo e serão fornecidas vagas de acordo com a tipologia dos apartamentos, além de abranger os usuários do coworking.


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COWORKING

PRAÇA

Administração: Ela será responsável por receber os usuários e servi-los direcionando-os de acordo com os serviços desejados.

Áreas Verdes: Espaços com vegetações gramíneas e árvores que servirão tanto para a contemplação, como para a utilização de todos os usuários da praça, além de contribuir com a taxa de permeabilidade.

Estações de Trabalho: Essas estações serão ofertadas para uso privado, provida de equipamentos necessários para a execução de trabalhos em computadores. Mesas de trabalho compartilhadas: São locais onde o trabalho será realizado compartilhando os espaços fornecidos e promovendo a integração entre os usuários. Salas de Reunião: Espaços exclusivos e reservados para que haja reuniões entre os trabalhadores e seus clientes. Salas de Apresentações: São ambientes reservados que fornecerão projetores, lousas e todo o mobiliário necessário para apresentações, workshop e palestras. Café: Ele servirá como suporte para o coworking, onde os usuários poderão acessar a este serviço. Sanitários: Utilizados para servirem os usuários e funcionários do escritório. DML: Espaço destinado para o armazenamento de materiais de limpeza e outros que virão a surgir.

Espaço Cultural: Estes locais proporcionarão a integração do usuário com o local, podendo ser realizadas amostras, palestras, reuniões e outras atividade culturais. Circulação: A circulação da praça será vertical permitindo a fluidez do terreno para a conexão das moradias do entorno com o campus universitário, além de dissipar pela área, proporcionando o ingresso às moradias. Espaços de Repouso: São áreas fornecidas para que haja uma convivência entre os usuários da praça, possibilitando que sejam utilizadas para relaxamento, descontração e lazer.


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estudos projetuais

LEGENDA EDIFÍCIO ACESSO À UNIUBE PERCURSOS


107 Para iniciar os estudos projetuais, levou-se em conta todo o levantamento teórico realizado a fim de gerar uma base para o tema. Considerando o entorno do lote e o seu papel de conector da UNIUBE com o bairro no qual está localizado, realizou-se estudos de implantação que zonearam os usos permitindo a criação de eixos de percursos.

Porém ao resgatar o principal conceito do projeto, que é a coexistência, percebe-se que todos estes modelos de implantação estão ‘zoneado’ os usos, sem promover a integração entre eles. Por isso, considerou-se o modelo acima, onde não se delimita qual uso será realizado em determinado local, possibilitando que haja uma fusão entre esses espaços. Devido a topografia do terreno possuir um disnível de sete metros, foi pensado a criação de quatro níveis diferentes, no qual serão responsáveis para a aplicação do projeto.


108 Nessas quatro faixas de topografia, são inseridas as unidades habitacionais juntamente com o cowoking e serão criados espaços abertos que irão permitir que os usuários dos locais de livre acesso possam entrar em contato com os moradores, proporcionando assim a coexistência. Devido o campus da universidade possuir uma forte característica devido ao seu paisagismo, ele será prolongado para fora da universidade de modo a convidar os moradores da cidade a participarem desta atmosfera.


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Além da vegetação, como elemento natural, será proposto a utilização da água, a fim de criar um microclima agradável aos usuários e contribuir com a questão sensorial dos espaços. O reflexo do céu nos espelhos d’agua trarão aos estudantes a serenidade e um bem estar.


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