SALVADOR, SÁBADO, 29 DE AGOSTO DE 2015
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À sombra do medo
Pais e filhos foram separados em Auschwitz, na Polônia, campo de concentração onde aconteceu um dos piores horrores da história
Tempos de guerra
Fotos Divulgação
Há 70 anos, a Segunda Guerra Mundial acabou, mas isso nunca será esquecido BRUNA CASTELO BRANCO
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o dia 2 de setembro, na próxima quarta-feira, vai fazer 70 anos que o maior conflito da história, a Segunda Guerra Mundial, chegou oficialmente ao fim. Milhares de crianças ficaram órfãs, perderam a casa ou foram exploradas e mortas em campos de trabalho forçado, os campos de concentração. A guerra, que começou em 1939 e terminou em 1945, dividiu o mundo em dois lados: os Aliados, liderados pela Rússia, Inglaterra, França e Estados Unidos, e o Eixo, comandado pela Alemanha, Itália e Japão. Considerada a grande
culpada pela Primeira Guerra (1914-1918), a Alemanha teve de pagar multas altíssimas aos países vencedores, além de perder territórios. Com o país sem dinheiro, não havia mais empregos e o povo passava fome. Em um momento de medo e crise, o bigodudo Adolf Hitler se tornou chanceler e prometeu que a Alemanha seria rica de novo. Ele fundou o nazismo e pregou que o país só voltaria a crescer se alguns povos fossem eliminados. Depois de contar a mesma mentira mil vezes, muita gente acreditou. E assim começou uma nova guerra.
Crianças fotografadas como prisioneiras ao entrar em Auschwitz
O Brasil foi à guerra O Brasil demorou para decidir se apoiava os Aliados ou o Eixo. De acordo com o historiador Carlos Nazaré, depois que navios brasileiros foram afundados e por pressão dos Estados Unidos que o presidente-ditador Getúlio Vargas finalmente escolheu: em agosto de 1942, declarou guerra contra o Eixo.
Em 1943, soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) foram organizados, e, um ano mais tarde, com a ajuda da Força Aérea Brasileira (FAB), 25 mil militares partiram para combater na Itália. Ainda não há um acordo sobre quantos não voltaram: alguns historiadores dizem que foram cerca de 200, outros, 900.
Aos 13 anos, uma menina chamada Anne Frank foi obrigada a abandonar a casa, o gatinho preto e a escola. Muitas crianças passaram por isso, mas ela ficou conhecida por ter escrito um diário que, mais tarde, foi publicado por seu pai (leia na página 7). Imagine se você fosse perseguido por fazer parte de uma cultura considerada errada por um grupo de pessoas? Milhares de crianças, adultos e idosos foram presos e obrigados a trabalhar dia e noite para o governo alemão. Pais e filhos foram separados em campos de concentração diferentes. O mais conhecido, Auschwitz, para onde Anne e sua família foram levados, fica na Polônia. O historiador Rafael Dantas explicou que os prisioneiros tiveram que produzir armas para ajudar o país a ganhar o conflito. O extermínio de judeus, negros, ciganos e pessoas com deficiência foi chamado de holocausto. Mais de 1,5 milhão de crianças foram mortas. Muitas foram assassinadas assim que nasceram, outras ficaram subnutridas e doentes, como Anne e sua irmã, Margot. A Alemanha perdeu a guerra e os sobreviventes foram libertados, mas os crimes cometidos nunca foram esquecidos.