A TARDI N HA
SALVADOR SÁBADO 1/6/2019
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Fotos: Felipe Iruatã / Ag. A TARDE
Ana Clara estudou sobre o tema água
Para Ana Beatriz, a prática é fundamental
Dimitri: “Todos se desenvolvem com pesquisa”
A ciência explica!
Pesquisas realizadas nas escolas estimulam a curiosidade das crianças e a produção de conhecimento
Ana Clara Monteiro, 11, aprendeu coisas que nunca imaginou quando participou das feiras de ciência da escola onde estuda. Um dos assuntos que pesquisou foi sobre a água. Ela e o grupo precisavam pensar em um projeto que tivesse a ver com o tema. Foi daí que nasceu o sensor de abertura de torneira, ou, como ela prefere chamar, o “SAT”. “É um alarme que toca quando a torneira está pingando. A ideia é economizar água”, conta. Segundo Ana Clara, depois de muito estudo ela começou a entender o quanto desperdiçamos o precioso líquido. “Senti que depois da feira de ciências me preocupei mais com o consumo”.
Uendel Galter / Ag. A TARDE
ALINE LARANJEIRA
Lívia, Cristiano e Gustavo estudaram o mosquito da dengue
Participar de feiras e realizar pesquisas, como Ana fez, é uma experiência bastante especial, pois também é uma oportunidade de colocar a mão na massa.
Para Ana Beatriz Fontana, 12, a prática ajuda a entender melhor o funcionamento das coisas. “Quando eu participo das feiras, vejo cada vez mais o quanto a teoria vista
em sala é diferente da prática”. DENGUE
Lívia Maria Nascimento, 10, e Cristiano Marinho, 10, trabalharam com
textos científicos, a fim de entender melhor sobre o mosquito da dengue. Eles fizeram maquetes e cartazes mostrando atitudes para se combater o mosquito. Depois
tornaram-se multiplicadores do que aprenderam. “A gente apresentou para outros alunos tudo o que vimos. Foi muito legal”, diz ela. Por causa do trabalho, Cristiano tornou-se ainda mais interessado e percebeu o quanto pesquisar é importante, não só para ele, mas para a sociedade. “A pesquisa é importante porque a gente multiplica o que aprende e anuncia invenções que podem mudar nossa vida”. Dimitri Garcia, 12, também já participou de feiras científicas e compreendeu o quanto a humanidade precisa da ciência: “Todos se desenvolvem com a pesquisa. Se isso não existe, nós ficamos sem tecnologias e não avançamos”.
[ leia ] Raul Taburin Autor: Sempé Sesi-SP Editora 96 páginas R$ 44
Como andar de bicicleta
FÁBIO FREITAS
Divulgação
BRUNA CASTELO BRANCO
Dizem que quando a gente aprende a andar de bicicleta, nunca mais esquece. E quando aprende a consertá-la? O livro Raul Taburin, do ilustrador francês Jean-Jacques Sempé, conta a história do mecânico de bicicleta mais famoso da
Já pensou numa casa de chocolate?
cidadezinha de Saint-Céron, na França. Ele era tão querido que os moradores do vilarejo passaram a chamar as
BRUNO AZIZ
bicicletas de “taburinha”, em homenagem a ele. Mas, como toda gente, Raul guardava um segredo, uma coisa
inimaginável: ele não sabia andar de bicicleta. Entendia tudo da mecânica, mas parava por aí. Nem pensava em se equilibrar em duas rodas. Será que ele aprende? E se aprende, será que esquece?
Já pensou em comer um chocolate feito de cimento? Ou morar em uma casa de tijolos e chocolate? Isso parece bem estranho, mas os estudos têm mostrado que chocolate e concreto têm muito mais em comum do que podemos imaginar. Para fazer o concreto, se utiliza cimento misturado com água. A mistura vai transformando o pó do cimento em uma massa líquida, que com o tempo vai endurecendo. Daí podemos fazer vasos, móveis ou grudar tijolos com ele. O chocolate é feito com cacau em pó e
gordura. Serve para fazer chocolate, até porque ninguém quer desperdiçar algo tão gostoso assim para fazer outras coisas. Imagina o risco de fazer uma casa de chocolate, chegar da escola e encontrá-la cheia de mordidas pelas paredes? Então, é bem possível que nunca vá ter uma casa de chocolate de verdade, mas esses estudos podem ajudar a ser mais fácil fazer chocolate. Com isso, teremos chocolate mais gostoso e mais barato. Isso mostra como fazer ciência pode ser algo bem gostoso. Literalmente. FÁBIO FREITAS É FÍSICO E PROFESSOR DO INSTITUTO DE FÍSICA DA UFBA