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SALVADOR, SÁBADO, 19 DE SETEMBRO DE 2015

Bruna Assis Brasil / Divulgação

Coisas que nunca acabam

O desenho das músicas Série Músicas para Ler transforma em livros com belas ilustrações alguns hits do pop e do rock nacionais

Loro Verz / Divulgação

BRUNA CASTELO BRANCO

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ocê tem um poema preferido? Imagine se ele tivesse som e ritmo e você pudesse dançá-lo em vez de lê-lo. Não seria divertido? E se também fosse possível ler música como se fosse uma história com início, meio e fim? Foi pensando nisso que o editor de textos Danilo Belchior criou a coleção Músicas para Ler. Até agora, duas canções ganharam ilustrações e viraram livro: Oito anos, de Paula Toller, e Família, de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto, que tocaram juntos em uma banda de rock chamada Titãs. POESIA DESENHADA

São tantas músicas que existem no Brasil que é difícil imaginar o porquê dessas duas serem as escolhidas. Mas, de acordo com Danilo, ele teve a ideia de criar os livros justamente depois de ter ouvido Oito anos. “Eu percebi que tem uma letra muito elaborada, com uma narrativa que poderia gerar ilustrações. Aí surgiu o conceito da coleção, com a

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Questionamentos de um menino de oito anos e cenas de família marcam estreia da série

pergunta: ‘Se música é poesia, o lugar dela é no rádio ou no livro?’”. Por isso que o trabalho dos ilustradores, que precisam transformar em desenhos aquilo o que é palavra, é tão importante. Bruna Assis Brasil, que ilustrou a música de Paula Toller, contou que esse foi o livro mais diferente que já fez, cheio de poesia e criatividade. “O texto era muito poético e isso fez com que não tivesse limites para as minhas ideias. O que achei muito legal foi que tive total liberdade para criar as ilustrações”, relembrou.

[ leia ] Oito Anos Autora: Paula Toller Ilustradora: Bruna Assis Brasil Editora Salamandra 34 páginas Preço: R$ 39

Família Autor: Arnaldo Antunes, Tony Bellotto Ilustrador: Loro Verz Editora Salamandra 34 páginas Preço: R$ 39

Mesmo com suas diferenças, você já percebeu que as famílias brasileiras têm muito em comum? Alguns hábitos, por mais antigos que sejam, nunca mudam. Para Tony Bellotto, “as famílias não mudaram muito desde a Idade da Pedra. Tem coisas que são iguais, mesmo com o passar das décadas: nossos pais continuam inventando nossos nomes antes de a gente decidir quais nomes queremos ter e vivem no nosso pé”. Sabe o que também não muda? A nossa mania de perguntar. E não é para mudar mesmo! Quem nunca se questionou de onde os filhos saem ou por que os dentes caem? Foi a partir das dúvidas do filho Gabriel, que Paula Toller escreveu a música Oito anos. Apesar de hoje já ser adulto, ele ainda não conseguiu tirar todas as dúvidas cantadas pela mãe. “Ele continua curioso e adora imaginar histórias para contar em forma de cinema e televisão”, disse Paula. E quem disse que, quando a gente cresce, passa a saber tudo?


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