4e5
Além da Mona Lisa
Fotos: Fernando Vivas/ Ag. A TARDE
As invenções do artista e cientista Leonardo da Vinci estão em exibição imperdível em Salvador BRUNA CASTELO BRANCO
E
le foi cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. Nasceu no século 15, no ano de 1452, no início do Renascimento, no lugar que hoje conhecemos como Itália. Já conseguiu adivinhar de quem estamos falando? Leonardo Da Vinci! É para mostrar que as obras do artista matemático vão muito além da famosa A Mona Lisa e do quadro A Última Ceia que Da Vinci – a exibição chegou a Salvador, e vai ficar até o dia 17 de janeiro de 2016, no Salvador Shopping. Lá você vai poder conhecer e brincar com engenhocas como um piano portátil, o projetor de luz, caixa com uma vela, muito útil para apresentações de teatro, uma sala de espelhos e a primeira asa-delta de todas. Você sabia que foi uma dessas RENASCIMENTO invenções que
Período marcado por transformações nas artes, cultura, religião, filosofia, economia e política na Europa. Nessa época, entre os séculos 15 e 16, surgiram muitos artistas e universidades naquele continente. O nome é “Renascimento” por ser a retomada dos ideais da Grécia Antiga
Os irmãos Fernando Greca, 4, e Enzo, 9, em frente ao quadro A Mona Lisa
CIDADE PERFEITA (MAQUETE) Para evitar doenças, arquitetos começaram a planejar cidades mais limpas. Foi aí que Da Vinci fez esse projeto de cidade ideal, com ruas largas, prédios de vários andares e canais com acesso ao mar
SALVADOR, SÁBADO, 28 DE NOVEMBRO DE 2015
ROLDANA DE TRANSMISSÃO GRANDE Em experiências, Da Vinci viu que elas diminuíam o esforço para levantar cargas. A intenção era facilitar o manuseio de objetos pesados
A MONA LISA Hoje se sabe que essa obra representa uma mulher chamada Lisa Gherardini, esposa de Francesco di Bartolomeo Giocondo, um comerciante italiano
inspirou a criação do helicóptero? O nome é parafuso aéreo e, na época, era algo impensável de existir. Para quem gosta de pintura, a exposição também trouxe réplicas de quadros famosos. Antes de visitar a mostra, os irmãos Enzo, 9, e Fernando Greca, 4, não sabiam que Da Vinci era, além de artista, inventor. A única obra que eles já conheciam era A Mona Lisa. Já Guilherme Pimentel, 8, nunca tinha ouvido falar desse inventor de tantos talentos. Guilherme costuma ir a museus com a mãe, Graziele, mas é a primeira vez que pode tocar nas peças expostas. “Assim é mais legal do que ficar só olhando”, disse. De todas as invenções que viu, duas foram as preferidas: o escafandro, “porque é muito esquisito”, e o tambor mecânico.
À frente do seu tempo ESCAFANDRO Da Vinci imaginou várias invenções para respirar debaixo d’água. O escafandro é uma roupa de mergulho em couro, que tem uma máscara feita com um saco e dois tubos. Na foto, Guilherme Pimentel, 8, e a engenhoca aquática QUARTO DOS ESPELHOS É uma forma de estudar o segredo dos reflexos. Leonardo da Vinci foi o primeiro cientista a descobrir que o olho humano captava a luz para poder enxergar
TAMBOR MECÂNICO Um carrinho com rodas e um tambor montado na traseira. Pode não parecer, mas esse é um instrumento de guerra. Na época, os tambores eram usados para tocar marchas militares, e a ideia de Da Vinci foi fazer o adversário acreditar que o número de soldados nas tropas era bem maior
Ele adorava cavalos e era vegetariano Antes de ser qualquer coisa na vida, todo mundo é criança. Com Da Vinci não foi diferente. Apaixonado por cavalos, ele passou a infância inteira no meio rural, e isso pode ser visto em suas obras de arte e pesquisas científicas.
O amor pela natureza fez com que virasse vegetariano (quem come vegetais e nada de origem animal), escreveu seu amigo, o artista Giorgio Vasari. Da Vinci também tinha uma mania diferente: comprar pássaros na gaiola para
libertá-los. Ah, e ainda tem mais uma curiosidade legal: como era canhoto (usava preferencialmente a mão esquerda), ele sempre escrevia de trás para a frente. Dessa maneira, não corria o risco de borrar a tinta das palavras.
Mesmo com toda a sua produção científica, Leonardo da Vinci acabou ficando mais conhecido como pintor. Por quê? “Em parte porque era um artista genial. Ele influenciou muitos artistas da época, mesmo não tendo pintado tantos quadros”, explicou a arquiteta e professora de história da arte Alejandra Muñoz. Para Érico de Angelis, responsável pela exposição, há outra razão para essa fama. “É porque a maioria das invenções acabou ficando só no papel. As telas sempre puderam ser vistas”. Uma dessas ideias mais interessantes foi pensar o formato da construção da cidade como o corpo humano. “O lugar onde
fica o nosso cérebro corresponderia ao centro do poder, a administração da cidade”, contou Alejandra. Naquele tempo, havia outros artistas e cientistas importantes. Da Vinci se destacou também porque ficou amigo de nobres europeus, disse ela. Na exposição em Salvador, há 80 peças. Algumas foram construídas ainda no século 15, outras são mais recentes, explicou Érico de Angelis. “Quem construiu tudo foram artesãos italianos, de acordo com os projetos escritos por Da Vinci. Na época, ele não conseguiu construir tudo, por isso ficou na imaginação. A gente diz que ele era um homem que pensava muito à frente do próprio tempo”.
[ vá lá ] Da Vinci – A Exibição / Até 17 de janeiro de 2016 / Segunda a sábado, das 9h às 21h, e domingo, das 12h às 20h / Salvador Shopping (estacionamento externo, piso L1) / Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Segunda: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)