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SALVADOR, SÁBADO, 5 DE DEZEMBRO DE 2015

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Brigadeiro é muito doce Marília Souza, 8, é uma menina tímida, mas cheia de amigos, tanto na escola quanto na Caasah. Ela foi morar lá quando ainda era bebê, e hoje tem contato com uma tia, que a visita bastante. Marília gosta de brincar de bonecas e de ver desenhos e filmes na

VIVER DE OUTRA MANEIRA

As brincadeiras na Caasah são como em qualquer lugar: tem boneca, bola e brinquedo favorito

No mês da luta mundial contra a aids, meninos e meninas mostram que a infância se impõe e supera desafios

Fotos Fernando Vivas/Ag. A Tarde

BRUNA CASTELO BRANCO

T

Tem gente que mora com o pai e a mãe, tem quem vive só com um deles, alguns têm duas mães ou dois pais. E todos são uma família. É por isso que a Caasah (Casa de Apoio e Assistência do Portador do Vírus HIV Aids), onde moram pessoas com aids, é também um lar para todas elas. Para lembrar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, vamos explicar: o que é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a Aids? O fisioterapeuta da Caasah, Adriano Rodrigues, contou que essa doença age nas nossas células de defesa.

São elas que nos ajudam a não gripar depois de tomar chuva, por exemplo (leia a coluna de Ciência, na pág 7). Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia, até o dia 8 de setembro de 2015, oito crianças foram diagnosticadas com aids na Bahia. A boa notícia é que nesse número tem 40 meninos e meninas a menos do que em 2010. A VIDA SEGUE

No passado, descobrir que tinha aids era saber que restava pouco tempo de vida. Hoje, com todos os cuidados, dá para viver como qualquer criança. “É importante tomar os remédios e cuidar da higiene pessoal”, explicou

Adriano Rodrigues. As crianças com aids podem contrair o vírus antes ou depois de nascer. “A mãe pode passar para o filho na gravidez, durante o parto ou na amamentação”, explicou o médico Claudílson Bastos. Mas, se todos os cuidados forem tomados, há 98% de chances de que a criança se torne soronegativa, ou seja: ela pode viver como quem não tem o vírus. Na Caasah, a psicóloga Rafaela Sales faz atividades em grupo. “Mostramos a importância de lidar com as dificuldades”. Infelizmente, ainda há o preconceito. Por isso, nesta matéria, os nomes das crianças foram trocados.

“Na escola a gente brinca de pega-pega e esconde- esconde. E eu também sei pular corda” Marília Souza, 8 anos

televisão. O preferido? “Frozen, porque tem Anna, Elsa e o Olaf, que é meu personagem preferido”, explicou. Na TV, ela assiste Pepa com os amigos da Caasah. Marília também adora brincar de correr. “Na escola a gente brinca de

pega-pega e esconde-esconde. E eu também sei pular corda”. Assim como todas as crianças com aids, Marília vive normalmente, e, como explicou Adriano Rodrigues, pode comer de tudo. “Só não gosto de brigadeiro. É muito doce”.

O herói de Jorge O filme que Jorge Almeida, 11, mais gosta e assistiu mais de uma vez é Capitão América, mas o super herói favorito dele é o Superman. “Eu gosto do filme do Capitão América porque ele fica forte”. Na escola, ele é bom em português, mas já sabe o que quer ser quando crescer: jogador de futebol. Torcedor do Bahia, Jorge tem outro esporte favorito e que também

pratica, muay thai. A família que tem fora da Caasah é a tia, que sempre o visita, além de todos os amigos, que também vão lá brincar quando podem. JEle já se diz grandinho demais para ver desenhos animados, mas não dispensa um bom livro e um prato de macarrão. “Eu já li oito livros”. Não tem um cantor preferido, mas costuma ouvir as músicas de MC Gui quando pode.

Uma caixa bem especial “Meu coração é enorme!” Sofia Machado, 12 anos

Sofia Machado, 12, adora estudar ciências e quer ser professora. Não tem mais pai nem mãe, por isso os amigos da Caasah são a família dela. Ela também não gosta muito de ver filme e TV, prefere brincar de boneca. A única novela que gosta de assistir é Carrossel, mas se tem

alguém que Sofia adora, é uma cantora brasileira. Você consegue imaginar quem é? “Anitta, claro”. Além de Anitta, gosta muito de três coisas: do Natal, da boneca que ganhou de presente e de uma caixa em formato de coração. O Natal, porque todo mundo fica mais feliz,

da boneca, porque “todos brincam com ela” e do coração, porque é onde guarda uma foto de quando era pequenininha. Antes de nos mostrar a caixa em forma de coração, cheia de recortes de revista colados em cima, avisou logo: “Meu coração é enorme!”.


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