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A TARDI N HA
SALVADOR SÁBADO 17/3/2018
MARCOS BOBÓ
Sabe aqueles monstrinhos apaixonantes? Na verdade... meio apaixonantes? Pois bem, Mordisco é um deles. Comer e morder é com ele mesmo. A criatura até escreveu uma lista para não esquecer de: 1. Fugir; 2. Comer uma montanha; 3. Beber o oceano. Apesar dessa fome imensa, ele também não dispensa patinhos de borracha, mas sabe do que ele mais gosta? Livros de papel. No livro Mordisco – O Monstro de Livro, a gente se vira, de página em página, para acompanhar O Monstro de Livro em sua trilha esfomeada. De tanto morder as páginas, ele acaba entrando em outras histórias. E lá vai ele se disfarçando de Chapeuzinho Vermelho e mudando toda a aventura (hahaha!). Acha que ele se cansa? Não! Segue tocando terror e aprontando em outras, como a de João e o Pé de Feijão e a de Rapunzel. Quem será que vai conseguir fazê-lo parar de deixar as mordidas (e os buracos!) nas páginas das histórias? A galinha dos ovos de ouro? A vó de Chapeuzinho? Você? Quem escreveu essa história incrível foi a britânica Emma Yarlett.
Conheça o incrível Mordisco, monstrinho criado pela escritora Emma Yarlett
Partiu, morder! Ela não apenas escreveu, mas também ilustrou e fez um lindo projeto em que há até livros dentro do livro. Há muitas formas de contar uma história, mas nessa a autora parece ter encontrado a forma perfeita. Ou você acha que Mordisco não deu suas mordidas e fez um belo estrago no livro dela também? Emma é um verdadeiro talento. Também foi ela que escreveu outra aventura: Mordisco – O Guia dos Dinossauros. Desta vez, ela pensava que ia tratar daquelas espécies enormes e... quem aparece por lá? Acertou, Mordisco! Do alto (quer dizer, do baixo) dos seus 15cm, o monstrinho “com dois chifres, dentes afiados, barriga cheia de livros e cérebro travesso”, vai ser perseguido por seres gigantes, como os
Tricerátopos, que tinham três chifres, de 400 a 800 dentes e eram super temidos. Mas eles não conheciam Mordisco, que até vai competir com os Diplodocos para ver quem come mais, e vai correr muito perigo. Será que ele consegue escapar?
[ leia ] O criativo projeto gráfico faz o livro ainda mais divertido
Mordisco - O monstro de livro Autor: Emma Yarlett | Editora: Ciranda Cultural | 32 p. R$ 44,90 (A partir dos 4 anos)
[ leia ] Mordisco - O guia dos dinossauros | Autor: Emma Yarlett | Editora: Ciranda Cultural | 32 p. | R$ 44,90 (A partir dos 4 anos) Raul Spinassé / Ag. A TARDE
A primeira biblioteca do mundo Bruno Aziz
BRUNA CASTELO BRANCO
Esse nosso gosto por guardar e cuidar dos livros não é novidade. Há mais de 2.700 anos, em uma cidade no Oriente Médio que hoje nem existe mais, Nínive, foi erguida a primeira biblioteca do mundo, a Biblioteca de Nínive (ou Biblioteca de Assurbanípal, para quem gosta de palavras difíceis). Muito interessado em arte e literatura, o rei Assurbanipal II, do Império Assírio, mandou construir uma biblioteca em seu palácio, onde passava horas trancafiado se deleitando com todo o tipo de leitura que podia encontrar. Naquela época, os livros eram muito diferentes desses que conhecemos hoje. Ao invés de papel e tinta, eram feitos de placas grossas de argila,
Buracos no céu FÁBIO FREITAS
gravadas através de uma ferramenta de metal. Se você fosse, de repente, transportado para a Biblioteca de Nínive, talvez estranhasse o homenzinho de coroa e roupas esquisitas debruçado sobre uma pilha de pedras, sem sequer suspeitar estar
BRUNO AZIZ
rodeado pelos primeiros livros do mundo! Falando em bibliotecas, você sabia que na última segunda-feira, dia 12 de março, foi comemorado o Dia Nacional do Bibliotecário? Se não, ainda está em tempo! Vá até a biblioteca mais próxima (a da sua escola
também vale!) e parabenize aqueles que dedicam todos os seus dias a zelar pelos livros. Sem dúvidas, eles também têm muitas histórias para contar. A todos os bibliotecários, o A Tardinha manda o mais sincero “muito obrigado”.
Stephen Hawking, que faleceu essa semana, foi um dos físicos mais importantes do nosso século. Ele dedicou toda sua vida a entender como o universo surgiu, como ele é hoje e como vai ser no futuro. Seu trabalho mais importante foi sobre buracos negros. De vez em quando, algumas estrelas muito grandes ficam mais pesadas do que elas próprias podem suportar. Quando isso acontece, toda a estrela fica concentrada num pedaço muito pequeno, que passa a atrair tudo que está próximo, sem deixar
nada escapar, nem mesmo a luz. Como a luz não escapa, quando procuramos esses buracos no céu, só é possível enxergar um buraco sem luz alguma, com outras coisas girando em torno dele, como planetas, estrelas e galáxias inteiras. Antes de Stephen Hawking, já havia aparecido a ideia de buracos negros, mas não parecia ser possível isso existir de verdade. Ele conseguiu mostrar como eles funcionavam, o que acontecia lá dentro, o que motivou pesquisadores a rodar o céu até encontrar esses buracos que estavam faltando. Bruno Aziz