Revista Criatividade

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Maio 2016 Fazer o que está ao alcance de todos / Maquinário manual / Curitibas /

FABER CASTELL

CRIATIVIDADE Mergulhando na inovação sustentabilidade, cultura & viagem


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Editorial

Bem-vindos! Esta é a primeira edição da Revista Criatividade. Ela é inspirada no dia a dia e nos interesses de arquitetos, designers, desenhistas e todo tipo de artista que gosta de explorar sua criatividade das mais variadas formas. Criatividade busca explorar os conteúdos de forma mais visual, mas ainda assim clean e sútil aos olhos. Aqui, você vai ler sobre histórias das cidades e vai botar o “Pé na Estrada” com a gente! Na “Catálogo” você vai saber das últimas novidades sobre o universo das artes. Já a “Aquarela” e “Pinte” são reservadas a sua inspiração. Contamos com as seções “Perfil” e “EcoMundo” para te mostrar um ponto alternativo sobre o mundo. Esperamos com essa revista abordar os assuntos que você quer ver. Por isso, temos uma seção especial – a “Portfólio”- que terá a cada edição um tema para que você, leitor, compartilhe suas criações com a gente. Sejam bem-vindos e aproveite sua leitura. Repórteres e editores: Anne Caroline Gonçalves Cibele Mendes Rebeca Bergue Arte e diagramação: Bruno Leão

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Índice

pág. 5 Portfólio Destaques Faber-Castell

pág. 7 Citizen Olhares de São Paulo e Curitiba

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pág. 9 Catálogo Cultura

pág. 12 Aquarela Reflita


pág 13. Pinte Divirta-se!

pág. 15 EcoMundo Fazer o que está ao alcance de todos

pág. 17 Perfil

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Máquina manual

pág 19 Pé na estrada Curitibas

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Portf贸lio

@vivian_wise

@rapoonzel_ze

DESCUBRA O UNIVERSO

FABER CASTELL Gostaria que sua foto fosse destaque na revista? Marque @faber_castell_br no seu instagram!

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@meuolhardomundo


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Citizen

Fotogrรกfo: Anne Caroline Clique de Sรฃo Paulo (SP)

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Fotogrรกfo: Anne Caroline Clique de Curitiba (PR)

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Catálogo

Por Rebeca Bergue

A EXPOSIÇÃO PICASSO: mão erudita, olho selvagem chegou em São Paulo no dia 22 de maio, trazendo um vasto acervo de trabalhos do artista, pertencente Musée National Picasso-Paris. Com curadoria de Emilia Philippot, também curadora do museu francês, a mostra é composta por 153 peças. Grande parte das obras são inéditas no Brasil. Além de produções próprias de Picasso, que envolvem 34 pinturas, 42 desenhos, 20 esculturas e 20 gravuras, estarão disponíveis também fotogramas com autoria de André Villers, realizados com a participação do pintor. Completando a mostra, ainda haverá 12 fotografias de Dora Maar, mulher de Picasso, outras três de Pierre Maciet e ainda filmes que retratam a produção dos trabalhos do mestre espanhol. A mostra se baseia na relação pessoal que Picasso mantinha com suas obras. Entre estas, é possível encontrar representações intimas da mãe do pintor, de seu primeiro filho e de Maria-Thèrèse Walter, sua amante. Também são abordados temas menos intimistas, como a guerra espanhola. Porém, segundo Emilia Philippot, é possível perceber as experiências particulares vividas pelo autor das obras, independentemente da temática destas. Dividida em dez seções, quem visitar a exposição será 9

conduzido por um percurso cronológico, que se inicia com Formação e influencia; Picasso exorcista, com obras que datam de 1900. Seguida por As senhoristas de Avignon; Picasso cubista, focada no processo de geometrização das formas. A próxima se relaciona com música e é chamada de O violão; Picasso clássico. A seção A máscara da antiguidade; Picasso surrealista tem como temática a maternidade, o teatro e a dança. Em seguida vem As banhistas; Picasso engajado. Em Guernica; Picasso na resistência é possível acompanhar estudos da obra, além de fotos que focam na apresentação da tela durante a 2° bienal do Brasil, em 1953. Interiores e vanitas, Picasso Mútiplo se dedica ao trabalho do pintor durante a guerra, além de retratar sua vida doméstica. Na seção A alegria da experimentação; Picasso trabalhando tem variações que vão cerâmica ao fotograma. O mistério de Picasso discute o processo criativo nas criações do espanhol. Para finalizar, vem O último Picasso: o triunfo do desejo, que traz as obras relacionadas ao erotismo. Vale lembrar que a última grande exposição de Picasso aconteceu em 2004 e que, além disso, quase 90% das obras são inéditas no país. A mostras fica em cartaz até 14 de agosto, no Instituto Tomie Ohtake, localizado na avenida Brigadeiro Faria Lima, 201.


FILMES

Por Cibele Mendes

19/MAIO. Elis: A vida e a carreira de Elis Regina, uma das maiores vozes da música brasileira, não couberam em dois livros e em uma peça teatral, agora virou também filme. Com Andréia Horta no papel principal e a direção de Hugo Prata, a trama irá abordar os aspectos mais dramáticos da vida da cantora desde o inicio de sua carreira no Rio de Janeiro até sua morte, bem como de seus amores e problemas com drogas.

19/MAIO. X-Men: Apocalypse: O novo filme da franquia será a continuação do anterior “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”, com a mesma direção de Bryan Singer, o longa promete emoção do começo ao fim, resgatando personagens antigos e conhecidos do público, como Tempestade e Jean Grey que juntas aos outros mutantes como Mística (Jennifer Lawrence), irão impedir que o poderoso Apocalypse (Oscar Isaac) acabe com o mundo da destruição total. 26/MAIO. Alice através do espelho: Alice (Mia Wasikowska) retorna ao País das Maravilhas para ajudar o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) após um ano comandando um navio. O novo filme mantem da aura do anterior que contava com a direção de Tim Burton, nesse longa, ele assina a produção e a direção é de James Bobin.

MÚSICA

Por Cibele Mendes Red Hot Chili Pepers A banda norte-americana lançará o décimo primeiro álbum “The Getaway” ainda este mês, ainda sem data oficial. O grupo já anunciou, não oficialmente, que o single será “Go Robot!”. O disco conta com a mixagem de Nigel Godrich, do Radiohead, e muito se diz que contará com a colaboração do Sir Elton John.

OneRepublic A banda vai lançar o quarto álbum “x” em agosto, mas já liberou o single “Wherever I Go” e o clipe no começo do mês. Esse vai ser o álbum mais dançante do grupo e conta com faixas mais eletrônicas e agitadas.

Adele A cantora inglesa, Adele lançou no final de 2015 seu terceiro álbum “25” o primeiro single foi “Hello”. Neste mês, lançará o terceiro single do disco “Send My Love (To Your New Lover)” e promete ser o menos dramático da cantora, mais pop e leve.

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LITERATURA

Por Anne Caroline Gonçalves VERSO EM PROSA

Pergunto aqui meus senhores quem é a loura donzela que se chama Ana Cristina mas diretos e sensíveis, que Ana Cristina conquistou o título de ícone literário. Junto do movimento Poesia Marginal, também conhecido como Geração Mimeógrafo, foi deixando aos poucos as editoras e livrarias, dando vida a seus textos por meio de tiragens menores, criadas com cópias mimeografadas e vendidas de boca em boca. O motivo? Simples, a ditadura militar. Ao lado de outros grandes nomes femininos, compõe o quadro da Flip 2016, que acontece entre os dias 29 de junho e 3 de julho. Este ano, o evento tem uma programação voltada para a poesia e a figura feminina, Tati Bernadi Caco Barcellos principalmente Cronista no jornal Folha de S. Paulo, Autor de dois dos mais conhecidos livros-retem afinidade com temas relacionados a portagem brasileiros, Rota 66 e Abusado – no cenário brasicomportamento, amor e questões feminiO dono do morro da Santa Marta, Barcellos leiro. Mas, tamnas. Já trabalhou com roteiros de filmes e sempre teve uma aproximação com temas séries de TV, publicando diversos livros que envolviam o social, além de grande apubém, traz outras ao longo de sua carreira. Sua última obra, ração e investigação. Seu mais novo livro, grandes surpresas, Depois a louca sou eu, foi lançada no Profissão Repórter 10 anos, traz relatos da começo deste ano. A narrativa aborda, de produção de seu programa na TV Globo, como uma bela maneira leve e divertida, temas como anque leva o mesmo nome. A fórmula não homenagem à siedade, crises de pânico e problemas muiconvencional de seu programa gera uma to presentes na correria das nossas vidas. aproximação entre repórter e notícia que o William Shakeslivro irá explorar ao longo de suas páginas. Depois a louca sou eu. Companhia das peare.

Ana Cristina César. Esse é o nome de uma das poetisas mais famosas do movimento Poesia Marginal. É, também, o nome da grande homenageada pela Festa Literária de Paraty deste ano. Carioca, traz em seus poemas um ritmo tranquilo, semelhante ao de uma conversa entre conhecidos. A linguagem é simples, quase musical. Foi assim, com poe-

Svetlana Aleksiévitch Nascida na Bielorrússia, a nobel de literatura é um dos grandes nomes trazidos pela Flip 2016. O livro Vozes de Tchernóbil – a história oral do desastre nuclear, escrito pela autora, chegou ao Brasil recentemente. Ao longo de suas páginas, traz relatos e perfis de sobreviventes de um dos acontecimentos mais terríveis do século passado, permitindo que se enxergue, pela primeira vez, a humanidade daqueles que sofreram as consequências do reator nuclear de Chernobyl. Vozes de Tchernóbil – a história oral do desastre nuclear. Companhia das Letras. R$ 49,90.

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Letras. R$ 34,90.

Flip – Festa Literária Internacional de Paraty. 29 de junho à 3 de julho. R$ 50. www.flip.org.br.

Profissão repórter 10 anos. Editora Planeta Brasil. R$ 42,40.


Aquarela

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Pinte

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EcoMundo

FAZER O QUE ESTÁ Em sua terceira edição, projeto Décor Solidário se consolida e, mais uma vez, mostra que para transformar vidas, só é preciso boa vontade

AO ALCANCE DE TODOS Por Cibele Mendes

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O instinto de solidariedade é algo natural do ser humano e é, justamente, o que nos diferencia das outras espécies. Entre ter o impulso de ajudar ao próximo e fazer algo efetivo, porém, há um grande abismo. Muitas vezes a vontade de ajudar é ofuscada por empecilhos como a falta de tempo, de recursos ou, simplesmente, de informação sobre de que maneira estender a mão a quem precisa. Considerando tudo isso, o Décor Solidário foi formatado em 2014. Com o objetivo de transformar instituições beneficentes por meio da arquitetura, do design e que quebra ajudando a natureza. O projeto acabou de concluir sua terceira edição indo muito além do seu objetivo inicial. “Acabamos de revitalizar a terceira instituição contemplada pelo projeto e, hoje, temos a noção de que realmente estamos transformando a vida das pessoas atendidas por estes lares e também daquelas que ali trabalham. Um espaço mais bonito, alegre e funcional, melhora a qualidade de vida, a autoestima, a socialização. Estamos mostrando que a arquitetura e o design não é um luxo, mas uma necessidade, e também que usar uma proposta mais ecológica é possível, mesmo com projetos mais limitados. E não é só isso. O Décor Solidário é também uma oportunidade dada a todos os profissionais envolvidos de doarem seu serviço. De, por meio do que sabem fazer, transformarem vidas”, avalia a designer de interiores que encabeça o projeto, Fabiana Visacro.Os profissionais aos quais Fabiana se refere são os arquitetos e designers que formam o time que excutam os projetos das casas revitalizadas, correm atrás de parceiros e colocam a mão na

massa, resgatando móveis, sobras de construção e pegando coisas que os parentes e amigos não usam mais. A designer de interiores Érika Medeiros está no grupo desde a primeira edição e emociona-se ao falar da iniciativa. “Tenho uma gratidão imensa em participar do Décor Solidário pois acho que nós, profissionais, recebemos muito mais do que doamos. É incrível ver o sorriso no rosto das pessoas que vivem nas casas que revitalizamos. É maravilhoso poder levar a alegria por meio do nosso dom, da nossa união e da criatividade do nosso grupo”. O projeto além de revitalizar as instituições traz à tona temas urbanos e ecológicos essenciais a uma cidade como São Paulo, que cresceu de forma desenfreada nem sempre respeitando a natureza e os mais variados ecossistemas. Os arquitetos e designers buscam sempre incorporar essa temática em cada casa, seja em objetos resgatados ou em móveis que tem o selo ecologicamente correto. A arquiteta Isabela Canaan fez sua primeira participação no Décor Solidário deste ano e já se sente totalmente abraçada pelo espírito do projeto. Ela doou grande parte do que foi usado na revitalização do projeto. “Trata-se de uma oportunidade muito especial de interferir na qualidade de vida das pessoas e de doar meus conhecimentos para uma causa social, sem esperar retorno financeiro, apenas moral. É uma possibilidade real de fazer a diferença na vida de pessoas que nunca teriam acesso a serviços de um arquiteto ou designer”, avalia a profissional que foi responsável pela revitalização da recepção da casa reformada.


Perfil

MAQUINÁRIO MANUAL Francisco mantém uma empresa especializada em máquinas de escritório no segundo andar. Entre os objetos que conserta está sua paixão mais antiga: a máquina de escrever Por Anne Caroline Gonçalves & Rebeca Bergue

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Foi em 1870, com a vinda de imigrantes para o Brasil, que se iniciou o comércio na Sé. Muitos destes viajantes estrangeiros que vinham tentar a sorte no país vinham da Itália e da Espanha. Daí em diante, a região onde se encontra o Marco Zero da cidade foi ganhando cada vez mais esse aspecto comercial. Na Rua Benjamin Constant, um pequeno prédio de arquitetura antiga, mal cuidado, responde pelo número 23. É nele que reside, ainda hoje, uma grande parte do antigo polo comercial da região: alfaiates, relojoeiros, vendedores de tecido e há até quem conserte máquina de escrever. Com um dos últimos elevadores pantográficos que funciona em São Paulo, o prédio ainda foi abrigo para o escritório de advocacia que pertenceu ao pai de Jânio Quadros. Quem nos conta isso é Francisco Cano Junior, de 65 anos. Francisco mantém uma empresa especializada em máquinas de escritório no segundo andar. Entre os objetos que conserta está sua paixão mais antiga: a máquina de escrever. Sempre simpático, ele nos convida a sentar enquanto conta um pouquinho de sua história. No ramo há 51 anos, ele começou quando tinha 14. Desde criança se interessava por máquinas; chegava a colocar um macacão e fugir para a oficina mecânica, onde passava o dia inteiro se o deixassem. Seu pai, notando essa aptidão, arranjou um serviço com um conhecido no ramo e, desde então, Francisco não parou mais. Trabalhou em empresas como Remington e Facit. Formado em engenharia eletrônica, também trabalhou 25 anos na Olivetti, empresa italiana fabricante de equipamentos e que, no Brasil, se notabilizou por fabricar máquinas de escrever. Francisco conta que depois de algum tempo percebeu que passar tantas horas por dia dentro de um escritório não era o que almejava para sua vida. “Eu queria ir para a rua, atender cliente e

fazer isso que faço aqui”, pensou. Francisco, então, desistiu do emprego na Olivetti e passou a prestar serviços a empresas de consertos. Foi quando começou a trabalhar para a Cortez. "Como estava no ramo, acabei conhecendo o pessoal e passei a vir aqui para fazer bicos". Logo se tornou funcionário. Com o passar do tempo, os donos foram se aposentando e Francisco assumiu a Cortez, que surgiu em 1948, se mantendo firme até hoje. Ao lembrar da época que assumiu a empresa, ele comenta que antes precisava de uma sala só para guardar as máquinas de escrever. A sala ao lado e uma outra no quarto andar também pertenciam a Francisco. Com mais oito funcionários, um carro e uma Kombi, ele trabalhava o dia inteiro consertando e entregando máquinas. Hoje, considera seu trabalho como algo artesanal. Os outros funcionários, as salas e até mesmo a Kombi já não existem mais. Entretanto, Francisco diz que não pretende parar. Abriu espaço para impressoras, calculadoras eletrônicas e até mesmo computadores, pensando em acompanhar o mercado. Das máquinas que reforma, Francisco chama a atenção para a história de duas. A primeira, teria sido a responsável pelo início de uma imobiliária, passando de avô para pai e depois para filho. Já a segunda, teria passado do pai para a filha que, hoje, deseja colocá-la em uma redoma e guardar de recordação. Francisco fala com carinho do processo de pintura e cromação das máquinas, demonstrando a paixão que tem por aquilo que faz. “Eu amo isso. Eu nasci com isso”. Mesmo com suas filhas puxando o pé para que ele se aposente, Francisco insiste: “vou morrer consertando máquina”. 18


Pé na estrada

s

Por Anne Caroline Gonçalves

A capital do Paraná oferece uma viagem no tempo para aqueles que são apaixonados por belas estruturas em art nouveau Lar da saudade de Paulo Leminski, de belos bosques, do museu com uma das arquiteturas mais apaixonantes de todo o mundo, a cidade de Curitiba, no Paraná, figura entre as mais belas do país. Seu centro traz ruas que parecem ter saído diretamente de fotografias do século XIX. Edifícios de dois andares em estilo art nouveau, com pequenas janelas e estrutura dotadas de linhas longas e figuras onduladas, calçadões cheios de gente circulando de um lado para o outro e ruas inteiras tomadas por cafés e lojas de comércio. Este é o cenário que compõe, por exemplo, a Rua das Flores. Pertinho da Praça Tiradentes, que é o ponto a partir do qual toda a cidade foi desenhada, a rua encontra-se entre as preferidas dos turistas, permitindo um leve e agradável passeio a pé. Para amantes de ar19

quitetura e aqueles que desejam bater um papo descontraído, é o local perfeito. Ainda nesse espírito nostálgico, o Jardim Botânico de Curitiba é um daqueles lugares que você não pode deixar de ir. Seus extensos jardins florescem ao longo de todo o espaço, preenchendo de cores os olhos de quem resolve caminhar por ali. A primeira coisa que chama a atenção no Jardim é a estufa moldada em ferro e vidro. Inspirada no Palácio de Cristal de Londres, a estufa é toda em art nouveau, sendo emoldurada por canteiros geométricos, bem no estilo francês. É um ótimo lugar para quem quiser tirar fotos e curtir uma paisagem naturalmente artística. Outro ponto marcante para os amantes de arquitetura é o Museu Oscar Niemeyer. Além de carregar o


nome de um dos mais brilhantes arquitetos brasileiros, o museu tem toda sua estrutura desenhada pelo mesmo, sendo reconhecimento internacionalmente como um dos maiores da América Latina. O prédio é uma reformulação do Edifico Castelo Branco, também de Niemeyer, tendo seu espaço voltado para exposições artísticas relacionadas a arquitetura, design e artes visuais. Com um acervo superior à duas mil obras, abriga um prédio principal e um anexo inspirado na araucária, uma das árvores símbolo do Paraná, conhecido popularmente por “Olho”. Além de uma rica arquitetura, a capital do Paraná é repleta de áreas verdes, escondidas entre seus belos jardins floridos. Tendo uma forte diversidade cultural, Curitiba nasceu com os índios que habitaram a região, depois desenvolvendo uma forte aproximação com países europeus, como a Alemanha e a Polônia. É desse contexto histórico que nasce nomes semelhantes aos do Bosque do Alemão, Bosque João Paulo II (Memorial Polonês), ou parques como o Barigui e o Tanguá.

dos a nos aventurar em excursões, sempre prontos a explorar o mundo à fora. Para quem gosta de sentir um pouco de vento no rosto e admirar a paisagem das cidades de longe, registrando cada cantinho com os olhos, o passeio vale a pena.

Próxima parada A cada 30 minutos, é possível ver um ônibus simpático, chamando a atenção nas ruas largas e arborizadas da cidade ao se deslocar entre os principais pontos turísticos. Com dois andares, sua cor é algo entre o amarelo e o verde, e o teto do andar de cima é removível, guardando a cada veículo uma experiência diferente. O turista que se aventurar a conhecer a cidade por este meio, ao comprar a passagem e embarcar tem direito a descer cinco vezes do ônibus. Isso vale para qualquer um dos pontos turísticos contemplados pela linha, ficando a sua escolha onde parar ou não. Depois, é só voltar ao mesmo ponto que desceu e pegar o ônibus seguinte, continuando sua viagem normalmente. Quem sabe não dê a sorte de pegar um veículo que esteja com o andar de cima sem capota, permitindo que você aproveite o calor e o vento gélido da cidade, em um misto gostoso de pertencimento? Os bancos são confortáveis e, ao mesmo tempo, criam toda uma sensação de nostalgia. Com assentos largos e longos apoiadores de ferro, lembram um pouco os modelos escolares, aos quais estávamos tão acostuma-

SERVIÇO Linha de turismo (R$ 40,00) Partida das 9h às 17h30 1. PRAÇA TIRADENTES 2. RUA DAS FLORES 3. RUA 24 HORAS 4. MUSEU FERROVIÁRIO 5. TEATRO PAIOL 6. JARDIM BOTÂNICO 7. ESTAÇÃO RODOFERROVIÁRIA / MERCADO MUNICIPAL 8. TEATRO GUAÍRA / UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 9. PAÇO DA LIBERDADE 10. MEMORIAL ÁRABE / PASSEIO PÚBLICO 11. CENTRO CÍVICO 12. MUSEU OSCAR NIEMEYER 13. BOSQUE DO PAPA / MEMORIAL POLONÊS 14. BOSQUE ALEMÃO 15. UNIVERSIDADE LIVRE DO MEIO AMBIENTE - UNILIVRE 16. PARQUE SÃO LOURENÇO 17. ÓPERA DE ARAME / PEDREIRA PAULO LEMINSKI 18. PARQUE TANGUÁ 19. PARQUE TINGUI 20. MEMORIAL UCRANIANO 21. PORTAL ITALIANO 22. SANTA FELICIDADE 23. PARQUE BARIGUI 24. TORRE PANORÂMICA 25. SETOR HISTÓRICO

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