PARA PROFESSORES E PROFESSORAS
Start up your power
O MUNDO MUDOU. NOSSA VIDA ESTÁ CADA VEZ MAIS CONECTADA, E A ENERGIA PERMITE QUE TODOS FAÇAMOS AINDA MAIS. É por isso que o Grupo Enel se dedica a levar a energia elétrica para cada vez mais pessoas, ampliando seu uso e melhorando suas tecnologias. Estamos presentes em 30 países e somos uma das maiores empresas energéticas das Américas. Fornecemos energia de maneira cada vez mais sustentável e confiável a mais de 61 milhões de clientes, com uma capacidade instalada de 83 GW. Controlamos 1,9 milhão de quilômetros de rede em quatro continentes. Somos líderes na produção de energia renovável e estamos comprometidos a ser uma companhia neutra em emissões de carbono até 2050. No Brasil, a Enel é a maior empresa privada do setor elétrico. Sua capacidade instalada é de 2.977 MW, sendo que 84% dessa geração é renovável, o equivalente a 2.650 MW. Juntos, transformamos a maneira de entender e consumir energia. Em mundo hiperconectado, estamos mais informados, conscientes e ativos. Sabemos qual é a energia elétrica que queremos e como queremos usá-la. Mas ainda temos muitos desafios pela frente: precisamos descobrir caminhos e soluções para tornar nosso planeta mais sustentável. Para isso, são necessárias a colaboração e participação de todos, em todos os níveis. Devemos ter uma visão “open power”, aberta e transparente, que nos permita compartilhar e desenvolver ideias sobre temas globais importantes, como eficiência energética, acesso à energia, mudanças climáticas e o cotidiano das nossas cidades. Redes elétricas inteligentes, fontes renováveis, sistemas de domótica, medidores eletrônicos inteligentes, mobilidade elétrica: há muitas soluções ao nosso alcance para melhorar a qualidade de vida e proteger nosso planeta. Mas elas, sozinhas, não são suficientes. A participação das escolas e das novas gerações nesse processo é imprescindível. É por isso que nos dirigimos a professores e professoras como você. Juntos, podemos incentivar a curiosidade das crianças e jovens, ensiná-los a colocar em prática suas ideias para mudar o presente e construir um futuro mais justo, colaborativo e sustentável. Um futuro baseado no uso criativo, responsável e inteligente dos recursos que temos à disposição, começando pela energia elétrica.
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A INICIATIVA
O KIT DIDÁTICO
PlayEnergy é uma ação educativa da Enel que dissemina uma cultura de cuidado com o meio ambiente e de consumo eficiente de energia elétrica.
PlayEnergy disponibiliza recursos concebidos para o ensino dos temas selecionados. Este material que você tem em mãos traz conteúdos e infográficos que permitirão descobrir de que maneira a energia transforma e melhora nossa vida. Os textos são permeados por dados e informações que aprofundam os conhecimentos sobre os temas de PlayEnergy.
Os meninos e meninas que participam de PlayEnergy são convidados a olhar para suas comunidades e imaginá-las mais sustentáveis, inovadoras e inclusivas. Aprendem sobre a energia elétrica e como ela está presente a todo momento em nossas vidas, como podemos usá-la com eficiência para que todos possam usufruir de seus benefícios. Nesse percurso, eles constroem e brincam com máquinas simples alimentadas por fontes de energia renováveis.
O CONCURSO O Concurso PlayEnergy desafia os estudantes a elaborar soluções criativas que envolvam o uso de energia e que impactem positivamente na qualidade de vida de todos em suas comunidades.
O PORTAL Em um mundo digital e conectado, no qual a interatividade e os conteúdos multimídia para ensino aumentam constantemente, não poderia faltar um ambiente online dedicado a PlayEnergy. O portal playenergy.enel.com reúne informações complementares ao projeto e oferece espaços de intercâmbio de ideias para professores e estudantes.
AS OFICINAS Além das atividades em sala de aula, PlayEnergy organiza oficinas de trabalho para que estudantes, professores e professoras aprendam sobre energia construindo máquinas simples. Essas máquinas – elaborados aproveitando as fontes renováveis de energia – são utilizadas em campeonatos e feiras, como o Campeonato PlayEnergy de Fórmula S e as Feiras de Brinquedos e Traquitanas.
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LEMBRE-SE! A ENERGIA ESTÁ... EM CASA Para conhecer as inovações e as decisões que nos ajudam a aproveitar nossas casas de maneira mais saudável, inteligente e sustentável. NAS RUAS Para descobrir que a energia também está mudando nossa maneira de se locomover. A quantidade de veículos elétricos vem aumentando e eles são cada vez mais silenciosos e eficientes, de recarga simples e rápida. NA CIDADE Para entender quais são as inovações e tecnologias que transformam nossas cidades em lugares mais saudáveis, eficientes e conectados. NAS CENTRAIS ELÉTRICAS Para entender como a produção de energia evolui e aprofundar conceitos-chave como matriz energética, fontes, funcionamento das centrais elétricas, disseminação de energias renováveis, autoprodução, sistemas de armazenamento, entre outros. NO MUNDO Para contribuir para que a energia elétrica chegue a todos em todo o mundo: um desafio global indispensável para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas em todo o planeta.
A ENERGIA É UMA PORTA PARA UM MUNDO DE POSSIBILIDADES
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EM CASA
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A tomada de consciência começa na família
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Uma ação inteligente leva a outra
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O medidor eletrônico
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Muito além de um clique
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O futuro bate à porta
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NAS RUAS
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As vantagens na estrada
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À recarga!
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Tendência em crescimento
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Inovação permanente
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Um futuro sem emissões
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A energia vai à estrada
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Não só carros
NA CIDADE
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Da cidade à cidade inteligente
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Nova vida na cidade
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A iluminação pública
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A rede também está se tornando inteligente
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Uma evolução contínua
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
NO MUNDO
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A matriz energética
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Fontes renováveis: um papel de destaque
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Grande potencial
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A geração distribuída
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Os sistemas de armazenamento
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Aproximação com a central
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[infográfico] As usinas hidrelétricas
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[infográfico] Os parques eólicos
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[infográfico] Os parques solares
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[infográfico] As usinas geotérmicas
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[infográfico] As usinas movidas a biomassa
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[infográfico] As usinas termelétricas
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Energia para todos
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Agricultura distribuída
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Brecha digital
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É hora de fazer gol
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[infográfico] Os Objetivos Globais para o
Desenvolvimento Sustentável 92
[infográfico] A Enel e os Objetivos Globais
VAMOS ABRIR ESSA PORTA JUNTOS!
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EM CASA
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EM CASA
Em casa, no trabalho, na escola. São muitos os espaços cotidianos onde podemos utilizar de maneira eficiente a energia elétrica, sem negligenciar nossas necessidades e respeitando o meio ambiente. Dos eletrodomésticos eficientes às lâmpadas de LED, do medidor eletrônico usado em um número cada vez maior de países às atitudes inteligentes que podemos colocar em prática diariamente. Vamos descobrir quais são as ações e as soluções ao alcance de todos para mudar nosso modo de vida e abrir as portas à energia inteligente.
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A TOMADA DE CONSCIÊNCIA COMEÇA NA FAMÍLIA A energia elétrica é um insumo necessário às nossas vidas. Seu alcance e presença impactam diretamente no desenvolvimento econômico e social e, dessa forma, na redução da pobreza. Em todos os momentos do dia, podemos escolher de que forma utilizar a energia e outros recursos, como a água. Hoje, mais do que nunca, a informação e as tecnologias que temos à disposição nos ajudam a assumir posturas cada vez mais eficientes.
Ter consciência do que consumimos é o primeiro passo para alcançar a verdadeira eficiência energética, sobretudo dentro das nossas casas.
Também contamos com aparelhos elétricos de última geração que consomem muito menos e oferecem funcionalidades até então impensáveis, inclusive divertidas! Por exemplo, as tradicionais lâmpadas incandescentes são substituídas por lâmpadas de baixo consumo ou de LED, que reduzem o consumo de energia elétrica, duram mais e até podem ser de cores personalizadas. Isso sem perder de vista todas essas atitudes simples que não custam nada, mas que fazem a diferença, como apagar a luz quando saímos de um cômodo.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, o consumo mundial de energia aumenta tanto, que a demanda deve crescer 30% até 2040. Esse incremento equivale à demanda atual da China e da Índia. Por isso, o conceito de eficiência energética é cada vez mais atual, já que utilizar a energia da melhor maneira se traduz em economia para as pessoas e mais cuidado pelo meio ambiente.
No Brasil, o consumo médio de uma residência é de 157 kWh por mês. Em 2017, o consumo total de energia elétrica no país foi de 465.130 GWh.
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EM CASA
UMA AÇÃO INTELIGENTE LEVA A OUTRA De acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, o consumo total de energia elétrica no Brasil voltou a crescer em 2017, depois de dois anos de queda. O aumento foi de 0,8% na comparação com 2016. Dentre todos os setores, a maior alta, de 1,1%, foi registrada na indústria. Mas o consumo residencial não ficou muito atrás: expandiu 0,8%. Para o período de 2018-2022, a projeção de crescimento médio anual do consumo de energia no país é de 3,9%. As residências correspondem a 28% do nosso consumo de energia elétrica. Por isso, se todos economizarmos energia e adotarmos medidas de eficiência energética nas nossas próprias casas, o resultado pode ser muito positivo. Podemos causar um grande impacto com boas práticas de consumo e mudança nas tecnologias que usamos: •
Iluminação: lâmpadas mais eficientes e de baixo consumo;
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Eletrodomésticos de baixo consumo energético;
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Mudanças nos controles de uso de energia;
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Eliminação do desperdício de energia.
Há muitos gestos, pequenos e grandes, que podemos fazer durante o dia para usar a eletricidade de maneira mais consciente e inteligente e para construir um futuro mais sustentável para todos. E sem perder de vista a comodidade.
A expressão desenvolvimento sustentável foi usada pela primeira vez no relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas (1987). O desenvolvimento é sustentável quando pode satisfazer as necessidades das gerações atuais sem comprometer os direitos das gerações futuras. Por isso, depende de cada um de nós.
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ESTAS SÃO 15 AÇÕES PARA COMPARTILHAR COM OS ESTUDANTES E QUE CADA UM PODE PRATICAR EM CASA
1. Apague as luzes quando não as estiver usando e, sobretudo, quando sair de um cômodo. Tente usar o máximo possível a luz natural do sol.
9. Ao usar ar-condicionado, regule a temperatura para que não seja muito menor do que a temperatura do exterior.
2. Tente utilizar lâmpadas de alta eficiência e baixo consumo. Elas duram mais e consomem menos.
10. Utilize a lavadora e a lava-louças na capacidade máxima e escolha os ciclos com temperaturas mais baixas. Esses eletrodomésticos utilizam energia não só para funcionar, mas também para esquentar a água.
3. Mantenha as lâmpadas sempre limpas, já que o pó reduz seu rendimento e sua eficiência. 4. Desligue totalmente os aparelhos eletrônicos, evitando deixá-los em modo stand-by. A TV, o aparelho de som, o monitor, as impressoras e qualquer aparelho que estiver com o indicador luminoso aceso não está completamente desligado, portanto, está consumindo energia elétrica, ainda que pouca. 5. Abra a geladeira somente quando for necessário, depois de já ter decidido o que vai pegar nela, e descongele-a com frequência. Mantenha a serpentina limpa e a 10 centímetros da parede, para que o ar possa circular. 6. Tampe as panelas quando estiver fervendo água e evite que a chama do fogão seja maior do que o diâmetro da base do utensílio. Se puder, use panela de pressão. 7. Apague o fogão elétrico um pouco antes do fim da cocção. Dessa forma, você aproveita o calor residual para terminar o preparo. 8. Não abra a porta do forno continuamente para controlar a cocção dos alimentos. Isso evita que o calor saia.
11. Escolha eletrodomésticos com nota A no Selo Procel de Economia de Energia, etiqueta energética que acompanha os aparelhos de grande porte. 12. Configure a modalidade de economia energética em todos os dispositivos (smartphone, laptop, tablet etc.). 13. Desconecte o carregador da tomada quando a bateria do seu aparelho estiver completamente carregada. 14. Tome banhos curtos. 15. Fique atento a vazamentos. Uma torneira pingando desperdiça uma grande quantidade de água. Um vazamento de 90 gotas por minuto representa 4.000 litros de água perdidos por ano.
Para encontrar muitas outras ideias para ter mais eficiência energética em casa www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/ eficiencia-energetica
UMA AÇÃO INTELIGENTE LEVA A OUTRA
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EM CASA
Os aparelhos eletrônicos que servem para nos conectarmos à internet estão entre os que menos consomem energia elétrica, especialmente se comparados a itens como geladeira, forno de micro-ondas, aquecedor e ferro elétrico.
Além disso, alguns hábitos de uso representam um gasto desnecessário. Por exemplo, se um aparelho desligado está conectado a uma régua ligada na tomada, há um pequeno consumo de energia. O melhor é utilizar réguas com interruptor, para poder apagar vários dispositivos com um só botão.
Desde 30 de junho de 2016, as lâmpadas incandescentes não podem mais ser comercializadas no Brasil. A substituição das lâmpadas incandescentes nas lojas começou em 2012 e ocorreu de forma gradual. Para ter uma ideia da economia: a iluminação de uma casa de dois quartos, em que todos os cômodos possuem lâmpadas incandescentes de 60 W, custaria entre R$ 20 e R$ 25. Se essa casa fosse iluminada com lâmpadas fluorescentes compactas, a conta cairia para R$ 5.
Além da energia elétrica há outro recurso de que descuidamos com frequência: o lixo. A maioria dos resíduos tem algum valor de mercado, como alumínio, plástico, papel, papelão, sucata e vidro. Até 95% do lixo que produzimos pode ser reciclado. E há outro aspecto importante nisso: ao mesmo tempo em que a reciclagem reduz a quantidade de resíduos nos aterros sanitários (o que é uma grande vantagem para o meio ambiente), ela também causa uma economia de custos e energia. Isso porque a quantidade de energia e água necessárias para produzir alumínio a partir de matéria-prima é
muito diferente da quantidade necessária para produzir a partir de material reciclado. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2016 o país gerou quase 78,3 milhões de toneladas de lixo. Desse montante, 41,7 milhões de toneladas foram enviadas para aterros sanitários, 29,7 milhões foram para lixões ou aterros controlados (que não possuem sistemas para proteção do meio ambiente) e 7 milhões não foram coletadas, ou seja, tiveram destino inadequado.
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Um mapa de boas práticas em gestão de resíduos sólidos. Essa é a plataforma online Educares (educares.mma.gov.br), do Ministério do Meio Ambiente. Ela oferece uma lista de possibilidades para inspirar as pessoas a criarem soluções inteligentes e eficientes para cuidar do lixo em suas cidades. Nela, há relatos de experiências de descarte de resíduos domiciliares urbanos, da limpeza urbana, da construção civil, industriais, de transportes (portos, aeroportos, rodoviário e ferroviário), de serviços de saúde, da mineração e da atividade agrossilvopastoril. É possível navegar pelas boas práticas de acordo com sua localização geográfica, quem foi responsável pela ação (sociedade civil, poder público, setor privado) ou pelo tipo de resíduo a que se refere. Na página de cada ação, há os dados da instituição responsável, os desafios enfrentados, o que motivou a iniciativa, principais resultados e imagens. A plataforma também fornece subsídios para que estados e municípios enfrentem os desafios de implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê a redução na geração de resíduos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos, institui a responsabilidade compartilhada e cria metas importantes relacionadas ao tema. Atualmente, há 287 boas práticas cadastradas. Uma delas é o Programa Conjunto Habitacional Sustentável, realizado em São Paulo-SP pelo Centro de Referência ao Idoso, Criança e Adolescente, com o apoio das Prefeituras Regionais de Itaquera e Guaianases e patrocínio do comércio local. A ação consistiu na realização de uma pesquisa junto a síndicos, campanhas de educação socioambiental e ações como coleta de óleo de cozinha usado. Foram cadastrados mais de 200 condomínios, com o envolvimento de 50 mil pessoas.
51 bilhões de partículas de microplástico poluem os oceanos, segundo a ONU.
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EM CASA
O MEDIDOR ELETRÔNICO Conhecer e compreender nossos hábitos de consumo é o primeiro passo para um uso eficiente da energia elétrica. Em muitos países, o medidor eletrônico é uma ajuda a mais para saber a todo momento quantos kWh estamos consumindo. Com ele, empresas podem controlar a distância o estado da rede elétrica e localizar eventuais falhas em tempo real, sem a necessidade de ir até o local. Dessa forma, o uso do medidor eletrônico melhora a qualidade do serviço prestado, diminui o tempo de intervenção no caso de problemas e reduz as emissões de CO2. A aventura do medidor eletrônico começou em 2001, na Itália, onde a Enel instalou, pela primeira vez no mundo, 32 milhões de medidores inteligentes em residências e empresas. Hoje, a Enel possui 37 milhões de medidores instalados em todo o mundo e pretende instalar, até 2020, outros 11 milhões.
O medidor eletrônico nos permite conhecer, em tempo real, quais são nossos consumos. Assim, podemos modificá-los imediatamente e adaptálos para maximizar a economia.
A Enel está instalando na Itália o Open Meter, um novo sistema de gestão remota que permitirá melhorar ainda mais a qualidade do serviço, reduzindo as perdas da rede e habilitando novas funções. É o sistema de medição inteligente mais avançado do mundo.
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MUITO ALÉM DE UM CLIQUE
Outro passo na atitude responsável para evitar gastos desnecessários é o uso de lâmpadas de baixo consumo e alto rendimento, como as de LED. Graças à evolução tecnológica, hoje podemos escolher modelos cada vez mais eficientes e sustentáveis, criados para durar mais e aumentar a economia. As lâmpadas fluorescentes compactas duram de 6 a 10 anos, enquanto as lâmpadas de LED podem durar até 15 anos. Além disso, uma lâmpada de LED só precisa de 7,5 watts para emitir a mesma quantidade de luz que uma lâmpada tradicional de 40 watts.
Os watts (W) indicam a potência, a quantidade de energia que uma lâmpada consome para iluminar. O lúmen (lm) é a unidade utilizada para medir o fluxo luminoso de uma lâmpada. Quanto mais alto é o valor lúmen, maior será o fluxo luminoso. Uma lâmpada mais luminosa não significa que é melhor, mas sim que é adequada para uma aplicação específica.
A tecnologia das lâmpadas de LED de última geração permite variar a intensidade de luz (intensa e brilhante ou leve e relaxante) e emitir diferentes tonalidades de luz branca − de quente, com tons amarelos, a mais vibrante, de tons azuis. Os sistemas de iluminação inteligente reproduzem qualquer cor do espectro e, para ter a cor desejada, não precisa nem trocar a lâmpada, já que um controle remoto ou aplicativo são suficientes. Dessa maneira, também é possível obter uma luz sob medida que, assim como a energia, responde às nossas necessidades, nos acompanha nos diversos momentos da vida diária, reflete nossas emoções e nos oferece novas formas de compartilhá-las.
Os sistemas de iluminação automática com sensores de movimento apagam as luzes quando nos esquecemos de fazê-lo. E quando saímos e deixamos uma luz acesa, para fazer de conta que tem alguém em casa? Nesses casos, é muito melhor um sistema de iluminação que possa ser controlado a distância, capaz de ativar um ou mais interruptores em determinados momentos.
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EM CASA
O FUTURO BATE À PORTA
Chegou o momento de descobrir a casa inteligente, que une comportamento responsável e inovação. Mas o que é exatamente uma casa inteligente? É aquela em que, com o smartphone ou tablet, podemos: controlar em tempo real nossos consumos e melhorá-los, conseguindo, assim, uma economia na fatura; gerenciar a distância os eletrodomésticos, os sistemas de áudio e vídeo, a iluminação, o aquecimento e os sistemas de alarme; aumentar a segurança: as câmeras web, por exemplo, nos permitem ver o que acontece em cada cômodo, ainda que não estejamos em casa; receber uma notificação a cada vez que os sensores de portas e janelas detectem um movimento.
A domótica compreende todas as tecnologias que automatizam os ambientes da casa, aumentando o conforto e a segurança e reduzindo os consumos. A Internet das Coisas permite a comunicação sinérgica entre dispositivos digitais, grandes eletrodomésticos, automóveis e instalações de segurança, envolvendo uma quantidade cada vez maior de aparelhos e objetos.
Os eletrodomésticos inteligentes podem ser ligados a distância por meio de aplicativos. Isso permite que eles sejam utilizados com facilidade nos períodos em que as tarifas de energia são mais convenientes ou quando há picos na produção da rede elétrica.
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O consumo de energia está se transformando e se abrindo para novas pessoas. Hoje, cada um de nós pode gerar sua própria energia elétrica e até mesmo receber por ela. Nas grandes cidades, é cada vez mais comum ver famílias que aproveitam a energia solar para se abastecer de energia elétrica, utilizando painéis e células fotovoltaicas instaladas nos telhados, um movimento puxado pela redução nos preços dos sistemas solares e a consciência ambiental.
Atualmente, existem vários produtos que possuem pequenos painéis solares e usam a energia gerada por meio das células solares. Entre esses objetos, estão carregadores de celular, lâmpadas e luminárias para jardins.
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NAS RUAS
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NAS RUAS
Silenciosos, fáceis de recarregar e dirigir, não poluentes: é hora de conhecer os automóveis e meios de transporte elétricos. Eles são, junto com as instalações indispensáveis para sua recarga, uma solução inovadora, sustentável e simples de usar. Os carros elétricos nos surpreendem com suas qualidades e benefícios incríveis, seja no caminho de casa ao trabalho, seja nas pistas do Campeonato ABB FIA de Fórmula E, o campeonato mundial de automobilismo 100% elétrico.
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AS VANTAGENS NA ESTRADA Um número cada vez maior de países transformam em realidade a mobilidade elétrica, com suas respostas concretas e sustentáveis às necessidades do transporte. O veículo elétrico (de duas ou quatro rodas) traz numerosas vantagens: manutenção mais barata; respeito pelo meio ambiente: graças ao motor elétrico, não produz emissões de CO2, partículas
“A introdução massiva dos automóveis elétricos não está longe. Logo os carros a gasolina serão história.” Alejandro Agag, fundador e CEO do Campeonato ABB FIA de Fórmula E
finas ou óxidos de nitrogênio; não causa poluição sonora; em breve, eles ficarão mais baratos: no início de 2018, o governo brasileiro anunciou que pretende baixar a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros elétricos para 7%, 11% ou 18%, dependendo do peso e da eficiência do motor. Atualmente, a alíquota é de 25%; são mais econômicos: o custo por quilômetro rodado de um carro elétrico é cerca da metade do custo de um carro compacto comum. Ao contrário do que se pode pensar, os automóveis elétricos não são uma descoberta recente. Em 1987, a norte-americana General Motors ganhou o rali mais importante do mundo de veículos movidos a energia solar, o Desafio Solar Mundial. Entusiasmado, o presidente da empresa decidiu fabricar um carro elétrico e colocá-lo no mercado. Assim nasceu o Impact, que foi apresentado em 1990 na feira de automóveis de Los Angeles, nos Estados Unidos.
Há, no mundo todo, aproximadamente 50 modelos de carros elétricos e 15 fábricas que competem entre si. Dentre eles, o Nissan Leaf é o campeão de vendas.
Em 2017, havia 7.240 carros elétricos em circulação no Brasil − enquanto na China eram 450 mil, e nos Estados Unidos, 100 mil. No mesmo ano, foram vendidas 3.296 unidades de carros elétricos no país. O potencial do mercado de carros elétricos brasileiro é de 156 mil unidades, ou 7% das vendas em 2017.
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À RECARGA!
Os desafios globais atuais, como a luta contra o aquecimento global e a necessidade de se deslocar pelos centros urbanos de maneira rápida e com o menor impacto ambiental possível, abrem caminho para a mobilidade elétrica. Mas para garantir a plena difusão dos veículos elétricos é indispensável a presença capilar de uma rede adequada de pontos de recarga. Onde se recarrega um automóvel elétrico? A recarga é simples e rápida e pode ser feita comodamente em casa, durante aproximadamente 6 horas, ou em estações públicas, conectando um cabo do carro à tomada. Os pontos de recarga mais modernos permitem recarregar dois veículos simultaneamente em 20 a 30 minutos, e os novos modelos de carros
elétricos possuem uma autonomia média de 100 a 150 km. No fim de 2016, havia no mundo 1,45 milhão de pontos de recarga privados e públicos. No Brasil, o governo pretende incentivar o investimento em tecnologia e o mercado de carros elétricos com o programa Rota 2030. Entre as iniciativas previstas estão a redução nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos elétricos e híbridos, a criação de um fundo para financiar projetos de mobilidade urbana e o lançamento do Programa Nacional de Eletromobilidade, que definirá o marco regulatório do mercado. A renúncia tributária será de R$ 1,5 bilhão por ano e valerá por 15 anos.
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De acordo com a Pesquisa Mobilidade Alelo, realizada pela Alelo em parceria com o Ibope/ Conectaí, 63% dos trabalhadores das principais capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Curitiba, Salvador, Brasília e Goiânia) demoram cerca de 40 minutos para irem de casa até o trabalho. Já a distância percorrida fica perto dos 20 quilômetros para 65% das pessoas. Se contarmos os 22 dias úteis do mês, são mais de 13h em trânsito e 440 km percorridos. Em Porto Alegre, cidade na qual os trabalhadores perdem menos tempo no trânsito, a distância percorrida é de até 13,6 quilômetros e o tempo para chegar ao trabalho é de 29 minutos. Em Goiânia, as pessoas percorrem até 13,7 quilômetros e o tempo médio de deslocamento é de 31 minutos. Já em Curitiba, a média de quilômetros é de 13,7 e a distância fica em torno de 33 minutos.
“A mobilidade elétrica é uma revolução, termo que deriva do latim revolutio e significa retorno, voltar atrás. Com o passar do tempo, esse termo começou a ser utilizado para se referir às grandes mudanças políticas, sociais e econômicas. No caso da mobilidade elétrica, convivem ambos os fenômenos, já que o incrível progresso tecnológico transformará totalmente nossa maneira habitual de se locomover. E, ao mesmo tempo, estamos voltando atrás, porque o automóvel elétrico foi um dos primeiros a serem inventados e comercializados em meados do século XIX.” Francesco Starace, diretor-geral da Enel
Atualmente, no mercado nacional, já operam diversos tipos de veículos elétricos: carros, motocicletas, bicicletas, trens, metrôs e ônibus elétricos (trólebus).
TENDÊNCIA EM CRESCIMENTO O uso da eletricidade no transporte está se expandindo, e espera-se que, nos próximos 10 anos, esteja plenamente estabelecido no mercado mundial. Em nível global, os benefícios associados a essa nova forma de transporte são cada vez mais atrativos e interessantes para os governos, a indústria e os cidadãos. A progressiva eletrificação do parque automotor permite “revolucionar” o sistema de transporte em geral, já que engloba tanto o transporte de passageiros como de mercadorias, no setor público e no privado, com a possibilidade de envolver veículos de quatro rodas (automóveis, ônibus, furgões, veículos comerciais, quadriciclos) e de duas rodas, inclusive as bicicletas. Para dar suporte a essa transição, é necessária uma visão em conjunto que envolva a todos: governo, empresas e cidadãos. Um trabalho em equipe em que são indispensáveis algumas sinergias: as empresas de eletricidade estão tornando cada vez mais capilarizada a rede de estações de recarga elétrica, indispensáveis para abastecer os carros elétricos; as fábricas de automóveis estão introduzindo no mercado modelos elétricos com preços cada vez mais competitivos; o número de veículos elétricos ou híbridos nas frotas de empresas e órgãos públicos e no transporte público aumenta constantemente; entre os consumidores, cada vez mais cidadãos demonstram interesse pelas vantagens, locais e globais, de uma mobilidade sustentável. Segundo o relatório E-Mobility Revolution¹, entre 2005 e 2016 a quantidade de veículos com motor elétrico² e híbridos elétricos plug-in³ cresceu em média 94% ao ano em quantidade e 72% em novas matrículas. No fim de 2016, já eram mais de 2 milhões de veículos elétricos no mundo.
A mobilidade elétrica representa um impulso ao crescimento econômico.
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Segundo a empresa de pesquisas Bloomberg New Energy Finance, em 2040 os carros elétricos responderão por 54% das vendas e 33% dos veículos leves em circulação no mundo. A redução no preço das baterias de íons de lítio (que fará com que os automóveis elétricos alcancem preço similar aos modelos com motor de combustão interna) é um dos fatores que subsidiarão as vendas de veículos de passageiros e comerciais elétricos, com um crescimento mais acelerado entre 2025 e 2030.
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E-Mobility Revolution – The European House Ambrosetti. As instalações nas linhas de produção industrial e no sistema país: uma agenda para a Itália.
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O veículo BEV (Battery Electric Vehicle, veículo de bateria elétrica em português) é o veículo elétrico “puro”, cuja propulsão é obtida exclusivamente da energia produzida por um motor elétrico alimentado por baterias que armazenam energia elétrica.
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O veículo PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle, veículo elétrico híbrido plug-in em português) tem duas fontes de energia que trabalham em sinergia. A primeira é um motor elétrico, que funciona exatamente como o que está instalado nos veículos BEV e representa a fonte primária de energia para a propulsão. A segunda é um motor de combustão interna convencional, alimentado com gasolina ou diesel. Em condições normais, a propulsão deriva da energia produzida pelo motor elétrico. A propulsão do motor a combustão é ativada quando a bateria acaba, durante as acelerações rápidas ou quando o motorista coloca o ar-condicionado nos níveis mais altos.
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NAS RUAS
INOVAÇÃO PERMANENTE O setor de mobilidade está em permanente evolução, e isso também vale para a mobilidade elétrica. Há um trabalho de pesquisa contínuo para melhorar o fornecimento de energia e construir infraestruturas cada vez mais rápidas e flexíveis – o que é imprescindível para integrar os veículos elétricos (de carros a ônibus) ao sistema viário urbano.
A Enel, em colaboração com a Nissan, experimentou pela primeira vez no Reino Unido a tecnologia V2G – Vehicle-to-Grid. Graças a ela, o automóvel elétrico vira uma bateria portátil que pode armazenar energia e direcioná-la à casa do motorista, quando for necessário ou quando a energia da rede estiver mais cara, ou revendê-la à rede elétrica. A experiência com o sistema V2G começou em maio de 2016, com a conexão de 100 unidades V2G em 100 lugares conveniados, incluindo carros particulares e frotas empresariais do Nissan Leaf e da van elétrica Nissan e-NV200. Em agosto de 2016, a Nissan e a Enel abriram, na sede da empresa de eletricidade Frederiksberg Forsyning, de Copenhagen, na Dinamarca, o primeiro centro comercial de V2G do mundo. Ali, a Enel instalou 10 sistemas de recarga bidirecionais V2G para contribuir com a regulação de frequência da rede nacional, o que representa um aporte agregado inicial de
A tecnologia Vehicle to Grid transforma os veículos elétricos em baterias sobre quatro rodas, uma maneira inovadora de armazenar eletricidade e devolvê-la à rede elétrica em caso de necessidade. Mas é claro que tudo isso só pode acontecer se a rede for inteligente.
100 kW. A Frederiksberg Forsyning, por sua vez, comprou 10 furgões elétricos da Nissan. Esse novo sistema revoluciona a maneira de fornecer energia à rede de distribuição. Sem contar que, quando a tecnologia V2G estiver desenvolvida em grande escala, trará uma nova perspectiva para os donos de carros elétricos, já que se tornará uma fonte alternativa de ganho financeiro. A instalação dessa tecnologia de recarga promove a integração à rede elétrica de fluxos de energia renovável não programáveis e contribui para o desenvolvimento da mobilidade elétrica, gerando benefícios para o setor energético e o meio ambiente. A difusão da mobilidade elétrica permitirá ter uma reserva de energia a qualquer momento e em qualquer lugar. Cada automóvel se torna uma “bateria sobre quatro rodas” que poderá acumular e fornecer energia quando necessário.
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UM FUTURO SEM EMISSÕES Os veículos elétricos puros, ao contrário dos automóveis com motor de combustão interna, não emitem substâncias nocivas ao meio ambiente. Por isso, são tão importantes na luta contra o aquecimento global e pela redução das emissões de gases do efeito estufa. A mobilidade elétrica também coloca nas cidades carros silenciosos, o que evita a poluição sonora, e reduz os custos relacionados ao impacto dos carros na saúde humana. Sem contar que o uso de veículos de propulsão elétrica favorece a economia de energia na comparação com os de abastecimento convencional. O Brasil contribui de maneira significativa para as emissões de gases do efeito estufa. Em 2016, o país emitiu 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e) – um aumento de 8,9% na comparação com 2015. Com 3,4% do total mundial, o Brasil é o sétimo maior poluidor do planeta. Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, da ONG Observatório do Clima, este é o nível mais alto desde 2008 e a maior elevação desde 2004.
As emissões de CO2 de um veículo elétrico dependem da matriz energética de um país. Em países com um parque de produção composto principalmente por usinas movidas a carvão, o valor de emissões de CO2 por kWh será mais alto do que em países que produzem energia em centrais movidas a fontes renováveis, gás e nucleares.
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NAS RUAS
Emissões de gases do efeito estufa por setor
Muitas soluções poderiam ser colocadas em prática para reduzir as emissões:
UM FUTURO SEM EMISSÕES
expandir a infraestrutura de transporte com a construção de mais vias para trens elétricos e teleféricos; melhorar o transporte público, modernizando os ônibus urbanos e aumentando a rapidez do serviço, de forma a aproveitar com mais eficiência a queima de combustíveis; incentivar a utilização de bicicletas para deslocamentos urbanos curtos por meio da construção de ciclofaixas e ciclovias; melhorar a infraestrutura rodoviária por meio da ampliação de estradas, da manutenção constante e da criação de vias alternativas para desafogar as principais;
2016 Mudança de uso da terra e floresta¹
1.167
Agropecuária
499
Energia
423
Processos industriais
95
Resíduos2
91
TOTAL
2.277 Em milhões de toneladas de CO2e3
O item Mudança de uso da terra e floresta inclui queimadas e o desmatamento. É o setor campeão em emissão de CO2 no Brasil: em 2016, o desmatamento na Amazônia foi o principal responsável pela elevação nas emissões.
1
O item Resíduos se refere ao tratamento de resíduos sólidos e ao tratamento e afastamento de efluentes líquidos.
2
renovar o parque veicular apostando em alternativas mais eficientes: estabelecer um programa de incentivos para a substituição dos veículos antigos; instalar estações e pontos de recarga de veículos elétricos.
CO2e (dióxido de carbono equivalente) é uma medida utilizada para comparar as emissões de vários gases de efeito estufa baseado no potencial de aquecimento global de cada um.
3
Fonte: Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG)
Em 2016, o Brasil se uniu à lista de países que ratificou o Acordo de Paris. O país se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e apresentou o indicativo de redução de 43% até 2030.
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Os governos nacionais e as organizações supranacionais dedicam cada vez mais atenção à descarbonização da economia e à mobilidade sustentável. Houve muitos avanços nos últimos anos: 2015: a ONU criou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que contém os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, alguns deles relacionados a mobilidade sustentável. 2016: 175 países assinaram um acordo climático durante a conferência COP21 de Paris, comprometendo-se a manter o aumento da temperatura abaixo dos 2 °C e, se possível, abaixo de 1,5 °C, na comparação com os níveis anteriores à industrialização. Para alcançar esses objetivos, os países devem promover a adoção de tecnologias e soluções inovadoras, inclusive no setor de transportes.
O CEM é um órgão deliberativo que, desde 2010, promove a cooperação voluntária entre as economias mundiais a fim de incrementar o fornecimento de energia sustentável e a eficiência energética em nível global. Fazem parte do organismo a Comissão Europeia e mais 27 países, inclusive o Brasil.
4
2017: o evento Clean Energy Ministerial4 apresentou a campanha EV 30@30 para apoiar o desenvolvimento da mobilidade elétrica em automóveis, veículos comerciais, ônibus e caminhões. O objetivo é que, até 2030, 30% dos automóveis sejam elétricos.
Os veículos elétricos são uma solução muito atual e representam um compromisso com o futuro que envolve cada vez mais países. Mas também há outras ações e soluções que envolvem cada um de nós. Optar pelo transporte público ao invés do transporte individual é sempre uma escolha sustentável. Mas e se for também uma escolha livre de emissões? No Brasil, os ônibus urbanos ou trólebus são uma realidade em diversas cidades. Em São Paulo, eles começaram a circular em 1949 e continuam ativos. Também são usados em Recife, Santos, São Bernardo do Campo e Belo Horizonte. Trens, metrôs e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) também são movidos por motores elétricos. Na cidade do Rio de Janeiro, um VLT começou a operar em maio de 2016. Ele foi instalado para uso durante os Jogos Olímpicos do Rio, e permanece funcionando após o evento.
Outra escolha sustentável pode ser feita no posto de combustíveis. A maioria dos carros produzidos no Brasil são flex, ou seja, podem ser movidos tanto a gasolina quanto a álcool anidro. Também conhecido como etanol, o álcool é um combustível renovável obtido da canade açúcar. Seu uso em automóveis não aumenta a quantidade de CO2 na atmosfera.
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NAS RUAS
A ENERGIA VAI À ESTRADA Um futuro livre de emissões de CO2 significa uma nova cultura da mobilidade. Você já imaginou uma corrida de Fórmula 1 com zero emissões? Sim, ela existe! A alternativa elétrica à Fórmula 1 se chama Campeonato ABB FIA de Fórmula E e é uma competição onde os carros de corrida são totalmente livres de emissões. A Fórmula E nasceu de uma ideia de Jean Todt, presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e ex-diretor-chefe da Ferrari. “Correr é uma motivação tanto para as equipes quanto para as escuderias que competem para ganhar, para demonstrar que têm a melhor tecnologia”, explica o diretor do campeonato Alejandro Agag. A competição, que está na quarta temporada, incentiva a inovação no desempenho dos propulsores elétricos, que melhoram dia a dia. A Fórmula E leva a velocidade da mobilidade elétrica a circuitos em grandes metrópoles como Hong Kong, Cidade do México, Nova York, Londres e Roma.
Tanto o barulho quanto a poluição são praticamente inexistentes, e os pilotos precisam utilizar a inteligência e a tática para ganhar sem desperdiçar energia. Desde a temporada 2016-17, a Enel é patrocinadora oficial da Fórmula E. Junto aos organizadores, as escuderias e outros parceiros, desenvolve tecnologias capazes de responder a desafios como as mudanças climáticas, a poluição urbana e a crescente integração das energias renováveis na matriz energética. O objetivo é alcançar uma competição cada vez mais verde e experimentar soluções inteligentes de microrredes e armazenamento, integrando a produção de fontes renováveis e otimizando o uso da energia em condições extremas por meio de sistemas de gestão de energia.
As corridas do Campeonato ABB FIA de Fórmula E acontecem em circuitos urbanos preparados para isso. A tecnologia Enel alimenta cada grande prêmio com energia limpa. Na região do circuito, é construída uma vila elétrica onde todos têm seu espaço, uma autêntica cidade inteligente. Para saber mais, visite www.fiaformulae.com/en (em inglês)
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Em cada etapa do circuito, a Enel instala, em poucas horas, a infraestrutura energética necessária para a recarga dos veículos elétricos durante seus deslocamentos e para os espaços de exposição e os boxes das equipes. Na Fórmula E, a rede trabalha em condições extremas, com picos de energia que podem chegar a 80 MW em poucos segundos. A Enel enfrenta esse desafio com base na experiência que adquiriu ao longo dos anos: do desenvolvimento dos primeiros medidores eletrônicos até os de última geração, passando pela construção da rede inteligente que forneceu energia para a cidade sustentável da Expo Milão 2015. Na Exposição Universal de Milão, a Enel, como parceira global de soluções para energia e iluminação inteligente, instalou um sistema avançado para a distribuição de eletricidade que incluía a gestão da iluminação, do consumo e dos pontos de recarga para veículos elétricos, equivalente ao de uma cidade de aproximadamente 200 mil habitantes. Com a Fórmula E, a experiência da Expo Milão 2015 dá mais um passo em direção a uma microrrede móvel mais evoluída e verde. O sistema implementado conecta diversos elementos: uma série de medidores eletrônicos plug and play (ou seja, rápidos e fáceis de montar e desmontar); armazenamento de 12 kWh; uma instalação fotovoltaica de 5 kWp;
“Se há alguns anos tivessem me dito que seria construído um veículo igual a um carro de Fórmula 1, que alcança quase a mesma velocidade, mas é elétrico, eu teria rido. Cada vez que sento atrás do volante, me sinto pilotando o futuro.” Esteban Guerrieri, piloto argentino e de provas da Fórmula E
4 estações de recarga rápida. Assim, a Enel oferece total autonomia e energia exclusivamente renovável à corrida. Também está previsto, para o equilíbrio da rede, dotar a instalação de infraestruturas com tecnologia Vehicle-to-Grid (V2G), o sistema de recarga bidirecional (da rede ao veículo, do veículo à rede), que permite a um automóvel transferir à rede elétrica a energia acumulada em suas baterias, como se fosse uma central móvel, ao contrário do que acontece com a recarga unidirecional (rede-veículo).
A logística é um dos desafios mais importantes que devem ser enfrentados durante a montagem da microrrede itinerante. Os sistemas de redes mudam de uma cidade a outra e, para os técnicos, é crucial trabalhar de maneira rápida. Para isso, todos os elementos da rede estão conectados a uma plataforma baseada em nuvem, o sistema de gestão de energia. Esse sistema permite compartilhar toda a informação através de uma interface web, que pode ser acessada de um computador ou smartphone. A sala de controle verifica os consumos e os fluxos de energia em todas as etapas do evento, e essa informação é compartilhada com as escuderias em tempo real.
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NAS RUAS
NÃO SÓ CARROS Podemos ir até mais além, já que uma mobilidade sustentável não é feita só de automóveis, mas engloba muitas outras formas de transporte. A difusão desses meios permite revolucionar todo o sistema de mobilidade de passageiros e mercadorias, com a máxima eficiência energética, sustentabilidade ambiental e urbana, segurança, acessibilidade, conectividade e multimodalidade. As aplicações são infinitas e vão de furgões de frotas corporativas a motocicletas para andar pela cidade, ônibus, táxis (inclusive aquáticos), com novidades permanentes apresentadas nos eventos especializados. O novo Daily Electric, da Iveco, por exemplo, tem uma autonomia de até 280 km e um sistema que permite que o condutor adapte em tempo real a modalidade de freios às características do percurso e do trânsito, obtendo, assim, uma economia de energia considerável. É muito silencioso, o que o torna especialmente adequado para andar pelas cidades à noite. Na Suécia, o Grupo Volvo está experimentando usar veículos autônomos, ou seja, sem condutor, na coleta de lixo, a fim de melhorar a segurança do trânsito e as condições de trabalho e reduzir o impacto ambiental.
O caminhão é acionado por um operador que o segue em seus deslocamentos, conforme um itinerário preestabelecido, com a ajuda de sensores a bordo que controlam o ambiente ao redor do veículo e reduzem a marcha frente a possíveis obstáculos. Em São Paulo, a ciclofaixa que percorre diversos pontos da cidade, iniciada em 2014, incentivou os cidadãos a andarem de bicicleta – inclusive elétricas. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade de Melbourne, na Austrália, mostrou que o fato de haver ciclovia perto de casa – a 500 metros de distância – bem como o acesso a estações de trem ou metrô – a até 1.500 metros de distância – foram incentivos importantes para o uso da bicicleta como meio de transporte. Os moradores de áreas próximas às ciclovias têm uma chance 154% maior de usar a bicicleta como meio de transporte. Para aqueles que moram perto de estações de trem ou metrô, o aumento é de 107%, independentemente de fatores como sexo, idade, nível educacional ou bairro.
No Brasil, a média de prevalência do uso de bicicleta como meio de transporte é de 13,3% da população adulta, variando, por exemplo, de 8,8% em Vitória a 16,6% no Recife. Em países europeus conhecidos pelo uso da bicicleta, como a Holanda, a média chega a 27% da população adulta.
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Emilia 3 é o carro movido a energia solar que nasceu do projeto Onda Solar, que, há mais de dez anos, conecta universidades, empresas e centros de pesquisa italianos à vanguarda em inovação. Um de seus patrocinadores é a Enel Green Power. Emilia 3 alcançou êxitos nas mais importantes corridas mundiais para carros solares, como a Albi Eco Race, na França, o Moroccan Solar Challenge, em Marrocos, a Corrida Solar no deserto do Atacama, no Chile, e o iLumen European Solar Challenge, na Bélgica. A Enel firmou um acordo com a empresa chinesa BYD, líder na fabricação de veículos elétricos e baterias de fosfato de ferrolítio. O ferro, utilizado como componente central, garante segurança, estabilidade e longa duração para a bateria. O acordo abre caminho a possíveis projetos de cooperação para o desenvolvimento de ônibus elétricos e promove a eletrificação do transporte público.
Para acompanhar o Emilia 3 e saber mais sobre o novo veículo de 4 lugares que participou do Desafio Solar dos Estados Unidos www.facebook.com/italiansolarcar
O Desafio Solar Mundial é o famoso rali para veículos movidos a energia solar que acontece a cada dois anos na Austrália. O desafio percorre os 3.021 km que separam Darwin de Adelaide, em uma travessia pelo interior australiano feita por protótipos alimentados com energia fotovoltaica. www.worldsolarchallenge.org (em inglês)
Outra aplicação da mobilidade elétrica é representada pelas frotas corporativas totalmente elétricas. Aqui a Enel também está na vanguarda. Para os funcionários das empresas Enel Codensa e Gamesa, na Colômbia, a mobilidade sustentável é um fato cotidiano graças à maior frota ecológica corporativa do país: 16 automóveis e 48 bicicletas elétricas.
NÃO SÓ CARROS
As bicicletas elétricas também representam uma importante contribuição para a difusão de formas de transporte mais sustentáveis. Disponíveis em várias versões para cada tipo de necessidade e percurso, elas permitem chegar ao destino sem esforço físico. São ideais, por exemplo, para ir ao trabalho ou fazer passeios. Elas podem operar de três modos: da forma tradicional, com pedais; assistido, com pedais e motor (chega a 50 km/h e tem autonomia de até 90 km); com motor: a velocidade pode alcançar 38 km/h e a autonomia é de 50 km. As baterias são leves e podem ser removidas facilmente para fazer a recarga em casa. Para uma recarga completa, são necessárias 6 horas e 1,5 kWh.
No transporte aéreo encontramos os drones, aparelhos de propulsão elétrica que voam sem piloto graças a instruções recebidas a distância por controle remoto ou smartphone. O desenvolvimento tecnológico reduziu suas dimensões, melhorou o tempo de duração das baterias e diminuiu seus custos. Os drones são utilizados em diversos âmbitos, pois tornam mais eficientes e eficazes processos e atividades que vão desde a agricultura à segurança, o jornalismo, a fotografia e o cinema, o esporte e a gestão das cidades. O uso de drones também é útil no setor elétrico.
Graças a câmeras de vídeo e de fotografias térmicas de alta definição, sensores infravermelhos e detectores de gás, os drones podem sobrevoar as instalações de produção (centrais térmicas, usinas hidrelétricas e instalações fotovoltaicas) e realizar, em tempo real, controles de rotina em pontos de acesso difícil ou perigoso. Além disso, eles podem ser utilizados em casos de emergência por mau tempo ou terremotos, substituindo o uso de helicópteros e reduzindo o risco para os pilotos. Uma vantagem adicional é que não precisam de áreas especiais para pouso e decolagem e nem geram emissões.
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A evolução da tecnologia oferece importantes oportunidades de eletrificação, inclusive no transporte naval, com o objetivo de contribuir para a gestão da contaminação dos mares e das bacias hidrográficas. A Noruega, por exemplo, está na vanguarda, com navios pesqueiros elétricos que contam com sistemas fotovoltaicos instalados a bordo para recarga. Em maio de 2017, o grupo químico norueguês Yara anunciou que, ao longo de 2018, utilizaria um navio de carga elétrico para transportar mercadorias da fábrica até os portos de Brevik e Larvik, um trajeto que hoje requer mais de 40.000 viagens de caminhão por ano. Em 2020, o navio contará com um sistema de direção autônoma, controlado a distância. Seu custo estimado é de 25 milhões de dólares, quase três vezes mais do que um navio de combustão com as mesmas dimensões, mas levará a uma redução de 90% nos custos anuais de gestão e manutenção da empresa.
De um acordo entre a Enel e a Dorna nasceu o primeiro campeonato de motos elétricas do mundo. Em 2019, a Copa do Mundo FIM Enel MotoE acontecerá em seis circuitos históricos europeus e terá como protagonista a EgoGP, motocicleta elétrica fabricada pela Energica, que possui 146 cavalos de potência, alcança 250 km/h e vai de 0 a 100 km/h em 3 segundos. E conta com um piloto de provas excepcional: Loris Capirossi. A Enel não só patrocina o evento, mas também é responsável pelos sistemas de recarga, serviços energéticos avançados,
Em maio de 2017, a China lançou o COMAC C919, o primeiro avião elétrico para transporte de passageiros, que comporta aproximadamente 150 pessoas.
fornecimento e armazenamento de energia verde, pelos recursos humanos e pelas infraestruturas do campeonato. Graças às soluções inovadoras, as motocicletas elétricas são recarregadas com energia 100% renovável utilizando dispositivos de smart & fast charging, uma tecnologia que permite que a recarga seja feita em menos de 30 minutos nos boxes conectados à rede ou em qualquer outra parte do circuito em modo bateria, por meio de um carregador móvel que pode ser transportado facilmente.
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NA CIDADE
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NA CIDADE
Estamos na metade da nossa viagem pelo mundo da energia elétrica. Já vimos que ela nos permite transformar nossas casas. Vimos quais são os benefícios da mobilidade elétrica para reduzir os gases do efeito estufa e a poluição sonora. Agora vamos ampliar nossa perspectiva para observar ao nosso redor. Como são nossas cidades? O que podemos fazer para transformá-las em lugares mais saudáveis, verdes, bonitos e acolhedores para todos? Vamos conhecer as tecnologias disponíveis para mudar nossas comunidades. Começaremos pelas redes inteligentes que estão revolucionando a maneira de distribuir a energia elétrica.
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DA CIDADE À CIDADE INTELIGENTE Quem nunca sonhou em viver em uma cidade mais bonita, saudável e inclusiva? Talvez alguém a tenha imaginado verde, silenciosa, tranquila, limpa… em outras palavras, sustentável, eficiente e segura. As cidades estiveram sempre no centro da mudança, refletem o nível de desenvolvimento econômico e social de uma sociedade. São um lugar de oportunidades, mas também de desafios. A tendência é que nossos conglomerados urbanos continuem crescendo, e que o mesmo aconteça com as demandas e necessidades de seus habitantes. É preciso equilibrar o desenvolvimento dos territórios e dos sistemas urbanos com uma verdadeira sustentabilidade ambiental. As cidades inteligentes são a resposta.
“Hoje, bilhões de pessoas vivem em favelas. As cidades são, com frequência, bolsões de sofrimento e de problemas levados ao limite, e essa situação só tende a piorar. É de vital importância transformá-las para tornálas mais acolhedoras, sustentáveis e capazes de se adaptar a mudanças.” Lise Kingo, CEO do Pacto Global das Nações Unidas
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NA CIDADE
NOVA VIDA NA CIDADE As cidades inteligentes são um dos temas mais discutidos e desafiadores no panorama científico e político atual. As potencialidades de sua implementação dos pontos de vista energético, ambiental e social são realmente revolucionárias. As cidades inteligentes são um modelo urbano em condições de conjugar o cuidado com o meio ambiente, a eficiência energética e a sustentabilidade econômica. Um lugar onde as infraestruturas, os serviços e a tecnologia se unem para oferecer um centro habitado feito para o homem, no qual a economia
de energia, a redução das emissões e o controle do consumo são parte da vida cotidiana dos cidadãos, da administração pública e das empresas. Mas quais são os aspectos que podemos melhorar? Os sistemas de aquecimento, refrigeração e iluminação, para tornar os edifícios mais eficientes; a integração da microgeração de fontes renováveis e a otimização do ciclo de resíduos e da água; o desenvolvimento de um sistema de transporte mais eficiente e sustentável (sistemas de mobilidade digital, mobilidade elétrica, intermodais); e uma melhor gestão das redes de distribuição de energia elétrica.
As cidades inteligentes são altamente tecnológicas e implementam inovações como medidores eletrônicos, sistemas de armazenamento de energia, estações de recarga para a mobilidade elétrica, iluminação pública eficiente e dispositivos que mostram aos cidadãos informações sobre seu consumo de forma clara e acessível.
Uma cidade inteligente é também uma cidade sustentável, que assegura altos padrões de qualidade de vida para todos, otimiza o uso dos recursos e do espaço e implementa soluções tecnológicas inovadoras. Os fatores-chave para que esse cenário seja realidade são uma mudança cultural e uma visão integrada que permita abarcar em uma mesma iniciativa aspectos diferentes. Junto às obras de infraestrutura, são necessárias ações destinadas à participação ativa dos cidadãos e a melhora de seus hábitos de consumo, estejam eles relacionados ou não à energia.
As cidades inteligentes também se distinguem pelos projetos de inovação ecossocial, como as hortas urbanas. Iniciativas de horticultura comunitária favorecem a segurança alimentar, a biodiversidade e um melhor uso dos recursos naturais. Criam espaços comunitários e inclusivos e podem ser utilizadas para fins terapêuticos e de reabilitação, didáticos, recreativos e ocupacionais.
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Nos últimos anos, a urbanização crescente, a digitalização e o desejo das novas gerações de ter acesso a serviços sem precisar comprá-los permitiram o surgimento do carro compartilhado, com impacto positivo na qualidade do ar. A mobilidade elétrica, por sua vez, representa uma grande oportunidade para o transporte privado e público, o que é demonstrado por políticas adotadas em todo o mundo.
Londres, por exemplo, conta com o maior parque de ônibus elétricos da Europa (120 ônibus totalmente elétricos e 2.000 ônibus híbridos). Em segundo lugar estão os Países Baixos, onde o terminal de Eindhoven, ponto de partida e chegada de todas as linhas, conta com 43 pontos de recarga rápida que garantem a carga completa de toda a frota em menos de meia hora.
Em Brasília, um aplicativo permite aos passageiros consultar os horários dos ônibus em tempo real e traçar destinos. O +Ônibus Brasília também possibilita acesso à localização dos pontos de ônibus e às linhas existentes em todo o Distrito Federal, com a previsão das próximas viagens. Para traçar possíveis rotas, basta definir um ponto de partida e um de chegada e acessar as linhas que fazem o itinerário e seus respectivos horários. Para saber as opções que circulam por um determinado lugar, é só informar a localização. O que torna tudo isso possível é o monitoramento dos veículos por GPS.
No transporte público, muitas cidades brasileiras têm instalado câmeras que monitoram o trânsito e modificam o tempo de abertura dos semáforos, de modo a melhorar a movimentação de carros, ônibus e caminhões de pequeno porte.
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NA CIDADE
A ILUMINAÇÃO PÚBLICA
Um dos elementos que identificam uma cidade inteligente é, sem dúvida, a iluminação pública, que tem um papel fundamental para tornar os espaços públicos abertos e seguros. A luz valoriza a arquitetura ao mesmo tempo em que reduz o consumo de energia e a poluição visual. Archilede é o sistema de iluminação pública de LED da Enel. Inclui uma gama completa de dispositivos de alta eficiência para responder às mais variadas exigências, desde grandes eventos como a Exposição Universal de Milão 2015 até a iluminação de lugares que frequentamos diariamente. Os modelos Archilede High Performance, Evolution e Special permitem uma economia de até 80% de energia na comparação com a tecnologia tradicional e podem ser controlados a distância, reduzindo também as emissões de CO2.
A Prefeitura de São Paulo está trocando as lâmpadas antigas da cidade, alimentadas por vapor de sódio, mercúrio e vapor metálico, por lâmpadas de LED. A mudança começou pela comunidade de Heliópolis, no final de 2015. Foi o primeiro bairro da América Latina com essa tecnologia de iluminação. Para continuar com a troca, foi firmada uma parceria público-privada no valor de R$ 7 bilhões. A parceria vai permitir que mais 535.713 pontos de iluminação recebam iluminação de LED até dezembro de 2020. No total, a cidade conta com 618.355 pontos.
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Se há alguns anos a iluminação pública servia “somente” para iluminar e tornar mais eficientes e seguras as ruas, edifícios e monumentos, hoje o conceito se ampliou e evoluiu. A iluminação pública se integra a outros serviços, como painéis de controle, gestão de estacionamentos, anúncios publicitários em tempo real, câmeras de vigilância e semáforos inteligentes. No Brasil, a responsabilidade pela prestação do serviço de iluminação pública é dos municípios. As Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica são determinadas pela Resolução Normativa nº 414, de 9 de setembro de 2010. Segundo dados da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), os gastos com energia elétrica são, em muitas prefeituras, a segunda maior despesa – atrás apenas da folha de pagamento dos servidores públicos. E na conta de energia, o maior custo é o da iluminação pública: ela representa 70% a 80% da fatura. Em 2016, a iluminação pública brasileira consumiu 15.035 GWh – 3% de toda a energia elétrica consumida no país.
Para promover o desenvolvimento de sistemas eficientes de iluminação pública, o governo brasileiro, por meio da Eletrobras, realiza o Procel Reluz, um programa que contribui para reduzir o consumo de energia elétrica e melhorar as condições de segurança nas vias públicas e a qualidade de vida nas cidades brasileiras. Desde a sua criação, em 2000, o Procel Reluz já proporcionou a substituição de mais de 2,7 milhões de pontos de iluminação pública em todo o país por tecnologias mais eficientes, como o LED.
Segundo o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), é possível atingir uma economia de energia de 30% por sistema de iluminação pública com o uso de tecnologias mais eficientes, e de 90% na sinalização semafórica pela substituição por LEDs, por exemplo.
A ILUMINAÇÃO PÚBLICA
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NA CIDADE
A luz também é uma questão de estética. Partindo das primeiras lâmpadas de LED, chegamos a sistemas de iluminação capazes de criar efeitos e atmosferas enquanto respeitam a lei e economizam energia. Isso é possível, por exemplo, experimentando temperaturas cromáticas cada vez mais agradáveis, a fim de evitar o azul intenso dos primeiros LEDs. Algo presente, sobretudo, na iluminação artística, um setor no qual a Enel Sole tem uma grande tradição, com mais de 1.350 intervenções em todo o mundo. Entre elas, os jardins do Palácio do Quirinal, o Altar da Pátria e o Pantheon, em Roma, e a Catedral de Orvieto, na Itália; a Ponte da Cidadela de Alexandria, no Egito, do arquiteto Richard Meier; os jardins do Real Alcázar de Sevilha, na Espanha; e a embaixada italiana em Moscou.
No verão de 2017, foi inaugurado um sistema inovador que ilumina uma parte do Sítio Arqueológico de Pompeia, patrimônio mundial da Unesco. A visita noturna às escavações fica mais emocionante quando a luz se une a música e imagens 3D para gerar uma experiência multissensorial única no mundo, em uma viagem que mostra a vida da cidade antes da erupção do vulcão Vesúvio. O projeto se chama Uma Noite em Pompeia e é fruto da sinergia entre a Enel e algumas instituições italianas. As cinzas expelidas pela erupção do vulcão Vesúvio no final do verão em 79 d.C cristalizaram a cidade italiana de Pompeia, que chegou ao nosso tempo “em sua integridade, como se os habitantes tivessem saído há 15 minutos”. A descrição é do escritor e filósofo François-René de Chateaubriand, fundador do Romantismo francês, durante uma viagem à Itália em 1804.
“Desde o início, o objetivo era abrir as escavações à noite, como um museu. Nesse sentido, a integração do sistema de iluminação com a música e as imagens busca transformar a experiência da visita em um storytelling, como se os muros narrassem a história da antiga cidade através de diálogos entre as pessoas que ali trabalhavam e viviam. Os textos foram escritos pelos funcionários e arqueólogos que, juntos, deram vida a uma história dentro da história, o relato de uma Pompeia viva. O vídeo que encerra o percurso na Basílica mostra a arquitetura e as pinturas das residências, com o célebre vermelho de Pompeia, e narra a relação dos habitantes da cidade com seu ambiente.” Francesca Migliorato, responsável por iluminação artística da Enel Sole
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“Em Pompeia, tratamos de resolver todos os pontos críticos. Mesmo assim, ainda faltava a possibilidade de oferecer um passeio noturno. Conseguimos, e o resultado é um itinerário significativo, cheio de emoções, porque a iluminação, acompanhada do som e das vozes, mergulha os visitantes em uma noite pompeiana.” Massimo Osanna, diretor-geral do Sítio Arqueológico de Pompeia
O passeio pela noite de Pompeia termina com imagens de vídeo em 3D, criadas pelos especialistas do Information Technologies Lab e do Instituto para o Patrimônio Arqueológico e Monumental do Conselho Nacional de Pesquisa, ambos da Itália. Para criar Uma Noite em Pompeia, a Enel substituiu todas as antigas lâmpadas de halogênio por lâmpadas de LED (o que reduziu o consumo em 60%) e introduziu, graças à modernização e reforma de parte das linhas elétricas do Sítio Arqueológico, um inovador sistema de automatização que permite o controle e a regulação a distância da intensidade luminosa de cada um dos 432 pontos de luz do percurso.
O projeto Uma Noite em Pompeia une sustentabilidade e eficiência energética com arte e tecnologia, duas dimensões que parecem distantes, mas que são muito próximas. A palavra “técnica” vem do grego antigo techne, e significa “a arte do engenho e de saber fazer”.
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NA CIDADE
A REDE TAMBÉM ESTÁ SE TORNANDO INTELIGENTE
Não são somente as cidades que estão se tornando inteligentes. A rede elétrica também está se transformando. Com frequência ouvimos falar de smart grid. Mas o que é isso? A smart grid é uma rede elétrica inteligente que une tecnologias tradicionais com soluções digitais inovadoras, tornando cada vez mais flexível a gestão da rede elétrica graças a um constante e eficiente intercâmbio de informação. Essas tecnologias digitais inovadoras permitem controlar toda a rede elétrica e intervir quando há falhas, garantindo um serviço otimizado de fornecimento de eletricidade. Uma rede inteligente pode integrar as ações de todos os atores conectados, desde os produtores até os consumidores. Seu objetivo é distribuir energia de maneira eficiente, sustentável, econômica e confiável. Do ponto de vista tecnológico, a smart grid transforma nossas cidades porque, além de regular e otimizar os fluxos de energia, torna possível a implementação de diversas medidas de eficiência energética e a redução das emissões de CO2.
Graças às smart grids, é cada vez mais simples controlar e otimizar os fluxos de energia, evitando desperdício e acumulando e reorientando eventuais excedentes em tempo real.
O ponto nevrálgico das redes inteligentes é o smart meter, o medidor eletrônico inteligente, que a Enel vem instalando em um número crescente de países.
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UMA EVOLUÇÃO CONTÍNUA
Para entender melhor como funciona e quais são as vantagens das redes inteligentes, precisamos voltar um pouco no tempo. O crescimento do setor energético é consequência de desenvolvimentos e melhorias permanentes no modelo criado no final do século XIX, com a fundação da Edison Electric Light Station de Londres, na Inglaterra, a primeira central elétrica do mundo para uso público. Desde então, a tecnologia do nosso modelo energético evoluiu e se tornou muito mais sofisticada, mas sempre manteve a estrutura que nasceu com a central inglesa: grandes plantas de geração de energia centralizadas, com linhas de transmissão e distribuição cada vez mais extensas e ramificadas, que transportam a eletricidade produzida até os consumidores finais.
Atualmente, esse paradigma tem se transformado devido a diversos fatores: 1. A presença crescente de fontes renováveis que não produzem energia elétrica o tempo todo e, como no caso do sol e do vento, não são programáveis. 2. A geração distribuída que desloca a produção de energia elétrica. Cada um de nós pode produzir energia elétrica em qualquer lugar e a qualquer momento, graças a pequenas instalações alimentadas por fontes renováveis, como os painéis fotovoltaicos, e até mesmo vender essa energia à rede elétrica nacional. 3. A união entre eletricidade e eletrônica, que coloca à disposição dos consumidores instrumentos capazes de otimizar os consumos pessoais e melhorar o funcionamento do sistema global − a chamada demanda ativa. 4. A difusão capilar da infraestrutura de recarga para a mobilidade elétrica. Conectar a rede inteligente a todas as estações de recarga dos carros elétricos permitirá, entre outras ações, absorver nas baterias dos veículos os picos de produção das fontes renováveis.
Ainda há muito a ser feito. As redes tradicionais foram criadas para receber a energia produzida em algumas grandes centrais e transportá-la ao usuário final. Ninguém previu a possibilidade de obter energia em uma infinidade de pequenas instalações distribuídas pelo território, uma atividade que no futuro se tornará a regra em grande escala. Podemos dizer que estamos em um momento em que a evolução termina e começa a revolução: o formato unidirecional e centralizado da rede elétrica que utilizamos até agora está sendo progressivamente substituído por uma nova maneira de produzir, transportar e utilizar a energia. Uma maneira aberta, capilar e bidirecional.
A ILUMINAÇÃO PÚBLICA
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NA CIDADE
Um exemplo de vanguarda das redes inteligentes é a microrrede do condomínio Marcus Garvey Village Apartments, em Nova York, nos Estados Unidos. O projeto contempla uma microrrede residencial multifamiliar com painéis fotovoltaicos, células de combustível e armazenamento. Graças a um software sofisticado, os 625 apartamentos do Marcus Garvey Village poderão ser abastecidos com a energia que será integrada e distribuída pela microrrede bidirecional, levando à redução de custos, aumento da eficiência do sistema e diminuição de gases causadores do aquecimento global. Quem toca o projeto é a Demand Energy, empresa do Grupo Enel especializada em soluções de software e sistemas inteligentes de acúmulo de energia.
O projeto da microrrede do condomínio Marcus Garvey Village Apartments demonstra que nas grandes cidades, como Nova York, também é possível construir uma rede digital e distribuída, controlada de maneira inteligente e que aumenta a autossuficiência energética, transformando a cadeia de fornecimento de energia.
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A instalação de um painel fotovoltaico e um sistema de armazenamento é uma solução útil em qualquer lugar, inclusive nas nossas casas.
PAINEL FOTOVOLTAICO
SISTEMA DE ARMAZENAMENTO
CONSUMO DE ENERGIA
REDE ELÉTRICA
A energia excedente pode ser colocada na rede elétrica. O armazenamento permite melhorar a eficiência da instalação fotovoltaica com o acúmulo de energia produzida durante o dia a fim de utilizá-la inclusive quando não houver sol (e a instalação não produzir energia ou produzir pouca). Assim, o gasto de energia é maximizado, sem necessidade de mudar os hábitos de consumo.
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
De onde vem a energia elétrica sobre a qual falamos até agora? É hora de focarmos na geração de energia nas fontes e nas centrais elétricas e descobrir como elas funcionam, o que é matriz energética e quais são os desafios e inovações mais recentes. Teremos a oportunidade de nos aprofundar no papel das fontes renováveis e explicar conceitos e tecnologias como geração distribuída e sistemas de armazenamento. E mais: o crescimento das instalações ambientalmente corretas acompanha a necessidade de encontrar novos usos para as usinas termelétricas. Quais são as perspectivas?
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A MATRIZ ENERGÉTICA A matriz energética é o conjunto de fontes primárias de energia utilizadas para a produção de energia em um país. Para garantir um fornecimento energético seguro, com preços competitivos e que respeite o meio ambiente, a matriz energética deve ser equilibrada e diferenciada. A solução está na integração de diferentes fontes: as renováveis e que não emitem CO2 e as tradicionais, como as fontes fósseis, que, ao contrário das renováveis, garantem a segurança do fornecimento, mas geram emissões. Cada país tem sua própria matriz energética, fruto das diferentes disponibilidades de matérias-primas e da evolução dos sistemas produtivos. A matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo, com destaque para a geração a partir de recursos hídricos: 12% de toda a energia e 65% da energia elétrica consumida no Brasil vem de usinas hidrelétricas.
A Enel é a maior produtora mundial de energia renovável: 33% de sua produção vem de fontes renováveis. São 95 TWh por ano, capazes de atender a demanda de mais de 35 milhões de famílias. Essa energia é produzida a partir de fontes hidrelétricas, geotérmicas, eólicas, solar, biomassa e outras tecnologias integradas e experimentais, como a energia do mar.
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
da geração eólica e da produção de biodiesel. O crescimento no Gás Natural foi puxado pelo incremento dessa fonte na geração elétrica. A alta no Carvão Mineral foi consequência de uma demanda maior na siderurgia.
A MATRIZ ENERGÉTICA
A matriz energética brasileira pode ser representada pelo seu subconjunto Oferta Interna de Energia (OIE). Também conhecida como Demanda Total de Energia, a OIE corresponde à energia necessária para movimentar a economia nacional.
Já a fonte Hidráulica mostrou o maior recuo, de 3,4%. Isso aconteceu porque 2017 foi um ano de pouca chuva no Brasil, com consequências para as usinas hidrelétricas. A diminuição fez com que a participação das fontes renováveis na matriz recuasse de 43,5% para 43,2%, anulando a performance positiva das demais fontes renováveis.
Em 2017, a OIE brasileira foi de 293,5 milhões de tep (toneladas equivalentes de petróleo), ou Mtep, um crescimento de 1,8% em relação a 2016, e equivalente a 2,12% da energia mundial. Seus principais indutores foram o consumo industrial de energia e o setor de transportes, além dos setores de siderurgia, açúcar e produção agrícola. O aumento na demanda por energia foi maior do que o crescimento do país – em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 1%.
O consumo total de energia elétrica no Brasil era de 39,7 TWh em 1970. Em 2004, era de 359 TWh, e em 2017, de 465 TWh.
A maior alta na OIE em 2017 foi no agregado Outras Renováveis, sustentada pela expansão
OFERTA INTERNA DE ENERGIA (OIE) ESPECIFICAÇÃO
mil tep
17/16%
Estrutura (%) 2016 2017
2016
2017
NÃO RENOVÁVEL
162.975
166.808
2,4
56,5
56,8
PETRÓLEO E DERIVADOS
105.354
106.276
0,9
36,5
36,2
GÁS NATURAL
35.569
37.938
6,7
12,3
12,9
CARVÃO MINERAL E DERIVADOS
15.920
16.570
4,1
5,5
5,6
URÂNIO (U308) E DERIVADOS
4.211
4.193
-0,4
1,5
1,4
OUTRAS NÃO RENOVÁVEIS (a)
1.921
1.831
-4,7
0,7
0,6
RENOVÁVEL
125.345
126.685
1,1
43,5
43,2
HIDRÁULICA E ELETRICIDADE
36.265
35.023
-3,4
12,6
11,9
LENHA E CARVÃO VEGETAL
23.095
23.424
1,4
8,0
8,0
DERIVADOS DA CANA-DE-AÇÚCAR
50.318
51.116
1,6
17,5
17,4
OUTRAS RENOVÁVEIS (b)
15.667
17.122
9,3
5,4
5,8
TOTAL
288.319
293.492
1,8
100,0
100,0
Dos quais fósseis
158.763
162.615
2,4
55,1
55,4
(a) Gás de alto-forno, de aciaria e de enxofre; (b) lixívia, biodiesel, eólica, solar, casca de arroz, biogás, resíduos de madeira, gás de carvão vegetal e capim elefante.
Fontes: Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2018/ano-base 2017 e Resenha Energética Brasileira 2018/ ano-base 2017, produzidos pela Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia
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O sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. O Sistema Interligado Nacional (SIN) é constituído por quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte. A interconexão dos sistemas elétricos permite a transferência de energia entre subsistemas, garantindo o fornecimento como um todo. Se uma bacia hidrológica do Sul sofre com a falta de chuvas enquanto há excedente nos reservatórios do Norte, a energia é conduzida para a região que mais precisa, sem desatender a área que produz. A capacidade instalada de geração do SIN é composta, principalmente, por usinas hidrelétricas distribuídas em 16 bacias hidrográficas. Nos últimos anos, a instalação de usinas eólicas, principalmente no Nordeste e Sul, apresentou um forte crescimento. As usinas térmicas, em geral localizadas nas proximidades dos principais centros de carga, são estratégicas pois contribuem para a segurança do SIN (elas são acionadas quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos).
O Brasil importa energia para atender a todas as suas necessidades, mas a dependência externa vem diminuindo. Em 2017, 0,5% da energia consumida foi exportada, o equivalente a 1,4 Mtep, menos de ¼ do montante de 2016. O país importou petróleo, gás natural, carvão mineral e eletricidade.
O responsável pelas operações do SIN é o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), um órgão composto por empresas de geração, transmissão e distribuição, consumidores livres, importadores e exportadores de energia e o Ministério de Minas e Energia.
Em 2017, no auge da crise hídrica, o Brasil comprou eletricidade do Uruguai e da Argentina para preservar os reservatórios e evitar acionar mais usinas termelétricas. Além disso, o Brasil compra do Paraguai o excedente de energia elétrica produzido pela Usina Hidrelétrica de Itaipu e que o país vizinho não utiliza.
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
FONTES RENOVÁVEIS: UM PAPEL DE DESTAQUE
As fontes renováveis têm um papel de destaque no mundo de hoje. Sua aplicação é difundida tanto na produção de calor (setor térmico), como na produção de energia elétrica (setor elétrico) e nos biocombustíveis para veículos (setor de transportes). Isso se aplica também ao nosso país: em 2017, a participação de renováveis na matriz energética brasileira se manteve entre as mais elevadas do mundo, 43,2%, enquanto no resto do mundo a média é de 13,8%. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as nações mais ricas do planeta, é ainda pior: a participação de renováveis na matriz é, em média, de 10%.
O sol e o vento são fontes renováveis intermitentes e descontínuas e, por sua natureza, não programáveis. Não é possível interferir em sua presença ou continuidade. A água, a geotermia e a biomassa, por outro lado, são fontes renováveis programáveis.
PARTICIPAÇÃO DE CADA FONTE NO CONSUMO ENERGÉTICO DO BRASIL EM 2017 (%)
Não renováveis 166,8 Mtep
Gás Industrial 1,1
Óleo 63,7
Nuclear 2,5 Carvão 9,9
Gás 22,7
Total 293,5 Mtep (2,12% da média mundial)
Não Renováveis 56,8
Renováveis 43,2
Renováveis 126,7 Mtep (6,6% da média mundial)
Lenha e Carvão Vegetal 18,5
Eólica 2,9
Etanol e Bagaço 40,3
Solar 0,1 Hidro 27,6
Biodiesel 2,7 Outros 7,9
Fonte: Resenha Energética Brasileira 2018/ano-base 2017, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia
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No início de 2017, a Enel comemorou a instalação do primeiro painel solar de sua nova usina em Ribeira do Piauí. Hoje, o Parque Solar Nova Olinda é o maior do Brasil e um dos maiores da América do Sul, com capacidade instalada total de 292 MW. Ocupando uma área de 690 hectares, Nova Olinda tem poder de geração de mais de 600 GWh por ano, o equivalente ao consumo energético de cerca de 300 mil casas. Sua operação evita a emissão de 350 mil toneladas de CO2 na atmosfera. Para construir um parque dessa proporção, distante dos grandes centros, a Enel teve que enfrentar diversas dificuldades de logística e regulação. Ainda assim, o projeto Nova Olinda foi finalizado em apenas 14 meses, o que representa um novo recorde da Enel Green Power em obras deste porte. Foram 2,5 milhões de horas trabalhadas, sem acidentes, e 300 milhões de dólares investidos.
A relação entre as emissões de CO2 e a oferta interna de energia do Brasil em 2017 foi de 1,47 tCO2/tep (tonelada de CO2 por tonelada equivalente de petróleo). Um indicador bem menor do que a média mundial (2,34 tCO2/tep) e dos países desenvolvidos (2,21 tCO2/ tep). O motivo é a grande participação da energia hidráulica e da bioenergia na matriz energética brasileira.
Segundo a Resenha Energética Brasileira, em 2017 a expansão líquida da capacidade instalada de geração elétrica foi de 7.159 MW, sendo que 98% dessa geração é de fontes renováveis. As maiores expansões foram na oferta hidráulica (47,2% da expansão, boa parte disso devido à entrada em operação da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu), na eólica (30,2%) e na solar (12,7%). Assim, a potência instalada de geração do Brasil passou a 157,6 GW.
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
GRANDE POTENCIAL Segundo o Atlas de Energia Elétrica do Brasil, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, mais de 7 mil quilômetros de litoral e condições climáticas extremamente favoráveis, o Brasil possui um dos maiores e melhores potenciais energéticos do mundo. Se, por um lado, as reservas de combustíveis fósseis são relativamente reduzidas, por outro, os potenciais hidráulicos, da irradiação solar, da biomassa e da força dos ventos são suficientemente abundantes para garantir a autossuficiência energética do país. A capacidade instalada de geração de energia do Brasil é de mais de 150 GW, com predominância hidrelétrica. Com uma extensa superfície territorial, muitos planaltos e rios caudalosos, o potencial técnico de aproveitamento da energia hidráulica do Brasil está entre os cinco maiores do mundo: o país tem 12% da água doce superficial do planeta e condições adequadas para exploração.
O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em 172 GW, dos quais mais de 60% já foram aproveitados. Aproximadamente 70% do potencial ainda não aproveitado está localizado nas bacias hidrográficas Amazônica e Tocantins-Araguaia. Quanto à energia solar, os maiores índices de radiação são observados na Região Nordeste, com destaque para o Vale do São Francisco, onde a média anual é de aproximadamente 6 kWh/m2/dia (quilowatt-hora por metro quadrado ao dia). Os menores índices são observados no Litoral SulSudeste, incluindo a Serra do Mar, e na Amazônia Ocidental. No Amapá e Leste do Pará também se observam índices inferiores à média nacional. Mas vale a pena ressaltar que mesmo as regiões com menores índices de radiação apresentam grande potencial de aproveitamento energético.
POTENCIAL HIDRELÉTRICO BRASILEIRO EM CADA ESTÁGIO POR BACIA HIDROGRÁFICA (valores em MW) Estimado
Inventário
Viabilidade
Projeto Básico
Rio Amazonas
30.595
38.580
774
948
794
23.213
94.905
Rio Tocantins
1.875
8.077
3.738
120
-
13.250
27.060
707
871
466
50
-
812
2.905
Rio São Francisco
1.561
3.895
6.140
234
-
10.786
22.616
Atlântico Leste
1.423
5.796
665
811
54
5.424
14.172
Rio Paraná
5.107
9.563
1.889
2.206
400
43.538
62.704
Rio Uruguai
342
4.097
292
432
152
6.406
11.720
2.031
1.857
2.218
326
5
3.793
10.231
43.640
72.737
16.181
5.127
1.405
107.223
246.313
Bacia
Atlântico Norte e Nordeste
Atlântico Sudeste
Total
Fonte: SIPOT Eletrobras
Construção Operação
Total Geral
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De acordo com o documento Demanda de Energia-2050, que faz parte dos estudos do Plano Nacional de Energia 2050, a demanda brasileira total de energia deve aumentar pouco mais de duas vezes entre 2013 e 2050, com destaque para o avanço do gás natural, da eletricidade e dos derivados de petróleo e de cana-de-açúcar.
A energia gerada por biomassa ou biocombustíveis também cumpre um papel fundamental. O biogás pode ser obtido de aterros sanitários ou em processos da pecuária ou avicultura, que podem produzir suficiente matéria orgânica para ser tratada e descomposta em gases combustíveis como metano. A biomassa permite às agroindústrias transformar o que seriam resíduos em combustíveis por meio de caldeiras especiais, que aumentam a quantidade de energia térmica que pode ser utilizada. Ainda que esse processo gere emissões, considera-se que o reflorestamento e a reutilização do dióxido de carbono criam um ciclo em que a quantidade de gases responsáveis pelo aquecimento global se mantém inalterada, ou seja, não cresce.
O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar do mundo.
GRANDE POTENCIAL
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
Biomassa é o que alimenta a instalação inovadora de Agordo, que a Enel construiu na Itália em 2017 para fornecer energia à sede histórica da Luxottica, empresa líder mundial na produção de lentes e vidros. A pequena planta pode fornecer energia elétrica e energia térmica, tanto quente como fria, com baixo custo e impacto zero. A instalação emite quantidades reduzidas de CO2, já que a biomassa – proveniente de ramos de lenha, madeira cortada, descartes florestais e de podas – é certificada e fornecida por empresas localizadas a um raio de no máximo 40 quilômetros. É o que se chama de cadeia de distribuição curta, que garante o equilíbrio
hidrogeológico, a gestão das florestas e sua limpeza. A biomassa alimenta o forno, onde a madeira é queimada a 950 °C (a fumaça é separada das cinzas, que são tratadas em separado), e assim começa, por meio de um sofisticado sistema de filtros e turbinas, a produção de energia limpa, que cobre quase a totalidade da demanda térmica (e parte da elétrica) da Luxottica. Esse projeto representa um primeiro passo em direção à criação de uma rede de instalações de geração distribuída de pequenas dimensões, espalhadas pelo território, com o objetivo de prestar serviço às empresas.
As fontes renováveis não geram só energia elétrica, mas também energia térmica. O calor é gerado em caldeiras, fogões e chaminés alimentadas com biomassa (como madeira para combustão ou pellets), painéis solares que esquentam a água e bombas de calor que utilizam o calor da terra.
Em 2019, mais de 50% da eletricidade gerada pela Enel será obtida a partir de fontes com emissão zero. O plano industrial 2015-2019 do Grupo contempla um importante aumento das centrais renováveis, com o acréscimo de 7,1 GW aos 9,6 GW já instalados.
A GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
Desde 2012, os brasileiros podem gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada, e inclusive fornecer o excedente para a rede de distribuição – a chamada micro ou minigeração distribuída de energia elétrica. Essa modalidade traz diversos benefícios ao sistema elétrico: Adia a necessidade de expandir os sistemas de transmissão e distribuição. Causa baixo impacto ambiental. Reduz o carregamento das redes. Minimiza perdas. Diversifica a matriz energética do país. Os autoprodutores podem usar qualquer fonte renovável. Por definição, a microgeração distribuída possui potência instalada de até 75 kW e a minigeração, de 75 kW a 5 MW (ou 3 MW para fonte hídrica). Elas são conectadas à rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras – ou seja, de casas, edifícios, empresas, fábricas. Quando a quantidade de energia gerada em determinado mês for superior à energia consumida naquele período, o consumidor fica com créditos que podem ser utilizados para diminuir a fatura dos meses seguintes.
Em 2017, a micro e a minigeração distribuídas contribuíram com 359 GWh à matriz energética brasileira – um aumento de 245% na comparação com 2016, quando foram gerados 104 GWh nessa modalidade. A potência instalada é de 246,1 MW, com destaque para a fonte solar fotovoltaica, com 53,6 GWh de geração e 174,5 MW de potência instalada.
PARTICIPAÇÃO DE CADA FONTE NA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA EM 2017 Eólica 5%
Para conectar a micro ou minigeração distribuída à rede da distribuidora, é preciso fazer uma solicitação junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Há hoje, no Brasil, mais de 10 mil conexões de micro e minigeração distribuída de energia.
Outras renováveis 22,8%
Gás Natural 2,5%
Hidráulica 23,5%
Solar 46,2%
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
OS SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO Nas últimas décadas, o caminho para tornar as centrais renováveis mais eficientes teve progressos surpreendentes. O que falta agora? Para completar a revolução verde é necessário desenvolver e utilizar em grande escala uma peça decisiva: os sistemas de armazenamento de energia, que permitem armazenar a energia elétrica gerada e utilizá-la a qualquer momento. O armazenamento é um elemento fundamental para coletar a energia excedente produzida por fontes intermitentes como a eólica e a fotovoltaica em momentos de pico e recolocá-la na rede quando o vento e o sol já não podem gerá-la. Assim, evita-se o desperdício de energia limpa e “gratuita”, e não é necessário recorrer a fontes fósseis. Hoje, para compensar as oscilações
das instalações eólicas e fotovoltaicas, temos a intervenção das centrais convencionais ou das renováveis mais controláveis, como as termelétricas e hidrelétricas. Especialistas preveem picos de cobertura máxima diária da demanda cada vez maiores e mais frequentes, considerando a evolução da capacidade instalada das plantas eólicas e fotovoltaicas. Em 2008, a Enel começou a estudar os primeiros modelos para resolver os problemas de estabilidade da rede elétrica. Desde 2010, a empresa está comprometida com a inovação dos sistemas de armazenamento, que foram postos à prova na Área Experimental de Livorno, na Itália.
A vida na ilha italiana de Ventotene mudou em 2016, quando lá foi instalado um sistema híbrido que integra armazenamento e geradores a diesel para o abastecimento energético. A ilha, que não está conectada à rede elétrica nacional, é um destino turístico com picos de demanda por energia elétrica nos meses de verão. Os geradores a diesel são ligados e desligados com frequência, causando aumentos no consumo de combustível com consequências negativas para a eficiência do sistema. A bateria de 600 kWh de íons de lítio instalada pela Enel permite armazenar o excedente de eletricidade produzida nos momentos de pico para utilizá-la quando for necessário, evitando o desperdício no inverno e cortes no verão, quando a ilha está mais densamente povoada.
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A Enel firmou um acordo com a Amber Kinetics, empresa norte-americana que nasceu da iniciativa de professores e investigadores da Universidade de Berkeley. O objetivo da parceria é avaliar a inovadora tecnologia de armazenamento flywheel, um sistema eletromecânico constituído por uma grande massa rolante capaz de armazenar energia e que é uma alternativa interessante às baterias tradicionais. O sistema de aço de 5.000 libras (cerca de 2.267 kg) converte a energia elétrica que vem da central à qual está conectado ou da rede elétrica, transformando-a na energía cinética da flywheel em movimento, com períodos de recarga de até quatro horas. Nos picos de demanda, o sistema ativa um gerador – no modo automático ou pelo sistema de controle – que transforma a energia cinética em energia elétrica e a introduz na rede. A unidade flywheel da Amber Kinetics conserva sua capacidade de armazenamento de 32 kWh durante 30 anos, uma clara vantagem na comparação com as baterias tradicionais, que perdem gradualmente sua capacidade de armazenamento ao longo do tempo. Outra vantagem é que pode ser colocada em espaços subterrâneos, pois se adapta a diferentes ambientes. A Amber Kinetics aumenta a eficiência da flywheel ao colocá-la em um vácuo quase perfeito. Nesse ambiente, com a ajuda de ímãs e rolamentos especiais, o disco gira sem fricção até 10.000 rpm.
O canal norte-americano CNN subiu a mais de 3.500 metros de altura pela Rota 21 até chegar a Ollagüe, em um canto perdido do Chile, na fronteira com a Bolívia. Mas não foi a paisagem lunar do altiplano andino, com seus vulcões e lagos salgados, que atraiu as câmeras de TV. Mas sim, uma vila com pouco mais de 300 habitantes que parece estar a anos-luz do mundo tecnológico e digital das grandes metrópoles, mas que na verdade está na vanguarda da inovação. Foi neste lugar que a Enel Green Power uniu tecnologia, proteção ao meio ambiente, energias renováveis e participação pública para criar um sistema off-grid que, graças ao armazenamento de energia, permite que a pequena comunidade use eletricidade o ano todo. É uma solução plug and play, já que seus componentes podem ser desmontados facilmente e instalados em outro local, algo especialmente útil em áreas isoladas e sem eletrificação. Ollagüe é abastecida por centrais renováveis (alimentadas por vento e sol), e a distribuição de energia se tornou regular com o sistema de armazenamento. “O gerador a diesel que antes alimentava a zona será desligado e tornará a ser ligado em alguns dias de inverno, durante no máximo algumas horas, como reserva de emergência”, explica Luigi Lanuzza, que trabalha com inovação na Enel Green Power. O projeto realiza o sonho da população, que finalmente terá energia elétrica limpa 24h por dia, e demonstra que é possível abastecer comunidades isoladas, que não têm acesso à rede elétrica.
Como já vimos ao explorar a matriz energética, há muitas fontes que geram energia elétrica. Nenhuma delas é perfeita sozinha, mas, juntas, elas compõem uma matriz energética inteligente.
APROXIMAÇÃO COM A CENTRAL
Chegou o momento de visitar os lugares onde as fontes se transformam em energia: as usinas e centrais elétricas. No Brasil, a Enel Green Power possui capacidade instalada total de 2.650 MW. E tudo isso vem de fontes renováveis: são 670 MW de capacidade instalada de energia eólica, 716 MW de energia solar fotovoltaica e 1.264 MW de energia hídrica.
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
As usinas hidrelétricas A ENERGIA DA
ÁGUA
As usinas hidrelétricas transformam a energia cinética da água em energia elétrica. A segunda maior fonte de energia elétrica do mundo é a energia hidráulica, atrás apenas das fontes fósseis.
COMO FUNCIONA UMA USINA HIDRELÉTRICA RESERVATÓRIO energia potencial
BARRAGEM DUTO
desnível
REDE DE DISTRIBUIÇÃO energía cinética
CANAL DE RESTITUIÇÃO
ALTERNADOR
TURBINA A energia cinética da água em movimento faz as turbinas girarem.
Transforma a energia mecânica enviada pela turbina em energia elétrica.
TRANSFORMADOR Reduz a intensidade da corrente e aumenta a tensão para introduzi-la nas linhas de transmissão.
OUTROS TIPOS DE CENTRAIS HIDRELÉTRICAS A fio d’água
Pequena Central Hidrelétrica (PCH)
Utiliza o fluxo natural do rio.
Central de pequena escala com pouco impacto ambiental e que pode ser gerida pela comunidade.
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USINAS REVERSÍVEIS OU DE BOMBEAMENTO Possuem dois reservatórios de água, um acima e outro abaixo. Quando o consumo é pequeno, como à noite, o excedente de energia é usado para bombear a água do lago inferior ao superior. Assim, a central está preparada para iniciar um novo ciclo. Essas usinas representam uma forma de acúmulo de energia e permitem programar a produção hidrelétrica.
OS MELHORES
NO MUNDO
Fonte: IHA, Hydropower Status Report 2017.
China: país com a maior capacidade instalada, 331 GW
1.246 GW é a capacidade global instalada 4.102 TWh é a produção de energia hidrelétrica no mundo 16% é a participação da fonte hidrelétrica na produção elétrica mundial
Costa Rica: em 2016, as energias renováveis (com a hidrelétrica puxando a frente) foram responsáveis por 100% do abastecimento durante 271 dias.
MAPA DA CAPACIDADE INSTALADA 457 GW 223 GW 201 GW 166 GW 164 GW 34 GW
Ásia Oriental e Pacífico (inclui China) Europa América Central e do Norte Ásia Central e do Sul (inclui Rússia e Índia) América do Sul África
#ENEL Energia para cultura A usina hidrelétrica do Rio Mallero, na Itália, produz valor compartilhado. O projeto Espaço Central abriga um teatro, salas de ensaio, cursos, espectáculos, concertos, mostras e oficinas abertas à comunidade.
3,2 bilhões de m³ de água Capacidade instalada de 400 MW e 2,2 TWh gerados por ano: a central hidrelétrica de El Quimbo, da Enel, responderá sozinha por 4% da demanda por energia elétrica da Colômbia.
Também o mar Na Itália, a inovadora máquina H24 capta a energia das ondas do fundo do mar e a converte em energia elétrica. No Chile, o Centro de Pesquisa e Inovação em Engenharia Marinha está trabalhando para transformar em energia a força das ondas.
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
Os parques eólicos A ENERGIA DO
VENTO
Uma usina eólica transforma a energia cinética do vento em energia elétrica. Para poder ser transformado em energia elétrica, o vento deve ser constante e ter velocidade mínima de 3 a 4 m/s.
COMO FUNCIONA UM PARQUE EÓLICO ROTOR NACELLE
VENTO
REDE
Abriga todos os componentes do aerogerador
TRANSFORMADOR PÁS TORRE
DUTO DE CABOS
Alternador Multiplicador de velocidade
Transforma a energia mecânica em energia elétrica.
Aumenta a velocidade de rotação das pás acionadas pelo vento.
Sistema de controle Nacelle
Controla o funcionamento do aerogerador.
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CONCEITOS DE UM PARQUE EÓLICO Fase de estudo
Antes de construir um parque eólico, é preciso avaliar a intensidade, a direção e a constância do vento, evitar as rotas das aves e prever formas de reduzir o impacto sobre a paisagem.
Offshore Turbinas instaladas em mar aberto.
Miniaerogerador
Zonas favoráveis
Sistema de pequena escala (1-200 kW).
Alto de morros (600-1500 m de altitude), vales com bastante vento, regiões costeiras e mar aberto.
NO MUNDO
OS MELHORES
Fontes: GWEC, Global Wind Report 2016; BP, Statistical Review of World Energy 2017.
Dinamarca: 2017 foi um ano recorde, em que 44% da demanda elétrica nacional foi atendida por energia eólica.
54 GW de nova capacidade global instalada em 2016 4% é a cota de participação da fonte eólica na produção elétrica mundial
União Europeia: em 3 de janeiro de 2018, turbinas eólicas geraram 2 TWh de energia elétrica, equivalente a 23% da demanda da União Europeia, a 75% da eletricidade demandada pela indústria europeia ou ao consumo elétrico de 215 milhões de famílias.
TOP 10 POR CAPACIDADE INSTALADA China - 169 GW
França - 12 GW
Estados Unidos - 82 GW
Canadá - 12 GW
Alemanha - 50 GW
Brasil - 11 GW
Índia - 29 GW
Itália - 9 GW
Espanha - 23 GW
Resto do mundo - 76 GW
TOTAL DO TOP 10
411 GW (84% do total mundial) TOTAL MUNDIAL
487 GW
Grã-Bretanha - 15 GW
#ENEL Bons ventos no Peru
2 em 1
Começou a construção do primeiro parque eólico da Enel no Peru: 42 turbinas e 600 GWh de produção anual cobrirão as necessidades de mais de 480.000 famílias, evitando a emissão de quase 288.000 toneladas de CO2 por ano.
5 turbinas eólicas e uma usina hidrelétrica compõem a central híbrida que transformou El Hierro, nas Canárias, na primeira ilha abastecida 100% por energia renovável. A central também fornece a energia necessária para dessalinizar a água do mar.
Controles de altitude O projeto Autonomous Drones for Wind transforma a maneira de inspecionar turbinas eólicas. Os drones permitem checar 18 a 20 turbinas por dia (contra as 4 ou 5 que se controla normalmente). Em menos tempo e com menor custo é possível obter mais dados e mais segurança para os trabalhadores.
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
Os parques solares A ENERGIA DO
SOL
Um parque solar transforma a energia da luz solar em energia elétrica. O Sol é a estrela mais próxima à Terra. Tem um diâmetro de 1,4 milhão de km (109 vezes maior do que o da Terra). É formado por hidrogênio (75%), hélio (23%) e elementos mais pesados (2%). O calor que libera é gerado pela transformação do hidrogênio em hélio dentro de seu núcleo, onde a temperatura pode chegar a 15 milhões de graus Kelvin.
COMO FUNCIONAM AS CENTRAIS FOTOVOLTAICAS MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
REDE
Compostos por células de material semicondutor (silício, por exemplo) que convertem a energia solar em energia elétrica.
INVERSOR
Converte a corrente contínua gerada pelos painéis fotovoltaicos em corrente alternada de acordo com a demanda.
SISTEMA DE CONTROLE
ESTRUTURAS DE FIXAÇÃO
Garantem a inclinação e a orientação corretas.
Os parques fotovoltaicos também são off-grid: levam energia elétrica aos usuários isolados que não têm acesso à rede elétrica.
PAINÉIS SOLARES TÉRMICOS Produzem água quente.
Permite controlar o funcionamento da central.
TRANSFORMADOR
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COMO FUNCIONAM AS CENTRAIS SOLARES TERMODINÂMICAS Há vários tipos de centrais solares termodinâmicas. O exemplo a seguir é do sistema de torre solar.
RECEPTOR
A energia térmica esquenta o fluido contido no receptor e produz vapor.
ESPELHOS PARABÓLICOS
Concentram os raios do Sol em um ponto focal.
TURBINA E ALTERNADOR
Vapor > turbina > energia mecânica alternador > eletricidade.
Esse sistema funciona mesmo que haja nuvens e à noite, graças aos depósitos de acúmulo térmico.
NO MUNDO
A energia do Sol se transforma em energia térmica e, sucessivamente, em energia elétrica graças a um ciclo similar ao das usinas termelétricas.
OS MELHORES
Fonte: BP, Statistical Review of World Energy 2017
75 GW de nova capacidade global instalada em 2016 1,3% é a cota de participação da fonte solar na produção elétrica mundial
Filipinas: em um ano, o país instalou 756 MW de capacidade fotovoltaica, o que representa um crescimento recorde de 525%. China: em 2018, inaugurou a maior planta fotovoltaica flutuante do mundo. São 150 MW instalados sobre as águas de um lago onde antes havia uma mina de carvão, em Huainan.
TOP 10 DE CAPACIDADE INSTALADA China - 78 GW Japão - 43 GW Alemanha - 41 GW Estados Unidos - 40 GW Itália - 19 GW Grã-Bretanha - 12 GW
Índia - 9 GW França - 7 GW Espanha - 5 GW Austrália - 5 GW Resto do mundo - 41 GW
TOTAL DO TOP 10
261 GW (86% do total mundial) TOTAL MUNDIAL
301 GW
#ENEL Estrelas solares
Número 1
Já está conectado à rede o inovador parque fotovoltaico do Observatório Astronômico de La Silla, no deserto do Atacama, no Chile. Ele testará o desempenho dos painéis fotovoltaicos em condições climáticas extremas.
A Enel Green Power inaugurou no México a central fotovoltaica de Villanueva. Com mais de 2,3 milhões de painéis, 754 MW de capacidade e previsão de gerar 1.700 GWh por ano, será a maior da América e a maior da Enel em todo o mundo.
Ecologia e economia Qualquer um de nós pode instalar um minipainel fotovoltaico ou solar para abastecer nossa casa de eletricidade ou água quente.
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
As usinas geotérmicas
A ENERGIA DO
CALOR DA TERRA
Uma usina geotérmica transforma o calor do interior da Terra em energia elétrica. O planeta contém, em seu núcleo, uma grande quantidade de calor que, graças às movimentações do magma, sobe até perto da superfície e se acumula em depósitos naturais. Quando ocorrem fraturas nas rochas, o calor chega à superfície e pode ser canalizado nas centrais geotérmicas.
COMO FUNCIONA UMA USINA GEOTÉRMICA TORRE DE RESFRIAMENTO
POÇO DE EXTRAÇÃO
Pode superar os 3.000 m de profundidade. O vapor em alta temperatura sobe devido à sua pressão.
Esfria a água quente resultante da condensação e fornece água fria para o condensador. A água da condensação é injetada novamente nas rochas profundas.
TRANSFORMADOR Aumenta a tensão da eletricidade.
TURBINA E GERADOR
Vapor > turbina > energia mecânica > alternador > eletricidade.
CALOR DO SUBSOLO / ENERGIA TÉRMICA
CONDENSADOR
Transforma o vapor que sai da turbina em água.
NO MUNDO Fontes: BP, Statistical Review of World Energy 2017. REN21, Renewables 2017 Global Status Report.
13 GW
de capacidade instalada em 24 países. A maior capacidade está nos Estados Unidos, nas Filipinas e na Indonésia.
504 TWh
produzidos por fontes bioenergéticas em 2016.
OS MELHORES Itália: primeiro país a instalar uma central geotérmica, em 1913, em Larderello – e que ainda está em operação. Quênia: a geotermia responde por 44% da produção elétrica nacional.
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As usinas movidas a biomassa
A ENERGIA DA
BIOMASSA
É a matéria orgânica não fóssil que pode ser utilizada para gerar energia.
Em outros casos, ela é obtida de cultivos específicos.
A biomassa pode ser obtida a partir dos resíduos dos ciclos de produção agroindustriais.
MADEIRA
ÓLEO
BAGAÇO DE UVA
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
CANA-DEAÇÚCAR
CHOUPO
EUCALIPTO
A biomassa é utilizada em diversas usinas e no setor de transportes, para o qual é transformada em bioetanol e biodiesel. Centrais tradicionais com forno de combustão de biomassa sólida.
Centrais termelétricas híbridas que queimam biomassa e fontes tradicionais, como carvão.
Centrais com turbinas movidas a gás de síntese, o gás obtido da queima da biomassa.
Bioetanol: utilizado em motores a gasolina junto com o combustível tradicional. Biodiesel: utilizado nos motores a diesel junto com o diesel.
#ENEL Todos para uma A usina de Stillwater, em Nevada, nos Estados Unidos, foi a primeira a combinar geotermia, solar termodinâmico e solar fotovoltaico na mesma central: uma solução híbrida para otimizar a produção.
Sinergia ganhadora Cornia 2 fica perto de Pisa, na Itália, e é a primeira usina do mundo onde biomassa e geotermia produzem juntas energia, gerando uma economia de 17.000 toneladas de CO2 por ano.
Recordes de altitude Duplo recorde para a usina geotérmica de Cerro Pabellón, no Chile. Localizada a 4.500 metros acima do nível do mar, é a mais alta do mundo e a primeira da América do Sul com ciclo binário de alta entalpia.
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NAS CENTRAIS ELÉTRICAS
As usinas termelétricas
A ENERGIA DOS
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Uma usina termelétrica transforma energia térmica da combustão em energia elétrica. Carvão, gás natural e petróleo são combustíveis fósseis. São muito valiosos, porque não são renováveis, ou seja, não se renovam em “tempos humanos”. Apesar do crescimento constante das fontes renováveis, as fontes fósseis ainda são maioria e representam 68% da produção mundial de energia elétrica. O carvão, sozinho, é responsável por 40% dessa produção.
COMO FUNCIONA UMA USINA TERMELÉTRICA MOVIDA A CARVÃO LIMPO CICLO DE VAPOR
CÚPULA DE ARMAZENAMENTO DE CARVÃO
Transporte e armazenamento de carvão em estruturas fechadas e despressurizadas.
ESTEIRAS TRANSPORTADORAS
TRANSFORMADOR
Aumenta a tensão para introduzi-la na rede.
CALDEIRA ULTRA-SUPERCRÍTICA / ENERGIA TÉRMICA
A combustão do carvão transforma em vapor a água que circula pelos tubos.
NAVIOS CARVOEIROS
TURBINA INOVADORA DE ALTO RENDIMENTO E ALTERNADOR
REDE ELÉTRICA
Vapor > turbina > energia mecânica > alternador > eletricidade.
DESNITRIFICADOR CATALÍTICO Para os óxidos de nitrogênio.
FILTRO DE MANGAS Para o pó.
DESSULFURIZADOR
Para o dióxido de enxofre.
CHAMINÉ
PROCESSO DE RETIRADA DE POLUENTES DA FUMAÇÃ Sistemas modernos de filtro de fumaça e redução das emissões.
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O OBJETIVO Especialistas preveem que, nas próximas décadas, os combustíveis fósseis seguirão sendo os protagonistas. A nível mundial, o carvão – seguido pelo gás natural, atualmente em crescimento – deve se confirmar como a fonte predominante de energia elétrica até 2035. Por isso, é necessário chegar a um ciclo termelétrico ainda mais eficiente e sustentável. Nas centrais movidas a carvão limpo, a eficiência aumenta de 38%, índice de uma usina tradicional, para 45%. Utilizando o mesmo carvão, a produção aumenta em 27%.
Há outras soluções: Ciclo Combinado de Gaseificação Integrada
IGCC
Centrais com gaseificação do carvão (transformado em gás de síntese) e ciclo combinado gás-vapor (2 ciclos termodinâmicos).
Captura e Armazenamento de Carbono
Técnica para separar o CO2 dos outros gases de combustão, transportá-lo e armazená-lo em depósitos adequados.
CCS
NO MUNDO Fontes: BP, Statistical Review of World Energy 2017. IEA, Key World Energy Statistics 2017.
As reservas comprovadas1
Carvão
Petróleo
Gás natural
1,139 trilhão de toneladas cobrirão a demanda mundial durante 153 anos. 22% DAS RESERVAS ESTÃO NOS ESTADOS UNIDOS.
240 bilhões de toneladas cobrirão a demanda mundial durante 51 anos. 18% DAS RESERVAS ESTÃO NA VENEZUELA
186 trilhões de m³ cobrirão a demanda mundial durante 52 anos. 18% DAS RESERVAS ESTÃO NO IRÃ
A PRODUÇÃO ELÉTRICA (TWH)
Carvão 9.538
Petróleo 990
Gás natural 5.543
#ENEL Vamos cortar as emissões
Grandes como dois campos de futebol
O gigante energético dos Urais
Até 2020, a Enel reduzirá em 25% suas emissões de CO2, na comparação com 2007.
As duas cúpulas de carvão da usina Federico II de Brindisi, na Itália, têm capacidade para armazenar e transportar com segurança 180.000 toneladas de carvão cada uma.
Filtros de mangas que removem 99,9% do pó e drones que inspecionam as caldeiras: a central Reftinskaya GRES, na Rússia, é um laboratório de novas tecnologias.
Reservas comprovadas e que podem ser recuperadas nas condições econômicas e tecnológicas atuais. Não estão incluídas reservas prováveis ou possíveis.
1
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NO MUNDO
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NO MUNDO
Chegamos à última etapa da nossa viagem. Vamos mudar de ponto de vista e olhar para as necessidades coletivas, sociais e globais. Pense nas pessoas que ainda hoje vivem sem energia elétrica, que representam 16% da população mundial. A falta de acesso à energia elétrica afeta especialmente populações que vivem em condições de extrema pobreza. Por isso, é indispensável levar a energia elétrica a todos os cantos do planeta.
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ENERGIA PARA TODOS
Para muitos de nós, a luz está a um clique de distância. Mas há uma enorme quantidade de gente que ainda vive sem acesso à energia elétrica: mais de 1 bilhão de pessoas. Sem contar que 37% da população mundial, o equivalente a 2,7 bilhões de pessoas, utiliza apenas biomassas tradicionais (como a lenha) como fonte de energia − para cozinhar e aquecer a casa, por exemplo. Mais de 95% da população que não tem acesso à energia está na África subsaariana ou nas regiões menos desenvolvidas da Ásia. E 80% dessas pessoas vivem na zona rural. A disponibilidade de energia confiável, limpa, segura e a preço justo está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e social e ao bem-estar individual e coletivo. Ter acesso à energia elétrica é um direito essencial.
Hoje, vivem no planeta 7,8 bilhões de pessoas. Em 2030, serão 8,5 bilhões, e em 2100, 11 bilhões.
De acordo com o relatório Perspectivas do Acesso à Energia: Da Pobreza à Prosperidade, publicado em 2017 pela Agência Internacional de Energia (AIE), “os países em desenvolvimento asiáticos, liderados pela Índia, realizaram avanços significativos, e a taxa de eletrificação da região alcançou 89%, frente aos 67% de 2000. A China chegou à eletrificação total em 2015, enquanto que, de 2000 até hoje, 100 milhões de pessoas na Indonésia e 90 milhões em Bangladesh passaram a ter acesso à energia elétrica. Na África subsaariana, a taxa de eletrificação em 2014 superou pela primeira vez o crescimento demográfico, determinando uma redução na quantidade de pessoas sem acesso à eletricidade. Mas, apesar dos avanços recentes, o nível atual de eletrificação da região é de apenas 43%. Muitos países asiáticos em desenvolvimento, inclusive a Índia e a Indonésia, estão no caminho certo para alcançar o acesso universal à energia e levar a região a uma taxa de eletrificação de 99% em 2030. A América Latina e o Oriente Médio chegarão a níveis de 99% e 95%, respectivamente.” A AIE cita o papel das fontes renováveis (junto aos sistemas off-grid e mini-grid, ou seja, que funcionam sem necessitar de acesso à rede elétrica) como solução para ampliar o acesso à eletricidade no mundo, sobretudo em áreas rurais e isoladas.
ENERGIA PARA TODOS
80
NO MUNDO
“Em 2030, as fontes renováveis alimentarão mais de 60% dos novos acessos. Os sistemas off-grid e mini-grid tornarão possível metade das novas conexões graças a inovadores modelos de negócio que utilizam tecnologias móveis e digitais. A ampliação da rede será a modalidade de acesso mais econômica nas áreas urbanas. Nas áreas rurais, os sistemas de produção descentralizada representarão a solução mais conveniente para mais de 70% das pessoas que passarão a ter acesso à energia”.
2018
Em 2030, ainda haverá 674 milhões de pessoas sem acesso à energia elétrica no mundo. Cerca de 600 milhões estarão na África subsaariana, sobretudo na zona rural.
2030
Para acessar o relatório da AIE goo.gl/Gg8M3P (em inglês)
A energia elétrica é ponto de referência e segurança durante a noite, especialmente nas regiões que ainda não foram alcançadas pelas redes elétricas nacionais. O SolarKiosk é uma loja com um teto cheio de painéis fotovoltaicos que leva eletricidade, bebidas geladas, alimentos e medicamentos às áreas mais remotas do planeta. Nele é possível recarregar a bateria do celular, do computador e até de um carro elétrico. Ele pode ficar aberto durante toda a noite e se torna um ponto de referência luminosa em zonas que ficam totalmente escuras depois que o sol se põe.
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“Ir ao encontro das necessidades energéticas de todos, reduzir a poluição atmosférica e alcançar as metas globais são objetivos que andam lado a lado.” Fatih Birol, diretor-executivo da Agência Internacional de Energia
Para alcançar o acesso universal à energia elétrica em 2030, será necessário investir |52 bilhões de dólares por ano, mais do que o dobro do valor destinado às políticas que já estão em andamento ou planejadas. A cifra é grande, mas parece pequena quando pensamos que, em 2017, a nível global, o mercado de games movimentou 100 bilhões de dólares. Para que a energia chegue a todos, é necessário adotar um enfoque aberto que parta da conexão para os consumidores residenciais, mas que inclua o uso da eletricidade nos setores agrícola e industrial. Assim, é possível atrair investimentos, reduzir o custo médio das conexões residenciais, melhorar a segurança alimentar e criar novas oportunidades de trabalho, especialmente para as mulheres − como veremos a seguir.
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NO MUNDO
AGRICULTURA DISTRIBUÍDA
A energia elétrica possui infinitos usos e aplicações, inclusive em setores que, à primeira vista, podem parecer pouco tecnológicos. Um exemplo é a agricultura. Nessa cadeia, as fontes renováveis possuem um papel fundamental. Desde a utilização de bombas solares para irrigação até o uso de minirredes para manter os alimentos refrigerados em áreas isoladas, sem esquecer da transformação que acontece em moinhos, fornos e estruturas de secagem ao sol.
No estado indiano de Rajasthan funcionam atualmente mais de 4.000 bombas solares que já permitiram a economia de 2,4 milhões de litros de combustível, que representam 350.000 dólares em subsídios governamentais anuais para o diesel. Na Índia, a distribuição de bombas hidráulicas movidas a energia solar aumentou em 270% entre 2014 e 2016. Na Tailândia, chips de banana desidratados em instalações solares são vendidos a um preço mais alto do que os secados no fogo, o que aumenta o rendimento em 1,5 milhão de dólares ao ano.
O relatório “Benefícios da Energia Renovável: Soluções Descentralizadas na Cadeia Agroalimentar”, da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), estuda as vantagens socioeconômicas do uso de fontes verdes no fornecimento da energia necessária para as atividades da cadeia agroalimentar nas zonas rurais, e mostra de que maneira as mudanças tecnológicas permitem inclusive aumentar a renda das comunidades rurais. Para acessar o relatório da IRENA > goo.gl/toK1Pa (em inglês)
Painéis fotovoltaicos podem alimentar também bombas hidráulicas. No Zimbábue, os sistemas de bombeamento fotovoltaicos permitiram aumentar a renda de famílias pobres em 286%.
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As aplicações da energia elétrica na cadeia agroalimentar estão cheias de surpresas incríveis. Uma delas é Vapori di Birra, a primeira e única cervejaria geotérmica do mundo. Ela funciona desde 2014 em Sasso Pisano, na Itália. Com o auxílio de um trocador de vapor, essa pequena empresa utiliza o calor geotérmico para o aquecimento nas fases de cozimento e maceração, quando a temperatura precisa ficar constante, e
A tecnologia, hoje, faz parte da agricultura de precisão e permite dosar melhor as intervenções, maximizando a eficiência dos processos produtivos. Os campos cultivados não são todos iguais e água, fertilizantes e agrotóxicos vêm sendo usados em excesso. A tecnologia fornece instrumentos úteis para limitar as intervenções muito agressivas para o meio ambiente. Por exemplo, há sensores que podem escanear o solo para obter um mapa detalhado no qual é possível observar, metro a metro, as diferenças no terreno. Saber, com base em referências geográficas, que ponto precisa de mais fertilizante ou água, permite otimizar o uso dos recursos e evitar desperdícios.
para as fases iniciais e finais de limpeza e desinfecção das instalações. O vapor geotérmico de alta temperatura e pressão vem da usina Sasso 2, da Enel Green Power. A central geotérmica permite à empresa uma redução nos custos totais de energia de cerca de 30%. A cada hectolitro de cerveja produzida, são economizados 3,3 m³ de gás natural e deixam de ser emitidos 5 kg de CO2 na atmosfera.
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NO MUNDO
BRECHA DIGITAL
Como já vimos, a tecnologia permeia nossa vida, envolvendo-nos a todos. Ela se relaciona com todas as nossas atividades e transforma a sociedade. Basta um smartphone e acesso à rede para se conectar ao mundo, compartilhar experiências, ideias, dúvidas, informação. Há riscos nessa aproximação, mas também há uma série de vantagens que podem contribuir para a construção de um mundo mais justo, saudável e sustentável para todos. A tecnologia, e seus avanços transformam nossos costumes criando novas práticas. Está transformando nossa forma de agir em muitos aspectos de nossa vida.
As comunicações são a alma da economia e atravessam profundamente os modelos de desenvolvimento e as relações sociais. Por isso, acesso rápido e eficaz à tecnologia pode ser tão importante para alguns quanto o acesso à água, energia elétrica e transporte. A conexão rápida é uma necessidade porque abre caminho para o acesso a serviços avançados e inovadores nos mais diversos âmbitos, como saúde, administração e cultura. Em um mundo cada vez mais interconectado, a velocidade de transmissão melhora a eficiência, simplifica os procedimentos e cria desenvolvimento. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) pressupõem a existência de uma infraestrutura física constituída por redes elétricas indispensáveis para a recarga e o funcionamento de dispositivos, móveis ou não.
Na Itália, a Open Fiber é a empresa do Grupo Enel que leva fibra ótica de banda ultralarga por todo o território nacional até chegar às casas que contam com a tecnologia Fiber to the Home, a única que suporta velocidades de transmissão de até 1 giga para download e upload.
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Um estudo do Internet.org, projeto do Facebook para levar internet às áreas mais desfavorecidas do mundo, estima que somente 40% da população global está conectada à rede. A metade que está excluída da web vive, majoritariamente, em países em desenvolvimento. Enquanto nos países desenvolvidos as pessoas conectadas à rede equivalem a 78% da população, essa porcentagem
baixa para 32% nas economias emergentes. É para superar essa brecha digital que o Connectivity Lab, criado por Mark Zuckerberg, está estudando novas maneiras de utilizar drones e satélites para conectar pessoas que vivem em zonas sem cobertura. Os novos sistemas poderão transmitir os dados do céu diretamente às comunidades. Isso aumentará notavelmente a velocidade de transmissão em longas distâncias.
Em áreas onde não há rede elétrica, a forma mais econômica de gerir as torres de telecomunicação sem contar com fornecimento de energia confiável são os sistemas energéticos híbridos, constituídos por painéis solares fotovoltaicos, uma bateria de armazenamento e um gerador a diesel de emergência. A empresa japonesa Mitsui investiu mais de 9 milhões de dólares na companhia elétrica indiana OMC Power para apoiar a construção de 77 instalações solares que fornecerão eletricidade a estações de telecomunicação que antes eram alimentadas por óleo diesel.
Os sinais de celular cobrem mais de 90% do globo, mas em lugares como a África subsaariana, só 53% da população pode pagar por um pacote de mais de 20 MB mensais, que permite navegar pela internet por no máximo duas horas por mês.
A luta contra a lacuna energética e digital vai de mãos dadas com a educação. Ensinar uma profissão aos jovens e dar a eles as ferramentas (inclusive digitais) para aumentar sua qualificação ajuda a construir um futuro melhor para todos, pois oferece às novas gerações a possibilidade de se tornarem agentes de mudança em suas vidas, nas de suas famílias e nas comunidades.
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NO MUNDO
É HORA DE FAZER GOL
O acesso à energia elétrica é o fio condutor que une crescimento econômico, desenvolvimento social e sustentabilidade ambiental. Muitos dos 17 Objetivos Globais da ONU falam de energia, entre eles, os relacionados a igualdade de gênero, redução da pobreza, melhora da saúde mundial e luta contra as mudanças climáticas. Mas o que são os Objetivos Globais? Em 25 de setembro de 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas, com a participação de mais de 150 líderes de todo o mundo, adotou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, articulada em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas. Os 17 Objetivos indicam as prioridades globais até 2030 e definem um plano de ação integral para as pessoas, o planeta, a prosperidade e a paz. Ainda que estejam dirigidos a todos (governos, instituições, sociedade civil e organizações sem fins lucrativos), representam um impulso significativo para o mundo dos negócios. Os Objetivos Globais dão às empresas um papel-chave para o desenvolvimento sustentável. Eles pedem a elas, sem importar seu tamanho ou localização, que assumam uma postura proativa, desenvolvendo novos modelos de negócio responsáveis e atuando em prol dos investimentos, da inovação, do crescimento tecnológico e do trabalho em equipe.
A Enel aceitou o desafio proposto pela ONU desde o primeiro momento e trabalha em várias frentes para ajudar a alcançar os 17 Objetivos, começando por aquele mais próximo de sua identidade: o Objetivo número 7, que se refere ao acesso à energia segura, sustentável e equitativa. Conseguir que todos tenham acesso à energia elétrica permitirá melhorar de maneira significativa a qualidade de vida e as expectativas de crescimento econômico dos que vivem sem ela.
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O Brasil sediou a primeira Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) e a Conferência Rio+20, em 2012. Por isso, tem um papel importante a desempenhar na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030.
Vale lembrar que o acesso à energia em muitos países em desenvolvimento está acompanhado por outro desafio: o acesso a combustíveis limpos. Ainda que a consciência sobre os riscos para a saúde humana e as consequências para o meio ambiente do uso de biomassas como lenha na cocção de alimentos − prática ainda muito empregada em comunidades pobres −, e apesar de diversos programas que buscam melhorar o acesso a tecnologias mais modernas, ainda hoje: 2,5 bilhões de pessoas dependem do uso tradicional da biomassa sólida (madeira para combustão), ao invés de utilizar soluções como GLP, gás natural e eletricidade para cozinhar. 120 milhões de pessoas utilizam querosene e 170 milhões usam carvão. Todo ano, há milhões de mortes prematuras no mundo devido aos gases nocivos liberados nos ambientes domésticos pela combustão de biomassa sólida em sistemas de cocção ineficientes. As mulheres e as crianças são as mais afetadas. Além disso, famílias que utilizam esses métodos para cozinhar dedicam quase 1,4 hora por dia para recolher lenha e várias horas para o cozimento. Tarefas que normalmente ficam a cargo das mulheres.
No Relatório Nacional Voluntário sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, apresentado à ONU em julho de 2017, o governo brasileiro fala sobre as ações que estão em andamento para o alcance dos Objetivos. Entre as iniciativas citadas está o programa Minha Cidade Inteligente, que leva às cidades brasileiras uma rede de fibras óticas para conectar órgãos públicos e cidades à internet, com o fim de modernizar a gestão municipal e o uso dos serviços de governo. As localidades também vão contar com soluções de cidades inteligentes que permitirão, por exemplo, monitoramento da segurança, transporte e iluminação pública. Outra iniciativa é o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, que viabilizará a comunicação entre os órgãos e as entidades da administração pública federal, a segurança nas transmissões de informações e a expansão da banda larga em localidades remotas. O satélite vai possibilitar, por exemplo, que escolas, hospitais e postos de saúde em locais mais afastados tenham acesso à internet banda larga, permitindo o intercâmbio de informações.
A maioria das pessoas que não contam com sistemas limpos para cocção de alimentos vive em regiões em desenvolvimento na Ásia (1,9 milhão) e na África subsaariana (850 milhões).
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NO MUNDO
É HORA DE FAZER GOL
No Brasil, mais de 1 milhão de residências ainda não possuem acesso à energia elétrica, conforme um levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) feito com base em informações das distribuidoras de energia. O documento registra o número de ligações que faltam para que 17 das 63 concessionárias de distribuição, em 15 estados, atinjam a meta, que é de 95% das residências com acesso à energia elétrica. Segundo o documento, faltam ligar à rede 1.001.572 residências em Goiás, Minas Gerais, Roraima, Alagoas, Piauí, Rondônia, Sergipe, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia e Mato Grosso. As distribuidoras estimam que será necessário investir R$ 17,3 bilhões para levar luz a essas residências.
PORCENTAGEM DA POPULAÇÃO EM DOMICÍLIOS COM ENERGIA ELÉTRICA 99,92% - 100% 99,63% - 99,92% 98,99% - 99,63% 96,63% - 98,99% 27,41% - 96,62% Índice de cobertura nacional: 97,8% FONTE: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013 atlasbrasil.org.br/2013/pt/mapa
Hoje, há no Brasil cerca de 70 milhões de unidades consumidoras (casas, lojas, indústrias).
FONTE: Divulgação-Eletrobras Distribuição Amazonas
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Desde 2003, as famílias mais pobres do Brasil contam com uma grande ajuda para conseguir acesso à energia elétrica. É o programa Luz para Todos, que tem como objetivo levar energia às famílias mais pobres e sem acesso à luz elétrica, especialmente na zona rural. Até dezembro de 2017, mais de 16 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo programa. Os investimentos contratados superam R$ 22,7 bilhões. Em abril de 2018, o Luz para Todos foi prorrogado até 2022. Assim, a “universalização plena” do acesso à energia elétrica no país deve alcançar mais 2 milhões de pessoas. Na Amazônia, onde uma imensa área territorial é povoada por comunidades isoladas que carecem de infraestrutura, um levantamento interno da Eletrobras Amazonas concluiu que há mais de 70 mil pessoas sem acesso à eletricidade. Para tentar melhorar essa situação, em 2009 surgiu um projeto-piloto para o fornecimento de eletricidade
para comunidades locais a partir de painéis fotovoltaicos. Foram instaladas 12 miniusinas de energia solar nos municípios de Autazes, Barcelos, Beruri, Eirunepé, Maués e Novo Airão. Hoje, elas atendem 222 unidades consumidoras – casas, escolas, igrejas, postos de saúde, entre outras. A ideia era substituir os motores a diesel utilizados pela população. Os painéis solares foram instalados em espaços já abertos, como locais próximos a pequenos campos de futebol. Não foi necessário desmatar a floresta. Além dos painéis fotovoltaicos, as miniusinas têm controladores para fazer a gestão da energia gerada; inversores, que adaptam a corrente elétrica para o consumo; e baterias para armazenar a energia produzida durante o dia. Sistemas remotos de manutenção permitem que os equipamentos sejam monitorados a distância, de Manaus, o que garante a agilidade nos processos de manutenção e a estabilidade no fornecimento de energia.
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NO MUNDO
Os Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável De 25 a 27 de setembro de 2015, a ONU apresentou em Nova York os Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável. Um novo compromisso do qual participam todos os países, sem exceção, para alcançar a sustentabilidade econômica, social e ambiental. Para melhorar realmente nosso mundo, esses objetivos devem ser alcançados até 2030.
17 NOVOS DESAFIOS COM 3 MACROÁREAS DE INTERVENÇÃO: ERRADICAR A POBREZA EXTREMA
COMBATER A DESIGUALDADE E A INJUSTIÇA
CONTER AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
1. Erradicação da pobreza Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. Até 2030, ninguém deve viver com menos de 1,25 dólar por dia − o que caracteriza a linha da pobreza absoluta.
2. Erradicação da fome
3. Saúde de qualidade
Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Cada um de nós tem o direito de ter alimento suficiente durante o ano inteiro, mas 800 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo.
É preciso reduzir a taxa mundial de mortalidade materna e impedir a morte por causas preveníveis de recém-nascidos e crianças de até 5 anos.
4. Educação de qualidade Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. Todas as meninas e meninos devem ter uma educação primária e secundária completa, gratuita e de qualidade que lhes permita o pleno desenvolvimento humano. Esse objetivo também inclui a luta contra o analfabetismo e pela formação dos adultos.
5. Igualdade de gênero Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas para erradicar todas as formas de discriminação e de violência na esfera privada e pública.
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6. Água limpa e saneamento
7. Energias renováveis
Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.
Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.
A água é fonte de vida e deve ser acessível a todos.
A eletricidade é fundamental para a vida, mas 1,3 bilhão de pessoas ainda vivem sem ela.
Para os especialistas, em 2025, 1,8 bilhão de pessoas viverão em países ou regiões com escassez hídrica.
8. Empregos dignos e crescimento econômico
9. Inovação e infraestrutura
Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos. Quase 2,2 bilhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia. Erradicar a pobreza só é possível por meio de postos de trabalho estáveis e bem pagos.
Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação. O progresso tecnológico é fundamental para alcançar os objetivos relacionados à proteção ao meio ambiente.
11. Cidades e comunidades sustentáveis
10. Redução das desigualdades
Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. Sete em cada dez cidadãos vivem em países onde a desigualdade econômica é maior do que era há 30 anos.
O ambiente que nos rodeia influencia hábitos e estilos de vida. Melhorar e tornar inteligentes nossos espaços é imprescindível.
12. Consumo responsável
13. Combate às mudanças climáticas
Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis, que reduzam o desperdício de alimentos e a quantidade de resíduos produzidos.
Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. Está prevista uma ajuda financeira de 100 bilhões de dólares ao ano para ajudar os países mais pobres.
14. Vida debaixo da água
15. Vida sobre a terra
Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
Mais de 3 bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha e costeira para viver.
16. Paz e justiça Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
17. Parcerias pelas metas Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. Alcançar os Objetivos só é possível com a colaboração de todos.
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NO MUNDO
A Enel e os Objetivos Globais O setor elétrico é um fator-chave do progresso econômico e social porque promove o aumento da produção e dos postos de trabalho, melhora a educação e a assistência sanitária e gera novas oportunidades de crescimento. Por isso, a Enel escolheu contribuir de forma concreta para alcançar os 17 Objetivos Globais da ONU. Aqui estão alguns dos projetos e ações em andamento.
1. Erradicação da pobreza Pobreza, analfabetismo e desemprego. Em Ferentari, bairro mais perigoso de Bucareste, na Romênia, a Enel está melhorando as condições de acesso à eletricidade com uma atitude flexível e o combate à evasão escolar com bolsas de estudo.
2. Erradicação da fome
3. Saúde de qualidade
No México, mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza. No município de San Luis Potosí, a Enel construiu um moinho para processar babosa, planta usada na alimentação humana e para integrar a forragem das cabras.
Na África do Sul, 30% das mulheres grávidas são soropositivas. Por isso, a Enel apoia a ONG Mothers to Mothers, que oferece cuidados e apoio psicológico às mães afetadas para enfrentar o HIV e dar à luz filhos saudáveis.
4. Educação de qualidade A Enel apoiará projetos educativos para 400 mil pessoas até 2020 por meio de iniciativas semelhantes a programas já em andamento (Powering Education, no Quênia, Ubuntu, na África do Sul) e bolsas de estudo na América Latina.
5. Igualdade de gênero A Enel é parceira da ONG Barefoot College, que transforma mulheres que não sabem ler e escrever em engenheiras solares. Em seis meses, as “avós solares” aprendem a montar e manter uma pequena instalação fotovoltaica e, quando voltam a suas comunidades, levam luz, desenvolvimento e trabalho.
6. Água limpa e saneamento
7. Energias renováveis
O Rio Samalá é possivelmente o rio mais contaminado da Guatemala. A Enel lançou um projeto para limpá-lo, transformando as usinas hidrelétricas El Canadá e Montecristo em superpurificadoras.
A Enel combate a lacuna energética por meio do programa ENabling ELectricity, que beneficiará 3 milhões de pessoas na África, Ásia e América Latina até 2020. Já participaram do programa 805 mil pessoas por meio de 76 projetos em 11 países.
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8. Empregos dignos e crescimento econômico A Enel promove o emprego por meio de programas para a produção e distribuição de café e algas no Peru e cultivos em estufas no Chile.
9. Inovações e infraestrutura A Enel começou a instalar na Itália o Open Meter, o contador eletrônico inteligente. Nos próximos quatro anos, 32 milhões de contadores serão substituídos pelo novo modelo.
10. Redução das desigualdades Em muitas cidades de países em desenvolvimento, o roubo de energia é um problema para a segurança das pessoas. No Brasil, a Enel promove o consumo responsável de energia visitando casas, organizando encontros abertos para os cidadãos e oferecendo tarifas elétricas sociais e o parcelamento de contas.
12. Consumo responsável Na Argentina, a Enel e a Fundação Chacras iniciaram uma oficina para fabricar ecoladrilhos feitos com garrafas plásticas cheias de resíduos não perigosos e não recicláveis.
11. Cidades e comunidades sustentáveis No Brasil e no Chile, a Enel incentiva a coleta seletiva de resíduos em troca de descontos na fatura.
13. Combate às mudanças climáticas A Enel está comprometida em alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Para acabar com as emissões de gases do efeito estufa, pretende ampliar sua capacidade renovável em mais de 9 GW e fechar, gradualmente, as centrais termelétricas menos eficientes.
14. Vida debaixo da água
15. Vida sobre a terra
Na remota Patagônia chilena, a Enel e a Fundação San Ignacio trabalham para defender e promover o parque marinho de Huinay, onde foram descobertas novas espécies animais e vegetais.
18 km de perímetro, 205 metros de profundidade: na Espanha, a Enel transformou a antiga mina de carvão de As Pontes em um lago rodeado por uma floresta de 700 mil árvores que abrigam 200 espécies de animais.
16. Paz e justiça
17. Parcerias pelas metas
A região de Cundinamarca, na Colômbia, vive uma guerra civil permanente. Para devolver esperança e reconstruir o tecido social, a Enel colabora com a associação Programa Desenvolvimento para a Paz.
As parcerias são fundamentais para construir ações coletivas e colocar a serviço de todos o conhecimento de cada um. A Enel colabora com ONGs, entidades, empresas e centros de pesquisa para solucionar problemas locais e enfrentar desafios globais.
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