Revista Portuária - Julho 2022

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Economia Negócios REVISTAPORTUÁRIA

Edição JULHO/2022 / Ano XXIIII

R$ 80,00

Porto de Itajaí: Alfa Bile Santana

Nas mãos do município até a desestatização

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EDITORIAL Porto de Itajaí: solução "meia boca"

ISSN - 1981 - 6170

ANO 24  EDIÇÃO JULHO/2022 Editora Bittencourt Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 9 8405.8777 Direção: Carlos Bittencourt carlos@bteditora.com.br | 47 9 8405.8777 Presidente do Conselho Editorial: Antonio Ayres dos Santos Júnior Diagramação: Solange Maria Pereira Alves (0005254/SC) solange@bteditora.com.br Capa: Foto: Alfa Bile Santana Contato Comercial: Rosane Piardi - 47 9 9914-3901 comercial@revistaportuaria.com.br rosane@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 960,00 A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

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m uma reunião realizada em Brasília, na última semana de julho, uma comitiva de Itajaí liderada pelo prefeito Volnei Morastoni e pelo superintendente do Porto Fábio da Veiga, solicitou à Secretaria Nacional dos Portos e Transportes Aquaviários do Ministério de Infraestrutura a exclusão da cláusula resolutiva do contrato de prorrogação para garantir o prazo de delegação pelos próximos dois anos, sem possibilidade de encerrá-lo antes. A medida era de suma importância para impedir problemas socioeconômicos que a insegurança logística possa causar, mas a União decidiu manter a cláusula. Resumindo: o Ministério da Infraestrutura provavelmente não conseguirá finalizar todo o processo de desestatização no prazo proposto inicialmente e solicitou que o Município de Itajaí permaneça com a gestão do Porto até a conclusão dos trâmites, podendo chegar até dois anos. Embora não seja a solução ideal, pelo menos essa prorrogação emergencial, que acaba assim que o novo concessionário assumir as operações e a autoridade do Porto de Itajaí, será a melhor forma de dar continuidade e evitar que a cidade, os trabalhadores portuários e os cidadãos sejam prejudicados até que seja finalizado o processo de desestatização. Realmente é lamentável que o Governo Federal não tenha dado ouvido aos apelos dos itajaienses e nem levado em consideração os estudos elaborados que apontavam que a melhor solução seria a prorrogação do contrato da Autoridade Pública Municipal, leiloando apenas a operação portuária. Há que se levar em consideração - o que o Governo Federal não o fez - é que Itajaí é um Porto diferenciado dos demais do Brasil. Fica dentro da cidade e as decisões tomadas em relação a qualquer atividade portuária impactam no município como um todo. Outro detalhe: o projeto de desestatização prevê um contrato de 35 anos, renováveis por mais 35 anos. Ou seja, o Governo Federal está apostando todas as "fichas" da economia de Itajaí pelos próximos 70 anos. Quem vai ganhar ou perder, só o tempo dirá!

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MARCOS PORTO

Sumário

8. CAPA. Itajaí propõe que APM Terminals mantenha arrendamento dos berços durante fase de transição

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6. ENTREVISTA: Henrique Paim defende aproximação da escola com o mundo do trabalho

16. Líder em exportação de móveis de madeira no país, SC tem crescimento nos embarques no 1° semestre

11. Complexo Portuário de Itajaí movimenta 8.3 milhões de cargas no primeiro semestre de 2022

18. Produção industrial catarinense tem segunda alta consecutiva em maio

12. Itajaí ganha grande centro logístico para abrigar entreposto da Zona Franca de Manaus

20. Frete com valor de US$ 10 mil por contêiner é o novo normal no mercado de navegação

14. Municípios mais industrializados de SC lideram geração de emprego em 2022

24. Navegantes, cresce no caminho certo!

15. SC encerra primeiro semestre com recorde nas exportações

34. Porto Itapoá oferece novas soluções logísticas integradas

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Entrevista: HENRIQUE PAIM

Henrique Paim defende aproximação da escola com o mundo do trabalho Para o diretor da FGV e ex-ministro da Educação, as redes de ensino precisam de boa gestão, com avaliação e acompanhamento de resultados, para o país ter uma educação de qualidade

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iante dos novos desafios da educação brasileira, que ficaram ainda mais em evidência após o fechamento das escolas na pandemia, o sistema de ensino precisa adotar estratégias de recomposição e acompanhamento da aprendizagem, é o que diz o diretor do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais (DGPE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Henrique Paim, entrevistado pela Agência de Notícias da Indústria. Ele apresenta um panorama do atual cenário educacional no país e novas metodologias que estão sendo buscadas para melhorar a qualidade do ensino. Paim também é professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da FGV e economista, além de ter ocupado cargos em diversos setores da educação, como o de ministro da Educação. Segundo ele, o trabalho realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) na formação de professores, na elaboração de material didático próprio em colaboração com os docentes, no sistema de gestão e na implementação do novo ensino médio deve ser um modelo para as redes públicas de ensino. “Na realidade, o SESI passou a ser um grande laboratório que podemos replicar”.

Hoje, qual o maior desafio encontrado para promover uma educação de qualidade para todos no Brasil? HENRIQUE PAIM – O maior desafio está associado à situação que vivemos nesse momento, que é a maior crise da história da educação brasileira, em função da pandemia. A pandemia trouxe danos irreparáveis para a situação da saúde, a situação sanitária das famílias, mas, para a educação, ela também foi muito danosa. E, neste caso, temos uma situação em que praticamente foi neutralizado todo o esforço feito nos últimos anos em prol da melhor proficiência dos alunos. As redes que fizeram o processo de avaliação com os estudantes, depois de dois anos praticamente sem aula, estão em uma situação muito ruim do ponto de vista de desempenho educacional. Precisamos ter uma estratégia para recompor essa aprendizagem, o que passa, necessariamente, por uma mudança de cultura nos sistemas educacionais brasileiros, nos sistemas estaduais e municipais de educação. Isso deve ser promovido a partir de uma mobilização nacional, que precisa ser feita para que possamos avançar. Necessitamos criar uma cultura de acompanhamento do sistema que passe por um bom diagnóstico e por um processo de avaliação que permita verificar a situação de cada estudante, de cada turma e de cada escola, para que se possa implementar, dentro da secretaria estadual ou municipal de educação, um processo de gestão com foco na aprendizagem. A partir dessa cultura de acompanhamento do processo avaliativo é que iremos identificar as principais carências do sistema.

Diante dos baixos níveis de aprendizagem dos alunos que concluem a educação básica, e que foram agravados com a pandemia, como melhorar a qualidade da educação pública no Brasil? E de que forma a metodologia da rede SESI pode contribuir para esse processo? HENRIQUE PAIM – O SESI tem hoje um sistema de ensino bastante robusto. Ele conseguiu, por meio de um processo participativo e de cocriação, produzir um material didático muito adequado e em sintonia com o pensamento da maioria dos seus professores. Isso é muito importante, porque sabemos que o processo participativo de cocriação na educação que funciona em rede é fundamental. Quando temos um material do qual o professor se sente partícipe, porque participou de todo o processo de sua formulação, é muito positivo. Esse foi um passo importantíssimo que o SESI deu. Ter um bom material didático contribui para a criação de uma estratégia muito bem definida de recomposição da aprendizagem. Outro ponto é que o mecanismo de construção do material didático do SESI também permite realizar um bom processo de formação continuada dos professores, para que eles tenham condições de produzir esse material didático e, obviamente, de acompanhar o desenvolvimento das escolas a partir de um processo de avaliação. Também é muito importante o SESI já ter construído um currículo, especialmente no ensino médio, que se dedica à construção dos itinerários formativos associados ao projeto de vida dos estudantes. Porque precisamos fazer com que o jovem brasileiro tenha uma boa narrativa e saiba exatamente qual per-

TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES

BRUSQUE/SC (47) 3351-5111 6

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ITAJAÍ/SC (47) 3348-3292

SÃO JOÃO BATISTA/SC (48) 3265-1311

FLORIANÓPOLIS/SC (48) 3258-5330

GUARULHOS/SP (11) 2085-4500

CURITIBA/PR (41) 3348-7000


curso educacional quer seguir. É considerável, também, a perspectiva trazida pela entidade na relação da escola com o mundo do trabalho, tanto na formação cidadã do estudante quanto na sua formação para esse mundo, como está previsto na própria constituição. Este trabalho pode muito bem ser replicado e oferecido também para as redes públicas de ensino porque, na realidade, o SESI passou a ser um grande laboratório para que possamos replicar esse processo. A própria rede pública de ensino conta com boas práticas educacionais que deveriam ser replicadas? HENRIQUE PAIM – Se olharmos do ponto de vista dos sistemas estaduais de ensino, o que temos hoje de destaque são aquelas secretarias estaduais de educação que trabalham com o que chamamos de uma gestão voltada para a aprendizagem. Essa gestão passa, necessariamente, pela construção de um sistema estadual de avaliação e pela construção de um currículo e oferta de formação profissional. Tudo isso associado ao que chamamos de cultura de acompanhamento, que é o que faz a diferença para esses sistemas educacionais que mais se destacam. Temos tanto a avaliação da aprendizagem – que é importante, pois envolve uma avaliação externa que consegue nos dizer onde o nosso sistema está em relação a outros sistemas – como também temos de criar uma cultura de avaliação para a aprendizagem, e essa avaliação para a aprendizagem tem a ver, justamente, com o diagnóstico, de modo a que se consiga identificar claramente todos os gargalos que existem na rede, passando por problemas de proficiência, inclusão, reprovação, abandono. Todos esses aspectos precisam ser considerados no âmbito do sistema de educação. Para cada uma dessas questões, que são importantes em termos de política pública, temos alguns bons exemplos no país, e existe um conjunto de sistemas se destacando nesse sentido. Por exemplo, estamos desenvolvendo um trabalho no Mato Grosso em que o SESI é o nosso parceiro na Educação de Jovens e Adultos e, neste caso, vemos o uso de um material do SESI que é muito avançado e adequado, porque ele trabalha com reconhecimento de saberes. Então estamos, na Educação de Jovens e Adultos, aplicando em conjunto com o SESI um processo muito interessante, em que partimos do princípio de que aquele estudante, que está voltando para o sistema, precisa passar por um reconhecimento daquilo que ele já conseguiu acumular ao longo da sua vida escolar. Precisamos reconhecer esse acúmulo para poder definir uma estratégia que possibilite a conclusão daquelas etapas da educação básica que ele não concluiu. Como a implementação do Novo Ensino Médio contribuirá para as melhorias educacionais no país? HENRIQUE PAIM – Eu diria que pode contribuir muito, na medida em que o ensino médio, há muito tempo, tem um diagnóstico de que precisa ser mudado, ser repensado. As mudanças que foram feitas são importantes, embora não sejam uma unanimidade. Mas todo o sistema educacional no Brasil acabou, de uma forma ou de outra, promovendo mudanças curriculares associadas à Base Comum Curricular para que houvesse as alterações de aumento de jornada, de implantação de um novo currículo, de produção de material didático, incorporando as questões que estão na BNCC, associadas ao projeto de vida, ao socioemocional. Tudo isso está sendo implementado pelos estados a partir de um grande esforço.

Ao mesmo tempo, os itinerários formativos são um desafio importante ainda a ser atingido, porque, na realidade, é preciso organizar o sistema, organizar a rede de ensino para que ela possa ofertar esses itinerários: de Linguagens e suas tecnologias, Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática. Esses itinerários são um aspecto que o SESI também trabalha – e o próprio SENAI está envolvido nisso –, pois tenta integrar, de alguma forma, o itinerário de formação técnica e profissional, que considero o mais importante. O grande esforço que o Brasil tem de fazer, daqui para a frente, é ampliar a oferta de ensino vocacional, é ampliar a oferta de ensino médio com educação profissional. E eu diria que o papel que pode ser desempenhado pelo SESI é fundamental, porque ele desenvolveu o currículo integrado. Essa integração do currículo da educação profissional com o currículo propedêutico do ensino médio é uma tarefa muito importante que o SESI já desenvolveu. Isso pode ser ajustado, adaptado e apresentado para as redes estaduais para que possamos avançar. De que forma as parcerias realizadas pela FGV com instituições de ensino, como o SESI, contribuem para o desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de práticas educacionais? HENRIQUE PAIM – Eu diria que as parcerias são muito importantes na medida em que essas instituições conseguem ter uma visão externa ao sistema, porque, quando enxergamos como funcionam as secretarias de educação dos estados e municípios, vemos claramente que, muitas vezes, o gestor está muito envolvido com os processos de suporte. Ele precisa resolver, no dia a dia, a questão da alimentação escolar, do transporte, da logística, de recursos humanos, gestão orçamentária e financeira, infraestrutura. São muitos afazeres, o que leva a que o gestor fique o tempo todo cuidando dessas questões. Quando algumas instituições que estão fora do sistema conseguem enxergar a sua totalidade, verificar o que está acontecendo de fato e alertar os gestores de que é preciso dar um passo além, que é preciso ter um foco na aprendizagem, isso contribui fortemente para o aperfeiçoamento das práticas educativas. Não que essas instituições irão substituir o trabalho orgânico feito pela secretaria, mas irão ajudar a promover a mudança de cultura dentro da secretaria de educação para que ela possa ter uma gestão mais voltada para a aprendizagem e consiga transformar a educação do ponto de vista de qualidade e equidade.

O grande esforço que o

Brasil tem de fazer, daqui para a frente, é ampliar a oferta de ensino vocacional, é ampliar a oferta de ensino médio com educação profissional.

FONTE: CNI

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Itajaí propõe que APM Terminals mantenha arrendamento dos berços durante fase de transição Medida ocorre após o Município oficiar a União que aceita a prorrogação da Autoridade Portuária Municipal e pode ser válida a partir de janeiro de 2023

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Município de Itajaí, por meio da Superintendência do Porto, propôs à APM Terminals, em ofício enviado no dia 28 de julho, a manutenção do arrendamento dos berços 1 e 2, nas condições do atual contrato, a partir de 2023. A medida dá continuidade à ofi-

Marcos Porto

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cialização da prorrogação da Autoridade Portuária Pública e Municipal por até dois anos. Nesse período transitório, enquanto é concluído o processo de desestatização do terminal, o Município busca a melhor forma de dar seguimento ao trabalho operacional.


No documento enviado à APM Terminals, o Município solicita que a empresa manifeste se há interesse em continuar com as operações no Porto de Itajaí a partir de janeiro de 2023 até a conclusão do processo de desestatização. Em caso positivo, o contrato transitório seria assinado de imediato pelo período de seis meses, podendo ser automaticamente prorrogado até o término do processo de desestatização, mantendo as mesmas condições econômicas e operacionais já estabelecidas no atual arrendamento, que encerra em 31 de dezembro deste ano. O ofício dá prazo de 48 horas para a APM se manifestar sobre o assunto. “Neste período de transição, que inicia em 2023, o Município e a Superintendência do Porto de Itajaí buscarão a melhor proposta para garantir a continuidade das operações portuárias na cidade, assim como temos feito ao longo dos últimos 25 anos do convênio de delegação. O importante trabalho realizado pela APM Terminals durante esses anos demonstra como viável a promoção de contrato transitório de operação dos berços 1 e 2”, destaca o superintendente do Porto de Itajaí, Fábio da Veiga.

Município oficializa ao Governo Federal a prorrogação da Autoridade Portuária

O Município e a Superintendência do Porto de Itajaí também protocolaram, na quarta-feira (27), ofício ao Ministério da Infraestrutura/Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários concordando com a proposta da União de prorrogação do convênio de delegação por até dois anos. O Município enfatiza que é contrá-

rio à uma cláusula resolutiva presente no documento, mas informa que aceita a renovação da Autoridade Portuária Pública Municipal para evitar prejuízos maiores ao Porto de Itajaí. Em reunião no dia 25 de julho, em Brasília (DF), uma comitiva itajaiense, liderada pelo prefeito Volnei Morastoni e pelo superintendente do Porto Fábio da Veiga, solicitou a exclusão da cláusula resolutiva do contrato de prorrogação para garantir o prazo de delegação pelos próximos dois anos, sem possibilidade de encerrá-lo antes. A medida era importante para impedir problemas socioeconômicos que a insegurança logística possa causar, mas a União decidiu manter a cláusula. “O Porto de Itajaí é o coração econômico da cidade, que é a 12ª do país em arrecadação federal. Fazer uma transição de uma maneira estável e segura é fundamental, tanto para o Município como para o Governo Federal. Vamos manter a gestão municipal nessa fase de transição porque entendemos que é a melhor forma de dar continuidade e evitar que a cidade e os cidadãos sejam prejudicados até que seja finalizado o processo de desestatização”, ressalta o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni.

Sobre o convênio de delegação do Porto de Itajaí O convênio de delegação do Porto de Itajaí ao Município encerra no dia 31 de dezembro deste ano. Desde 2017, a cidade tem feito inúmeros pedidos pela prorrogação por mais 25 anos. No entanto, o Governo Federal negou as solicitações e iniciou o processo de elaboração de um edital para privatização total do Porto de Itajaí, contrariando os apelos do Município para manter apenas a Autoridade Portuária Pública e Municipal, uma vez que toda a operação já é realizada pela iniciativa privada. Recentemente, o Ministério da Infraestrutura confirmou que não conseguirá finalizar todo o processo de desestatização no prazo proposto inicialmente e solicitou que o Município de Itajaí permaneça com a gestão do Porto até a conclusão dos trâmites, podendo chegar até dois anos. Nesta segunda, a renovação foi encaminhada para iniciar em 2023.

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Intersindical dos trabalhadores portuários lamenta decisão do Ministério da Infraestrutura em não prorrogar Autoridade Portuária Municipal

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presidente da Intersindical dos Trabalhadores Portuários, Ernando João Alves Júnior, diz que a classe portuária lamenta a decisão do Governo Federal em não prorrogar o a Autoridade Portuária Municipal. Ernando lamentou a falta de participação das lideranças locais no trabalho realizado pela Prefeitura Municipal e a classe trabalhadora, desde o início do processo, para não entregar a Autoridade Portuária para a iniciativa privada. "Acho que muitas lideranças locais poderiam ter se enganjado na luta, mas não o fizeram. Nós, trabalhadores portuários, acreditamos no potencial do Porto de Itajaí, tanto que temos trabalhado não só com cargas de contêiner, mas também com cargas gerais diversas, como celulose, bobinas de aço, fertilizantes e veículos. Esse potencial pode ser explorado ainda mais pelo concessionário, sem que percamos a Autoridade Portuária Municipal", disse. O presidente da Intersindical disse que agora é necessário, mais do que nunca, que a municipalidade e trabalhadores portuários se unam para ver o que é melhor para o Porto de Itajaí nesse período de transição. "A Autoridade Portuária ficará responsável pelas empresas que irão operar no porto, e a escolha delas pode fazer toda a diferença na movimentação, com cargas que podem agregar valor para a cidade e os trabalhadores", finalizou.

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Complexo Portuário de Itajaí movimenta 8.3 milhões de cargas no primeiro semestre de 2022 Foram movimentados 729.399 TEUs durante os meses de janeiro a junho

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Complexo Portuário de Itajaí chegou à marca de 8.335.984 toneladas de cargas movimentadas em contêineres durante o primeiro semestre de 2022. O dado representa 729.399 TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados no período. Ao todo, foram registradas 478 escalas de janeiro a junho deste ano. Na margem direita, que engloba a área da APM Terminals e os berços públicos, os dados também são expressivos: foram 2.064.950 toneladas movimentadas no primeiro semestre, o que representa 175.427 TEU’s. “Neste primeiro semestre, o Porto de Itajaí apresentou números expressivos em suas movimentações. Para os próximos meses, provavelmente alcançaremos números ainda mais favoráveis e significativos. O Porto de Itajaí demonstra diariamente que a gestão municipalizada é eficiente e promove o crescimento, no que abrange todos os setores portuários. Isso demonstra a pujança para a economia do município, para o Estado e União”, enfatiza Fábio da Veiga, superinten-

dente do Porto de Itajaí. Em relação ao mês de junho, o Complexo Portuário de Itajaí alcançou uma movimentação de 1.307.391 toneladas de cargas em 73 escalas, o que totaliza 113.285 TEU’s. Para o segundo semestre de 2022, a expectativa é que o complexo siga no ritmo de crescimento. O setor portuário também aguarda uma resposta do Governo Federal sobre a renovação do convênio de delegação com o Município de Itajaí e a manutenção da Autoridade Portuária Pública e Municipal no processo de desestatização. “Com a melhoria da condição do acesso aquaviário, em virtude da nova bacia de evolução, conseguimos receber navios maiores e permanecer competitivos no mercado. A tendência é que o Complexo Portuário de Itajaí continue inovando. Todos os números positivos registrados nos primeiros seis meses deste ano refletem o esforço da Autoridade Portuária em promover o desenvolvimento do terminal e permanecer com uma gestão pública e municipal por pelo menos mais 25 anos”, conclui Fábio da Veiga.

Com a melhoria da condição do acesso aquaviário, em virtude da nova bacia de evolução, conseguimos receber navios maiores e permanecer competitivos no mercado.

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Divulgação BRL Properties

Itajaí ganha grande centro logístico para abrigar entreposto da Zona Franca de Manaus Empreendimento receberá investimento de R$ 200 milhões e ficará no bairro Brilhante

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Município de Itajaí vai ganhar, em breve, um grande centro logístico para abrigar um entreposto da Zona Franca de Manaus. O complexo, com 80 mil metros quadrados de área operacional, está sendo construído no bairro Brilhante. O primeiro módulo fica pronto e começa a operar em outubro deste ano. O projeto é do grupo mineiro BRL Properties, que iniciou tratativas com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Itajaí no ano passado para a construção. O investimento total no empreendimento deve chegar a R$ 200 milhões. A empresa ZF-Log é quem detém a licença para operar o entreposto da Zona Franca fora de Manaus. São somente cinco no Brasil e o de Itajaí é o único no Sul do país. O entreposto funciona basicamente como um braço da Zona Franca de Manaus. Nele as mercadorias podem ser movimentadas, fracionadas e reexpedidas para todo o Brasil com a mesma isenção tributária que é aplicada no Amazonas. O entreposto itajaiense deve receber logo de início cargas de grandes empresas como Philco,

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Samsung, Positivo, Intelbras e TLC. A conclusão total do projeto está prevista para ocorrer em 2025. Com isso, a expectativa é de que sejam gerados 600 empregos diretos. O entreposto da ZF em Itajaí já existe em uma área muito menor, o que limita a quantidade de cargas movimentadas. As cargas recebidas em um entreposto da Zona Franca podem permanecer por até 270 dias com a isenção de encargos. O início das operações no complexo logístico do Brilhante deve aumentar consideravelmente a movimentação de mercadorias em Itajaí. Essa facilidade logística da região, aliás, foi determinante para a instalação do empreendimento na cidade. A proximidade com outras cidades da região e a facilidade de escoamento pela BR-101 e por meio da cabotagem (entre portos) foram os fatores que chamaram a atenção dos investidores. Além, claro, da disponibilidade de uma área tão grande próxima de tudo isso.


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:: ECONOMIA SC

Municípios mais industrializados de SC lideram geração de emprego em 2022 Análise foi feita pelo Observatório FIESC a partir dos dados mais recentes do Novo Caged, divulgado pelo Ministério do Trabalho e da Previdência

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ete dos 10 municípios mais industrializados de Santa Catarina estão entre os que mais geraram novas vagas formais de emprego em 2022. Conforme análise do Observatório FIESC, as cidades com maior PIB industrial no estado estão entre as que mais criaram postos de trabalho de janeiro a maio deste ano, de acordo com os dados mais recentes do Novo Caged, divulgado pelo Ministério do Trabalho e da Previdência. “A indústria é o coração do desenvolvimento econômico de Santa Catarina. Ao gerar oportunidades de emprego, criamos dignidade e cidadania em larga escala para o cidadão catarinense”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. As experiências internacionais mais recentes mostraram que o processo de desenvolvimento e crescimento econômico envolve necessariamente o aumento tanto na produção como no emprego da indústria, com a transferência de recursos produtivos e trabalhadores de setores de menor valor adicionado para os de maior valor adicionado. "Além da geração de emprego, os municípios com grande participação da indústria no PIB também apresentam indicadores positivos de desenvolvimento humano”, avalia o economista do Observatório FIESC, Marcelo de Albuquerque. Os municípios mais industrializados de Santa Catarina também estão entre os que detêm os melhores Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Joinville (4º), Blumenau (6º) e Jaraguá do Sul (8º). Conforme resultados de 2010, estes quatro

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municípios têm IDHM acima de 0,80, índice considerado alto de acordo com a classificação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A indústria é o coração do desenvolvimento econômico de Santa Catarina. Ao gerar oportunidades de emprego, criamos dignidade e cidadania em larga escala para o cidadão catarinense.


:: ECONOMIA SC

SC encerra primeiro semestre com recorde nas exportações O aumento na cotação de preços e a retomada da corrente internacional estão entre as razões que ajudam a explicar os bons resultados na balança comercial catarinense no período, informa o Observatório FIESC Santa Catarina encerrou o primeiro semestre do ano com recorde no comércio exterior após seis meses consecutivos de máximas na série histórica iniciada em 1997. As exportações nos primeiros seis meses somaram US$ 5,8 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 13,5 bilhões. O aumento na cotação de preços e a retomada da corrente internacional estão entre as razões que ajudam a explicar os bons resultados na balança comercial catarinense. “Santa Catarina teve uma participação de 3,6% do total de exportação brasileira no primeiro semestre deste ano. O crescimento das vendas para o exterior, principalmente de produtos de alta intensidade tecnológica, demonstram a competitividade e a qualidade da nossa indústria no mercado internacional”, comenta o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Durante o período, os principais mercados de Santa Catarina continuam sendo os Estados Unidos (18,4%) e a China (13,6%). Os Estados Unidos vêm puxando a expansão das exportações catarinenses de motores elétricos, partes de motor, madeira serrada e obras de carpintaria para construção. “Devido à desaceleração da economia chinesa, as exportações catarinenses para o país sofreram redução no primeiro semestre. Apesar disso, Santa Catarina diversificou e fortaleceu outros mercados internacionais, principalmente na União Europeia, Oriente Médio e Oceania”, completa Aguiar. Sobe e desce nas vendas de carne de aves e suína As carnes de aves se mantiveram como o principal produto exportado por Santa Catarina no primeiro semestre, com 15,9% do total. De acordo com a economista do Observatório FIESC, Mariana Correia Guedes, focos de influenza aviária em diversas partes do mundo, assim como a inflação de alimentos substitutos, permitiram o aumento na demanda pelo produto catarinense, enquanto ocorrem quedas nos estoques mundiais. Houve um crescimento nos embarques do produto para Filipinas, Coreia do Sul, Chile e México, com contribuição importante para o resultado. Por outro lado, as vendas de carne suína tiveram queda em relação ao primeiro semestre de 2021, ocasionada em parte pela normalização da produção chinesa após a crise sanitária de Peste suína africana. Ainda assim, o produto se manteve como o segundo mais exportado do estado. Conforme análise do Observatório FIESC, a queda foi amenizada pelo aumento das vendas catarinenses a outros países, como por exemplo, Filipinas, que passou a ser o segundo principal mercado do produto catarinense nesse semestre. O estado também aumentou as vendas para a Rússia nesse mesmo período. O resultado sustenta Santa Catarina como o principal exportador de Carne suína entre os estados brasileiros, com market share de 56,9%. Economia&Negócios • Edição JULHO/2022 • 15


:: ECONOMIA SC

Líder em exportação de móveis de madeira no país, SC tem crescimento nos embarques no 1° semestre O setor alcançou US$ 166,3 milhões em vendas para o exterior no primeiro semestre de 2022, alta de 4,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. A análise é do Observatório FIESC.

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íder nacional na exportação de móveis de madeira, a indústria catarinense alcançou US$ 166,3 milhões em vendas para o exterior no primeiro semestre de 2022, alta de 4,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. Conforme análise do Observatório FIESC, o resultado positivo vai na contramão da média nacional, que apresentou queda de 4,0% no período. O Rio Grande do Sul e o Paraná, 2º e 3º colocados no ranking entre os estados exportadores de móveis no Brasil, também apresentaram retração de 12,1% e 19,5%, respectivamente, nas vendas para o exterior. “Santa Catarina tem a tradição de uma indústria moveleira competitiva, com clientes importantes no exterior. O resultado no primeiro semestre deste ano consolida essa posição e reforça a qualidade dos nossos produtos”, avalia o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Ele acrescenta que o setor tem grandes oportunidades de avançar cada vez mais, tanto no mercado interno quanto em âmbito internacional, com a agregação de valor aos seus produtos. Os Estados Unidos despontam como principal destino das exportações de móveis catarinenses, com 58,2% de participação. Na sequência, está o Reino Unido, com 9,3%, e a França, com uma fatia de 5,7%. Entre os produtos catarinenses vendidos para o exterior, o

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destaque são os móveis de madeira utilizados no quarto de dormir. O vice-presidente da FIESC para a região do Planalto Norte e presidente da Câmara do Desenvolvimento da Indústria do Mobiliário da entidade, Arnaldo Huebl, ressalta que o resultado do primeiro semestre do ano é consequência de pedidos firmados ainda em 2021. “Na indústria moveleira, os pedidos são feitos com o prazo médio de seis meses. Havia muitas encomendas, principalmente das grandes redes varejistas dos Estados Unidos, que foram embarcadas agora no início deste ano”, afirma. Novos empregos e crescimento na produção A produção industrial catarinense de Produtos de madeira apresentou alta de 4,8% em maio na comparação com abril – expansão superior à média nacional, de 3,2% no período, conforme dados do IBGE analisados pelo Observatório FIESC. O ritmo de crescimento se reflete também na geração de novos empregos formais. De janeiro a maio, o setor de Madeira e Móveis gerou 2.801 novas vagas, conforme dados do Novo Caged. Na Indústria catarinense, o setor foi o terceiro que mais abriu novos postos de trabalho no período, segundo o Observatório FIESC.


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:: ECONOMIA SC

Produção industrial catarinense tem segunda alta consecutiva em maio Com isso, a produção da indústria do estado segue em patamar superior ao período pré-pandemia, impulsionado pelas exportações de Santa Catarina no ano de 2022, em patamar historicamente elevado.

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produção industrial catarinense registrou um crescimento de 1,6% em maio na comparação com abril. De acordo com análise do Observatório FIESC, foi o segundo avanço mensal consecutivo do indicador. Com isso, a produção da indústria do estado segue em patamar superior ao período pré-pandemia, impulsionado pelas exportações de Santa Catarina no ano de 2022, em patamar historicamente elevado. “No primeiro semestre deste ano, registramos recordes nas exportações catarinenses. A indústria representa mais de 90% das vendas de Santa Catarina para o exterior, e percebemos o quanto a internacionalização das nossas empresas vem permitindo a manutenção de indicadores positivos este ano”, avalia o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Apesar do crescimento em abril e maio, a produção industrial catarinense ainda acumula recuo nos primeiros cinco meses do ano, frente ao mesmo período de 2021. No Brasil, o resultado também é de queda na comparação com o ano passado. Entre os destaques positivos, o setor de Máquinas e equipamentos liderou a expansão da produção na análise mensal, com crescimento superior à média nacional. “A alta sofisticação na produção torna esse resultado importante para a maior disseminação de inovação na cadeia produtiva. O bom resultado do setor no período está ligado ao momento positivo das exportações de máquinas e aparelhos de uso agrícola, bem como a demanda interna crescente de mecanização agrícola”, avalia o economista do Observatório FIESC, Maicon Luiz Brand. A valorização mundial no preço de várias commodities agrícolas acaba incentivando o aumento da produção doméstica.

18 • Edição JULHO 2022 • Economia&Negócios


NOVAS REGRAS DA TRANSAÇÃO TRIBUTÁRIA: OPORTUNIDADES ABERTAS KIM AUGUSTO ZANONI OAB/SC 36.370 Sócio do Silva & Silva Advogados Associados e especialista em Tributação, Logística e Comércio Exterior.

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transação tributária, disciplinada na Lei 13.988/20, é um modelo de parcelamento que gira em torno de uma possibilidade de “negociação" da dívida tributária entre Fisco e contribuinte - dividida em duas modalidades: por adesão ou por proposta individual de uma das partes. Desde a sua criação, contudo, teve pouco resultado prático, pois engessava bastante as possibilidades de negociação e possuía limites máximos de desconto e prazo bastante tímidos (em comparação com os últimos Refis). No mês passado, contudo, esse cenário mudou: a nova Lei Federal nº 14.375/2022 trouxe regras bem mais arrojadas e abriu, finalmente, a porta para negociações mais concretas. Em alguns casos pode representar uma excelente oportunidade. As principais mudanças na regra geral (há condições um pouco melhores para pessoa física) são: a) O desconto máximo passou de 50% para 65% do valor da dívida atualizada; b) Possibilidade de utilização de prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa da CSLL para quitação do saldo após desconto, até o limite de 70% desse saldo - uma excelente oportunidade para contribuintes com essa situação fiscal; c) Possibilidade expressa de utilização de créditos decorrentes de decisão judicial transitada em julgado para quitação do saldo após desconto; d) O prazo máximo passou de 84 meses para 120 meses. Embora a lei não tenha prazo de validade, não sabemos até quando continuará valendo ou se será revogada em um futuro próximo. Nesse cenário, e em especial para contribuintes que possuem prejuízo fiscal, é talvez uma oportunidade única para regularizar dívida tributária.

Balneário Camboriú-SC | Itajaí-SC | Florianópolis-SC | Itapema-SC | Sinop-MT

Economia&Negócios • Edição JULHO/2022 • 19


Frete com valor de US$ 10 mil por contêiner é o novo normal no mercado de navegação Custo médio do transporte de um contêiner no mercado global está sete vezes mais caro que o verificado antes da pandemia. CNI lança painel virtual com acompanhamento dos fretes no mercado de navegação

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custo médio do transporte de um contêiner no mercado marítimo global permaneceu próximo à US$ 10 mil em vários momentos nos últimos meses, valor sete vezes mais elevado que o verificado antes da pandemia. O dado faz parte de um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre os efeitos da crise logística internacional desencadeada pela Covid-19 no Brasil e nas principais rotas da navegação do mundo. A CNI lançou neste mês de julho um painel virtual que acompanhará mensalmente a evolução dos valores do frete, que pode ser acessado aqui. A crise sem precedentes no mercado de navegação se iniciou há mais de 2 anos, com as interrupções nas atividades produtivas na China e, posteriormente, em outros países, que se refletiram na suspensão generalizada de serviços de transportes e das encomendas programadas. A progressiva retomada das atividades, ainda 2020, alavancou a demanda por mercadorias e insumos produtivos, muitos destes represados em portos e armazéns chineses. Desde então, a capacidade de transporte ofertada nos portos e embarcações a nível global tem sido insuficiente para equilibrar o mercado, resultando nos maiores valores de fretes já registrados na história. Situação do Mercado de Navegação Brasileiro Seguindo uma tendência que se repetiu com outros países, o comércio exterior brasileiro sentiu os primeiros efeitos da crise logística nos níveis de frete de importações com origem na China. No fim do primeiro semestre de 2020, momento inicial da pandemia, os fretes médios no mercado spot caíram à US$ 400 por contêiner de 40 pés. “A retomada das atividades produtivas, no Brasil e no mundo, e o consequente desbalanceamento entre a oferta e a demanda global por serviços de transporte reverteu a tendência de queda e elevou os fretes a níveis jamais vistos no mercado de navegação. Como consequência, o custo médio de importação de um contêiner de 40 pés da China para o Brasil alcançou US$ 9 mil no início de 2021”, destaca o especialista em Infraestrutura da CNI Matheus de Castro. “Posteriormente, ainda em 2021, a demanda por embarcações nas rotas prioritárias e a piora nos níveis de congestionamento nos grandes portos globais pressionou ainda mais os níveis de frete, que alcançaram US$ 13 mil no fim do ano”, acrescenta Castro. O levantamento da CNI mostra que os primeiros meses de 2022 indicam uma retração no custo médio de importação com origem na Ásia 20 • Edição JULHO 2022 • Economia&Negócios

para o Brasil. A queda revela uma acomodação entre a demanda e a oferta de capacidade de transporte na rota. No entanto, os efeitos do lockdown em portos chineses, especialmente o de Xangai, e a piora nas condições do mercado de navegação global reverteram o processo de redução dos valores de frete, que, neste mês de julho, já ultrapassa o patamar de US$ 10 mil por contêiner de 40 pés. Os valores de frete nas principais rotas de exportação partindo do Brasil também estão altos. De acordo com os dados, o custo de transporte de um contêiner de 40 pés do Brasil para portos dos Estados Unidos está próximo à US$ 10 mil, valor oito vezes superior ao observado antes da pandemia. Desde novembro do ano passado que os fretes para os EUA apresentam tendência de estabilização em patamares elevados, o que revela os efeitos dos congestionamentos nos portos norte-americanos. No caso da exportação para o Norte da Europa e Ásia se observa a mesma tendência de estabilização em níveis também mais


elevados. “Isso agrava as preocupações a respeito de possíveis rupturas na logística internacional derivadas do conflito na Ucrânia e de novos surtos de Covid-19 na China, por exemplo”, destaca Matheus de Castro. Tendência para os próximos meses Por ser um mercado secundário, as rotas vinculadas ao Brasil sofrem os efeitos da demanda por embarcações e dos atrasos nos portos dos principais fluxos globais de navegação. “Isso explica a queda no início do ano nos valores do frete de importação com origem na Ásia, ao mesmo tempo em que se verificou um aumento nos fretes de exportação partindo do Brasil, especialmente para os portos dos Estados Unidos”, afirma Matheus de Castro. Ele acrescenta que a melhora no mercado de navegação brasileiro depende, no entanto, da solução dos problemas logísticos nas principais rotas globais. Em julho de 2022, o custo médio do frete de contêiner no mercado global alcançou US$ 6.500. O valor é quatro vezes maior que o observado antes da pandemia, mas representa uma queda de 29% em relação ao fim de 2021, quando o frete médio global esteve próximo à US$ 10 mil por contêiner. Apesar da queda dos valores de frete nos últimos meses, o mercado de navegação internacional ainda apresenta grande ins-

tabilidade e deve retornar à normalidade apenas em meados de 2023. “Ainda vão ser necessários vários meses até que os níveis de congestionamentos, atrasos e demanda por transporte se normalizem. O risco de uma recessão global pode atenuar a demanda pelo transporte marítimo. No entanto, novas rupturas na logística global, em função da Guerra na Ucrânia, surtos de Covid-19 na China ou qualquer outra eventualidade vão estender a crise logística, já que não há capacidade ociosa no mercado para acomodar pressões adicionais na oferta de serviços de transporte”, pontua o especialista da CNI. Atuação da CNI para mitigação dos impactos da crise logística Mesmo com as limitações de atuação da legislação brasileira em relação às empresas de navegação estrangeira, a CNI orienta aos seus associados reportar à ANTAQ qualquer tipo de conduta abusiva ou ilegal por parte de qualquer agente interveniente nas atividades de transporte. Ressalta-se que, desde dezembro de 2017 e desde que não tenham dado causa, os usuários de transporte marítimo de carga não podem ser cobrados por custos portuários adicionais, em decorrência do não embarque das cargas no prazo previamente programado. É um resultado para conferir maior segurança jurídica obtido por meio da publicação da Resolução Normativa 18/2017 da Antaq, sobre os direitos e deveres dos usuários, dos agentes intermediários e das empresas de navegação. Ao final de 2021, a Agência publicou outra versão, no formato da Resolução 62/2021. Recentemente, a CNI realizou o Diálogo da Indústria com os pré-candidatos à Presidência da República 2022. Na ocasião, foi entregue aos presidenciáveis os cadernos “Transporte de Cargas: abrindo novos caminhos” e “Competitividade das Exportações Industriais: um mundo pela frente”. Os documentos apresentam as propostas da CNI para, entre outros, trazer maior equilíbrio nas relações entre as empresas de navegação e usuários do transporte marítimo de contêineres e avançar em medidas que reduzam o custo e aumentem a transparência dos procedimentos do transporte marítimo internacional. Recomendações:

 Fortalecimento da Resolução 62/2021 da Antaq;  Ampliação do monitoramento, transparência e divulgação das cobranças e estatísticas do transporte marítimo brasileiro;  Implementação do Programa de Janela Única Aquaviária, a fim de possibilitar o redesenho do fluxo de carga e trânsito aquaviário;  Simplificação e redução das tarifas portuárias e eliminação das cobranças portuárias abusivas, a exemplo da cobrança do escaneamento de contêineres; e  Desenvolvimento e implementação do Sistema de Comunidade Portuária. Economia&Negócios • Edição JULHO/2022 • 21


:: ECONOMIA SC

FIESC analisa situação de 878 km de rodovias estaduais nas regiões Oeste e Extremo-Oeste Levantamento, apresentado em reunião, nesta quarta-feira, dia 6, mostra como estão as condições de 22 rodovias. Entre os trechos mais críticos estão segmentos das SCs 283, 155, 480, 482, 305, 161, 492, 496, 163 e 350

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Federação das Indústrias (FIESC) analisou a situação de 22 rodovias estaduais que cortam as regiões Oeste e Extremo-Oeste de Santa Catarina e totalizam 878 quilômetros. Entre os trechos considerados mais críticos estão as SCs: 283 (Mondaí-Palmitos, Arvoredo-Seara e Seara-Arabutã); 155 (Xanxerê-Xavantina, Bom Jesus-Abelardo Luz), 480 (Xanxerê-Bom Jesus); 482 (Galvão-Coronel Martins); 305 (São Lourenço do Oeste-Campo Erê); 161 (Anchieta SC-305 a Serra do Sul, na divisa com a BR-280, no Paraná); 492 (Maravilha-Santa Terezinha do Progresso); 496 (Tunápolis-Beato Roque/trecho em processo de implantação); 163 (Iporã do Oeste-Itapiranga) e 350 (Abelardo Luz-Passos Maia/implantação prevista, mas ainda não iniciada). A análise foi apresentada pelo engenheiro Ricardo Saporiti, consultor da FIESC, nesta quarta-feira, dia 6, em reunião da Câmara de Transporte e Logística da entidade. Nos trechos mais críticos, o levantamento mostra trincamentos e desagregação do pavimento, buracos e afundamentos e trilhas de roda. O levantamento foi realizado pelo engenheiro Ricardo Saporiti, que percorreu as rodovias de 1° a 8 de maio. “Apesar dos esforços do governo do estado, que elevou significativamente os investimentos na malha rodoviária, o estudo apresentado traduz a falta de uma política de estado, um programa de manutenção e conservação rotineira e preventiva do patrimônio rodoviário estadual, que a FIESC tem defendido ao longo dos anos”, diz o presidente da Federação, Mario Cezar de Aguiar. “No entanto, constatamos que a situação vem piorando ao longo do tempo, durante várias gestões do governo do estado, resultando na necessidade de restauração para mais de 60% da malha. Restaurar custa quatro vezes mais do que manter. O pavimento possui vida útil e sofre com a ação do tempo, excesso de carga e pelo uso contínuo”, acrescenta. Aguiar lembra que as condições das rodovias provocam acidentes, com perda de vidas, além de afetarem o custo de logística da indústria catarinense, que é superior à media nacional e ao de países como os Estados Unidos. Conforme dados oficiais, nos últimos 40 meses, o governo de SC investiu R$ 307,2 milhões em manutenção e restauração de rodovias, ou seja, uma média de R$ 92,2 milhões por ano. Esse valor corresponde a 0,44% do patrimônio rodoviário catarinense. No entanto, tecnicamente, o percentual recomendável é de, no mínimo, 1% ao ano. Isso equivale a R$ 210 milhões

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Rodovias Estaduais com Manutenções Críticas – Oeste de SC SC- 283 SC- 155 SC- 480 SC- 482 SC- 305 SC- 161 SC- 492 SC- 496 SC- 163 SC- 350

Mondaí / Riqueza / Caibí / Palmitos / Arvoredo / Seara / Arabutã Xanxerê/ Linha das Palmeiras/ Xavantina Bom Jesus/ Abelardo Luz Xanxerê/ Bom Jesus Galvão/ Coronel Martins São Lourenço do Oeste/ Presid. Juscelino/ Campo Erê SC-305 ( Anchieta)/ Palma Sola/ Serra do Sul (BR-280/PR) Maravilha/ Tigrinhos/ Sta. Terezinha do Progresso Tunápolis/ Beato Roque ( Implantação/ Pavimentação) Iporã do Oeste/ Itapiranga Abelardo Luz/ Passos Maia ( Implantação/ Pavimentação)

Fonte: FIESC

Conservação Rodoviária Ano Investimento 2019 R$ 25.769.606,70 2020 R$ 74.802.783,29 2021 R$ 88.221.103,62 2022* R$ 118.427.847,02 Total R$ 307.221.340,63 Média Investida por ano R$ 92.166.402,19 % anual sobre o patrimônio 0,44%

Fonte: Governo do Estado Santa Catarina * Diversas obras inclusas nos contratos – médio e/ou longo prazos

por ano, considerando que a malha rodoviária estadual tem 8.345 quilômetros, com valor patrimonial estimado em R$ 21 bilhões. (Confira os gráficos abaixo). A Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade informou que, além dos investimentos em conservação, "de 2019 para cá, foram investidos mais de R$ 730 milhões em obras estruturantes (pavimentações/restaurações/aumento de capacidade)". Além disso, segundo a secretaria, na região Oeste, de 2019 até maio de 2022, "foram investidos R$ 150,14 milhões em serviços de manutenção e conserva rodoviária". Durante a reunião na FIESC, o secretário-adjunto, Alexandre Martins, apresentou as ações do governo para a recuperação das rodovias estaduais, incluindo duplicação, restauração, travessias urbanas, tratamento de pontos críticos, levantamento visual contínuo, contratação de conserva, intervenção funcional, sinalizações, obras especiais e contenções. Além disso, Martins informou que a secretaria tem 23 obras em andamento ou em licitação para pavimentação de 400 quilômetros de rodovias estaduais não asfaltados.

Economia&Negócios • Edição JULHO/2022 • 23


:: ESPECIAL DE NAVEGANTES

NAVEGANTES, CRESCE NO CAMINHO CERTO!

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avegantes é uma próspera cidade de Santa Catarina, com mais de 85 mil habitantes, geograficamente privilegiada por seus mais de 11 km contínuos de praia, situada à margem esquerda do Rio Itajaí-açu, o maior rio da vertente leste do Estado de Santa Catarina. Fato que lhe possibilitou a instalação de um dos terminais portuários tecnologicamente mais bem aparelhados do Brasil. Dispõe de vias de transporte para todo o território nacional, por estar ligada a duas rodovias federais (BR 101 e BR 470), e ter em seu território o Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder. O município foi emancipado de Itajaí em 1962, sendo, portanto, uma cidade ainda bastante jovem. Mas a história de sua formação remonta às últimas décadas de 1700. Pelos registros dos pesquisadores Édson d`Ávila e Didymea Lazzaris de Oliveira, sabe-se que "o lado esquerdo do Rio Grande de Itajaí, ou a outra banda do rio Itajaí, foi o território que se estabeleceu o primeiro homem branco no Vale do Itajaí". Hoje, a cidade encontra-se como o maior centro pesqueiro do Estado e o 3º da América Latina, além de destacar-se pela forte indústria naval. Quando chegar a Navegantes, o visitante poderá conhecer inúmeros atrativos culturais, 24 • Edição JULHO 2022 • Economia&Negócios

religiosos, de aventura, de gastronomia típica, de sol e mar, além de eventos e compras. Privilegiada pela natureza, a cidade de Navegantes nasceu voltada para o mar e logo foi colonizada por açorianos. Conta com um povo hospitaleiro e ostenta um dos mais belos balneários de Santa Catarina, com inúmeros pontos turísticos. Destaque para o Farol da Barra, com a entrada e saída de navios diariamente, o Aeroporto, e suas praias, que

durante a temporada, recebem veranistas e turistas de todos os locais do país e até do exterior. O Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes recebe a visita de milhares de fiéis durante o ano. O carnaval atrai um número incontável de foliões pelo brilho, pela animação e pelo luxo. Para impulsionar ainda mais o desenvolvimento turístico e econômico, o poder público municipal vem investindo em obras de infra-estrutura e embelezamento da cidade.


:: ESPECIAL DE NAVEGANTES

Navegantes é a cidade que mais cresce em Santa Catarina

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esquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou Navegantes como a economia que mais cresce em todo o estado, pois, o Produto Interno Bruto (PIB) municipal cresceu 22,5% em 2019 e alcançou R$ 4.68 bilhões, fazendo o município ultrapassar São Francisco do Sul e se tornar a 14ª maior economia de Santa Catarina. Já o PIB per capita, que é o valor total do PIB dividido pelo número de habitantes, chegou a R$ 57.504,74 ao ano. Com o excelente resultado, Navegantes avan-

çou 10 posições no ranking estadual, passando de 29º para 19º município com mais riquezas por habitante. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Receita de Navegantes, Rodrigo Silveira, faz um comparativo para se ter uma noção os números. Na mesma pesquisa, os dados apontam que enquanto Navegantes cresceu 22,5%, Araquari subiu 16,9%, Joinville 12,1%, Concórdia 11% e Itajaí 10,7%. Ele ressalta que o IBGE consolida os dados apenas dois anos depois do fechamento do ano e que os números comprovam a ascensão econômica de Navegantes. Rodrigo acredita que o crescimento da economia virá ainda mais forte quando forem divulgados os dados de 2021, uma vez que as receitas provenientes de ISS e ICMS vêm avançando num ritmo consistente. “Os dados apresentados pelo IBGE são categóricos e demonstram que Navegantes se tornou um grande polo de desenvolvimento. A cidade sobe patamares ano após ano no PIB, no PIB per capita e na geração de empregos. E o mais importante é que nos resultados há uma clara aceleração no emprego formal, demonstrando que seguimos batendo recorde de crescimento. Isto gera mais desenvolvimento e qualidade de vida a todos”, finaliza o secretário.

Os dados apresentados pelo IBGE são categóricos e demonstram que Navegantes se tornou um grande polo de desenvolvimento.

Economia&Negócios • Edição JULHO/2022 • 25


:: ESPECIAL DE NAVEGANTES

Navegantes está entre as cidades mais rápidas do país para abertura de empresas O Boletim elaborado pelo Ministério da Economia, aponta que Navegantes se tornou o oitavo município mais ágil do Brasil para abrir empresas. Segundo o levantamento, que avaliou o primeiro quadrimestre de 2022, o tempo médio para a abertura de empresas em Navegantes foi de 5 horas e 36 minutos. Em Santa Catarina, o município é o quinto mais ágil, atrás de Xaxim (o mais rápido do país), Mafra, Criciúma e Brusque. O tempo médio do município também é superior ao índice nacional, que é de um dia e 16 horas. O resultado positivo se dá graças às diversas ações da administração municipal para a desburocratização do serviço público, incluindo a alteração do Decreto nº 103/2021, que simplificou procedimentos como a inscrição no Cadastro Econômico Fiscal, a emissão de licença de funcio-

Prefeito de Navegantes, Liba Fronza

namento, apresentação de documentação somente na fase de alvará, isenção de alvará para as empresas MEIs com atividades consideradas de baixo risco, entre outros. A simplificação do atendimento ao cida-

dão faz parte do trabalho de integração entre Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Receita, Secretaria de Planejamento Urbano, Instituto Ambiental de Navegantes (IAN) e Vigilância Sanitária.

Navegantes tem aumento de 211% em novos empregos na construção civil Em um ano, Navegantes registrou um salto de mais de 200% em novos empregos na construção civil. É o que aponta levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Previdência. Entre janeiro e abril de 2021, Navegantes obteve 76 novos empregos na

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área. No mesmo período, em 2022, esse número disparou para 237 novas oportunidades, um crescimento de 211,84%. No comparativo entre o primeiro quadrimestre de 2021 e 2022, o estoque de empregos obteve crescimento de 31,58%. Hoje, são 1150 empregos formais no setor. No ano passado, eram 874. O prefeito Liba Fronza credita parte do desempenho às ações de desburocratização feitas no município.

"O mercado imobiliário descobriu Navegantes, tornando a cidade a nova fronteira de investimentos do litoral norte. Há um crescimento expressivo na construção civil da cidade, motivado pelo ganho de confiança recente por conta das ações da administração municipal, o que vem atraindo novos empreendimentos e gerando empregos", pontua o Chefe do Executivo. Para o Secretário de Desenvolvimento Econômico e Receita, Rodrigo Silveira, o setor da construção civil "tende a continuar o crescimento forte com o novo Plano Diretor, que está em andamento, e com os investimentos em infraestrutura que estão ocorrendo".


Parabéns, Navegantes! Navegantes é um lugar de belas paisagens, cultura, personagens e oportunidades. Existe aqui um propósito maior, onde a estratégia compartilhada, a exposição de novas ideias, a integração e o diálogo abrem caminhos para o desenvolvimento sustentável. E, nesse rumo, a iniciativa privada tem um papel fundamental junto à comunidade ao desenvolver alternativas para a criação de emprego e renda e, consequentemente, o crescimento efetivo e equilibrado, contribuindo, assim, com as questões sociais e as grandes transformações. O planejamento e a visão de futuro devem estar conectados com a missão de encontrar oportunidades e soluções que também tenham impacto no presente, propor mudanças, fixar bases consistentes que habilitem os gestores a inovar e a ousar. É momento de comemorarmos a representativa marca de 60 anos, as conquistas da comunidade ao longo deste tempo e também de reflexão. É de se desejar que o ambiente solidário e

receptivo de cada esquina, que a história das pessoas que aqui vivem e que estruturaram este lugar, assim como as boas lembranças, se perpetuem. É de se esperar que o futuro esteja relacionado à tradição, à memória e a capacidade de também aprender com os erros. Mas, sobretudo, é de se esperar que tenhamos a capacidade de nos projetar à frente, de propor soluções originais para novos problemas, de criar novas formas de interação, e de ser protagonista do desenvolvimento sustentável da cidade. Navegantes, que a força e determinação da sua gente continue sendo preponderante e oriente a configuração do espaço urbano, do desenvolvimento econômico, das questões ambientais e sociais. E, assim, estaremos prontos para os desafios da cidade no futuro, mais sustentável, integrada, priorizando a inclusão e a qualidade de vida. Pertencer a esta cidade, reconhecer os seus encantos e ter a oportunidade de contribuir para torná-la cada vez melhor é um privilégio

Osmari de Castilho Ribas Diretor-superintendente Administrativo da Portonave Economia&Negócios • Edição JULHO/2022 • 27


:: ESPECIAL DE NAVEGANTES

Navegantes tem festival gastronômico com pratos de R$ 29,90, R$ 49,90 e R$ 69,90 Durante todo o mês de agosto, acontece a segunda edição do Roteiro Gastronômico de Inverno de Navegantes. Serão 17 estabelecimentos participantes, com pratos feitos exclusivamente para o festival, a três preços especiais: R$ 29,90, R$ 49,90 e R$ 69,90. O evento é uma realização da Secretaria de Turismo, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e a Associação de Bares, Restaurantes e Hotéis de Navegantes (ABRHON), e faz parte das celebrações do mês de aniversário de 60 anos de Navegantes.

População de Navegantes cresce 41% em 11 anos Navegantes contabiliza 85.734 habitantes, segundo estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na última sexta-feira (27). Isto representa um aumento de 41,58% na população navegantina em 11 anos, em comparação com os números do Censo 2010, quando haviam 60.556 pessoas residindo no município. Desta forma, Navegantes se mantém como o quarto município mais populoso da região da Foz do Rio Itajaí (Amfri), atrás somente de Itajaí, Balneário Camboriú e Camboriú. Além disso, Navegantes saltou da 20ª para a 16ª colocação na lista das maiores cidades do estado, em comparação com os dados do Censo 2010. Santa Catarina conta agora com 7.338.473 habitantes (aumento de 17,44% na população) e o Brasil chegou a 213.317.639 (crescimento populacional de 11,84%).

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DUE DILIGENCE E A SUA IMPORTÂNCIA PARA A SEGURANÇA JURÍDICA DAS TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

É

possível observar que o mercado imobiliário vem passando por importantes inovações, tais como, a possibilidade de assinatura eletrônica de contratos. Contudo, independentemente do avanço tecnológico, algumas coisas não mudam, sendo certo afirmar que os cuidados básicos que devem ser adotados nas operações imobiliárias, mediante a aferição da (in)existência de débitos e/ou ações, envolvendo, tanto o imóvel, quanto os seus respectivos proprietários trata-se de uma delas. Daí reside a importância da denominada e pouco valorizada “Due Diligence Imobiliária”, bem assim o indispensável papel do(a) advogado(a) especialista em direito imobiliário na prestação de serviços dessa natureza, em favor da pessoa física ou jurídica que planeja concretizar um negócio jurídico imobiliário com maior segurança. A “Due Diligence Imobiliária” apresenta o condão de minimizar os riscos envolvidos na operação imobiliária, prevenindo litígios, inclusive, eventual perda da propriedade, em decorrência de dívidas ou reconhecimento de fraude contra credores ou à execução. Adotar-se-á a operação de compra e venda de imóveis como exemplo, haja vista consistir na operação imobiliária mais conhecida e comumente realizada na sociedade. Nessa hipótese, tem-se que o principal risco está presente, para aquele que compra um imóvel e disponibiliza seus recursos financeiros na operação. Isto porque, o comprador precisa não somente investigar atentamente o imóvel, cuja aquisição pretende, mas também a figura do proprietário e vendedor. A razão para tanto é simples: evitar a perda da propriedade, dos recursos financeiros investidos e, por via de consequência, do tempo despendido na celebração de um negócio jurídico imobiliário arriscado e que poderá não resultar no retorno inicialmente esperado. A primeira cautela a ser adotada é avaliar se quem vende é, de fato, o proprietário do imóvel, isto porque, conforme se

sabe, no ordenamento jurídico brasileiro, em se tratando de bem imóvel, apenas é considerado proprietário aquele que consta na sua matrícula, de sorte que a existência do contrato de compra e venda e/ou a lavratura de escritura pública, junto ao Tabelionato de Notas, por si só, não conferem ao comprador o direito de propriedade, sem que haja o efetivo registro do título translativo na matrícula, junto ao Ofício de Registro de Imóveis competente, nos termos do art. 1.245 do Código Civil Brasileiro. O fato é que, apenas a análise da matrícula imobiliária atualizada permitirá identificar a quem pertence a propriedade do bem imóvel. Aliás, a matrícula imobiliária atualizada representa o principal documento, a ser avaliado nas operações imobiliárias, eis que esta não apenas evidencia o titular do direito de propriedade, como demonstra a (in)existência de hipotecas, ônus, gravames e penhoras que possam recair sobre o bem, permitindo identificar, ainda, a (in)existência de ações judiciais averbadas, sem contar outras situações que podem ser constatadas, por intermédio da análise do assento imobiliário. Além disso, analisar cuidadosamente a figura do vendedor, mediante a obtenção das certidões de débitos e ações, envolvendo a sua pessoa, também se faz imprescindível para o fechamento do negócio jurídico imobiliário, isto porque, as dívidas e débitos de responsabilidade deste, em especial, aqueles de natureza tributária, podem recair sobre o imóvel e resultar na perda da propriedade. Assim sendo, resta claro que a “Due Diligence Imobiliária” realizada pelo(a) advogado(a) especialista em direito imobiliário permitirá com que o interessado na celebração de um negócio jurídico, tendo por objeto bem imóvel esteja ciente de todos os riscos envolvidos na transação, para que decida, de forma consciente, se está disposto ou não a assumi-los.

Michelle Pivatto Pereira OAB/SC 43.742 Graduada na Universidade do Vale do Itajaí Pós Graduada em Direito Imobiliário e Direito Civil

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Com remuneração média de R$ 4,7 mil, sobram oportunidades na área de tecnologia Análise do Observatório FIESC mostra que mercado está aquecido, mas esbarra na falta de qualificação; formações focadas no setor podem ajudar a suprir a demanda crescente

Setor de tecnologia da informação é um dos que mais têm vagas. Foto: Arquivo/Softplan

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portunidades não faltam para os chamados ‘profissionais STEM’, ou seja, aqueles que atuam em áreas como ciência de dados, tecnologia, informática, engenharias e matemática. Mesmo com salários atrativos - a remuneração média inicial é superior a R$ 4,7 mil, duas vezes e meia maior do que as demais ocupações, segundo análise do Observatório FIESC - é difícil contratar profissionais nestas áreas porque falta qualificação. O setor de tecnologia da informação é um dos que mais têm vagas e, preencher esses postos de trabalho, tem sido desafiador para as mais de 17 mil empresas. Mapeamento de vagas da ACATE realizado em 2021 estima que mais de 16 mil vagas serão demandadas por empresas de tecnologia de SC até 2023. “Em faturamento, o setor de tecnologia de Santa Catarina é o 6º maior do país, o que comprova a relevância do estado no ambiente tecnológico. Há um vasto campo de atuação e formar profissionais nestas áreas é fundamental para assegurar nossa capacidade de inovar e de competir”, frisa o diretor-regional do SENAI, Fabrizio Machado Pereira. Cursos vêm sendo oferecidos pelo SENAI para superar essa barreira, inclusive com capacitação a distância, ampliando o acesso ao ensino superior em todo o país. “Somos protagonistas de um projeto ambicioso e comprometido com a ampliação do acesso à graduação no país por meio da plataforma UniSENAI Digital. Desenvolvemos formações customizadas para atender à crescente demanda por profissionais na indústria”, acrescenta Pereira. Em Santa Catarina, são oferecidos três cursos: análise e desenvolvimento de sistemas, ciência de dados e inteligência artificial e sistemas para internet. “Inicialmente, os cursos terão foco no setor de TIC, entretanto vamos expandir a oferta de cursos para outras áreas do conhecimento de forma gradativa”, adianta o gerente do campus 30 • Edição JULHO 2022 • Economia&Negócios

Florianópolis do Centro Universitário do SENAI, Fabricio Bittencourt. As inscrições para estas formações seguem até sexta-feira, dia 29. A UniSENAI.Digital reunirá cursos de graduação e pós-graduação para quem busca um ensino flexível com metodologias inovadoras, currículo atualizado com as demandas do mercado e excelência acadêmica. Nas graduações, as aulas são on-line e as avaliações presenciais, nos polos dos estados. Já as pós-graduações são 100% on-line, com a possibilidade de imersões presenciais.

Há um vasto campo de atuação e formar profissionais nestas áreas é fundamental para assegurar nossa capacidade de inovar e de competir”.

Diretor-regional do SENAI, Fabrizio Machado Pereira


Atividade econômica catarinense cresce acima da média nacional em maio Análise do Observatório FIESC mostra que o indicador apurado pelo Banco Central ficou acima da média nacional, que registrou retração de 0,1%

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Índice de Atividade Econômica (IBC) de Santa Catarina apresentou um crescimento de 0,8% em maio na comparação com abril, na série sem efeitos sazonais. Conforme análise do Observatório FIESC, o indicador apurado pelo Banco Central ficou acima da média nacional, que registrou retração de 0,1%. No acumulado em 12 meses, Santa Catarina registrou 3,1% de expansão contra 2,7% do índice nacional. Já no acumulado do ano, o estado apresentou crescimento de 1,2%. “A economia catarinense vem recuperando o ritmo de crescimento, com bons indicadores na geração de emprego e no comércio exterior. A indústria tem um papel fundamental nesse processo, ao estimular as atividades também nos demais setores econômicos”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. A indústria catarinense apresentou, em maio, uma expansão maior do que a média nacional, com crescimento de 1,6% frente a abril, na série com ajuste sazonal. Esse resultado representa a segunda expansão consecutiva na produção industrial do estado. No acumulado do ano, no entanto, a Indústria ainda aponta recuo na produção em Santa Catarina e na média brasileira, impactado pelo ambiente internacional. Turismo em Santa Catarina retoma o nível pré-pandemia De acordo com análise do Observatório FIESC, o setor de Serviços segue orientando a expansão da atividade econômica em 2022 no Brasil e em Santa Catarina, incentivado pelo maior consumo das famílias. “Mesmo em um cenário de inflação alta persistente e perda do poder de compra da população, o atual ciclo econômico favorece o setor de Serviços, que se beneficia com a normalização da economia”, avalia a economista do Observatório FIESC, Mariana Correia Guedes. Em Santa Catarina, um destaque é o setor de Atividades turísticas, que desde abril recuperou o nível de atividade pré-pandemia e registrou expansão de 44,8% no acumulado do ano de janeiro a maio.

Economia&Negócios • Edição JULHO/2022 • 31


:: LOGISTIQUE 2022

Inovação e tecnologia em novas plataformas logísticas Com o slogan “Novas Conexões Logísticas”, a edição de 2022 da Logistique será realizada em Joinville dias 30 e 31 de agosto e 1º de setembro, no Centro de Convenções da Expoville

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om a temática “inovação”, a edição deste ano da Logistique – Novas conexões logísticas segue em constante transformação e vem totalmente remodelada, de forma a atender a nova realidade do mercado logístico. Hoje o evento é considerado a maior e mais importante feira de logística e transporte intermodal do Sul do Brasil e a expectativa de público para este ano é de 15 mil pessoas. O diretor da Logistique relata que além da tradicional feira [que reúne empresas prestadoras de serviços para os mais diversos elos das cadeias da logística, comércio exterior e transporte intermodal de cargas], neste ano a Logistique vai abrir espaço para a apresentação de inovações em logística. Entre os temas que integram a primeira edição do “Logistique Inovation”, que será realizado em paralelo a feira, estão blockchain, gerenciamento de estoque, cadeia de suprimentos, entregas urbanas, soluções de rastreamento, transporte, entre outros temas de relevância para o setor. “Agora somos uma plataforma que une negócios e network com o uso dos meios físicos e digitais. Com isso a feira fica ainda mais abrangente e completa”, comenta Rinaldi. “Para isso, incorporamos novos segmentos na exposição [cadeia do frio, infraestrutura imobiliária e logística e segurança cibernética] e a cadeia de suprimentos, além dos setores já existentes: logística, transporte multimodal de cargas e intralogística”, destaca a diretora executiva, Karine Marmitt. Segundo a executiva, serão três serão três dias dedicados a palestras, painéis, cases, pitchs de apresentações e discussões relacionadas ao processo criativo, tecnologia e inovação. Multimodalidade Importantes nomes ligados ao transporte multimodal participam da edição deste ano da Logistique. São portos, concessionários de terminais aeroportuários e terminais de carga aérea e as principais transportadoras rodoviárias de cargas, que levarão sua expertise para a Logistique. Além dos nomes ligados diretamente ao transporte, a feira deve reunir neste ano desenvolvedores de soluções para a cadeia logística em seus mais diversos aspectos. São produtos e serviços que envolvem desde os equipamentos mais simples até soluções completas personalizadas door to door. “O ecossistema da cadeia de logística e de suprimentos passou sob muita pressão e transformação, criando um cenário no qual as empresas precisam ser mais ágeis, visíveis e eficientes. Esse é o objetivo da Logistique: fornecer ajuda aos clientes para resolver essa ampla gama de desafios”, arremata Karine Marmitt. Internacionalização A GCCA Brasil, braço brasileiro da Global Cold Chain Alliance, realiza durante a edição deste ano da Logistique – Novas conexões logísticas, o Cold Conection. O evento acontece no segundo dia feira deve reunir empresários e profissionais ligados a cadeia logística do frio. Na pauta o panorama do setor de armazenagem frigorífica no Brasil e o papel da GCCA na logística do frio. O objetivo da entidade com esse evento é elencar pontos importantes da indústria com relação a logística de cargas refrigeradas para, posteriormente, serem discutidos e trabalhados pela associação. A Global Cold Chain Alliance é uma associação internacional com sede nos Estados Unidos e mais de 3 mil companhias de 88 países dos cinco continentes associadas.

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Falta ou alto custo de insumos afeta 22 de 25 setores industriais analisados, diz CNI Pandemia, guerra e lockdowns na China têm mantido a dificuldade no acesso a matériasprimas, no topo do ranking dos principais problemas da indústria de transformação, há oito trimestres seguidos

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indústria de transformação registra, há oito trimestres seguidos, a falta ou o alto custo de insumos e matérias-primas como principal problema. Entre abril e junho deste ano, o cenário se repetiu e voltou a interferir na produção de 22 de 25 setores industriais pesquisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), de acordo com a Nota Econômica 23, documento que explora os principais problemas enfrentados pela indústria, com o desdobramento setorial. Veja o documento na íntegra: No segundo trimestre deste ano, 71,7% das indústrias no setor de Impressão e Reprodução alegaram que a dificuldade com insumos foi o principal problema. No setor de Produtos de Limpeza, Perfumaria e Higiene Pessoal, 70% colocaram a falta ou o alto custo dos insumos em primeiro lugar na lista. Essa dificuldade prejudicou 69,8% das indústrias de Veículos automotores, 68,3% dos Calçados e suas partes, 66% das indústrias de Bebidas, 63,3% de Produtos de borracha e 62,5% dos Farmoquímicos e farmacêuticos. A economista da CNI Paula Verlangeiro explica que, aproximadamente, metade da produção industrial é consumida como insumo pela própria indústria, assim, a falta ou alto custo de insumos se dissemina por toda a cadeia de produção, seja com aumento de preços ou redução da produção, até chegar ao consumidor. As causas são, explica Paula Verlangeiro, a crise provocada pela pandemia do Covid-19, a guerra entre Rússia e Ucrânia e os severos lockdowns na China. Os dois últimos fatores atrasaram a normalização das cadeias de insumos globais, que ainda não haviam se recuperado totalmente dos choques causados pela pandemia. Assim, além dificultarem a recuperação da produção industrial, também contribuíram para pressionar mais os preços e aumentar a inflação global. A expectativa, segundo pesquisa da CNI com empresários, é de normalização apenas em 2023. “Diante disso, as principais consequências são dificuldades em recuperar - ou manter - a produção, o aumento dos preços de insumos e dos custos nas cadeias de produção, além dos aumentos nos preços dos bens de consumo e a maior pressão sobre a inflação”, explica a economista.

Alta da SELIC: 16 dos 25 dos setores analisados consideram a alta dos juros um dos cinco principais problemas No cenário de inflação elevada, o principal remédio do Bando Central é elevar a taxa básica de juros, Selic, com impacto em todas as taxas de juros do país, como as cobradas nos empréstimos, nos financiamentos e em aplicações financeiras. Em menos de um ano e meio, a Selic passou de 2,00% para 13,25%, alta considerada excessiva pelo setor industrial, que pode provocar efeitos negativos sobre a produção, o consumo e o emprego. Esse aumento explica o porquê de a preocupação com a taxa de juros estar ganhando relevância há cinco trimestres e voltar ao topo dos problemas depois de mais de seis anos sendo pouco assinalada pelos empresários industriais. No ranking dos setores, 16 dos 25 setores industriais situam os juros entre os cinco principais problemas enfrentados. Os setores Produtos diversos e Veículos automotores elencaram essa questão na segunda posição do ranking. Os setores de Alimentos, Madeira, Máquinas e equipamentos, Máquina e materiais elétricos, Metalurgia, Têxteis e Vestuário e acessórios consideraram que esse item ocupa o terceiro lugar.

Madeira, Farmoquímicos, Têxteis e Calçados registram as maiores altas entre o 1º e 2º tri Na comparação entre o primeiro e o segundo trimestre de 2022, os setores que registraram maiores altas na preocupação com a falta ou alto preço da matéria-prima foram: Madeira (8 p.p.), Farmoquímicos e farmacêuticos (7,5 p.p.), Têxteis (6,0 p.p.) e Calçados e suas partes (5,8 p.p.). Para esses setores, há maior dificuldade no rearranjo dos insumos. Economia&Negócios • Edição JULHO/2022 • 33


:: PORTOS

Porto Itapoá oferece novas soluções logísticas integradas Novos serviços trazem praticidade para cliente com interesses específicos, mas também podem significar redução de custos operacionais

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lientes do Porto Itapoá podem agora contar com novas soluções logísticas integradas. A primeira delas é o serviço de armazenagem de cargas em armazém geral com área dedicada exclusiva para as operações gerenciadas pelo próprio porto, com mais de 2 mil metros quadrados. A segunda solução é o serviço de transporte rodoviário de carga consolidada (LTL - Less-than-truckload) até a porta do cliente, com saídas diárias. As novidades, segundo o diretor de Negócios e Experiência do Cliente, Roberto Pandolfo, foram introduzidas para atender interesses específicos de algumas empresas. “As soluções integradas que estamos oferecendo buscam facilitar a jornada do cliente que trabalha conosco, mas também podem significar uma redução de custos, dependendo da composição logística que for estruturada”, explica. No caso do serviço de armazenagem para cargas gerais, Pandolfo explica que o benefício imediato é a flexibilidade obtida pelo cliente em relação ao uso do contêiner, cessando ou reduzindo o pagamento da demurrage – multa paga pelo cliente que utiliza um contêiner para além do prazo contratado. “Com a localização estratégica deste espaço, a ‘desova’ do contêiner e sua devolução para o armador tornam-se mais práticas e rápidas, sobretudo pelo fato do free-time (tempo de uso do contêiner) ter sido consideravelmente reduzido desde o início da pandemia”. O espaço também pode funcionar como um “pulmão” para a empresa que estiver com sua capacidade de estoque próxima ao limite. “Trata-se de uma solução para aquele cliente que eventualmente precisa de um local para armazenar sua carga. Além disso, os trâmites operacionais ficam sob nossa responsabilidade o que é, sem dúvida, uma comodidade”, comenta Pandolfo. Já a segunda solução, em complemento às operações de car-

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gas fracionadas em contêineres (LCL – Less Container Load), o Porto Itapoá desenvolveu o serviço de transporte de cargas fracionadas (LTL – Less-than-truckload) que teve seu início no mês de julho e já faz parte da estratégia de alguns clientes. As entregas são feitas nos raios de 160 km e 260 km do Porto Itapoá. O objetivo é levar a carga do Porto Itapoá diretamente até a porta do cliente através de transporte gerenciado pelo próprio Terminal. “Dessa forma, absorvemos uma etapa no processo logístico do cliente, assegurando a entrega e acabando com possíveis contratempos”, salienta o diretor do Porto Itapoá. Roberto Pandolfo destaca, ainda, que para além da estrutura própria do Porto Itapoá, diversos serviços logísticos estão disponíveis na retroárea do Terminal. “A estrutura de serviços de apoio à operação portuária em nossa região, exercidos por terceiros, atualmente já se encontra num estágio de maturidade e tem capacidade para suprir interesses diversos”, finaliza o executivo. Porto em expansão As obras de expansão do Porto Itapoá já tiveram início e serão concluídas até o fim de 2023. A expansão representa um importante passo para as atividades do Terminal, uma vez que a capacidade de movimentação de carga vai praticamente dobrar. O pátio vai dos atuais 250 mil m² para 455 mil m². A expansão será fruto de um investimento de R$ 750 milhões. O diretor do Porto Itapoá, Roberto Pandolfo, mostrou satisfação em ver o bom andamento da obra. “Temos feito constantes investimentos em infraestrutura e tecnologia, sempre com foco em desempenho”, ressaltou. “Esta expansão vai nos proporcionar aumentar nossa capacidade de movimentação de 1,2 milhão de TEUs movimentados por ano para 2 milhões de TEUs”, explicou Pandolfo.


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