Ano XVIII - nº 222 Outubro 2013 R$ 12,50 www.btsinforma.com.br
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Comunicação Visual
V U s a r o s s e r Imp ecnologia t a m u e d s benefício s o e e d a ricantes id b il a f s o d e A versat c n ao alca is a m z e v a d ca
Especial Gestão dos custos indiretos
Entrevista Sergio Rizo fala sobre publicidade exterior
Vinil Aplicação autoadesiva a seco
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UMÁRIO
08 Entrevista Ano XVIII - nº 222 Outubro 2013 R$ 12,50 www.btsinforma.com.br
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Comunicação Visual
Conversa com o geógrafo Sérgio Rizo, que viajou a América do Sul para analisar diferentes tipos de publicidade exterior
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18 Especial
Descubra a influência da gestão dos custos indiretos em seus negócios
30 Capa
UV Impressoras a tecnologia fícios de um de e os bene s fabricantes do A versatilida ce an alc is ao cada vez ma
Especial
Entrevista
Vinil
As vantagens da tecnologia UV e suas infinitas possibilidades
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Aplicação de vinil autoadesivo pelo método a seco
Design de Capa: Emerson Freire
44 Acrílico
As vantagens e a qualidade técnica dos LED´s para a comunicação visual
30 Colaboradores Eduardo Yamashita consultor técnico para o mercado de comunicação visual
Fábio Kenji Tanaka consultor da Cor Amarelo Gerenciamento de Cor Digital
Veja + 06 .................................................................................................Editorial
Fábio Kisner consultor,
14 .................................................................................................Mercado
palestrante e diretor
52............................................. Colorometria e Gerenciamento de Cores
de tecnologia da
56................................................................................................... Gestão
KSC Brasil.
58...........................................................................Índice de Anunciantes
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DITORIAL
Avanços A
s últimas décadas assistiram a um grande desenvolvimento de novas tecnologias que transformaram o ambiente das organizações de todos os portes, por todo o mundo. Com este processo de transformação constante, as empresas são obrigadas a rever seus modelos e sistemas de gestão adotados, bem como revisar suas estruturas e analisar as necessidades de implantação de inovações tecnológicas. No mercado de comunicação visual, este cenário não é diferente. Por isso mesmo, nesta edição, vamos abordar este tema. A matéria de capa, por exemplo, destaca as vantagens da tecnologia UV nas impressoras que está tomando o mercado. Famosas por sua versatilidade e pelo apelo ecológico, elas assustavam os interessados pelo alto preço. Agora, porém, com o avanço do setor brasileiro, os fabricantes têm conseguido valores mais acessíveis ao mercado brasileiro. O texto lembra ainda que não basta saber se um equipamento cabe em seu orçamento, é primordial também considerar casos em que outros tipos de impressão saem melhor do que a UV. Este tipo de gestão sustentável é abordada na reportagem especial sobre custos indiretos. “As empresas, de forma geral, têm diversos gastos. Para que seja possível controlá-los e saber onde está sendo gasto o dinheiro da empresa, é preciso classificar os tipos de gastos”, explica Valter João de Sousa, coordenador do curso de Gestão da Produção Industrial da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de São José dos Campos Professor Jessen Vidal. Este controle é importante também para a formação de um preço do produto final competitivo e com boa margem de lucro. As mudanças no mercado são abordadas também na entrevista com Sérgio Rizo, geógrafo brasileiro que viajou a América do Sul para analisar os diferentes tipos de publicidade exterior em cada região. Professor universitário, ele sempre direcionou seus trabalhos acadêmicos para publicidade exterior, como é o caso de seu mestrado “Estudo comparativo da mídia exterior de São Paulo e Buenos Aires”. A partir do próximo mês, Rizo será colunista da Revista Sign, para contar um pouco da sua viagem. Além disso, o caderno Mercado traz as últimas notícias do setor e lançamentos dos fornecedores. A edição conta ainda com os artigos de nossos colunistas nas seções Acrílico, Colorimetria e Gerenciamento de Cores, Gestão e Vinil. Boa leitura!
Ano XVIII - nº 222 Outubro 2013
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Mariana Naviskas
Em busca de outdoors Conheça o trabalho de Sérgio Rizo, geógrafo brasileiro que viajou a América do Sul para analisar os diferentes tipos de publicidade exterior em cada região
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ormado em 2003 pela Universidade de São Paulo, o geógrafo Sérgio Rizo sempre se interessou pelo segmento de publicidade ao ar livre. Além de autor do livro “A Mídia Exterior na Cidade de São Paulo”, Rizo é sócio da empresa RS Projetos, de criação publicitária, estudos técnicos para legalização de anúncios e projetos especiais de publicidade exterior. Professor universitário no curso de Geografia da UNIESP desde 2012, trabalhou em diversas empresas do ramo de publicidade exterior e sempre direcionou seus trabalhos acadêmicos
para esta área, como é o caso de seu mestrado “Estudo comparativo da mídia exterior de São Paulo e Buenos Aires” (USP/PROLAM 2012). Conheça mais sobre as pesquisas de Rizo na entrevista exclusiva que a Revista Sign preparou para você.
Como surgiu a ideia para a pesquisa entre a mídia exterior em Buenos Aires e São Paulo? Eu sou geógrafo e trabalho com mídia exterior desde 1994. Sempre que tive oportunidade de fazer algum tipo de trabalho ou pesquisa
acadêmica, eu pesquisava mídia exterior no campo da geografia. Em 2009, surgiu a oportunidade de fazer um mestrado em um departamento da USP chamado PROLAM (PósGraduação Interunidades em Integração da América Latina), que pesquisa temas ligados à América Latina. Na ocasião, eu já havia escrito um livro sobre a mídia exterior na cidade de São Paulo e já tinha, há alguns anos, a vivência da publicidade na cidade. Já sabia quais são as variáveis, por que acontece, por que não acontece e tudo mais. Então, eu me senti à vontade para propor um projeto ao PROLAM,
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Apesar de seu mestrado abordar a relação da mídia exterior apenas em São Paulo e Buenos Aires, você pesquisou a publicidade exterior de outras regiões da América Latina?
à Campinas para São Paulo, e documentei a publicidade de lá. Fui para Córdoba, fiz um bate e volta em Alta Gracia - cidade de Córdoba, semelhante a nossa Campos do Jordão - e documentei a região também.
Formal e metodologicamente, para o mestrado, eu quis comparar São Paulo e Buenos Aires, porém, graças ao apoio que recebi do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo (SepexSP), optei por fazer um circuito mais extenso. Fui, primeiramente, para Montevidéu, documentar a publicidade exterior de lá. Subi para a Colônia de Sacramento, ainda no Uruguai, e também documentei a publicidade dessa cidade, que é turística. Atravessei para Buenos Aires, de barco, onde já tinha uma rotina organizada: entrevistas agendadas e uma série de atividades marcadas pelo meu parceiro, o jornalista Carlos Guzman Heredia (do Adnnius.com), que foi uma pessoa essencial para o meu trabalho.
De Córdoba, fui para Mendonza e de lá eu peguei um ônibus para atravessar a Cordilheira dos Andes. Fui para Valparaíso e, por fim, para Santiago. Então, eu tenho considerações muito peculiares sobre como se dá a publicidade em cada local.
Fiquei uma semana e meia em Buenos Aires e aí começou a brincadeira: meu trabalho de campo para o mestrado. Fui, então, para Rosário, que é o equivalente Diferentes tamanhos de Divulgação - Sérgio Rizo
no qual eu pudesse comparar um fato excepcional, que foi o que aconteceu com a cidade de São Paulo com a “Lei Cidade Limpa” - ou seja, a inexistência da veiculação publicitária nas ruas. Por meio da metodologia científica, fui buscar, por analogia, o contrário: cidades com grande investimento em publicidade, mas que tivessem características parecidas ou importância similar ao da cidade de São Paulo no contexto de América Latina. Eu pensei, então, em Cidade do México, Buenos Aires, Santiago, entre outras. Acabei optando por Buenos Aires por ter muita demanda de publicidade e certa facilidade para trabalho de campo.
outdoors em Rosário
Divulgação - Sérgio Rizo
Quais foram os métodos utilizados durante as pesquisas? A palavra metodologia ganhou uma conotação um pouco errada nos últimos tempos, sobretudo nas universidades. Metodologia é a maneira como você vê o mundo e, dentro de uma metodologia, você vai prever os procedimentos que vão validar, ou não, aquilo que você busca dentro da sua maneira de ver o mundo. Minha metodologia analítica compreende a comparação. Então, como primeiro ponto da comparação, eu precisava ter pares.
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Ou seja, a própria escolha de Buenos Aires foi muito metodológica. Foi preciso um raciocínio para validar Buenos Aires como uma cidade adequada para se comparar a São Paulo, sobretudo pela curiosidade da antítese: lá tem muita publicidade e em São Paulo não. Eu queria saber quais fatores estavam por trás de não se ter publicidade nenhuma e de se ter muita publicidade, além de saber se existiam paralelos entre não ter e ter ou se era uma situação totalmente diferente. Dentro dessa hipótese, eu estabeleci procedimentos. O primeiro foi estabelecer variáveis para analisar cada cidade, ou seja, analisar a inserção da publicidade na região. A publicidade tem um momento histórico, uma motivação. Esse primeiro procedimento foi de gabinete, ou seja, levantamento bibliográfico. Não existe um livro “A história da publicidade em Buenos Aires”, então, dentro de assuntos como urbanização, crescimento da cidade, história e economia, eu fiz uma espécie de pequena monografia sobre como a publicidade se inseriu em cada cidade e parametrizei a quantidade de informação de uma com outra incluindo mapas, fotos e gráficos relativos a diversos momentos históricos das duas cidades.
Anúncio em Córdoba
Divulgação - Sérgio Rizo
O segundo procedimento foi a análise da importância do tema naquele momento. Em Buenos Aires, fui buscar o que saiu na mídia a respeito. Então, o procedimento foi elencar os jornais La Nacion e Clarín e verificar todas as notícias com termos ligados à publicidade exterior (chamada de publicidade em via pública na Argentina) nos cinco anos anteriores a minha tese. Eu analisei cerca de 140 notícias de lá. Obviamente, São Paulo tinha muita informação a respeito na época, devido a “Lei Cidade Limpa”, que causou um grande frenesi, então, não foi necessário um grande aprofundamento: realizei outro procedimento que se alinhava ao meu método: a análise de discurso dos steakholders do meio. Quem foi o proponente da lei? Na verdade foi o José Serra, mas quem colocou em prática e ficou conhecido por isso foi o prefeito Gilberto Kassab. Então, peguei o discurso da “Lei Cidade Limpa”, do presidente do sindicato e dos empresários e fiz uma análise de discurso retórico. Assim, eu já tinha uma referência histórica e uma referência da inserção e do “clima” relacionado ao tema.
uma caderneta especial de campo, elegi cerca de oito quarteirões da Avenida Nove de Julho, em Buenos Aires, e a Avenida Paulista, em São Paulo e comecei. O processo era: ir embaixo de cada painel, bater o ponto do GPS, bater a foto e depois, com base nas informações obtidas, fazer o mapeamento e a descrição.
Por fim, eu precisava ter a materialidade, que busquei de duas formas: entrevistas e mapeamento físico. Na Argentina, fiz entrevistas com empresários, presidentes de associações, diretores criativos de agências de publicidade, entre outras pessoas do meio. Assim, obtive cerca de 5 horas de entrevistas e mais de 5 mil fotos para meu acervo, algo bem absurdo.
Por que é importante, para os empresários brasileiros, entender melhor a mídia exterior na América Latina?
Já para o mapeamento físico, que considero o ponto mais pitoresco e curioso do meu trabalho, elegi uma avenida importante para São Paulo e uma importante para Buenos Aires e fui para campo, utilizando uma metodologia já implantada no Brasil, criada pela RS Projetos, de mapeamento de publicidade em via pública. Em posse de um GPS específico, máquina fotográfica e
As pessoas me perguntam: tudo bem, Buenos Aires tem muita publicidade, mas como você fez em São Paulo que não tinha nada? Curiosamente, mesmo durante a Lei Cidade Limpa, a Av. Paulista tinha publicidade, bastava calibrar o olhar. Por exemplo, nas guaritas de polícia existia patrocínio de bancos; as bicicletas alugáveis na região eram personalizadas por outro banco e a ciclovia possuia cones personalizados por outro banco. Além disso, na época, o Parque Trianon tinha anúncios sobre o Reveillon na Paulista, que era patrocinado por mais um banco, ou seja, eram situações não previstas no escopo básico da “Lei Cidade Limpa” ou “Lei Kassab”, que é como o Presidente da Federação Nacional da Publicidade Exterior (Fenapex) vem se referindo ultimamente.
Ao meu ver, você tem dois motivos principais. Primeiro, esse segmento específico, sendo grosseiro, não tem um curso. Não é um segmento no qual a pessoa pode decidir se formar em mídia exterior, isso não existe. A maioria dos empresários do ramo passaram por empresas, tiveram algum tipo de aprendizado e montaram a própria empresa. Muitos empresários bem sucedidos hoje já “bateram prego”. São empresários que conhecem, como ninguém, os detalhes daquele segmento, só que não existe uma cristalização do conhecimento. Desse modo, a qualificação desse empresário se torna algo complicado, porque
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Comunicação visual em Buenos Aires
Divulgação - Sérgio Rizo
muitos deles não têm formação universitária. Obviamente, isso não é algo que os desmereça de forma alguma, mas pode ser entendido como um ponto frágil. A medida que você não cria uma cultura para um segmento, fica fácil de se impor preconceitos. Por exemplo, o pessoal de mídia exterior, por falta de uma cultura sobre o meio, recebeu uma tarja de que polui a cidade. Eu não vou entrar na discussão se polui ou não, mas a defesa é, de certa forma, fraca, a medida que existe pouca documentação, pouco conhecimento cristalizado, poucas publicações ou bibliotecas especializadas. Afinal estamos falando de um segmento que abocanha uma fatia importante do bolo publicitário. O segundo motivo é que, como em qualquer profissão, o network auxilia no seu aprendizado. Se você executa uma certa tarefa técnica ou administrativa aqui, você pode encontrar pessoas com a mesma função, em qualquer outro lugar, que tenham um jeito mais ou menos eficiente. Meu anseio para com os empresários foi o de mostrar como os profissionais da área agem em outros países. São insights para que o empresário possa, de alguma maneira, sair do trivial. Eu busco referências de criatividade, métodos de comercialização, entre outros.
Às vezes, tenho a impressão de que o Brasil ainda vive uma crise de identidade muito grande. Tudo que vem da Europa ou dos Estados Unidos é facilmente aceito, agora tudo que está da linha do Equador para baixo nós simplesmente ignoramos. Só que esses caras são os meus verdadeiro pares. São eles que estão se virando como eu em uma situação relativamente imposta pelos países do norte. São eles que eu tenho que ouvir, porque estão nas mesmas condições que eu. Alguém já parou para pensar qual o tamanho dos mercados na América do Sul? Quais as demandas? Como aquela empresa que faz a mesma coisa que a minha empresa “se vira” para vender mais? Quais padrões de comunicação ao ar livre posso encontrar e o que posso aprender? Será que não tenho nada para aprender?
Quais foram as principais diferenças entre a mídia de Buenos Aires e São Paulo que você observou? A principal variável que eu posso citar é a valorização da ciência que eu faço parte, a geografia. São Paulo passou por, pelo menos, quatro renovações urbanísticas. Buenos Aires, embora tenha passado por importantes processos urbanísticos, principalmente na governo militar da década de 70, guarda muito a sua cultura na paisagem urbana. Uma cidade é quase oposta a outra. Em Buenos Aires você ainda encontra painéis antigos, do século 19, por exemplo. Em São Paulo, você não tem essa publicidade espontânea e cultural e nem remanescentes arquitetônicos de outros momentos históricos. São Paulo é uma cidade com um grave problema para se expressar. A questão econômica e a pressa acabaram com a cultura. Outro ponto diz respeito aos atores sociais: políticos, empresários e população. Tanto em São Paulo, como em Buenos Aires, existia, da parte da população, um anseio pela
diminuição da publicidade. Mas isso, definitivamente, não era um clamor ou uma “prioridade zero”. Em uma cidade onde prontos socorros públicos não funcionam direito, a questão da poluição visual não está entre as maiores prioridades. No entanto, você vai ter circunstâncias conjunturais que vão validar a existência ou a inexistência da publicidade. Enquanto em São Paulo existe a “Lei Kassab”, alguns importante políticos de Buenos Aires buscaram a validação da publicidade exterior. Você tem o maior painel eletrônico da América Latina exatamente em frente ao Obelisco da cidade e os políticos tentam fazer dessa região uma espécie de Times Square da América do Sul, ou seja, a publicidade de lá entra no bojo como algo pitoresco, que valoriza e agrega valor ao turismo. Em São Paulo, os políticos que criaram a “eliminação da publicidade”, ao meu ver, podiam até estar preocupados com a cidade, mas, o que se observa, é que eles podem ter obtido um ganho pessoal de marketing gratuito que, na minha opinião, foi muito superior ao ganho da cidade. Outra diferença que vale ressaltar é que no Brasil o sistema de organização do segmento é muito mais complexo do que a Argentina: em grande parte dos estados, existem os Sepex que fundaram a Fenapex. Hoje, você tenta criar uma cultura para o setor por meio dessa Federação e dos Sindicados, com atividades de formação e cultura. Na Argentina, isso é mais centralizado: Buenos Aires por Buenos Aires. Você tem a Associação Argentina de Empresas de Publicidade Exterior (APE), que, basicamente, centraliza tudo relativo ao segmento e aos empresários na cidade.
Visite http://www.sergiorizo.com.br para baixar gratuitamente a tese de mestrado de Rizo.
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Setor gráico perde a liderança de Vitor Zanetti Faleceu em agosto o empresário Vitor Mário Zanetti, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas da Grande Florianópolis (SIGRAF), segundo vice-presidente da ABIGRAF Nacional e vice-presidente regional da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC). O líder classista possui uma história de lutas e conquistas em nome da indústria gráfica catarinense e brasileira. Dentre seus feitos, destaca-se a instalação atual da Abigraf Regional Santa Catarina, em 1999, quando assumiu a presidência da entidade. Sob a liderança do empresário florianopolitano Vitor Mário Zanetti, a nova diretoria assumiu o comando da regional com a missão de fixar a sede na capital do estado: Florianópolis.Zanetti atuava no setor gráfico desde seus 14 anos de idade, trabalhando inicialmente na empresa da família.
Dalim lança novo software na PRINT’ 13 A Dalim Software lançou na Print’13, feira realizada no início de setembro em Chicago (EUA), novas versões dos principais softwares da empresa, como TWIST, ES, e DIALOGUE Engine, que fazem a gestão e processamento de arquivos de impressão ainda mais produtivos e oferecem um caminho para novas formas de mídia.
Canon apresenta solução de alta velocidade para grandes formatos A Canon também apresentou novidades na Print’2013: a produção de alta velocidade no segmento de grande formato. O lançamento da impressora Océ ColorWave 900 fecha a lacuna entre a jato de tinta digital e a tecnologia offset tradicional. Projetado para os mercados de Artes Gráficas, Arquitetura, Engenharia, Construção e GIS (Sistema de Informações Geográficas), a impressora oferece fluxo de trabalho digital para ajudar a aumentar a produtividade e reduzir custos operacionais.
Produção de celulose cresce 5,3% e a de papel 1,8% A produção de celulose cresceu 5,3% no primeiro semestre de 2013, referente ao mesmo período do ano passado, e chegou a 8,51 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Em relação às exportações, o aumento foi de 9,2% em volume. O crescimento da receita do produto foi de 8,2%, atingindo US$ 2,92 bilhões. Com relação ao papel, houve aumento de 1,8% na produção e 3,5% nas vendas domésticas. A receita de exportação do setor teve crescimento de 4,9% de janeiro a julho deste ano, totalizando US$ 4,07 bilhões.
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Fim de sobretaxa na importação favorece a indústria gráica O fim da majoração das alíquotas do imposto de importação incidentes sobre cem produtos – entre eles, seis tipos de papel utilizados para impressão – é uma boa notícia para a indústria gráfica, mas não põe fim aos problemas enfrentados pelo setor. Na avaliação da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), a decisão do governo de não renovar a sobretaxa a partir de 1º de outubro, anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, repercutirá pouco no preço final dos produtos, já bastante pressionados, tanto pela desvalorização cambial quanto pela atual pressão de mercado e concorrência acirrada. A sobretaxação entrou em vigor em outubro de 2012 e elevou as tarifas de importação de alguns itens de 14% para 25%, em média. No último trimestre de 2012, o custo dos papéis empregados pela indústria gráfica subiu 2,5%, segundo dados do IPA-FGV. “O agravo das tarifas de importação contribuiu para esse resultado, mas seu fim não será suficiente para diminuir o preço final dos produtos, principalmente diante do atual ajuste da taxa de câmbio”, diz o presidente da entidade, Fabio Arruda Mortara.
Vitrina recebe aporte de R$ 1 milhão O Vitrina (www.vitrina.cc), primeiro aplicativo de marketplace social de moda do Brasil, anuncia o lançamento de sua plataforma e início de operações, com aporte de aproximadamente R$ 1 milhão, aplicado pelo investidoranjo Christian Ribeiro, fundador e CEO do BoaCompra, empresa do UOL especializada em monetização e publicação de jogos online que atua no Brasil, Argentina, Chile, México e Portugal. o aplicativo permite que os usuários comprem e vendam roupas, acessórios e outros itens de moda de forma rápida, segura e fácil. O aplicativo já chega ao mercado com mais de R$ 200 mil em produtos cadastrados. Além disso a expectativa é atingir a marca de 50 mil usuários até o final do ano. O aplicativo também oferece diversas galerias temáticas e especiais feitas por curadores. Todas as compras são finalizadas dentro do próprio aplicativo, com pagamento concluído pelo PayPal. O usuário de iPhone e iPad baixa o aplicativo do Vitrina na App Store ou acessa o site direto do computador e se conecta por login do Facebook.
Nova Tinta Digital Sublitop Micropiezo A Gênesis lança sua linha de tintas digitais sublimáticas, a SUBLITOP MICROPIEZO, para atender a crescente demanda do mercado de sublimação digital. São produtos de para cabeças Micropiezo Epson DX4, DX5, DX6 (TFP) e DX7. É uma linha universal de alta performance para qualquer tipo de impressora que usa tecnologia micropiezo. Segundo os fabricantes, os produtos foram desenvolvidos para proporcionar fluidez, desempenho e maquinabilidade e minimizando a quantidade de limpezas nas cabeças de impressão, ideal para empresas que trabalham com produtos promocionais de maior tiragem.
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© Depositphotos.com / lightsource
O caminho (in)
Descubra como a gestão dos custos indiretos pode auxiliar no destino de sua empresa rumo à glória ou ao fracasso
19 Léo Martins
do
sucesso Q
uando você, leitor da Revista Sign, pensa na palavra “indireto”, o que vem a sua cabeça? Qualquer dicionário em que você busque essa palavra, você irá encontrar definições tais como “aquilo que não é direto, que não segue o meio ou caminho direto”. Pois bem, a palavra em questão tem uma particularidade muito interessante e que a língua portuguesa define como prefixo de negação, ou seja, um afixo que se adiciona a esquerda da palavra e que nega o sentido original da mesma. O que isso tudo tem a ver com esta reportagem e com o nosso mercado? Iremos abordar um tema que, de acordo com os especialistas entrevistados, se mostra importante na gestão de uma empresa. Trata-se dos custos indiretos, assunto que por vezes passa despercebido em uma gestão. Portanto, descubra como gerenciar esses custos e de que forma um simples “in”, que faz toda a diferença dentro da língua portuguesa, também pode ser influente em se tratando da gestão da sua empresa. Então atente-se, pois o (in)sucesso passa por aqui.
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Valter João de Sousa, coordenador do curso de Gestão da Produção Industrial da Fatec São José dos Campos
só produto ou a um só serviço. Eles têm relação direta e são identificados independentemente da variedade de produtos fabricados pela empresa; Custos indiretos: são aqueles que não guardam relação direta com um produto ou serviço e, dependendo do sistema de custos utilizado pela empresa, necessitam de rateios e distribuições para serem apropriados aos vários produtos ou serviços.
Divulgação assessoria Centro Paula Souza
ENTENDENDO
OS GASTOS
Antes de falarmos de custos indiretos, de acordo com Valter João de Sousa, coordenador do curso de Gestão da Produção Industrial da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de São José dos Campos Professor Jessen Vidal, é preciso entender o que são. “As empresas, de forma geral, têm diversos gastos. Para que seja possível controlá-los e saber onde está sendo gasto o dinheiro da empresa, é preciso classificar os tipos de gastos”, comenta. Sousa justifica que o controle é necessário para que se possa dar o preço adequado aos produtos e para saber se e onde a empresa esta gastando desnecessariamente. “Além disso, pode-se estabelecer uma política para redução de custos e aumentar as chances de sobrevivência em um mercado altamente competitivo”, completa. Em virtude dessas necessidades, segundo Sousa, foram criadas algumas classificações para os diversos gastos: Despesas: são os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de serviços das
áreas administrativa, comercial e financeira que, direta ou indiretamente, visam à obtenção de receitas, tais como comissões para vendedores (comercial) e juros bancários (financeiro);
Para exemplificar, José Pereira da Silva, coordenador do Núcleo de Estudos de Risco da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), cita um caso genérico de custos diretos e indiretos. “Uma fábrica de móveis pode identificar a madeira utilizada como sendo um custo direto, enquanto a iluminação do ambiente é tratada como custo indireto”, exemplifica.
IDENTIFICANDO
O INDIRETO
A melhor forma de se identificar um custo indireto, conforme Bruno Ruthenberg, gerente de vendas da área de digital da Saturno Tintas, é utilizar uma visão contábil. “Para a contabilidade, devemos colocar todos os custos diretos a cada área. Quando deparamos com custos que acabam trabalhando para diversas BEM VINDO AOS CUSTOS áreas, você terá um custo indireto”, aponta. Já para José Pereira da Silva, Segundo José Pires de Araújo a diferenciação técnica acontece pela Júnior, professor da Faculdade Senai facilidade ou não da identificação de Tecnologia Gráfica do curso de do gasto com o produto obtido. pós-graduação em Gestão Inovadora “Numa indústria, a matéria prima, os da Empresa Gráfica, os componentes adicionados ao custos são classificados produto, à embalagem “As empresas, da seguinte forma: e mão de obra são de forma geral, diretos, enquanto os diversos gastos têm Custos diretos: demais custos são . Para que são aqueles que indiretos”, diz. seja possível co ntrolá-los e agem diretamente saber onde está se sobre o material Ainda utilizando dinheiro da empr ndo gasto o esa, é preciso como exemplo produzido e classificar os tip os de gastos” as indústrias, que podem logo de início, serem Silva expõe o Valter João de apropriados a um que para ele, Sousa
Custos: são gastos relativos ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, tais como energia elétrica, aluguel da fábrica, salário do pessoal da produção, matéria-prima, etc.
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Todo trabalho executado, deve-se levar em conta todos custos indiretos para que assim, os gastos não sejam maiores que os lucros
Divulgação maestroRA
podem ser listados como os principais custos indiretos: 1.A mão de obra indireta, relativas às chefias e pessoal, que não trabalham de forma direta no processo de produção e, portanto, não há uma medida de alocação de seus custos de forma direta ao produto; 2.A iluminação da fábrica, limpeza e outros itens semelhantes. Para os custos indiretos, há necessidade de determinação de um critério de rateio. Já Rodrigo Afonso, diretor da maestroRA, comenta que dentro da comunicação visual, as horas extras
têm alta incidência como grande causadora de custo indireto. “A partir do momento que por algum motivo não pude fazer o trabalho dentro do horário de expediente normal, a hora extra se torna um custo não calculado”, comenta. “Além de pagar o adicional ao funcionário, ainda tem a questão da alimentação e, quando somos obrigados a trabalhar de madrugada, o transporte de volta”, completa Afonso. Vários problemas podem ser referenciados à má gestão dos custos indiretos. “O principal problema é a falta de um referencial seguro para atribuição de preço aos seus
produtos, que pode variar entre vender com prejuízo e perder vendas devido a não ter preços competitivos”, alerta José Pereira da Silva. Já para Bruno Rutenberg o principal risco hoje é a empresa achar que esta vendendo com uma boa margem, mas ao não calcular esses custos indiretos, levar a empresa a uma situação de engessar sua evolução. “Ao não calcular os custos indiretos, a empresa está reduzindo sua margem de lucro, o que leva a uma redução de sua capacidade de pagamento e de fazer novos investimentos. Isso compromete a saúde financeira da empresa”, expõe.
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Gerenciando os custos Conheça os principais passos para que você tenha êxito em gerenciar seus custos indiretos PASSO 1:
DIFERENCIANDO OS GASTOS Antes de entender os custos indiretos, acompanhe a figura a seguir para classificação de alguns gastos diretos, indiretos e despesas;
PASSO 2: IDENTIFICANDO OS CUSTOS INDIRETOS Após diferenciar os gastos, confira alguns exemplos que permite com que você os identifique custo indireto dentro de sua empresa: Exemplos de custos indiretos: • Indiretos de fabricação: materiais auxiliares e almoxarifado, manutenção e energia elétrica; • Indiretos de administração: materiais de expediente, despesas financeiras, impostos indiretos e terceirização de funcionários; • Mão de obra indireta: gerentes, supervisores, secretárias, horas extras de produção, entregas e acabamento do trabalho; • Desgastes: depreciação de equipamentos e imóveis;
ELEMENTO 1: ESCOLHA SEU MÉTODOS DE CUSTEIO Assim que identificados os custos indiretos, escolha o sistema de custeio mais adequado para seu caso: Custeio integral ou RKW: consiste não só do rateio dos custos de produção, como também de todas as despesas da organização de todos os produtos, inclusive financeira. Com esse rateio, chega-se ao valor de “produzir e vender” (incluindo administrar e financiar), basta agora adicionar o lucro desejado para se ter o preço de venda final. Custeio por absorção: é o método de custeio onde o objeto custeado absorve todos os custos de produção (incorrem em nível de chão-de-fábrica) quer fixos ou variáveis ou diretos e indiretos, sendo aceito pela atual legislação fiscal. Custeio direto ou variável: é o método onde o objeto custeado absorve somente os custos variáveis, os custos fixos são tratados como despesas.
ELEMENTO 2: COMO FAZER O RATEIO Por fim, verifique a seguir um exemplo de como fazer um rateio em sua empresa:
A energia elétrica Causado por equipamentos, computadores da área comercial e administrativa, equipamentos da área de acabamento, cozinha da empresa e outras áreas comuns a todos, de acordo com Bruno Rutenberg, a energia elétrica é um típico exemplo de custo indireto dentro da comunicação visual. Todos têm seu peso e impacto nos custos geral da empresa. Assim, de acordo com Rutenberg, o rateio pode ser feito da seguinte forma: 37% Impressão 23% Produção 18% Escritório 10% Cozinha 12% Outros (iluminação, portões, etc)
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“Ao não calcular os custos indire to empresa está re s, a du zindo sua margem de lucro, o que leva a uma redu sistema foi criado capacidade de pa ção de sua na Alemanha ga fazer novos inve mento e de no início do stimentos.” século XX com objetivo principal Bruno Rutenbe rg de racionalizar e
SPECIAL
R ATEIO, O GRANDE ELEMENTO Para resolver o problema de alocação dos custos indiretos aos produtos finais, bem como seu gerenciamento, os especialistas apontam o conceito de sistemas chamado de rateio ou custeio. “O rateio consiste na utilização de um critério de alocação dos custos indiretos aos produtos em fabricação”, explica Valter João Sousa, da Fatec São José dos Campos. De acordo com ele, existem diversos sistemas criados para execução deste rateio ou custeio: • Custeio por absorção; • Custeio direto ou variável; • Custeio pleno ou integral (RKW); A escolha de rateio de custos indiretos adequado a cada empresa, conforme Sousa, dependerá dos objetivos estratégicos, da segmentação de mercado, o alvo a ser atingido e do posicionamento de seus concorrentes. Dentro do segmento de comunicação visual Ruthenberg afirma que o rateio de custos é sempre um ponto de discussão, pois cada empresa possui um foco em prestação de serviços. “Cada um tem formas de operação diferenciadas,
como horários de entrega, montagem, prazos de entrega e volume. Logo, cada uma destas exigências vai afetar os custos da empresa de forma diferente”, explica. “O foco da empresa faz com que se tenha mais ou menos custos indiretos para o rateio dentro das áreas da empresa”, completa ele.
Em todo o caso, Rutenberg aponta os seguintes critérios de alocação indireta: • Volume de produção • Numero de pessoas envolvidas no processo produtivo • Horas para produção • Horas homem • Outros
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TERRITÓRIO ALEMÃO
Dentro do mercado de comunicação visual, segundo José Pires de Araújo Júnior, da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica, o sistema de custeio mais utilizado é o alemão Rationalizierungs Kuratorium der deutschen Wirtschaft (que em português significa Conselho de Racionalização da Economia Alemã). Mais conhecido pela sigla RKW, o
Rodrigo Afonso e J.J. Afonso, sócios da maestroRA
reestruturar a economia do país na época. “Hoje, o sistema RKW é o mais utilizado no mercado gráfico quando tratamos de apurar os custos da empresa”, informa Júnior. Ainda conforme ele, o RKW consiste nos seguintes princípios para sua implantação: • Separar os custos da empresa em diretos e indiretos; • Apropriar os custos diretos a cada produto de forma imediata e direta; • Ratear os custos indiretos por entre os centros de custos da empresa, através da elaboração do mapa de localização de custos. No caso da aplicação do RKW, Júnior afirma também que é necessário entender outros dois conceitos importantes dentro dos custos. São eles: Custos variáveis: são aqueles que variam proporcionalmente a uma variação no volume de atividades, ou seja, aumentam ou decrescem na mesma proporção das alterações no volume físico da produção; Custos fixos: são aqueles que permanecem constantes independentemente de qualquer variação no volume produzido de atividade da empresa.
Arquivo RSG
No entanto, para Bruno Ruthenberg, o RKW é um sistema eficaz para empresas de comunicação visual de pequeno e médio porte, porém, mais complicado de se analisar em empresas maiores. “Isso acontece porque seu principio contábil consiste em alocar todas as despesas diretas,
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SPECIAL
indiretas e as de vendas. Em cima da diferença obtida, é que agregamos a margem de lucro da empresa”, justifica. “Essa base servirá para a formação de preço final dos produtos da empresa mensalmente.”
custos fixos -, os custos unitários sejam reduzidos. “Isto vale para crescimento de produção dentro do intervalo de significância dos custos fixos”, acrescenta Sousa.
Para concluir, Junior afirma que o sistema de apropriação de custo pelo método RKW é utilizado sempre que as operações não são desenvolvidas em linha. “Desta maneira, podemos afirmar que as empresas gráficas, devido a suas peculiaridades de produção, devem trabalhar com este sistema e não por um modelo que privilegie a produção por caminho ou em linha”, aconselha.
ESCOLHENDO
R ATEIO X
PRODUÇÃO
Uma pergunta cabível para o tema é: qual é a relação do rateio com a produção? Quanto mais se produz, maior é o rateio dos custos indiretos? Para se entender melhor essa relação, Valter João Sousa, da Fatec São José dos Campos, aconselha dividir a empresa em duas partes: uma que acumula os custos diretos e outra que acumula os indiretos. “Os custos diretos podem ser identificados em cada unidade produzida e, portanto, considerados na composição do custo total do produto”, comenta. “A parte contendo os custos indiretos deverá ser dividida pela produção total da empresa, por não se ter o conhecimento de quanto cada um agregará de custo ao produto final”, completa Sousa. Logo, quanto maior a produção, menor será o valor atribuído a cada unidade de produto. De uma forma geral, José Pereira da Silva, da FGV-EAESP, explica que os custos indiretos são menos relevantes em termos de valores do que os custos diretos. “Alguns dos custos indiretos são custos fixos e, portanto, não irão variar na mesma proporção dos custos diretos”, detalha. Logo, conforme ele, há uma certa tendência de que com o aumento da produção - devido a otimização do uso dos
UMA GESTÃO
Independente da maneira usada para a gestão de custos de uma empresa, Silva diz que a gestão de gastos, compreendendo todos os tipos de custos, deve ser na direção de evitar desperdícios para tornar os produtos da empresa competitivos. “O tratamento contábil relacionado aos custos diretos normalmente é pela alocação direta aos produtos”, explica. “Por outro lado, os custos indiretos são cada vez mais objeto de busca de critérios de rateio que possibilitem uma adequada gestão de preços para venda dos produtos e serviços”, aponta Silva. Para se identificar a melhor solução para gerir seu custo indireto, primeiro a empresa deve identificar em sua estrutura a relevância dos custos indiretos. “Não há uma ‘receita de bolo’ para gerir custos diretos ou indiretos”, explica Silva. “Deve-se evitar desperdícios e ter um sistema de produção com processo inteligentes e bem desenhados, encurtando também o tempo exigido em cada uma das atividades”, complementa Silva. Já Rutenberg expõe que a solução varia de empresa para empresa. “Acredito que o importante é ter todos os seus custos planilhados ou lançados em um sistema mensalmente para que se possa acompanhar tanto as entradas como as saídas”, indica. Mas será que a mesma solução utilizada pela empresa A, pode ser aplicada na empresa B? Para Silva, a definição de um sistema de custeio deve atender às necessidades da empresa no sentido de permitir a tomada de decisão de preço e a avaliação das unidades de negócios. “Deve ser também escolhida em função do tipo de produto, da
Jose Pereira da Silva, coordenador do Núcleo de Estudos de Risco FGV-EAESP Divulgação FGV-EAESP
complexidade do processo de produção e da própria estrutura de organização da empresa”, destaca. Sendo assim, de acordo com Silva, um mesmo sistema de custeio pode ser utilizado por diferentes empresas desde que devidamente desenhado para cada empresa usuária. Sousa ainda alerta que para efeito de análises e tomada de decisões gerenciais, a empresa deve considerar uma metodologia que lhe permita maior clareza possível de informações. “A escolha deve ter relação com a lucratividade dos produtos, análise de concorrência e exclusão ou introdução de itens em seu portfólio de produtos e planejamento tributário”, aponta.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Segundo Valter João de Sousa, da Fatec São José dos Campos, toda empresa deve procurar reduzir o máximo possível seus custos indiretos. “O valor total desses custos deverá compor de alguma forma o preço de seu produto final, independente da forma de rateio utilizada”, afirma Sousa. “Acredito que os custos indiretos são tão importantes quanto os custos diretos para uma empresa”, completa Bruno Rutenberg. “Eles devem ser acompanhados mensalmente e controlados de perto, pois eles podem ser a diferença para uma empresa ter lucro ou prejuízo sem surpresas”, conclui Rutenberg.
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Expans達o de
horizontes
31 Mariana Naviskas
Tecnologia UV permite ao usuário entrar em diferentes segmentos do mercado e trabalhar com muitos substratos
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om a necessidade do mercado cada vez maior de novas soluções, um equipamento capaz de imprimir diferentes materiais e criar produtos para muitos nichos pode ser uma solução. As impressoras UV sempre foram conhecidas por sua versatilidade, apelo ecológico e, algumas vezes, por seus altos preços. Mas, este último parece estar mudando. Com a tecnologia cada vez mais em pauta no País, fabricantes têm conseguido valores mais acessíveis ao mercado brasileiro. Porém, não basta saber se um equipamento UV cabe em seu orçamento. “A pura análise de preços não deve ser nunca fator de decisão de compra. A compra de um equipamento de impressão deve ser definida pela utilização que se deseja dar a ele”, afirma Daili Viana, supervisor de vendas da Ampla, marca que possui em seu portfólio cinco modelos de equipamentos UV.
Arizona 550 XT, da Océ
Divulgação - Océ
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Equipamento da linha Jeti, da Agfa
Divulgação - Agfa
Um ponto primordial é considerar casos em que outros tipos de impressão saem melhor do que a UV, como explica Carlos Henrique Leão, gerente de Vendas da Agfa, empresa cujo portfólio possui duas linhas de tecnologia UV - Anapurna,
com modelos de alta resolução, e Jeti, para o segmento de produção industrial. “Tudo depende do produto final. A impressão UV talvez não seja a mais indicada para aplicações que ficam expostas à condições climáticas severas por muito tempo,
Daili Viana, supervisor de vendas da Ampla
Divulgação - Ampla
por exemplo, ou a mais barata para competir na tão famosa ‘briga do metro quadrado’. Mas aí entramos no ponto mais importante: o imenso leque de opções que o UV abre. O UV vai permitir buscar novos mercados com produtos diferenciados, mídias diversas e menos concorrentes.”
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IMPORTÂNCIA DO VALOR AGREGADO
Conforme explicado por Leão, uma das principais vantagens do UV é a versatilidade, que possibilita expandir seu mercado de atuação. E Carlos não está sozinho ao pensar assim. “Os clientes estão satisfeitos com a tecnologia UV, pois deixaram de fazer simples impressões para produzirem projetos e produtos especiais. Isso permite que as empresas fujam da ‘guerra de preços baixos’, que ainda é muito forte no mercado solvente”, comenta Ricardo Pi, gerente comercial da Océ, empresa que fabrica uma linha completa de equipamentos UV, a família Océ Arizona. Segundo ele, a possibilidade
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Ricardo Pi
“OS
CLIENTES ESTÃO
SATISFEITOS COM A TECNOLOGIA
UV,
POIS
DEIXARAM DE FAZER SIMPLES IMPRESSÕES PARA PRODUZIREM PROJETOS E PRODUTOS ESPECIAIS. ISSO PERMITE QUE AS EMPRESAS FUJAM DA ‘GUERRA DE PREÇOS BAIXOS’, QUE AINDA É MUITO FORTE NO MERCADO SOLVENTE”,
RICARDO PI
segmentos, como decoração, pontos de venda, vitrines, displays, exposições e muito mais.
Divulgação - Océ
de imprimir em qualquer superfície, sem precisar de adesivo, cria novas possibilidades de aplicações. “Há mais liberdade para os ‘criativos’, o que resulta em projetos inovadores, com tecnologia mais recente, versátil e com mais qualidade. De acordo com clientes, apesar da produção menor em metro quadrado, o lucro é muito maior, atualmente.” Claus Schmidt, pré-vendas para Sign e Display da HP, concorda. “As impressoras de grande formato
com tecnologia UV permitem infinitas possibilidades. É possível produzir aplicações de alto valor e com potencial maior de lucro para os negócios de impressão”. Ele cita a possibilidade da impressão em diversos materiais rígidos - PS, acrílico, madeira, poliondas - e flexíveis - papel, tecido, lona, adesivo. Há também a possibilidade de imprimir em materiais de espessura grossa, com mais de 5 cm. Dessa forma, fica fácil variar a produção e se encaixar em diferentes
A EFI é fabricante de sete modelos com tecnologia UV. Marcelo Maeda, gerente de desenvolvimento de vendas da marca, acredita que equipamentos UV podem ser considerados os melhores do mercado atual. “Essa tecnologia tem ampliado seu mercado por conta da versatilidade de materiais que podem ser impressos”, opina. Já Daili Viana não acha correto considerar equipamentos UV como melhores, uma vez que o custo de produção com tecnologia solvente para trabalhos convencionais de comunicação visual ainda é menor. “É correto dizer que são os equipamentos mais versáteis, pela possibilidade de impressão nos substratos mais diversos e inusitados.” Para Flávio Hirata, diretor da Durst Brasil, na análise dos melhores equipamentos UV é necessário considerar não só o mercado atual, como a tendência para os próximos
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“ESSA
TECNOLOGIA TEM
AMPLIADO SEU MERCADO POR CONTA DA VERSATILIDADE DE MATERIAIS QUE PODEM SER IMPRESSOS”
MARCELO MAEDA
anos, uma vez que o investimento é significativo e precisa dar retorno. “A flexibilidade de aplicação da impressão UV é real, mas eu diria que o equipamento ‘ideal’ é o que atende às necessidades do cliente em seu todo, ou seja, preço, qualidade e velocidade de impressão, robustez, pós-venda rápido e eficaz, e, sobretudo, o equipamento que assegure ou exceda o retorno esperado. A versatilidade da tecnologia UV se impôs. Substratos rígidos e flexíveis dos mais variados podem ser impressos, porém, existem outras considerações importantes, tais como aderência e flexibilidade”.
Impressora com tecnologia UV da EFI
Divulgação - EFI
Marcelo Maeda, gerente de desenvolvimento de vendas da EFI Divulgação - EFI
Segundo a assessoria de imprensa da Akad, tudo depende do uso: cada tecnologia foi criada para um determinado resultado. “Em alguns casos, as impressões com equipamentos UV ficam melhores do que as impressas por outras tecnologias. De maneira geral, são equipamentos de maior performance, com excelente qualidade e produtividade. Por outro lado, demandam um investimento inicial maior”, afirmam. Para a marca, o sucesso da tecnologia UV no mercado brasileiro atual se deve, principalmente, à gama de aplicações e versatilidade. “São equipamentos de alta capacidade de impressão e com custo operacional muito competitivo.”
O QUE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO? É ponto pacífico entre os fabricantes que a versatilidade do UV pode auxiliar os usuários em novos projetos e mercados. Porém, antes de comprar um equipamento UV, é necessário analisar alguns fatores. “O cliente deve avaliar qual é a demanda atual para o uso de equipamento UV, o custo mensal do investimento, a possibilidade de diminuição na terceirização de impressão UV e, principalmente, o aumento da oferta de produtos para o cliente final”, opina Ricardo Pi. A demanda pode ser analisada por meio de alguns parâmetros básicos de produção, como explica Hirata.
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APA Samba XT, da Ampla
“Devemos analisar quantos metros quadrados por mês serão impressos, quais substratos serão utilizados e em quais quantidades, detalhes técnicos da impressora (efeitos de dobras, corte e fresagem, por exemplo), velocidades reais de impressão, preço e consumo de tinta, vida útil das lâmpadas UV e suporte pós-venda.” Segundo Viana, a primeira coisa a se fazer é estabelecer sua necessidade e seu objetivo de produção. “E, então, realizar os testes de qualidade de impressão e capacidade produtiva, aliados à
Divulgação - Ampla
Sustentabilidade Na questão da sustentabilidade, o grande diferencial da tecnologia UV é a não dispersão de VOC (compostos orgânicos voláteis), que são liberados pela evaporação do solvente. Ou seja, os equipamentos com essa tecnologia não liberam resíduos tóxicos na atmosfera, pois as tintas de cura UV secam em segundos, graças à radiação de luz UV, enquanto tintas de base solvente necessitam de um secador, que remove o excesso de dispersante e o joga no ar. Além disso, a tecnologia UV permite imprimir em substratos também mais ecologicamente corretos, como papeis, madeiras e plásticos recicláveis. “Indo além dos tradicionais vinil auto adesivo e lona vinilica. Ou seja, o cliente não fica ‘preso’ ao arroz com feijão adesivo mais lona, em especial a lona, cuja reciclagem é mais problemática”, explica Hirata.
Outro detalhe é que tintas UV não contém metais pesados, o que também é bastante considerável para a pegada ecológica. Daili Viana lembra que a tecnologia UV LED é ainda mais indicada para quem considera a sustentabilidade fator primordial na hora de escolher um equipamento. “Ela proporciona a cura da tinta com baixo consumo de energia e emissão de calor, além de não gerar gases do efeito estufa, como o ozônio, algo que acontece com as lâmpadas convencionais de mercúrio.” Por ainda ser mais cara do que a tecnologia solvente e por falta de fiscalização, a tecnologia UV ainda não é tão presente no Brasil. Porém, a situação é diferente em outros países. “Na Europa e na América do Norte, a pressão pela questão ambiental é muito mais forte e
a tecnologia UV, combinada com a impressão em tecidos, compõem a enorme maioria das soluções para comunicação visual. No Brasil, essa conscientização está começando aos poucos, mas não chegou ainda a engrenar da forma que gostaríamos por uma série de fatores como: interesses comerciais e políticos, falta de fiscalização, etc”, garante Leão. Segundo ele, a situação já melhorou muito em relação há poucos anos, quando a utilização do solvente pesado reinava sozinha. “Com certeza é uma tendência e as grandes contas já exigem impressão UV, assim como é tendência a diminuição da utilização de lonas de PVC para a entrada dos tecidos para comunicação visual.”
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Flávio Hirata, diretor da Durst Brasil
tecnologia empregada, sistema de cura das tintas, substratos utilizados e, por fim, assistência técnica. Aí sim podemos dizer que se está realizando um bom negócio”. O tipo de impressora também é uma decisão importante: flatbed, rolo a rolo ou híbrida. “Se pretende imprimir diversos trabalhos pequenos e repetitivos, chapas cortadas em formatos irregulares e lenticular, o ideal é optar por uma mesa plana (flatbed). Já para empresas que querem versatilidade, lidam com trabalhos variados, formatos maiores e ainda pretendem intercalar a impressão de rígidos e flexíveis em rolo, os modelos híbridos caem como uma luva”, opina gerente de Vendas da Agfa.
Divulgação - Durst
Impressora UV da Durst
Para a Akad, outro fator que deve ser considerado são os concorrentes. “O ideal é fazer um estudo cuidadoso de seu mercado potencial e concorrentes, definindo qual tamanho de equipamento irá precisar, qual a demanda prevista em termos de volume de impressão e qual a resolução adequada”. A assessoria explica que deve-se fazer uma análise dos equipamentos que podem vir a ser comprados por meio da impressão de amostras (utilizando substratos fornecidos pelo futuro comprador). “Depois, a dica é entrar em contato e visitar usuários dos equipamentos para comprovar a performance de sucesso. Mais importante ainda é comprar de uma empresa sólida e estabelecida no mercado, que tenha tradição de trabalhar com produtos de alta qualidade e que o cliente possa ter certeza que estará disponível no futuro para atendê-lo tecnicamente”, completa a empresa.
PREÇOS
Divulgação - Durst
No mercado brasileiro atual, há equipamentos com preços bastante distintos. Segundo Maeda, isso ocorre devido a tecnologia de cada impressora e aoCusto
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Equipamento da linha Novajet, da Akad
Divulgação - Akad
Total de Propriedade (TCO). Viana concorda: “os equipamentos UV atualmente são os que possuem maior nível de tecnologia embarcada. Isso tem um custo.” E, então, como saber se o equipamento que você está pensando em comprar - mais barato do que outros no mercado - vai atender as suas expectativas? Viana recomenda fazer uma minuciosa comparação entre as impressoras disponíveis no mercado. “Número e modelos de cabeças, velocidade de produção, tecnologia de cura envolvida (LED ou lâmpadas de mercúrio) e modos de impressão (CMYK, Branco e Verniz) são fatores determinantes na composição do custo. Com esses elementos em mãos, é possível proceder com uma avaliação mais precisa e criteriosa, concluindo se os preços praticados são compatíveis com a promessa de resultado de cada fornecedor”. Já para Leão, três fatores devem ser levados em consideração. “Primeiro e mais importante: optar por um fabricante de renome, procurar saber sobre sua base instalada, corpo técnico, origem dos produtos e estrutura no Brasil”. Segundo ele, é possível notar equipamentos cada vez mais baratos no mercado, porém, alguns trazidos por empresas sem nenhum
histórico no Brasil, especialmente chinesas. “Esses equipamentos têm seu espaço no nosso mercado, é claro, mas a empresa que opta por adquirí-los por serem ‘baratinhos’ precisa ter em mente que pode não ter assistência técnica, peças, suporte, tintas, entre outros.” O segundo fator é escolher um equipamento que tenha produção suficiente para atender o volume X prazo, imposto pelos clientes normalmente. “A compra desse equipamento pode ter sido um desperdício de recursos e comprometer a compra de um equipamento mais adequado”, explica. Por fim, o terceiro ponto é uma análise de custos de impressão por metro quadrado. “De nada adianta um valor de aquisição acessível se o preço das tintas inviabiliza a produção.” Testes também são fundamentais, como sugere Maeda. “O cliente deve testar a impressão do mesmo arquivo em diferentes substratos e em todos os fabricantes a serem avaliados para comparar qualidade e produtividade”. Para isso, Claus Schmidt indica a visita a feiras e eventos, onde é possível ver as impressoras e conhecer o que cada fabricante oferece, tanto em qualidade do equipamento, como em qualidade de impressão e pós-venda (técnicos
e peças de reposição). “É importante fazer uma pesquisa para verificar as opções de mercado e suas diferenças. Visitar o showroom do fabricante ou do distribuidor para fazer testes de impressão, falar com usuários das marcas em estudo e, finalmente, não comprar somente pelo preço, mas, sim, ter uma visão da solução como um todo, são dicas que ajudam na hora da decisão e que minimizam as dificuldades depois da compra.” É importante lembrar que a classificação do equipamento também altera seu valor, como explica Ricardo Pi. “Equipamentos de mesa plana, por exemplo, são muito mais robustos e com tecnologia mais avançada do que os de rolo a rolo e esteira, sendo assim, o custo de aquisição é consequentemente maior. Quanto maior a capacidade de produção, maior será o custo do equipamento. Há ainda o tipo de tecnologia de impressão, a resolução em que imprime, tudo isso influencia no preço.” Por exemplo, no caso da Akad, os equipamentos de valor maior têm mais quantidade de cabeças de impressão e atingem maior produção. “O importante é o cliente saber escolher e comprar com a melhor condição que atenda a performance que ele necessita”, ressalta a assessoria da marca.
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CRÍLICO João Orlando, Instituto Nacional para Desenvolvimento do Acrílico (Indac)
© Depositphotos.com / simon bratt
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Led`s e acrílico acendem o mercado brasileiro Vantagens econômicas e sustentáveis da tecnologia se unem as qualidades técnicas do material na difusão de luz e se tornam a tendência da comunicação visual
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rodutos econômicos e duráveis são as palavras de ordem na era da sustentabilidade. Por isso, os LEDs se propagam de forma acelerada no mundo e na indústria brasileira. A tecnologia dos LEDs é uma das mais avançadas em iluminação dos últimos tempos. Ao invés de um
ilamento incandescente, os LEDs são iluminados pelo movimento de elétrons em um semicondutor e ampliados em uma lâmina, como um chip de computador. Essas características permitem que os LEDs tenham uma duração média de 25 mil horas – lâmpadas incandescentes duram
apenas mil horas e luorescentes, até 3 mil – e consumo 80% menor de energia que as demais. Não é a toa que cada vez mais empresas e setores adotam esta tecnologia como forma de economizar e reduzir o impacto ambiental de
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“ALÉM
A
CRÍLICO
DA ECONOMIA E DA
FACILIDADE DE MANUTENÇÃO,
Com o acrílico, a durabilidade da luz dos Leds é maior: lâmpada queimada é sempre muito negativo para a marca
ESSA TECNOLOGIA PODE SER PRODUZIDA EM DIFERENTES TAMANHOS E FORMAS PARA OS MAIS DIFERENTES TIPOS DE MARCAS E LOGOTIPOS”
ERIKA SIMIONE
suas atividades. Um exemplo é a Coca-Cola, que anunciou a troca das lâmpadas internas das geladeiras de pontos de venda por LEDs, o que representa um aumento de 50% na eiciência energética. E é na comunicação visual das marcas que a tecnologia tem tido maior difusão. Nesse tipo de aplicação, as chamadas “lâmpadas deinitivas” ganham um aliado à altura: o acrílico. “Logotipos, fachadas, balcões, displays, luminárias. É só ainar os olhos que se encontra acrílico com LED”, airma o diretor da Acril Laser, Luiz Hernandez. O Banco Safra é uma das empresas pioneiras na utilização dessa combinação. Quem assina o projeto é o arquiteto João Carlos Cauduro, da Cauduro Associados, responsável pela identidade visual da marca há 30 anos e que tem entre os clientes a rede farmacêutica Drogasil, a Riachuelo e a Companhia Vale. “O acrílico já é conhecido pela superioridade na difusão de luz e com o uso de LEDs, que permitem uma propagação mais homogênea, o resultado é único e o ganho para a imagem imensurável”, diz o arquiteto. “Fora a economia com manutenção, já que a durabilidade é maior. Um luminoso com uma lâmpada queimada é muito negativo para a marca.” As pequenas e médias empresas também começam a enxergar esses benefícios. A rede de frozen
yogurt Yogolove incorporou LEDs à comunicação visual interna e externa de acrílico nas franquias em shopping centers de todo país. “O acrílico era o único material com a transparência necessária para criar o efeito de iluminação lúdica que queríamos, além de ser o único que permitia formatos curvos, bastante utilizados nesse projeto”, airma a arquiteta responsável pelo layout das lojas, Rachel Savieto. “E o LED evitou sombras e aquele tom amarelo das lâmpadas tubulares.” O proprietário da Bon Plast, empresa que criou as peças para a Yogolove, André Bonora, destaca ainda a vida útil das lâmpadas. “Na maioria das vezes esses estabelecimentos icam iluminados das 10h às 22h e por isso a durabilidade é tão importante. Antes, precisavam fazer a manutenção pelo menos uma vez por ano.”
Para Erika Simione, gerente da Emporium Acrílicos, empresa especializada em letra-caixa, os LEDs já são a moda em iluminação no Brasil. “Além da economia e da facilidade de manutenção, essa tecnologia pode ser produzida em diferentes tamanhos e formas para os mais diferentes tipos de marcas e logotipos”, reforça Erika, que também cria projetos para a Toyota, a loja Mr. Kitsch e Riachuelo. Os fabricantes de chapas acrílicas também estão de olho nesse mercado. A Castcril coloca a disposição do mercado chapas coloridas desenvolvidas exclusivamente para a produção de comunicação visual externa e interna. A chapa colabora na dispersão da iluminação, deixando-a mais uniforme e por isso é indicada para utilização de LEDs, destaca Felisberto Travassos, gerente comercial da Castcril.
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Eduardo Yamashita*
Aplicação de vinil autoadesivo: método a seco
“Ferramentas” N
a edição anterior, contemplamos o porquê de utilizar a metodologia da aplicação a seco. Para darmos o primeiro passo nesta técnica, vamos abordar as ferramentas necessárias para executála bem. Por mais que pensemos tratar-se de um assunto conhecido, é importante nos atentarmos a ele, pois o sucesso da aplicação de adesivos depende de dois fatores importantes:
PARA
A APLICAÇÃO PRECISAMOS DE:
1. Espátula: pode ser de plástica ou de ibra calandrada (feltro). A inalidade dessa ferramenta é fazer com que o adesivo (cola) do vinil autoadesivo “toque” toda a superfície.
1. Profissional treinado e experiente: a metodologia exige conhecimentos e habilidades especíicas;
Podemos dividir as ferramentas em 3 grupos: i. Preparo do “substrato/superfície” ii. Preparo do “ambiente de instalação” iii. Aplicação/instalação da imagem (adesivo) Os itens I e II não comtemplaremos nesta edição. Elas serão abordadas num futuro próximo por se tratar de assuntos iguais para as duas metodologias existentes na aplicação de imagens em películas autoadesivas.
2. Proteção de espátula plástica: com o uso frequente a espátula pode riscar a imagem. Panos de algodão, feltro protegem a espátula para que não ocorram danos às imagens. 3. Estilete ou tesoura: há diversos tipos de estiletes: pequenos, médios ou grandes, de plástico ou metal. Usamos o estilete para cortar e separar as imagens. Tesouras podem substituir os estiletes. Por questão de segurança, dê preferência às que não tem pontas agudas.
@ Benday - Emerson Freire
2. Ferramentas adequadas: sem elas o proissional pode perder em qualidade de atingimento do trabalho com qualidade.
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4. Lâmina de aço para estiletes: as lâminas são muito importantes para o corte/reile das imagens. Elas devem estar bastante aiadas. Se não, o aplicador irá colocar força no estilete podendo riscar a superfície.
9. Soprador térmico: para diminuir a memória elástica (esticamento) do vinil, para acelerar a cura do adesivo, o aumento da temperatura do vinil através do soprador térmico, é realizado.
5. Perfurador de bolhas: dependendo da habilidade do aplicador ou diiculdade da superfície, bolhas de ar podem icar “presas” entre o vinil e a superfície. Perfurador de bolhas com agulhas são utilizadas para perfurar o vinil e remover as bolhas de ar.
6. Escova para rebites: os rebites de chapas metálicas requerem o uso de escovas com cerdas para aplicar com maior rapidez a vinil autoadesivo.
Alguns aplicadores têm muitas ferramentas especíicas ou personalizadas para seu próprio dia-a-dia. Por exemplo, espátulas confeccionadas com chapas plásticas, proteção de espátulas feitas com pedaços de couro camurça, estiletes “adaptados” através do uso de suportes de lâminas customizados, etc.
7. Fita crepe: para ixar as imagens, proteger bordas das imagens é utilizado a ita adesiva de papel crepado.
Basicamente, essas são as ferramentas básicas para a instalação do vinil autoadesivo. Nunca se esqueças das ferramentas para o preparo da superfície e o ambiente de instalação. No nosso próximo encontro, abordaremos algumas características especiicas de cada ferramenta (manuseio, cuidados, “adaptações” etc.) para entendermos melhor cada uma delas. Nos encontramos lá...
8. Trena métrica ou régua metálica: para posicionar a imagem, é necessário ter uma trena ou uma régua. Para os reiles ou cortes retos, a régua de metal, também, é utilizada.
*Eduardo Yamashita é é consultor técnico @ Benday - Emerson Freire
para o mercado de comunicação visual Em.yamashita@hotmail.com
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OLORIMETRIA E
GERENCIAMENTO
DE
CORES Fabio Tanaka*
Administre as cores de maneira consistente, sincronizando os espaços de cores nos softwares Adobe S
empre existe a dúvida de qual é a deinição certa para o ajuste dos espaços de cores de trabalho (Working Spaces) nos softwares DTP (desktop publishing software / software para editoração eletrônica); Devo utilizar U.S. Web Coated, Japan Color 2001, Coated FOGRA39? Poderia escrever uma matéria inteira sobre este assunto e explicar a diferença entre eles... Mas, o que precisamos fazer primeiramente é ajustar os espaços de cores de trabalho dos softwares DTP, de acordo
com suas condições de impressão. Neste caso, vamos adotar os peris padrões do mercado gráico. Como sempre digo, para se obter qualidade é preciso seguir regras. E o que vamos fazer neste passo a passo é acertar as deinições corretas do espaço de cor de trabalho do Photoshop e depois sincronizar esta deinição com os outros softwares Adobe, com a ajuda de um outro programa, o Adobe Bridge.
ENTÃO,
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MÃOS À OBRA.
Com o Photoshop aberto acesse: Edit > Color Settings.
Na parte superior esquerda da caixa de diálogo “Color Settings”, em todos os softwares Adobe (Photoshop, Ilustrator e
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OLORIMETRIA E
GERENCIAMENTO
InDesign), aparece um desenho de um alvo (target), que em certas ocasiões mostra um de seus quartos destacado dos demais, ou seja, fora de registro. Na legenda, ao lado deste alvo, indica se todos os softwares Adobe estão sincronizados (ou não) com os mesmos ajustes conigurados no Photoshop.
DE
CORES
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Selecione a coniguração recém criada no Photoshop.
Selecionada a nova coniguração, clique no botão “apply” (aplicar), para deixar como padrão em todos os softwares; repare que depois de aplicar a nova coniguração, o desenho do alvo (target) está alinhado, dentro do registro e na legenda ao lado dizendo Sinchronized (Sincronizado).
Eureka! Veriique que os outros dois softwares, Adobe Ilustrator e Adobe InDesign também estão com os desenhos de alvo (target) registrados e na legenda dizendo Sinchronized (Sincronizados).
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Ajuste os espaços de cores da caixa de diálogo, conigurando cada uma de suas opções, de acordo como deseje administrar as cores para o fechamento de seus arquivos.
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Salve os ajustes estabelecidos identiicando o arquivo com um nome. Neste processo é possível agregar uma legenda descritiva, para você lembrar em termos gerais desta coniguração criada.
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Abra o software Adobe Bridge. Com o Adobe Bridge aberto acesse: Edit > Creative Suite Color Settings.
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Na caixa de diálogo “Suite Color Settings”, aparecem todas as conigurações criadas e também as conigurações padrões que acompanham os softwares Adobe.
Pronto! Agora todos os softwares Adobe estão com as mesmas conigurações de ajuste de cor, com um luxo de trabalho consistente para o fechamento dos arquivos. Boas impressões e qualidade total.
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* Fabio Kenji Tanaka é consultor da Cor Amarelo Gerenciamento de Cor Digital fabio@coramarelo.com.br
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G
ESTÃO
Fabio Kisner*
Quem é o seu melhor vendedor? R
ecentemente escrevi um artigo sobre qual seria o melhor produto. Agora pretendo abordar o outro lado da moeda. Quem é o seu melhor vendedor ? Tive a ideia de escrever este artigo após um de nossos clientes mencionar que quem ele imaginava ser seu melhor vendedor, era na verdade o pior. Ele tinha essa visão, pois, inicialmente, só focava no volume inanceiro da venda. Por se tratar de uma empresa tradicional e de grande porte esse fato me chamou a atenção de como é fácil cometer este equívoco. Mas onde está o equivoco e porque ele ocorre? O primeiro erro é de se achar que o melhor vendedor é aquele que vende mais. Vejo muitas empresas, algumas até de maneira criativa, montarem quadros de vendas. Lembro muito bem de duas empresas bem criativas. A primeira delas elaborou um quadro com vários carrinhos de corrida e cada vendedor tinha uma foto em
É
MUITO MELHOR VOCÊ FAZER
POUCAS VENDAS LUCRATIVAS DO QUE VÁRIAS COM BAIXA MARGEM DE LUCRO.
LEVANDO-
SE EM
CONSIDERAÇÃO QUE, O ESFORÇO PARA CONCRETIZAR UMA VENDA COM BAIXA MARGEM DE LUCRO É MUITO SIMILAR AO ESFORÇO DE CONCRETIZAR UMA COM ALTA MARGEM.
seu carrinho. A outra empresa foi ainda mais criativa, criou imagens de um avião, um balão, uma asa delta etc. No caso o melhor vendedor sempre estaria no veículo mais veloz. Embora toda essa criatividade fosse aparentemente saudável analisando sob a ótica do volume de vendas, era péssimo na ótica da qualidade das vendas. Vejo muitas empresas de comunicação visual trabalhando com metas, criando processos de comissões e boniicações mediante volume de vendas. Entretanto, vender mais não necessariamente signiica lucrar mais, ainda mais se tratando do segmento de comunicação visual, em que existe muito valor agregado nos produtos. O que deve ser mensurado e boniicado é o lucro e não a venda. É muito melhor você fazer poucas vendas lucrativas do que várias com baixa margem de lucro. Levando- se em consideração que, o esforço para concretizar uma venda com baixa margem de lucro é muito similar ao esforço de concretizar uma com alta margem. Poderemos então airma que o melhor vendedor é aquele que detém essa informação e sabe onde aplicar melhor seus esforços. Tenho certeza que muitos gestores que leem este artigo trabalham focando o volume e não na qualidade da venda, ou seja, na lucratividade. Tenho certeza que muitos ainda não vão fazer nada a respeito porque ainda estão na inércia, pelo fato de que vender mais, ainda assim, é ganhar mais. Mas estes são os mesmos que reclamam que o mercado esta
muito competitivo e com baixa lucratividade. Senhores gestores, estou passando uma valiosa dica que são aplicadas pelas empresas de sucesso. Parem de focar somente no volume da venda em si e analisem com mais cuidado seus custos e lucros. Existem ferramentas de gestão especíicas para comunicação visual que podem auxiliar na gestão das vendas. Essas ferramentas informam como esta a lucratividade do orçamento. O bom vendedor tendo essa valiosa informação em seu domínio terá maiores condições de concretizar bons negócios para ele e para a empresa. O primeiro passo para mudar este cenário é ter uma boa ferramenta para auxiliar os vendedores. O segundo passo seria comissionar ou boniicar em cima da margem de lucro. Pois do contrário para o vendedor será indiferente se ele se importar ou não com a lucratividade da venda, uma vez que o resultado não irá interferir a curto prazo em suas receitas. Analisem o que é melhor: Ter a produção lotada e com muitos funcionários? Ou ter uma estrutura mais enxuta e mais dinheiro no bolso?
Fabio Kisner é consultor e diretor de tecnologia da KSC Brasil. Já ministrou palestras e consultoria em diversas empresas do país. Fabio.kisner@kscbrasil.com.br
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Í
NDICE DE ANUNCIANTES
3M ....................................................... 15
F1 Suprimentos ................................... 41
ABC ..................................................... 49
Imprimax ............................................. 11
AG Brasil ............................................. 55
IPEX ............................................ 3ª capa
Akad .................................................... 17
J-Tech ................................................. 55
Ampla .................................................... 5
Kiian.................................................... 47
Arlon ................................................... 25
Laser CNC ........................................... 57
Automatisa .......................................... 53
Marabu ................................................ 53
Aviso ................................................... 51
Mercoplast .......................................... 51
Belmetal ............................................. 13
Mimaki ............................................... 39
BG Soluções ........................................ 21
Officer ................................................. 49
Canon .................................................... 7
Plotter Tech......................................... 43
Colacril................................................ 23
Roland ................................................. 37
Comala ................................................ 57
Serigrafia Sign FutureTextil . 2ª capa e 03
Cutlite ................................................. 45
Solução Pontual .................................. 57
Danfex ................................................. 35
T&C ..................................................... 29
Digigraf ....................................... 4ª capa
Vesta Company .................................... 55
Durst ................................................... 33
Victor Ciola.......................................... 27