Informativo FCNBB - #06 - jan-fev/2018

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Nº 06

Informativo Editorial Neste ano em que serão comemorados os 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, começamos com dois acontecimentos relevantes para a comunidade nikkei da Bahia: primeiro, em janeiro deste ano, a repartição consular do Japão em Recife foi promovida de Escritório Consular para Consulado Geral. Também tivemos a cerimônia de condecoração do sr. Toshihiro Tahara, Conselheiro da Federação Cultural Nippo Brasileira da Bahia - FCNBB, com a Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro e Prata concedida pelo Governo Japonês. Em relação aos preparativos para a comemoração dos 110 anos da imigração, no âmbito nacional, estão sendo conduzidos por uma Comissão Organizadora constituída por representantes das diversas entidades nikkeis do Brasil, inclusive a FCNBB. Na Bahia, o ponto culminante das comemorações ocorrerá no Festival da Cultura Japonesa em Salvador, no mês de agosto.

Jan-Fev/2018

Conselheiro da Federação recebe condecoração do governo japonês

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a tarde da última segunda-feira de janeiro (29/1), o sr. Toshihiro Tahara foi condecorado com a “Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro e Prata” pelo Governo Japonês, representado pelo cônsul geral em Recife, sr. Jiro Maruhashi. O evento ocorreu no salão nobre da reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. A Ordem do Sol Nascente foi criada na Era Meiji e atualmente é conferida duas vezes ao ano pelo Gabinete do Japão. A homenagem ao sr. Tahara foi feita em razão da sua contribuição na difusão da língua japonesa e promoção do bem-estar dos japoneses residentes no Brasil. Ele é atualmente conselheiro da Federação e foi seu presidente nos períodos 2003-2004 e 2009-2017. Os homenageados têm por missão difundir a mensagem do Japão de apoiar o crescimento das nações, valorizando o trabalho conjunto para desenvolvimento da cidadania no mundo. Além da família e amigos do condecorado, a cerimônia foi prestigiada por autoridades, como a professora Elizabeth Ramos, assessora adjunta para assuntos internacionais da UFBA, o presidente da Federação Cultural Nippo Brasileira da Bahia, sr. Roberto Mizushima e o sr. Emilton Rosa, que foi o primeiro cônsul geral honorário do Japão em Salvador – estes compuseram a mesa de honra. Também estiveram presentes representantes de outras entidades e das associações da capital e do interior. Texto de Henrique Miyamoto e fotos de Antonio Cavalcante

Lista de japoneses condecorados na Bahia:

Assim, convido toda a comunidade nipo-brasileira da Bahia para participar dessa grande comemoração. Desejo ótimo 2018 para todos!

Roberto Mizushima Presidente da FCNBB

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Os presentes reunidos (sup.). O cônsul lê as palavras de homenagem (esq.). Sr. Tahara em seu discurso: “Acredito que esta homenagem não é resultado de um trabalho individual. É o resultado de um desenvolvimento coletivo de projetos” (dir.).

1975 Takahashi / Una 1978 Yogo / Ituberá 1981 Nishimoto / Una 1985 Kamoshita / Una 1986 Okada / JK 1987 Habiro / Sul da BA 1988 Suzuki/ Sul da BA 1990 Okamoto / JK 1991 Yano / Sul da BA 1996 Kishi / Médio São Francisco 1997 Maekawa/Salvador 2006 Shimizu / Salvador 2007 Iseki / JK 2009 Miyamoto / Ituberá 2017 Tahara/Salvador


Informativo

FCNBB e UFBA assinam acordo de cooperação

Agenda SALVADOR - FEDERAÇÃO 25/03 – Assembleia Ordinária da FCNBB

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Geral

28/04 – Concurso de Karaokê do Nordeste SALVADOR 22/02 – Oficina de artesanato 24 e 25/02 – Copa Fujibag 04/03 – Oficina de gyudon (Seinenkai) 10/03 - Encontro do Fujinkai 17/03 - Torneio de tranca 22/03 – Oficina de artesanato 05/04 – Oficina de Origami

No mesmo dia e local da cerimônia de condecoração do sr. Tahara, em um segundo momento, ocorreu a solenidade de celebração do Acordo de Cooperação Cultural entre a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Federação Cultural Nippo Brasileira da Bahia (FCNBB). Esse acordo tem por objetivo fortalecer os laços de cooperação cultural entre as duas entidades e visa promover prioritariamente as seguintes atividades: interlocução da UFBA e instituições acadêmicas e culturais, com intermédio da Federação; promover eventos científicos; trocar material bibliográfico. Na cerimônia, como ato simbólico, a professora Elizabeth Ramos, assessora adjunta para assuntos internacionais da UFBA, entregou a assinatura do acordo aos representantes da Federação: o presidente Roberto Mizushima e o casal Angela e Toshihiro Tahara. Em seus discursos, ambas as partes se mostraram muito confiantes no sucesso Texto: Henrique Miyamoto do acordo.

08/04 - Torneio de futebol Foto: Antonio Cavalcante

15/04 - Workshop de gateball JUAZEIRO 11/03 – 27º aniversário do gateball 18/03 - Torneio de truco

A representante da UFBA entrega assinatura do acordo aos representantes da Federação.

25/03 – Torneio de tênis de mesa 14/04 - Jantar do Taiko TEIXEIRA DE FREITAS 18/03 – Torneio de tênis de mesa

Expediente

Informativo Nº 06| Jan-Fev/2018 Equipe editorial: Hernesto Miyamoto, Shigeki Nishimoto, Angela Tahara e Lika Kawano. Colaboração: Henrique Miyamoto e Felipe Hirano. Dúvidas e sugestões: fcnbb@hotmail.com Tel: (71) 3359 5946.

Shinnenkai em Salvador recebe cônsul geral Com o início do ano, diversas associações promoveram os festejos de Shinnenkai (新年会). Na Anisa (Salvador), os associados participaram de um churrasco na Arena Shimizu, onde puderam degustar também o tradicional ozoni. O evento foi marcado ainda pela apresentação da nova gestão da entidade, presidida por Lika Kawano, e pela presença do cônsul geral do Japão em Recife, Jiro Maruhashi, e o cônsul geral honorário Cônsul de Recife, cônsul em Salvador, Odecil honorário de Salvador com Costa Oliveira. presidente e vice da Anisa (de pé).

Foto: Divulgação

07/04 - Torneio de gateball

CONSULADO EM RECIFE A Federação recebeu um ofício do cônsul geral Jiro Maruhashi informando que o Escritório Consular do Japão no Recife voltou a tornar-se Consulado Geral do Japão. Em sua mensagem, o cônsul ratifica seu compromisso em aproximar, cada vez mais, o Japão com a Bahia.


Informativo

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A imigração japonesa em Ituberá A história da imigração dos japoneses em Ituberá começou em janeiro de 1954, com a chegada das primeiras dez famílias, com 62 pessoas. Estes pioneiros haviam se estabelecido, inicialmente, na Colônia de Una, em 1953, porém, após alguns meses, resolveram buscar novas fronteiras agrícolas para trabalhar e escolheram Ituberá como seu novo destino. Devido às dificuldades, oito famílias deixaram o município nos primeiros anos e ficaram apenas as famílias Yogo e Nishiuchi. Em 1957, chegaram mais seis famílias, com 41 pessoas, vindo diretamente do Japão. Entretanto a maioria não se adaptou e, no fim de 1968, restavam apenas duas delas em Ituberá. Logo depois, chegam mais duas famílias, totalizando seis famílias japonesas no município ao final da década de 1960. Este grupo de imigrantes cultivava principalmente hortaliças como tomate e pimentão para os mercados consumidores de Ituberá, Valença e Salvador. Porém, a população local não tinha o hábito de consumir esses produtos e a demanda não era suficiente para manter o sustento. Nessa época, o Sr. Kiyoshi Yogo iniciou os experimentos de manejo do cravo-da-índia, pois vislumbrou uma perspectiva comercial promissora para a especiaria, que até então não era valorizada na região. Obteve sucesso no cultivo em escala comercial e essa iniciativa alavancou a produção da especiaria na região. No início da década de 1970, chegam a Ituberá as famílias Miyamoto e Kawabe, vindos de Tomé-Açu (PA), que era o maior núcleo de imigrantes japoneses do Norte-Nordeste e o maior produtor nacional de pimenta-do-reino da época. Essas famílias chegaram com o objetivo de desenvolver a cultura do cravo-daíndia e da pimenta-do-reino. Assim, foram pioneiras na técnica do cultivo consorciado dessas duas especiarias, com escalas de produção inéditas na região. Paralelamente, iniciaram também a plantação de frutas do Norte, como o açaí e o cupuaçu (este com acompanhamento da vigilância fitossanitária, devido à restrição do seu cultivo na Bahia). Atualmente, o cupuaçu é uma fruta com grande valor comercial, amplamente cultivado na região.

Também no início da década de 1970, chegam outras duas famílias, Miyakawa e Nojima, que vieram da Colônia de Pium, no Rio Grande do Norte. Posteriormente, mais famílias de imigrantes chegaram ao município e, na década de 1980, moravam em Ituberá mais de 20 famílias de imigrantes japoneses. No final dos anos 1970, surgem as primeiras pragas na cultura de pimenta-do-reino e os japoneses começam a buscar culturas alternativas, como cardamomo, noz moscada e pimenta-da-jamaica. Esta última mostrou-se uma opção econômica viável para região. Além das especiarias, os japoneses foram pioneiros no cultivo de diversas frutas tropicais, com destaque para o mamão-havaí, cupuaçu, sapota do peru, mangostão e rambutão.

Colonos de Ituberá na década de 1970.

Importante destacar também o papel do Incra na história da imigração japonesa em Ituberá. Em 1974, o órgão confere o título definitivo de terra aos colonos de Ituberá, inclusive aos imigrantes que tinham se estabelecidos no seu Projeto de Colonização. Após a saída do Incra de Ituberá, foi fundada a Associação Cultural Nippo Brasileira do PIC de Ituberá, herdando parte dos ativos desse instituto. Atualmente, vivem em Ituberá cerca de 70 pessoas, entre imigrantes e seus descendentes. Nesses mais de 60 anos, os imigrantes japoneses em Ituberá contribuíram para a agricultura da região, desenvolvendo novas técnicas e explorando novas culturas. A influência desse pioneirismo foi além das fronteiras do município de Ituberá, contribuindo para o desenvolvimento econômico de toda região do baixo sul da Bahia, tornando-se um grande legado para as gerações futuras. Texto de Hernesto Miyamoto e foto de Takehiro Miyamoto


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Equipe de Salvador participa de Torneio Nacional de Beisebol No 11º Torneio Nacional de Beisebol ocorreu a quarta participação do Anisa Troopers, time que representa a Associação Cultural Nippo Brasileira de Salvador (Anisa) na categoria amadora de beisebol. Os jogos foram realizados nos dias 11 e 12 de novembro no Centro de Treinamento da Yakult, em Ibiúna, São Paulo. O time de Salvador levou 14 jogadores, com diferentes níveis de experiência.

Foto: Divulgação

Foram quatro jogos, todos muito disputados e com placares bem apertados, dois quais dois contra o Korea, um contra o Londrina Red Sharks e outro contra o Tigres de Uberlândia. Neste último jogo, o time de Salvador bateu o time mineiro por 19x18. O time alcançou o nono lugar no torneio, tendo sido campeão o Tomateiros Red e vice o time Lins. Assim, o Anisa Troopers vem colaborando para a disseminação do beisebol na Bahia. Para tanto, a prática também vem aumentando, como ressalta Roberto Mizushima, organizador e técnico da equipe: “Com treinamento todo domingo das 8 às 12 horas, contamos, atualmente com cerca de 40 jogadores. Estamos dividindo novamente o grupo com a criação de mais um time de adultos: Shimizu. Estamos formando um time infantil e um time feminino de beisebol”, explica.

Incentivo ao crescimento do beisebol Para Mizushima, o Torneio Nacional de Beisebol é um incentivo necessário para a prática da modalidade no país: “Necessitamos de mais torneios amadores para incentivar o crescimento do esporte no Brasil. Daí a criação da Copa Fujibag“, destaca. A Copa Fujibag é um torneio criado por Roberto para divulgar o beisebol. A primeira edição foi realizada em 2017 e a segunda está marcada para fevereiro de 2018. Juntamente com o Nordestão, a Copa foi umas das competições de que o Anisa Troopers participou no ano passado como forma de preparação para o Torneio Nacional. Por fim, o técnico destaca a importância de participar do Nacional como uma boa oportunidade para aprender. “É muito bom. Participamos pela quarta vez e é uma boa troca de experiências”, afirma. Mizushima acredita na equipe e destaca três principais características para torná-la competitiva: “garra, juventude e união”, finaliza.

Foto: Divulgação

Texto: Felipe Hirano

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