Buzum! Livro do Professor - 3ª Edição

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Ano civil 2017 Volume 3 Prefixo Editorial 69092 ISBN 978-85-69092-03-2 Título Livro do professor Tipo de Suporte Papel Editor BUZUM PRODUÇÕES ARTÍSTICAS E COMÉRCIO LTDA.


apresentam

3ª edição



AOS PROFESSORES Transformar os espetáculos teatrais do BuZum! neste livro foi um desafio e um privilégio. Quando levamos os nossos espetáculos aos alunos das escolas, levamos também aos Professores uma sugestão pedagógica, possibilitando que os temas trabalhados nas peças de teatro continuem dentro das salas de aulas. Essa iniciativa surgiu do processo educativo vivenciado em nossas experiências. Sabemos que a arte é a expressão da vida e favorece o desenvolvimento integral do indivíduo em sua condição de ser humano. Por isso, as páginas seguintes traduzem mais uma expressão artística do nosso projeto: espetáculos do nosso teatro de bonecos transformados em belas histórias em quadrinhos. Para cada história publicada neste livro, apresentamos uma série de sugestões pedagógicas, organizadas em “projetos de trabalho” que contemplam de maneira interdisciplinar as áreas do conhecimento trabalhadas nas escolas. Nosso desejo é oferecer aos professores um material que amplie significativamente as dimensões e as possibilidades da aprendizagem. Aliás, a estimulação da aprendizagem pela arte e a valorização do professor, na sua sublime missão de educar, são os objetivos desta publicação. Boa leitura!


o Há sete anos uma trupe teatral veio até o escritório do Grupo CCR com uma ideia inusitada: um ônibus-teatro onde o público infantojuvenil pode apreciar histórias com bonecos. Esse palco itinerante, com sólida proposta cultural e pedagógica, combinou com a diretriz de investimento social da empresa, surgindo daí uma grande parceria. O BuZum! apresenta espetáculos de qualidade percorrendo cidades, muitas delas cortadas pelos 3.265 quilômetros de rodovias administradas pela CCR. Prestar serviços com qualidade é uma parte da importante missão da companhia. Outra é promover o desenvolvimento socioeconômico e ambiental das regiões onde atua, levando cultura, esporte e educação às comunidades, por meio do Instituto CCR, responsável pelo investimento social das empresas do Grupo. Além do BuZum!, o Instituto CCR apoia outros projetos e é responsável pelo programa Caminhos para a Cidadania, que mobiliza anualmente cerca de 300 mil professores e alunos de escolas públicas em mais de 100 municípios.Em 2016, as ações do Instituto CCR alcançaram 137 municípios e quase 1 milhão de pessoas com iniciativas como o BuZum!. Essas intensas ligações com educação e cultura trouxeram o Instituto CCR a este Livro do Professor, cuja proposta de narrativa visual dos espetáculos do BuZum! em formato de histórias em quadrinhos sugere diálogos com as áreas do conhecimento e auxilia professores na transformação de diversão em conteúdo pedagógico e vice-versa. O Grupo CCR é uma das maiores companhias de concessões de infraestrutura da América Latina, com atuação em concessão de rodovias, mobilidade urbana, aeroportos e serviços. Ao apoiar o BuZum!, e agora este Livro do Professor, a companhia mostra que valeu a pena abraçar a trupe sete anos atrás, pois fortalecer a educação e a cultura é um compromisso da Companhia e do Instituto CCR.

Francisco Bulhões Presidente do Instituto CCR

Maurício Vasconcellos Vice-presidente do Instituto CCR



sobre o

Teatro e educação são o combustível que movem o BuZum! pelo Brasil afora. O projeto nasceu em 2010, da vontade conjunta de Beto Andreetta, Jackson Íris e Mari Gutierrez. Eles uniram paixão e experiência para levar teatro de bonecos às escolas, a fim de que crian­ças e adolescentes que ainda não conhecessem essa arte – ou com dificuldade de acesso às artes em geral pudessem entrar em contato com esse mundo lúdico. O pequeno teatro ambulante se torna grande a cada apresentação. É um lugar onde a magia dos bonecos se expressa despertando curiosidade e novos apaixo­ nados pela técnica. A cada sessão, até 50 espectado­res ficam com olhos vidrados nos movimentos e falas dos personagens. Esse espaço de sonhos carrega consigo todo o equi­ pamento teatral necessário para os espetáculos: tem plateia, tem palco, iluminação, sonorização, ar-condi­ cionado... – sim, senhor! - É um ônibus especialmente reformado que chega à porta das escolas, creches, casas, praças, parques... Um teatro que vai ao encontro do seu público, com clima intimista e bonecos que encenam diferentes histórias e situações.

Chega às crianças onde elas estiverem. São sete sessões por dia, com 20 minutos cada, tempo exato para não interromper a dinâmica da escola. A criança sai da sala, entra no BuZum!, assiste ao espetáculo e volta pra sala, tudo isso em menos de 45 minutos — duração média de uma aula. A cada dia um novo lugar, novas escolas, novos públicos. O BuZum! já bateu a marca de 9.000 apresentações, todas gratuitas! E isso só é possível porque o Brasil conta hoje com uma série de leis e programas de incentivo à cultura nos planos federal, estadual e municipal. Essas ações constituem uma política pública em relação à produção e fruição de bens culturais e criam uma cultura, em diversas empresas, para a utilização desses recursos em projetos socialmente engajados, na esperança de construir um país melhor. Com o patrocínio — via leis de incentivo — das empresas CCR, Líder Aviação, Chevron Oronite, Eaton, Arcelor Mittal, Intercement, Ticktes, Tyco Eletronicks, Tegma, Aché, Milplan, Suzano, Coop, Air Liquide e Cristália, o BuZum! vai cada vez mais longe, levando a magia do teatro aos quatro cantos do país.


Em seu sétimo ano de vida, o projeto já viajou por mais de 250 cidades em nove estados brasileiros: Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Em 2016, pela primeira vez, o BuZum! atravessou a fronteira e foi para Puerto Suárez, na Bolívia.

Consultoria Educacional Saberes, para que os educadores trabalhem os temas nas aulas. Cada espetáculo virou uma história em quadrinhos e tem seu próprio material pedagógico – alguns deles compilados nesse livro entregue gratuita­mente a cada professor que entra no BuZum!.

Os números tornam o BuZum! um dos maiores pro­ jetos itinerantes de teatro infantil do país, com mais de 470 mil espectadores. Em 2014, a companhia conquistou, com a peça Intolerância, os prêmios de Melhor Produção e Melhor Autor de Texto Original, no 1º Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem. Em 2015, o BuZum! recebeu o Prêmio Governador do Estado para Cultura, na categoria Arte para Crianças – Voto Popular. Também foi contemplado duas vezes, em 2014 e 2016, com o Prêmio Zé Renato de Teatro para cidade de São Paulo.

As crianças também ganham um pequeno teatro de papel e o BuZum! em Quadrinhos para brincar e criar as próprias histórias com seus bonecos e cenários.

As apresentações gratuitas, em escolas públicas, aliam o espetáculo do palco com o conteúdo da sala de aula. Além de encantar, transformam o aprendizado em um mundo mágico. O projeto fornece às escolas material pedagógico, desenvolvido em parceria com a

Dentro do ônibus, elas esquecem onde estão e tornam-se plateia: mergulham no espetáculo, admiram os bonecos, aprendem a sonhar, se divertem e adquirem conheci­mentos de forma lúdica. Os estudantes são levados para além dos muros da escola, sem sair do lugar. São cami­nhos para o passado, para o futuro, para a imaginação de lugares distantes e desconhecidos... Os condutores são bonecos que guiam sorrisos, sonhos e aprendizados.

Embarque nesta viagem com a gente!



Olá, Professor / Professora! Conheça um pouco mais sobre o Projeto BuZum! O BuZum! é um projeto inovador. Trata-se de um espetáculo que acontece dentro de um ônibus, onde alunos e professores são convidados a fazer uma verdadeira viagem cultural. Numa mistura de teatro de bonecos e instalação, ao entrarem no BuZum!, os participantes embarcam numa gostosa viagem ao imaginário. E é nesse clima sensorial que convidamos você, professor(a), a assistir nosso espetáculo. Com acessórios, trilha sonora, elenco de qualidade e muita criatividade, apresentamos temáticas enriquecedoras, que podem ter continuidade na escola, por meio do trabalho dos professores. Destinado aos alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano), os espetáculos baseiam-se em temas atuais e que complementarão os conteúdos previstos no currículo escolar. De forma lúdica e dinâmica, a história com os bonecos encantará crianças e adultos, além de permitir que o(a) educador(a) explore essa arte em sala de aula com seus alunos, tornando o processo ensino-aprendizagem divertido, enriquecedor e estimulante! Para garantir um trabalho de qualidade, propomos a você educador(a), o trabalho com projetos, proposta esta que será apresentada nas próximas linhas. Você notará ainda que, no decorrer das sugestões, poderá contar com um quadro-resumo a respeito dos campos de experiências (Educação Infantil) e das áreas do conhecimento e eixos (Ensino Fundamental) que serão contemplados ao trabalhar determinada atividade com os educandos, baseados na versão preliminar da Base Nacional Curricular Comum de abril de 2016. Importante lembrar que as sugestões de atividades inseridas no projeto estão propostas de maneira interdisciplinar, as quais poderão auxiliar o professor em sua prática educativa. Contudo, vale ressaltar que as adaptações pertinentes à realidade da escola e ao perfil da turma são fundamentais e deverão ser realizadas de forma personalizada pelas equipes pedagógicas de cada unidade escolar, garantindo, dessa forma, um trabalho integrado professor/aluno e adequado a cada realidade.


Projetos de trabalho O trabalho com projetos é um instrumento importante para uma construção significativa e compartilhada do conhecimento, contribuindo para uma educação transformadora, mostrando-se como um meio capaz de devolver à escola seu papel de espaço educativo e de transformação social, auxiliando na formação integral dos indivíduos, já que cria diversas oportunidades de aprendizagem conceitual, atitudinal e procedimental para estes.

Trabalhar com projetos possibilita Sugestão de Leitura

O resgate do educando para o processo de ensino-aprendizagem (conhecimento) através de um processo significativo. A recuperação da autoestima positiva do educando. Que o educando se reconheça como sujeito histórico. O desenvolvimento do raciocínio lógico, linguístico e a formação de conceitos. O desenvolvimento da capacidade de buscar e interpretar informações. A condução, pelo aluno, do seu próprio processo de aprendizagem. O desenvolvimento de atitudes favoráveis a uma vida cooperativa.

A Organização do Currículo por Projetos de Trabalho O conhecimento é um caleidoscópio M. Ventura - Fernando Hernández Livro em Português (Brasil) Editora: Penso / Ano: 1998

A realização do ensino baseado na compreensão e na interdisciplinaridade.

O trabalho por Projetos pode ser dividido em 7 etapas


A origem da palavra projeto deriva do latim projectus, que significa algo lançado para frente. É sair de onde se encontra em busca de novas soluções.O trabalho com projetos constitui uma das posturas metodológicas de ensino mais dinâmicas e eficientes, sobretudo pela sua força motivadora e aprendizagens em situação real, de atividade globalizada e trabalho em cooperação. Fernando Hernández (1998) vem discutindo o tema e define os projetos de trabalho não como uma metodologia, mas como uma concepção de ensino, uma maneira diferente de suscitar a compreensão dos alunos sobre os conhecimentos que circulam fora da escola e de ajudá-los a construir sua própria identidade. Daniela Pereira de Moura Pedagogia de Projetos: Contribuições para Uma Educação Transformadora
















Este espetáculo estreou em fevereiro de 2017 na cidade de São Paulo. Até o final de 2017 vamos realizar mais de 610 apresentações para mais de 30 mil crianças em 44 cidades do país.

SINOPSE Esse espetáculo irá explorar o universo da cultura popular brasileira, mais precisamente a cultura popular de Pernambuco! Feito totalmente com mamulengos, o boneco popular brasileiro, criados e confeccionados por mamulengueiros de Glória do Goitá - PE, importante pólo de mamulengueiros no país. Joana, uma esperta garota que adora o carnaval, parte rumo a uma aventura para salvar seu amigo João, que caiu num poço. Com a ajuda de um falante papagaio, Joana passa por blocos de Caboclinho, Maracatu, Bumba meu boi e frevo. O espetáculo é uma divertida e emocionante descoberta da cultura popular brasileira! Faixa etária – 6 a 11 anos Duração do espetáculo: 20 minutos

FICHA TÉCNICA DO ESPETÁCULO Concepção e texto_Beto Andreetta Direção_Wanderley Piras Elenco_Alessandra Siqueyra, Dinho Weller, Geovana Oliveira, Júlia Barnabé, Kelly Guidotti, Nilton Marques, Nina Rocha e Thiago Thalles Trilha sonora_César Maluf Criação e confecção de bonecos e cenário_Genilda Felix, Joelma Felix, Dejane Maria, Mestre Bila, Mestre Zé Lopes, Miro dos Bonecos, Bibio de Saúba e Neide Direção de produção_Mari Gutierrez Coordenação de produção_Aldo Andreetta Produção executiva_Fabíola Gonçales e Juliana Christão Produção de campo_Leonardo Campos e Thiago Catelani Design gráfico_Sato do Brasil e Murilo Thaveira> casadalapa Fotos_Milene Milan Técnicos de som e luz_Roger Borges e Henrique Hertzel Motoristas_José Valério e Renner Santos Direção administrativa_Jackson Iris Assistente financeiro_Glaucia Souza Assessoria de imprensa_Buriti Comunicação Realização_BuZum!


com vocês: O projeto

Ensino Infantil

Um ônibus, muitas histórias!

Resgatar as experiências relacionadas ao campo: “Traços, sons, formas e imagens”, garantindo o trabalho com as artes visuais, dança, música e teatro, enfatizando as atividades relacionadas ao teatro de bonecos. Despertar a curiosidade dos alunos a respeito da cultura nordestina, especialmente sobre os mamulengos, levando-os a aprofundar-se no tema. Conhecer a história da evolução tecnológica. Conhecer e pesquisar sobre as características ligadas ao folclore nordestino, especialmente o carnaval. Interpretar adivinhas. Reconhecer-se como sujeito histórico ao organizar a própria linha do tempo. Conscientizar a respeito dos cuidados com o meio ambiente.

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O projeto BuZum! oferece aos alunos e educadores uma diversidade de informações, as quais podem ser aproveitadas para realização de um trabalho pedagógico, uma vez que, ao propor aos educandos a oportunidade de assistir ao espetáculo, este não pode acabar com um fim em si. O processo de construção do conhecimento se faz também a partir da sensibilidade do(a) professor(a), que ao apresentar o contato com o projeto, promove uma continuidade, trazendo o tema e as discussões para a sala de aula e, a partir de então, inicia um trabalho contextualizado e que de fato tenha significado para os alunos. Porém, a fim de garantir tal significado, é importante que os assuntos a ser explorados tenham certa conexão, o que nos remete ao trabalho com projetos.

Indicamos que o trabalho com os alunos inicie logo após a apresentação teatral. O(a) professor(a) pode instigar a turma a descobrir a resposta da seguinte charada:

O que é, o que é?

Que dá um pulo e se veste de noiva? Resposta: A Pipoca

A partir da apresentação da charada, uma atividade interessante e que começará a delinear o projeto será pedir aos alunos que tentem descobrir a resposta. Após, cada um deverá trazer para a escola mais duas charadas, as quais serão lidas pelo(a) professor(a). A classe, em conjunto, deverá tentar descobrir as respostas. Terminada essa etapa, a turma poderá eleger duas ou três adivinhas que mais gostaram e, então, sair visitando as outras salas e fazendo as charadas para as crianças, na companhia do(a) professor(a). O livro “O que é, o que é?”, de Ruth Rocha, é indicado para a faixa etária a partir dos 7 anos; porém, com algumas adaptações é possível utilizar também com os menores.

Sugestão de Leitura

O Que é, O Que é? Ruth Rocha Ilustração: Raul Fernandes Editora: Salamandra Ano: 2015

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A resposta de uma das adivinhas que é apresentada na peça é “o poço”, porém é possível que boa parte das crianças não conheçam poços, com exceção das que moram em zonas rurais. Por isso, uma atividade que pode auxiliar é mostrar aos alunos imagens e trazer explicações sobre a sua utilidade. Construir também com as crianças um poço com sucatas poderá tornar a tarefa mais lúdica. Para isso você vai precisar de:

1 lata vazia

1 tampinha de shampoo

1 barbante

3 palitos de churrasco

(poço)

(corda)

(balde)

(suporte para a corda)

1 arame

(alça do balde)

COLA

Depois de pronto, as crianças poderão fazer a decoração da peça, com massa de modelar, tinta, colagem e outros materiais, usando e abusando da criatividade! Sendo o espaço da educação infantil um verdadeiro laboratório, onde se realizam as mais diversas experiências, torna-se importante enfatizar que o trabalho deve estar sempre voltado para atividades sensoriais e lúdicas. O texto da Base Nacional Comum Curricular (proposta preliminar, segunda versão revista, abril 2016) organiza os conteúdos para essa faixa etária a partir dos campos de experiências, os quais guardam relações com as áreas do conhecimento que organizam as etapas posteriores de escolarização. Ao trabalhar com os alunos as atividades citadas, serão contemplados os seguintes campos de experiências:

Campos de Experiências

oTraços, sons, formas e imagens oEscuta, fala, pensamento e imaginação oO Eu, o outro e nós

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Após todo esse trabalho introdutório com as charadas, apresentação nas outras salas de aula e confecção do poço, os alunos já estarão envolvidos com o tema apresentado e com as discussões realizadas em sala. Então, o(a) professor(a) poderá questioná-los sobre as sensações que experimentaram ao assistir a uma peça teatral diferente, dentro de um ônibus. Pode-se propor uma roda da conversa, na qual o(a) professor(a) lançará questões aos alunos, como por exemplo:

oComo foi assistir uma apresentação dentro de um ônibus? oVocês se sentiram fazendo uma viagem? oQuem eram os personagens do teatro?

oEles estavam fantasiados? Ou eram fantoches? oPara fazer um teatro é necessário ensaiar?

Durante os questionamentos, o(a) educador(a), sendo escriba, irá transcrever em um cartaz, o qual será decorado posteriormente pelos alunos e fixado nas paredes da sala de aula. Depois, podem-se circular algumas palavras chaves, como “teatro”, “ônibus”, “fantasias” e outras. O campo de experiência contemplado com essa atividade será:

Campos de Experiências

oEscuta, fala, pensamento e imaginação

Após todo esse trabalho introdutório, é hora de iniciar com os alunos um aprofundamento do tema da peça: o contato com um tipo de boneco que é pouco conhecido nas regiões do Sul e Sudeste: os mamulengos. Como base para discussão posterior, o(a) professor(a) poderá utilizar o texto seguinte como apoio: “Existe em alguns estados do Nordeste do Brasil uma forma de teatro de bonecos praticada por artistas do povo, que se denomina Mamulengo. É o Mamulengo um teatro de características inteiramente populares, onde os atores são bonecos que falam, dançam, brigam e quase sempre, morrem.

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Como em tantas outras manifestações artísticas da cultura popular nordestina, o Mamulengo revela de modo singular a rica expressividade do dia-a-dia do povo da região. Através dos bonecos, o povo se identifica com suas alegrias e suas tristezas, com seus temores e sua capacidade de fé, com seus tipos matreiros e seus elementos repressores, com o esmagamento de seus direitos e sua ânsia de liberdade. O Mamulengo tem, realmente, um extraordinário poder de sintetização e revelação estética dos anseios mais ardentes do povo nordestino, não obstante a precariedade de seus recursos disponíveis, quer técnicos, quer mesmo estéticos ou de escolaridade. Guardando elementos vinculados à tradição dos folguedos ibéricos e sendo remanescentes dos espetáculos da Commedia dell´Arte, o Mamulengo baseia-se na improvisação livre do ator (mamulengueiro). Conquanto tenha um roteiro básico para a história, que não é escrita, os diálogos são criados no momento mesmo do espetáculo, de acordo com as circunstâncias e com a forma de reação do público. Não podendo existir sem a música e sem a dança, o Mamulengo exige do público uma participação constante e ativa, que permita completar, o que os bonecos muitas vezes irão apenas sugerir. Requer-se, portanto, uma imensa interação boneco/plateia, que não se torna difícil por conta do incrível poder de improvisação e capacidade imaginativa que tipifica os mamulengueiros. Por isso, sendo um teatro do improviso, do repente, depende visceralmente do público assistente que alimenta, ignora ou castra a vertente de criação que sai do mestre, passa para o boneco e atinge o público. Ao reagir, a assistência oferece a inspiração necessária ao processo de criação improvisada, de que se constitui o espetáculo, formando um ciclo contínuo que envolve a todos, titireteiro, títeres e público. O espetáculo do Mamulengo, que seja urbano ou rural, é destinado a um público específico. O Mamulengo não satisfaz as necessidades teatrais ou mesmo emocionais do público intelectual e burguês que habitualmente frequenta nossos teatros. Quando muito, esse público assiste a uma função por curiosidade, por atitude exótica ou por seu aspecto folclórico. Fica bastante claro que seu público é o povo, as camadas mais inferiores da sociedade, a gentalha, a rafaméia, o Zépovinho. A esse povo o mamulengueiro sabe falar, dizendo dos mais diferentes aspectos de suas vidas, transfigurando suas alegrias e dores. Frequentemente, o Mamulengo é de uma contundência admirável, motivado por uma inspiração fascinante que lhe permite alterar o equilíbrio do mundo, as relações de poder, insurgindo-se contra o maniqueísmo da vida, criando um outro mundo que ele próprio governa, uma situação poético-dramática que incorpora o público. Arranca personagens e temas de um mundo ao qual é sujeito, submisso e pelo qual é explorado, transpondo-os, em transfiguração muito própria, para um mundo onde sua voz, anseios e vontades são ouvidos. Isso tudo na intenção maior de provocar o riso, que gerando a folgança, o alívio, o divertimento, atua como elemento catártico e de grande comunicabilidade.” Texto disponível em: <www.cultura.rj.gov.br› Revista>.

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Como você observou, o texto teatral traz muitos pontos que podem ser abordados em sala de aula. Podemos começar tratando a questão do uso descontrolado e desregrado das tecnologias. Atualmente, as pessoas dedicam muito do seu tempo conectadas aos aparelhos eletrônicos e esquecem que podem divertir-se, ainda que a partir de uma mala recheada de sucatas e objetos que fazem soltar a imaginação. Iniciar os trabalhos apresentando aos alunos um histórico do surgimento das novas tecnologias é algo que despertará o interesse deles, pelo fato de estarem totalmente inseridos nesse mundo virtual. Você pode apresentar detalhes de alguns aparelhos e, então, organizar uma feira, na qual cada um deverá providenciar aparelhos antigos e atuais, construindo assim uma linha do tempo. Esta deve ser feita primeiramente considerando a história de vida das crianças e, posteriormente, dos produtos tecnológicos, garantindo assim significado para os estudantes.

linha do tempo

n

as

cim e nt

o

de nte

pa s s o

A primeira máquina de calcular foi o ábaco, que surgiu na antiga Mesopotâmia por volta de 3500 a.C. Os primeiros ábacos eram desenhados no chão e depois colocavam as bolas de pedras para calcular, mas com o passar do tempo, passaram a ser construídos em tábuas de pedra ou mármore, onde se lapidavam as letras e se colocavam depois bolas de pedras, para poder fazer os cálculos.

Ábaco romano de Bronze

A primeira calculadora eletrônica do mundo foi a 14-A, produzida pela Casio em 1957. A 14-A efetuava operações de adição, subtração, multiplicação e divisão com até 14 dígitos.

Casio 14-A

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O ENIAC (Electrical Numerical Integrator and Computer) foi o primeiro computador digital eletrônico de grande escala. Criado em fevereiro de 1946 pelos cientistas norteamericanos John Eckert e John Mauchly, da Electronic Control Company.O computador pesava 30 toneladas, media 5,50 m de altura e 25 m de comprimento e ocupava 180 m² de área construída. Foi construído sobre estruturas metálicas com 2,75 m de altura e contava com 70 mil resistores e entre 17.468 e 18.000 válvulas a vácuo, ocupando a área de um ginásio desportivo. Segundo Tom Forester, quando acionado pela primeira vez, o ENIAC consumiu tanta energia que as luzes de Filadélfia, cidade nos Estados Unidos, piscaram.

Há meio século, precisamente no dia 16 de outubro de 1956, era criado o primeiro celular, naquela época conhecido como sistema automático de telefonia móvel ou MTA como ficou conhecido. O equipamento, inventado pela Ericsson, era bem diferente dos pequenos aparelhos portáteis de hoje, ainda que com a mesma funcionalidade. De início, a telefonia móvel era sinônimo de comunicação por meio de rádios, operando na faixa dos 160MHz, instalados em automóveis, barcos, etc. O aparelho MTA pesava nada mais, nada menos que 40 kilos.

Ao estabelecerem relações com conhecimentos que compõem o patrimônio científico, ambiental e tecnológico, além dos saberes tradicionais e locais, as crianças criam uma relação de apropriação e respeito com a sustentabilidade do planeta e de constituição de sua própria identidade. Ministério da Educação Base Nacional Curricular Comum. Proposta Preliminar. 2ª versão revista. Pág. 79. Abril, 2016.

Para as crianças pequenas é importante realizar essa discussão utilizando imagens dos produtos antigos ou até mesmo os próprios objetos, caso seja possível. Depois compará-los com os atuais, para que possam perceber a evolução. Durante a organização da feira, será necessário a colaboração da família, que deverá enviar para a escola os mais diversos objetos que remetam ao tema da tecnologia. Dessa maneira, o trabalho será um verdadeiro laboratório de aprendizagem, pois haverá participação efetiva das crianças na seleção dos materiais, organização da feira, elaboração dos convites, preparação do local etc., como também da comunidade que poderá ser convidada a prestigiar a exposição. Outra discussão que se torna apropriada é a respeito dos efeitos que as tecnologias têm causado ao meio ambiente. O texto da Base Nacional Comum Curricular explicita a importância de trabalhar as questões ambientais com os pequenos:

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Papel

Chiclete

3

10

meses

Atendendo à sugestão do texto da BNCC, é possível organizar um estudo do meio com os alunos pelas ruas do bairro, a fim de observar se existe lixo jogado em locais não apropriados e, principalmente, se os aparelhos eletrônicos são descartados corretamente pela população local. As próprias crianças, acompanhadas dos professores, podem visitar os comércios próximos da escola e perguntar aos proprietários e funcionários como fazem para descartar pilhas, baterias, celulares quebrados, calculadoras, entre outros. Durante o passeio, o responsável poderá levar uma sacola para colocar o lixo que eventualmente seja encontrado em local não apropriado.

anos

CAIXA LONGA-VIDA

100

+

36

anos

ponta cigarro

10 a 20 anos

couro

30 anos

Sacola plástica

30 a 40

Após o passeio, o(a) professor(a) pode propor que os alunos construam um texto coletivo e um registro individual, relatando e desenhando todas as descobertas que fizeram durante a visita. O passeio pode ser ainda registrado por meio de fotos, as quais sugere-se que sejam disponibilizadas aos pais no mural da escola, blog, site, etc. Confeccionar um cartaz, mostrando aos alunos o tempo que alguns materiais levam para decompor, pode ser também uma atividade interessante e que os deixará sensibilizados.

de

anos

LATA ALUMínio

DE

100

+

anos

garrafa pet

100

+

anos

vidro

4

mil anos


Ao trabalhar com os alunos a feira de mostra de produtos tecnológicos, a linha do tempo, o estudo do meio e as questões relacionadas ao meio ambiente, de maneira interdisciplinar, serão contemplados os seguintes campos de experiências:

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações Traços, sons, formas e imagens Escuta, fala, pensamento e imaginação O Eu, o outro e nós

Campos de Experiências

Durante a peça teatral, pode-se observar a presença do carnaval de rua, com seus blocos, maracatu, fantasias, bumba meu boi, frevo - manifestações típicas da cultura nordestina, especialmente de Pernambuco. Provavelmente a música contagiará os alunos e o clima carnavalesco envolverá a todos. Então é hora de aproveitar essa alegria carnavalesca e fazer grandes descobertas. O(a) educador(a) pode iniciar resgatando a cultura do carnaval do país, falando um pouco sobre o frevo e os bonecos de 3 metros de altura que contagiam os foliões. Para você saber mais, leia um trecho do Guia dos Curiosos. Se quiser se aprofundar, pesquise no mesmo livro as 10 curiosidades sobre o carnaval em Pernambuco.

Curiosidades sobre o carnaval de Pernambuco

1

“Em Olinda, o frevo começa uma semana antes do Carnaval. O povo sobe e desce as suas ladeiras estreitas, seguindo os tradicionais bonecos de 3 metros de altura, a marca registrada da folia na cidade. Os mais tradicionais são o Homem da Meia-Noite (criado em 1932), a Mulher do Meio-Dia (1967), o Filho do Homem da Meia-Noite (1980), o Menino e a Menina da Tarde (1974 e 1977). São feitos de pano, madeira e papel.

2

O frevo é um ritmo genuinamente recifense, que surgiu no século 19, com influência da capoeira. Nessa época, os blocos de frevo do Carnaval tinham a tradição de competir entre si. Para proteger seus estandartes, era comum sair briga entre os membros de cada bloco rival. O ritmo acelerado é proposital: foi criado para animar os foliões.”

Que tal organizar na escola um baile de carnaval, resgatando assim o folclore do país e em especial a cultura pernambucana? Para isso, você pode pedir aos pais que improvisem fantasias para as crianças relacionadas ao frevo ou não, e realizar uma atividade com muita música, brincadeira e diversão. Durante o baile, fazer brincadeiras como, por exemplo: “o mestre mandou”, em que as crianças executam os comandos do mestre: “Ao parar a música, todos devem deitar no chão, agrupar de dois em dois, entrar dentro de uma determinada forma desenhada no chão, imitar uma pena caindo” – e outros comandos que podem ser direcionados pelo(a) professor(a).

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A sombrinha é um acessório característico do frevo. Para enriquecer a atividade, é possível decorar com as crianças uma ou mais sombrinhas, pendurando em suas pontas tiras de papel crepom ou laminado, além de enfeitar a sua base com tinta ou papéis coloridos. Confeccionar sombrinhas miniaturas para que brinquem também é uma sugestão. Basta apenas pegar o molde, vincar o papel nas linhas pontilhadas, colar uma parte sobre a outra e pronto: já temos a base do guarda-chuva. O cabo pode ser feito com um palito de churrasco colocado ao centro. Esses guarda-chuvas podem servir para enfeitar a sala de aula e também para as crianças brincarem.

vinco colar

Continuando o projeto, é possível fazer um estudo do mapa, mostrando para os alunos a localização do Estado de Pernambuco, da sua capital Recife, da cidade de Olinda e paralelamente observar a localização da cidade onde moram.

Recife capital

Olinda

Ao trabalhar com os alunos esses temas, de maneira interdisciplinar, serão contemplados os campos de experiências:

Campos de Experiências

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Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações Corpo, gestos e movimentos Traços, sons, formas e imagens O Eu, o outro e nós


Para finalizar o projeto, de maneira a garantir uma conclusão significativa e com a participação das crianças, sugere-se a criação de bonecos mamulengos pelos próprios alunos, com auxílio do(a) professor(a). Um ateliê pode ser montado em sala de aula e, como uma atividade permanente, ir confeccionando partes do boneco mamulengo. Depois de pronto, o(a) educador pode propor a encenação de uma história já conhecida pelos alunos ou ainda a criação de alguma outra. Durante a preparação é importante garantir que todos os passos do teatro estejam envolvidos, desde a escolha do figurino, do cenário que irá compor a empanada (trabalhando conceitos e conteúdos matemáticos para a sua construção), do tema da peça, o dia da apresentação, o local, os convidados, a elaboração dos convites, o número de apresentações, as músicas que serão utilizadas, entre outros. Possibilitar essa experiência aos estudantes lhes trará grande satisfação, pois perceberão que o projeto que se iniciou a partir da apreciação do espetáculo, culmina agora com a própria produção deles. Com a finalização do projeto por meio da construção dos bonecos e apresentação, serão contemplados todos os campos de experiências indicados na BNCC:

Campos de Experiências

Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações Corpo, gestos e movimentos Traços, sons, formas e imagens O Eu, o outro e nós

A avaliação do projeto pode acontecer de maneira processual e contínua, analisando a participação e envolvimento dos alunos durante o desenvolvimento das atividades, assim como o resultado da produção da finalização, lembrando que o olhar avaliativo do(a) professor(a) deve sempre permear todo o processo da construção do conhecimento e não somente o resultado final, garantindo dessa forma um ensino de qualidade e de significado para os educandos!

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Ensino FUNDAMENTAL

Um ônibus, muitas histórias!

Resgatar as quatro linguagens da Arte (artes visuais, dança, música e teatro) enfatizando o trabalho com o teatro: em especial, o teatro de bonecos. Despertar a curiosidade dos alunos a respeito da cultura nordestina, especialmente sobre os mamulengos, levando-os a aprofundar-se no tema. Estabelecer comparações sobre o uso das tecnologias como forma de entretenimento e a apreciação da arte. Conhecer e pesquisar sobre as características ligadas ao folclore nordestino, especialmente o carnaval. Interpretar e criar adivinhas.

O projeto BuZum! oferece aos alunos e educadores uma diversidade de informações, as quais podem ser aproveitadas para realização de um trabalho pedagógico, uma vez que ao propor aos educandos a oportunidade de assistir ao espetáculo, este não pode acabar com um fim em si. O processo de construção do conhecimento se faz também a partir da sensibilidade do(a) professor(a), que ao apresentar o contato com o projeto, promove uma continuidade, trazendo o tema e as discussões para a sala de aula e, a partir de então, inicia um trabalho contextualizado e que de fato tenha significado para os alunos. Porém, a fim de garantir tal significado, é importante que os assuntos a ser explorados tenham certa conexão, o que nos remete ao trabalho com projetos.

40


Indicamos que o trabalho com os alunos inicie logo após a apresentação teatral. O(a) professor(a) pode instigar a turma a descobrir a resposta da seguinte charada: O que é, o que é?

Que mantém sempre o mesmo tamanho, não importa o peso?” Resposta: A Balança

A partir da apresentação da charada, uma atividade interessante e que começará a delinear o projeto será pedir aos alunos que tentem descobrir a resposta. Após, cada aluno deverá trazer para a escola mais duas charadas. As questões devem ser trazidas em envelopes fechados, os quais serão trocados entre os próprios colegas e, assim, cada um terá de adivinhar a charada que o amigo fez. Para tornar a atividade mais interessante, podem-se colocar pontuações para cada resposta certa. A criança que não conseguir descobrir alguma resposta, poderá pedir ajuda para algum colega ou até mesmo para o professor; porém, nesse caso, terá pontuações diferentes, conforme segue:

Resposta c o r r e ta

Resposta c o r r e ta

Resposta c o r r e ta

auxílio de um colega

com

com

5

pontos

3

do(a)

auxílio

professor(a)

Resposta

1

incorreta

pontos

pontos

0

ponto

Ao solicitar aos alunos dos anos finais que tragam as charadas, pode-se pedir que pesquisem adivinhas especificamente de uma região do país; por exemplo: da região Nordeste, da região Sul, etc. Todos esses assuntos podem servir como ponte para discussão em sala sobre o folclore do país, de onde surgiram as charadas, quais regiões apresentam mais adivinhas, etc.

Á

Ao trabalhar com os alunos esses temas de maneira interdisciplinar, serão contempladas as áreas:

LEITURA

LINGUAGENS

Campo da vida cotidiana

ESCRITA

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

Campo da vida cotidiana

XO

EI

XO

EI

XO

EI

XO

EI

a re

CONHECIMENTO SOBRE A LÍNGUA

O sistema de escrita alfabético

41


MATEMÁTICA

Estatística e probabilidade

XO

a re

Números e operações

EI

EI

EI

XO Á

Á

XO

a re

CIÊNCIAS HUMANAS

Geografia

Após a descoberta das respostas e análise das pontuações de cada aluno, um cartaz poderá ser exposto na sala, anunciando os vencedores da competição. Dessa maneira, os alunos já estarão envolvidos com o tema apresentado e com as discussões realizadas em sala. Então, o(a) professor(a) poderá questioná-los sobre as sensações que experimentaram ao assistir a uma peça teatral diferente, dentro de um ônibus. Pode-se propor aos alunos uma produção textual, na qual deverão descrever os pontos interessantes que perceberam ao assistir ao teatro e se as expectativas que tinham antes da peça começar foram alcançadas. O gênero textual poderá ser aplicado de acordo com o ano em questão. Ainda tendo como foco a pesquisa, uma atividade interessante e enriquecedora é solicitar que, em grupo, os alunos pesquisem quais são as etapas e os materiais necessários para o desenvolvimento de uma peça teatral (escolha da peça, definição do local, escolha do elenco, calendário de ensaios, organização do cenário, definição do figurino, calendário de apresentações, divulgação da apresentação). Essa atividade torna-se interessante, pois trará para perto dos alunos a realidade da arte do teatro, assim como toda sua complexidade.

Á

Ao trabalhar com os alunos esses temas, de maneira interdisciplinar, será contemplada a área:

VOCABULÁRIO

ESCRITA

LINGUAGENS Campo literário

42

XO

EI

XO

EI

XO

EI

a re

Conhecimento sobre a língua escrita ortográfica

ARTE

Teatro


Após todo esse trabalho introdutório, é hora de iniciar com os alunos um aprofundamento do tema da peça: o contato com um tipo de boneco que é pouco conhecido nas regiões do Sul e Sudeste: os mamulengos. Como base para discussão posterior, o(a) professor(a) poderá utilizar o texto abaixo como apoio: “Existe em alguns estados do Nordeste do Brasil uma forma de teatro de bonecos praticada por artistas do povo, que se denomina Mamulengo. É o Mamulengo um teatro de características inteiramente populares, onde os atores são bonecos que falam, dançam, brigam e quase sempre, morrem. Como em tantas outras manifestações artísticas da cultura popular nordestina, o Mamulengo revela de modo singular a rica expressividade do dia-a-dia do povo da região. Através dos bonecos, o povo se identifica com suas alegrias e suas tristezas, com seus temores e sua capacidade de fé, com seus tipos matreiros e seus elementos repressores, com o esmagamento de seus direitos e sua ânsia de liberdade. O Mamulengo tem, realmente, um extraordinário poder de sintetização e revelação estética dos anseios mais ardentes do povo nordestino, não obstante a precariedade de seus recursos disponíveis, quer técnicos, quer mesmo estéticos ou de escolaridade. Guardando elementos vinculados à tradição dos folguedos ibéricos e sendo remanescentes dos espetáculos da Commedia dell´Arte, o Mamulengo baseia-se na improvisação livre do ator (mamulengueiro). Conquanto tenha um roteiro básico para a história, que não é escrita, os diálogos são criados no momento mesmo do espetáculo, de acordo com as circunstâncias e com a forma de reação do público. Não podendo existir sem a música e sem a dança, o Mamulengo exige do público uma participação constante e ativa, que permita completar o que os bonecos muitas vezes irão apenas sugerir. Requer-se, portanto, uma imensa interação boneco/ plateia, que não se torna difícil por conta do incrível poder de improvisação e capacidade imaginativa que tipifica os mamulengueiros. Por isso, sendo um teatro do improviso, do repente, depende visceralmente do público assistente que alimenta, ignora ou castra a vertente de criação que sai do mestre, passa para o boneco e atinge o público. Ao reagir, a assistência oferece a inspiração necessária ao processo de criação improvisada, de que se constitui o espetáculo, formando um ciclo contínuo que envolve a todos, titireteiro, títeres e público. O espetáculo do Mamulengo, que seja urbano ou rural, é destinado a um público específico. O Mamulengo não satisfaz as necessidades teatrais ou mesmo emocionais do público intelectual e burguês que habitualmente frequenta nossos teatros. Quando muito, esse público assiste a uma função por curiosidade, por atitude exótica ou por seu aspecto folclórico. Fica bastante claro que seu público é o povo, as camadas mais inferiores da sociedade, a gentalha, a rafaméia, o Zé-povinho. A esse povo o mamulengueiro sabe falar, dizendo dos mais diferentes aspectos de suas vidas, transfigurando suas alegrias e dores. Frequentemente, o Mamulengo é de uma contundência admirável, motivado por uma inspiração fascinante que lhe permite alterar o equilíbrio do mundo, as relações de poder, insurgindo-se contra o maniqueísmo da vida,

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criando um outro mundo que ele próprio governa, uma situação poético-dramática que incorpora o público. Arranca personagens e temas de um mundo ao qual é sujeito, submisso e pelo qual é explorado, transpondo-os, em transfiguração muito própria, para um mundo onde sua voz, anseios e vontades são ouvidos. Isso tudo na intenção maior de provocar o riso, que gerando a folgança, o alívio, o divertimento, atua como elemento catártico e de grande comunicabilidade.” Texto disponível em: <www.cultura.rj.gov.br› Revista>.

Como você observou, o texto teatral traz muitos pontos que podem ser abordados em sala de aula. Podemos começar tratando a questão do uso descontrolado e desregrado das tecnologias. Atualmente as pessoas dedicam muito do seu tempo conectadas aos aparelhos eletrônicos e esquecem que podem divertir-se ainda que a partir de uma mala recheada de sucatas e objetos, que fazem soltar a imaginação. Iniciar os trabalhos apresentando aos alunos um histórico do surgimento das novas tecnologias é algo que despertará o interesse deles, pelo fato de estarem totalmente inseridos nesse mundo virtual. Você pode apresentar detalhes de alguns aparelhos e então organizar uma feira, na qual cada um deverá providenciar aparelhos antigos e atuais, construindo assim uma linha do tempo.

A primeira máquina de calcular foi o ábaco, que surgiu na antiga Mesopotâmia por volta de 3500 a.C. Os primeiros ábacos eram desenhados no chão e depois colocavam as bolas de pedras para calcular, mas com o passar do tempo, passaram a ser construídos em tábuas de pedra ou mármore, onde se lapidavam as letras e se colocavam depois bolas de pedras, para poder fazer os cálculos.

Ábaco romano de Bronze

A primeira calculadora eletrônica do mundo foi a 14-A, produzida pela Casio em 1957. A 14-A efetuava operações de adição, subtração, multiplicação e divisão com até 14 dígitos.

Casio 14-A

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O ENIAC (Electrical Numerical Integrator and Computer) foi o primeiro computador digital eletrônico de grande escala. Criado em fevereiro de 1946 pelos cientistas norteamericanos John Eckert e John Mauchly, da Electronic Control Company.O computador pesava 30 toneladas, media 5,50 m de altura e 25 m de comprimento e ocupava 180 m² de área construída. Foi construído sobre estruturas metálicas com 2,75 m de altura e contava com 70 mil resistores e entre 17.468 e 18.000 válvulas a vácuo, ocupando a área de um ginásio desportivo. Segundo Tom Forester, quando acionado pela primeira vez, o ENIAC consumiu tanta energia que as luzes de Filadélfia, cidade nos Estados Unidos, piscaram.

Há meio século, precisamente no dia 16 de outubro de 1956, era criado o primeiro celular, naquela época conhecido como sistema automático de telefonia móvel ou MTA como ficou conhecido. O equipamento, inventado pela Ericsson, era bem diferente dos pequenos aparelhos portáteis de hoje, ainda que com a mesma funcionalidade. De início, a telefonia móvel era sinônimo de comunicação por meio de rádios, operando na faixa dos 160MHz, instalados em automóveis, barcos, etc. O aparelho MTA pesava nada mais, nada menos que 40 kilos.

Outra discussão que se torna apropriada é a respeito dos efeitos que as tecnologias têm causado ao meio ambiente, como nos traz a segunda versão revista do texto da Base Nacional Comum Curricular:

(...) as implicações causadas pelo uso de produtos tecnológicos que provocam alterações climáticas, de temperatura e de radiação que atingem a superfície terrestre. Contempla, também, o entendimento das relações de diferentes populações humanas na Terra, em tempos e lugares distintos, quanto à utilização de recursos naturais e impactos causados e à adoção de alternativas sustentáveis que perpassem, desde a mudança de atitudes individuais e coletivas até a aplicação do conhecimento científico para o desenvolvimento e tecnologias sociais sustentáveis. Assim, busca mobilizar conhecimentos que promovam uma educação ambiental que favoreça a participação na construção de sociedades sustentáveis

Ministério da Educação

Base Nacional Curricular Comum. Proposta Preliminar. 2ª versão revista. Pág. 288. Abril, 2016.

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Atendendo à sugestão do texto da BNCC, é possível organizar um chá da tarde com os avós dos alunos, convidando os familiares para participarem de uma entrevista na escola. Dessa forma, pode-se elaborar questões que remetam ao acúmulo de lixo tecnológico, como também ao passado, quando poderão partilhar suas experiências e histórias de vida a partir de modelos diferentes dos encontrados hoje na sociedade, como por exemplo: Como era a comunicação sem o uso de e-mails? Como funcionava o sistema de telecomunicação sem os telefones celulares? O uso de computadores era frequente? Quais profissões mais utilizavam o equipamento? de

Rodas

Como funcionavam os bancos sem os caixas eletrônicos?

Conversa

Como era a expectativa de aguardar a chegada de cartas e telegramas pelos serviços dos correios? Quais os impactos ambientais que toda essa avalanche de tecnologias trouxe para o planeta? Como podemos fazer para diminuir o lixo tecnológico, um dos responsáveis pela poluição ambiental? Após a visita dos familiares, a classe poderá eleger um ou mais avós que se destacaram participando ativamente da atividade e, então, construir um boneco no estilo mamulengo, com o auxílio do(a) professor(a) de Arte. Será uma maneira de homenageá-los, agradecer a presença de todos e de mostrar aos alunos como a história dos mais velhos é importante para compreendermos, valorizarmos e transformarmos o momento presente.

Á

Ao trabalhar com os alunos esses temas, a feira de mostra de produtos tecnológicos, a linha do tempo e a entrevista com os familiares, de maneira interdisciplinar, serão contempladas as áreas e eixos:

Campo investigativo

HISTÓRIA

EI Teatro

XO

EI

EI

CIÊNCIAS HUMANAS

46

XO

ARTE

Todos os campos de atuação

Á

Á

a re

XO

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

LEITURA

LINGUAGENS

XO

EI

XO

EI

XO

EI

a re

Conhecimentos históricos

Linguagem e procedimentos de pesquisas

ARTE

Artes Plásticas

a re

recursos e CIÊNCIAS Ambiente, responsabilidades NATUREZA

DA


Durante a peça teatral, pode-se observar a presença do carnaval de rua, com seus blocos, maracatu, fantasias, bumba meu boi, frevo: manifestações típicas da cultura nordestina, especialmente de Pernambuco. Provavelmente a música contagiará os alunos e o clima carnavalesco envolverá a todos. Então é hora de aproveitar essa alegria carnavalesca e fazer grandes descobertas. O Guia dos Curiosos traz 10 curiosidades sobre o carnaval em Pernambuco. A seguir você encontra 3 delas, mas poderá solicitar aos alunos que pesquisem outras, ou ainda lançar a seguinte brincadeira: colocar as 10 curiosidades em envelopes e colá-los embaixo das cadeiras da sala de aula, aleatoriamente. Os alunos irão se sentar, sem saber de nada. Nesse momento você dirá que embaixo de algumas cadeiras há alguns papéis colados, os quais deverão ser encontrados por eles. Após encontrarem, deverão formar grupos, juntamente com os outros que não tinham os papéis, e preparar uma apresentação para a classe que retrate a curiosidade escrita no papel.

Curiosidades sobre o carnaval de Pernambuco

1

Em Olinda, o frevo começa uma semana antes do Carnaval. O povo sobe e desce as suas ladeiras estreitas, seguindo os tradicionais bonecos de 3 metros de altura, a marca registrada da folia na cidade. Os mais tradicionais são o Homem da Meia-Noite (criado em 1932), a Mulher do Meio-Dia (1967), o Filho do Homem da Meia-Noite (1980), o Menino e a Menina da Tarde (1974 e 1977). São feitos de pano, madeira e papel.

2

O frevo é um ritmo genuinamente recifense, que surgiu no século 19, com influência da capoeira. Nessa época, os blocos de frevo do Carnaval tinham a tradição de competir entre si. Para proteger seus estandartes, era comum sair briga entre os membros de cada bloco rival. O ritmo acelerado é proposital: foi criado para animar os foliões.

3

O maracatu é outro ritmo pernambucano carnavalesco marcado pela força da percussão (alfaias, caixas, taróis, ganzás e gonguês). Teve origem nas congadas - cerimônias da cultura africana de coroação dos reis e rainhas.

Continuando o projeto, é possível fazer um estudo do mapa, partindo da região Nordeste, do Estado de Pernambuco, da sua capital Recife, da cidade de Olinda e a partir desse ponto envolver os alunos na localização das regiões do país, estados e capitais. Afinal, estudar esses conteúdos será bem mais divertido quando contextualizado!

Recife capital

Olinda

47


Ao trabalhar com os alunos esses temas, de maneira interdisciplinar, serão contempladas as áreas:

EI

XO

Á

Campo da vida cotidiana

a re

Campo investigativo

a re

XO

EI

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

LEITURA

Á

EI

XO

CIÊNCIAS HUMANAS

LINGUAGENS ARTE

XO EI

Música

O EIX

ARTE

Dança

GEOGRAFIA

Para finalizar o projeto, de maneira a garantir uma conclusão significativa e com a participação dos alunos, sugere-se a criação de bonecos mamulengos pelos próprios alunos, em grupos. Após, eles poderão escolher uma peça teatral ou até mesmo escrever um roteiro e encenar para os demais amigos da escola. Durante a preparação é importante garantir que todos os passos do teatro estejam envolvidos, desde a escolha do figurino, do cenário que irá compor a empanada (trabalhando conceitos e conteúdos matemáticos para a sua construção), do tema da peça, o dia da apresentação, o local, os convidados, a elaboração dos convites, o número de apresentações, as músicas que serão utilizadas, entre outros. Possibilitar essa experiência aos alunos lhes trará grande satisfação, pois perceberão que o projeto que se iniciou a partir da apreciação do espetáculo, culmina agora com a própria produção deles.

Á

As áreas do conhecimento que poderão ser trabalhadas a partir da encenação são:

LEITURA

LINGUAGENS

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Todos os campos de atuação

XO

LEITURA

Campo literário

EI

XO

EI

XO

EI

XO

EI

a re

ESCRITA

Campo literário

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

Todos os campos de atuação


ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

EI

CONHECIMENTO SOBRE A LÍNGUA

Campo literário

ARTE

Á

Dança

a re

XO

MATEMÁTICA

GEOMETRIA

EI

XO

EI

XO

EI

XO

ARTE

Artes visuais

ARTE

Música

ARTE

Teatro

XO

EI

LINGUAGENS

XO

EI

EI

XO

EI

Á

a re

XO

GRANDEZAS E MEDIDAS

A avaliação do projeto pode acontecer de maneira processual e contínua, analisando a participação e envolvimento dos alunos durante o desenvolvimento das atividades, assim como o resultado da produção da finalização, lembrando que o olhar avaliativo do(a) professor(a) deve sempre permear todo o processo da construção do conhecimento e não somente o resultado final, garantindo dessa forma um ensino de qualidade e de significado para os educandos!

49















Este espetáculo tem estreia prevista em julho de 2017 em São Paulo. Até o final de 2017 vamos realizar mais de 490 apresentações para mais 24 mil crianças em 32 cidades do país.

SINOPSE Do espaço, dois astronautas percebem que o planeta Terra não vai nada bem, e após uma conversa entre os três, os astronautas decidem voltar à Terra e contar aos demais seres humanos os estragos causados pelo lixo. Utilizando embalagens descartáveis, como caixa de leite, garrafas pet e latinhas, os astronautas mostram as consequências do lixo no planeta, desde o descarte incorreto dos resíduos até o consumo exagerado de produtos que produzem muito lixo. Partindo da premissa que do ponto de vista do planeta, não existe jogar o lixo fora, já que tudo permanece aqui, a peça ressalta a importância de reutilizar e reciclar o que chamamos lixo! Faixa etária – 6 a 11 anos Duração do espetáculo: 20 minutos

FICHA TÉCNICA DO ESPETÁCULO Concepção e texto_Beto Andreetta e Mari Gutierrez Direção_Wanderley Piras Elenco_Alessandra Siqueyra, Dinho Weller, Geovana Oliveira, Júlia Barnabé, Kelly Guidotti, Nilton Marques, Nina Rocha e Thiago Thalles Trilha sonora_César Maluf Direção de produção_Mari Gutierrez Coordenação de produção_Aldo Andreetta Produção executiva_Fabíola Gonçales e Juliana Christão Produção de campo_Leonardo Campos e Thiago Catelani Design gráfico_Sato do Brasil e Murilo Thaveira> casadalapa Fotos_Milene Milan Técnicos de som e luz_Roger Borges e Henrique Hertzel Motoristas_José Valério e Renner Santos Direção administrativa_Jackson Iris Assistente financeiro_Glaucia Souza Assessoria de imprensa_Buriti Comunicação Realização_BuZum!


com vocês: O projeto

Ensino Infantil

Por um planeta mais azul!

Conscientizar a respeito da produção de lixo no planeta e suas consequências. Resgatar a linguagem da Arte, enfatizando o trabalho com o teatro - em especial, o teatro de bonecos. Propor mudanças de atitudes que levem à diminuição do lixo gerado. Despertar a consciência de que é necessário agir localmente, para amenizar os problemas globais. Conhecer as formas de separação do lixo e sua importância para o planeta. Aprender a reutilizar, reciclar e reaproveitar itens que seriam descartados.

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O projeto BuZum! traz aos alunos e educadores uma diversidade de informações, as quais podem ser aproveitadas para realização de um trabalho pedagógico. Dessa maneira, ao oferecer aos educandos a oportunidade de assistir ao espetáculo, este não deve acabar com um fim em si. O processo de construção do conhecimento se faz também a partir da sensibilidade do(a) professor(a), que, ao apresentar o contato com o projeto, promove uma continuidade, trazendo o tema e as discussões para a sala de aula e, a partir de então, inicia um trabalho contextualizado e que de fato tenha significado para os alunos. Porém, a fim de garantir tal significado, é importante que os assuntos a ser explorados tenham certa conexão, o que nos remete ao trabalho com projetos.

Indicamos que o trabalho com os alunos inicie logo após a apresentação teatral. O(a) professor(a) poderá decorar a sala com bolas de isopor, representando os planetas do sistema solar, deixando a Terra com uma cor acinzentada e, a partir daí, propor vários questionamentos aos alunos:

Qual o motivo da sala de aula estar decorada com essas bolas? Será que alguém passou por aqui e nos fez alguma surpresa? O que cada esfera representa? Em qual planeta moramos? Notem... há planetas grandes e outros pequenos. Por que será? Será que a Terra fica próxima do Sol?

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Ainda fazendo parte da decoração da sala, um globo terrestre poderá ser colocado em algum canto, para também despertar o interesse dos alunos. A tradicional experiência de iluminar a terra com uma lanterna representando o Sol para explicar aos alunos o dia e a noite também enriquecerá a atividade. A partir das respostas dos alunos, é possível observar os conhecimentos prévios que trazem sobre o assunto e, então, propor um aprofundamento do tema. A discussão poderá se aprofundar ainda mais caso consiga despertar a curiosidade dos alunos a respeito da cor pela qual a Terra está representada nas esferas que decoram a sala, questionando-os sobre o motivo pelo qual ela é chamada de Planeta Azul e o porquê está representada de cinza.

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Trazer livros à sala de aula que tratem do assunto ou levar os alunos até o laboratório de informática da escola, quando disponível, apresentando jogos e sites sobre o assunto, enriquecerá ainda mais a atividade. Veja algumas sugestões de leituras interessantes para a turma:

Sugestão de Leitura

Em “O Planeta Lilás”, Ziraldo conta a história de um bichinho que queria conhecer mais que seu Planeta Lilás. Então construiu uma nave espacial e saiu numa aventura cheia de surpresas. E acabou descobrindo que não conhecia bem o lugar que deixara.

Sugestão de Leitura

O Planeta Lilás Ziraldo Livro em Português (Brasil) Editora: Melhoramentos / Ano: 1998

Fumaça, árvores mutiladas... a Terra, antes tão azul, agora está mesclada à cor cinza da devastação, à cor melancólica da extinção dos pássaros e dos outros animais. Talvez a solução seja tão simples que só o espírito infantil tenha a ousadia de realizá-la.

Sugestão de Leitura

O Livro do Planeta Terra Autor: Todd Parr Livro em Português (Brasil) Editora: Panda Books / Ano: 2010

Que planeta é esse? Regina Rennó Livro em Português (Brasil) Editora: FTD / Ano: 1998

A obra sugere, a partir de “desenhos engraçados”, ações simples que ajudam a manter o mundo mais saudável, como não usar tantas sacolas plásticas, reciclar o lixo, economizar água, apagar as luzes e não desperdiçar alimentos. Além disso, o livro conta com um cartaz chamado “10 coisas que eu posso fazer para salvar o planeta”, que pode ser destacado e, inclusive, utilizado em sala de aula pelos professores.

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As histórias poderão ser contadas a partir de fantoches, dramatização ou simplesmente por meio da leitura simples, de acordo com a criatividade do(a) professor(a) e a realidade da classe. Fazer uma votação para eleger qual livro gostaram mais e organizar uma viagem do livro na casa de cada aluno, para que contem a história para a família, tornará a atividade envolvente. Confeccione com os alunos uma sacola viajante, decore com a ajuda deles e escreva as regras da viagem na sacola. Assim eles terão a responsabilidade de levar o livro para casa e devolver no dia seguinte, seguindo os combinados prévios.

Essas atividades começarão a delinear o projeto. Ao trabalhar com os alunos as atividades citadas, serão contemplados os seguintes campos de experiências:

Campos de Experiências

Dessa maneira, os alunos já estarão envolvidos com o tema apresentado e com as discussões realizadas em sala. Então, o(a) professor(a) poderá questioná-los sobre as sensações que experimentaram ao assistir a uma peça teatral diferente, dentro de um ônibus.

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Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações


Pode-se propor uma roda da conversa, na qual o(a) professor(a) lançará questões aos alunos, como por exemplo:

Como foi assistir uma apresentação dentro de um ônibus? Vocês se sentiram fazendo uma viagem? Quem eram os personagens do teatro? Eles estavam fantasiados? Ou eram fantoches? Para fazer um teatro é necessário ensaiar?

Durante os questionamentos, o(a) educador(a), na função de escriba, irá transcrever em um cartaz, o qual será decorado posteriormente pelos alunos e fixado nas paredes da sala de aula. Depois, podem-se circular algumas palavras chaves, como “teatro”, “ônibus”, “fantasias” e outras. O campo de experiência contemplado com essa atividade será:

Campos de Experiências

Escuta, fala, pensamento e imaginação

Após todo esse trabalho introdutório, é hora de iniciar com os alunos um aprofundamento do tema da peça, que traz um conteúdo de extrema urgência planetária: a produção do lixo. Para embasamento do assunto, o(a) professor(a) poderá utilizar o texto seguinte como apoio:

Os Problemas Provocados pelo Lixo Publicado por: Eduardo de Freitas em Geografia humana A ROTINA NOS LIXÕES Um dos principais problemas encontrados nas cidades, especialmente nas grandes, é o lixo sólido, resultado de uma sociedade que a cada dia consome mais. Esse processo decorre da acumulação dos dejetos que nem sempre possuem um lugar e um tratamento adequado. Isso tende a aumentar, uma vez que a população aumenta e gera elevação no consumo, e consumo significa lixo.

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Para ter uma noção mais ampla do problema, tomemos a cidade de São Paulo como exemplo: em média cada pessoa produz entre 800 g a 1 kg de lixo diariamente, ou de 4 a 6 litros de dejetos. Por dia são geradas 15.000 toneladas de lixo; isso corresponde a 3.750 caminhões carregados diariamente. Em um ano esses caminhões, enfileirados, cobririam o trajeto entre a cidade de São Paulo e Nova Iorque, ida e volta. A questão do lixo está diretamente ligada ao modelo de desenvolvimento que vivemos, vinculada ao incentivo do consumo, pois muitas vezes adquirimos coisas que não são necessárias, e tudo que consumimos produz impactos. Há aproximadamente 40 anos, a quantidade de lixo gerada era muito inferior à atual. Hoje a população aumentou; a globalização se encontra em um estágio avançado. Além disso, as inovações tecnológicas no seguimento dos meios de comunicação (rádio, televisão, internet, celular etc.) facilitaram a dispersão de mercadorias em nível mundial. Antes do processo da Primeira Revolução Industrial, o lixo produzido nas residências era composto basicamente de matéria orgânica. Dessa forma era fácil eliminá-los: bastava enterrar; além disso, as cidades eram menores e o número da população, restrita. Mais tarde, com o crescimento em escala mundial da industrialização, acelerado aumento da população e dos centros urbanos, que ocorreu principalmente na segunda metade do século XX, desencadeou um aumento significativo na quantidade de lixo e variedades em suas composições. Atualmente, quando compramos algo no supermercado, o lixo não é apenas gerado pelo produto em si, pois existe a etapa de produção (cultivo, extração de minérios, transporte, energia) e depois, para o consumidor final, tem a sacola e o cupom fiscal. Nas cidades que contam com serviços de coleta do lixo, este é armazenado em dois tipos de “depósitos”: os lixões, nos quais os dejetos ficam expostos a céu aberto; e os aterros sanitários, onde o lixo é enterrado e compactado. Os lugares que abrigam os depósitos de lixo geralmente estão localizados em áreas afastadas das partes centrais do município. É comum em bairros não assistidos pelo serviço de coleta de lixo que o depósito dos lixos seja em locais impróprios, como encostas, rios e córregos. A população desses bairros negligencia os sérios danos que tais ações podem causar à biodiversidade e ao homem. Diante disso destaca-se: dispersão de insetos e pequenos animais (moscas, baratas, ratos), hospedeiros de doenças como dengue, leptospirose e a peste bubônica. O lixo acumulado produz um líquido denominado de chorume. Este possui coloração escura com cheiro desagradável; a substância gerada atinge as águas subterrâneas (aquífero, lençol freático); além disso, existe a contaminação dos solos e das pessoas que mantêm contato com os detritos; deslizamentos de encostas; assoreamento de mananciais; enchentes e estrago na paisagem.

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Os lixões retratam, além dos problemas ambientais, os sociais; a parcela da sociedade excluída que busca nesses locais materiais para vender (papéis, plásticos, latas entre outros); às vezes as pessoas buscam também alimentos, ou melhor, restos para o seu consumo, muitas vezes estragados e contaminados, demonstrando o ápice da degradação humana. Texto disponível em www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/os-problemas-provocados-pelo-lixo.htm\

Como você observou, o enredo teatral traz muitos pontos que poderão ser abordados em sala de aula; assim como o texto de apoio apresentado, auxiliar nas discussões. Podemos começar tratando a questão da produção exagerada de lixo pela população, conforme o texto nos traz embasamento. Uma atividade lúdica e prazerosa é criar com eles um jogo de percurso gigante, no chão da sala de aula, no pátio ou na quadra. Para isso você vai precisar de:

Elementos decorativos

1 dado gigante

exemplo desenhos, recortes ou esculturas que representem: lixo descartado em local inapropriado, consumo exagerado, não reaproveitamento das embalagens e outros

os quais marcarão as casas que servirão como “punição” pelo fato de alguma contribuição com o meio ambiente ter sido negligenciada e que indicará ao jogador para permanecer sem jogar por uma rodada ou que volte três casas

Giz de lousa ou fita para marcar o chão Elementos decorativos

exemplo desenhos, recortes ou esculturas que representem: flores, árvores, lixo descartado corretamente, rios limpos e outros

os quais marcarão as ações positivas relacionada ao planeta e que possibilitará ao jogador avançar 2 casas, ou jogar o dado novamente

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As regras de avanço e retrocesso do jogo poderão ser criadas pelo grupo com auxílio do(a) educador(a), assim como o número das casas poderão ser desenhados pelas crianças. As imagens que marcarão as casas devem ser confeccionadas também pelos alunos, com materiais de que a escola dispuser, como cartolinas, E.V.A., argila, massa de modelar e outros. Importante sinalizar o ponto de partida e o ponto de chegada. Não será necessária a utilização de pinos, pois estes serão representados pelos próprios alunos. É bem provável que esse jogo contribua para o entendimento da gravidade do assunto, leve os alunos a mudança de atitudes e motive-os a incentivar positivamente seus familiares. Sabemos que as crianças gostam de desafios e atividades que envolvam descobertas! Portanto, é provável que se encantem com o jogo da raspadinha. Você irá precisar dos seguintes materiais:

Guache branco e pincel

Detergente

Cartolina

fita adesiva larga transparente

Inicie desenhando em uma cartolina colorida várias formas como triângulos, círculos, quadrados. Dentro de cada forma, você pode escrever palavras relacionadas ao tema em questão, como por exemplom Se necessário, inclua imagens que representem a escrita. Depois de escrevê-las, plastifique a cartolina com fita adesiva larga transparente ou papel adesivo transparente. Prepare a tinta da raspadinha, misturando duas partes de guache branco e uma parte de detergente. Mexa bem e aplique com um pincel em cima de cada forma geométrica, cobrindo toda a palavra. Espere secar, no mínimo por 30 minutos. Após, lance o desafio para os alunos:. Temos dentro de cada forma, uma palavra. Vou chamar alguns para raspar a tinta e quem descobrir onde está a palavra “NATUREZA”, será o vencedor! Para raspar, as crianças podem usar tampas de canetinhas. É possível também escrever as palavras dentro de desenhos (desenhar uma floresta e nas copas das árvores escrever as palavras, fazer um céu e escrever nas nuvens), enfim, use a abuse da criatividade! Será divertido, com certeza! Para mais informações, assista ao vídeo: www.manualdomundo.com.br/2013/08/como-fazer-tinta-de-raspadinha

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SESSÃO CINEMA Outra atividade que pode ser envolvente é assistir com os estudantes à animação:

Um plano para salvar o planeta Turma da Mônica - 2011 Com duração de 25 minutos, a animação trata da questão da falta de cuidado com o meio ambiente, apostando na ideia da regra dos três “Rs”: reduzir, reutilizar e reciclar. A história tem início com o Franjinha fazendo uma poção para limpar o Cascão. E a partir daí descobrem que a mesma poção pode ser utilizada para limpar também os rios. Porém... a poção tem data de validade e, após algum tempo, tudo volta a ficar pior do que era: as águas dos rios mais sujas ainda. E agora: qual será o plano que essa turminha vai encontrar para salvar o planeta? A sessão cinema pode ser preparada com detalhes: elaboração de ingresso para a entrada (os quais podem ser confeccionados pelos próprios alunos), distribuição de pipoca entregue na entrada do cinema e paga com dinheiro de faz de conta, e cadeiras organizadas de modo que lembre uma sala de cinema, podendo ser numeradas. Os próprios alunos também poderão confeccionar os números e ajudar a distribuí-los nas cadeiras, na sequência correta. Organizar uma roda da conversa para definir quais serão responsáveis pela bilheteria, distribuição da pipoca e outros detalhes tornará a atividade mais participativa. A partir da exibição do vídeo, propor para a turma a montagem de uma peça teatral usando como base o vídeo. A peça poderá ser apresentada para outras salas da escola ou até mesmo ser aberta aos pais. Durante a preparação é importante garantir que todos os passos do teatro estejam presentes: desde a escolha do figurino, cenário, tema da peça, o dia da apresentação, o local, os convidados, a elaboração dos convites, o número de apresentações, as músicas que serão utilizadas, entre outros. Ao assistir à peça teatral, trabalhar o problema provocado pelo lixo, o jogo de percurso, o jogo da raspadinha, a sessão cinema e a produção teatral com os alunos, de maneira interdisciplinar, serão contemplados os seguintes campos de experiências: filme completo em: www.youtube.com/watch?v=L3zaoUaHJhQ

Campos de Experiências

O Eu, o outro e nós Corpo, gestos e movimentos Escuta, fala, pensamento e imaginação Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações Traços, sons, formas e imagens

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Durante a exibição da peça teatral, um dos atores diz a seguinte frase:

Vocês precisam mostrar às crianças que elas são a minha salvação! Com base nessa questão, o(a) educador(a) poderá instigar os alunos a pensar em ações que contribuam com o meio ambiente. Comentar com eles sobre os catadores de materiais recicláveis e o papel importante que exercem na sociedade levará à conscientização do grupo. Confira o texto de apoio:

Catadores de Materiais Recicláveis Os catadores de matérias reutilizáveis e recicláveis desempenham papel fundamental na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), com destaque para a gestão integrada dos resíduos sólidos. De modo geral, atuam nas atividades da coleta seletiva, triagem, classificação, processamento e comercialização dos resíduos reutilizáveis e recicláveis, contribuindo de forma significativa para a cadeia produtiva da reciclagem. Sua atuação, em muitos casos realizada sob condições precárias de trabalho, se dá individualmente, de forma autônoma e dispersa nas ruas e em lixões, como também, coletivamente, por meio da organização produtiva em cooperativas e associações. A atuação dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, cuja atividade profissional é reconhecida pelo Ministérios do Trabalho e Emprego desde 2002, segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), contribui para o aumento da vida útil dos aterros sanitários e para a diminuição da demanda por recursos naturais, na medida em que abastece as indústrias recicladoras para reinserção dos resíduos em suas ou em outras cadeias produtivas, em substituição ao uso de matérias-primas virgem. A PNRS atribui destaque à importância dos catadores na gestão integrada dos resíduos sólidos, estabelecendo como alguns de seus princípios o “reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania” e a “responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”. Texto disponível em www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/catadores-de-materiais-reciclaveis

Após discutir com os alunos sobre os catadores, uma atividade interessante é convidar estes para passar um período na escola, junto às crianças, de maneira que possam conhecer a rotina dos estudantes. Estes, por sua vez, aprenderão um pouco mais sobre a importante função que aqueles desempenham. Pesquise se na sua cidade há alguma cooperativa de reciclagem e se há pessoas disponíveis que possam fazer uma visita na escola. Os alunos poderão organizar a atividade confeccionando cartazes de boas-vindas, preparando uma receita para servir a eles (algo simples, que seja possível fazer na escola, como por exemplo, bombom de leite em pó, salada de frutas, mousse - preparos que não precisem ir ao fogo). Poderão ainda confeccionar lembrancinhas para entregar aos presentes, feitas com massa de modelar, argila ou outro material disponível. O(a) professor(a) deve fazer o levantamento das perguntas que as crianças farão aos catadores e deixá-las registradas em um cartaz.

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Rodas Rodas

Conversa Conversa

dede


Ao trabalhar com os alunos esses temas, de maneira interdisciplinar, serão contemplados os campos de experiências:

Campos de Experiências

O Eu, o outro e nós Escuta, fala, pensamento e imaginação Traços, sons, formas e imagens

Para finalizar o projeto, de maneira a garantir uma conclusão significativa e com a participação dos alunos, sugere-se a arrecadação de sucatas e materiais recicláveis, os quais podem ser doados para a cooperativa que fez a visita na escola. Importante preparar o local, organizando várias lixeiras ou sacos plásticos, para que os alunos compreendam a importância da separação antes mesmo de ser destinada à reciclagem. Os locais para descarte devem estar identificados e cada criança, ao trazer os itens que coletou, deverá depositá-los no local adequado. No dia da visita dos catadores ou posteriormente, os alunos, ao fazer a entrega de tudo que foi coletado, estarão respondendo com um gesto concreto à pergunta feita pelo ator, durante a apresentação da peça. Possibilitar essa experiência aos alunos lhes trará grande satisfação, pois perceberão que o projeto que se iniciou a partir da apreciação do espetáculo culmina agora com uma ação efetiva para auxiliar no combate ao descarte incorreto de lixo.

Os campos de experiências que poderão ser trabalhadas a partir da coleta de materiais são:

Campos de Experiências

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações Traços, sons, formas e imagens

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A avaliação do projeto poderá acontecer de maneira processual e contínua, analisando a participação e envolvimento dos alunos durante o desenvolvimento das atividades, assim como o resultado da produção da finalização. Importante lembrar que o olhar avaliativo do(a) professor(a) deverá sempre permear todo o processo da construção do conhecimento e não somente o resultado final, garantindo dessa forma um ensino de qualidade e de significado para os educandos!

Ensino fundamental

Por um planeta mais azul!

Conscientizar a respeito da produção de lixo no planeta e suas consequências. Resgatar a linguagem da Arte, enfatizando o trabalho com o teatro - em especial, o teatro de bonecos. Propor mudanças de atitudes que levem à diminuição do lixo gerado. Despertar a consciência de que é necessário agir localmente, para amenizar os problemas globais. Conhecer as formas de separação do lixo e sua importância para o planeta. Aprender a reutilizar, reciclar e reaproveitar itens que seriam descartados. Incentivar a participação em feiras de trocas de objetos.

O projeto BuZum! oferece aos alunos e educadores uma diversidade de informações, as quais podem ser aproveitadas para realização de um trabalho pedagógico. Dessa maneira, ao oferecer aos educandos a oportunidade de assistir ao espetáculo, este não deve acabar com um fim em si. O processo de construção do conhecimento se faz também a partir da sensibilidade do(a) professor(a), que, ao apresentar o contato com o projeto, promove uma continuidade, trazendo o tema e as discussões para a sala de aula e, a partir de então, inicia um trabalho contextualizado e que de fato tenha significado para os alunos. Porém, a fim de garantir tal significado, é importante que os assuntos a ser explorados tenham certa conexão, o que nos remete ao trabalho com projetos.

76


Indicamos que o trabalho com os alunos inicie logo após a apresentação teatral. O(a) professor(a) poderá decorar a sala com bolas de isopor, representando os planetas do sistema solar, deixando a terra com uma cor acinzentada e, a partir daí, propor vários questionamentos aos alunos: Qual o motivo da sala de aula estar decorada com essas bolas? O que cada esfera representa? Está faltando algum planeta? O que são planetas anões? Cada um está representado na sua cor correta?

A partir das respostas dos alunos, é possível observar os conhecimentos prévios que trazem sobre o assunto e, então, propor um aprofundamento do tema. Trazer livros à sala de aula que tratem do assunto ou levar os alunos até o laboratório de informática da escola, quando disponível, enriquecerá ainda mais a atividade. Alguns sites tratam o tema com uma linguagem bem apropriada aos acadêmicos, como por exemplo: www.escolakids.uol.com.br/sistema-solar.html www.todamateria.com.br/planetas-do-sistema-solar www.explicatorium.com/cfq-7/planetas-principais.html

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A discussão poderá se aprofundar ainda mais caso o(a) professor(a) consiga despertar a curiosidade dos alunos a respeito da cor pela qual a terra está representada, questionando-os sobre o motivo pelo qual ela é chamada de planeta azul e o porquê está representada de cinza. Além das atividades propostas, o(a) professor(a) pode lançar um desafio que irá agitar a galera: antes que os alunos entrem na sala, ele deverá escrever na lousa a seguinte pergunta:

Após, deverá deixar o envelope com a resposta escondido em algum lugar da quadra. Assim que os alunos entrarem na sala e observarem a questão, sairão procurando o envelope. Você deve providenciar um brinde que seja adequado à sua realidade escolar, como por exemplo: uma caneta, um lápis, um livro para leitura, entre outros. A resposta da pergunta é:

NÃO, o Sol não está parado. Assim como todo o universo, está em constante movimento, em uma velocidade de mais ou menos 70.000 km/h.

EI

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

Á

Todos os campos de atuação

78

LEITURA

LEITURA

Campo da vida cotidiana

XO

EI

LINGUAGENS

XO

XO

EI

XO

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

Campo investigativo

Materiais, propriedades e transformações

a re

CIÊNCIAS NATUREZA

DA

XO

EI

a re

EI

Á

Essas atividades começarão a delinear o projeto. Ao trabalhar com os alunos esses temas de maneira interdisciplinar, serão contempladas as áreas:

Campo da vida cotidiana

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

Campo investigativo

TERRA Constituição e movimento


Dessa maneira, os alunos já estarão envolvidos com o tema apresentado e com as discussões realizadas em sala. Então, o(a) professor(a) poderá questioná-los sobre as sensações que experimentaram ao assistir a uma peça teatral diferente, dentro de um ônibus. Pode-se propor aos alunos uma produção textual, na qual deverão descrever os pontos interessantes que perceberam ao assistir ao teatro e se as expectativas que tinham antes da peça começar foram alcançadas. O gênero textual poderá ser aplicado de acordo com o ano em questão. Ainda tendo como foco a pesquisa, uma atividade interessante e enriquecedora é solicitar que, em grupo, os alunos pesquisem quais são as etapas e os materiais necessários para o desenvolvimento de uma peça teatral (escolha da peça, definição do local, escolha do elenco, calendário de ensaios, organização do cenário, definição do figurino, calendário de apresentações, divulgação da apresentação). Essa atividade torna-se interessante, pois trará para perto dos alunos a realidade da arte do teatro, assim como toda sua complexidade.

Á

Ao trabalhar com os alunos esses temas, de maneira interdisciplinar, será contemplada a área:

XO

EI

EI

XO

EI

a re

XO

VOCABULÁRIO

ESCRITA

LINGUAGENS Campo literário

Conhecimento sobre a língua escrita ortográfica

ARTE

Teatro

79


Após todo esse trabalho introdutório, é hora de iniciar com os alunos um aprofundamento do tema da peça, que traz um conteúdo de extrema urgência planetária: a produção do lixo. Para discussão posterior, o(a) professor(a) poderá utilizar o texto seguinte como apoio:

Os Problemas Provocados pelo Lixo Publicado por: Eduardo de Freitas em Geografia humana A ROTINA NOS LIXÕES Um dos principais problemas encontrados nas cidades, especialmente nas grandes, é o lixo sólido, resultado de uma sociedade que a cada dia consome mais. Esse processo decorre da acumulação dos dejetos que nem sempre possuem um lugar e um tratamento adequado. Isso tende a aumentar, uma vez que a população aumenta e gera elevação no consumo, e consumo significa lixo. Para ter uma noção mais ampla do problema, tomemos a cidade de São Paulo como exemplo: em média cada pessoa produz entre 800 g a 1 kg de lixo diariamente, ou de 4 a 6 litros de dejetos. Por dia são geradas 15.000 toneladas de lixo; isso corresponde a 3.750 caminhões carregados diariamente. Em um ano esses caminhões, enfileirados, cobririam o trajeto entre a cidade de São Paulo e Nova Iorque, ida e volta. A questão do lixo está diretamente ligada ao modelo de desenvolvimento que vivemos, vinculada ao incentivo do consumo, pois muitas vezes adquirimos coisas que não são necessárias, e tudo que consumimos produz impactos. Há aproximadamente 40 anos, a quantidade de lixo gerada era muito inferior à atual. Hoje a população aumentou; a globalização se encontra em um estágio avançado. Além disso, as inovações tecnológicas no seguimento dos meios de comunicação (rádio, televisão, internet, celular etc.) facilitaram a dispersão de mercadorias em nível mundial. Antes do processo da Primeira Revolução Industrial, o lixo produzido nas residências era composto basicamente de matéria orgânica. Dessa forma era fácil eliminá-los: bastava enterrar; além disso, as cidades eram menores e o número da população, restrita. Mais tarde, com o crescimento em escala mundial da industrialização, acelerado aumento da população e dos centros urbanos, que ocorreu principalmente na segunda metade do século XX, desencadeou um aumento significativo na quantidade de lixo e variedades em suas composições. Atualmente, quando compramos algo no supermercado, o lixo não é apenas gerado pelo produto em si, pois existe a etapa de produção (cultivo, extração de minérios, transporte, energia) e depois, para o consumidor final, tem a sacola e o cupom fiscal. Nas cidades que contam com serviços de coleta do lixo, esse é armazenado em dois tipos de “depósitos”: os lixões, nos quais os dejetos ficam expostos a céu aberto; e os aterros sanitários, onde o lixo é enterrado e compactado. Os lugares que abrigam os depósitos de lixo geralmente estão localizados em áreas afastadas das partes centrais do município.

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É comum em bairros não assistidos pelo serviço de coleta de lixo que o depósito dos lixos seja em locais impróprios, como encostas, rios e córregos. A população desses bairros negligencia os sérios danos que tais ações podem causar à biodiversidade e ao homem. Diante disso destaca-se: dispersão de insetos e pequenos animais (moscas, baratas, ratos), hospedeiros de doenças como dengue, leptospirose e a peste bubônica. O lixo acumulado produz um líquido denominado de chorume. Este possui coloração escura com cheiro desagradável; a substância gerada atinge as águas subterrâneas (aquífero, lençol freático); além disso, existe a contaminação dos solos e das pessoas que mantêm contato com os detritos; deslizamentos de encostas; assoreamento de mananciais; enchentes e estrago na paisagem. Os lixões retratam, além dos problemas ambientais, os sociais; a parcela da sociedade excluída que busca nesses locais materiais para vender (papéis, plásticos, latas entre outros); às vezes as pessoas buscam também alimentos, ou melhor, restos para o seu consumo, muitas vezes estragados e contaminados, demonstrando o ápice da degradação humana. Texto disponível em www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/os-problemas-provocados-pelo-lixo.htm\

Como você observou, o enredo teatral traz muitos pontos que poderão ser abordados em sala de aula; assim como o texto de apoio apresentado, auxiliar nas discussões. Podemos começar tratando a questão da produção exagerada de lixo pela população, conforme o texto nos traz embasamento. Será interessante iniciar o estudo propondo uma pesquisa aos alunos, em que possam informarse sobre a produção de lixo e a correta separação em suas residências. Veja algumas sugestões de questões que podem fazer parte da pesquisa:

Quando sua família vai até o supermercado, qual tipo de embalagem costuma trazer para casa: alimentos e produtos embalados em isopor, plásticos, caixa de papelão, etc.? Sua família tem o hábito de usar as sacolas do mercado, ou costuma levar sacolas reutilizáveis? Qual é o destino dado às sacolas e saquinhos de mercado na sua casa? Na sua residência vocês fazem a separação do lixo? No seu bairro existe coleta seletiva? Pesquise com seus familiares e anote duas alternativas para diminuição do lixo na sua casa.

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Após a devolutiva da pesquisa, você pode montar com os alunos um gráfico comparativo com as informações obtidas e analisar junto à classe qual é a situação da produção do lixo na comunidade. Fazer uma votação para eleger a melhor ideia a respeito da última pergunta e, após, presentear a família com um “troféu da sustentabilidade” - de biscuit, argila, papel machê ou outro material disponível, confeccionado pelos próprios alunos, durante as aulas de Arte. Será um sucesso!

Nas aulas de Português, pedir para os alunos interpretarem a pagina da História em Quadrinhos da peça Que Lixo é Lixo? e após descrever o que se passa na história, também complementará a reflexão a respeito dos cuidados com o planeta: afinal, por que o planeta estaria doente?

SESSÃO CINEMA Outra atividade que pode ser envolvente é assistir com os estudantes à animação:

Homem consumista 2012

A animação trata da questão do consumismo, em que o ser humano praticamente não se dá conta de que está consumindo cada vez mais, passando por cima, literalmente, das questões ambientais e até mesmo adquirindo tudo aquilo que não lhe é necessário para viver. A partir da exibição do vídeo, propor aos estudantes que elaborem uma peça teatral, modificando o final da história. A peça poderá ser apresentada para outras salas da escola ou até mesmo ser aberta aos pais. Durante a preparação é importante garantir que todos os passos do teatro estejam presentes: desde a escolha do figurino, cenário, tema da peça, o dia da apresentação, o local, os convidados, a elaboração dos convites, o número de apresentações, as músicas que serão utilizadas, entre outros. Para a apresentação, sugere-se que a classe seja dividida em dois grupos, cada qual propondo um final diferente para a história. Para tornar a atividade ainda mais reflexiva, o(a) educador(a) poderá propor que um grupo prepare um final que defenda o consumismo, tratando o tema como necessário; e outro grupo que apresente argumentos contra o consumismo. filme completo em: www.youtube.com/watch?v=5XqfNmML_V4

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Outra sugestão é substituir a apresentação teatral por um debate, em que a turma, também dividida em dois grupos, apresente a defesa e a acusação a respeito do consumismo. O debate pode ser realizada no pátio da escola, e os alunos de outras salas podem fazer perguntas para os grupos, a fim de observar quais argumentos cada qual tem sobre o assunto.

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

Á

Todos os campos de atuação

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

Campo literário

CONHECIMENTOS SOBRE A LÍNGUA

Campo político-cidadão

EI

XO

EI

Todos os campos de atuação

XO

EI

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

ESCRITA

Campo investigativo

XO

EI

XO

ESCRITA

ESCRITA

Campo investigativo

Campo literário

XO

XO

ARTE

Teatro

ARTE

Artes visuais

XO

a re

EI

EI

XO

LEITURA

LEITURA

Campo literário

EI

Todos os campos de atuação

XO

EI

LEITURA

ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE

Á

MATEMÁTICA

a re AMBIENTE,

Á

RECURSOS E CIÊNCIAS DA NATUREZA RESPONSABILIDADES

XO

CIÊNCIAS HUMANAS

XO

EI

a re

EI

LINGUAGENS

XO

EI

XO

EI

XO

EI

XO

EI

a re

EI

Á

Ao trabalhar o problema provocado pelo lixo, a pesquisa com os familiares, a confecção do troféu, a interpretação da tirinha, a exibição do vídeo e a produção teatral ou debate com os alunos, de maneira interdisciplinar, serão contempladas as áreas e eixos:

HISTÓRIA

Linguagem e procedimentos de pesquisas

GEOGRAFIA

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A segunda versão revista do texto da Base Nacional Comum Curricular nos traz uma reflexão que também aborda a questão do consumismo:

(...) Nesta unidade são estudadas questões relacionadas a ambiente, a recursos naturais e à responsabilidade no seu uso, caracterizando os fenômenos e as interações de sistemas e organismos com o ambiente. Além disso, as implicações causadas pelo uso de produtos tecnológicos que provocam alterações climáticas, de temperatura e de radiação que atingem a superfície terrestre. Contempla, também, o entendimento das relações de diferentes populações humanas na Terra, em tempos e lugares distintos, quanto à utilização de recursos naturais e impactos causados e à adoção de alternativas sustentáveis que perpassem, desde a mudança de atitudes individuais e coletivas até a aplicação do conhecimento científico para o desenvolvimento de tecnologias sociais sustentáveis. Assim, busca mobilizar conhecimentos que promovam uma educação ambiental que favoreça a participação na construção de sociedades sustentáveis. Com essa unidade, procura-se responder a questões como: qual a relação existente entre o consumo humano e a disponibilidade de recursos naturais? Qual a relação existente entre modelo de desenvolvimento econômico, padrões de consumo humano e sustentabilidade? Qual o potencial de aproveitamento dos ambientes, a começar pelo ambiente doméstico? Qual a relação entre consumo e produção de resíduos? Como as atividades humanas inserem-se em ciclos e processos naturais (químicos, físicos e biológicos), afetando-os?.

Ministério da Educação

Base Nacional Curricular Comum. Proposta Preliminar. 2ª versão revista. Pág. 288. Abril, 2016.

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Atendendo à sugestão do texto da BNCC, pode-se organizar na escola uma gincana cultural, em que as perguntas podem ser as sugeridas pelo próprio texto (de maneira simplificada) e outras focadas em sala de aula e que sejam relevantes para a turma. É possível estudar com os alunos algumas curiosidades sobre o lixo, trazidas pelo Guia dos Curiosos e aproveitar o conteúdo para inserir nas questões.

10 CURIOSIDADES SOBRE O LIXO NO BRASIL A cada 24 horas, o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo - sujeira que seria suficiente para lotar 1.160 aviões cargueiros do tipo Boeing 747. Em 1982, cada brasileiro jogava fora meio quilo de lixo por dia. Em 1996, a média foi de 750 gramas per capita. Em 2012, o valor atingiu 1 kg. Ainda é pouco comparado com o Japão, onde cada habitante produz 2 quilos de lixo ao dia. São Paulo é a cidade brasileira que mais produz lixo. São 56 mil toneladas geradas todos os dias, quantidade que preencheria um prédio de 30 andares. Cerca de 42 mil toneladas, ou 75% dos resíduos, recebem destinação final adequada. Cada paulistano é responsável por gerar 1,4 kg de lixo por dia. Na década de 1980, Cubatão (SP), o maior polo petroquímico do país, foi considerada a cidade mais poluída do mundo. As indústrias despejavam a cada ano 4,7 milhões de toneladas de lixo sem tratamento no solo e na água de Cubatão. Esse número diminuiu para 1,6 milhão de toneladas, pois as fábricas desenvolveram processos que produzem menos sujeira e utilizam filtros apropriados para tratar os dejetos químicos. A queima de lixo libera até 27 metais pesados e gases. Eles contribuem para a formação de chuva ácida. Uma família de classe média joga fora cerca de 500 g de alimentos por dia. Em 20 anos, isso equivale a 3,6 toneladas. Se 1 milhão de famílias reduzissem essa quantidade pela metade, haveria uma economia anual de 90 mil toneladas de comida. Em 2012, foram produzidos 64 milhões de toneladas de resíduos no país. Daria para encher de lixo 178 estádios do Maracanã. Cerca de 24 milhões de toneladas (ou 37%) foram enviados a destinos inadequados. O Nordeste é a região brasileira em que há a maior quantidade de lixo sem destinação adequada. Lá, 65% dos resíduos recolhidos são encaminhados para lixões a céu aberto. O estado de Roraima, na região Norte, é o que menos produz lixo no Brasil. São geradas apenas 350 toneladas diárias, ou 870 g por habitante. Só 35 toneladas, no entanto, ou 10% do lixo produzido, recebem destinação final adequada. Os moradores de Santa Catarina, na região Sul, são os mais econômicos do país ao produzir lixo. Cada um gera 809 g de resíduos diariamente. No Distrito Federal, por outro lado, a população não parece ter a mesma preocupação. Lá, cada um produz 1,6 kg de lixo por dia. Uma em cada três pessoas no país não faz ideia de onde vai parar todo o lixo que ela produz por dia. Se você é uma delas, aprenda: a grande maioria do lixo produzido no Brasil é destinada a aterros sanitários. Lá, essa matéria é fermentada, gerando o chorume e o gás metano. Outra parte do lixo vai para usinas de reciclagem, solução muito mais ecológica. O processo, no entanto, é 15 vezes mais caro do que o realizado nos aterros.

85


A classe, dividida também em grupos, poderá se organizar com nome de equipe, grito de guerra, caracterização da roupa e outros. Além de responder às perguntas, podem-se pontuar os grupos pelas entregas de materiais recicláveis arrecadados pelo bairro, fazendo valer pontos de acordo com o tipo de material coletado, os quais posteriormente serão doados para as empresas de coleta seletiva e reciclagem da cidade. Ou ainda, antes da doação, organizar uma mini exposição com parte dos materiais arrecadados, a fim de que a comunidade escolar perceba a quantidade de lixo que é produzida no próprio bairro onde residem.

Latinhas de alumínio

Papelão (1 kg)

(10 latas)

8

2

pontos

pontos

Garrafas plásticas

Papel (500 gr)

(10 garrafas

2

pontos

4

pontos

Copos e pratos descartáveis

Embalagens de leite longa vida ou suco (30 embalagens)

(20 copos

7

ou pratos)

pontos

Tampinhas de garrafa (30 tampas)

Resposta correta

5

pontos

86

5

pontos

5

pontos


XO

Campo investigativo

ARTE

Brincadeiras e jogos

a re

XO

Á

MATEMÁTICA

GRANDEZAS E MEDIDAS

XO

EI

ORALIDADE/ SINALIZAÇÃO

Á

LINGUAGENS

EI

XO

EI

a re

EI

Á

Ao trabalhar com os alunos esses temas, de maneira interdisciplinar, serão contempladas as áreas:

NÚMEROS E OPERAÇÕES

a re

CIÊNCIAS DA NATUREZA

MATERIAIS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES

AMBIENTES, RECURSOS E RESPONSABILIDADES

Para finalizar o projeto, de maneira a garantir uma conclusão significativa e com a participação dos alunos, sugere-se a organização de uma feira de trocas, envolvendo-os no entendimento da possibilidade de trocar objetos que não são mais úteis por outros, diminuindo assim o consumismo e a aquisição de objetos novos e, consequentemente, a geração de lixo. As feiras de trocas se baseiam na economia solidária, em que se substitui o lucro, o acúmulo e a competição pela solidariedade e pela cooperação; valorizando o trabalho, o saber e a criatividade humana e não o capital e sua propriedade - buscando assim um intercâmbio respeitoso com a natureza. Para organizar a feira de trocas na escola é importante que os seguintes pontos sejam observados: Os alunos devem levar bens que possam ser trocados, como livros, objetos pessoais, roupas, brinquedos e outros. Definir uma data, o local (que pode ser o pátio, uma sala de aula, etc.). Confeccionar panfletos convidando os demais alunos e a comunidade para participar, e organizar o espaço com carteiras, por exemplo, para servir de apoio. Criar uma moeda social, a qual somente terá valor de troca dentro da feira, para que, caso um aluno deseje um objeto, mas o responsável não se interesse por nada que o colega tenha para trocar, então utilize tal moeda. Sua função será possibilitar essa troca indireta. Essa moeda pode ser confeccionada pelos estudantes, garantindo-se um nome e uma identidade visual própria, como se fosse um dinheiro do jogo “banco imobiliário”, por exemplo.

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Organizar um banco, que compra com a moeda social uma cota dos produtos. Essa é a forma de colocar as moedas em circulação para a feira começar. Para isso, os alunos devem se dirigir ao banco logo na chegada (os produtos adquiridos pelo banco, por sua vez, podem ser revendidos na própria feira).

$

Definir o valor dos produtos. Após o término da feira, realizar uma avaliação, analisando se os objetivos foram atingidos: se houve economia no sentido de diminuir a geração de lixo; como se deu a participação das pessoas, etc. Possibilitar essa experiência aos alunos lhes trará grande satisfação, pois perceberão que o projeto que se iniciou a partir da apreciação do espetáculo, culmina agora com uma ação efetiva para auxiliar no combate à geração de lixo.

ESCRITA Todos os campos LINGUAGENS de atuação

ESCRITA Campo da vida cotidiana

EI

XO

ESCRITA Campo político-cidadão

CONHECIMENTO SOBRE A LÍNGUA

a re MATERIAIS, PROPRIEDADES E TRANSFORMAÇÕES

AMBIENTE, RECURSOS E RESPONSABILIDADES

Á

CIÊNCIAS DA NATUREZA

a re

XO

MATEMÁTICA

GRANDEZAS E MEDIDAS

XO

EI

Á

XO

EI

XO

EI

EI

a re

XO

EI

Á

As áreas do conhecimento que poderão ser trabalhadas a partir da feira são:

NÚMEROS E OPERAÇÕES

A avaliação do projeto poderá acontecer de maneira processual e contínua, analisando a participação e envolvimento dos alunos durante o desenvolvimento das atividades, assim como o resultado da produção da finalização. Importante lembrar que o olhar avaliativo do(a) professor(a) deverá sempre permear todo o processo da construção do conhecimento e não somente o resultado final, garantindo dessa forma um ensino de qualidade e de significado para os educandos!

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Ficha Técnica LIVRO Idealizadores_Beto Andreetta e Mari Gutierrez Coordenação de produção_Mari Gutierrez Coordenação editorial_BuZum! e casadalapa Autoria do Material Pedagógico_SABERES_Consultoria e Assessoria Educacional Coordenação do Material Pedagógico_Mércia Falcini Elaboração e Adaptação do Material Pedagógico_Giani Peres Pirozzi, Mércia Falcini eTaísa Gasparini Rizo Texto de Apresentação_Guilherme Soares Design e Projeto Gráfico_Sato do Brasil e Murilo Thaveira > casadalapa Ilustração, Fotoilustração e Coloração_Sato do Brasil e Murilo Thaveira > casadalapa e Renoir Santos Fotos Bonecos Mamulengo: Sato do Brasil > casadalapa Revisão dos HQs_Kyanja Lee Fotos_Dalton Valério, Getúlio Ribeiro, Igor Souto, Lucas Francisco, Milene Milan, Vaguynho de Castro, Wagner Klebson e Will Pereira

Ficha Técnica BUZUM! Diretor Artístico_Beto Andreetta Diretor Administrativo_Jackson Íris Diretora de Produção_Mari Gutierrez Diretor dos Espetáculos_Wanderley Piras Coordenador de Produção_Aldo Andreetta Produtoras Executivas_Fabíola Gonçales e Juliana Christão Assistente Financeiro_Glaucia Souza Assessoria de Imprensa_Buriti Comunicação > Paula Corrêa e Marina Abramowicz Produtores de Campo_Leonardo Campos e Thiago Catelani Elenco_Alessandra Siqueyra, Dinho Weller, Geovana Oliveira, Júlia Barnabé, Kelly Guidotti, Nilton Marques, Nina Rocha, Tita Azevedo e Thiago Thalles Ensaiadores_Dinho Weller e Nina Rocha Técnicos_Roger Borges e Henrique Hertzel Motoristas_José Valério e Renner Santos Ajudante Geral_Ronivaldo Alexandre Realização_BuZum!

até mais!!!

Professor, aqui termina o nosso livro, mas você ainda pode falar com o BuZum!. É só mandar um e-mail com sugestões, críticas ou nos contar como foi a sua experiência com o projeto e com este material. Para saber por onde anda o BuZum! é só curtir a nossa página, seguir a gente no Instagram ou então entrar no nosso site!!! Adoramos vir até a sua escola! buzum@buzum.com.br www.buzum.com.br /projetobuzum @projetobuzum





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