Arquitectos da Primeira República: de M a Z

Page 1

BOOK

BY THE

FRANCISCO GENTIL BERGER

Arquitectos da Primeira República de M a Z

de M a Z

FRANCISCO GENTIL BERGER


B Y T HE

BOOK

Edições Especiais, lda Rua das Pedreiras, 16-4º 1400-271 Lisboa T. + F. (+351) 213 610 997 www.bythebook.pt

©Edição By the Book, Edições Especiais Título Arquitectos da Primeira República, de M a Z ©Texto Francisco Gentil Berger Revisão Fernando Milheiro | Iria Caetano Fotografia Do Autor, excepto: António Homem Cardoso (pp. 166-167) Hugo Figueiredo (pp. 24, 25, 36, 46, 47, 80, 129, 148, 149, 174, 185) Col. Estúdio Horácio Novais I FCG-Biblioteca de Arte e Arquivos (p. 162) Edição de Imagem Maria João de Moraes Palmeiro Impressão Diário do Minho ISBN 978-989-8614-83-4 Depósito Legal 455770/19


Prefácio António valdemar Preâmbulo

M N P R T V

7

11

Miguel josé nogueira júnior 17

norte júnior 29

pardal monteiro 79 piloto 96

Rafael duarte de melo 99 raul lino 111 Rozendo carvalheira 133

TERTULIANO DE LACERDA MARQUES 147

VENTURA TERRA 165 VITOR BASTOS JÚNIOR 188

Agradecimentos Nota Biográfica Bibliografia

198

195 António valdemar

196


6


Arquitectos e Arquitectura da República – um inventário que fazia falta Prefácio

António valdemar

As origens políticas, sociais e culturais da República em Portugal antecederam e em muitos anos a Revolução de 5 Outubro de 1910: a concentração determinante de civis e militares armados na Rotunda; a proclamação feita na Câmara Municipal de Lisboa; os 16 anos de sucessivos e atribulados governos que terminaram em 1926, com a instauração de uma ditadura militar. Seguiu-se a ditadura de Salazar, que manteve e agravou a privação das liberdades constitucionais, a interdição dos partidos políticos e dos sindicatos, o reforço da censura à imprensa e da polícia política e outros mecanismos de repressão, para garantir a continuidade do regime até ao 25 de Abril. Os primórdios da República remontam a Henriques Nogueira e à sua doutrinação, à fundação do Partido Republicano em 1876 e, sobretudo, à comemoração, a 10 de junho de 1880, do Centenário de Camões, celebrado com entusiasmo em todo o país e que ficou a ser a certidão de nascimento do Partido Republicano Português. Conciliou, quer na linha de pensamento, quer na esfera da acção, várias facções ideológicas que permaneciam dispersas e, por vezes, divididas por antagonismos que pareciam irredutíveis. É, todavia, nas últimas décadas do século XIX e na primeira década do século XX que se constituiu uma forte presença republicana, de norte a sul do país, na Madeira e nos Açores, e em territórios portugueses coloniais. 7


É nesse período que deparamos o início da organização partidária e da representação parlamentar, o crescimento de uma imprensa interventiva e de uma consciência cívica actuante em numerosos sectores da sociedade portuguesa, em especial nas grandes cidades. Arquitectos formados nas Escolas Superiores de Lisboa e Porto – naquele tempo ainda se chamavam Academias – têm filiação partidária e alguns deles exerceram funções autárquicas. Entre os exemplos mais significativos destaca–se Ventura Terra que integrou, em Lisboa, a partir das eleições de 1908, a vereação republicana presidida por Anselmo Braamcamp Freire. Francisco Gentil Berger, professor da Faculdade de Arquitectura de Lisboa e mestre de várias gerações de arquitectos, sócio efectivo da Academia Nacional de Belas Artes prossegue, neste segundo volume, a inventariação das principais obras de arquitectos que, entre 1910 a 1926, realizaram obras que acentuaram as tendências de uma época e, em diversos casos, evidenciaram a simbologia relacionada com ideais e concepções inseparáveis da opção republicana. Fruto de investigação em arquivos e em revistas como A Construção Moderna, Francisco Berger – neste inventário que não existia e que fazia falta – apresenta-nos uma visão de conjunto do que se construiu de mais relevante nas grandes cidades e nas suas periferias, entre as quais Sintra, Estoril e Cascais. Estamos perante arquitectos de renome que tiveram como mestres, em Lisboa, José Luís Monteiro e Vitor Bastos, e, no Porto, Marques da Silva e José Teixeira Lopes. Mas temos ainda os que se formaram em Paris como Ventura Terra, ou na Alemanha como Raul Lino. Há, todavia, ainda outros como Ernesto Korrodi, professor do ensino industrial em Leiria, ou Moura Coutinho, funcionário público em Braga que, por não haver regulamentação legislativa,

8


praticaram a arquitectura sem possuir as habilitações profissionais e que, só mais tarde, passaram a ser exigidas. Neste segundo volume, Francisco Berger, ao mesmo tempo que completa o inventário relativo ao período de 1910­‑1926, volta a aproximar–nos da obra de arquitectos de reconhecido mérito – e citamos por ordem cronológica: Rozendo Carvalheira (1863-1919), Vitor Bastos Júnior (1866-?), Ventura Terra (1866-1919), Raul Lino (1879-1974), Norte Júnior (1878-1961), Miguel Nogueira (1883-1953), Tertuliano Marques (1883-1942) e Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957). Conceberam, por exemplo, liceus, escolas, hospitais, igrejas, cafés, restaurantes, estações de caminhos-de-ferro, teatros, cinemas e casas de habitação. Umas vezes subordinados às disposições de concursos públicos ou ao gosto dos clientes, outras, dando expressão à sua criatividade. As características destas obras analisadas pelo Autor revelam os elementos estruturais e os elementos decorativos salientando, entretanto, a colaboração de arquitectos com escultores e ceramistas. A obra de Francisco Berger – que vem completar o que já publicara acerca da arquitectura na República –, além da notável importância documental e crítica, alerta para situações muito pertinentes e que requerem a atenção dos responsáveis autárquicos. Alguns edifícios emblemáticos foram implacavelmente destruídos, a fim de favorecer a especulação imobiliária; e existem outros edifícios que se encontram na iminência de desaparecerem para dar lugar a construções polémicas. Tudo isto obriga a salvaguardar com urgência um património valioso que representa o testemunho de uma época que fez história e, que há muito, também já passou a fazer parte da História.

9


10


Preâmbulo Neste segundo volume, concluímos o nosso estudo sobre a obra realizada pelos arquitectos que, durante a Primeira República, ou seja, entre 1910 e 1926, praticaram a profissão em Portugal continental. Além dos elementos recolhidos das obras, que ainda hoje existem, destes importantes arquitectos, alguns são dos que mais se distinguiram pela obra produzida, procurámos dar a conhecer, também, os aspectos mais importantes das suas biografias, bem como a evolução cronológica das obras. Foram muitas as dificuldades encontradas, sobretudo quanto às obras que não chegaram a ver a luz do dia e cujos projectos figuram em revistas e publicações coevas que, no entanto, nunca foram construídas, obrigando-nos a muitas deslocações, para procurar a sua eventual existência, em vão. Todas aquelas obras que, entretanto, a despeito da sua valia, foram demolidas, substituídas ou já desapareceram, sem deixar quaisquer vestígios, não são referidas. O facto de apresentarmos todo o edificado, apenas, pelo seu aspecto exterior, não significa que todos os restantes elementos que constituem a obra, sejam menos importantes para o estudo da Arquitectura, mas sim, que as fachadas constituem o aspecto mais passível de observação directa do público e de quem percorre o espaço construído. Acresce que o conjunto das fachadas de um trecho de Cidade é, contudo, aquilo que determina o espírito do lugar e que deve merecer o respeito pela imagem física e mental que cria em nós, que deve perdurar, para sentirmos onde estamos e onde pertencemos.

11


Não se trata, pois, de promover as fachadas como o todo da arquitectura, mas sim, de não deixar cair no esquecimento muitos dos autores que, embora olhemos diariamente para obras suas, pouco as vemos e, muito menos, saibamos quem as projectou. Assim, tudo o que façamos para tirar do quase-anonimato muitos arquitectos que nos precederam é meritório e um dever de quem ensina e estuda arquitectura, este é, por isso, um dos objectivos a que nos proposemos. Não menos importante, a nosso ver, é contribuir para que, pela divulgação destas obras tão merecedoras da nossa admiração e respeito, contrariar a intenção que o Estado Novo teve em fazer esquecer todas as grandes iniciativas desse período, não só das muitas realizações na arquitectura, como de autores do mundo cultural e artístico dessa época. Sem pretender tirar conclusões definitivas sobre os aspectos formais, patentes em diversos autores e que persistem num número significativo de obras deste período julgamos, no entanto, que certos elementos formais são recorrentes e que merecem ser enunciados. Em relação à composição formal, o elemento mais comum a todos os autores, é a simetria total em relação ao eixo central das fachadas principais, que é comum em todas as tipologias. O segundo aspecto é a utilização de três arcos plenos em muitas composições. O terceiro é a recorrente utilização dos cinco tramos nas fachadas habitacionais. Por último, não menos característica, é a utilização de arcos nas padieiras de portas e janelas, em detrimento de padieiras rectas.

12


Quanto a elementos decorativos, a utilização de ornatos em baixo e alto-relevo, bem como esculturas, prática que não foi exclusiva deste período, têm aqui, uma presença frequente, que chegou até meados do século XX. Também o uso de frisos e cartelas em azulejo policromo e azul e branco, é um elemento a que estes autores recorreram com frequência. Em conclusão, espero que este trabalho, fundamentalmente dedicado aos alunos de arquitectura, possa contribuir para que revendo o nosso passado próximo, ao estudá-lo agora, ele possa contribuir para melhorar as realizações da profissão no futuro.

13


ABCDE

14


FG HIJKL

15


M

M 16


MIGUEL JOSÉ NOGUEIRA JÚNIOR Arquitecto nascido em Seixas no Alto Minho no ano de 1883, onde veio a falecer em 1953. Cursou Arquitectura na Escola de Belas Artes de Lisboa e foi bolseiro em Paris durante dois anos. Trabalhou com o arquitecto Ventura Terra, seu mestre e conterrâneo, e foi quem concluiu o Santuário de Santa Luzia, projecto inicial do seu mestre. Foi professor em Viana do Castelo na Escola Monserrate, entre 1944 e 1953. É autor de várias obras ainda existentes em que se destacam as seguintes: o edifício que obteve o Prémio Valmor de 1913, sito na esquina da Avenida da República com a Avenida João Crisóstomo; um prédio na Rua de Campolide; o Prémio Valmor de 1916, na confluência da Rua Luís Bívar com a Tomás Ribeiro; a sede do antigo Banco Angola e Metrópole, hoje Banco de Fomento, na Rua da Conceição; a sede da Casa dos Açores na Rua dos Navegantes, esquina com a Travessa do Combro. Além destas obras é lhe atribuída pela revista A Construcção Moderna e as Artes do Metal, n.º 4 – Ano XIV (1914), o projecto de uma escola primária para os dois sexos na localidade de Santosa que, como pude verificar, ou nunca foi construída ou foi substituída.

M 17


Vila Idalina [1] É um trabalho iniciado por este arquitecto, quando ainda era estudante de arquitectura, poucos anos antes de partir para Paris, onde frequentou as Beaux-arts, como bolseiro. Nogueira Júnior fez vários estudos para esta vivenda em Seixas, encomendada pelo Sr. J. A. Costa e concluída por volta de 1911. Situa-se num terreno entre a Avenida Joaquim Maria Portela e a Rua Miguel Ventura Terra. Construção de simetria total em relação à torre frontal da fachada para a avenida, da qual se separa por um muro gradeado com um portão. [1]  Carreira, Lurdes – “Evidências do Retorno”, Revista da Faculdade de Letras, 1.ª série, vol. 2, Porto, 2003, pp. 499-520.

M 18

Ao piso nobre acede-se por duas escadas gradeadas em curva e sob a torre hexagonal colada à fachada com dois corpos laterais de cada lado da porta principal. Os primeiros com três pisos e os laterais dois. A torre tem quatro pisos, sendo dois vazados suportados por colunas metálicas e os dois com janelas iguais, uma em cada face. Os pisos são separados por frisos de azulejos policromos com motivos geométricos e florais. Os corpos laterais são separados entre si por pilastras de pedra com desenhos incisos. Coroa a torre um mirante com um remate em pirâmide.


M 19


Prédio na Avenida da República Este prédio, que obteve o Prémio Valmor de 1913, talvez seja a obra mais importante deste autor e situa-se na confluência da Avenida da República com a Avenida João Crisóstomo. O edifício apresenta quatro andares e um amansardado na cobertura em ardósia. Tem entrada pela Avenida da República, onde os três tramos são assimétricos e de diferentes dimensões. O de esquina joga com os adjacentes dos dois lados. Na Avenida João Crisóstomo apresenta entre os dois pináculos da cobertura um tramo mais largo com três janelas. Todas as janelas são em arco, excepto as do primeiro andar. Enquadram as janelas do segundo e terceiro pisos arcos que ressaltam do plano da fachada. Sobre as aberturas, rica ornamentação de grande plasticidade, que culmina na esquina na junção dos grandes arcos com duas pilastras que nascem do ornato até ao entablamento.[2] [2]  A Construção Moderna, Ano XIV, n.º 7, de 10 de Abril de 1914.

M 20


M 21


Prédio na Rua de Campolide Construção bem mais modesta que a anterior, do mesmo autor, esta é uma casa unifamiliar de dois pisos, que apresenta alguns pormenores característicos deste arquitecto. São disto exemplo as serralharias das janelas de peito do rés-do-chão, bem como das sacadas do primeiro andar, sendo que nestas, a ornamentação vegetalista é algo semelhante às do prédio da Avenida da República. Também os ornatos salientes entre as aberturas do segundo piso e os arcos sobre as vergas, neste caso abatidos, têm a mesma linguagem do edifício anterior. [3] [3]  A Construção Moderna, n.º 12, de 25 de Junho de 1915, n.º de Ordem 444.

M 22


Prédio na Rua Luis Bívar Situa-se o prédio que ganhou o Prémio Valmor de 1916, na esquina das ruas Luís Bívar e Tomás Ribeiro e, tal como se pode ver no dístico referente ao prémio inserto na fachada, foi proprietária uma senhora, de nome Rita Dias. Trata-se de uma construção de cave e quatro pisos, em que o primeiro andar se distingue dos restantes por apresentar janelas de sacada com serralharia decorativa, que também é patente nos três tramos curvos da esquina nos três andares superiores, que são coroados por um frontão decorado por ornatos em relevo e rematado superiormente, por uma cimalha em ângulo, formando um triângulo arqueado.

M 23


Banco de Fomento Antigo Antigo Banco Angola e Metrópole Este edifício, que data de 1919, localiza-se na Rua da Conceição n.os 134 e 136 e está ligado ao maior burlão do século XX, Alves dos Reis que, nesse banco, iniciou o seu esquema de notas falsas. Trata-se de um exemplar de arquitectura que ostenta uma decoração em alto-relevo exuberante, pouco comum no léxico decorativo deste período, mas que é característica da evolução deste arquitecto. O edifício tem cinco pisos todos de diferente dimensão e decoração. O piso térreo apresenta uma arcaria fenestrada com vergas abatidas e uma tabela que liga todo o conjunto. O primeiro piso mostra também um friso corrido com decoração sobre os vãos em triângulo e diferenciada nos nembos.

M 24

Os pisos restantes, embora decorados, não o são com igual exuberância. A fachada da Rua da Conceição apresenta quatro tramos assimétricos, em relação no que difere dos restantes por ser saliente, pela maior dimensão, pelos ricos elementos decorativos que apresenta, e ter um piso suplementar. A fachada que apresentamos, a da Rua do Crucifixo, tem maior dimensão que a anterior e sete tramos simétricos, em vez de quatro mas, é uma réplica decorativa da primeira. A largura das artérias onde se situa torna difícil a visão de conjunto deste exemplar, que é um dos mais decorados do período considerado, só comparável a dois edifícios do arquitecto Norte Júnior, como veremos quando tratarmos da sua obra.


M 25


O prédio da Casa dos Açores Apenas dois anos depois de ter projectado o edifício anterior, em 1921, Miguel Nogueira projectou um edifício na Rua dos Navegantes na esquina da Travessa do Combro, que se apresenta numa linguagem totalmente distinta da usada no Banco de Fomento e que se pode dizer que pressagia o período Art déco subsequente, que vigorou principalmente na década de trinta que se seguiu. Embora o movimento e forma dos elementos que compõem a fachada, e ainda o diálogo de planos e diferenciação de vãos tenham o cunho da mesma autoria, sobressaem aqui a ausência total de elementos decorativos e a sua geometria depurada que conferem a esta obra a sua forte originalidade.

M 26


M 27


N

N 28


NORTE JÚNIOR Arquitecto que nasceu em Lisboa em 1878 e faleceu em Sintra em 1961, e que é, reconhecidamente, um dos mais proeminentes do período deste trabalho. Não só pelo número de obras realizadas em todo o país, de diversos tipos, habitação unifamiliar e colectiva, colégios, edifícios industriais e edifícios públicos. Destes ainda hoje resta um número considerável, não só pela qualidade, como também pelo mérito das obras, que lhe são reconhecidos. Parte dos trabalhos que realizou são anteriores ao horizonte temporal deste trabalho. Formou-se na Escola de Belas Artes de Lisboa em 1900, seguiu para Paris com uma bolsa de estudos, onde frequentou a École de Beaux-arts, curso que interrompeu para se casar. Depois com nova bolsa de estudos, também em Paris, frequentou o atelier de um dos arquitectos mais conceituados nessa época, o arquitecto Jean-Louis Pascal. Viajou por Espanha e Bélgica [4] antes de regressar a Portugal, onde iniciou a sua profícua e extensa produção. Data de 1904 o projecto da casa Malhoa, que recebeu o seu primeiro Prémio Valmor. No período do nosso estudo recebeu mais três prémios Valmor, um em 1912, pela moradia conhecida por Vila Sousa na Alameda das Linhas de Torres, outro em 1914, pela moradia na Avenida Fontes Pereira de Melo, hoje sede do Metropolitano, e ainda pelo edifício de habitação colectiva da Avenida da Liberdade n.os 206 a 218. [4]  “Norte Júnior Obra Arquitectónica” – Tese de mestrado de Maria da Conceição Ludovice Paixão – UNL , 1989.

N 29


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.