Passeio Moderno

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PASSEIO MODERNO Bernardo Mascarenhas de Lemos


© Edição: By the Book, edições especiais © Texto: Bernardo Mascarenhas de Lemos Tipografia: Real Base ISBN: 978-989-8614-87-2 Depósito Legal: 458019/19


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Nota do Autor

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Agradecimentos

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Prefácio

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A PORTA DA PERCEPÇÃO

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TRANSPORTE MODERNO

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MARQUÊS MARCELO REBELO DE POMBAL I

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QUARTETO 2018

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MARQUÊS MARCELO REBELO DE POMBAL II

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CONSULTA DE ALMOÇO

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O VELHO DO SALDANHA

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JOVENS MODERNOS

49 ALICE 65

MOTORISTAS – ANTIGOS E MODERNOS

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SÊ FELIZ

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DRAMAS DO SÉCULO XXI

77

TAO-TAO EXPERIENCE

83

BAIRRO QUÊ?

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LAST NIGHT THE DJ DID NOT SAVE MY LIFE

98 MODERNICES



Prefácio Conheci o Bernardo através dos “aparelhómetros” de que fala em Passeio Moderno. É necessário confessar que, apesar de termos uma relação profissional há mais de dois anos, nunca nos encontrámos fisicamente, em carne e osso (!), porque estes tempos modernos, tão bem descritos nesta obra, não têm apenas aspectos negativos e permitem que pessoas se conheçam com a ajuda das ferramentas digitais. Bernardo Mascarenhas de Lemos transpõe para esta obra, que me deu a honra de prefaciar, um olhar arguto e um tom irónico que já lhe conhecia. Contudo, neste “passeio”, a ironia integra uma certa dose de inquietude relativamente a esta nova era que vive a sua cidade. O autor demonstra uma atenção e, mais exactamente, uma vigilância extraordinária sobre tudo aquilo que diz respeito à “maravilhosa, majestosa, inigualável cidade de Lisboa”. E torna-se óbvio que Bernardo escreve pela preocupação provocada pelas mudanças que se produzem a “um ritmo perturbador”. Num passeio de um dia pela capital portuguesa, vamos descobrir a Lisboa de hoje, pela mão de um autor jovem, que se assume como “geração sénior”, apesar de não fazer parte dela. O passeio começa no metropolitano, mas rapidamente salta para as mais emblemáticas avenidas de Lisboa, onde descobrimos pessoas de telemóvel na mão, estátuas que se transformam, crianças e jovens, táxis e Uber, estrelas do cinema e da música que se apropriam da cidade de Bernardo, 15


consultores bem penteados, e uma esquizofrenia musical omnipresente. O autor dá provas de ecletismo e de amor pela música ao longo das páginas, enquanto nos faz descobrir um ambiente de consumo imediato em que se salta de uma faixa para a outra como se já ninguém tivesse tempo para ouvir um tema de quatro minutos. Mas nem tudo é negro nesta Lisboa do Bernardo: apesar de as ruas estarem cheias de gente “que vai e não volta”, amanhã é outro dia. Raúl Reis Fundador do jornal BOM DIA e amante de Lisboa

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A água que não corre forma um pântano; a mente que não pensa forma um tolo. Victor Hugo

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A PORTA DA PERCEPÇÃO O Camilo levantou-se para se servir de mais vinho. De copo cheio, regressou à mesa onde estavam sentados Eça, Bocage, Pessoa, Kafka e Morrison. Entre copos, fumos e opiáceos, os seis cavalheiros conversavam calmamente. Kafka tentava explicar a Eça que existia agora no mundo moderno um dispositivo electrónico capaz de fotografar e filmar, e através do qual, entre muitas outras coisas, as pessoas se correspondiam. Explicava que o aparelho estava por todo o lado e que tanto os portugueses como os checos o utilizavam obsessivamente. Eça olhava-o atentamente com um ar desconfiado e alguma vontade de rir. Tudo aquilo lhe parecia confuso e absurdo. A descrição de uma realidade demasiado disparatada para ser verdade. No outro canto da mesa, Bocage, já visivelmente embriagado, enchia o copo de Pessoa e falava-lhe das maravilhas do mundo moderno. Começou por lhe dizer que o amor era coisa do passado e que já não se sofria tanto – se é que o sofrimento amoroso é mensurável. Que havia maneiras inimagináveis de “sacar” mulheres e que elas gozavam de uma independência que lhes permitia excluir os homens das suas vidas. Pessoa estava incrédulo e apaziguou a surpresa com um grande gole. Morrison, também ele alterado pelos opiáceos que por ali iam circulando, ria às gargalhadas. Foi então que Bocage lhe falou das outras maravilhas do mundo moderno: festas intermináveis, música acelerada e todo um 19


admirável mundo de drogas novas. Falou-lhe dos bares especializados em gin – e as mil e uma maneiras de preparar a bebida – e afirmou convictamente que o whisky japonês era dos mais cobiçados. Morrison, já completamente destruído por aquela panóplia de alterações cerebrais respondeu: There are things known and things unknown and in between are the doors.2 E, de repente, a porta do corredor bateu com grande estrondo! Tinha deixado a janela entreaberta e a nortada, típica de verão, não deu hipótese. Acordei sobressaltado e fiquei a moer aquele sonho estranho – kafkiano mesmo – enquanto me encaminhava para o banho. Eram sete e meia da manhã, a hora a que me disseram para acordar. Eu não sabia bem o que tinha para fazer nesse dia, mas acordei na mesma com pressa, à pressa e com vontade de fazer tudo apressadamente. Seguiu-se o pequeno-almoço. Leite de vacas moçambicanas, especialmente colhido às quatro horas da manhã, e duas torradas secas de pão feito sem água nem farinha, tal como me disseram para comer. Ainda tive tempo para um café, sem cafeína, e imediatamente saí de casa. 2. Referência à citação de Jim Morrison, vocalista da banda californiana The Doors: “Há o que se sabe e o que não se sabe e, no meio, estão as portas” (the doors). Citação baseada na do poeta britânico William Blake: If the doors of perception were cleansed everything would appear to man as it is, infinite. 20


TRANSPORTE MODERNO A rua estava atarefada. A histeria e o nervosismo eram visíveis. As pessoas a pé deslocavam-se depressa como se a sua vida dependesse de cada passo. Quem seguia de carro buzinava, buzinava e voltava a buzinar, como se a vida ou a morte pudessem ser resolvidas pela sonoridade. A inquietação era tanta que até eu me apressei, ainda mais, para as escadas do metro. Enquanto as descia, um grande grupo de miúdos fardados subia. Deviam ter entre doze e dezasseis anos. À excepção da altura e das borbulhas na cara não se lhes notava diferenças. Subiam todos na mesma posição – olhos baixos, pescoço na mesma direcção. Subiam ao mesmo ritmo mas sem se olharem, e sem qualquer tipo de interacção. Pareciam um bando de soldadinhos de chumbo. Mas sem chumbo, nem armas, apenas com o telefone na mão. É verdade que se sentia um companheirismo entre eles, mas tão enfraquecido pela máquina que não se pressentia a sua intensidade. Os “soldadinhos” iam subindo em fileiras, representando bem a disciplina e a ordem da farda que vestiam. Picar o passe para aceder ao metro foi um exercício que me levou mais de cinco minutos. O metro tem dez torniquetes, mas normalmente só funcionam um ou dois. Quando por fim cheguei à plataforma, sem surpresa minha, o marcador do tempo de espera contava cinco minutos. Estávamos em hora de ponta. 21


Enquanto esperava pelo metro chegou aquele casal que tantas vezes vejo. Eles não têm pressa, nem andam no frenesim dos outros. A única explicação que posso encontrar é a de estarem apaixonados. Como é que eu sei? Eles não têm vergonha de saborear os lábios um do outro num “espectáculo salival” que, a ser descrito, seria o antónimo mais forte do belo. Observado de perto podemos ver a baba pegando-se de um lado ao outro, num jeito lamentável, sobretudo para quem acordou tão cedo. Esta é uma das consequências do sentimento de pertença e aceitação – perder a vergonha do olhar de terceiros. Para além disso, vê-se nos seus olhos uma réstia de esperança, como se por voltarem a sentir-se amados na meia idade resolvessem todos os problemas futuros e desfizessem tantas frustrações passadas. Chegado o metropolitano, nada de surpresas. Cheio, à pinha, lembrando aqueles filmes assustadores da Segunda Guerra Mundial em que os refugiados se atropelavam uns aos outros para garantir o seu lugar rumo a um destino muito distante da zona de conflito. Como se partissem para não mais regressar. No metro de Lisboa as pessoas também se atropelam umas às outras para assegurarem o seu lugarzinho. Partem, mas voltam. Sobrevivem, mas estão menos vivas. As pessoas atropelam-se para não chegar tarde ao trabalho – o sonho real de cada um. Tão vívido que não se pode perder nem um pedacinho desse tempo. Tão importante que a maioria das conversas que se têm ao almoço com os colegas mais próximos (a proximidade aqui é dúbia) são, muitas vezes, uma expressão de frustração, ou simplesmente uma tagarelice maldosa sobre a pessoa que trata da gestão daquele nosso tempo precioso. Enfim, passar o tempo a dizer mal do 22


chefe é um dos contributos mais inúteis de sempre, apenas contribui para coisa nenhuma. Aquelas carruagens cheias de “escravos” suados, gordos e magros não me deram hipótese de entrar. Seguiram caminho e, surpreendentemente, o metro seguinte chegou em menos de dois minutos. Excelente. O metro chegou. Este sim, estava tranquilo e havia bastante espaço. À excepção daquele casal cinquentão para quem eu não tenho palavras, nem vocabulário para descrever, o ambiente estava civilizado. Até começar a sinfonia dos espirros em conjunto com a voz daquela senhora que estava ao canto e que falava ao telefone, como se estivesse numa cabine particular. Ficámos a saber que ela saía às 17h e que depois passava no Continente da Praça do Chile e que a Carla está melhor e que já come bem e que o marido da Adelina continua com problemas renais fruto do seu estado de embriaguez constante... Soubemos, também, que a prima Susana vinha lá de França algures em Agosto. Para além daquela maravilhosa sinfonia com que a mulher gorda do canto nos brindava, assistíamos também a uma coreografia. Os movimentos eram um pouco descoordenados, mas eram idênticos. Mesmo sem saberem, quase todos os passageiros do metro participavam nesta “dança”, o que provocava um efeito, per si, curioso. Fazia lembrar uma coreografia de espectáculo de vanguarda, assim meio experimental e que só os verdadeiros intelectuais têm capacidade de perceber. A dança conjunta era simples: tocar dedo a dedo – tak, tak, tak – no aparelhómetro rectangular que emite uma luz que, também ela em conjunto, provoca um efeito fascinante. O que mais há no metro são dançarinos. Tenho só imensa 23


pena que a maioria não sejam dançarinas. Como eu lamento não as poder olhar nos olhos, deslumbrar-me com a sua cor ou até descobrir o seu formato. As feministas que não me levem a mal. Não se trata de assédio, apenas de uma necessidade humana: descobrir a beleza na vida, da vida, e, para um homem, a mulher representa um papel essencial nesta descoberta. Penso recorrentemente: Será que antigamente alguém se apaixonou no metro? Uma troca de olhares subtil, uma saída conjunta. Hoje em dia seria impossível tal acontecer. Lembrei-me de que a conjuntura do presente já permite escrever um romance em que a história de amor seria contada da seguinte maneira: “E então, estavam os dois no metro. Ele ficou sem bateria, ela também. Não havia nada para fazer. Levantaram o pescoço no mesmo exacto momento. Os seus olhos cruzaram-se numa profundeza tão inimaginável que indicava amor”. Eu vinha do Campo Grande e, quando parámos em Entre Campos, fiquei surpreendido pela enorme quantidade de massa humana que entrou. De repente, ficámos ali, todos encostados uns aos outros. Nesse momento, reparei numa miúda nova, devia ter uns vinte anos. Era bonita e estava cercada por quatro homens grandes e de aspecto duvidoso. O seu olhar refém quase gritava por socorro. Estava enfiada nos braços daquelas quatros criaturas que seguravam o poste do metro, a que a miúda se encostava completamente encolhida, tentando libertar-se das quatro paredes que a cercavam. O desconforto era tão evidente que até eu o consegui sentir. Sobretudo porque via como dois deles se roçavam na pobre rapariga, babando-se como hienas esfomeadas. A sua sorte foi ter saído no Campo Pequeno, livrando-se assim daquela invasão repugnante. 24


Faltava apenas uma estação para eu sair e tive tempo para assistir a uma discussão amorosa entre dois jovens que decidiam na frescura da manhã se deviam ou não ir jantar com aquele casal amigo. Ele dizia que não, ela dizia que sim. A decisão, para grande espanto meu, foi tomada através do uso daquele aparelhómetro rectangular de que falava há pouco. Depois de verificarem rapidamente a lista de convidados, conseguiram, finalmente, tomar a decisão. Não iam. Se fulano e sicrano iam estar, eles não. Decisão rápida e feita na hora precisa em que as portas do metro abriram e eu pude, finalmente, sentir o ar encardido da estação de metro do Marquês de Pombal. Uma mistura de cheiro a esgoto com colónia cara, que nem o melhor Nose3 conseguiria identificar. Comigo saíram mais de metade dos ocupantes do metropolitano. Uma enchente diversificada dirigia-se, cabisbaixa, mas com a maior pressa do mundo, para as escadas. Quem as descia não tinha outra hipótese que não fosse enfrentar uma multidão que mais parecia uma manada triste e sem escolha. A saída do metro faz lembrar aquele take do filme Modern Times 4 de Charles Chaplin, que começa por mostrar um rebanho de ovelhas e, no plano imediatamente a seguir, mostra-nos as várias pessoas a sair do metro num movimento que em nada difere do dos animais.

3. Termo inglês para definir um perfumista excepcional. 4. Se não sabe do que estou a falar, seja moderno. Vá ao Youtube e escreva: “Charles Chaplin, Modern Times Sheeps scene”. Vai encontrar um primeiro vídeo, de 25 segundos. Será o suficiente para apanhar a ideia. (N. do A.). 25


MARQUÊS MARCELO REBELO DE POMBAL I Como a maior parte das pessoas, também eu fiz por sair do transporte subterrâneo o mais rapidamente possível. Afinal, eu também estava cheio de pressa. Quando finalmente saí para a rua, voltei a tentar lembrar-me porque corria tão apressado e o que tinha eu de tão urgente para fazer. Nada me ocorreu. Enquanto estava parado e perdido nos meus pensamentos, sou surpreendido por um cântico distante. Olhei para perceber a direcção do alvoroço e reparei que ao longe, já na Avenida da Liberdade, estava um grupo cheio de faixas e cartazes entoando cânticos – justos mas deselegantes – em frente de um banco. Não tendo nada melhor para fazer, fui-me aproximando, curioso pela dimensão do espectáculo. Apesar de se tratar de um grupo pequeno e constituído na sua maioria por, diria eu, reformados, houve uma estação de televisão que se deslocou ao local para lhes dar voz. Um deles falou e ainda apanhei qualquer coisa: “Por causa das trafulhices destes malandros da administração perdi tudo o que tinha e é incrível que nem o Estado ou outra entidade me garanta a devolução daquilo que é meu. Que me pertence e que só foi possível alcançar depois de décadas e décadas de trabalho”. Senti compaixão por aquele homem velho que agora estava em lágrimas, mas fui rapidamente distraído por novos cânticos distantes. Desta vez mais fortes e joviais, e de intensidade que fazia prever um grupo maior. Olhei para o outro lado da avenida e tive a confirmação. 26


Um enorme grupo de jovens, que deviam ter entre 15 e 18 anos, pulava e cantava alto e alegremente, em jeito de celebração. A acompanhá-los reparei que não havia uma estação de televisão, mas várias. Era um dia histórico! Tinha-se feito justiça pelos júniores meio perdidos que não sabem bem o sexo que hão-de escolher. Eles têm 16 anos, mas passam a ser livres para mandar tudo para o raio que os parta e de trocar o ding-dong masculino pelo ding-ding feminino. De um lado havia os velhos, do outro os jovens. Uns reivindicavam justiça, outros celebravam-na. Não sei bem o que senti, só que a diferença entre uns e outros parece ser indecifrável e a sua é linha muito ténue. Amargurado por aquele contraste, só mesmo o sol foi capaz de me alegrar. Estava um dia bonito, céu azul, azul, sem uma única nuvem! Calor ao sol, mas fresco na companhia da sombra das árvores. Como não consegui mesmo lembrar-me porque estava com tanta pressa, decidi aventurar-me pelo Parque Eduardo VII. Assim, dei a volta à rotunda do Marquês e comecei a subir o jardim pelo lado esquerdo de quem tem nas suas costas o Sebastião José de Carvalho e Melo. Fui subindo devagar, perdido no verde, até que um grande grupo de turistas que descia, prendeu a minha atenção. Estavam todos de boné, óculos de sol e bolsinha preta, de lado. Também eles seguiam com pressa e todos estavam imersos nos seus aparelhos electrónicos e incapazes de apreciar a beleza daquele lugar romântico mandado construir no final do século XIX, baptizado como “Jardim da Liberdade” e rebaptizado em 1903, aquando de uma visita do então rei de Inglaterra. Continuei a subir o jardim devagar, até que cheguei ao topo.

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