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Bem Viver_jornal360_ed216_jan24
Jovem usa deficiência visual para se aprimorar no skate
Dizem que se a vida lhe der um limão, a melhor coisa a fazer, é uma limonada. Tirar vantagem de uma situação ruim, na verdade é para poucos. Requer uma dose de resiliência, perseverança e otimismo fora do comum. Rafael Hendrix Gonçalves Boaventura certamente é uma dessas raras pessoas que sabem tirar proveito das adversidades. Aos 23 anos, ele é um atleta que chama a atenção no universo do skate, esporte que ganhou notoriedade e respeito no reduto das competições esportivas do mundo todo há bem pouco tempo.
Além da habilidade em manobras de tirar o fôlego do público e lhe render trofeus, medalhas e, algumas vezes, prêmios em dinheiro, Rafael se diferencia por sua condição física, já que tem apenas 5% de visão num dos olhos e 10% no outro. “Acho que em relação ao skate a doença me ajudou, porque como tudo ficou mais difícil eu tive que treinar ainda mais. Isso me ajudou a ser mais dedicado”, avalia o jovem que descobriu ser portador de cera-tocone aos 16 anos, uma doença ocular severa que causa a perda progressiva da visão, que se torna borrada e distorcida. “Como foi piorando muito rápido eu tive que ir me adaptando muito rápido também. Mas foi tudo questão de treino mesmo. Então quanto mais eu ia perdendo a visão, mais eu ia me adaptando para não perder o que eu já sabia”, conta Rafael, que lida com a questão de maneira leve e aguarda a colocação de lentes que possam melhorar sua condição.
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Arte e esporte – O atleta, que também é músico e domina vários instrumentos, conta que desde criança o esporte e a arte fazem parte da sua vida. E que isso foi fundamental para se livrar do baixo astral da doença e se aprimorar. “Ter uma vivência intensa na música e no esporte ajudou muito”, garante, explicando que com isso não sobrou tempo para ficar pensando no problema. “Não tive tanta dificuldade em perder a visão. O que mais me preocupou mesmo foi querer me tratar. E passei a viver me adaptando, sem deixar de fazer as coisas que eu fazia”, ensina o jovem.
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Sonho e trabalho – Enquanto aguarda a colocação de lentes que podem melhorar sua condição visual, já que um transplante de córnea é bastante arriscado no caso dele, Rafael se divide entre o sonho de participar de campeonatos nacionais e internacionais e o trabalho, numa loja e roupas esportivas e de produtos para a prática do skate. “O dono da loja já sabia do meu problema e isoo não afeta o meu rendimento. Ele era meu colega de escola e precisava de alguém que entendesse de skate e me contratou. Estamos vendendo bem”, diz animado com resultados da experiência com vendas.
Isso não o distancia, no entanto, da meta de se estabelecer como atleta, inclusive competindo com atletas sem limitações físicas e não no para-atletismo. “Tenho conseguido resultados satisfatórios em competições convencionais e pretendo me manter dentro delas”, afirma Rafael. Segundo ele, a experiência em um campeonato de para-atletismo gerou dúvidas nos organizadores por causa da sua performance. “Apesar de todos os laudos que apresentei, eles duvidaram da minha limitação visual por causa dos resultados que consegui”, revela
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De bem com a vida – Seguindo com essa leveza, algo que ele coloca em prática nas suas manobras, Rafael prova que tudo depende da maneira como encaramos as questões da vida. E segue convicto de sua meta de conseguir patrocinadores para poder competir em campeonatos estaduais e nacionais que o levem para uma esfera mundial. “O que desde pequeno eu tento correr atrás é viver do atletismo no skate. Quis também trabalhar com música, mas o skate sempre veio antes. E é isso que eu busco no momento. Viver do skate, participar dos campeonatos”, diz resoluto.
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Oportunidade de marketing – Empresas interessadas em ampliar sua visibilidade de marca a um custo relativamente baixo e com grande potencial de retorno, pela história de vida e performance do atleta, têm aí uma ótima oportunidade. “Acho que tenho condições de me destacar nos grandes campeonatos, o que falta mesmo são os patrocinadores para poder fazer as viagens, as inscrições, fazer os treinos. Para ter bastante destaque tenho que estar no máximo de eventos possível”, explica o atleta. Senhoras empresas, com vocês, Rafael Hendrix. É só travar contato!
Skate em alta – Uma exposição contando a trajetória do skate, o esporte mais fa-lado do momento, acontece em São Paulo. Vale a pena visitar: Exposição ANATOMIA SKATE | 3ªa dom – 9h às 20h | Até 24/03/24 | Farol Santander (R. João Bricola, 24) | Visitação: R$ 35,00.
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