ACOLHER | Gracielly Gonçalves | UniEVANGÉLICA

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ACOLHER: Edificações de Apoio a Criança e ao Adolescente. O projeto ACOLHER é um sistema de edificações que abriga crianças e adolescentes de 0 a 18 anos em situações de abandono ou por decisões judiciais. A necessidade de conforto e organização, tanto logística quanto física de um local de abrigo foi o que motivou a criação do projeto. Contudo, o projeto atenderá as normas do Conselho Nacional dos Direitos da Cr i a n ça e d o Ad o l e s ce n t e (CONANDA) e dos órgãos de assistência social das três esferas governamentais para garantir o acesso aos recursos públicos. A distribuição do edifício acontece de maneira didática, atendendo a d e m a n d a d e cr i a n ça s e adolescentes, além dos espaços de convivência correspondente ao conceito do projeto. A volumetria surge da forma irregular do terreno, três volumes rígidos nas extremidades delimitam o edifício com influências da arquitetura moderna brasileira, com pilotis e telhados borboleta característicos de Le Corbusier, que faz parte do

repertório arquitetônico nacional. O s d o i s p r im e iro s v o lu m e s correspondem às respectivas casas-lares, já o terceiro volume corresponde ao edifício central destinado à administração do abrigo sendo responsável pelo lazer e atividades relacionadas como educação e saúde, se inserindo em uma grande área de convivência, composta por uma praça destinada à sociedade e ao abrigo. As cores são os elementos usados no intuito de transmitir a alegria e a sintonia de cada tom, usando também faixas no sentido vertical para integrar os edifícios ao paisagismo. Os aspectos construtivos foram pensados a partir de um conceito funcional, econômico e estético. Neste contexto optou-se por estrutura metálica com sistema hidráulico em shaft em alguns pilares aparentes, l a j e s d e co n creto p o lid o e impermeabilizados, além de alvenarias em concreto, drywall e pele de vidro com proteção solar.

Nome: Gracielly Gonçalves Orientador: Alexandre Ribeiro Gonçalves


[f.1]

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1. Edificações de Apoio a Criança e ao Adolescente 1.1. Período Colonial NOTAS: [ 1 ] ( Ve n â n c i o , 1 9 9 9 , p.170) [2](Passe , 2004, p. 357)

LEGENDAS: [f.1] Imagem humanizada maquete eletrônica.

Segundo pesquisas relacionadas ao período colonial, o termo utilizado para caracterizar o ato de abandono de crianças era “criança enjeitada” ou “criança exposta”. Esse ato era considerado impiedade, além de ser uma ação contra a lei divina. O acolhimento dessas crianças era visto como um ato de caridade feito apenas por quem praticava o verdadeiro cristianismo. Devido ao número elevado de crianças abandonadas os hospitais se responsabilizavam pelo amparo e assistência às crianças “enjeitadas”, independentemente de sua cor. Na ausência de hospitais, a assistência deveria ser prestada pelo Senado da Câmara. Assim, as Câmaras, com a f i n a l i d a d e d e cu m p r i r a s Ordenações do Reino, e na falta de instituições que acolhessem os “expostos”, contratavam os serviços de amas-de-leite para amamentar e criar estas crianças. No ano de 1828, foi aprovada a Lei dos Municípios que possibilitava eximir a Câmara desta função, pois regia que a instalação da Casa da Roda e o amparo às crianças expostas poderiam ser realizados pela Santa Casa de Misericórdia, nas cidades onde existissem essas instituições, podendo as Câmaras utilizar destes serviços. Segundo Marcilio (2006), foi fundado três Rodas dos Expostos ou Casa da Roda durante o período colonial: no ano de 1726 na cidade de Salvador, em 1738 no Rio de Janeiro e em 1789 em Recife. Posteriormente outras dez Rodas de Expostos foram criadas no país. As rodas eram cilindros giratórios com uma grande cavidade lateral que se colocavam junto às portarias dos edifícios, existiam, sobretudo nos mosteiros de clausura, mas também em alguns conventos onde crianças enjeitadas ou fruto de ligações "inconvenientes" eram depositadas.

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“No início do século XIX, várias Casas das Rodas foram extinguindo-se. A prática da assistência com cunho caritativo estava sendo substituída pela filantropia, q u e s u rg i a n o ce n á r i o nacional como o novo modelo assistencial. Criada no Brasil Colônia e consolidada no período imperial, a Roda dos Expostos iniciou o seu declínio com o término do sistema escravocrata. As Casas da Roda foram definitivamente extintas no ano de 1934, em Salvador, e, posteriormente, em 1938, no Rio de Janeiro.” (Venâncio, 1999, p.170) [1]

Segundo o artigo Da caridade ao direito: um panorama da prática de abandono no Brasil, no final do século XIX e início do XX, o termo “menor” passou a ser utilizado com frequência no âmbito jurídico nacional, para designar a criança e adolescente: pobre, infratora, abandonada, vítimas de maustratos e exploração, entre outras situações de espoliação e desamparo. O decreto nº 16.272 de 20 de dezembro de 1923, em seu artigo 24, parágrafo 2, determinava que: “Se o menor for abandonado, pervertido ou estiver em p e r i g o , a a u to r id a d e competente promoverá a sua colocação em asilo, casa de e d u ca çã o , e s co l a d e preservação, ou o confiará a pessoa idônea, por todo o tempo necessário à sua educação, contanto que não ultrapasse a idade de 21 anos.” (Passetti, 2004, p. 357) [2]


1.2. Acolhimento Institucional O termo ACOLHER de acordo com o dicionário Aurélio significa o ato de atender, receber, tomar em consideração, em atenção e a g a s a lh a r . En t e n d e - s e p o r acolhimento institucional, um espaço de proteção, provisório e excepcional, destinado a crianças e adolescentes privados da convivência familiar e que se encontram em situação de risco pessoal, social ou que tiveram seus direitos violados, não implicando em privação de liberdade. A nova Lei nº. 12.010/2009, incorporada ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) surgiu da inspiração do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa d o Dire i to d e Cr i a n ça s e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, trazendo mudanças significativas. Uma delas foi a alteração da nomenclatura, o que não significou uma simples mudança, e sim um reordenamento institucional profundo que prescreve a família como foco principal das políticas públicas, não mais se admitindo a criança e o adolescente isolados de seu contexto familiar e comunitário.

crianças e adolescentes, a oportunidade de participar na vida da comunidade através do acesso às políticas de educação, saúde, lazer, esporte, cultura, dentre outras. Nessa perspectiva as instituições de acolhimento institucional não podem ser modeladas como os antigos orfanatos, internatos, instituições na qual a criança e/ ou adolescente era criada sob a égide da disciplina que as separavam das relações e do convívio com a sociedade.

NOTAS: [3][4] (Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Brasília, Junho de 2009) [ 4 ] ( C e nt ro d e Documentação e Informação Edições Câmara Brasília, 2012)

''A principal diferença entre este serviço e o Abrigo Institucional, além do menor n ú m e ro d e cr i a n ça s e adolescentes atendidos por e q uip a m e n to , e s tá n a p r e s e n ç a d o e d u c ador/cuidador residente – pessoa ou casal que reside na casa-lar juntamente com as cr i a n ça s / a d o l e s ce n t e s atendidos, sendo responsável p e l o s cuid a d o s e p e l a organização da rotina da casa. [...]'' (Orientações Té cni ca s : S e r v i ço s d e Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Brasília, Junho de 2009)[3]

Segundo as “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes” entende-se por CASA-LAR o serviço de acolhimento provisório oferecido em unidades residenciais, nas quais pelo menos um casal trabalha como cuidador residente prestando cuidados a um grupo de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva de abrigo, em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção. O programa de acolhimento institucional deve propiciar as

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1.3. Estatuto da Criança e do Adolescente O primeiro Código de Menores foi aprovado em 1927. Nos dizeres de Carvalho (1993), o trabalho realizado com a infância e a juventude desamparada baseava-se numa dupla perspectiva: proteger os internos de um mundo hostil e, principalmente, proteger a sociedade da convivência com esses menores. A situação irregular era elucidada no artigo 2º do Código de Menores, tais como os menores privados de condições essenciais a sua subsistência, vítima de maus-tratos ou castigos imoderados, em perigo moral, com desvio de conduta em virtude de grave inadaptação familiar, etc. [3] Posteriormente, ocorreu a revogação do Código de Menores de 1969 e da Política Nacional do Bem-Estar do Menor. Segundo as “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescente” o programa de abrigo se constitui em entidades de atendimento destinadas a amparar a criança em situação de risco, categoria que engloba a situação de abandono. As instituições que oferecem o programa de abrigo devem atender alguns princípios prescritos no artigo 92 do Estatuto da Criança e do Adolescente: “ - Pre s e r v a çã o d o s v ín cul o s familiares e o não desmembramento do grupo de irmãos. Deverão permanecer em uma mesma instituição, respeitando-se os vínculos afetivos e consanguíneos existentes entre eles. - Atendimento personalizado e em pequenos g r u p o s . Es t e p r in cíp i o t e n ta preservar as características pessoais de cada criança ou adolescente, bem como prestar um atendimento adequado a cada faixa etária. - Participação na vida da comunidade local e de pessoas da comunidade no processo educativo. - O Abrigo não é uma prisão. Deve viabilizar a convivência da criança na sociedade e com as pessoas da comunidade, possibilitando a construção de saberes e valores que irão auxiliar no seu desenvolvimento e no convívio social.”[...] (Centro de Documentação e Informação Edições Câmara Brasília, 2012)[4]

[f.2]

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LEGENDAS: [f.2] Imagem: Ação social no Ins tuto Pequeno Abando-nado Luz de Jesus, foto por Marcos Filho.

Ação social realizada no Instituto Pequeno Abandonado Luz de Jesus

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2. Abrigos em Anápolis

[f.3]

[f.4]

Anápolis conta com três abrigos de crianças e adolescentes: o Instituto Pequeno Abandonado Luz de Jesus, o Instituto Cristão Evangélico e o lar e Abrigo Mater Salvatoris. O primeiro, localizado no bairro Recanto do Sol nos dizeres da Sra. Maria de Fátima (atual presidente do abrigo) é uma instituição filantrópica criada em 1993, através de um proposito da Sra. Maria Aparecida do Norte, para que seu filho se recuperasse da dependência química. A Instituição acolhe crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, sendo atualmente um total de 59 (cinquenta e nove) em situação de vulnerabilidade social, encaminhadas pelo Conselho Tutelar da região, vítimas de a b a n d o n o , m a u s t ra to s o u provenientes de desestruturas familiares, onde os pais geralmente estão envolvidos com vícios (drogas, bebidas) ou prostituição, ou ainda crianças da comunidade local. O segundo, localizado no bairro J a rd im d a s A m é r i ca s é considerado, em termos de estrutura física o melhor. Iniciou suas atividades em 1951 através do Rev. Antônio Varizo Júnior, pastor da ICE Central de Goiânia. Posteriormente o então chamado Abrigo Evangélico Goiano foi transferido para Anápolis. Em conversa com o atual diretor do ICEA, soube que o Instituto conta hoje com 55 crianças (tendo a maioria delas entre 3 e 10 anos) e a b r i g a m e nin o s e m e nin a s a b a n d o n a d o s , v í t im a s d e violências, abusos e maus tratos (muitas vezes de seus próprios familiares). Essas crianças são encaminhadas até ali pelo juizado da infância e juventude e pelo conselho tutelar e, só através desses órgãos, é que elas podem ser re encaminhadas às suas famílias ou adotadas. O terceiro possui a maioria dos requisitos necessários para funcionamento, apensar de não receber ajuda da Prefeitura Municipal conta com ações sociais e institucionais que o sustenta. Esta localizado na Rua JP 52 Qd. 29 Lt. 14 a 17 do Jardim Primavera II etapa..

[f.5]

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Instituto Pequeno Abandonado Luz de Jesus

Instituto Cristão Evangélico

Lar e Abrigo Mater Salvatoris


Instituto Pequeno Abandonado Luz de Jesus Instituto Cristão Evangélico

Lar e Abrigo Mater Salvatoris

LEGENDAS: [f.3] Imagem: Ação social no Ins tuto Pequeno Abando-nado Luz de Jesus, foto por Gracielly Gonçalves. [ f. 4 ] I m a ge m : V i s i ta Técnica Ins tuto Cristão Evangélico, foto por Gracielly Gonçalves. [ f. 5 ] I m a ge m : V i s i ta Técnica Lar e Abrigo Mater Salvatoris, foto por Gracielly Gonçalves. [m.1] Mapa de Anápolis com intervenção.

[m.1]

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3. O Lugar

São Jerônimo Anápolis - GO

[m.2]

A cidade

Res. Cerejeiras Res. Ayrton Senna Parque São Jerônimo Res. Vila Feliz Parque Brasília

[m.3]

O entorno

LEGENDAS: [m.2] [m.3] Imagens aéreas com intervenção. Fonte: google earth [m.4] [m.5] I magens aéreas com intervenção. Fonte: google earth

Área de Intervenção

Parque São Jerônimo

[m.4]

BR - 153

O Bairro

O Terreno

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[m.5]


3.1. O bairro Em busca de uma metodologia projetual o lugar escolhido está localizado na cidade de Anápolis, no bairro São Jerônimo. As exigências mínimas citadas no livro “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes” foi o que influenciou a escolha do lugar para a criação de um abrigo para crianças e adolescentes: “A área deve ser residencial sem distanciar-se excessivamente do ponto de vista geográfico e socioeconômico, além de não fugir da realidade de origem das crianças e adolescentes acolhidos. Não devem ser instaladas placas indicativas da natureza institucional do equipamento, também devendo ser evitadas nomenclaturas que remetam a aspectos negativos, e s t i g m a t iza n d o e despotencializando os usuários. [...]” (Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Brasília, Junho de 2009.). [4]

Com base nas exigências citadas acima, nota-se que o bairro São Jerônimo possui as características necessárias. É considerado bem estruturado, apesar da ausência de um local recreativo e praças de co nv i v ê n c i a a s r u a s s ã o pavimentas com uma pequena exceção na extremidade do bairro. Próximo ao local indicado está a Capela Santo Expedito, fato que qualifica a ideia visando à influência religiosa ao abrigo. Para ressaltar os aspectos da questão urbana cria-se um local de fácil interação e acesso relacionado ao abrigo, favorecendo até mesmo os bairros vizinhos que possuem necessidades em relação às praças de convivência e lazer. As características do bairro são favoráveis devido a presença de l o t e a m e n to s p róx im o s co m predominância residencial, além de contar com saneamento básico e infraestrutura de qualidade. Observando de uma maneira geral, conclui-se que o bairro possui uma aparência típica da maioria d o s b a ir ro s d a cid a d e , obedecendo todos os critérios exigidos.

[f.6]

Avenida Ayrton Senna

LEGENDAS: [f.6][f.7] Imagens: Bairro São Jerônimo, por Gracielly Gonçalves.

[f.7]

Bairro São Jerônimo

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3.2. Vias de Acesso

BR

-1 53

A estruturação do tráfego na região se dá no sentido das arteriais Av. Ayrton Senna e da BR 153. Logo, é natural que se origine o acesso primário a área neste sentido, contudo, a região está cercada por vias locais consideradas acessos secundários. Segundo a Certidão de Uso de Solo do bairro São Jerônimo, o projeto é aprovado pelo nível de incomodidade da via o que favorece a questão em termos legais.

LEGENDAS: [m.6] Mapa de principais Vias de Acessos.

Rua Interlagos

PSJ-10

PSJ-11

Av. Ayrton Senna

100

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200

[m.6]


3.3. Uso e Ocupação do Solo

Até 1 Pavimento SubUtilizado Área de Intervenção Loteamento Cerejeiras 100

200

[m.7]

LEGENDAS: [m.7][m.8] Mapas de Uso e Ocupação do Solo.

Residencial Comercial Institucional Prestação de Serviço SubUtilizado Área de Intervenção Loteamento Cerejeiras 100

200

[m.8]

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4. O Programa NOTAS: [5][6] (Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Brasília, Junho de 2009)

O programa foi distribuído segundo informações contidas no livro “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes.” Deve-se priorizar a utilização dos equipamentos públicos ou comunitários de lazer, esporte e cultura, proporcionando um maior convívio comunitário e incentivando a socialização dos usuários. “Os abrigos que já tiverem em sua infraestrutura espaços como quadra poliesportiva, piscinas, praças, etc, deverão buscar, gradativamente, possibilitar o uso dos mesmos também pelas crianças e adolescentes da comunidade local, de modo a favorecer o c o n v í v i o c o m u n i tá r i o , observando-se, nesses casos, a preservação da privacidade e da segurança do espaço de moradia do abrigo”. ( O r i e n ta çõ e s Té cni ca s : Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Brasília, Junho de 2009). [5]

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No entanto, o programa foi estabelecido em três blocos e uma praça de convivência contendo as seguintes atividades referentes ao mesmo livro citado anteriormente: “-Atividades psicopedagógico s , e s co l a r iz a çã o e formação técnico-profissional. - At i v id a d e s cul t u r a i s , esportivas e de lazer. Assistência religiosa àqueles que desejarem de acordo com suas crenças. - Cuidados m é d i co s , p s i co ló g i co s , odontológicos e farmacêuticos. - Sempre que possível o envolvimento e a participaçã o d a s cr i a n ça s n a s atividades cotidianas do a b r i g o , l ev a n d o e m co n s id e r a çã o a s s u a s p o t e n ci a lid a d e s . [ . . . ] ” ( O r i e n ta çõ e s Té cni ca s : Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Brasília, Junho de 2009). [6]


Ressalta-se que, apesar de não existir regulamentação formal sobre a separação de crianças e adolescentes por sexo, este fator é bastante considerado quando se trata de jovens. O despertar da puberdade pode acarretar problemas se a instituição não estiver apta tecnicamente na solução das questões advindas dessa convivência. A maioria dos abrigos faz opção por atender crianças e adolescentes do sexo feminino ou do sexo masculino, registrando-se maior oferta ao público masculino. Diante disto propõe-se a divisão do atendimento para o público alvo sendo crianças e adolescentes de 0 a 18 anos sob medida protetiva de abrigo: - crianças de 0 a 5 (aproximadamente); - crianças de 6 a 11 (aproximadamente); - adolescentes de 12 a 15 (aproximada-

mente); - adolescentes de 16 a 17 anos e 11 meses (aproximadamente); As normas técnicas também exigem uma equipe profissional mínima, com o objetivo de atender todas as especificações busco acrescentar ao programa os locais destinados a cada funcionário:

NOTAS: [7] (Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Brasília, Junho de 2009)

“Coordenador (1 profission a l ) , e q uip e té cni ca ( 2 profissionais para atendimento a até 20 crianças e a d o l e s ce n t e s ) , e d u cador/cuidador (1 profissional para até 10 usuários, por turno) e auxiliar de educador/cuidador (1 profissional para até 10 usuários, por turno)” (Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, Brasília, Junho de 2009). [7]

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4.1. Diagrama de Áreas e Setores Recepção Sanitários Consultório Psicológico Consultório Odontológico Enfermaria Copa funcionários Recepção Sanitários RH/Secretaria Coordenação Direção Recepção/Guarda volumes Biblioteca

Sala de Informática Estudo Individual Área de Serviço/Despensa Banho Sala de Jantar/Cozinha Sala de Estar/TV

Dormitórios

Área de Serviço/Despensa Banho Sala de Jantar/Cozinha Sala de Estar/TV

Dormitórios

Estacionamento Ciclovias Quiosques de Alimentação Parque Infantil Aparelhos de Ginásticas Quadra Poliesportiva

Área de Contemplação [d.1]

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Praça Convivência 4.441,34 m²


Casa-lar 1 - 373,92 m² Educação 327,36 m² Saúde 153,76 m² Administração 133,76 m² Casa-lar 2 - 373,92 m²

LEGENDAS: [d.1] Diagrama de estudo dos ambientes, por Gracielly Gonçalves.

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5. O Projeto 5.1. Conceito A criação de um projeto institucional envolve não somente a questão física e material, o lado emocional surge como critério importante na realização do mesmo. O objetivo do projeto cria um cenário familiar como conceito, onde as cores influenciam psicologicamente os usuários, transformando a ideia de ambiente fechado e triste em um lar confortável e acolhedor. Neste âmbito, as casas-lares surgem com um aspecto diferenciado de funcionalidade e lazer, onde as normas exigidas pelos órgãos superiores são vistas de maneira positiva, favorecendo tanto os usuários diretos (abrigados), quanto os indiretos (comunidade local).

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5.2. Disposição das formas Ao analisar a área de intervenção, são identificados fatores essenciais para estabelecer a implantação: o acesso por pedestres e o acesso por veículos em relação à quadra com a malha urbana do entorno . No entanto, a fim de analisar os acessos, cria-se uma linha de força que representa o ponto de encontro dos futuros usuários. Justificando a locação das linhas de força e conceituando a implantação, observa-se que o acesso à área se da principalmente pela Rua PSJ-10, tanto de pedestres quanto de veículos. Através dessa nova delimitação de caminhos são criadas áreas destinadas ao convívio separando-as dos blocos residenciais.

LEGENDAS: [d.2] Diagrama de análises dos fluxos e disposição das formas, por Gracielly Gonçalves.

[d.2]

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Os acessos permitem formas diretas de aproximação ao local, portanto, o principal fluxo de veículos se dá pelas ruas PSJ-10 e PSJ-11. Neste momento observa-se a melhor setorização relacionado ao tipo de edificações. Nota-se a necessidade de criar um modelo de habitação que não esteja ligado somente à qualidade espacial e física das unidades, mas também à integração e identificação dos usuários com o local inserido. A disposição final das formas foi alcançada partindo das linhas originais do terreno, assim como a busca de privacidade da área residencial obedecendo as características do bairro. Para

definição dos volumes, além dos fatores externos foi levado em consideração o uso dos espaços solicitados. A quadra poliesportiva está situada no nível mais baixo do terreno onde se cria um muro de arrimo, já as residências estão nos níveis mais altos. A topografia é um aspecto que também influenciou a disposição das formas. Nota-se que as curvas originais obedecem o desnível de 4m, baseado nisso foram realizadas visitas ao local onde foi observado a suavidade do desnível que aparentemente possui grande parte plana. No nível mais baixo cria-se a quadra poliesportiva, já nos níveis superiores estão os demais usos.


[f.8]

[f.9]

[d.3]

LEGENDAS: [f.8][f.9][f.10] Imagens: maquete sica de entorno e estudo da topografia, por Gracielly Gonçalves. [d.3] Diagrama de d e s e nvo l v i m e nto d o par do arquitetônico, por Gracielly Gonçalves.

[f.10

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[f.11]

[f.11]

[f.12]

[f.12]

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[f.13]


Desenvolvimento: Volumetria e Paisagismo

LEGENDAS: [f.11] Imagem: maquete sica do estudo da volumetria, por Gracielly Gonçalves. [f.12] Imagem: maquete sica do estudo do paisagismo e disposição das formas, por Gracielly Gonçalves. [f.13] Imagem: maquete sica do entorno com sobreposição do paisagismo, por Gracielly Gonçalves

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[d.4]

[f.14]

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Maquete Final: ACOLHER

LEGENDAS: [d.4] Diagramas de d e s e nvo l v i m e nto d a volumetria, por Gracielly Gonçalves. [f.14] Imagem: maquete final, por Gracielly Gonçalves.

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5.3. Implantação Geral

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[f.15]

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Maquete Final: ACOLHER

LEGENDAS: [f.15] Imagem: maquete final, por Gracielly Gonçalves.

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6. Composições Volumétricas 6.1. Desenvolvimento da Volumetria As características do edifício mostram a grande evolução do volume se comparado ao que se propunha no início. O volume final foi alcançado partindo das linhas originais do terreno formando o telhado borboleta. A volumetria definida juntamente com pilotis e mezaninos já começa a dar forma à estrutura. Três volumes rígidos são criados nas extremidades, originando um edifício com influências da arquitetura moderna brasileira, com pilotis e telhados borboleta característicos de Le Corbusier, que fazem parte do repertório arquitetônico nacional. As faixas coloridas em pele de vidro são elementos de complemento à volumetria, onde as cores remetem as emoções e sentimentos de alegria, acolhimento e conforto. A partir de croquis iniciais foram produzidas maquetes de estudos na tentativa de materializar essas ideias de integração e adaptação do público alvo à comunidade. Com isso surge a ideia da elevação do edifício administrativo, criando um espaço de contemplação coberto no térreo que se integra à praça de convivência. Percebe-se uma forma definida a partir da justaposição de blocos dispostos de forma estratégica no terreno. Para definição dos volumes, além dos fatores externos foi levado em consideração o uso dos espaços solicitados de acordo com o prédimensionamento do programa. Os três edifícios contam com as mesmas características, os pilares metálicos são os que apóiam a grande laje da cobertura com auxilio das paredes laterais de concreto que originam a volumetria. As casas-lares possuem dois pavimentos, sendo um o mezanino e o outro o térreo, já o edifício central possui o térreo correspondente à área coberta da praça, o primeiro pavimento é destinado a biblioteca e administração e o último corresponde ao mezanino composto pelo setor de saúde do projeto. [f.16]

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Edifício Central

Reservatório Mezanino

Edifício Residencial

Reservatório Mezanino

[f.17]

LEGENDAS: [f.16] Imagem: maquete de estudo da volumetria com intervenção, por Gracielly Gonçalves. [F.17] Imagens: maquete sica com volumetria final, mezaninos e reservatórios.

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7. Projeto Arquitetônico 7.1. Casas-Lares 1 e 2 C

B

6

5 1

1

2

A

2

11

12

10

A

2

7

4

D

D

3

9

8

C

B

TÉRREO

0

C

1

5

B

1

2 A

2

1

2

11

1 - Quarto Suíte (20.24 m²) 2 - Banheiro (4,48 m²) 3 -Quarto Casal (13,44 m²) 4 - Sala de TV (28,70 m²) 5 - Sala de Estar (27,30m²) 6 - Sala de Jantar (27,30 m²) 7 - Cozinha (35,52 m²) 8 - Área de Serviço (13,44 m²) 9 - Despensa (3,30 m²) 10 - Hall (8,04 m²) 11 - Fosso de Iluminação (1,96 m²) 12 - Fosso de Iluminação (0,72 m²)

A

10 5

2 3

D

D

C

B

MEZANINO

0

C

5

i = 40%

CALHA

B

i = 40%

A

2

1

A

D

D

C

COBERTURA

88 Gracielly Gonçalces

B

0

1

2

5

1 - Quarto Suíte (20.24 m²) 2 - Banheiro (4,48 m²) 3 - Quarto Suíte (13,44 m²) 5 - Sala de Estar (11.76 m²) 10 - Hall (7,92 m²) 11 - Fosso de Iluminação (1,96 m²) 12 - Fosso de Iluminação (0,72 m²)


cortar Barrilete

cortar

Barrilete

0

1

2

5

CORTE D-D

0

1

2

5

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cortar

CORTE A-A


cortar

1 2 3 5

4.97

Corte - Casa - Lar

4

12

8.30

6 12

+2.93 0.40

cortar

7

cortar

9

11

1 Laje Concreto 2 Proteção térmica 3 Impermeabilização 4 Argamassa de assentamento 5 Revestimento final 6 Ancoragem 7 Perfil vertical 8 Quadro de Vidro Laminado (união de duas peças por meio de um filme de Polivinil Butiral (PVB) 9 Silicone Estrutual 10 Placa de Vidro 11 Vedação entre os calços 12 Presília contínua fixada com parafuso

90 Gracielly Gonçalves

10

Detalhe 1

2.53

8

0.00


8. Sistema Estrutural 8.1. Desenvolvimento da Estrutura O sistema estrutural dos edifícios é evidente quando se observa as imagens das maquetes de estudo, onde foi analisada a solução estrutural comum aos três blocos. A estrutura conta com pilares metálicos com espessura de 40 cm justificando os grandes vãos verticais, além de lajes e paredes de concreto que também auxiliam no apoio dos edifícios. A solução encontrada para sustentar a grande laje de concreto da cobertura é a utilização de pilares metálicos localizados nas extremidades dos edifícios, onde são anexados desde o térreo até a cobertura sem interrupções entre as lajes. Para suportar todo o peso do edifício e garantir o sustento, opta-se pela fundação do tipo sapata. A pele de vidro é um dos elementos que originam a volumetria, as paredes de concreto entre os pilares foram substituídas por vidro colorido e aparente, onde o seu único apoio são as lajes e os pilares, no entanto, essa lâmina de vidro possui estrutura anexada nas lajes, em cima e em baixo, onde possui o encaixe dos mesmos. Lembrando que um dos objetivos é favorecer economicamente e esteticamente o projeto, cria-se as estruturas aparentes que originam os volumes, baseado nisso as soluções hidráulicas e elétricas começam a surgir. Haverá três tipos de pilares metálicos: estrutural, elétrico e hidráulico. Todos esses sistemas serão inseridos internamente, sendo assim, a parte externa aparente será apenas um simples pilar metálico, mas internam e n t e e s ta rã o o s s i s t e m a s hidráulico e elétrico dos edifícios.

[f.18]

Na cobertura conhecida como telhado borboleta fica evidente a necessidade de se pensar em uma solução para o destino da água da chuva. Já que o sistema hidráulico será inserido na parte interna dos pilares, consequentemente surge a ideia dessa água possuir o mesmo destino. No entanto, haverá no encontro das águas um sistema de calha interna onde o destino será os pilares que denominamos hidráulicos.

ACOLHER 91


7.2. Diagrama Estrutural - Casa-Lar Circulação Vertical Circulação Vertical

Laje Concreto Laje Concreto

Estrutura Metálica Estrutura Metálica

Pilar Metálico com sistema de capitação de água da chuva.

Laje Impermeabilizada de Concreto

92 Gracielly Gonçalces

Laje Impermeabilizada de Concreto


LEGENDAS: [ f. 1 8 ] [ f. 1 9 ] I m a ge m : maquete estrutural de estudo com intervenção, por Gracielly Gonçalves.

[f.19]

ACOLHER 93


LEGENDAS: [f.20] Imagens maquete sica com destaque no e d i c i o c e nt ra l , p o r Gracielly Gonรงalves.

[f.20]

94 Gracielly Gonรงalces


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7. Projeto Arquitetônico 7.3. Edifício Central

A

A

B

3

B

2

1

C

C 1 – Área de convivência (476,16m²) 2 – DML (2,25 m²) 3 – Elevador (6,75 m²) PAVIMENTO TÉRREO

4

5

5

18 17

8

7

B

3

16

A B

2

10

9 12

13

11

19

15

C

14

PRIMEIRO PAVIMENTO

0

1

2

2 – DML (2,25 m²) 3 – Elevador (6,75 m²) 4 – Direção (12,50 m²) 5 – RH/Secretaria (9,30 m²) 6 – Recepção (13,44 m²) 7 – Coordenação (10,13 m²) 8 – Circulação (18,89 m²) 9 – DML (3,46 m²) 10 – Sala Auxiliar (4,84 m²) 11 - Almoxarifado (9,79 m²) 12 – Copa Funcionários (10,94 m²) 13 – Sanitários Masculino (10,07m²) 14 - Sanitários Feminino (9,71 m²) 5 – Sanitário PNE (3,78 m²) 16 – Biblioteca (187,91 m²) 17 – Recepção / Checkin checkout / guarda volumes (32,87m²) 18 – Sala de Informática (47,85 m²) 19 – Estudo Individual (50,89 m²)

5

ACOLHER 95

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2

6

A

C

1

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0


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20

21 A

A

13 B

22

B

3

8

23 C

3 – Elevador (6,75 m²) 8 – Circulação (4,98 m²) 13 – Sanitário Masculino (5,52 m²) 14 – Sanitário Feminino (5,52 m²) 20 – Enfermaria / Farmácia (26,35 m²) 21 – Recepção (24,28 m²) 22 – Consultório Odontológico (30,46 m²) 23 – Consultório Psicológico (23,25 m²)

MEZANINO 0

1

2

5

A

B

B

i = 21%

CALHA

A

i = 21%

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C

C

C

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COBERTURA

96 Gracielly Gonçalves

0

1

2

5


Barrilete

Circulação Vertical

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Circulação Vertical

Laje Concreto Laje Concreto Laje Concreto

Laje Concreto - Reservatório Laje Concreto - 2º Pav. - Mesanino Laje Concreto - 1º Pav.

CORTE A-A

0 1

2

5 Estrutura Metálica Pilar Metálico com sistema de capitação de água da chuva.

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Barrilete

CORTE B-B

0 1

2

5

Barrilete

CORTE C-C

0 1

2

5

ACOLHER 97

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Cobertura - Laje de Concreto Impermeabilizado


1

Corte de Pele - Edifício Central

2

3

4 Reservatório

4

5 Barrilete

5

+11.25

1 2

6 Revestimento Concreto 7 Laje Concreto 8 Forro de gesso acartonado

6 7 8

9 Parede Estrutural Concreto

9

10 Revestimento pintura

10

0.40

3 4

+10.20

1.00

0.15

3 Pilar estrutural metálico

1.17

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1 Revestimento Impermeabilizado 2 Cobertura Laje de concreto polido e impermeabilizado

2.90

5

Detalhe 1

6 7 8

11 Divisarias Drywall

11

1 2 3

0.40

6 Revestimento Concreto 7 Laje Concreto 8 Forro de gesso acartonado

13.38

+6.80

3.00

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4 5

4

2

6 7 8

3 Pilar estrutural metálico

3

3

3.00

1

6 Revestimento Concreto 7 Laje Concreto 8 Forro de gesso acartonado

6 Revestimento Concreto 12 Fundação Sapata 13 Concreto/Ferragem/Lastro

5

6

0.00

6

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12

1 2 3 4 5 6 Forro Gesso Acartonado

Detalhe 2 98 Gracielly Gonçalves

+3.40 0.40

+3.40

13

0.00

0.00


cortar cortar [f.21]

Paulo H. Cuconati

ACOLHER 99

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‘’A arquitetura não é só técnica e pesquisa, tampouco apenas arte e estética. Na realidade é tudo, é uma maneira de pensar, uma filosofia, é o planejar da vivência do homem como indivíduo e em sociedade nos espaços.’’


cortar cortar cortar

100 Gracielly Gonรงalves


ACOLHER 101


10. Tecnologias O edifício ACOLHER envolve tecnologias desenvolvidas ao decorrer da elaboração do projeto, foi levado em consideração aspectos estéticos, econômicos e funcionais nas escolhas dos materiais. Inicialmente, as cores se tornam a identidade visual do projeto desde o paisagismo aos edifícios, onde a intenção é justamente essa: criar a semelhança e a integração. Para o paisagismo, nota-se que as faixas verticais são semelhantes às faixas da pele de vidro evidentes nas fachadas dos edifícios. O piso da área de convivência será composto por faixas alongadas de concreto com intervenção de pedra portuguesa pintadas com tinta látex nas mesmas cores da pele de vidro. A vegetação existente próxima aos edifícios irá favorecer a questão do conforto ambiental, árvores como liquidâmbar, beijo-pintado, ipê colorido e amendoeira da praia foram escolhidas a fim de gerar sombras e arborizar os ambientes. Quanto a iluminação, procura-se aproveitar ao máximo a luz natural, as aberturas de todos os ambientes através de janelas basculantes irão favorecer esse aspecto. A respeito da pele de vidro das fachadas optou-se pelo vidro laminado, resultado da união de duas peças por meio de um filme de Polivinil Butiral (PVB). Baseado nisso surge um vidro resistente que protege objetos e pessoas dos efeitos nocivos dos raios UV. Segundo a empresa Glassec Viracon, o vidro laminado filtra aproximadamente 99,6 % dos raios UV nocivos a pele humana. A aplicação de PVB acústico ao vidro laminado garante excelente barreira sonora, sendo adequado para melhorar a qualidade do ambiente de trabalho ou residencial. O projeto não é apenas um edifício residencial, é um lar acolhedor que irá transmitir a alegria e as virtudes familiares onde o âmbito maior é gerar a acesso comum aos usuários, com o cuidado de integrar a criança e ao adolescente abrigado à vida digna de conforto e lazer.

102 Gracielly Gonçalces


ACOLHER 103


104 Gracielly Gonรงalces


11. Referências VENÂNCIO, 1999, p. 170

PASSETTI, 2004, p. 357

MACHADO, 1986, p. 05

ORIENTAÇÕES TÉCNICAS: Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes.

Estatuto da Criança e do Adolescente.

Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Código de Menores.

SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS.

FERREIRA, A. B. de H. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

D A S I LVA , A l i n e D a i s e Te i x e i r a . L u g a r d e C r i a n ç a é c o m a F a m í l i a . D i s p o n í v e l e m : http://www.fja.edu.br/proja_cad/livro/artigos.htm#, acesso em 29/09/2014.

ORFANATO ACALENTO PESQUISA PARA DESENVOLVIMENTO DO PARTIDO ARQUITETONICO PARA UM ORFANATO NO M U N I C Í P I O D E CO R O N E L F R E I TA S . D i s p o n í v e l e m : http://www5.unochapeco.edu.br/pergamum/biblioteca/php/imagens/000068/000068D1.pdf, acesso em 29/09/2015

AB R IGO CA S A LAR : DIR EITO À CO N V IV Ê N CI A FA M IL I AR E COMUNIT Á R I A . Di s p o ní v e l e m : http://www.fag.edu.br/tcc/2008/arquitetura/AngelaBrandelero/TEORICO/Monografia%20Angela%20Brandelero.pdf, acesso em: 29/09/2015

O abandono de crianças ou a negação do óbvio. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=scia_rttext&pid=S010201881999000100003, acesso em 29/09/2015.

LAR CRISTÃO EVANGÉLICO. Disponível em: http://www.larcristaoevangelico.com/, acesso em: 29/09/2015.

SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS.

VIDROS LAMINADOS. Disponível em: http://www.glassec.com.br/pagina/produto/4, acesso em: 19/11/2015.

ACOLHER 105



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