centro universitário uni-anhanguera de goiás arquitetura e urbanismo caio taveira machado
CREMATÓRIO e parque memorial: Uma nova perspectiva para morte em goiânia.
goiânia - goiás 2019
Uni- ANHANGUERA - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
CAIO TAVEIRA MACHADO
CREMATÓRIO E PARQUE MEMORIAL : UMA NOVA PERSPECTIVA PARA MORTE EM GOIÂNIA
GOIÂNIA 2019
CAIO TAVEIRA MACHADO
CREMATÓRIO E PARQUE MEMORIAL : UMA NOVA PERSPECTIVA PARA MORTE EM GOIÂNIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Uni-ANHANGUERA de Goiás como requisito parcial para a obtenção da graduação. Orientador : Prof. João Marco Camelo
GOIÂNIA 2019
1. APRESENTAÇÃO...................................................................................................................01 1.1. INTRODUÇÃO.........................................................................................01 1.2. APRESENTAÇÃO DO TEMA. ................................................................01 1.3. PROBLEMÁTICA. ...................................................................................02 1.3.1 - Demanda e distribuição.................................................02 1.3.2 - Problemas ambientais ..................................................06 1.4. JUSTIFICATIVA........................................................................................08 2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................10 2.1. HISTÓRICO.............................................................................................10 2.1.1. A morte do homem..................................................................10 2.1.2. A morte da cidade......................................................................12 2.2. A MORTE EM GOIÂNIA ............................................................................15 2.3. O DESAPEGO AO CORPO E CELEBRAÇÃO À MEMÓRIA.................17 2.4. MÉTODO DE BIOCREMAÇÃO E APLICAÇÕES...................................17 3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS ...................................................................20 3.1. CREMATÓRIO COMUNAL DE RINGSTED - DINAMARCA......................20 3.3. WORLD WAR I NATIONAL MEMORIAL STAGE II....................................24 3.2. HOLOCAUST – MAHNMAL......................................................................27 3.4. QUADRO DE APROVEITAMENTO..........................................................33 4. O LUGAR......................................................................................................34 4.1. CONTEXTO HISTÓRICO.......................................................................34 4.2. LOCALIZAÇÃO E REFERÊNCIAS URBANAS.........................................36 4.3. HIERARQUIA VIÁRIA ..............................................................................38 4.4. ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS...................................................................39 4.5. ANÁLISE DE USOS..................................................................................40 4.5. ANÁLISE DE GABARITO.........................................................................41 4.6. ANÁLISE DE CONDICIONANTES AMBIENTAIS.....................................42 4.7. ANÁLISE DE IMPACTO DE VIZINHANÇA...............................................45 5. O PROJETO................................................................................................................46 5.1. PERFIL DO USUÁRIO.............................................................................46 5.2. PROGRAMA DE NECESSIDADES.............................................................49 5.3. QUADROS SÍNTESES..................................................................................50 5.4. ORGANOFLUXOGRAMA................................................................................53 5 . 5 CO N C E I TO / PA RT I D O. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 5 5.6. PARTIDO FORMAL.........................................................................................56 5.7. SETORIZAÇÃO..................................................................................................57 5.8. LOCAÇÃO E IMPLANTAÇÃO...........................................................................59 5.9. COMPOSIÇÃO VOLUMÉTRICA............................................................................61 5.10. SISTEMAS CONSTRUTIVOS...................................................................................62 6. REFERÊNCIAS.............................................................................................63 7. ANEXO...............................................................................................................................65
1 - apresen tação
1 APRESENTAÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem o propósito de, através de estudos referentes à morte, ao luto e às necrópoles, gerar reflexão sobre a vigente apologia do cemitério no Brasil, assim como propor uma desconstrução do entendimento cole vo atual da morte, através da proposta de um Parque Memorial e Crematório para Goiânia, que faz-se empá co aos ciclos e à efemeridade da vida, e principalmente à eternidade das memórias daqueles que se foram. Este trabalho tem como mo vação a necessidade de modificar a presente situação dos cemitérios de Goiânia, que seguem um modelo an go de adequação do espaço, gerando impactos ambientais, visuais e espaciais na cidade, e que não possuem qualquer embasamento antropológico contemporâneo sobre o assunto.
1.2 APRESENTAÇÃO DO TEMA 02 Baseando-se nos estudos e experimentos sociais deba dos por Kemerich (2014), o tema arquitetura mortuária sempre foi tratado como um tabu na sociedade contemporânea ocidental. Os padrões de cemitérios atuais seguem o modelo gó co e vitoriano, ambos do século XV, totalmente defasados e fora de contexto. Essa arquitetura vem recebendo novas roupagens mundialmente como crematórios, cemitérios ver cais e cemitérios parques que visam um maior conforto ao usuário, porém, no Brasil de forma geral, esse padrão de arquitetura encontra-se atrasado e inerte dentro dessas novas aprimorações e formas de se intervir nessa infraestrutura urbana. Entende-se por cemitério o local ao qual se confia os restos mortais dos ancestrais. Local este onde o passado e o presente se confrontam, que se cons tuem em ambientes de reflexão, oração e comunicação (CASTRO 2004). Par ndo do pressuposto de que as cidades, majoritariamente, tem como necessidade a criação de espaços para a prá ca do sepultamento, pretende-se propor, a par r desta pesquisa, uma quebra dos dogmas, e formas de representação relacionados à construção cemiterial. A intenção é u lizar ar
cios de
percepção ambiental dirigidas à um cemitério parque com o uso do urbanismo adaptado ao momento contemporâneo que, de alguma maneira, tem como obje vo minimizar os impactos psicológicos causados pela paisagem. A proposta temá ca baseia-se na composição de um Parque Memorial, juntamente com a criação de um crematório entremeado na estrutura do parque dentro da cidade de Goiânia. O projeto vincula-se diretamente com a necessidade, cada vez maior, de espaços que melhorem a drenagem urbana, juntamente com usos à comunidade, em outras palavras, Parques municipais.
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1.3 PROBLEMÁTICA 1.3.1- Demanda e distribuição Em uma perspec va ocidental, é fácil perceber o vínculo das cidades quanto aos cemitérios, porém, na grande maioria dos centros urbanos ocidentais, o espaço do cemitério insere-se no contexto da cidade de maneira nega va. Em termos urbanís cos, majoritariamente os cemitérios atuais cons tuem-se, em maior ou menor grau, de locais que carecem de integração com o entorno, e que contribuem para exacerbar um medo já bastante enraizado na sociedade à respeito do tema da morte. No pensamento cole vo, a necrópole faz parte do chamado não-lugar ou o espaço negado que poderia ser evitado, mas ainda se faz necessário (ABBUD, 2006). Trazendo essa perspec va à um panorama da região metropolitana de Goiânia, não são todas as cidades que contam com um cemitério (Figura 1), ao passo que todas possuem seus parques, praças, igrejas e outros equipamentos urbanos. Além disso, a região metropolitana vem apresentando grandes índices de crescimento demográfico ao longo dos anos (Figuras 2), segundo Ins tuto Brasileiro de Geografia e Esta s ca (IBGE), fomentando a necessidade de surgimento de novos centros cemiteriais. A ausência de um pensamento antropológico no processo de inserção dos cemitérios na malha urbana, gerou espaços hoje inertes, engolidos pela cidade, mas que não dialogam com a mesma, de função indefinida: nem inteiramente depósito, nem inteiramente museu. Figura 1 - Cemitérios da região metropolitana de Goiânia
N Inhumas Nova Veneza Brazabantes Nerópolis Caturaí
Santo Antônio de Goiás Goianira
Terezópolis de Goiás
Goianápolis Trindade
Abadia de Goiás
Goiânia
Aparecida de Goiânia
Guapó
Bonfinópolis
Senador Canedo Caldazinha
Bela Vista de Goiás Aragoiânia Hidrolândia
Fonte : Desenvolvido pelo autor
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Figura 2 : Gráfico RMG - População total 2.500.000
População
2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 2000 Crescimento Goiânia
2010
2018
Anos
Crescimento RMG
Fonte : Censo demográfico IBGE : 2000-2010-2018 Elaboração e Organização dos Dados : MACHADO, C.T
Ainda no panorama da Região Metropolitana de Goiânia (RMG), é conclusível pelos estudos do IBGE, que a RMG vem crescendo à passos largos. Aliado à isso, cresce a necessidade de atenção as infraestruturas das cidades, incluindo a infraestrutura mortuária, que é intrinsecamente ligada a malha urbana e a população de maneira geral. A capital apresenta 7 cemitérios atualmente (Figura 3), distribuídos dentro da malha urbana. Embora existam procedimentos de re rada e realocação de ossadas (exumação), o limitado espaço dos cemitérios não poderia suportar a infinitude do ciclo de vida e morte humano. Como resultado tem-se cemitérios superlotados, sem a possibilidade de venda de terreno, e a necessidade de mais espaços fora da cidade para a expansão dessas áreas. Figura 3 - Cemitérios de Goiânia 1 - Complexo Vale do Cerrado - GO-060, Km7Vera Cruz - PRIVADO
N
2 - Cemitério Municipal Jardim da Saudade Avenida Trindade, St. Maísa - PUBLICO 3 - Cemitério Municipal Parque - Rua São Domingos, St. Gen l Meireles - PÚBLICO 4 - Cemitério Pq. Jd. das Palmeiras - Rua Armogaste José da Silveira, St. Criméia Oeste PRIVADO
3 2
4
1 5
5 - Cemitério Santana - Av. Independência, St. dos Funcionários - PÚBLICO 6 7
SEM ESCALA
6 - Cemitério Municipal Vale da Paz - GO 020, KM 8 - PÚBLICO 7 - Cemitério Parque Memorial de Goiânia - GO 020, KM8 - PRIVADO
PortalMapa Goiânia - Alterado pelo Autor
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Segundo a Associação de Cemitérios e Crematórios do Brasil (ACEMBRA), es ma-se que os 7 cemitérios e crematórios atuais da cidade de Goiânia (Figuras 4,5,6,7 e 8), possuem uma taxa de ocupação de aproximadamente 62,33%, baseados nas metragens quadradas dos cemitérios. Apesar das taxas de ocupação serem rela vamente altas, existe um problema de má distribuição de ocupação, criando uma concentração de uso em alguns cemitérios (Figuras 5 e 6), e mal aproveitamento em outros (Figuras 7 e 8). Figura 4 - Cemitério Municipal Parque
Figura 5 - Cemitério Santana
Fonte: Google Earth, modificado pelo autor.
Fonte: Google Earth, modificado pelo autor.
Figura 6 - 1. Complexo Vale Cerrado/ 2. Cemitério Municipal Jd. da Saudade
Figura 7 - Cemitério Pq. Jd. das Palmeiras
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Fonte: Google Earth, modificado pelo autor.
Fonte: Google Earth, modificado pelo autor.
Figura 8 - 1. Cemitério Municipal Vale da Paz / 2. Cemitério Parque Memorial de Goiânia.
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Fonte: Google Earth, modificado pelo autor.
Apesar do espraiamento¹ da cidade e consequentemente maior demanda de cemitérios, segundo a ACEMBRA, os cemitérios que a ngirão a lotação primeiro serão os mais centralizados na cidade, visto a maior demanda e procura por este po de infraestrutura nas regiões centrais. Porém baseando-se na tabela de crescimento dos cemitérios (Tabela 1), é possível analisar a quantos anos os atuais cemitérios de Goiânia a ngirão sua lotação total. ¹ Espraiamento : Termo usado para a expansão horizontal das cidades, ou espalhamento, muito antes de a ngir uma densidade demográfica ideal nas áreas já consolidadas.
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Tabela 1 - Capacidades cemitérios de Goiânia. Área (m²) Nome 165.000m² Cemitério Municipal Parque Cemitério Santana Complexo Vale Cerrado Cemitério Jd. da Saudade Cemitério Jd. das Palmeiras Cemitério Vale da Paz Cemitério Parque Memorial de Goiânia
290.000m² 350.000m² 128.000m² 100.000m² 77.000m²
Capacidade Atual 140.000 32.000 Não disponibilizado Não disponibilizado Não disponibilizado
38.000m²
Crescimento(%) 7% - 11% Não disponibilizado Não disponibilizado Não disponibilizado Não disponibilizado
35.000
18%
146.000
Não disponibilizado
Fonte : Painel de monitoramento DATASUS 2018 / Elaboração e Organização dos dados: MACHADO, C.T
Apesar da importância da contabilização das capacidades dos cemitérios de Goiânia, não são todos que apresentam dados sobres suas médias de crescimento e capacidade total. Todavia, baseando-se nas esta s cas de crescimento disponíveis dos cemitérios de Goiânia, e embasando-se nas taxas de mortalidade (Figura 9), natalidade (Figura 10) e médias de crescimento da cidade, é notória a sobrecarga geral dos cemitérios da cidade. Figura 9 - Taxa de mortalidade (mortes/1000 habitantes) 10 9 8 7 6 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Fonte : Painel de monitoramento DATASUS 2018 / Elaboração e Organização dos dados: MACHADO, C.T Figura 10 - Taxa de nascimento (nascimentos/1000 habitantes) 21 19 17 15 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Fonte : Painel de monitoramento DATASUS 2018 / Elaboração e Organização dos dados: MACHADO, C.T
Como resultado do aumento da taxa de mortalidade e diminuição da taxa de natalidade , tem-se como consequência um processo de mudança da pirâmide etária do município, o que a longo prazo, a nge e a ngirá, toda a estrutura de cemitérios da cidade (Figuras 11,12,13).
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Figura 12 - Pirâmide etária - Goiás (distribuição por Sexo, segundo os grupos de idade). - 2000
Figura 11 - Pirâmide etária - Goiás (distribuição por Sexo, segundo os grupos de idade). - 1991 80 e + 70 a 74 60 a 64 50 a 54 40 a 44 30 a 34 20 a 24 10 a 14 0a4 10
Mulheres
5
Homens
0 5 Fonte : ATLAS BRASIL 2018
Mulheres
80 e + 70 a 74 60 a 64 50 a 54 40 a 44 30 a 34 20 a 24 10 a 14 0a4 10
10
5
Homens
0 5 Fonte : ATLAS BRASIL 2018
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Figura 13 - Pirâmide etária - Goiás (distribuição por Sexo, segundo os grupos de idade). - 2010 80 e + 70 a 74 60 a 64 50 a 54 40 a 44 30 a 34 20 a 24 10 a 14 0a4 10
Mulheres
5
Homens
0
5
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Fonte : ATLAS BRASIL 2018
As pirâmides etárias são usadas, não só para monitorar a estrutura de sexo e idade, mas como um complemento aos estudos da qualidade de vida, já que podemos visualizar a média do tempo de vida, a taxa de mortalidade e a regularidade, ou não, da população ao longo do tempo. (VASCONCELOS, A. M. 2006, p. 14). Segundo a ACEMBRA, mantendo as médias anuais de crescimento dos cemitérios, taxas de mortalidade e natalidade, em aproximadamente 8 anos, 70% dos cemitérios da capital a ngirão sua capacidade máxima, propiciando a criação de novos centros cemiteriais.
1.3.1- Problemas ambientais Outro problema enfrentado pelos cemitérios, não só de Goiânia mas do Brasil em geral, é a condição ambiental na qual eles se encontram, o que desencadeia uma série de problemas, tanto pra cidade quanto pra população do entorno. Desta preocupação tardia, resultam hoje sérios problemas ambientais relacionados ao mau uso do solo cemiterial, desde a infestação de mosquitos, baratas e escorpiões no entorno próximo, à contaminação direta do meio ambiente, sendo o principal deles a contaminação de lençóis freá cos pelo necrochorume¹ (Figura 14). Devido às infiltrações nos túmulos das águas das chuvas, compostos químicos são levados para o solo, podendo a ngir e contaminar aquíferos, dependendo da natureza do terreno. A supervisão das caracterís cas da água nestes locais é determinante para a diminuição do risco de contaminação. (KEMERICH & BORBA, 2013). Necrochorume ¹ : Configura-se de um líquido gerado constantemente durante o período de decomposição do corpo e que possui estágios diversos de patogenicidade. (KEMERICH et al., 2012).
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Figura 14 - Contaminação necrochorume
Fonte : Faar.edu.br
Em três cemitérios de São Paulo e Santos – Brasil foi constatada a contaminação do aqüífero subterrâneo por microorganismos como coliformes totais e termotolerantes, estreptococos fecais, clostrídios sulfito redutores e outros – oriundos da decomposição dos corpos sepultados por inumação no solo (PACHECO et al.1991).(Figuras 15,16). A pesquisa de maior impacto sobre contaminação de águas subterrâneas por cemitério no Brasil é de PACHECO et al. (1991) que estudou três cemitérios dos municípios de São Paulo e de Santos e constatou a contaminação do lençol freá co por microrganismos – coliformes totais, coliformes fecais, estreptococos fecais, clostrídios sulfito redutores e outros – oriundos da decomposição dos corpos sepultados por inumação no solo. O risco de contaminação microbiológica com a construção de cemitérios em meio urbano é presumível. A água subterrânea é mais a ngida pela contaminação por vírus e bactérias. Nascentes naturais ou poços rasos conectados ao aqüífero contaminado podem transmi r doenças de veiculação hídrica como tétano, gangrena gasosa, toxi-infecção alimentar, tuberculose, febre fóide, febre para foide, vírus da hepa te A, dentre outros (LOPES 2001). A população carente e de baixa renda está mais propícia a ser infectada por essas doenças. Figura 15 - Necrochorume em cemitério
Fonte : 2engenheiros.com - Acesso 01/03/2019
Figura 16 - Necrochorume
Fonte: h ps://portalseer.u a.br - Acesso 01/03/2019
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1.4 JUSTIFICATIVA Vide as problemá cas, surgem-se alterna vas. Baseando-se nos métodos de sepultamento u lizados atualmente, fica claro a ineficiência e agressão à cidade dos procedimentos ‘‘contemporâneos’’ empregados. Diante do exposto, surge a necessidade de aprimorações e soluções mais eficientes e interessantes ao cenário urbano cemiterial e ambiental contemporâneo, não só de Goiânia, mas sim do ocidente em geral. Os cemitérios ver cais, por exemplo, possuem menos exigências legais se comparados aos cemitérios horizontais. Por possuírem pologia edificada, este po de necrópole não entra em contato com a terra, descartando a contaminação dos lençóis freá cos pelo necrochorume. Porém é necessário que a construção seja adequadamente planejada e elaborada, de modo que evite tanto vazamentos do necrochorume quanto a eliminação sem tratamento dos gases exalados pelos corpos em decomposição, que possuem forte odor e também podem ter caráter contaminatório. Para Silva (1999), a contaminação do ar pelos gases da decomposição, resultará em um crescimento elevado de doenças respiratórias, irritação dos olhos e doenças do coração e vasos sanguíneos. (KEMERICH et al., 2014b). Tais fatos dificultam a implantação de tal modelo na cidade. Outro método que vem ganhando força dentro do cenário atual é a cremação, que é bastante an go e de menor agressividade ambiental. É um método que vem ganhando popularidade, com tendência a crescer ainda mais devido à falta de espaço nos cemitérios públicos e elevados preços dos cemitérios par culares para vagas e manutenção. (KEMERICH et al., 2014b). O método, como explica Campos (2007), possui a vantagem da eliminação completa dos resíduos prejudiciais ao meio ambiente, além de ocupar pouco espaço. Segundo o Sindicato de Crematórios e Cemitérios Par culares do Brasil (SINCEP), o número de crematórios no país em 2012 era de aproximadamente 34, enquanto em 1997 haviam apenas 3 registrados. O processo de cremação não libera fumaça, o procedimento ocorre à temperaturas de 900º C, e é considerado uma das soluções póstumas de menor impacto ambiental. Um fator pela qual esse método ainda não está sendo tão procurado, é em virtude da crença religiosa. Todavia a religião predominante na cidade de Goiânia conforme dados do IBGE é a católica (Figura 17), e essa premissa a respeito do tema morte, dentro do cris anismo vem constantemente sendo reformulado e a cremação sendo cada vez mais aceita atualmente. Figura 17 - Goiânia distribuição de religiões
37,2% 58,1%
Católica Apostólica Romana Evangélica Espírita
Fonte : ATLAS Brasil - Censo 2012
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Outro ponto posi vo no processo de cremação é o fator econômico, que apesar de exigir equipamentos específicos para o processo de queima, apresenta valores acessíveis a população de forma geral. Além de mais econômica que a compra de um jazigo, túmulo ou gaveta, não exige taxa de manutenção necessariamente e as cinzas são entregues à familia em urnas individuais. Figura 18 - Modelo de forno crematório
Fonte : crematoriovilaalpina.com.br
Figura 19 - Modelo de urna para cinzas
Fonte : crematoriovilaalpina.com.br
De acordo com o SINCEP (2007), no Brasil, a cada 1000 pessoas mortas, 85 delas são cremadas (8,5%), porcentagem essa aplicável em locais onde há a disponibilidade de cremação. Essa porcentagem vêm crescendo com a popularização da cremação no Brasil. Analisando as formas de sepultamento existentes nos dias atuais, é conclusivo que, apesar das divergências religiosas, a cremação é um dos métodos mais amigáveis à cidade e ao meio ambiente (SOUSA, 2007). Além da não contaminação do solo, existem crematórios contemporâneos que disponibilizam urnas degradáveis (Figura 20), oferecendo a família a possibilidade de enterro das cinzas, normalmente sob alguma árvore específica, criando uma espécie de memorial ao luto, e ao mesmo tempo alimentando o urbanismo da cidade. Figura 20 - Urnas biodegradáveis - Bio Urns¹
Fonte: Volupio Design
Esta inicia va acende uma discussão plausível e essencial nos tempos da contemporaneidade atual, visto a necessidade de mais áreas verdes, ou áreas de respiro, dentro das metrópoles. No Brasil essa ‘‘tradição’’ ainda está ganhando seu espaço, ao passo que as discussões sobre sustentabilidade ganham notoriedade na população. Devido à toda problemá ca já evidenciada, a proposta deste estudo nasceu com a intenção de trazer à tona esses valores, e propor uma solução às arquiteturas cemiteriais atuais de Goiânia: um Crematório e Parque Memorial para a cidade, estabelecendo como princípio de projeto a relação entre introspecção e cole vidade, proporcionando assim um local com uma função melhor definida, para quebra dos paradigmas sobre cemitério existentes na sociedade ocidental. Bio Urnas¹ - Urna biodegradável que permite a transformação de cinzas de uma pessoa ou animal de es mação numa árvore. Graças ao seu design e materiais, a urna fornece germinação adequada e posteriormente crescimento de uma árvore.
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2 - referencial teรณrico
2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 HISTÓRICO 2.1.1 - A morte do homem Segundo o historiador social francês Phillipe Àries ‘’ as transformações do homem diante da morte são extremamente lentas por sua própria natureza ou se situam entre longos períodos de imobilidade.’’ Iniciando-se por uma perspec va da Idade Média no ocidente segundo Àries, em seus primórdios a população em geral possuía um maior ‘’domínio’’ no momento de sua morte. Isso se dava porque, ao sen r a morte próxima, as pessoas se preparavam e esperavam pelo úl mo momento sem nenhuma objeção ou resistência. O sen do de individualidade no momento era nulo, pois acreditava-se que todos os cristãos, e em paz com a Igreja, teriam a mesma des nação. Os ritos finais da época eram compostos por uma cerimônia pública. A morte era tão naturalizada que par cipavam desde idosos até crianças. Figura 21 - A dança da morte de Lubeck Totentanz
Fonte : obviousmag.org - Acesso 05/03/ 2019
Figura 22 - Cerimônia de sepulcro
Fonte : Iden dade85 - Acesso 03 /03 /2019
O autor chama a atenção para o fato de que, neste período, não se morria sem se ter do tempo de saber que se iria morrer. Morria-se normalmente em guerras ou por doenças fatais, de modo que o homem, enquanto indivíduo, nha completa consciência da proximidade de seu fim. Com decorrer dos anos, por volta dos séculos XI e XII, a Igreja começa a ter uma par cipação maior dentro deste tema, com ideais religiosos que acabaram influenciando diretamente no pensamento de vida e morte vigentes. O momento final acaba sendo ín mo e reflexivo, ganhando uma carga de emoção antes inexistente. ‘’ O leito de morte se torna um lugar onde ‘o homem melhor tomou consciência de si mesmo.’ ’ (Figura 23). (SILVA, 2007 p.8) Figura 23 - Cerimônia Idade Média.
Fonte : Iden dade85 - Acesso 05 /03 / 2019
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É a par r do século XVIII que se tem um primeira grande mudança nas relações do homem com a morte. Neste período a morte é tratada como um transgressão racional, uma ruptura (SILVA, 2007). Essas transformações tem início a par r do século XVI, quando os temas referentes à morte recebem um tom eró co. Esse caráter eró co vem de influência da literatura e artes (Figura 24). Figura 24 - A morte de Sardanapalus - Eugene Delacroix (1824)
Fonte : Iden dade85 - Acesso 05 /03 /2019
Essa ruptura se mantém até aproximadamente o século XIX, resultando em uma mudança de a tude diante da morte: passou de um ato banal e costumeiro - mas com toda sua solenidade- a um acontecimento dramá co, agitado, emocional e único. O sen mento que outrora era de preocupação e fascínio são subs tuídos para a morte de outra pessoa, em muita das vezes, o ente querido, cuja saudade e a lembrança inspirará nos séculos XIX e XX o culto dos túmulos e dos cemitérios, onde há visitação dos túmulos, se assemelhando à uma residência de um parente. Todas as transformações da mentalidade humana à respeito da morte estudadas por Àries, ocorreram de modo lento e gradual, criando uma margem temporal para a sociedade se moldar ‘às tradições da morte’. Entretanto a realidade contemporânea não segue esses padrões. Como visto, a morte apesar do contexto histórico, consis a em um acontecimento público, a sociedade como um todo era a ngida e carecia ser cicatrizada. Atualmente o tema de morte é tratado como tabu, a morte deixou de ser algo ‘belo’, e tornou-se algo repugnante. Ela causa náuseas, tornando-se um grande inconveniente social (ÀRIES, 2012). Uma nova roupagem se adere à morte : A morte feia e suja, que deve ser escondida. A morte atual, perdeu o caráter social, e de cerimônia pública. A rejeição à esse fato resulta em uma supressão ao luto. É importante atentar-se, contudo, que essa supressão do luto não ocorre devido à frivolidade dos sobreviventes, mas sobretudo, pelo constrangimento da sociedade que se recusa a par cipar da emoção do enlutado, como forma de recusar a presença da morte em sua realidade. (AYRES 2017 p.12)
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2.1.2 - A morte da cidade Segundo Neves (2014) palavra cemitério originase do la m koimetérion, que significa local de descanso. O
É-HISTÓRIA R P
termo foi designado pelos cristãos na an guidade para referenciar e designar os seus locais de enterro, naquela época catacumbas (ROSA, 2003). Grande parte do que se conhece sobre a An guidade se deve aos túmulos e objetos que ali foram acumulados (ÀRIES 1982). Par ndo desse fato, a
• Sepulturas agrupadas
arquitetura funerária teve um papel fundamental na • Pertences enterrados junto ao morto • Crença na imortalidade ou vida pós morte comunicação dos costumes do Mundo An go. ALTA ESPIRITUALIDADE
Segundo Rosa (2003, apud Mumford 1998), os PE
permanente: uma caverna, uma cova assinalada por um
CO
mortos foram os primeiros a ter uma morada
O CLÁS SI OD Í R
monte de pedra, um túmulo cole vo, ao passo que é possível iden ficar nos ves fios dos enterramentos e ritos funerários do período Neolí co da humanidade uma crença pelos homens na vida pós-morte. No mundo Clássico eram as necrópoles ao longe das vias que saudavam os viajantes que se aproximavam
•Sepulturas fora da cidade •Tumulus,sepulcrum,monumentum •Túmulo mais importante do que o conjunto MEDO DO RETORNO DOS MORTOS
da cidade. Essa relação extramuros vinha de um sen mento de respeito com a habitação - os mortos não
A ID
DE MÉDIA
deviam habitar a casa dos vivos- e de medo do retorno dos que se foram. Ainda que exis sse esse sen mento de medo, tais espaços eram cultuados pela população: a morte, mesmo que longe, era presente em toda sua essência (FIGUEIREDO,2013). Assim, através de transformações lentas e su s, a relação do homem com a morte se desenvolveu até o que
•Enterro ‘’ad sanctos’’ •Espaço de enterro (cemitério) mais importante do que o túmulo PROXIMIDADE DOS SANTOS
hoje se tem por ‘’morte interdita’’. UALIDADE AT
•Silêncio dos costumes •Falta de espaço: cremação, nichos •Cemitérios ver cais MORTE COMO TABU
CULO XIX SÉ
•Espaços arborizados e eloquentes •Cemitério retoma lugar na cidade •Culto aos mortos PATRIOTISMO E MONUMENTALIDADE
CULO XVII É I S
•Cemitérios afastados das cidades • Túmulo: Individualidade do morto e propriedade da família HIGIENE E MORALIDADE
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A par r do século XVIII a situação do enterro nas igrejas começa a se tornar algo intolerável, em decorrência de uma série de fatores e tendo com viés principal o modelo da França. O surgimento da medicina Urbana na França que ocorre juntamente com a urbanização das grandes cidades, colaboram para que se iniciasse o processo de cons tuição dos cemitérios extra muros (Figura 25 ,26). A medicina urbana nha como grandes obje vos a circulação de itens como água e ar, organização e distribuição de locais e elementos necessários para a vida na cidade e análise de tudo que poderia provocar perigos sanitários no espaço urbano. Essas reformas influenciaram várias das legislações vigentes atualmente, como as de usos do solo para edificações, previstos normalmente nos planos diretores das cidades, e algumas distâncias dos cemitérios aos centros habitacionais que variam de município a município. Como consequência, foram executadas reformas urbanas como aberturas de vias largas, arborização, nova localização para determinados estabelecimentos tudo em prol de uma de uma cidade mais saudável. Os cemitérios por acumularem grande quan dade de corpos, foram considerados na época, grandes focos de miasmas, sendo transferidos para áreas periféricas das cidades longe das aglomerações urbanas. Figura 25 -Cemitério dos Inocentes
Figura 26 - Exemplo cemitério século XVIII
Fonte: h p://gran-de-boucheire.chez-alice.fr Acesso em 05/03/2019
Fonte: h p://gran-de-boucheire.chez-alice.fr/Innocents.html Acesso em 05/03/2019
Já no século XIX, estes espaços que nham desaparecido desde a An guidade, retornam à cidade, cons tuindo mais um elemento da malha urbana. A morte se torna forte presença na cidade, o que não ocorria na Idade Média, apesar da alta mortalidade e ‘presença dos mortos’. Os cemitérios ingleses, ou americanos, ou ainda cemitérios jardim como ficaram conhecidos, são reflexo de uma simplicidade dotada à morte, que se adaptava bem à melancolia do culto român co, sendo um resgate ao modelo an go de espaços cemiteriais. Em contrapar da, o cemitério vitoriano da Europa con nental, modelo mais difundido no Brasil, é cons tuído de monumentos aos mortos, extremamente complexos e figura vos, drama zando, como é próprio deste momento da morte, o espaço dos que se foram.
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As mudanças radicais na mentalidade da morte, ocorridas no século XX, tem repercussões não só psicológicas, mas também dentro do espaço público. O esvaziamento do sen mento de morte, consequentemente, reflete um esvaziamento dos cemitérios urbanos. As reformas higienistas posteriores à Revolução Industrial expulsaram os cemitérios do perímetro urbano, contudo, o crescimento das cidades contemporâneas os alcança novamente. Entretanto, apesar de existentes, sua presença na cidade não é notada, de forma que não se cons tuem atores no co diano urbano. O urbanismo modernista segundo Benevolo (1980), com toda a sua funcionalidade, considera a cidade a par r do espaço de habitar, trabalhar, recrear e circular. A morte, assim como na sociedade, não tem espaço na cidade. Desta maneira os cemitérios configuram-se áreas de uso cristalizado, que sofrem um processo de inércia e esquecimento por parte da sociedade em geral. Dentro desta realidade de morte suja e excluída, os espaços cemiteriais se tornam invisíveis e inócuos. Ainda que a mentalidade capitalista os insira na dinâmica das cidades, através de uma maquiagem, uma espetacularização da morte, tais espaços con nuam vazios de significado, longe de uma apropriação pela população. Figura 27 - Exemplo cemitério século XIX
Fonte:h p://www.spectrumgothic.com/ Acesso em 05/03/2019 Figura 29 - Cemitério Vitoriano em Roma
Fonte:h p://www.spectrumgothic.com/ Acesso em 05/03/2019
Figura 28 - Cemitêrio modelo Francês
Fonte:h p://www.spectrumgothic.com - Acesso em 05/03/2019 Figura 30 - Cemitério vitoriano South Park Street.
Fonte:h p://www.spectrumgothic.com/ Acesso em 05/03/2019
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2.2 A MORTE EM GOIÂNIA A morte no Brasil não fugiu dos padrões europeus. As transformações da mentalidade relacionada à morte que ocorreram por todo o ocidente, chegaram ao Brasil, mesmo que de forma obsoleta. Isto ocorreu, principalmente pela importação de costumes durante o longo período de ‘’europeização’’ que o país sofreu, e ainda sofre, desencadeado pela globalização atual. Em Goiânia não foi diferente. Ainda que o processo de ocupação tenha sido um tanto devagar, as influências europeias chegaram à cidade, influenciados pelos costumes vindos da cidade de Goiás, e cidades históricas do estado (SILVA, 2007). Do ponto de vista de arquitetura, todos os espaços cemiteriais da cidade apresentam uma mesma pologia: cemitérios tradicionais vitorianos, sendo a inumação¹ a des nação mais recorrente (Figura 31). Segundo CAMPOS (2007, apud Kemerich et al) são compostos por alamedas pavimentadas delimitadas por túmulos semi-enterrados, mausoléus, capelas e diversas formas de monumentos funerários. Desta maneira, são em gera, espaços desqualificados arquitetonicamente que sofreram um processo de cristalização no uso (ROSA, 2003), e se tornam desatra vos aos usuário, concebendo espaços inertes para a sociedade. Figura 31 - Cemitério Municipal Parque - Goiânia
Fonte : h p://sagresonline.com.br - Acesso 06/03/1997
Dos 7 cemitérios existentes na capital, 4 são públicos: Cemitério Jardim da Saudade, Cemitério Municipal Parque, Cemitério Santana, Cemitério Vale da Paz. Os cemitérios públicos possuem 66% da demanda fúnebre da cidade, além de nenhum destes apresentarem a possibilidade de cremação, e apenas 1 cemitério (privado) na cidade disponibiliza o método para as famílias. Um dos principais problemas enfrentados pelas necrópoles, tanto públicos quanto privados, é o real descaso com esse po de infraestrutura, tanto por parte do poder público quanto da própria população. A marginalização é a cada dia mais intensificada, ao passo que a falta de cuidados e manutenções abre espaço para falta de segurança, desencadeando e potencializando os problemas sociais. Segundo Elias (2013), só no ano de 2012, foram registrados 14 furtos em todos os cemitérios da capital.
Inumação ¹ : ato, processo ou efeito de inumar; enterramento, enterro, sepultamento.
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Outro fator de extrema relevância dentro do contexto da capital, são os licenciamentos ambientais para funcionamento dos cemitérios. Apenas um dos sete cemitérios instalados em Goiânia tem licença ambiental para funcionamento. Segundo Elias (2013), apenas o cemitério par cular Vale do Cerrado (Figura 34) conta com a documentação e outros dois, também privados, estão em fase de análise de documentos. Os quatro cemitérios públicos da capital - Parque, Santana, Vale da Paz e Jardim da Saudade- vêm funcionando de forma irregular (Figuras 32 e 33) . Atualmente com código de legislação vigente, é necessário, apresentar o Plano de Gestão Ambiental, que avalia o impacto causado pela a vidade para o Município. Além disso, anualmente, deve ser elaborado relatório de gerenciamento de resíduos. A soma dos fatores citados, contribuem ainda mais para o desinteresse da população por estes espaços in urbe. A fossilização destes espaços é cada vez mais notória, e a falta de cuidados e manutenções nessa infraestrutura é uma afronta à cidade e a população, visto o caráter de uso destes lugares. Figura 32 - Cemitério Municipal Parque - Goiânia
Fonte : h p://sagresonline.com.br Acesso 06/03/2019
Figura 33 - Vale da Paz - Goiânia
Fonte : h p://sagresonline.com.br Acesso 06/03/2019
Figura 34 - Cemitério Vale do Cerrado - Goiânia
Fonte: h p://complexovalecerrado.com.br - Acesso 07/03/2019
O complexo Vale do Cerrado é o único cemitério da capital que fornece o método de cremação como opção de sepultamento, e visto a crescente nesta forma de sepultamento, a cidade carece de novos centros, de preferência públicos, que forneçam esse po de serviço à população.
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2.3 DESAPEGO COM CORPO Como já explicado, a morte contemporânea é envolvida em uma cultura de supervalorização do ego e da materialidade da vida. A oposição à esta visão de mundo materialista é fator essencial inclusive para que o luto por qualquer perda seja vivido de forma mais amena, sem que para isso se negue a necessidade de viver o luto inteiramente, como um período de aceitação e desconexão com o ‘’objeto’’ que não existe mais. Par ndo deste contexto, uma outra diretriz teórica a ser seguida neste projeto é a ideia do desapego, que surge então em oposição ao apego material, tão presente na cultura atual. A aceitação da impermanência e da efemeridade da vida deve ser es mulada, no intuito de que a percepção da transitoriedade da existência humana encoraje o uso do tempo presente, de forma real e única. Muitas são as doutrinas de ordem minimalista que difundem esta ideia do desprendimento em relação aos excessos. Um exemplo emblemá co é o budismo, que da prioridade ao essencial da vida, com enfoque geralmente nos vínculos humanos de afeto. Dentro a doutrina cristã, não existem restrições relacionadas a preservação do corpo. Buscando exercer esta visão minimalista, que defende as fases em detrimento da permanência, o trabalho irá, portanto, em contraposição ao culto ao corpo pós morte. Em termos prá cos o enterro e todos os processos envolvidos que se relacionam a ele não farão parte deste novo conceito de cemitério parque, mas sim a efemeridade, impermanência e imaterialidade do mesmo.
2.4 METÓDO DE BIOCREMAÇÃO Com o desenvolvimento das tecnologias e aprimoramento das mesmas, a sociedade foi se moldando e produzindo novos métodos para subs tuição do enterro¹, tais quais sepultamentos² e cremações. Como já exposto, a cremação é uma alterna va mais sustentável ambientalmente ao método de sepultamento u lizados atualmente. Par ndo disso, foram desenvolvidos mecanismos de aprimoração e aperfeiçoamento deste método, que visam com apoio da tecnologia minimizar ainda mais os impactos ao meio ambiente. Um dos métodos que tem ganhado notoriedade mundialmente é o processo de Biocremação ou Hidrólise Alcalina, que será o recurso adotado na concepção desse projeto. Este processo consiste em, com a ajuda de uma máquina, dissolver o cadáver numa solução química à base de hidróxido de potássio. No processo, como na cremação convencional, restam apenas os ossos, que são lavados, secados e triturados. O corpo, já em estado líquido, não contém mais do que aminoácidos e proteínas. O líquido é filtrado, e corrigido para assim ter sua des nação final (VEJA ,2009). Enterro¹ : Ato literal de enterramento, sem preparos prévios. Sepultamento² : Ato de se colocar o morto em alguma sepultura para exumação.
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De acordo com a pesquisadora holandesa Elisabeth Keijzer, que realizou dois estudos para a Organização Holandesa p/ Pesquisa Aplicada (SIA), o método da hidrólise alcalina é muito melhor ambientalmente do que qualquer outro método de cremação atual. A pesquisadora separou o sepultamento, enterro, cremação e hidrólise alcalina em dezenas de etapas, avaliando-as em comparação com 18 padrões de impactos ambientais, tais como: esgotamento de ozônio, ecotoxidade marinha e mudanças climá cas. Em 17 categorias, a hidrólise alcalina se saiu melhor, vindo logo em seguida o processo de cremação convencional. Além disso, o sepultamento foi considerado pelos resultados, um dos procedimentos que gera maior impacto ambiental em termos gerais, fundamentando a idéia de mudança desse método inadequado, que ainda prevalece nos tempos atuais. Tanto a cremação convencional quanto a biocremação, partem do mesmo princípio e tem como resultado final pra camente o mesmo produto. Entretanto a biocremação apresenta maiores vantagens ambientais quanto cremação convencional. Na cremação convencional, o corpo é queimado à temperatura de 1000 graus num forno a gás. Do processo resultam 400 quilos de dióxido de carbono. Outros componentes tóxicos, como mercúrio, também podem ser liberados. Na biocremação, o impacto ambiental é bem menor. O processo consome apenas 15% do gás usado na cremação a calor e reduz em 35% a emissão de dióxido de carbono e em 30% a de outros gases que contribuem para o efeito estufa (VEJA, 2009). De forma prá ca de acordo com Simon (2012) o processo de Biocremação pode ser exemplificado e simplificado em 4 passos básicos : • 1° - O morto é colocado na cápsula (Figura 35, 36), feita de aço inoxidável, da máquina crematória, herme camente fechada e pressurizada. • 2° - Um flúido aquecido à 180°C, com 5% de hidróxido de potássio e o restante de água, é despejado dentro da cápsula, até o ponto de submergir o corpo (Figura 37). • 3° - O corpo é dissolvido em três horas aproximadamente. Restando os ossos, que são triturados num pó fino, assim este pó é entregue a família, ou des nadas à urnas biodegradáveis. • 4° - O flúido restante do processo, cerca de 1000 litros, é filtrado , tem o pH corrigido e posteriormente des nado ao descarte ou des nos adjacentes, de acordo com o consen mento da família. Figura 35 - Exemplo de forno para biocremação
Fonte: h p://www.medicalexpo.com Acesso em 16/03/2019
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Um ponto importante à respeito da hidrólise alcalina, é que se trata de um processo natural do corpo pós-morte. Em um cemitério, esse processo pode demorar décadas, dependendo das condições e formas de sepultamento, além da possibilidade de contaminação ou o desenvolvimento do necrochorume ou saponificação. Dentro deste procedimento são criados condições ideias para que esse processo ocorra de maneira controlada e mais rápida. Etapas do processo de Biocremação Segundo Simon (2012) Figura 36 - Encapsulação do corpo
Fonte: BBC UK - Acesso : 17/03/2019 Figura 38 - Resfriamento e drenagem do flúido
Fonte: BBC UK - Acesso : 17/03/2019
Figura 37 - Imersão do corpo e aquecimento
Fonte: BBC UK - Acesso : 17/03/2019 Figura 39 - Secagem e trituração da ossada
Fonte: BBC UK - Acesso : 17/03/2019
Um dos problemas relatados à despeito da biocremação são os flúidos finais dos fornos. Esse efluente é, segundo a World Health Organiza on (WHO), é uma mistura estéril de aminoácidos e pep deos, e que por meio de estudos de mapeamento gené co foi comprovado a ausência de DNA nas amostras, garan ndo maior segurança ao método. Esse produto final é passado por um processo de correção do pH, e filtragem, para que posteriormente tenha a des nação adequada. Segundo a polí ca Ambiental dos EUA, o líquido pode ter à uma Estação de Tratamento de Efluentes independente no estabelecimento, ou des nação de irrigação, visto sua composição de micronutrientes e potencial fer lizante sobre a vegetação. A opção de uso do líquido resultante como irrigação vem tomando força dentro deste cenário, alimentando ainda mais o potencial sustentável do método de Biocremação. No Brasil, a des nação desse po de efluente é orientada pela Polí ca Nacional de Resíduos Sólidos Lei nº 12.305/10, que mapeia todos os processos e procedimentos à serem tomados dentro de um possível estabelecimento crematório. Além dessa legislação, outra legislação dominante sobre a biocremação é CONAMA. Resolução nº 335, que norteia todos os parâmetros dos filtros dos fornos, além da es pulação de estudos de viabilidade e impacto ambiental. Outra legislação importante é sobre os padrões de distribuição por usos normalmente descritos pelos planos urbanís cos das cidades, neste projeto o Plano Diretor de Goiânia.
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3 - referĂŞncias projetuais
3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 3.1 CREMATÓRIO COMUNAL DE RINGSTED Figura 40 - Crematório Comunal de Ringsted
FICHA TÉCNICA
Fonte : ringsted.dk/crematorium_comunal - Acesso em 24/03/2019 Figura 41 -Mapa de localização N
Arquitetos: Henning Larsen Arquitetos Localização : Kærup Parkvej 1, 4100 Ringsted Área : 2700m² Ano : 2013 Localizado no centro da Dinamarca na cidade de Ringsted, o Crematório Comunal é uma organização de cremação semi-privada, que tem como uma de suas intenções o atendimento das populações de menores rendas no país.
Fonte : Desenvolvido pelo autor Figura 42 -Mapa de localização N
O Crematório foi construído para cumprir com as novas normas de emissão de gases de combustão do pais e, assim, permi r a desa vação de 8 outros crematórios da cidade. Posicionado estratégicamente dentro da cidade, o Crematório Comunal encontra-se rela vamente distante das massas urbanas, o que segundo o autor enfa zaria sua relação de introspecção entre interior x natureza do exterior da edificação.
Fonte : Desenvolvido pelo autor
Figura 43 - Análise localização, malha urbana e raios de influência do crematório LEGENDA Arquitetura Funerária Malha Urbana Vias Coletoras Raios de alcance (150-150m).
Fonte : Google Earth - Modificado pelo autor
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N Figura 45 - Planta baixa e setorização
A configuração espacial do Crematório Comunal é bastante rasa, ou seja, com pouca profundidade. Desse modo, o espaço de velório e salas de fornos possuem conexão direta - neste projeto os familiares podem acompanhar o
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processo de cremação dos entes queridos.
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A setorização (Figura 45) acontece por meio
8 7
6
5
de agrupamentos e núcleos de serviços, de forma que todos os usos tenham interligações com o centro e a parte externa da edificação.
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Figura 44 - Legenda de setores e setorização
Circulação Circulação Velação Funerário Circulação Administrativo Administrativo Administrativo Administrativo Funerário Funerário Funerário Apoio Circulação Circulação Sanitários
AMBIENTE 1 - Entrada 2 - Hall 3 - Velação 4 - Fornos 5 - Corredor 6 - Sala administrativa 7 - Sala Administrativa 8 - Sala Administrativa 9 - Sala Administrativa 10 - Caixões 11 - Antecâmara 12 - Tanatório 13 - Depósito 14 - Entrada Serviços 15 - Circulação Serviços 16 - Sanitários
Acesso secundário
SETOR
4 11
3 2 1 10
10
12
15
Fonte : Desenvolvido pelo autor Figura 46 - Disposição interna Ringsted Crematorium
15 14
15
Acesso Principal
13 S/ESCALA
LEGENDA Fluxo interno público Fluxo interno de serviços / mortos Fonte : h ps://architectural-review.com/buildings - Modificado pelo autor -Acesso : 21/03/2019 Fonte : h ps://architectural-review.com/buildings Acesso : 21/03/2019
Aberturas laterais interligando interior x exterior Espaços interligados pelo centro
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A organização funcional (Figura 47) do edi cio baseia-se no centro, e apar r dele se interligam as outras funções e usos do edi cio. Figura 47 - Organofluxogramas
LEGENDA
Entrada dos vivos
Circulação
Velação
Administra vo
Funerário
Apoio
Entrada dos mortos Fonte : Desenvolvido pelo autor
Os gráficos indicam que, independente da entrada que se toma para acessar o edi cio, os fornos e sala de velório se encontram em posição central na configuração do crematório. Figura 48 - Interior do crematório
Fonte: h ps://architectural-review.com/buildings Acesso : 21/03/2019
O caráter verdadeiramente excepcional da estrutura só se torna aparente no plano: em vez de focar em um espaço cerimonial dominante, o centro desse prédio é a instalação de cremação. Os enlutados pagam seus úl mos cumprimentos em uma pequena antecâmara antes de assis r - se quiserem - a par r de um corredor envidraçado, enquanto o caixão é inserido em um dos seis fornos. Figura 49 - Interior do crematório
Fonte : h ps://architectural-review.com/buildings Acesso : 21/03/2019
Fornos crematórios
Ambientes de velação
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O crematório adota uma pologia horizontalizada em seu volume , apresentando um pé direito duplo na parte de cremação dos corpos, que segundo os arquitetos garantem uma sensação de espaço leve e arejado, aliado à u lização de um forro ondulado, compondo a disposição interna do edi cio. Os fornos apresentam uma tubulação p/ gases subterrânea, conduzida à uma torre de expelição externa. Figura 50 - Corte do crematório
Forro ondulado
Horizontalidade
Acesso/Circulação
Setor funerário
Setor Administra vo
Fonte : h ps://architectural-review.com/buildings - Modificado pelo autor Acesso : 21/03/2019 Figura 51 - Fachada do edi cio
Fonte : h ps://architectural-review.com/buildings Acesso : 21/03/2019
O edi cio é composto segundo os
Figura 52 - Ringsted Crematorium
arquitetos, por uma volumetria simples, com um jogo de volumes re líneos em jolo aparente, um desenho que enfa za a flexibilidade dos espaços, considerando principalmente a função do prédio. Diante das condições bioclimá cas do local de instalação do crematório, a u lização de jolos garantem uma eficiência térmica ao edi cio. A instalação de janelas envidraçadas em toda lateral do edi cio tem como obje vo a garan a expor o conceito de interior x exterior dos autores, além de garan r uma maior exposição solar e iluminação natural ao lugar. Figura 53 - Ringsted Crematorium
Fonte : h ps://architectural-review.com/buildings Acesso : 21/03/2019
Fonte : h ps://architectural-review.com/buildings Acesso : 21/03/2019
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3.2 WORLD WAR 1 NATIONAL MEMORIAL STAGE II - GREEN HEROES Figura 54 - World War I Na onal Memorial
Fonte : www.countsstudio.com - Acesso : 21/03/2019 Figura 55 - Mapa EUA - Washington DC
FICHA TÉCNICA
N
Arquitetos: Count Studio Localização :Washington, D.C., Dt. de Columbia 20045 Área : 7000m² Ano : 2016
O projeto Green Heroes, realizado para uma compe ção de parque memorial em
Fonte : Desenvolvido pelo autor
respeito ao centenário da 1º Guerra Mundial, é uma combinação de memorial, parque e jardim
N
em um novo po de espaço público.
Figura 56 - Mapa Washington DC - Distrito de Columbia
O projeto se localiza bem no centro do distrito de Columbia, próximo à casa branca e aos distritos administra vos da cidade, aumentando sua importância dentro da cidade. O projeto vem para compor a linha de parques memoriais que existem dentro da cidade de Washington e próximo à Casa Branca.
Fonte : Desenvolvido pelo autor
Figura 57 - Localização Memorial Green Heroes
LEGENDA 01 - Casa Branca
01
02 - President’s Park 03 - The Ellipse Park 04 - Green Heroes
02 04
Malha Urbana Via coletora de acesso
03 Fonte : Google Earth - Modificado pelo autor
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O Jardim Memorial, que toma grande parte do terreno, compõe-se por 116 árvores plantadas dentro de uma composição escultural de terraplanagens e caminhos sinuosos. As formas de relevo referem a paisagem icônica das trincheiras, enquanto as 116 árvores dão escala sica aos 116.516 militares e servos americanos que perderam a vida. Figura 58 - Traçados internos e análise de vegetações
N
Traçados orgânicos
LEGENDA: Traçados acessíveis Vegetações Grande Porte Vegetações Médio Porte Vegetações Pequeno Porte Coração do projeto
sem escala
Fonte: Desenvolvido pelo autor
A proposta acontece no nuânce das sinuosidades dos caminhos propostos pelos autores. O memorial apresenta traçado curvilíneo e com formas orgânicas, porém todos se conectam ao centro, que chamado é de Doughboy Plaza, o coração simbólico do projeto. Todos os caminhos demarcados, segundo os autores, são acessíveis, se adequando à topografia local. O centro do projeto é caracterizado por paredes de imagens esculpidas dramá camente ,remetendo ao passado e aos que vivenciaram a experiência da 1º Guerra Mundial (Figura 59,60) , um anfiteatro cívico, o Passeio do Capitólio, e uma topografia robusta forma este espaço de encontro cívico um lugar de lembrança. Figura 59 - Doughboy Plaza
Murais ao ar livre p/população Fonte :countsstudio.com - Acesso : 21/03/2019
Figura 60 - Doughboy Plaza
Espaço público p/ entroncamento social Fonte : www.countsstudio.com - Acesso : 21/03/2019
As paredes com exposições compõem um ambiente se assemelhando à um museu à céu aberto, inspirando e proporcionando diferentes sensações aos usuários.
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O projeto faz a u lização de diferentes pos de vegetação em diferentes lugares da memorial, com intuito de provocar diferentes sensações aos visitantes. As vegetações se dividem em vegetações de grande, médio e pequeno porte, com predominância de árvores ornamentais e fru feras nas partes centrais. Figura 61 - Análises de usos
Traçados orgânicos
Escadas de acesso
Escadas de acesso
Coração do projeto
Gramado cole vo
Fonte :countsstudio.com - Modificado pelo autor - Acesso : 21/03/2019
O memorial não apresenta uma setorização bem definida. Devido seus traçados curvilíneos, toda a parte de exposição acontece no decorrer das passagens, proporcionando um ambiente bem mais intera vo aos usuários (Figura 62). Figura 62 - Imagem do memorial
Painel exposi vo
Fonte :countsstudio.com - Acesso : 21/03/2019
A proposta é expor grandes momentos e passagens dos momentos vividos na Primeira Guerra Mundial, e além disso, evidenciar os feitos dos par cipantes americanos, ressaltando o patrio smo e promovendo uma maior disseminação do conhecimento de história, especificamente da Primeira Guerra.
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O memorial Green Heroes faz a u lização de tecnologias constru vas simples, porém que garantem a eficiência do projeto. Os nuânces das sinuosidades criam formas visualmente confortáveis aos usuários, e a u lização da topografia caracteriza a excentricidade do projeto quanto ao entorno. Figura 63 - Usos do memorial
Figura 64 - Perspec va Green Heroes
Fonte :countsstudio.com - Acesso : 21/03/2019
Fonte :countsstudio.com - Acesso : 21/03/2019
O memorial carrega em seu seio além da proposta histórica e memora va, uma proposta sustentável no âmbito ambiental. Todo projeto conta com sistemas de drenagem de águas pluviais abaixo do nível das vegetações, com obje vo de drenagem e escoamento das águas no sen do do caimento da topografia. Figura 65 - Tecnologias constru vas
Sistema de captação pluvial sob jardins.
cisterna p/ armazenamento das águas recicladas Fonte
depósito público exclusivo de funcionários.
A
Escadas intermediárias de granito reciclado. A
Utilização de jardins de chuva p/ melhor drenagem pluvial
Pavimentação em concreto permeável Escadas em concreto
Fonte :countsstudio.com- Modificado pelo Autor - Acesso : 21/03/2019 Figura 66 - Topografia natural do terreno
Fonte :countsstudio.com - Acesso : 21/03/2019
A u lização dos desníveis para criação de painéis exposi vos enriquecem o projeto, tornando o memorial como um museu a céu aberto, valorizando a cultura e a proposta em questão dos arquitetos. Figura 67 - Corte AA’ Painéis expositivos Painéis expositivos
Fonte :countsstudio.com - Modificado pelo autor- Acesso : 21/03/2019
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3.3 HOLOCAUST MAHNMAL Figura 68 - Holocaust Memorial
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/ - Acesso : 21/03/2019 Figura 69 - Mapa da Alemanha
FICHA TÉCNICA
N
Arquitetos: Eisenman Architects Localização : Cora-Berliner-Straße 1, 10117 - Berlim Área :19.500 m² Ano : 1998 - 2005 Localizado em Berlim, o memorial Holocaust é uma das principais obras de Peter Eisenman. Segundo o autor, este projeto manifesta a instabilidade inerente a um sistema; uma grade racional e seu potencial de dissolução no tempo. A idéia parte de que, quando um ideal aparentemente racional e ordenado se torna muito
Fonte : Desenvolvido pelo autor Figura 70 - Mapa de Berlim
grande e desproporcional ao obje vo pretendido, ele
N
perde o contato com a razão humana (EISENMAN, 2008), se referindo à ideologia ariana imposta na 2º Guerra Mundial. Começa então a revelar as perturbações inatas e o potencial para o caos em todos os sistemas de ordem aparente.
Fonte : Desenvolvido pelo autor
Figura 71 - Entorno e hierarquia viária do entorno do memorial
LEGENDA 01 - Holocaust Memorial 02 - Pq. Großer Tiergarten 03 - Homossexual Memorial Vias arteriais
02
01
Vias coletoras 03
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/ - Modificado pelo autor- Acesso : 21/03/2019
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O projeto começa com uma estrutura de grade rígida composta de 2.711 pilares de concreto, ou estelas, cada um com 95 cen metros de largura e 2.375 metros de comprimento, com alturas variando de zero a 4 metros. Os pilares estão separados por 95 cen metros para permi r apenas a passagem individual pela grade (EISENMAN,2008). Figura 72 - Holocaust Mahnmal
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/- Acesso : 25/03/2019
A idéia do arquiteto era simular as sensações
Figura 73 - Holocaust Mahnmal
de medo, surpresa e insignificância sen das pelos judeus. Dessa forma ao caminhar entre os blocos e perceber que esses aumentavam de tamanho até a ngirem 2,38 metros (Figuras 73,74,75) as pessoas perderiam seu senso de direção, pareceriam estar andando em um labirinto, não tendo nenhum ponto visual como referência. Se sen riam pequenas e confinadas perto do tamanho dos blocos de concreto. Figura 74 - Holocaust Mahnmal
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/ Figura 75 - Malha de pilares com topografia local
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/
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A repe ção dos padrões, tanto de tamanhos quanto de formas dos pilares seguem todo os percursos dentro do memorial, potencializando as sensações dentro do local e causando espaços indeterminados para se desenvolver (EISENMAN, 2005). Apesar das estelas apresentarem base fixa em concreto, toda malha segue assiduamente a topografia local, criando distorções na perspec va do usuário quanto ao local. Figura 76 - Planta do padrão de distribuição e caminhos dentro do memorial
0,92
PILAR
PILAR
PILAR
PILAR
PILAR
PILAR
0,92
0,92
0,92
0,92
Fluxo de pessoas dentro do memorial
Fonte: Desenvolvido pelo autor.
Figura 77 - Estela Holocaust Mahnmal Todas as estruturas mantém o mesmo aspecto, rígido e ‘duro’, conforme Eisenmen 2015. Estela em concreto armado e polido Base da estrutura em concreto Toda a estrutura é composta basicamente do mesmo, e mesma tonalidade, criando um padrão de repe ções, e criando diferentes sensações ao usuário Fonte : Desenvolvido pelo autor
Uma das principais caracterís cas do memorial quanto ao entorno é sua discrepância formal e conceitual (Figuras 78,79), chegando a ser agressivo a paisagem urbana. Segundo Eisenman é exatamente a sensação proposta pelo projeto, ressaltando o sen mento de negação ao Holocausto na Segunda Guerra Mundial. Figura 78 - Entorno Holocaust
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/ Agressão visual segundo Eisenmen
Figura 79 - Estudo formal de entorno
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/ Contraste visual com entorno.
30
Além da parte simbólico-conceitual presente no Holocaust, embaixo dos blocos há um anexo, o “Local de Informação” (Figuras 80,81) onde está guardado o nome de todas as ví mas judias conhecidas do Holocausto, fornecidos pelo museu israelense Yad Vashem. Figura 80 - Maquete de acesso ao sub-solo
Figura 81 - Maquete de acesso ao sub-solo
Acesso ao sub solo Exposição ao luto Sanitários Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/ - Modificado pelo autor Figura 82 - Setorização Sub-solo A Acesso
LEGENDA DE AMBIENTES 0 - Foyer 1 - Room of Dimensions 2 - Room of Families 3 - Room of Names 4 - Room of Sites 5 - Portal de informações 6 - Yad Vashem Portal 7 - Arquivo Federal 8 - Arquivo de Vídeos 9 - Almoxarifado 10 -Ves ários 11 - Sanitários
1
2
0 4
3
SOBE
11
LEGENDA DE SETORES Setor de exposição Auditório
6
5 10 SOBE
Circulação Ver cal Administração Sanitários Fluxo interno de visitantes
8
9
11
A
7
SEM ESCALA
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/ - Modificado pelo autor Figura 83 - Corte AA’ - Holocaust Mahnmal
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.com/ - Modificado pelo autor
31
Figura 84 - Memorial subterrâneo
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.comAcesso 26/03/2019
Figura 85 - Memorial subterrâneo
Fonte : h ps://eisenmanarchitects.comAcesso 26/03/2019
Os mobiliários urbanos do memorial foram desenvolvidos à não destoarem da paisagem proposta pelos autores Figura 86 - Mobiliário urbano do memorial
Fonte: eisenmanarchitects.com - Acesso: 26/03/2019
Neste monumento não há meta, não há fim, não há como entrar ou sair. A duração da experiência de um indivíduo não concede mais compreensão, uma vez que a compreensão do Holocausto é impossível. O tempo do monumento, sua duração da super cie ao solo, é separado do tempo da experiência. Neste contexto, não há nostalgia, nem memória do passado, apenas a memória viva da experiência individual. Figura 87 - Mobiliário urbano do memorial
Fonte: eisenmanarchitects.com - Acesso: 26/03/2019
32
3.4 QUADRO DE APROVEITAMENTO O quadro de aproveitamento é um resumo de pontos que são relevantes e per nentes ao projeto. O quadro (Figura 88) foi desenvolvido a par r dos dados levantados nos estudos de casos apresentados. Figura 88 - Tabela de potencialidades
HOLOCAUST MAHNMAL W.W. MEMORIAL STAGE CREMATÓRIO COMUNAL
POTENCIALIDADES Interligação e dinâmica dos usos internos.
Tecnologias constru vas interessantes Relação interior x exterior Idéia de in midade com processo de cremação
U lização o mizada da topografia Disposição dos caminhos e paisagismo
In mismo Boa localização Boa localização quanto ao centro histórico da cidade. Relação in mista com o usuário
Minimalismo Sensibilidade visual/ar s ca Fonte : Desenvolvido pelo autor
33
4- o lugar
4 O LUGAR 4.1 CONTEXTO HISTÓRICO Goiânia, capital do estado de Goiás, foi construída com obje vo principal de se tornar o distrito administra vo do estado. Localizado no município de Goiânia, o Setor Criméia Oeste segundo a Prefeitura de Goiânia, faz parte da região central da capital, com uma área de aproximadamente 900.000 m² e uma população segundo IBGE (2018) 7000 pessoas residentes no setor. Figura 89- Mapa das regiões de Goiânia
N
Figura 90 - Região Criméia Leste e Oeste
N
Setor Criméia Leste Setor Criméia Oeste
REGIÃO CENTRAL Fonte : Produzido pelo autor
Fonte: Google Earth - modificado pelo Autor
An gamente unificado em um único bairro, Criméia, os setores que abrangem o local veram início a par r de uma grande fazenda que foi loteada. Os primeiros moradores da região começaram a se instalar por volta de 1960, mas a região permaneceu ainda por muitos anos com infraestrutura bastante precária e caracterís cas rurais. Grande maioria das casas foram construídas durante este período de ocupação, entre 1960 a 1980 (Figuras 91,92). Hoje em dia a população residente no setor tem faixa etária de 25 - 30 anos de idade. Figura 91- Entorno da região Setor Criméia
Fonte : wikipedia.org/ - Acesso em: 27/03/2019
Figura 92- Setor Criméia unificado.
Fonte : wikipedia.org/ - Acesso em: 27/03/2019
34
O setor está inserido na porção central da capital. Influenciado pelos processos de centralizações vivenciados por Goiânia, todo o entorno do setor é bem adensado e estabilizado, do ponto de vista de potencial de crescimento urbano (RUTH, 2013). Segundo a Prefeitura de Goiânia, o setor faz divisa com 5 outros setores do entorno, tornando o bairro um ponto de nodal dentro da macro-zona que ele se insere. Figura 93 - Setores do entorno
Fonte: Mapa Facil Goiânia - modificado pelo Autor
Uma das principais caracterís cas do setor é a proximidade com o Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (PUAMA), que consiste em um parque linear que se estende por diversos bairros da cidade ao longo das margens do Rio Anicuns (Figura 94). Figura 94 - Setor Criméria Leste
Vl. São luiz
ST. CRIMÉIA LESTE
puama
ST. CRIMÉIA oeste
Fonte: Desenvolvido pelo Autor.
Apesar da proximidade com PUAMA, a parte inserida no setor, encontra-se esquecida dentro da cidade, com grandes acúmulos de lixo e esquecimento, tanto da população quanto do poder público (Figuras 95,96). Figura 95 - PUAMA - Setor Criméria Leste
Fonte: Google Earth - 2019
Figura 96 - PUAMA - Setor Criméria Leste
Fonte: Google Earth - 2019
35
4.2 LOCALIZAÇÃO E REFERÊNCIAS URBANAS O local escolhido para o projeto cons tui-se de um espaço generoso, de área total aproximada de 89.000m². Situa-se na junção dos setores Criméria Leste e Oeste, sendo cortado pela Avenida Goiás Norte. Próximo à área acontece o encontro do Rio Anicuns, Rio Meia Ponte e Córrego Botafogo, sendo este úl mo tangente à área de projeto. Figura 97 - Foto aérea do setor
Figura 98 - Área de intervenção
N
Fonte: Google Earth - 2019
Fonte: Produzido pelo autor
Além disso, a área escolhida localiza-se próxima a 3 outros cemitérios da cidade, sendo estes o Cemitério Santana, o Jardim das Palmeiras e o Municipal Parque. A principal via de acesso à área é a Avenida Goiás. Outras vias que podem conectar setores mais distantes ao local são a Avenida Leste Oeste, a Avenida Independência e a Avenida Perimetral, por estarem próximas à Av. Goiás ou interseccionarem a mesma. Figura 99 - Localização e Referências Urbanas
al norte
tr Av. perime Av. goiás
aeroporto
Cmt. municipal parque
Cmt. pq. das palmeiras
Av. Leste Oeste
Cemitério Santana 0
centro histórico
1000 2000 Área do projeto Programa Urbano Ambiental Macambira Anibuns Referências Urbanas
Fonte: Produzido pelo autor Cemitérios Existentes Hidrografia Principais Vias
36
A área de intervenção encontra-se integrada ao PUAMA, e ao mesmo tempo com o córrego Macambira, tornando uma parcela do perímetro, Área de preservação permanente. Figura 100 - Visualidades da área
N PUAMA 3
ÁREA DE INTERVENÇÃO
PUAMA
4
1
2
s av. goiá
0
100
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
200
Figura 101 - Entorno área de intervenção
1
Figura 102 - Entorno área de intervenção
2
Fonte: Google Earth - 2019
Figura 103 - Entorno área de intervenção
Fonte: Google Earth - 2019
Figura 104 - Entorno área de intervenção
4
3
Fonte: Google Earth - 2019
Fonte: Google Earth - 2019
A área de intervenção é caracterizada por um perímetro inócuo dentro do setor. Apesar da presença do PUAMA, a região apresenta carência de serviços públicos, principalmente de coleta de lixo e limpeza pública. Atualmente a área encontra-se esquecida e tomada pelo descaso público e civil, tornando a área passível de intervenções.
37
4.3 ANÁLISE DE HIERARQUIA VIÁRIA A área situa-se em Goiânia, no limite dos setores Criméia Oeste e Leste. Diante disto, a principal via de acesso à área é a Avenida Goiás, via Arterial de primeira categoria segundo o Plano Diretor de Goiânia. O fluxo, tanto de pedestres quanto de veículos, é intenso nesta área, devido principalmente sua proximidade com o eixo viário arterial e com centro de Goiânia. A avenida Goiás, estabelece um eixo primordial para o acesso rápido e direto ao centro da cidade. De acordo com a Prefeitura de Goiânia, a avenida deve ser readequada para a construção do BRT, projeto que visa a melhoria do transporte público da cidade (Figura 105). Figura 105 - Mapa Hierarquia Viária
N PUAMA
ÁREA DE INTERVENÇÃO
PUAMA
s av. goiá
Via Arterial Vias Coletoras Vias Locais
Corredor viário a se implantado Ponto de ônibus
0
100
200
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
Devido o acesso principal da área ser feito pela Via Arterial, existem consequentemente várias linhas de transporte cole vo que passam próximo à área de estudo. O tecido viário do entorno segue uma estruturação em malha, e as ruas apresentam caixas viárias largas. Figura 106 - Avenida Goiás
Fonte: Google Earth - 2019
Figura 107 - Construção plataforma BRT.
Fonte: MACHADO, C. - 2018
38
4.4 ANÁLISE DE ENTORNO - CHEIOS E VAZIOS A região analisada no Setor Criméia Leste é considerada uma região já consolidada em Goiânia. Explorando o entorno da área escolhida (Figura 108), existem poucos vazios urbanos, exceto nas proximidades do PUAMA, visto as legislações vigentes no município. A região é bem adensada, e verificando as distribuições das massas edificadas nos quarteirões, não é possível estabelecer uma regularidade, tanto em proporções quanto em organização das edificações x logradouros. N
Figura 108 - Mapa Nollie
PUAMA
PUAMA
0
100
ÁREA DE INTERVENÇÃO
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
200
Os quarteirões em sí, apresentam em sua maioria dimensões semelhantes, gerando uma proporcionalidade em toda área (Figura 110), apesar de em algumas regiões, apresentar segregações e junções alterando essa regularidade do entorno. Figura 109 - Entorno da área de intervenção
Fonte: Google Earth , Modificado pelo Autor - 2019
Figura 110 - Padrões de quarteirões St. Criméia
Fonte: Google Earth - 2019
39
4.5 ANÁLISE DE USOS DO SOLO Analisando o entorno da área de intervenção, apesar de apresentar uma destoante predominância residencial, o setor é bem atendido em comércios, tanto vicinais quanto específicos e serviços gerais. A mistura de usos no setor, cria um cenário urbano mais dinâmico pra região, porém, apesar disso, o bairro ainda apresenta carência de equipamentos urbanos, visto sua proximidade com centro histórico de Goiânia. Figura 111 - Mapa de usos do solo
N
PUAMA
ÁREA DE INTERVENÇÃO
PUAMA
Residencial Comercial / Serviços Misto
Religioso
Área Verde
Educacional / Esportivo Vazio
Estacionamento Fonte : Desenvolvido pelo Autor
0
100
200
A distribuição comercial acontece de forma homogênea em todo setor, não concentrando-se ou aglomerando os comércios em determinados pontos da área. Nota-se, no entanto, a ausência de espaços públicos de lazer, como parques e praças. Atualmente o setor de estudo Criméia Leste, de acordo com o Plano Diretor de Goiânia, é uma área de crescimento econômico, e a área específica do projeto conta com entorno classificado como adensável. Figura 112 - Residências do entorno da área.
Fonte : Google Earth - 2019
Figura 113 - Ed. mistas e comerciais do entorno
Fonte : Google Earth - 2019
40
4.6 ANÁLISE DE GABARITO DAS EDIFICAÇÕES Dentro do contexto do entorno da área escolhida, é possível perceber a predominância de
pologias edifica vas de até 2 pavimentos em sua grande maioria, sem apresentar
contrastes no padrão de alturas do local. Apesar da região ser uma área adensável, segundo o Plano Diretor de Goiânia, são pontuais as edificações que ultrapassam 3 pavimentos. Figura 114 - Mapa de gabarito
N
PUAMA
PUAMA
1 Pavimento
3 ou 4 Pavimentos
2 Pavimentos
5 Pavimentos ou mais
ÁREA DE INTERVENÇÃO
0
100
200
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
O es lo arquitetônico predominante no entorno para as edificações residenciais é a arquitetura vernacular, principalmente nas porções centrais do setor. Também existem galpões comerciais distribuidos dentro do tecido urbano, compondo uma miscelânea na paisagem urbana. Figura 115 - Galpões do entorno da área.
Fonte : Google Earth - 2019
Figura 116 - Residencias do entorno.
Fonte : Google Earth - 2019
41
4.6 ANÁLISE DE CONDICIONANTES AMBIENTAIS A topografia da área escolhida, por ser próxima ao Corrégo Botafogo, apresenta uma um desnível acentuado, principalmente nas proximidades da bacia hidrográfica (Figura 117). 735
Figura 117 - Mapa Topográfico 725 715 720
730
N
710
735
705 700
PUAMA
695 730
695
PUAMA
ÁREA DE INTERVENÇÃO
700
725
705
720 715 710 710
705 700 695 695
0
705 710 700 Curvas topográficas Figura 118 - Mapa Topográfico 695 700 705 705 700
100
200
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
N 705 700
Figura 119 - Imagem aérea da área
705 700
A 695 695 700
ÁREA DE INTERVENÇÃO
B
B
705
700
0
100
200
A 695 695 700 705 Fonte : Desenvolvido pelo Autor
Fonte : Google Earth -2019 Modificado pelo Autor
42
Figura 120 - Corte Longitudinal AA’
Fonte : Desenvolvido pelo Autor Figura 121 - Corte Transversal BB’
Nível Rua
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
A topografia tem seu desnível sen do APP e o Córrego Macambira. A área de intervenção apresenta cerca de 5 - 6 metros de desnível dentro do limite do terreno. Em uma perspec va geral, apesar do PUAMA, a região não apresenta um urbanismo bem desenvolvido. Figura 122 - Perspec va aérea do local
Fonte: Google Earth- Modificado pelo autor - 2019 Figura 123 - Perspec va aérea do local
Fonte: Google Earth- Modificado pelo autor - 2019
43
O entorno estudado, apesar de próximo ao PUAMA, apresenta pouca arborização (Figura 124). Dentro do setor há presença de massas vegeta vas distribuídas de forma pulverizada e mida, fazendo o setor e entorno deficiente neste aspecto. Um dos problemas à respeito da arborização dentro do entorno é a falta de coerência nas espécies de árvores escolhidas. Em alguns casos a estrutura do passeio público não resiste as raízes das espécies cul vadas, além de ,em alguns pontos, o tamanho e proporção das copas das árvores infringirem a iluminação e abastecimento energé co da região. Porém, pela pouca quan dade de árvores intra-setor, não é um problema de grande recorrência. Figura 124 - Estudo de insolação, massas vegeta vas e ventos predominantes
N PUAMA
PUAMA
ÁREA DE INTERVENÇÃO
P
Massas vegeta vas Sen do do vento predominante Sen do de insolação
N
0
100
200
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
Os ventos predominantes da região seguem sen do Leste - Sudeste no período de verão, e Noroeste - Leste no período de inverno. A região sofre bastante influência do Córrego Botafogo e de suas massas vegeta vas, que umidificam e abaixam as temperaturas das massas de ar, e consequentemente tornam a região um pouco mais fria, principalmente nos períodos noturnos. A insolação na região segue os padrões de sols cios de verão e inverno na cidade de Goiânia, sem influência de edificações vizinhas.
44
4.7 ANÁLISE DE IMPACTO DE VIZINHANÇA Diante da proposta de criação de um crematório e parque memorial dentro da região, faz-se necessário o estudo de impacto de vizinhança dentro do setor. Segundo o código de edificações da cidade de Goiânia, é possível concluir que edificações de cunho cemiterial, tanto sepultamentos quanto cremações, não necessitam de estudo de impacto de vizinhança, legalmente. Entretanto, foi estudado e analisado raios de influência, baseados nos estudos de Kemerich, e par ndo disso foi concluído a possibilidade de instalação no local em questão (Figura 125). Figura 125 - Estudo de impacto de vizinhança
N
ÁREA DE INTERVENÇÃO
0
100
Raio 50 m Raio 100 m Raio 150 m
200
Raio 200 m Raio 250 m Raio 300 m
Raio 350 m
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
Segundo Kemerich (1995) o ideal distanciamento de ins tuições de cremação e núcleos populacionais variam de 50 - 75 metros, dependendo do número de processos executados dentro do estabelecimento. Dentro da área estudada, apesar de próximo ao Córrego Botafogo, é possível es mar os afastamentos e concluir a viabilidade de instalação do serviço crematorial dentro do local proposto. Ainda segundo o autor, os afastamentos se fazem necessários devido os compostos químicos expelidos na atmosfera no processo de cremação, mesmo levando em consideração os procedimentos de filtragem dos fornos exigidos pela Vigilância Sanitária. Um ponto importante é que os afastamentos são es mados para o processo convencional de cremação dentro do estudo da Biocremação, foi concluído a diminuição dos produtos finais gerados, e consequentemente menor impacto ambiental de maneira geral.
45
4- o projeto
5 O PROJETO 5.1 PERFIL DO USUÁRIO A proposta do Crematório e Parque Memorial apresentará níveis de profundidade quanto ao perfil de usuários, visto a mescla entre arquitetura mortuária e parque memorial proposta. Baseado nisso, o perfil é divido categoricamente em duas estruturas : Perfil de usuário do Crematório e perfil de usuários do Parque memorial.
5.1.1- Perl do usuário: Crematório • Tipo 01: Demanda mortuária da cidade de Goiânia, tendo neste po específico, pessoas em estado de óbito com faixa etária variável (não restrita) à par r de 8 anos de idade, inseridas, conforme a Associação Nacional de Necropsia e Auxílio a Pessoa (ANANEC), em estado máximo de tanatopraxia em nível 2. Representam cerca de 7% do público total do crematório. •Tipo 02: Famílias e público em geral que par ciparão, ou tem relação com o processo de luto dentro das possíveis cerimônias efetuadas no local. Composto por visitantes predominantemente adultos, com faixa etária variável entre 7 - 80 anos, sem padrões específicos de caracterização religiosa, socioeconômica ou cultural.Representam cerca de 68% do público total do crematório. • Tipo 03 : Perfil de serviço. Cons tuído por todos que mantêm relação de trabalho com o crematório ou serviços vinculados ao processo de biocremação. Composto por todo espectro de funcionários do crematório, sendo adultos com média etária entre 26 - 50 anos.Representam cerca de 25% do público total do crematório. Figura 126 - Tipos de perfil do usuário - Crematório
7% Tipo 01
68% Tipo 02
25% Tipo 03 Perfil Tipo 03 Perfil Tipo 02 Perfil Tipo 01 Fonte : Desenvolvido pelo Autor
A idéia do morto fazer parte de um po de perfil do usuário possibilita e delimita os possíveis pos de cremações que serão feitas no projeto, além de tomar como princípio e conceito, que o morto ainda sim, é presente, e se faz importante dentro do cenário da cidade e da população.
46
5.1.1- Perl do usuário: Crematório PERFIL TIPO 1 - FAMÍLIAS MORADORAS DO ENTORNO: Composto por famílias residentes próximos à proposta de parque. Possuem perfil socio-econômico de classe média, com renda de até 5 salários mínimos, e tem como horários de uso do parque períodos não comerciais (7:00-9:00 ~ 17:00 - 20:00).
PERFIL TIPO 1.1 - JOVENS DO ENTORNO:
PERFIL TIPO 1.2 - CRIANÇAS MORADORES
Composto por jovens moradores do
DO ENTORNO: Perfil composto crianças
entorno, com faixa etária 12 - 18 anos, que
moradoras próximos à proposta de parque.
moram com os pais. Majoritariamente
Possuem faixa etária de 2 - 11 anos,
pra cantes de a vidades sicas e adeptos
geralmente tem como principal horário de
à pra ca de esportes. Normalmente
uso do parque das 17:00 ~ 19:00 pós
frequentam o parque em horários não
horário le vo. São a vos e pra cantes de
comerciais, e aos finais de semana.
a vidades sicas
PERFIL TIPO 1.3 - ADULTOS MORADORES
PERFIL TIPO 1.4 - IDOSOS MORADORES
DO ENTORNO: Composto por adultos
DO ENTORNO: Perfil composto por idosos
moradores próximos à proposta de parque.
moradores próximos à proposta de parque.
Possuem faixa etária de 25 - 35 anos, com
Po s s u e m fa i xa e tá r i a d e 5 0 - 6 5 ,
perfil socio-econômico de classe média.
frequentadores de locais contempla vos,
Possuem longas jornadas de trabalho, e
que buscam o contato com a natureza,
poucas horas disponíveis para lazer.
gostam de locais calmos para leitura e
Costumam fazer o uso do parque entre
contemplação da paisagem.
(17:00-19:00) e aos finais de semana.
PERFIL TIPO 1.3.1 - ADULTOS PRATICANTES
P E R F I L T I P O 1 . 3 . 2 - A D U LT O S
DE ATIVIDADES FÍSICAS E ADEPTOS À
C O N T E M P L AT I V O S : A d u l t o s
PRÁTICA DE ESPORTES: Adultos a vos e
frequentadores de locais contempla vos,
pra cantes a vidades sicas, como corrida
que buscam o contato com a natureza,
e futebol. Tem como horários disponíveis
gostam de locais calmos para leitura e
para prá ca de a vidades das 17:00-20:00
contemplação da paisagem.
e aos finais de semana. Todas as sub-divisões desse perfil compõem o po 1, composto basicamente por famílias e residentes do entorno.
47
•Tipo 02 : Público passageiro. Público frequente na região, devido à proximidade do setor com o centro histórico de Goiânia e com a plataforma do BRT. Cons tuído por adultos e jovens trabalhadores do entorno, com faixas etárias entre 20 - 40 anos, com perfil pessoal mais in mista e contempla vo. Frenquentam a região em horários variados, e preferencialmente aos finais de semanaRepresentam cerca 15% do público do Parque Memorial. • Tipo 03 : Público passageiro 2. Público atraído pela proposta do parque. Composto por adultos e jovens com média etária 20 - 50 anos de caráter contempla vo. Não apresentam horários fixos de visitação. Representam cerca de 15% do público do Parque Memorial •Tipo 04 : Público usuário dos serviços do crematório / parque memorial. Grupo composto por famílias cujo fazem uso do parque memorial como forma de celebração ao luto. Composto por grupos familiares, com idades variadas, sem classificação específica de es lo de vida ou padrão socio-econômico. Representam cerca de 10% do público do Parque Memorial. Figura 127 - Tipos de perfil do usuário - Crematório
10% Tipo 04 perfil 1.1 perfil 1.2 perfil 1.3 perfil 1.3.1 perfil 1.3.2 perfil 1.4
}
15% Tipo 03
60% Tipo 01 Perfil Tipo 04
15% Tipo 02
Perfil Tipo 03 Perfil Tipo 02 Perfil Tipo 01
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
Baseado nas análise dos perfis, é possível prever uma interseção dentro do uso cole vo da proposta de parque memorial (Figura 128), composto por todo espectro de perfis passageiros da região, criando uma ligação entre os 2 pos de usos, e consequemente uma maior integração dentro do projeto. Figura 127 - Tipos de perfil do usuário - Crematório
pERFIL cREMATÓRIO INTERSEÇÃO PERFIL PARQUE MEMORIAL Perfil em comum gerado Perfil Crematório Perfil Pq. Memorial Fonte : Desenvolvido pelo Autor
48
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES Baseando-se na intenção da proposta e nos estudos de casos apresentados, o programa de necessidades foi desenvolvido com intuito de melhor o mização dos espaços e, melhor divisão de setores urbano/arquitetônicos. Os ambientes foram dispostos em 3 setores: social, serviços e administra vo, respeitando e obedecendo as legislações correspondentes aos respec vos usos, criando uma organização para toda a proposta projetual. Figura 128 - Tipos de perfil do usuário - Crematório
PROGRAMA DE NECESSIDADES ARQUITETÔNICO - CREMATÓRIO SETOR SERVIÇOS : VESTIÁRIOS FUNC. M. VESTIÁRIOS FUNC. F. SANITÁRIO FUNC. M. SANITÁRIO FUNC. M. DML DEPÓSITO ZELADORIA COPA DEPÓSITO DE URNAS SALA DE PROCESSAMENTO DE CINZAS DEPÓSITO DE EQUIPAMENTOS TANATORIO CÂMARA FRIA ANTECÂMARA GERADOR SALA DE PRÉ-INCINERAÇÃO SALA DE INCINERAÇÃO SALA DE CONTROLE CENTRAL DE GÁS DEPÓSITO DE LIXO - LIXO COMUM - LIXO RECICLÁVEL - LIXO INFECTANTE - LIXO QUÍMICO LAVANDERIA
SETOR SOCIAL : PÁTIO JARDINS DE INVERNO RECEPÇÃO / FOYER SALA DE ATENDIMENTO CAFÉ FLORICULTURA SANITÁRIO FEMININO SANITÁRIO MASCULINO SANITÁRIO PCD SALA DE ESPERA SALA DE DESPEDIDA - SALA AUXILIAR SALÃO ECUMÊNICO - CAPELA - SALA DE AUXILIAR - DML ESTACIONAMENTO SETOR ADMINISTRATIVO : ADMINISTRAÇÃO SALA GERÊNCIA - SANITÁRIO ALMOXARIFADO DIREÇÃO SALA APOIO
PROGRAMA DE NECESSIDADES URBANÍSTICO - PARQUE MEMORIAL SETOR SOCIAL (PASSIVO) ESPAÇO DE CONTEMPLAÇÃO - PAVILHÕES DE MEDITAÇÃO - ÁREAS DE CONTEMPLAÇÃO ESPAÇO DE DESCANSO (MEDITAÇÃO) JARDINS MEMORIAIS ESPAÇOS CERIMONIAIS - ESPAÇOS ECUMÊNICOS SANITÁRIO PÚBLICO FEMININO SANITÁRIO PÚBLICO MASCULINO ÁREA COMUM APP
SETOR SOCIAL (ATIVO) CAFÉ MUSEU ABERTO PASSEIO PÚBLICO / CICLOVIA CENTRAL DE SEGURANÇA JARDINS MEMORIAIS SANITÁRIO PÚBLICO FEMININO SANITÁRIO PÚBLICO MASCULINO ACADEMIA AO CÉU ABERTO PLAYGROUND QUADRAS DE AREIA CACHORRÓDROMO ÁREA COMUM
Fonte : Desenvolvido do Autor
49
5.3 QUADRO SÍNTESE - CREMATÓRIO Os quadros sínteses foram desenvolvidos levando em consideração as legislações de acessibilidade e metragens mínimas, disponibilizados pelo código de edificações e portarias da vigilância sanitária de Goiânia. Figura 129 - Quadro síntese Crematório
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO Nº DE USUÁRIOS QUANTIDADE PRÉ-DIM. RECEPÇÃO FOYER PÁTIO JARDINS INTERNOS
SAGUÃO DE BANCADAS, ACESSO CADEIRAS
20 (POP. VARIÁVEL)
1
5x6 = 30m²
30m²
SOCIALIZAÇÃO
POLTRONAS CADEIRAS
20 (POP. VARIÁVEL)
1
6x8 = 48m²
48m²
CONTEMPLAÇÃO
ACENTOS
10-15 PESSOAS
2
4x3 = 12m²
24m²
4 PESSOAS
1
5x3 = 15m²
15m²
SECRETARIA/ ASSUNTOS BALCÃO,CADEIRAS, ATENDIMENTO ADMINISTRATIVOS MESAS
ÁREA COMERCIAL
BALCÃO,CADEIRAS, MESAS
30 PESSOAS
1
7,5x8 = 60m²
60m²
BALCÃO,EXPOSITOR, MESAS
30 PESSOAS
1
6x10 = 60m²
60m²
VASOS, PIAS, DUCHA HIGIENICA
5-6 PESSOAS
1 FEM,1 MASC.
5x6 = 30m²
SETOR DE ESPERA
ÁREA COMERCIAL HIGIENE PESSOAL SETOR DE ESPERA
POLTRONAS CADEIRAS
5-7 PESSOAS
1
3x5 = 15m²
SALA DE DESPEDIDA
DESPEDIDA DO CORPO
POLTRONAS CADEIRAS
150 PESSOAS
1
SALA AUXILIAR
AUXILIO À DESPEDIDA
BALCÃO,CADEIRAS, MESAS
2 PESSOAS
1
3x3 = 9m²
9m²
SALÃO ECUMÊNICO
CULTOS
POLTRONAS CADEIRAS
45 PESSOAS
1
7x10 = 70m²
70m²
CAPELA
CULTOS
POLTRONAS CADEIRAS
40 PESSOAS
1
20m²
20m²
SALA AUXILIAR
AUXILIO À DESPEDIDA
BALCÃO,CADEIRAS, MESAS
2 PESSOAS
1
3x3 = 9m²
9m²
ARMÁRIOS
1 PESSOA
1
2x2 = 4m²
4m²
BALCÃO,CADEIRAS, MESAS
2 PESSOAS
1
3x2 = 6m²
6m²
CAFÉ
SETOR SOCIAL
ÁREA
FLORICULTURA
WC
DML SALA AUXILIAR
DEPÓSITO DE ML. AUXILIO À DESPEDIDA
5x6 = 60m² 15m²
20x10 = 200m² 200m²
TOTAL : 630m²
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO Nº DE USUÁRIOS QUANTIDADE PRÉ-DIM.
ST. ADMINISTRATIVO
ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO
ÁREA
MESAS, ARMÁRIOS
2 PESSOAS
1
3x3= 9m²
9m²
SALA GERÊNCIA
GERÊNCIA
MESAS, ARMÁRIOS
2 PESSOAS
1
3x3=9 m²
9m²
SANITÁRIO
HIGIENE PESSOAL
VASOS, PIAS, DUCHA HIGIENICA
1 PESSOA
1
3x2,5= 7,5m²
7,5m²
ALMOXARIFADO
CATAGOLAÇÃO DE ARQUIVO
MESAS, ARMÁRIOS
1 PESSOA
1
3x2=6m²
6m²
DIREÇÃO
COORDENAÇÃO DO CREMATÓRIO
MESAS, CADEIRAS.
2 PESSOAS
1
3x3=9m²
9m²
SALA DE APOIO À
MESAS, CADEIRAS.
1 PESSOA
1
3x3= 9m²
9m²
SALA DE APOIO ADMINISTRAÇÃO
TOTAL : 49,5m²
50
SETOR SERVIÇOS
AMBIENTE FUNÇÃO MOBILIÁRIO Nº DE USUÁRIOS QUANTIDADE PRÉ-DIM.
ÁREA
WC
HIGIENE PESSOAL
VASO SANITÁRIO, PIA
5-6 PESSOAS
1 FEM,1 MASC.
5x6 = 30m²
60m²
VESTIÁRIOS
TROCA DE ROUPAS
ARMÁRIOS, BANCOS
4 PESSOAS
1 FEM,1 MASC.
3x3=9m²
18m²
DML
DEPÓSITO DE M.L.
ARMÁRIOS, PIA
1 PESSOA
1
2x2=4m²
4m²
DEPÓSITO
DEPÓSITO DE EQUIPAMENTOS
ARMÁRIOS
1 PESSOA
1
3x2=6m²
6m²
ZELADORIA
SALA DO ZELADOR
BANCOS, ARMÁRIOS, MESAS
1 PESSOA
1
3x3=9m²
9m²
COPA
PREPARO DE ALIMENTOS
FOGÃO, MICROONDAS
4 PESSOAS
1
3x2=6m²
6m²
DEPÓSITO DE URNAS
DEPÓSITO DE URNAS
ARMÁRIOS, PRATELEIRAS
4 PESSOAS
1
10x13 = 130m²
130m²
SALA DE PROC. DE CINZAS
PROCESSAMENTO DE CINZAS
ARMÁRIOS, PRATELEIRAS
3 PESSOAS
1
7x10=70m²
70m²
TANATÓRIO
TANATOPRAXIA
BANCOS, ARMÁRIOS, MESAS
4 PESSOAS
1
4x8 = 32m²
32m²
CÂMARA FRIA
RESFRIAMENTO DOS CORPOS
FREEZER, MACAS, MESAS
4 PESSOAS
1
10x6=60m²
60m²
ANTE-CÂMARA
ANTE-CÂMARA
3 PESSOAS
1
1,5x1,5
2,25m²
SALA DE PRÉINCINERAÇÃO
PRÉINCINERAÇÃO
MESAS, MACAS
4 PESSOAS
1
4x3=12m²
12m²
SALA INCINERAÇÃO
INCINERAÇÃO
FORNOS, MESAS, MACAS
4 PESSOAS
1
250m²
250m²
SALA DE CONTROLE
CONTROLE DO CREMATÓRIO
BANCOS, ARMÁRIOS, MESAS
3 PESSOAS
1
3x2=6m²
6m²
CENTRAL DE GÁS
CENTRAL DE GÁS
CILINDROS DE GÁS
1 PESSOAS
2
1,5x1,5m²
4,50m²
GERADOR ENERGÉTICO
GERADOR ENERGÉTICO
GERADORES ENERGÉTICO
2 PESSOAS
1
5x4=20m²
20m²
DEP. LIXO COMUM
DEPÓSITO DE LIXO
LIXEIRAS
2 PESSOAS
1
1x2m²
2m²
DEP. LIXO RECICLÁVEL
DEPÓSITO DE LIXO
LIXEIRAS
2 PESSOAS
1
1x2m²
2m²
DEP. LIXO INFECTANTE
DEPÓSITO DE LIXO
LIXEIRAS
2 PESSOAS
1
1x2m²
2m²
DEP. LIXO QUÍMICO
DEPÓSITO DE LIXO
LIXEIRAS
2 PESSOAS
1
1x2m²
2m²
LAVANDERIA
LAVAGEM DE EQUIPAMENTOS
ARMÁRIOS, TANQUES
4 PESSOAS
1
4x3=12m²
12m²
TOTAL :705,75m² TOTAL ESTIMADO DA EDIFICAÇÃO(m²) :1386m² ESTACIONA MENTO
ESTACIONA MENTO
Fonte : Desenvolvido pelo autor
40 VAGAS
12,5x40=1500m²
2000m²
ESTACIONAMENTO + ÁREA DE MANOBRA :2000m²
Foi adotado segundo a Lei nº 8.617 de 09 de Janeiro de 2008 do município de Goiânia, 1 vaga de estacionamento à acada 45m² de área construída de acordo com seu uso respec vamente.
51
5.3 QUADRO SÍNTESE - PARQUE MEMORIAL Dentro do cálculos de m² para ambientes dos setores sociais, foram u lizados na proporção de e média 15 - 20 metros por usuário do parque. Figura 130 - Quadro síntese Parque Memorial
AMBIENTE
FUNÇÃO
SETOR SOCIAL (INTROSPECÇÃO)
ÁREA ESPAÇO P/ CONTEMPLAÇÃO CONTEMPLAÇÃO PAVILHÕES P/ MEDITAÇÃO
ESPAÇO P/ MEDITAÇÃO
CONTEMPLAÇÃO E ÁREAS DE DESCANSO CONTEMPLAÇÃO
ESPAÇO DE DESCANSO
CONTEMPLAÇÃO E DESCANSO
MOBILIÁRIO Nº DE USUÁRIOS QUANTIDADE BANCOS, PERGOLADOS
PRÉ-DIM. 7000m²
100 - 150 PESSOAS
BANCOS, ARMÁRIOS, MESAS
3 - 4 PESSOAS
BANCOS, PERGOLADOS
300 PESSOAS
7500m²
300 PESSOAS
4500m²
BANCOS, PERGOLADOS BANCOS, PERGOLADOS
CONTEMPLAÇÃO E JARDINS 75 - 100 PESSOAS DESCANSO MEMORIAIS BANCOS, ESPAÇOS MEDITAÇÃO E CULTOS ARMÁRIOS, MESAS 100 - 150 PESSOAS CERIMONIAIS ECUMÊNICOS VASO HIGIENE SANITÁRIOS 5-6 PESSOAS SANITÁRIO, PIA PESSOAL PÚBLICOS
70m²
13
5000m² 3
120m²
2 FEM, 2 MASC.
30m² TOTAL :24220m²
APP
CONTEMPLAÇÃO
BANCOS, PERGOLADOS
2000 PESSOAS
78775m²
1
TOTAL :103000m²
AMBIENTE
FUNÇÃO
CAFÉ
ÁREA COMERCIAL
BANCOS,MESA PERGOLADOS
40
2
80m²
MUSEU ABERTO
EXPOSIÇÕES DE LUTO
BANCOS, VITRINES
100 PESSOAS
1
300m²
SETOR SOCIAL (COLETIVO)
CICLOVIA CENTRAL DE SEGURANÇA JARDINS MEMORIAIS SANITÁRIOS PÚBLICOS ACADEMIA ABERTA
PLATAFORMA MODAL SEDE DE SEGURANÇA CONTEMPLAÇÃO
MOBILIÁRIO Nº DE USUÁRIOS QUANTIDADE
PRÉ-DIM.
1 BANCOS,MESAS
2
2
BANCOS,MESAS, 75 - 100 PESSOAS PERGOLADOS
20m² 5000m²
HIGIENE PESSOAL
VASO SANITÁRIO, PIA
5-6 PESSOAS
2 FEM, 2 MASC.
30m²
EXERCÍCIOS FÍSICOS
EQUIPAMENTOS DE ATV. FÍSICA
10 - 12 PESSOAS
1
30m²
PLAYGROUND
LAZER INFANTIL
EQUIPAMENTOS P/ CRIANÇAS
10 - 12 PESSOAS
1
30m²
QUADRAS DE AREIA
PRÁTICAS ESPORTIVAS
BANCOS
15 - 20 PESSOAS
3
390m²
BANCOS
7 PESSOAS
1
60m²
CACHORRÓDROMO PASSEIO COM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
ÁREA COMUM
ESPAÇOS COMUNS DE CIRCULAÇÃO E CONTEMPLAÇÃO
BANCOS, MESAS, PERGOLADOS
250 PESSOAS
9500m² TOTAL :15440m² Fonte: Desenvolvido pelo Autor
52
5.5 ORGANOFLUXOGRAMAS Os ambientes de transições entre os ambientes do parque foram pensados como contempla vos, seguindo uma gradação durante a extensão do parque. Figura 133 - Organofluxograma - Parque Memorial
JARDINS MEMORIAIS JARDINS MEMORIAIS CREMATÓRIO
JARDINS MEMORIAIS
ÁREA COMUM CAFÉ ESPAÇOS CERMONIAIS
PAVILHÕES DE MEDITAÇÃO
ACESSO PRINCIPAL APP ESPAÇOS DE CONTEMPLAÇÃO
CENTRAL DE SEGURANÇA
SANITÁRIOS ESPAÇOS DE DESCANSO ACADEMIA CÉU ABERTO
QUADRAS DE AREIA
CACHORRÓDROMO ESPAÇOS DE CONTEMPLAÇÃO
PLAYGROUND Fonte: Desenvolvido pelo autor
54
5.6 CONCEITO E PARTIDO 5.6.1- Conceito Morrer é ser esquecido. Não é casual que em grego an go o verbo ‘’esquecer’’ tenha semelhança ao verbo ‘’morrer’’, sendo lethos que provêm lethal respec vamente. Em um mundo de mudanças cada vez mais freqüentes, qual a única maneira de não ser esquecido? Segundo Cortella (2018), a única maneira de se tornar eterno, é ser importado, isto é, ser levado para dentro, ser importante¹ e fazer falta de alguma maneira à alguém ou alguma pessoa. Segundo a filósofa Terezinha Rios (2014) nós não somos imortais, mas podemos ser eternos, e segundo Mario Quintana (1984) é necessário reviver-se em outras pessoas. Todos esses pensadores refletem diretamente sobre a necessidade de se permanecer em outras pessoas, mesmo pós vida. Diante destas reflexões, o conceito do projeto surge como uma idéia de permanência e eternidade pós morte, desvinculados do clichê dos cemitérios atuais, e apoiados por 2 pilares dentro da proposta urbano-arquitetonica: ciclidade e gradação.
5.6.2- Partido Arquitetônico Com obje vo de propôr a idéia de permanência e eternidade dentro do projeto, foram es puladas duas zonas dentro da área de intervenção: Zona In mista, que tem como obje vo proporcionar ao usuário um espaço de vivenciamento do luto, tão quanto um espaço para meditação e contemplação, sendo esse lugar silencioso por conceito e rico em sen mento. E Zona cole va,proporcionando todas as relações extrapessoais necessárias à um parque dentro da cidade. Esse processo de delimitação surgiu por meio dos estudos de principais fluxos dentro do local, além de es mar os possíveis fluxos futuros. Além disso, a área conta com um APP e áreas de reflorestamento, que foi inclusa dentro do projeto como uma área des nada exclusivamente à contemplação e meditação, visto ser uma área non aedificandi. Dentro da zona cole va, a localização das massas edificadas foi definida à par r do quesito de longa e média permanência, devido aos fatores bioclimá cos da região e ao uso do crematório. O edi cio será parcialmente centralizado dentro do terreno com a orientação solar e ventos predominantes favoráveis ao uso des nado. A arquitetura é simples e minimalista, compondo uma paisagem leniente, e trazendo es mulando o in mismo e sen mentalismo do usuário. No projeto serão u lizadas diretrizes projetuais que levarão como ideal a ciclicidade, propondo uma arquitetura que se misture ao parque, transformando todo o contexto em um espaço de transformação. Além disso serão aplicadas técnicas de gradação de ambiências, gerando diferentes sensações aos usuários . A idéia de eternidade e permanência é reforçada pelo próprio conceito do crematório de reu lização das cinzas como forma de alimentar outra vida, além de se fazer parte de um monumento marcante dentro da cidade. ¹ É importante ressaltar a diferença entre importância e fama. Segundo Cortella, fama é totalmente passageiro, enquanto importância é algo que permeia e ultrapassa a própria existencia
55
5.7 PARTIDO FORMAL Figura 134 - Par dos formais : Análise de fluxos e definição de acessos / definição de setores
principais acessos
AV.J oã
o Lu
ís d
e Al
meir
a
atal
R. Min
fluxos de pedestres internos
AV.J oã
o Lu
ís d
e Al
a
rães Guima
Natal
*
o Lu
zona de reflorestamento zona de maior confluência de fluxos regiões adjacentes
Gu
meir
R. Min
AV.J oã
es N imarã
ís d
e Al
meir
a
rães Guima
Natal
R. Min Com análise dos fluxos é possível es mar o lugar mais conveniente para locação do
Fonte: Desenvolvido pelo autor
crematório, orientando e organizando os fluxos dentro do terreno, e consequentemente setorizando a proposta
56
5.8 SETORIZAÇÃO A setorização foi desenvolvida com intuito de criar uma gradação de ambiências no decorrer do parque. Figura 135 - Setorização e definição de ambiências.
N
10 10
10
8 7
In mismo
Memória e sen mento 9
10
6
Jardins sensoriais/ memoriais
5
11
4
LEGENDA 1 - Playgrounds / Ac. Céu aberto 2- Quadras de Areia / Cachorródromo 3- Áreas sociais 4- Centro do projeto 5 - Café / Floricultura 6 - Crematório 7 - Área comum 8 - Jardins memoriais/sensoriais 9 - Área de reflorestamento 10 - Pavilhões ecumênicos / Museus. 11- Ciclo-faixa à implantar Setor social cole vo Setor social introspec vo Gradação de ambiência
3 3
2
Contemplação
2
1
mo
le
Co
vis
Fonte : Desenvolvido pelo Autor
A porção sul foi desenvolvida ao cole vismo, representando a vidades mais joviais da vida, compostas por playgrounds, academias ao céu aberto e quadras de areia p/ prá ca de esportes. A porção central é des nada às a vidades mais contempla vas e in mistas , além de possuir um centro aberto, com um monumento central, demarcando exatamente o centro do parque, e conceitualmente o centro da vida. As porções noroeste e norte do projeto são compostas mesclas contempla vas e cole vas, juntos ao crematório, demarcando conceitualmente a úl ma instância do parque e vida. Neste setor são pulverizados pavilhões memoriais e áreas de descanso à todos os usuários. Em todo parque são distribuídos na transição de ambientes jardins memoriais, compostos por árvores individuais, providas das cinzas e do líquidos resultante do processo de biocremação exercido pelo crematório do projeto.
57
5.8.1- Setorização Crematório Figura 136 - Setorização crematório Pav. Térreo
ACESSO SERVIÇOS
N
6 2
4
3
5
1 7
ACESSO PRINCIPAL
9 6
8 Fonte: Desenvolvido pelo autor
LEGENDA: 1- Recepção / Foyer / Pá o
5- Tanatório / Câmara Fria
2- Sanitários Masc. , Fem, PCD.
6- Circulações Ver cais
3- Café / Floricultura
7- Administração
4- Ves ários / Sanitários Funcionários
8- Estacionamento
9- Depósitos de Gás / Depósitos de Lixo Setor administra vo Setor de serviços Setor social
Figura 137 - Setorização crematório Pav. Sub-Térreo
N
ACESSO SOCIAL PELO PARQUE
14
12
15
11
10
13
13
PROJ. SUPERIOR
16
11
17
LEGENDA: 10- Circulação Ver cal 11- Pá o
14 - Salas de procedimentos de cremação
12- Salas de despedida
16- Lavanderia 17- Zeladoria
13 - Jardins internos
15- Salão Ecumênico
13
18 10
Fonte: Desenvolvido pelo autor 18- Depósito de urnas Jardins Setor de serviços Setor social
A setorização foi desenvolvida tendo em vista os principais fluxos do terreno em questão. Os setores de cremação e in mismo individual foram locados no pavimento Subtérreo, voltados para o parque, trazendo uma maior relação com a natureza e promovendo uma maior privacidade aos usuários. Toda parte administra va foi isolada e separada das partes cerimoniais.
58
5.9 LOCAÇÃO E IMPLANTAÇÃO Figura 138 - Locação e implantação geral
695
695 9 9
8
10
10 10
695
8
8
8 7
5 10
6
700
5 8
11
9
8 4 8
10
8 8
LEGENDA 1 - Playgrounds / Ac. Céu aberto 2- Quadras de Areia / Cachorródromo 3- Áreas sociais 4- Centro do projeto 5 - Café / Floricultura 6 - Crematório 7 - Área comum 8 - Jardins memoriais/sensoriais 9 - Área de reflorestamento 10 - Pavilhões ecumênicos / Museus. 11- Ciclo-faixa à implantar
10
3 2 2
1
695 700 Fonte: Desenvolvido pelo autor
Buscando uma integração com entorno sem que se perca a caracterís ca in mista do parque, a orla foi trabalhada de maneira a grada vamente adentrar o espaço, u lizando a topografia para gerar pequenos desníveis à medida que a cidade encontra a natureza.
59
Figura 139 - Implantação do crematório
696
696 N
697
697
697
6
698
2
4
1 700
7
3
5
698
9
6
699
700
8
699 700
700
ACESSO PÚBLICO
701
O ACESS OS SERVIÇ
PASSEIO PÚBLICO
LEGENDA: 1- Recepção / Foyer / Pá o
5- Tanatório / Câmara Fria 9- Depósitos de Gás / Depósitos de Lixo
2- Sanitários Masc. , Fem, PCD.
6- Circulações Ver cais
3- Café / Floricultura
7- Administração
4- Ves ários / Sanitários Funcionários
8- Estacionamento
Fonte: Desenvolvido pelo Autor
Figura 140 - Corte esquemá co do crematório
+701 +700
+697
+697
Fonte: Desenvolvido pelo Autor
Como solução topográfica, o crematório é disposto em 2 níveis, sendo um térreo e um sub-térreo, que, além de resolver o desnível existente no terreno, proporciona uma maior relação do usuário com o parque memorial, visto a setorização proposta para o edi cio. Essa gradação de níveis compõem uma relação de hierarquia visual em direção ao parque, criando campos de visão aos usuários de dentro do crematório.
60
5.10 COMPOSIÇÃO VOLUMÉTRICA Figura 140 - Processo de composição volumétrica
co
siç
compo
eo
b-térr
ão su mposiç
o
. térre ão pav
Fonte: Desenvolvido pelo autor
A volumetria principal é composta por um prisma simples em concreto aparente, com uma abertura principal, exacerbando o minimalismo da construção. Existem rasgos zenitais, como feiches de iluminação natural, incen vando o sen mentalismo individual. A parte do sub-térreo é composta por um massivo em concreto com aberturas em direção ao parque, além de aberturas zenitais, com o mesmo obje vo de insen vo ao sen mentalismo e religiosidade do usuário. Figura 141 - Composição formal resultante
: Fonte
utor
elo a
CIPAL
PRIN ACESSO
op olvid v n e s e
D
61
5.11 SISTEMAS E TECNOLOGIAS CONSTRUTIVAS Com intuito de manter a serenidade, integridade e espiritualidade dentro do complexo do crematório, foi decidido como sistema constru vo o concreto armado, e concreto protendido, garan ndo maiores vãos livres, e uma estrutura mais rígida visualmente, o que enriquece a proposta do projeto. A própria materialidade do projeto busca uma aproximação do homem com sua finitude. Optou-se por estruturas aparentes e materiais sem reves mentos. Para o crematório, uma estrutura em concreto aparente com toda sua temporaneidade exposta no material. Figura 142 - Laje protendida
Fonte: Desenvolvido pelo autor
Além disso, um dos possíveis sistemas estruturais à serem implantados na proposta são lajes flutuantes, criando um aspecto de levidez ao complexo do crematório, e em todas as possíveis aberturas, a u lização de peles de vidros e brises personalizados, seguindo o conceito do parque e crematório. Figura 143 - Laje flutuante
Figura 144 - Concreto aparente
Fonte : Sketchup Textures - Acesso em Maio - 2019
Fonte : UFRGS - Acesso em Maio - 2019 Figura 145 - Aberturas com peles de vidro
Fonte : portalacus ca.info - Acesso em Maio - 2019
62
6 REFERÊNCIAS SANTOS, Aline Silva. Morte e Paisagem: Os jardins de memória do crematório de São Paulo. 2015. 349 f. Dissertação - Curso de Arquitetura e Urbanismo, FAU-SP, São Paulo, 2015 Disponível em <h p://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16135/tde-08092015143806/pt-br.php> Acesso em : 15 mar. 2019. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14724: Informação e documentação. Trabalhos Acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ROSA, Edna Teresinha - A relação das áreas de cemitérios com crescimento urbano. 2003. 112f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Geografia, Departamento de Geociências, Universidade de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. Disponível em < h p://labcs.ufsc.br/files/2011/12/Dissertação-02-PGCN0237.pdf>. Acesso em : 15 mar. 2019. FIGUEIREDO, I. C. Do cemitério à memória: a imaterialização do espaço mortuário. 2013. 133.F. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura, Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Porto, 2013. Disponível em <h p://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/80416/2/23487.pdf>. Acesso em : 15 mar.2019. ARIÈS, Philippe . História da morte no ocidente: Da idade Média aos nossos dias. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2012. 291 p. Tradução de: Essais sur l’histoire de la mort en Ocident du MoyenAge à nos jours. ARIÈS, Philippe. O homem diante da morte. Rio de Janeiro: F. Alves, 1982 - 670p. CAMPOS, A.P. S. Avaliação do potencial de poluição no solo e nas águas subterrâneas decorrente da a vidade cemiterial. 2007. 141f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, São Paulo, 2007. CONAMA. Resolução n° 335, de 3 de Abril de 2003. Publicada no DOU no 101, de 28 de maio de 2003, Seção 1, páginas 98-99. FREUD, S. Luto e melancolia, 1917 [1915]. In:____. A história do movimento psicanalí co. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p.243-263. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 14).
63
HENRIQUES, A.C.V. - Sobre a morte e o morrer: concepções e paralelismos entre o catolicismo Romano e o Budismo Tibetano. 2014. (Pós-graduação em Ciências da Religiões) - Universidade Federal da Paraíba, Centro de Educação, João Pessoa, 2014. KEMERICH, P.D.C; BORBA, W.F. - Cemitérios e os problemas ambientais: a dura realidade brasileira. Revista Conselho em Revista - CREA RS, v.10, p.36-37, 2013 KEMERICH, P.D.C; BORBA, W.F; BIANCHINI, D.C; FANK, J.C.; WEBER, F.B.; UCKER, F.E. A questão ambiental envolvendo os cemitérios no Brasil. Revista Monografias Ambientais - REMOA, Santa Maria, Vol.13, p.3777 - 3785, 2014. PREFEITURA DE GOIÂNIA. Planbo Diretor do Município de 2007. THOMPSOM, B. Cemitérios ver cais, espaço urbano e meio ambiente: o novo discurso cien fico universitário de incen vo à ver calização do cemitério e a cremação. Primeiros E s t u d o s , S ã o P a u l o , v. 7 , n . 1 0 , p . 7 - 2 7 , a b r. 2 0 1 5 . D i s p o n í v e l e m < h p://www.revistas.usp.br/primeirosestudos/ar cle/view/84289>. Acesso em : 26 mar. 2019. LOPES J. L.; Cemitério e seus impactos ambientais. Estudo de caso: Cemitério Municipal do Distrito de Catuçaba/SP. Centro Universitário Senac. São Paulo, [200-]. Disponível em: <h p://www1.sp.senac.br/hotsites/sigas/docs/20071016_CAS_Cemiterio_ImapctosAmbient ais.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2019. WHO; World Health Organiza on; Regional office for Europe; The impact of cemiteries on enviroment and public health. 1998. Disponivel em < www.who.dk. Acesso em> 27 mar. 2019. WILKINSON, Tom. Communal Crematorium in Ringsten by Henning Larsen. 2016. Disponível em <h p://www.architectural-review.com/buildings/communal-crematorium-in-ringstad-byhenning-larsen/10014779.ar cle> . Acesso em : 26 mar. 2019.
64
7 ANEXOS
65
66
5.4 ORGANOFLUXOGRAMAS Figura 131 - Organofluxograma - Crematório
PAVIMENTO TÉRREO CIRCULAÇÃO VERTICAL
ACESSO DE SERVIÇOS I
VESTIÁRIOS FUNCIONÁRIOS SANITÁRIOS ADMINISTRAÇÃO
PÁTIO
SANITÁRIO FUNCIONÁRIOS
CAFÉ RECEPÇÃO/FOYER
FLORICULTURA
DEPÓSITO DE GÁS
COPA FUNCIONÁRIOS
GERADORES
DEPÓSITO DE LIXO CIRCULAÇÕES VERTICAIS
PAVIM E
TANATÓRIO ACESSO PRINCIPAL (NÍVEL DA RUA)
NTO T
ÉRRE O
CIRCULAÇÃO VERTICAL
CÂMARA FRIA
PAVIMENTO SUB-TÉRREO SALA DE PROCESSAMENTO DE CINZAS
ACESSO PÚBLICO (PARQUE)
SALAS DE DESPEDIDA
SALA PRÉ-INCINERAÇÃO ANTECÂMARA
PÁTIO
SALÃO ECUMÊNICO SALA DE INCINERAÇÃO
ACESSO PÚBLICO
PAVIM E
NTO S
PÁTIO
UB-TÉ
RREO
LEGENDAS SANITÁRIOS
JARDINS
JARDINS
SETOR SOCIAL SETOR DE SERVIÇOS
LAVANDERIA
ZELADORIA DEP. URNAS
CIRCULAÇÃO VERTICAL
SETOR ADMINISTRATIVO ACESSOS PAVIMENTO TÉRREO PAVIMENTO SUB-TÉRREO Fonte: Desenvolvido pelo Autor
53