Flaskô avança na luta pela estatização sob controle operário {pág 16}
Foto: Cristina Beskow
Setembro de 2011 Edição Nº 12
R$ 0,50 solidário: R$ 1,00
Roupas da Zara são fabricadas com mão de obra escrava {pág 05}
MST ocupa terra grilada pela Usina Ester, em Americana Área usada irregularmente pela Usina Ester em Americana é ocupada. Terra pertence ao INSS e deveria ser destinada para reforma agrária {pág 14} Foto: Natasha Mota
Moradia: MTST realiza ato na Prefeitura de Hortolândia {pág 11} Cultura: Centro Cultural de Matão é referência em Sumaré {pág 12} Violência: Relato de uma vítima de estupro em Barão Geraldo {pág 04} www.jornalatencao.org.br
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/opinião escrever aos companheiros, uma vez que sou poeta, que escrevi um poema que pode ser útil nesse trabalho de conscientização da população. O próprio professor Orestes me disse para publica-lo, mas eu ainda não o fiz por que não detinha uma mídia que confiasse... Todavia, gostaria muito que os companheiros lessem o poema e digam o que acham e pensam sobre ele.
Leitor Olá companheiros da CEMOP, meu nome é Marina L. Carafini, sou secundarista e militante independente do Movimento Estudantil.Estudo na Escola Técnica Estadual Conselheiro Antônio Prado, onde leciona o professor Orestes Augusto de Toledo. Foi através do professor Orestes que comecei a ler o Jornal Atenção, cujo trabalho é muito bom e direto, de fácil entendimento para a população que é
constantemente censurada de trabalhos como este pela mídia burguesa! Bom, gostaria de parabenizar tanto a Equipe do Jornal Atenção quanto a CEMOP pelo importante trabalho que está sendo desenvolvido. Quando li o Jornal, a parte que mais me interessou foi as matérias sobre cultura, levando de forma mais amena um assunto tão complexo Muito obrigado, e massante para as massas companheiros, pela atenção. censuradas de uma mídia Marina L. Carafini livre.Pensando nisso resolvi
Jornal Atenção completa 1 ano O Jornal Atenção completa 1 ano de informações e notícias aos trabalhadores e trabalhadoras de Sumaré e região. Com foco na luta dos movimentos sociais e na batalha diária do trabalhador, o Atenção leva ao leitor os fatos que estão fora da mídia burguesa. Independente, o Atenção busca a aproximação com a população, debatendo as lutas por terra, moradia, trabalho, direitos e muito mais, sempre com um olhar diferente dos atuais veículos de comunicação.
Jornal
UNICAMP:
Universidade Popular
Bancada com dinheiro público, universidade reverte o lucro das pesquisas para o bolso patrões {PÁG 14}
1 de Setembro de 2010 Edição Nº 2
solidário: R$ 2,00
Especial: Eleições 2010
IMPROVISAÇÃO
Metalúrgicos reinvidicam Trabalhadores atrasam produção e querem diálogo com patrão {pág 10}
Moradores exigem ponte entre Sumaré e Hortolândia {pág 03}
Salgadinho de Banana
Cooperativa do MST faz aperitivos Projeto quer de banana e mandioca {pág 11} transferência do MIS Desemprego
Prédio pode virar sala de visitas da Prefeitura de Campinas {pág 06}
cresce no EUA
Taxa de desemprego permanece acima de 9,5%{pág 05}
su eSP E p In lem CIA fa e l! n nt til o
R$ 0,50
As mulheres do MST: Conheça a produção, organização e a luta {pág 16}
solidário: R$ 1,00
Ato na Prefeitura de Sumaré exige solução para a Flaskô {pág 12}
Empresa de ônibus desrespeita passageiros {pág 04}
Indústrias de armas financiam eleição de deputados {pág 05}
Boa leitura!
Três operários morrem em empresa de Paulínia {pág 09} Saiba como acompanhar o orçamento de sua cidade {pág 03} WWW.FABRICASOCUPADAS.ORG.BR
STF reconhece as uniões homossexuais {Pág 05}
Trabalhadores estão ocupando as fábricas e pressionando o governo. {pág 05}
Meia casa, meia vida Como uma família pode morar com conforto nas casas populares? {pág 03}
As estatizações na Venezuela
Após terremoto, país sofre com
epidemia de cólera {pág 05}
Haiti aguarda ajuda internacional
Rodovia dos Bandeirantes, Dom Pedro e Santos Dumont serviram para o ato que pode beneficiar a todos
Rodovias são fechadas em manifestações por moradias {pág 06} Esportes:
Saúde:
Agenda
População sofre Cultural: com aumento Confira os Eventos na Arte do Futebol nos preços dos planos de região poderia ser {pág 07} comercializada? saúde {pág 03}
Festival de Cultura atrai mais de 600 pessoas {pág 07}
Charges:
Coletivo Revista Miséria mostra a arte dos quadrinhos {pág. 11)
{pág 15}
ENTREVISTA: Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô, Pedro Santinho, fala sobre a situação da fábrica e a luta dos trabalhadores {pág 08/09}
SUMARÉ: Fumaça é campeão amador {pág 15}
INJUSTO: Estudante da Unicamp é dopada {pág 14}
Banda internacional faz homenagem ao MST {pág 06}
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Dilma corta 5 bilhões destinados ao “Minha Casa Minha Vida” {pág 14}
Empreiteiras abusam dos trabalhores na construção civil
{Pág 06}
R$ 0,50 solidário: R$ 1,00
Secretaria dos Direitos Humanos desmente Serra
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Uruguai acaba com Lei de Anistia
Jornal 03 de Novembro de 2010 Edição Nº 4
PNDH - Saiba mais sobre o programa {pág 04}
No Brasil, Benício del Toro planeja gravar filme sobre o MST {pág 08}
2ª quinzena de maio de 2011 Edição Nº 10
Saiba como montar um grêmio estudantil - {Pág 13}
{Pág 03}
Acampamento Zumbi dos Palmares completa dois anos de muita luta {pág 20}
Assentado da Comuna Elizabeth fala sobre a luta pela terra {pág 03}
{pág 06}
solidário: R$ 1,00
Caderno traz os candidatos que apoiam e acreditam na força dos trabalhadores {págs 08/09}
Assaltos e falta de segurança são as ameaças durante a travessia improvisada
ENTREVISTA:
Habitação
WWW.FABRICASOCUPADAS.ORG.BR
2ª quinzena de novembro de 2010 Edição Nº 5
R$ 0,50
1 1 de Outubro de 2010 Edição Nº 3
Leia na íntegra em: marifini.blogspot. com/2011/02/cigarra-eformiga.html
Você sabia que Maluf é procurado pela INTERPOL em 188 países, por várias acusações?
Jornal
R$ 1,00
Trecho do poema: ‘A Cigarra e a Formiga’ Conta-se uma história (corroída pelos tempos) Que se perde na memória, Sobre uma noite de fortes ventos, Onde se encontram dois personagens. Um repleto de contentamento E outro consumido pela paisagem. Havia uma cigarra que amava o pensamento Do canto e liberdade. E havia uma formiga que achava um tormento Sua rotineira realidade
R$ 0,50 solidário: R$ 1,00
2ª quinzena de Março de 2011 Edição Nº 8
Honda demite 400 trabalhadores em Sumaré - pág 15
Denúncia!
Condições precárias de trabalho nas escolas de Educação Infantil de Campinas
R$ 0,50 solidário: R$ 1,00
Estudante é brutalmente agredido pela polícia durante ato em SP {pág 10}
População protesta contra privatização de serviços públicos em Campinas {pág 03}
Confira a programação da Fábrica de Cultura e Esporte: Teatro, cinema, debates, esportes e oficinas. GRATUITO! {pág 09}
Chuvas: População sofre com o descaso da Prefeitura de Sumaré Mundo árabe se agita e novas revoluções surgem em vários países {pág 07} Decisão considera ilegal jornada de trabalho no McDonald´s {pág 13}
suplemento Infantil
ATO PÚBLICO PELA DECLARAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL DA ÁREA DA FLASKÔ DIA 31 DE MARÇO DE 2011 15hs na FLASKÔ Sumaré / SP
NAVES MÃE: Segundo Dr. Hélio, estas creches são as melhores coisas que já se viu em educação. Mas a realidade dos trabalhadores não é a mesma vista pelo prefeito. Pág {04}
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Jornal Atenção – Publicação da Associação Centro de Memória Operária e Popular - Tiragem: 5.000 exemplares - Jornalista responsável: Luciano Claudino - MTB: 58828/SP Edição Coletiva - Fábrica Ocupada Flaskô | Coletivo de Comunicadores Populares | Coletivo Miséria - redacao@jornalatencao.org.br- jornalatencao.org.br Telefone: (19) 3854 7798 / 3832 8831 / 3864 2624
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/campinas 03
Após 10 anos, assassinato do prefeito Toninho continua sem solução
http://www.quemmatoutoninho.org
Trabalhador denúncia PROCON Meu celular marca Samsung com 7 meses de uso deu problema. Levei a assistência técnica da Samsung, na empresa Top Qualyt e disseram que em 15 dias estaria pronto, ao final do prazo retornei a assistência técnica para pegar o aparelho e após 3 horas de espera fui chamado e feliz, pois teria o aparelho funcionando, foi quando a decepção foi jogada na minha cara, a atendente falou agora: “O senhor leva o aparelho na Claro do Shopping Dom Pedro, só a Claro pode fazer o desbloqueio do aparelho”. Então fui a Claro gastando combustível, tempo e estacionamento e lá chegando fui bem recebido, mas nada resolvido. O aparelho não aceitava a senha de desbloqueio, voltei então para a assistência e depois voltei para a Claro, e assim foi o dia. 10/05. Até agora nada. Amigos me falaram para ir ao PROCON, pois só lá poderia resolver o problema. Lá vou novamente à caminhada para o PROCON, começa
Dia 10 setembro de 2011 fez dez anos que o prefeito de Campinas Toninho foi assassinado. Até hoje a justiça não puniu os assassinos. Na versão oficial da Polícia Civil, o prefeito foi morto porque atrapalhou a fuga da quadrilha do traficante Andinho. Muitos militantes e familiares contestam essa versão e afirmam que o crime foi feito por motivos políticos. No dia 9 de setembro aconteceu um ato no local de sua
morte, próximo ao shopping do Iguatemi com aproximadamente 100 pessoas. No dia 10 foi realizado um ato na frente da catedral de Campinas com cerca de 400 pessoas, com oficina de pipa e apresentação de orquestras de viola. Os manifestantes cobraram da justiça que tome as providências pra solucionar o caso. No site Quem matou Toninho? Encontramos uma frase que resume bem o momento
tudo de novo, combustível, estacionamento e tempo. Você falta na empresa, mas agora uma nova esperança, quando abrem um processo e comunicam a Samsung e a Claro. Você sente que não está sozinho, alguém vai lutar junto com você. Volta para a casa e pensa finalmente vai acabar o problema. Quando você é comunicado para levar o aparelho na assistência técnica que o problema do aparelho vai ser resolvido, volto ao PROCON para termos uma orientação mais correta, o PROCON fala: “pode levar o aparelho na assistência técnica e qualquer coisa volta aqui”. Depois de tantas vezes ser feito de palhaço e de idiota, você leva ainda existe uma esperança. E leva o aparelho. E novamente vai à Claro do Shopping, e agora já não acredita mais como antes pensava que seria resolvido. Volta ao PROCON e ele diz: “agora não dá mais vamos abrir um processo contra eles, você me trás 3 cópias de cada um destes documentos”. Você olha e pensa tudo isso? Mais vai e tira 40 cópias, e volta correndo para o PROCON e entrega tudo para o atendente, ele separa tudo e faz o processo e da para você assinar. Você o assina te dá uma cópia e diz que é
em que vivemos: O que alimenta o crime e a corrupção, em todas as esferas, é a certeza da impunidade, “nunca dá em nada” ouvimos muitas vezes. Enquanto homens e mulheres que dedicam a vida à construção de um mundo melhor, como a missionária Dorothy Stang, o ambientalista Chico Mendes, o advogado Manoel Mattos, o prefeito Toninho, e agora a juíza Patrícia Acioli, são assassinados covardemente em todo País!
só aguardar. Mas como só aguardar, o que vai acontecer agora? “Se não resolverem o problema serão multados e a multa vai para o PROCON.” Ai eu perguntei: combustível, estacionamento e a moral da pessoa onde ficam? E eles respondem “vamos tentar arrumar seu aparelho”. E ai você cai, porque você se sente impotente, sem moral e sem orgulho, e muito menos sem direito, pelo que lhe foi prometido por todos. Indignado, você levanta a pergunta no PROCON: “como eu faço para processar o PROCON? Nenhuma resposta.
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/cidades
Relato de uma vítima de estupro em Barão Geraldo “Sou uma vítima de estupro. Sou filha de uma mulher que quase foi estuprada. Irmã de um homossexual que poderia ser agredido a qualquer momento. O que existe de comum? A incapacidade da sociedade aceitar que o respeito não é algo que se constrói, mas um direito fundamental. De que nosso corpo e nossa sexualidade dizem respeito somente a nós. Fui a terceira estuprada em menos de uma semana em Barão Geraldo. No dia, a blusa de lã, sapatos fechados e calça jeans contradisseram ao velho discurso da “vadia” que pede por seu assédio. Para ser estuprada, basta ser mulher, independente do juízo de valor. Assalto seguido de estupro. Fui obrigada a fazer sexo oral, o que me valeu alguns comentários dizendo que podia ser pior. Não há nada pior do que o domínio atroz de seu corpo. Assim que saí de lá e cheguei ao meu destino inicial, havia um carro da polícia querendo impedir a festa de uma república acontecer. Carro este que chegou a passar na rua enquanto meu orgulho de ser mulher era destruído por um desconhecido. A ronda policial em Barão tem apenas um objetivo: estabelecer o toque de recolher aos estudantes para que juízes, delegados, profes-
sores universitários e empresários sintam o distrito como uma grande fazenda, sem barulho, sem nada. A segurança das pessoas está e sempre esteve em segundo plano, já não é uma novidade. A delegacia que funciona em horário comercial (porque crimes só acontecem neste período), não pôde fazer meu B.O. Já a escrivã do quarto DP quase me convenceu de que era eu a culpada, teve de ligar no celular do delegado para confirmar se registrava estupro ou não. E a delegacia da mulher torceu para que eu arquivasse o caso. No CAISM, mais de quinze injeções e remédios contra a AIDS que me deram efeitos colaterais por 28 dias… A militante que eu era estava enterrada na culpa de existir, na vontade de abandonar tudo, no medo da ameaças, no “podia ser pior”.
Em casa, depois de muito tentar entender meu total desânimo, fui lembrando de todos os fatos históricos que incluíram mulheres, de todas as revoluções que foram conquistadas pela participação ativa feminina. Pude alimentar ainda mais o ódio por ouvir absurdos como o do bispo Bergonzini de que o estupro só ocorre pela permissão da mulher. Conversei com pessoas estratégicas, quem poderia me ajudar de fato e logo fiquei sabendo das mobilizações que rolavam em Barão. Soube também das discussões sobre o “coloca ou não o telefone da delegacia no panfleto”, “se queremos ou não punição dos agressores”. Recebi a carta da ANEL (que aliás nunca se deu ao trabalho de saber as informações verdadeiras, inventou
mente segura quando vi o cartaz “Mexeu com uma Mexeu com todas”, porque acredito que a única forma das mulheres se defenderem da opressão e lutar por sua liberdade é se auto-organizando. E foi pela conscientização e ação política que pude me fortalecer, me reerguer, cerrar os pulsos e ter a certeza de que NINGUÉM TIRA MEU ORGULHO DE SER MULHER. Façamos outras passeatas, nossa luta apenas começou! Se usar a roupa que eu escolhi, andar no horário em que decidi, ou ser mulher me faz vadia. Vadia sou e exijo respeito! Agradeço a todas as vadias que saíram nas ruas no dia 11. Vítima número 3 do mês de julho.” Casos como esse estão cada vez mais freqüentes em Barão Geraldo, a Polícia Militar e a Reitoria da Unicamp continuam sem se manifestar de maneira satisfatória para acabar com isso. Mulheres vêm se reunindo para organizar manifestações para cobrar das autoridades algum posicionamento perante esses estupros.
o dia, a situação e a descreveu como bem quis, deixando claro para mim que o que importava era “fingir” que algo era feito.) Apesar de todo o descaso da polícia, ainda são eles que possuem as condições materiais necessárias para garantir as investigações e, no mínimo impedir que determinado estuprador continue agindo. A punição tem que ser dada, não se trata apenas de um oprimido que rouba como forma de existir num sistema capitalista, mas de um agressor ao corpo da mulher, que as coloca em risco de vida, que as oprime pelo autoritarismo Para saber mais acesse: independente da classe. Defenmarchavadiascampinas. der que não tenham punição é wordpress.com/ estar ao lado dos estupradores. Só me senti verdadeira-
/brasil
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Loja Zara utiliza mão-de-obra escrava no Brasil A escravidão atual consiste em uma exploração mais sutil, porém tão perversa (ou mais) do que a escravidão da época do Brasil colonial. A nova escravidão se caracteriza pela negação ao trabalhador de sua condição humana. Essa forma de trabalho é utilizada em diversas regiões e circunstâncias como parte integrante e instrumento do capital. Em geral associamos essa espécie de trabalho ao campo, onde o acesso dos trabalhadores aos seus direitos é mais limitado. No entanto, temos visto com freqüência operações do Ministério do Trabalho e Emprego para lacrar empresas e resgatar trabalhadores em condições de escravidão também no meio urbano. É o caso dos trabalhadores da construção civil e das indústrias de roupas, essas últimas normalmente utilizam-se de mão de obra estrangeira, provenientes de países mais pobres (bolivianos, paraguaios, peruanos etc.). Recentemente uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego constatou que a famosa loja de roupas Zara utilizava-se de mão de obra escrava. Na cidade de Americana/SP e no centro de São Paulo foram resgatados di-
versos trabalhadores, a maioria deles bolivianos, que trabalhavam em situação análoga à escravidão, confeccionando as roupas para a loja. O quadro encontrado pelos agentes do poder público, incluía contratações c omp l e t am e nt e ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas exaustivas de até 16h diárias e cerceamento de liberdade (seja pela cobrança e desconto irregular de dívidas dos salários, seja pela proibição de deixar o local de trabalho sem prévia autorização). As vítimas são aliciadas nos seus países de origem (Bolívia e Peru) e vêm ao Brasil em busca de melhores condições de vida. Quando chegam ao Brasil, os trabalhadores e as trabalhadoras têm que trabalhar meses sem receber um centavo para pagar a dívida com os gastos de sua vinda ao país. Durante a operação, auditores fiscais apreenderam cadernos com anotações de dívidas referentes à “passagem”
Foto: Fernanda Foroni
Para sair da oficina que também era moradia, era preciso pedir autorização
e a “documentos”, além de “vales” que faziam com que o empregado aumentasse ainda mais a sua dívida. Os cadernos mostram que os salários pagos eram bem menores que um salário mínimo. Por outro lado, a Zara paga às traballhadoras R$ 2,00 por uma blusa, enquanto a mesma peça é vendida nas lojas por R$ 140! Foram lavrados 52 autos de infração contra a Zara devido às irregularidades nas duas oficinas. A fiscalização lacrou a produção e apreen-
deu parte das peças, incluindo a peça piloto da marca Zara. As máquinas de costura também foram interditadas por não oferecerem segurança aos trabalhadores. Vale lembrar que ano passado a Loja Marisa também foi flagrada com a utilização de mão de obra escrava em situação semelhante à apresentada acima. E mais, esse ano diversas construtoras foram autuadas pela situação precária de seus trabalhadores, o que abrange tanto a constru-
ção civil, quanto as obras de hidrelétricas. Transformações sociais mais profundas do que a modificação de normas jurídicas é o norte a ser seguido. A luta é difícil, mas temos que começar e nos mover através da esperança, não a esperança tela dos comerciais de televisão e das campanhas governamentais que vendem um novo Brasil para o velho Brasil, mas sim a esperança das ações construtivas e efetivas.
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/brasil
Sócrates, o Doutor da Bola é internado Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, também conhecido como “Magrão” e “Doutor”, foi uma das estrelas da seleção na Copa do Mundo de 1982, na Espanha. Também disputou o Mundial de 1986, no México. Ele defendeu o Corinthians de 1978 a 1984 e conquistou três Campeonatos Paulista: 1979, 1982 e 1983. Participou da campanha Diretas Já, em 1984, e foi um dos principais idealizadores do movimento Democracia Corintiana. Beberrão convicto, Sócrates foi internado no último dia 05 de setembro em São Paulo com cirrose e outras complicações no fígado. Nos resta esperar ansiosamente a melhora do “Magrão”, que declarou para a Folha
de São Paulo depois de uma pergunta cretina: “Folha: Por falar nisso, em toda essa impressionante onda de carinho que cercou você nesses dias, há também quem diga que de democrata você não tem nada porque deu o nome de Fidel a seu caçula. É mais uma de suas contradições? Sócrates: De fato, estou tirando muita coisa de positivo neste meu quase nascer de novo. Quanto ao Fidel Castro, símbolo da Revolução Cubana, como Che Guevara, as pessoas estão mal informadas. No nosso país se conhece muito pouco o que acontece fora daqui e mesmo aqui dentro. A estrutura política cubana é extremamente democrática. Eu queria que meu filho nascesse lá, eu queria ser
um cubano. Nós estivemos lá agora, nós fomos passear! Peguei minha mulher e fui lá, passear, curtir lampejos de humanidade. Um povo como aquele, numa ilhota,
que há mais de 60 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte. Ditadura não é tempo de serviço, necessariamente
Moradores do Morro do Turano se rebelam contra a UPP (RJ) O Morro do Turano, na zona norte do Rio de Janeiro, foi a 12ª favela da cidade a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora. Exatamente um ano após o início da militarização, a realidade dos habitantes do Turano é bem diferente
é qualidade de serviço. Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar.”
do que divulga os jornais da grande mídia(Globo, SBT, Record). A revolta dos moradores com os abusos cometidos todos os dias por PMs da UPP teve seu estopim no dia 14 agosto, durante uma comemoração do dia dos pais na quadra poliesportiva da Arraia, no alto da favela. Na ocasião, policiais tentaram interromper o evento a força.
Revoltados, cerca de 100 moradores iniciaram um combativo confronto com os PMs, que terminou com 13 moradores presos e quatro feridos. Um dos moradores que testemunharam o confronto, o comerciante André dos Santos diz que, há tempos, é perseguido por PMs por não aceitar os desmandos da UPP na favela.
Fonte: pelamoradia.wordpress.com, matéria de Patrick Granja
/brasil
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Qual o problema da educação no Brasil? Desde muitos anos a população brasileira encontra-se com uma enorme lacuna em seu desenvolvimento social: a educação. O combate ao analfabetismo e a boa qualidade do ensino é uma das maiores discussões pautadas em reuniões políticas e até mesmo pelos próprios cidadãos. Mas se ela é tão discutida será mesmo que a educação está tão ruim? A resposta a essa e outras várias perguntas à cerca da educação do brasileiro é muito fácil de responder , basta vermos as estatísticas de exames e avaliações mundiais da educação. O Brasil se encontra hoje entre os dez países que possuem mais analfabetos no mundo, e segundo essa mesma estatística o Brasil possui mais analfabetos do que países que possuem uma economia inferior à brasileira, como Marrocos e Indonésia, por exemplo. Entretanto existem dois tipos de analfabetos, os que não sabem ler e escrever e os funcionais, que são aqueles que ao lerem textos considerados simples não conseguem ter uma clara interpretação. Nos últimos exames internacionais feitos chegou-se à conclusão de que somos o pior país em matemática da América Latina e nossos jovens e adolescentes não analfabetos funcionais. Com algumas reformas educacionais feitas por alguns governos, o Brasil vem lutando pela universalização da educação fundamental entre todos os brasileiros, entretanto há
duas grandes polêmicas: a qualidade do ensino público para o privado e o alcance desigual a outros níveis de educação. Os níveis fundamentais da educação estão sendo - de maneira desqualificada – alcançados, entretanto a passagem desse nível para o médio e depois para o superior é ainda o grande problema, pois aqueles que tiveram uma educação de maior qualidade e assistida de maneira a progredir o aluno terão melhores oportunidades. Se analisarmos outras estatísticas veremos que as desigualdades não estão apenas na
qualidade (ou falta dela) do ensino, mas também entre negros, brancos e índios, homens e mulheres, há um desnivelamento da oportunidade ao melhor ensino. Poderíamos dizer que o Brasil vem investido mais e mais no ensino, que os projetos federais representam uma busca por melhoramento condicional e normativo da qualidade do ensino, assim como a “distribuição” igualitária desse serviço, entretanto isso não é a verdade, o Brasil vem promovendo uma série de ataques ao ensino público, salvando os empresários da educação e enganando a população com um falso cresci-
mento, um grande exemplo disso é o próprio ProUni criado pelo governo petista. A solução, única, para a salvação da educação brasileira é uma total reformulação no que aí está, é deixar de tratar a educação como uma mercadoria lucrativa e passarmos a tratá-la como um serviço de necessidade popular pela unificação do ensino de forma pública e gratuita afim de abastecer a todos de forma igual sem restrições, mas para isso há a necessidade da luta, não apenas por parte dos educadores, mas também de toda população trabalhadora.
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/mundo
Trabalhadores e trabalhadoras, rebelem-se!
A miséria dos povos tem sido a explicação para os levantes em todos os lugares do mundo. Não é caso diferente o ocorrido na Inglaterra, em cidades como Liverpool, Manchester, Birxminghan (?) e Londres. Os trabalhadores empobrecidos, muitas vezes negros e jovens, deram respostas para o fato de viverem com a falta de politicas publicas como: saúde, moradia, trabalho digno, acesso a espaços esportivos, escola de qualidade; e ainda são vitimas de assassinato por parte da policia. Quinta-feira, dia quatro de agosto, o jovem Masock Duggan foi morto pela policia dentro de um taxi. Marsock não era criminoso, sendo uma pessoa ativa na comunidade no bairro Tottehan ao norte de Londres. A juventude se rebelou, passaram a queimar pneus, conteiners, carros, caixas de correios, lojas como Mc Donalds, boutiques de grifes, delegacias etc. A revolta se espalhou para outras cidades. Coisa parecida já havia acontecido em 1981. Diante da repressão policial: a rebelião! O estado capitalista, absolutamente criminoso e corrupto, tem por objetivo criminalizar os trabalhado-
res pobres e muitas vezes negros. A corrupção quase nunca leva a cadeia; é só observar os casos brasileiros, no governo do Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma. Nos estados e cidade também não é diferente, como o caso do prefeito Helio de Campinas. Na Inglaterra a corrupção dos governos vem de longa data. O atual governo do primeiro ministro Cameron está afundado em corrupção, mas quem apanha são os trabalhadores e as trabalhadoras. Rebelem-se! Por: José de Arimatéia
/fábrica de cultura e esportes 09 Sonoro Musical
Música boa e ao vivo no Parque Bandeirantes, em Sumaré No domingo dia 24 de julho foi realizado o 1º Sonora Festival da Flaskô, com muito som de qualidade. O 1º Sonora – que começou a uma da tarde e foi até dez da noite – parou a rua Jaime Cintra, no Parque Bandeirantes. Mais de 300 pessoas passaram pelo festival. Muitas bandas de Sumaré, Hortolândia e Campinas participaram do 1º Sonora. A banda Porque?, com composições de Thiago, Malacabeza, com ska rústico, Fusão Norte, grupo de rap do bairro Padre Anchieta, o MPB do Minhoca, e Márcio Rap, do Bandeirantes. Os camaradas Piu, Vacon e Ceará mandaram uns Grafittis e fizeram apresentação de Break. Artistas de outras cidades, como os camaradas do Veneno H2, grupo de rap de Ribeirão Preto de assentados do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), também participaram do festival, tocando um som com a banda Somo Black. O grupo Invasão Rasta fechou o 1º Sonora com reggae raiz de qualidade. Em breve a Fábrica Ocupada Flaskô irá realizar o 2º Sonora Festival, com outras bandas.
Foto: Lena
Banda Malacabeza se apresentando no 1ª Sonora Musical na Flaskô
Para ouvir e ver trechos do 1º Sonora Festival da Flaskô entre no site
www. fabricasocupadas. org.br
TODAS ATIVIDADES SÃO GRATUITAS MAIS INFORMAÇÕES: cultura@fabricasocupadas.org.br ou (19) 3832-8831 | www.fabricasocupadas.org.br
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/artes
Poesia Cultura sendo feito na luta. Poesia escrita durante a 8ª Caravana dos trabalhadores da Flaskô à Brasília. Foi numa manhã de sol No dia cinco de Julho Que Brasília os recebeu Com o maior orgulho Eles são nossos irmãos E vieram de São Paulo Pra lutar pelos direitos Da fábrica que ocuparam Com garra e coragem Há oito anos resistem Unidos por moradia E pela democracia Trabalhadores do mundo inteiro Agora, preste atenção Se o patrão quer mandar embora Mande embora o patrão Déborah Gomes - Militante que escreve o Zine Papo Reto.
Coletivo Miséria: Para ler mais charges entre em miseriahq.blogspot.com Para ler mais tirinhas entre em tirasdamiseria.blogspot.com
Charge
Suplemento Infantil
Aulas de Histórias em Quadrinhos todas as Quartas das 10 às 11 horas e das 15 às 16 horas. Na Fábrica de Cultura. Mais informações falar com Batata 19-93608220
/moradia
MTST realiza ato na Prefeitura de Hortolândia
Cerca de mil trabalhadores da ocupação Dandara organizada pelo MTST realizaram na manhã do dia 30 de agosto uma manifestação no prédio da prefeitura municipal de Hortolândia. No dia 13/8 ocupamos uma área abandonada no Jd. Minda e, desde então organizamos uma das maio-
res ocupações que a cidade já teve. Somos 800 famílias. Reivindicamos o direito básico à moradia. A justiça, como de costume, demonstra priorizar a propriedade privada sem função social em relação à vida de milhares de homens e mulheres. Cerca de 20 mil famílias não tem onde mo-
rar em Hortolândia. Queremos que o prefeito Ângelo Perugini escute o que temos pra dizer e negocie uma solução para essas famílias. Tentamos por várias oportunidades marcar uma reunião com o prefeito, por meio de seu secretário de habitação, mas esta nunca aconteceu.
11 09
Militante do MTST sofre atentado no DF
Durante a noite do dia 6 de setembro, dois homens armados invadiram a casa de Edson Francisco, membro da coordenação nacional do MTST em Brazilândia – DF. Os homens arrombaram o portão, entraram na casa e dispararam vários tiros contra Edson que conseguiu fugir sem ferimentos graves. Desconhecemos a origem desse atentado, mas temos clareza de que isso é parte da intensa criminalização sofrida pelos Movimentos Populares em todo o Brasil. Edson já havia sido ameaçado por algumas vezes, após o desfecho da ocupação Gildo Rocha, que resultou numa grande vitória do MTST contra o governo distrital. Além disso, militantes do MTST em outras partes do país estão sendo ameaçados de morte constantemente. Os casos de Minas Gerais e Amazonas são os
mais recentes. No último dia 26 de agosto, uma comissão do Movimento foi recebida pelo Ministério dos Direitos Humanos que se comprometeu a analisar os casos, mas até agora nenhuma medida concreta foi tomada. Essa nota é uma denúncia contra a criminalização que agora passou das ameaças e foi à realidade. Serve como um apelo aos companheiros de luta e aos diversos meios de comunicação para que divulguem a grave situação dos lutadores populares no Brasil. Mas antes de tudo essa nota é um Grito. É o início de uma resposta. Pois, se acham que o MTST irá recuar diante disso, enganaram-se redondamente. Sabemos contra quem lutamos e o que queremos. Nossa luta continua e irá se intensificar por todo o Brasil. Não é por acaso que nossa bandeira é vermelha!
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/cultura
Centro Cultural do Matão: Ponto de Cultura em Suma Pra quem pensa que não existe cultura em Sumaré, o Centro Cultural do Matão vem provando que não é bem por ai a história. Desde maio as atividades não param de crescer nesse espaço, que conta hoje com uma filarmônica com mais de 100 músicos, balé com cerca de 200 crianças e artesanato,
com 80 pessoas inscritas. Para dar conta do recado os horários de funcionamento do Centro Cultural foram revistos e novas oficinas estão sendo planejadas com o objetivo de atingir cada vez mais a população que quer fazer as coisas acontecerem de verdade. O espaço ainda conta com uma biblioteca ajeitada,
Confira as novas oficinas e como participar: OFICINA DE INICIAÇÃO AO DESENHO E A PINTURA Professor João Bosco 13/09 à 22/11 – terças-feiras – 14h às 17h Público: interessados, a partir de 16 anos Inscrições: 01 a 19/09 Seleção: primeiros inscritos 30 Vagas AUDIOVISUAL FICINA “VIDEO-REPORTAGENS CULTURAIS E EDUCATIVAS” Professor Adriano Meneses 19/09 à 21/11 – segundas-feiras – 14h às 17h Público: interessados, a partir de 13 anos Inscrições: 01 a 16/09 Seleção: primeiros inscritos 30 Vagas
espaço multimídia e exposições. O Centro Cultural do Matão fica na Avenida Emílio Bosco, 1.604, Jd. Sta. Clara no Matão, e tem o blog atualizado quase diariamente: Acesse:
centroculturalmatao.blogspot.com Vale muito a pena conferir!!!
FOTOGRAFIA OFICINA DE FOTOGRAFIA – PRÁTICA DO OLHAR Professor Paulo Baliello 19/10 à 23/11 – quartas-feiras – 14h às 17h Público: interessados, a partir de 16 anos Inscrições: 26/09 a 19/10 Seleção: primeiros inscritos 30 Vagas MÚSICA OFICINA “RITMOS DA VIOLA CAIPIRA” Professor Nadhir Santos 15/09 à 03/11 – quintas-feiras – 18h30 às 21h30 Público: Interessados que possuam violão ou viola caipira, a partir de 13 anos. Inscrições: 01 a 14/09 Seleção: primeiros inscritos 30 Vagas
End.: Avenida Emilio Bosco, 1604 | tel: 19 3838-1370
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aré
Com a Palavra:
Centro Cultural Matão “Aproveitar espaços fora da região central e possibilitar programas acessíveis à comunidade, esta é a missão do Centro Cultural Matão. “SOMOS MATÃO, SOMOS CULTURA, SOMOS MAIS SUMARÉ” O Centro Cultural do Matão sempre foi um ponto de referencia para as atividades da Secretaria Municipal de Cultura Esporte e Lazer de Sumaré, Com varias atividades culturais proporciona a comunidade do Matão acesso aos aparelhos culturais tais como:
Oficinas de dança, música, literatura, cursos, projetos, concertos e peças teatrais, estas são algumas das modalidades em desenvolvimento no centro cultural. “Avançar e inovar trazer a frente às manifestações culturais produzidas pelas pessoas e confrontá-las para que elas se percebam e percebam em si o efeito catalisador de suas ações quando expostas ao coletivo”. A comunidade tem o poder de transformar os espaços culturais, é um poder que pouco se percebe.
Muitas vezes as pessoas migram no fim de semana para certo lado da cidade ou mesmo para outras cidades e esquecem o seu bairro ou região, a maior parte da agenda cultural de nossa cidade ainda acontece na região central, à descentralização é um grande desafio, mas é necessária porque a cidade tem passado por problemas consideráveis de deslocamento, o trajeto centro-bairro é caro e com limite de horário. Pensando em termos de descentralização, o Centro Cultural do Matão se tornou um bom experimento, com uma política de ocupação diferenciada tendo a missão de revitalizar
espaços culturais alternativos, possibilitou que a sua Biblioteca por exemplo, pudesse agregar novos serviços atrativos e dinâmicas para estimular a visitação e o retorno de potenciais leitores. Quando um pai convidar o filho nas férias para dar uma caminhada e passar pela biblioteca é porque algo está mudando. Ou então, quando de uma apresentação de cinema ou teatro, onde todos possam se divertir assistindo a uma boa atração. “Para matar um espaço cultural é fácil, basta manter fechado. Para dar vida, a saída é a ocupação intensa e diversificada dos espaços.”
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/luta pela terra
MST ocupa terra grilada pela Usina Ester em Americana
Foto: João Zinclar
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou no dia 6 de agosto uma terra usada irregularmente pela Usina Ester em Americana. A área pertence ao INSS e deveria ser destinada para reforma agrária. As famílias que ocuparam a área querem produzir alimentos nesta terra.
A resistência das famílias
Na terça-feria, dia 23 de agosto, 17 dias após a ocupação, houve uma tentativa de despejo por parte da polícia. Nem o INCRA nem o ITESP haviam se manifestado sobre a terra. As 600 famílias que estavam lá no momento contaram com a solidariedade de estudantes, sindicatos e outros movimentos – fábricas ocupadas e sem-teto. Conseguiram resistir. O despejo foi adiado. No dia 26 de agosto, após uma audiência pública realizada em Bauru - SP em que estiveram presentes a coordenação do MST, parlamentares, apoiadores da reforma agrária e representantes do INCRA nacional, o Desembargador Gercino José da Trabalhadores ocupam Usina Ester em Americana. Silva Filho, ouvidor agrário nacional noite aterrorizante para todos. As sítio Boa Vista, onde permanecem e presidente da Comissão Nacional tigação da situação da área. famílias ficaram assustadas. O des- até hoje. Exigem do governo que se de Combate à violência no campo, pejo ocorreu na manhã do dia 1 de cumpra a lei, a terra deve cumprir emitiu um documento no qual pesetembro, sem resistência. sua função social. A reforma agrádiu ao judiciário para que adiasse a ria deve ser feita imediatamente. A reintegração de posse da área ocuterra não deve servir aos usineiros, pada. O desembargador também que lucram invadindo irregularMesmo assim, a juiza ignorou o indicou a necessidade da área ser investigada pelo INCRA. O INCRA pedido de ouvidor agrário e manNo sábado, dia 10 de setembro, mente a terra, e sim às famílias, que se comprometeu a fazer uma inves- dou despejar as famílias. Foi uma 700 famílias reocuparam a área do querem plantar alimentos.
Juiza ignorou pedido do ouvidor agrário
A Luta continua!
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Porque ocupar? O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Apesar de todas as propagandas do governo, continua a existir miséria, pobreza, desemprego. No campo, o Brasil foi eleito o país com maior concentração de terras no mundo. 1% dos proprietários de terra possuem 48% das terras agricultáveis do país. Milhões de hectares de terras públicas são invadidas por grandes empresas do agronegócio e o governo nada faz. Ao contrário, expulsa com violência as famílias sem terra quando tentam denunciar esses crimes. Essas grandes empresas plantam produtos para exportação, usando agrotóxicos que prejudicam o meio ambiente e a saúde de quem consome estes alimentos. Nas cidades, o povo sofre com desemprego e baixos salários. Uma das maiores dificuldades dos trabalhadores é ter que pagar aluguel e garantir um lugar decente para viver com sua família. Enquanto isso, proprietários de casas, apartamentos e prédios inteiros abandonam seus imóveis que valorizam cada vez mais sem pagar um real de imposto às prefeituras. Isso se chama especulação imobiliária. Na cidade de São Paulo, segundo matéria publicada na Folha, existem cerca de 400 mil imóveis vazios, moradia suficiente para todos os sem-teto da cidade. Com a copa do mundo, as olimpíadas, o PAC e os projetos de “limpeza” urbana, milhares de famílias já estão sendo expulsas de suas casas sem qualquer solução decente para a moradia. Em geral as prefeituras dão um cheque de cerca de 10 000 reais pra cada família e esperam que se virem para achar um
Foto: Natasha Mota
1% dos proprietários de terra possuem 48% das terras agricultáveis do país.
novo local para morar com este valor ridículo. Esse é o jeito que o poder público lida com a pobreza e as dificuldades do povo: migalhas, indiferença, violência! Por isso movimentos sociais como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) surgem para que o povo possa lutar por seus direitos. Os direitos à terra e à moradia estão previstos na lei. Porém a lei só é cumprida nesse país com muita pressão social. A forma que esses movimentos sociais encontraram para fazer essa pressão e serem ouvidos pelas autoridades é a OCUPAÇÃO de terras no campo e de terrenos nas cidades. Apenas com a união dos trabalhadores do campo e da cidade e com as ocupações combativas iremos garantir uma vida digna aos trabalhadores e trabalhadoras desse país.
O QUE É GRILAGEM DE TERRAS? A grilagem de terras é um crime grave muito praticado no Brasil. Os grileiros, nome dado a esses criminosos, são grandes fazendeiros que pegam ilegalmente terras PÚBLICAS, através da falsificação de documentos. Os fazendeiros corruptos grilam terras de várias formas: expulsam com violência os pequenos produtores (chamados posseiros) de suas terras; simplesmente invadem e cercam uma terra abandonada; ou utilizam nomes falsos, conhecidos como “laranjas”, para se apossar da terra. Por trás disso tudo existe também uma grande corrupção de funcionários públicos e políticos interessados na grilagem. Existem hoje no Brasil cerca de 100 milhões de hectares de terras griladas*. As grandes empresas do AGRONEGÓCIO** são hoje as maiores grileiras de terras em nosso país. A Usina Esther é uma delas. Essa empresa é uma das mais ricas produtoras de cana de açúcar e grila terras por todo o Brasil. Os governos em geral sabem que essas empresas grilam terras públicas e fazem vista grossa, protegendo os ricos e reprimindo o povo sem terra. Enquanto milhares de trabalhadores e trabalhadoras sem-terra lutam por um pedacinho de terra para sustentar a família e produzir alimentos saudáveis, essas empresas se beneficiam de terras PÚBLICAS, com a ajuda dos políticos. Elas controlam a nossa riqueza e tiram o pão da boca do trabalhador. *1 hectare de terra é igual a 10.000 m2. Essa medida equivale aproximadamente a 1 campo de futebol. **Agronegócio é o conjunto das grandes empresas da agricultura e da pecuária. Essas empresas dominam o campo com a monocultura de cana-de-açúcar, laranja, eucalipto e soja para exportação. O Agronegócio não está interessado em produzir alimentos para a população.
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/fábricas ocupadas
Flaskô: avanços na luta pela estatização sob controle operário No último dia 05 de julho de 2011 aconteceu em Brasília uma Audiência Pública no Senado Federal sobre a luta da fábrica ocupada Flaskô, convocada pelos senadores Paulo Paim (PT/RS) e Eduardo Suplicy (PT/SP). Cerca de 300 pessoas, entre trabalhadores da Flaskô, moradores da Vila Operária e Popular, estudantes e demais apoiadores desta luta, estiveram presentes para discutir a necessidade de defender o controle operário na Flaskô, e, consequentemente, a Vila Operária e a Fábrica de Cultura e Esporte. A atividade foi muito importante por vários motivos, sendo que deve ser ressaltada a perspectiva de que experiências como esta ocorram com mais freqüência, ou seja, que seja ampliada lutas como a da Flaskô. Nesse sentido, a Comissão de Fábrica da Flaskô apresentou uma proposta de projeto de lei (que já está na Assessoria dos Senadores) que incentiva a desapropriação, não somente de terra para fins de moradia e de reforma agrária, mas também para fins de defesa dos postos de trabalho. Vale dizer que tal compreensão se faz a partir de uma análise dos direitos humanos e na busca em “fazer valer” os direitos sociais da Constituição Federal (função social da propriedade e direitos sociais e direitos dos trabalhadores) A Lei nº 4.132/1962 que define os casos de desapropriação por interesse social é um instrumento essencial para casos de desapropriação de imóveis rurais ou urbanos para fins de moradia ou reforma agrária. No entanto, a referida lei aborda outros elementos para funda-
mentar as hipóteses de desapropriação por interesse social que podem ser mais explicitados. Verifica-se que o artigo 2º inciso I da referida lei, ao definir as hipóteses de interesse social, trata da situação de “aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou passa suprir por seu destino econômico”. Todavia, o §1º do mesmo inciso parece limitar a hipótese para imóveis rurais. A lei se preocupou em aproveitar bem improdutivo ou explorado sem a correspondência com as necessidades de trabalho, mas deixou como em segundo plano a situação em que o valor social do trabalho seja prejudicado também no âmbito urbano. Assim, a referida lei não compreende a relevante situação em que empresas passam a ser geridas por seus funcionários, seja quando há um abandono patronal do
empreendimento, seja em situação de falência em que os trabalhadores passam a administrar a fábrica. Assim, uma situação como a da Flaskô, e sabemos que muitos casos poderiam ter este destino, como a Ceralit, Tema Terra, Adere, etc., de grande importância na dinâmica real da sociedade brasileira, especialmente em nossa região, pela defesa dos postos de trabalho, acesso à moradia e à cultura, lazer e esportes, precisa ser ter mais efetividade. A responsabilidade pelo fechamento de um estabelecimento industrial não é dos trabalhadores. O Estado e os governantes não podem “lavar as mãos” e deixar de atuar nas possibilidades de evitar o destino do desemprego. Como se sabe, o trabalho é direito fundamental da pessoa humana, alicer-
Foto: Cristina Bescow
Trabalhadores da Flaskô no Senado
ce para a dignidade, princípio máximo do Estado Democrático de Direito. Portanto, é claro o interesse social na manutenção dos postos de trabalho, garantindo a atividade industrial pelos próprios trabalhadores, proporcionando novos rumos para a propriedade das fábricas, fazendo com que cada empresa, ao ameaçar fechar, seja ocupada pelos trabalhadores e sob a gestão operária, seja organizada ocupações do espaço, seja para fins de moradia, para cultura, lazer, esporte, etc. (Veja no quadro ao lado a proposta apresentada, e no site www.fabricasocupadas.com.br o texto completo).
/especial
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Foto: Cristina Bescow
PROPOSTA DE PROJETO DE LEI DO SENADO FEDERAL Acrescenta inciso ao art. 2º da Lei n. 4132, de 10 de setembro de 1962, que define os casos de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação, para prever a hipótese de desapropriação de imóvel industrial em descumprimento com a função social da propriedade. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º - O art. 2º da Lei 4.132, de 10 de setembro de 1962, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso: “IX – O aproveitamento produtivo de empresas abandonadas ou falidas que passaram a ser geridas por seus funcionários, sob qualquer modalidade de autogestão”. Art. 2º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação. Brasília/DF, 05 de julho de 2011 BNDES Um dos encaminhamentos da Audiência Pública foi uma reunião com o BNDES. Ela aconteceu no começo deste mês e foi positiva. Buscaremos uma forma de que a fábrica, sob controle operário, possa ter acesso às benesses que são dadas aos empresários e negadas à Flaskô por “medo que experiências como ela seja fortalecida”. INSS e Ministério da Fazenda Outra reunião fruto dos encaminhamentos foi com o INSS e com o Ministério da Fazenda, com objetivo de resolver a situação das dívidas deixadas pelos patrões. Eles concordaram com nossas propostas (adjudicação (compra) da fábrica, unificação das execuções fiscais, etc.), dizendo que as mesmas são legais e podem ser aprovadas. Além disso, reconheceram os avanços conquistados a partir da gestão operária. Uma nova reunião acontecerá no próximo mês.
18 /galeria - Luta pela Terra
Fotos: Natasha Mota
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11/09
Outro 11 de setembro: Chile 1973 Não é só o 11 de setembro norte-americano que marca com sangue a História, em 1973, no Chile, nessa mesma data teve início o Golpe Militar que levaria o país a uma ditadura sob o comando de Augusto Pinochet. Por Ironia do destino (ou não), o Golpe Militar no Chile teve ajuda dos Estados Unidos que eram contra o até então governo do presidente eleito pela maioria da população, Salvador Allende, que buscava fazer um governo popular, instaurando o socialismo no Chile. Para isso Allende já havia distribuído terras entre a população e colocado as fábricas sob controle operário. Assim o governo de Nixon, presidente dos EUA na época liberou mais de 10 milhões de dólares com o objetivo de junto com a CIA, acabar com o gover-
no de Allende. Fez um embargo econômico contra o Chile e juntou-se com neofascistas chilenos para chegar ao seu propósito, bombardeando fábricas e centrais elétricas, tudo para gerar o caos entre a população chilena. Mesmo assim o povo foi a rua gritando: “Allende, Allende, o povo te defende”. Até que em 11 de setembro de 1973 o presidente Nixon dos EUA comandou um ataque aéreo ao palácio onde Allende e seus ministros estavam, matando-os. Teve assim início o Golpe Militar, com um saldo de mais de 30 mil mortos, inúmeros torturados e presos sem julgamentos, muitos tiveram que fugir de seu próprio país por medo. A Ditadura Militar no Chile durou 20 anos, e muitas poucas pessoas lembram das atrocidades desse outro 11 de setembro.