camilaneri portf贸lio 2010-2013
índice porto cantinho do céu trabalho acadêmico . 2011
habitação hidroanel trabalho acadêmico . 2012
habitação largo do arouche trabalho acadêmico . 2012
exposição le corbusier 1929 iniciação científica . 2012
centro cultural baixada do glicério trabalho acadêmico . 2013
2011
Camila Neri Fernanda Barros Juliana Stendard Larissa Candro Maísa Pimenta
porto
cantinho do céu O projeto foi concebido para que seja valorizada a represa Billings e a paisagem que a envolve. O intuito é voltar o olhar da população para a represa através do desenvolvimento de novas atividades à sua margem. O desenho é constituído de formas oblíquas e irregulares, que dialogam com as formas já existentes no local.
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implantação
7 10
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planta térreo
1. vivência 2. estoque 3. cozinha 4. sanitários 5 enfermaria 6. sala da guarda 7. sala de uso múltiplo 8. bilheteria 9. acolhimento 10. refeitório
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elevação 1
elevação 3
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elevação 2
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corte longitudinal
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corte transversal
detalhes maquete eletrônica
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2012
Bruno Galvão Camila Amorim Camila Neri Marcela Fukue Orientador Álvaro Puntoni
habitação
quadra tipo hidroanel O projeto define um complexo edificado de uso misto dedicado à vida habitual – espaços de moradia, trabalho, pequeno equipamento e comércio local – numa quadra típica da cidade canal prevista na Articulação Urbana e Arquitetônica dos Estudos de Pré-Viabilidade do Hidroanel Metropolitano de São Paulo, elaborado pelo grupo de pesquisa em projeto de arquitetura de infraestruturas urbanas fluviais [grupo metrópole fluvial], do Laboratório de Projeto do Departamento de Projeto da FAUUSP, para o Departamento Hidroviário [DH], da Secretaria Estadual de logística e Transportes do Governo do Estado de São Paulo.
PR O D
DU CE BY AN A U TO SK
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PR O
768,00
LEGENDA: 1. COMÉRCIO 2. SERVIÇO 3. BICICLETÁRIO 4. ENTRADA EDIFÍCIO SERVIÇO 5. ÁREA DE LEITURA 6. ENTRADA EDIFÍCIO HABITAÇÃO 7. ÁREA TÉCNICA
766,90
767,40
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766,00
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PAVIMENTO TÉRREO comércio, serviços, áreas técnicas e praças de diferentes vivências PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
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2º PAVIMENTO
plantas tipo de apartamentos 1 º pav. bloco comunitário 2º pav. edifício de serviços
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plantas tipo de apartamentos 4 º pav. bloco comunitário praça elevada sobre o ed. de serviços
plantas tipo de apartamentos 3 º pav. bloco comunitário 4º pav. edifício de serviços
plantas tipo de apartamentos 2 º pav. bloco comunitário 3º pav. edifício de serviços
1
5º PAVIMENTO
4º PAVIMENTO
3º PAVIMENTO
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APARTAMENTO tipo 1
APARTAMENTO tipo 2
APARTAMENTO tipo 3
APARTAMENTO tipo 4
24.95
21.65
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elevação . lateral ELEVAÇÃO OESTE vista da praça
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL
CORTE-ELEVAÇÃO
vista do edifício de serviços e corte do bloco comunitário
CORTE-ELEVAÇÃO
vista do bloco comunitário e corte do edifício de serviços
5.00
2.00
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ELEVAÇÃO SUL vista do bairro
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O projeto foi pensado em diferentes escalas a partir de uma análise da relação entre a quadra-tipo e a cidade-canal e do interior da quadra com seus espaços de convivência que contribuem para a unidade de cada quadra. Sendo assim, o térreo do edifício é voltado para rua, portanto para o uso público. Esse espaço também conta com unidades de comércio e de serviço, além de espaços arborizados de convívio. As unidades de serviço, diferente das de comércio, também se localizam em outros pavimentos acima do primeiro, possibilitando assim o convívio das pessoas no edifício garantindo seu uso em diversos horários. Já para o uso voltado para os moradores do conjunto, foi pensado um eixo comunitário de três pavimentos com acesso somente a partir do primeiro pavimento que oferece tanto espaços de livre uso quanto refeitórios, oficinas e salas que poderão ser usadas por cooperativas. Pensando em criar uma relação de intenso convívio e integração entre os moradores, o conceito de “comunidade viva” se evidencia em elementos intencionais propostos pelo grupo no projeto. Grandes corredores com hortas coletivas atravessam os blocos de edifícios, uma marquise liga os três blocos e é base para o eixo comunitário, local de encontro e vivência. As circulações verticais são espaçosas e acabam sendo pontos de encontro, além de ambientes de contemplação da paisagem. Estruturalmente pensou-se em uma tipologia que poderia se repetir por modulação, garantindo uma simplicidade estrutural e o fechamento das fachadas com as “peles de bambu”.
PROGRESSÃO VOLUM UNIDADES FEITAS A PARTIR DE MODULOS DE 4,15m PARA SIMPLICIDADE ESTRUTURAL E DE FECHAMENTOS
[plantas]
2
A
B
3
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A
ESQUEMA ESTRUTURA paredes estruturais
ESQUEMA ESTRUTURA lajes de concretro
corte esquemático do edifício
vista esquemática do edifício
B
Eixos de Convivencia
Ab nos blo
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orredor
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ACIMA perspectivas do projeto
Secca bloc
CORTE-TIPO habitação
DETALHE peles de bambu
2012
Camila Neri Orientador Álvaro Puntoni
habitação largo do arouche
Em vista do seu crescente esvaziamento, a intenção da discilpina é a de ocupação e readensamento do centro de São Paulo: projetos de edifícios típicos urbanos de habitação que também disponham de lojas/serviços no pavimento térreo, construídos em “vazios” da área central da cidade, dentro do perímetro da Operação Urbana Centro. Pertencente à este exercício, apresenta-se neste trabalho o projeto de edifício habitacional localizado no Largo do Arouche.
projeto habitação largo do arouche
O entorno O entorno que envolde o Largo é caracterizado por locais de passagem e ruas de comércio, como a rua do Arouche especializada em lojas de calçado - e a Avenida São João. A proximidade com a Praça da República cria um diálogo entre esses espaços de comtemplação urbanos através da Av. Dr. Vieira de Carvalho. O terreno escolhido encontra-se à sudoeste do largo, a área mais degradada por conta da proximidade com o elevado Costa e Silva, e área limítrofe da Operação Urbana.
Vista do mercado de flores. Da esqueda para a direita: Rua do Arouche em direção ao minhocão; edifícios de esquina com comércio no térreo; vazio do estacionamento e do lote do restaurante; empena do edifício lindeiro.
Da São João em direção ao Arouche. Mercado de flores, Rua do Arouche ao fundo, restaurante e vazio à direita.
Da Rua do Arouche em direção ao Largo. À esquerda, o lote; ao fundo o Largo; à direita o mercado de flores. Fonte: Google Street View
projeto habitação largo do arouche
O vazio eleito
O vazio escolhido compreende o número 366 do Largo do Arouche, terreno onde ficam uma pequena churrascaria e um espaço comercial fora de funcionamento, com gabarito de dois andares. Este “vazio” se estende ao terreno lindeiro: o restaurante La Casserole. Uns dos primeiros bistrôs de São Paulo - e o edifício da Academia Paulista de Letras. Bem em frente ao mercado de flores. Vazio entre apas, posto que o terreno se constitui pelas duas metades: o vazio (insignificante) + o restaurante (significado)
O partido do presente projeto tem a preocupação de analisar os fatores urbanos, históricos e culturais para sua formação. O entorno se faz muito presente no partido do projeto: as sacadas floridas fazem parte da identidade do Arouche; a preservação das vizuais são de grande importância. O gabarito dos edifícios vizinhos torna este projeto a transição entre o tradicional restaurante de pé-direito simples, e o alto edifício art deco.
projeto habitação largo do arouche
O vazio eleito
O terreno
Croqui para a primeira entrega
101 7,4 8
398
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B
SÃ O
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DE DE
V
SANTA CECÍLIA
V
DUQU
E
DUQU E
O terreno é praticamente um retângulo regular: com aproximadamente 10 metros de fachada e 40 metros de extensão. O restaurante, ao lado do terreno, tem praticamente as mesmas dimensões, somando ao terreno o sobro de potencial contrutivo (ver item legislação).
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
Ao seu lado, o edifício da Academia Paulista de Letras, com empena de 11 andares de altura.
DO
A
A
LAR GO
AVEN
IDA
ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS
V
LARGO DO AROUCHE
Ao lado do La Casserole, um estacionamento ocupado pelo projeto da aluna Susan Ritschel. O terreno é quase plano, com leve inclinação para sudoeste, como vemos nos cortes.
Fonte: Google Earth
B
escala 1:3000
corte A fachada sul
corte B
fachada leste
projeto habitação largo do arouche
Aproximação histórica
O bairro
O restaurante
Na Folha da Manhã de novembro de 1925, aparece a seguinte reportagem sobre as feiras livres, instituidas pelo prefeito Washington Luís em 1914 na cidade de São Paulo:
“O francês não se alimenta, se delicia”, Roger Henry, fundador do restaurante.
“Por mais que se esforcem e se esfalfem esfregando o cimento não conseguem os lixeiros, gastando litros e litros de creolina, abafar o mau cheiro, muito augmentado nos dias de sol. No largo do Arouche, por exemplo, as familias, terminadas as feiras, têm receio da fedentina que dura horas e horas. Além disso a feira do Arouche está mal localizada, pois essa praça pública é uma das mais movimentadas da cidade, ponto de ligação que é entre os bairros das Perdizes, Lapa, Barra Funda e outros, sendo por isso mesmo enorme o transito de vehiculos.” Largo do Arouche ou Praça das Flores, assim era chamado o local de tráfego intenso que se acalmou com o tempo (e com o esvaziamento do Centro). Seu nome foi alterado várias vezes: Largo do Ouvidor, Largo da Artilharia, Praça Alexandre Herculano. O atual é uma homenagem ao Marechal José Arouche de Toledo Rendon. No local, diversos floristas foram instalando-se aos poucos, com a retirada das bancas existentes na Praça da
“Baseados neste conceito, os franceses Roger Henry e sua mulher Fortunée (mais conhecida como Dona Touna) inauguraram o La Casserole, em 1954, exatamente onde ele é até hoje: em frente ao romântico Mercado de Flores do Largo do Arouche. (...) República pelo prefeito Armando de Arruda Pereira. Assim, o Largo do Arouche transformou-se no Mercado das Flores, oficializado em 1953, preservado até hoje e situado em frente ao vazio escolhido para o processo deste exercício projetual.
A localização diz muito sobre a essência do bistrô. Ir ao La Casserole é mais que ir almoçar ou jantar. É fazer um programa cultural. Naturalmente o cenário bucólico do antigo centro de São Paulo mudou em 50 anos. Mas a atmosfera parisiense do restaurante permanece intacta. Da janela o visitante ainda contempla o colorido mercado de flores e alimenta o corpo e o espírito.” Fonte: Site do restaurante
projeto habitação largo do arouche
Aproximação programática
Restaurante
Habitação
Escola
fraguimentos de croqui para primeira entrega
projeto habitação largo do arouche
Legislação
De acordo com o sexto Artigo da Lei Operação Urbana, o potencial construtivo da área do restaurante ao lado do terreno permite que aumente-se o coeficiênte de aproveitamento até 12. “Artigo 6º - O potencial construtivo de áreas de terrenos contidos no perímetro da Operação Urbana Centro que sejam transformadas em áreas livres e verdes doadas à Prefeitura como bem de uso comum do povo, poderá ser aplicado no remanescente do próprio terreno ou transferido para outro imóvel situado no interior ou fora da área da Operação Urbana Centro.” “Artigo 7º - Para incentivar a restauração dos imóveis classificados como Z8-200, dos já tombados e dos que vierem a ser tombados pelo Poder Público na vigência desta lei e contidos na área da Operação Urbana Centro, será admitida a transferência de seu potencial construtivo, pelo seu valor equivalente, para outros imóveis localizados dentro ou fora do perímetro da Operação Urbana Centro (...)”
Condições climáticas
Dados Programáticos
Art. 185. Não será exigido recuo mínimo de frente nas zonas ZM-2 e ZM-3, ZMp, ZCP, ZCL, ZCPp, ZCLp, ZPI e ZEIS quando no mínimo 50% (cinqüenta por cento) da face de quadra em que se situa o imóvel esteja ocupada por edificações no alinhamento do logradouro, no levantamento aerofotográfico do Município de São Paulo, de 2000.
local: Largo do Arouche, 336
Art. 186. As edificações, instalações ou equipamentos, a partir de 6 m (seis metros) de altura em relação ao perfil natural do terreno devem observar recuos laterais e de fundos, que podem ser escalonados e dimensionados de acordo com a fórmula a seguir, respeitado o mínimo de 3 m (três metros): R = (H - 6) ÷ 10 onde: R = recuos laterais e de fundos; H = altura da edificação em metros contados a partir do perfil natural do terreno.
zoneamento: Zona Centralidade Polar
Insolação
Ventos predominantes
Por localizar-se em meio a altos edifícios e sua face norte ser bloqueada por um edifício de 11 andares, a insolação terá de ser bem solucionada, podendo-se aproveitar amplamente do sol da manhã.
Os ventos predominantes sopram do sul e sudeste, porém não são constantes nem fortes. Rajadas de maior força e intensidade provêm do nordeste. Há outras variações de direção, no nível macro climático, mas as maiores v\riações ocorrem por conta da topografia irregular da região (vales e colinas) e pela verticalização.
área do lote: 395,377 m² distrito: república população [2010]: 56 981 densidade demográfica [hab/km²]: 24,774 (ZCPb) coef. de aproveitamento: 6 a 12 taxa de ocupação: 0,5 a 0,7 taxa de permeabilidade: 0,15
escala Uso e ocupação do solo/ Subprefeitura da Sé/2004
projeto habitação largo do arouche
A segunda entrega e seus questionamentos
Nesta etapa pretendeu-se estudar as tipologias do edifício inseridas no vazio apresentado na primeira etapa. Para a construção desta segunda etapa, alguns textos e vivências da cidade foram muito marcantes. A fala do professor Luís Antônio Jorge me marcou e acredito que ela sempre pautará o meu pensamento de projeto: “Em projeto - e na vida - não trabalhamos com as respostas, mas com as perguntas que nos fazemos para encontrar as respostas.” A principal questão presente neste projeto é: como trabalhar com um terreno estreito e com a questão de preservação do restaurante? Trabalhar com o existente ou construir o novo? A palestra de Alejandro Aravena no evento Arq.Futuro me fez pensar sobre essa questão e em um artigo do livro “Los hechos de la arquitectura” encontrei uma resposta: “No tiene demasiado sentido preguntarse qué es la arquitectura, como si ella naciera con nosotros o, más exactamente, con nuestra pregunta. La arquitectura está allí en las obras que se conservan enteras o en ruinas, en proyectos, bocetos o escritos. No cabe inventarla, sino interpretarla y reconstruirla. Más sentido tiene, entonces, preguntarse por lo que la arquitectura ha sido. Desde esa claridad podemos preguntarnos también, qué podemos hacer de la arquitectura, o más bien, en la visión de Kahn, qué tenemos para ofrecerle.”
Croqui para a primeira entrega
Mas o que reafirmou fortemente a ideia de preservação foi a peça“Bom Retiro 958 metros”, que me fez refletir intensamente sobre a questão da memória da cidade e a perda de significado do espaço de acordo com a lógica urbana: a gentrificação do centro é cruel em muitos sentidos, mas creio que muito mais numa relação futura, mesmo que dicotômica, de quem não saberá a história do próprio bairro.
A padronização da habitação encaminha o habitante à uma vivência culturalmente pobre da cidade. É preciso criar a relação de indentificação com a habitação, criar afeto com o local de morada para preservar sua história. A solução para o projeto não seria reconstruir o restaurante, mas integrá-lo ao edifício projetado.
A inserção do edifício pré-maturo no entrno
projeto habitação largo do arouche
O partido
Para a construção de um partido é antes necessário compreender do que ele se constitui e qual seu significado. E em busca desse entendimento, alguns textos e experiências na cidade foram muito marcantes para a construção deste projeto. Ao dizer que o partido arquitetônico é a idéia preliminar do edifício a ser construído, ou uma prefiguração do objeto, que o projetista elege como ponto de partida e fio condutor, essa fala não abrange a totalidade dos modos de projetar, portanto não é universal, como também não o é o movimento do todo em direção à parte. A partir do momento em que optou-se na concepção do projeto por soluções mais rápidas e que permitam maior aproximação com a pré-fabricação como modo de minimizar os custos e simplificar a construçaõ do edifício, inverteu-se o raciocínio, portanto, a parte precede o todo. No entando, a concepção de uma totalidade para facilitar a compreensão do objeto também foi essencial.
Para esse exercício no centro histórico da cidade, o desafio é integrar o edifício à paisagem e preencher o vazio criado pelo contraste da empena com a construção de gabarito baixo. O exercício formal se faz de fora pra dentro: a construção tem antes a necessidade de preencher, ocupar o espaço, e a partir da forma exterior esculpir o interior do edifício nesse bloco hermético. Esse processo é percebido pela circulação vertical, que, afastada dos blocos de apartamentos, cria vazios a partir dos corredores que criam dinâmica visual e contribuem para a ventilação - tanto do edifício projetado quanto do edifício vizinho, que tem fosso de ventilação voltado para o sul. O projeto versa sobre diferentes escalas: histórico-cultural, urbana e social. Ao lado do edifício encontra-se o primeiro bistrô de São Paulo, o La Casserole, que, mesmo não sendo oficialmente tombado, é um patrimônio cultural da cidade. Sua localização também é repleta de signicado: o largo
do arouche que se transformou ao longo do tempo, acompanhando as mudanças do entorno e as reformas urbanas. O aspecto social e urbano se dá pela ocupação do vazio pela habitação de interesse social na área central - dotada de infra-estrutura. Além disso, o edifício prevê a integração do restaurante existente com o restaurante-escola, cuja renda será revertida em manutenção e melhorias para próprio edifício. O restaurante-escola vai além de um aparelho público, ele possibilita a permanência da história do local e renovação ao mesmo tempo, a partir da continuação da atividade e da conservação do patrimônio cultural. A cobertura do restaurante existente servirá como praça elevada aos moradores e horta comunitária para os restaurantes, integradando o primeiro pavimento de uso comum do edifício.
projeto habitação largo do arouche
O processo projetual
projeto habitação largo do arouche
O projeto
Croqui. Corte longitudinal
“O Centro de São Paulo não pode ser entendido simplesmente como o centro de uma metrópole. Ele é sobretudo o lugar do exercício da cidadania, um espaço de convergência das mais diversas e até imponderáveis atividades: o palco da expressão diária referenciada em memórias e simbolos coletivos.” Marcelo Laurino in “Revendo o coração de São Paulo”, Caramelo 2)
projeto habitação largo do arouche
implantação planta térrea
Fonte: Google Earth
implantação
1. Circulação/Área Pública 2. Portaria 3. Acesso ao edifício 4. Acesso ao restaurante-escola 5. Entrada para restaurante La Casserole (primeiro ambiente) 6. Transição entre a entrada e a parte preservada do restaurante 7. Corredor com portas que permitem ou bloqueiam o acesso ao restaurante e ao terreno vizinho 8. Restaurante (sugundo ambiente: área preservada) 9. Acesso da escola ao restaurante 10. Circulação da escola 11. Vestiários
1
11
11 3
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projeto habitação largo do arouche
primeiro pavimento área de usos múltiplos
plantas
1. Acesso ao edifício 2. Área de uso condominial 3. Sala de múltiplos usos 4. Acesso do restaurante/ Horta urbana (hortaliças de sombra) 5. Jardim
1 2
2 5 4 3
1
projeto habitação largo do arouche
segundo pavimento horta urbana + área de uso múltiplo
1. Acesso ao edifício 2. Área de uso condominial 3. Horta urbana (hortaliças de sol) 1 2
3
1
projeto habitação largo do arouche
1
pavimento tipo habitação + circulação
projeto habitação largo do arouche
subsolo
1. Circulação 2. Salas administrativas 3. Cozinhas/Salas de aula 4. Acesso ao La Casserole 5. Estacionamento 6. Acesso ao edifício
2
1
2 6 3
4 1
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5
3
projeto habitação largo do arouche
cortes
1
corte longitudinal
“De fato, pela capacidade que os espaços públicos urbanos têm de oferecer possibilidades em práticas urbanas e de estimular o processo de acionamento de outros inúmeros objetos e usos, eles se encontram no cerne da questão da urbanidade e são, neste sentido, considerados instrumentos da urbanidade.” (MORAIS, 2012)
projeto habitação largo do arouche
elevações
1
elevação frontal vista do largo do arouche
“(...) a concepção dos espaços públicos parece seguir uma lógica que associa qualidade de configuração físico-espacial e qualidade em termos de prática social. No caso dos grandes conjuntos habitacionais, a transformação empreendida pela renovação urbana apresenta-se como uma forma pragmática de ação: o projeto urbano não visa à constituição de uma cidade ideal, mas o início de um processo de mutação urbana suficientemente forte para alterar também os usos que se desenvolvem em seus espaços.” (MORAIS, 2012)
projeto habitação largo do arouche
1
elevação lateral vista do terreno lindeiro
2012
Camila Neri Maísa Pimenta Cibele D’Ávila Curadoria Hugo Segawa e Rodrigo Queiroz
exposição
le corbusier . américa do sul . 1929 A presente pesquisa de iniciação científica é parte integrante do projeto de exposição Le Corbusier 1929, promovido pelo Centro Universitário Maria Antônia (CEUMA) e pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), que realizou-se em agosto de 2012, com a curadoria dos professores Rodrigo Queiroz e Hugo Segawa do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Cidade Moderna e Contemporânea. Este trabalho tem como foco o estudo da Villa Baizeau localizada na cidade de Cartago, Tunísia, uma das quatro casas do período 1920 -1929, representativas do desenvolvimento do conceito purista do arquiteto Le Corbusier. [o terceiro modelo, da esquerda para direita]
B
a in amento
om a r a
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imit rreon
o te
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pavimento térreo
3
A
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1 entrada frontal 2 lavabo 3 hall 4 entrada lateral 5 quato 6 quarto 7 cômodo 8 cômodo reduzido 9 garagem
B
primeiro pavimento
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redesenhos
1 corredor 2 quarto 3 quarto 4 quarto 5 sala 6 lavabo 7 despensa 8 cozinha 9 terraço
para a construção do modelo, foi necessário redesenhar as plantas e cortes da casa estudada a partir dos desenhos originais recebidos pela Fondacion Le Corbusier
A
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segundo pavimento
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1 quarto de serviço 2 quarto de serviço 3 escaninho/armário 4 banheiro 5 circulação 6 quarto 7 quarto 8 terraço
estrutura
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redesenhos
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para a construção do modelo, foi necessário redesenhar as plantas e cortes da casa estudada a partir dos desenhos originais recebidos pela Fondacion Le Corbusier
corte aa 0
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corte bb 5
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redesenhos
para a construção do modelo, foi necessårio redesenhar as plantas e cortes da casa estudada a partir dos desenhos originais recebidos pela Fondacion Le Corbusier
elevação noroeste
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5
elevação sudoeste 10
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elevação nordeste 10
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redesenhos
10
para a construção do modelo, foi necessário redesenhar as plantas e cortes da casa estudada a partir dos desenhos originais recebidos pela Fondacion Le Corbusier
maquete
modelo executado para a exposição
2013
Camila Neri Larissa Candro Orientador Alexandre Delijaicov
centro cultural baixada do glicério
Tomando o terreno e sua grande declividade como modelador do projeto, criaram-se passagens que conectam a cidade baixa (Glicério) à Cidade Alta (Centro), tão segregados pela conformação natural do bairro. O equipamento foi pensado para atender as demandas encontradas a partir de análises da situação do entorno imediato ao terreno: o programa se constrói partindo da criação de espaço de estar, de convivência e de acolhimento. A escolha da biblioteca fez-se clara, a partir do momento em que se percebe a deficiência do investimento em espaços de estudo e convívio simultâneo. Os espaços na arte de rua percebidos no entorno, estão presentes nas salas de artes plásticas, artes do corpo e nos espaços de livre apresentação. É essa a proposta do nosso edifício: criar espaços de convívio e potencializar o diálogo dando voz à comunidade.
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térreo inferior . rua anita ferraz
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subsolo -3 PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
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subsolo -1
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subsolo -2
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pavimento térreo
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quarto pavimento
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terceiro pavimento
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segundo pavimento
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primeiro pavimento
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quinto pavimento
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EQUIPAMENTO . Corte A
1:300
corte aa
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corte bb
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centro cultural baixada do glicĂŠrio fotos da maquete