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Arquitetura modular
2.3.2 Arquitetura modular
A arquitetura modular é a que utiliza o módulo, que é uma medida padrão reguladora de todas as proporções de um projeto arquitetônico, originando a repetição em um reticulado espacial ou malha de referência. O módulo é, portanto, a unidade de medida utilizada, e é observado em diversos momentos históricos, como na Grécia Antiga, com propósito estético, no período romano, com caráter estético e funcional, e no Japão, com aspecto funcional (GREVEN, 2007).
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A coordenação modular é definida por Greven (2007) como sendo a ordenação espacial dentro da construção civil, e busca a sua racionalização e industrialização. Desse modo, as construções não são projetadas com o caráter de produção em massa, mas sim com o de customização em massa, com baixos níveis de desperdício, aplicando no projeto e na produção as melhores práticas construtivas.
A modularidade tem também caráter sustentável, por possibilitar um melhor aproveitamento dos materiais, otimizando o consumo de matéria-prima e energia para a produção, e diminuir a quantidade de sobras desses elementos, pelas medidas do projeto estarem proporcionalmente adaptadas aos módulos. Isso se faz fundamental quando observamos que 40% do peso das matériasprimas produzidas por ano no planeta é utilizado na construção civil, e que até 26% do lixo de aterros são provenientes das construções (YEANG, 2001).
A coordenação modular é capaz de ordenar a construção de edifícios por facilitar os processos de fabricação dos componentes, de execução da obra e de sua posterior manutenção, e de compatibilizar o projeto arquitetônico, o estrutural e todos os complementares. Ela promove melhor comunicação entre os projetistas, fabricantes e executores, pela utilização de parâmetros iguais (GREVEN, 2007).
Figura 08 - Múltiplos e submúltiplos do módulo 1,20m. Fonte - CARVALHO, GEA- hosp, 2014.
A utilização da modulação é bastante comum em obras de grande porte, como obras institucionais, hospitais, conjuntos habitacionais e galpões industriais, por precisarem de um método construtivo rápido e racionalizado. Assim, em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) de grande complexidade, é ideal que se utilize da coordenação modular, por, além das características já citadas, facilitar as ampliações, manutenção e adaptações em geral (CARVALHO, 2014).
Para EAS, a modulação mais utilizada é a de 1,20 m, por apresentar fácil subdivisão e determinação de multi-módulos. A sua justificativa antropométrica é que 60 centímetros é considerada a largura média de passagem de uma pessoa. Essa medida explica também a recomendação das normas técnicas para a adoção de circulação de largura mínima de 1,20 m (CARVALHO; TAVARES, 2002).
Sendo uma medida de fácil flexibilização (Figura 8), tem como submúltiplo o módulo padrão universal de 10 centímetros. Os multi-módulos também são facilmente adaptáveis, podendo apresentar medidas de 5,40m, 6m, 7,2m ou 8,4m, possibilitando diversas soluções construtivas.
O principal problema desta modulação é a sua utilização em eixo, que acaba reduzindo a sua largura útil interna, especialmente em casos de ambientes pequenos, como banheiros e até circulações. A utilização de sanitários com largura de 1,20m entre eixos acaba resultando em dimensões muito pequenas para o acesso de pacientes, como mostrado na Figura 9 (CARVALHO; TAVARES, 2002).
Figura 09 - Os sanitários possuem dimensões modulares entre eixos de 1,20m, com largura útil de 1,05m, subtraindo-se meia-parede de cada lado (7,5 cm). Fonte - CARVALHO; TAVARES, 2002.