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Setorização e espacialização sugerida

ser do tipo centralizado (canalizado), através de central de gás ou tanque, respeitando a exigência do item 7.3.3 Gases medicinais (oxigênio, Ar comprimido, Óxido nitroso) da RDC n°50/2002 ANVISA.

Após todas as observações, o documento também apresenta uma relação de quais e quantos equipamentos e mobiliários cada ambiente deve conter, levando em consideração o porte da UPA 24h, assim como o quantitativo necessário de pontos de gases nos ambientes obrigatórios para o seu funcionamento.

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4.2.2 Setorização e espacialização sugerida

A seguir, nas Figuras 19 a 26, será apresentado o projeto arquitetônico de referência disponibilizado pelo Ministério da Saúde pela sua plataforma do SISMOB 2.0 (Sistema de Monitoramento de Obras), que mostra a setorização do programa mínimo da UPA 24h de Porte II. O projeto não é um modelo padrão, sendo apenas uma sugestão ilustrativa de espacialização dos ambientes, ficando a critério da gestão local pela sua total ou parcial utilização.

Figura 19 - Setor de Pronto atendimento. Fonte - Ministério da Saúde, 2021.

Figura 20 - Procedimentos do Setor de Apoio Diagnóstico e Terapêutico. Fonte - Ministério da Saúde, 2021.

Figura 21 - Setor de Apoio Diagnóstico e Terapêutico. Fonte - Ministério da Saúde, 2021.

Figura 22 - Setor de Apoio Administrativo. Fonte - Ministério da Saúde, 2021.

Figura 23 - Setor de Atendimento de Urgência. Fonte - Ministério da Saúde, 2021.

Figura 24 - Setor de Observação. Fonte - Ministério da Saúde, 2021.

Figura 25 - Setor de Apoio Técnico Logístico. Fonte - Ministério da Saúde, 2021.

Figura 26 - Setorização e fluxos da UPA 24h Porte II. Fonte - Ministério da Saúde, 2021.

5 CONTEXTUALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ITUPEVA

Neste capítulo é apresentada uma contextualização sobre o município de Itupeva - SP, tanto sobre seus aspectos físicos, trazendo suas características, acessos e sua relação com a região onde está inserido, quanto sobre seu sistema de saúde pública, apresentando sua estrutura e a localização de seus equipamentos principais. Além disso, é contextualizado também o local escolhido para o projeto, com a descrição de seu entorno, vias de acesso e viabilidade de acordo com a legislação local.

O município de Itupeva se localiza no interior do estado de São Paulo, a 60 quilômetros da capital e faz parte da Aglomeração Urbana de Jundiaí. Sua população estimada pelo IBGE em 2020 era de 62.813 habitantes, e possui área de aproximadamente 200 quilômetros quadrados. Na Figura 27 é possível observar os municípios vizinhos e as principais rodovias de acesso à cidade.

Itupeva foi fundada em 1965, quando deixou de ser um distrito pertencente à cidade de Jundiaí. Apesar de seus 56 anos, a cidade ainda não possui toda a infraestrutura suficiente para a crescente população, precisando utilizar diversos equipamentos urbanos de municípios vizinhos, principalmente de Jundiaí e Campinas.

Sobre a estrutura de saúde pública, o município conta apenas com um hospital, o Hospital Municipal Nossa Senhora Aparecida, que tem capacidade instalada de 50 leitos, cirúrgicos e clínicos, e é habilitado pelo SUS para procedimentos de baixa e média complexidade. Itupeva

integra o Departamento Regional de Saúde de Campinas, o DRS VII, no qual a disponibilidade de hospitais referenciados de alta complexidade não é suficiente para a região, o que causa atraso nos serviços, impactando negativamente a população.

A Secretaria de Saúde de Itupeva tem para suas atividades doze Unidades Básicas de Saúde (UBSs), um Ambulatório de Especialidades, um Centro de Especialidades Odontológicas, um Hospital Municipal, um Ambulatório de Fisioterapia, um Ambulatório de Saúde Mental e um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Possui também um sistema de transporte terceirizado para o encaminhamento dos pacientes para outros municípios, e o seu serviço de ambulância é próprio.

Figura 27 - Perímetro municipal de Itupeva e acessos aos municípios vizinhos. Fonte - Google Maps, adaptado pela autora, 2021.

No Ambulatório de Especialidades, ocorre o atendimento por especialistas em cardiologia, oftalmologia, psicologia, gastroenterologia, endocrinologia, pneumologia, alergologia, urologia, otorrinolaringologia, dermatologia, geriatria, reumatologia e nutrição. Quanto ao setor de diagnósticos, o município realiza exames de ultrassonografia, eletrocardiograma, radiologia, mamografia e análises clínicas.

Considerando a estrutura de saúde pública da cidade, é possível observar facilmente que os estabelecimentos de atendimento não são suficientes para a demanda da população. A quantidade de leitos no hospital não comporta adequadamente todos os pacientes que necessitam dos serviços, constantemente se encontrando lotado, e frequentemente encaminhando pacientes com casos de maior complexidade para o hospital de referência no município de Jundiaí. Encaminha também para municípios vizinhos os pacientes que necessitam de exames mais complexos, não ofertados na rede municipal. Além disso, existem longas filas de espera para atendimento no Centro de Especialidades, e para a realização de exames para diagnóstico.

Na Figura 28, observa-se a relação entre as principais vias da cidade, a área central e os dois principais equipamentos de saúde pública existentes, o Hospital Municipal e o Ambulatório de Especialidades.

A presença de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24H) na cidade causaria um impacto muito positivo para a população usuária do SUS, principalmente se implantada em uma região mais próxima ao centro da cidade, e com acesso mais fácil aos moradores se comparado com o Hospital Municipal existente. O atendimento de urgências e emergências se centralizaria na UPA, deixando o hospital apenas com os casos mais complexos, cirúrgicos e de internações mais longas.

Além disso, a necessidade de uma Unidade de Pronto Atendimento em Itupeva é validada pelo Plano Municipal de Saúde para os anos entre 2018 e 2021, que traz como uma de suas diretrizes a

Figura 28 - Principais vias, acessos e equipamentos de Itupeva. Fonte - Google Maps, adaptado pela autora, 2021.

construção de uma UPA, com o objetivo de ampliar o acesso à atenção especializada.

Analisando a área central de Itupeva, representada na Figura 29, observou-se que a região do entorno do Parque da Cidade possui um bom potencial para a implantação da UPA. É uma área de fácil acesso para os moradores de diversos bairros da cidade, por meio de transporte público ou veículo particular, e possui boa infraestrutura ao seu redor, contando com lanchonetes, mercados e farmácias próximas. Ainda na Figura 29, pode-se observar a área de vazio urbano existente no entorno do parque, e também alguns importantes equipamentos da cidade.

Figura 29 - Recorte da área central de Itupeva e a região do Parque da Cidade. Fonte - Google Maps, adaptado pela autora, 2021.

A implantação da UPA 24H seria interessante no terreno que se localiza na Rua Emancipadores do Município, representado em rosa na Figura 30, que tem origem na Rodovia Vice Prefeito Hermenegildo Tonoli, principal via de acesso ao município vizinho, Jundiaí. Fica próximo ao entorno do Parque da Cidade, e possui fácil acesso à Avenida Brasil, onde se localiza o Hospital Municipal, e à Avenida Emílio Chechinato, onde se localiza a central de ambulâncias.

O lote, que é de propriedade particular, possui uma área de aproximadamente 6.600 metros quadrados, e, segundo o mapa de Zoneamento de Itupeva, ocupa dois setores: o Setor de Predominância Comercial (SPC) e o Setor de Estruturação (SE).

Art. 26. O Setor de Estruturação (SE) abrange a região central do município (...). § 1º O Setor de Estruturação (SE) é a área primordial de ocupação urbana, onde serão concentrados

Figura 30 - Área de estudo e uso do solo. Fonte - Google Maps, adaptado pela autora, 2021.

prioritariamente os investimentos públicos do município e o preenchimento dos vazios. § 2º Definem-se como principais ações de estruturação urbana: a) aparelhamento do sistema viário; b) interligação entre eixos descontínuos; c) reformulação de interseções, semaforização, sinalização, reformulação de mão de direção, regulamentação do tráfego de caminhões, obras de infraestrutura etc.; d) requalificação de praças e outras áreas de uso público; e) recuperação das margens dos cursos d’água, do Rio Jundiaí, do Córrego do Bonfim, do Córrego da Lagoa e do Córrego Piracatu; f) recuperação das principais atividades de comércio, serviços, instituições e uso residencial, admitindose maior densidade de construção. [...] (ITUPEVA, 2007).

Figura 31 - Relação entre os pontos de ônibus existentes e o terreno. Fonte - Google Maps, adaptado pela autora, 2021.

No Anexo 1 do Plano de Diretrizes Urbanísticas de Itupeva, é possível observar quais são os usos admitidos para cada setor. Quanto aos serviços de saúde, no Setor de Estruturação podem existir quase todos os tipos de ocupação, com exceção de clínicas de reabilitação e casas de repouso. Já no Setor de Predominância Comercial, a quantidade de serviços permitidos é um pouco menor, não podendo existir nenhum serviço de grande porte, como hospitais e maternidades, sendo permitidos, entretanto, prontos-socorros e ambulatórios. Já no Anexo 2 do Plano de Diretrizes Urbanísticas de Itupeva, é possível encontrar as regulamentações de áreas, recuos, alturas permitidas, coeficientes de ocupação, aproveitamento e permeabilidade e índices de cada setor do zoneamento da cidade.

Analisando os acessos à área em si, é possível observar que o terreno se localiza bem em frente à Praça do Milênio, que constitui

Figura 32 - Acessos e características do terreno. Fonte - Google Maps, adaptado pela autora. Autora, fotos feitas em 09/08/2021.

o principal retorno da Rua Emancipadores do Município. Isso facilita o acesso de usuários que vêm de qualquer sentido da via, na qual também se encontra um ponto de ônibus próximo (Figura 31).

Outro ponto positivo é a proximidade ao Parque da Cidade, cujas vias internas levam até à Avenida Emílio Chechinato, a qual também conta com pontos de ônibus próximos e interliga diversos bairros de Itupeva (Figura 31). Além disso, todas as vias mencionadas se encontram com pavimentação relativamente em bom estado de conservação. Na Figura 32, é possível observar imagens do entorno do terreno e suas principais vias de acesso.

6 PROGRAMA DE NECESSIDADES - UPA PARQUE

Neste capítulo, é apresentada a relação de ambientes e de áreas do programa de necessidades da UPA projetada para o município de Itupeva, a UPA Parque. Para a elaboração do programa, foram considerados todos os tópicos estudados na revisão da literatura, como os conceitos de ergonomia hospitalar, a humanização do ambiente e a sustentabilidade. Estes conceitos são aplicados no projeto, assim como os dados levantados sobre as exigências e recomendações para este tipo específico de estabelecimento da saúde.

A Tabela 3 expõe o programa de necessidades para a UPA 24h de Porte II, com as especificações de área mínima, número de ambientes e de pacientes que comporta, que também está levando em consideração as características do contexto do município onde seria implantado.

Tabela 3 - Programa de Necessidades para a UPA Parque.

(Continuação) Tabela 3 - Programa de Necessidades para a UPA Parque.

Fonte - Acervo da autora.

6.1 PLANO DE MASSAS

Estabelecido o programa de necessidades e a setorização e área dos ambientes, partimos agora, como início do estudo preliminar do espaço, para a elaboração de um diagrama de fluxos (Figura 33), que guiará o plano de massas geral (Figura 34).

Figura 33 - Diagrama de fluxos. Fonte - Autora, 2022.

Figura 34 - Plano de massas geral. Fonte - Autora, 2022.

7 PROJETO

Neste capítulo é finalmente apresentado o resultado, em forma de projeto arquitetônico, de todos os estudos e análises realizadas nos capítulos anteriores.

O nome UPA Parque foi o escolhido para o estabelecimento pois se relaciona com o Parque da Cidade, que se localiza ao lado e é um importante equipamento público do município. Além disso, podemos também associar a palavra parque com a relação bem próxima entre o projeto e a vegetação, tanto internamente quanto pela paisagem externa.

7.1 IMPLANTAÇÃO E SETORIZAÇÃO

Utilizando os estudos do fluxograma e plano de massas, e levando em consideração os aspectos físicos e climáticos do terreno, foi possível chegar na solução apresentada a seguir para a implantação da UPA no terreno escolhido.

Na Figura 35, são apresentadas as características da orientação solar e da direção dos ventos predominantes na área do terreno escolhido para o projeto, que possui uma leve inclinação de aproximadamente 1,12%. O vento predominante vem da direção sudeste. No inverno a temperatura mínima média é de 12°C, e no verão a temperatura máxima média é de 28°C (dados Meteoblue).

Figura 35 - Caracteristicas do terreno. Fonte - Autora, 2022. Vento predominante da direção Sudeste

IMPLANTAÇÃO

Ao lado, na Figura 36, a implantação do projeto no terreno escolhido mostra a sua proporção entre área livre e área construída, suas áreas de embarque e desembarque em relação às vias de acesso e as duas áreas de estacionamento, uma para funcionários e uma para usuários da UPA.

O entorno da edificação é preenchido por vegetação tanto por fora quanto por dentro dos muros, que formam uma barreira para a passagem mas conservam um aspecto mais leve e permeável por seu fechamento em ripas amadeiradas em uma base de concreto.

A Figura 37 mostra a planta geral da UPA Parque, onde é possível observar as entradas, circulações e a disposição interna dos ambinetes. Já na planta de setorização, Figura 38, são destacados os ambientes que são correspondentes a cada setor da UPA.

Figura 36 - Implantação. Fonte - Autora, 2022.

A

B

A

B

FLUXOS INTERNOS

Seguindo os conceitos da arquitetura humanizada de legibilidade e orientabilidade, estudados na revisão da literatura, a concepção do projeto da UPA exige uma reflexão sobre os diferentes fluxos que ocorrem em seu interior. Visando a humanização da arquitetura e a legibilidade do projeto, existe uma separação clara entre os setores (Figura 39), que são sempre bem sinalizados, assim como cada um de seus ambientes. No projeto, foi levado em consideração o fluxo de público/ pacientes, de funcionários e de materiais, como apresentado nas Figuras 40 e 41. Existem dois setores restritos, onde só é permitida a entrada de funcionários: o de Administração e o de Apoio Técnico e Logístico.

Legenda

Pronto Atendimento Apoio Diagnóstico Terapêutico Observação Urgência Apoio Técnico Logístico Administração

Figura 39 - Diagrama setorizado. Fonte - Autora, 2022.

Legenda

Fluxo público/pacientes Fluxo funcionários

Figura 40 - Diagrama de fluxos internos de funcionérios e pacientes. Fonte - Autora, 2022.

Legenda

Fluxo de materiais (insumos e descartes)

Figura 41 - Diagrama de fluxos internos de materiais.

FLUXOS EXTERNOS

Externamente, o projeto conta com quatro fluxos principais: o de pacientes/acompanhantes, o de urgências/ambulâncias, o de funcionários e o de serviços. Cada um desses fluxos se relaciona com uma das entradas e saídas da UPA Parque.

Os fluxos se ligam também aos estacionamentos destinados aos seus respectivos usuários. O estacionamento de funcionários conta com 13 vagas e se localiza próximo ao acesso do Setor de Administração. Já o estacionamento para o público conta com 23 vagas e se interliga com a calçada que dá acesso a entrada do Setor de Pronto Atendimento.

Para garantir a segurança e delimitar o acesso, foram previstos os fechamentos em volta da UPA. Estes fechamentos formam muros que não criam barreiras visuais muito significativas por serem mais permeáveis, mas impedem o acesso em áreas restritas.

Pacientes/Acompanhantes Urgências/Ambulâncias Funcionários Serviços

Figura 42 - Fluxos externos. Fonte - Autora, 2022.

CARACTERÍSTICAS DO PROJETO

ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO NATURAL

Por meio de sheds localizados nas coberturas em duas águas de telha sanduiche termoacústica, a iluminação natural consegue entrar nos corredores e ambientes da UPA e o ar quente de seu interior consegue sair.

ar quente

luz natural

Fluxos da ventilação e iluminação. Fonte - Autora, 2022.

ESQUADRIAS

As portas e janelas voltadas para o lado externo são de vidro e de correr, possíbilitando o controle da ventilação natural. Em ambientes de atendimento, cortinas podem ser fechadas para manter a privacidade dos pacientes.

Esquadrias e elementos da fachada. Fonte - Autora, 2022. INFRAESTRUTURA

O projeto prevê um espaço de um metro de altura entre o forro e a laje, a partir do pé direito mínimo de 3 metros, para a passagem de infraestrutura de ar condicionado, gases medicinais e demais tubulações e fiações necessárias.

Isométrica do edifício.

Fonte - Autora, 2022.

O projeto prevê um espaço de um metro de altura entre o forro e a laje, a partir do pé direito mínimo de 3 metros, para a passagem de infraestrutura de ar condicionado, gases medicinais MATERIAIS E SISTEMA CONSTRUTIVO

Estrutra: em steel frame, sistema construtivo à seco seguro e resistente, de caráter modular que evita disperdícios e proporciona agilidade na construção. Os fechamentos são em placa cimentícia e drywall, utilizando a lã de PET no recheio como isolamento térmico e acústico.

Cobertura: utiliza a telha sanduiche termoacústica, que auxilia no conforto térmico dos ambientes internos.

Cobertura das áreas de entrada de pacientes: estrutura em madeira laminada colada (MLC), material leve de alta resistência, estabilidade e versatilidade, consegue vencer grandes vãos e é produzida pela junção de lâminas de madeira de reflorestamento.

Barreiras externas: muros de ripas de madeira instaladas lado a lado, impedindo a passagem mas mantendo a permeabilidade sem impedir completamente a visão.

Cobertura do pátio dos funcionários: pergolado de MLC com cobertura de bambú.

Pisos e rodapés vinílicos, paredes e forro com acabamento em tinta acrílica lavável e bate macas em madeira reciclada prensada.

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