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EDIÇÃO

Ano I – nº 4 – Distribuição Gratuita

RA VE

PRIMA DE

2008


Concluímos um ciclo. Sentimos o vibrar das estações. Por vezes presenciamos a euforia do verão, outras a melancolia da reclusão do inverno. Choramos com as depredações e exaltamos de alegria com as ações que favorecem o planeta. Crescemos! Fechamos um ciclo. Fortificamo-nos e demos frutos. Nesta estação, não a mais bela porque todas reservam suas belezas, mas a mais sublime porque nela a vida se renova, damos início a outro ciclo. Como a natureza, esperamos trazer, aos olhos de quem tem a capacidade de enxergar, a beleza disponível e infindável que circunda a todos. Vale estar aqui, vale sentir, vale saber,



Sem mesmices Fim de inverno, temperatura aumentando. Se tivéssemos alguns feriados todo mundo já estaria pensando em praia. Não fique preso aos modismos do turismo regional. Descubra as represas da região. Essas paisagens criadas pelo homem não geram apenas energia, também se tornaram uma alternativa para o turismo regional. Barcos, lanchas e jet skis pontilham as águas sempre calmas desses lagos artificiais. Nos arredores, uma culinária sofisticada atende a padrões tão exigentes como os dos visitantes de Campos do Jordão. Enquanto isso, no litoral um turismo exótico começa a despontar: observação de aves. Desconhecida na região, é geradora de turismo internacional e agora empresários começam a descobrir essa mina de ouro. Depois da Amazônia e do Pantanal, o Litoral Norte reúne a maior diversidade de aves do país e já está atraindo a atenção desse público em feiras no exterior. Outra riqueza que começa a ser explorada em Ubatuba é o Açaí. Comunidades estão mudando de vida com a frutinha, que, até então vinha do Norte do país. Já tínhamos importado o gosto por ela, agora importamos o modelo sustentável. Cunha e São Xico. Duas comunidades rurais que estão despontando como destinos de alta gastronomia e eventos culturais.

Represas

Paraísos para esportes náuticos e turismo gastronômico

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Ainda quase desconhecido no Brasil, a observação de aves desperta interesse para a o turismo internacional

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Do Pará para a Mata Atlântica

Nada se cria, tudo se copia. As vezes isso é ótimo.

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SFX

O distrito de São José é exemplo de conservação ambiental e turismo sustentável

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Entrevista

Ministro do Turismo fala da Copa de 2014, trem bala e estratégias para o turismo no Vale

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Grandes parceiros para um grande projeto Poucas revistas na região têm tanto a dizer. Faça como outros empresários que acreditam no projeto de divulgar a sustentabilidade e as belezas do Vale do Paraíba. Junte-se a nós

A Revista Vale Ver é uma publicação trimestral da MKT.ROD Administração de Marketing Ltda. Atendimento ao leitor: (12) 8122.5161 / 8122.8999 contato@revistavalever.com.br

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Birdwatching

Primavera sempre é tempo de renovação. Recicle seus conceitos e experimente esse Vale fora do circuito turístico convencional. Garantimos que há muita coisa aí que ValeVer !

Conselho Editorial: Camilo Alvarez Netto, Celina Rodstein Rodrigues, Cláudia França, Edson Rodrigues, Marcílio Sousa Lima Edição: Marcílio de Sousa Lima Redação: Alessandra Jorge, Quitéria Melo, Marcílio Sousa Lima Revisão: Teruka Minamissawa – (12) 9121.3111 Projeto Gráfico: Camilo Alvarez Netto Jornalista Responsável: Alessandra Jorge – MTB 48.711 Tradução: Lorena L. Blitz – Callan Point Director (12) 3942.6629 – lbmetodocallan@hotmail.com Marketing e Vendas: Celina Rodstein Rodrigues Tiragem: 6000 exemplares

Da cerâmica para a panela

Cunha já tem tradição na cerâmica e agora desperta para a gastronomia, eventos culturais e ecoturismo

contato@revistavalever.com.br



Camilo Alvarez

UM PASSEIO PELAS REPRESAS Muito mais que geradoras de energia, elas são uma excelente oportunidade de lazer e de negócios Sol, sombra e água fresca. Ótimos ingredientes para um verão perfeito. É hora de voltar os olhos para os reservatórios que abastecem as cidades e observar que eles são, de longe, muito mais do que uma imensidão de água. Em um reduto de paz e tranqüilidade as pessoas podem aproveitar todas as alternativas turísticas que as represas oferecem e que as tem transformado na menina dos olhos para o turismo sustentável. Um passeio de canoa inesquecível, uma trilha educativa, banhos em cachoeiras e campeonatos das mais diversas modalidades esportivas vão colocar o turista em contato direto com a natureza. Vista da Represa de Igaratã Igarata Dam


A Walk through the Dams Sunshine, Shade, and fresh water are the ingredients for a perfect summer. It’s time to turn our eyes to the reservoirs that supply our cities and observe that they are, by a long shot, a lot more than an immensity of water. In a redoubt of peace and tranquility, people will be able to enjoy all the tourist attractions that the dams offer and have transformed into sustainable tourism. An unforgettable canoe ride, an educational hike, waterfalls, and all kinds of sports will put the tourist in direct contact with Mother Nature.


Represas

Diversão para todos os gostos

Na represa de Paraibuna é possível praticar esportes aquáticos e fazer passeios de barcos. E o que não falta é espaço para uma boa pescaria.

O mountain bike também pode ser praticado, pois em meio à beleza, encravadas na Mata Atlântica existem diversas estradinhas de terra que unem uma cidade à outra ou formam circuitos para pedaladas. Balsas fazem o transporte da população gratuitamente para bairros isolados. As balsas fazem a ligação Paraibuna-Pouso Alto (bairro), Paraibuna-Ribeirão Branco (bairro) e Natividade-Paraibuna. Elas saem de 30 em 30 minutos e têm capacidade para transportar oito veículos, além dos pedestres. A Piabóia e o curso de Vela têm atraído muitos apaixonados por esportes. A Vela colocou a cidade de Paraibuna no circuito de locais ideais para a realização de regatas que contam com apoio da Marinha do Brasil e de grandes nomes do cenário nacional,como o iatista Lars Grael, segundo o professor de iatismo Fabianno Camilo.

Fun for all Tastes In Paraibunas dam it’s possible to play aquatic sports, go mountain biking and take long boat rides. And what it does not lack are good spots to fish. In Jaguaris dam there are places for nautical sports, swimming, and of course, fishing. There are marines, hotels and inns that offer total infrastructure in attending their visitors who will spend their time enjoying beautiful sceneries such as the green mountain range of the Mantiqueira as well as the enchanting clear-watered and crystal like waterfalls. A trip worth taking!

As belezas do trecho de Igaratá, na represa do Jaguari podem ser observadas de diversos pontos. O local é adequado para pesca submarina, passeios de barco, esportes náuticos, banhos e pesca e são encontrados restaurantes, marinas, hotéis e pousadas que oferecem total infra-estrutura para atender os visitantes. Momentos inesquecíveis podem ser vividos em um passeio de chalana, que sai de uma belíssima náutica e que permite ao turista desfrutar de uma paisagem belíssima proporcionada pelo verde da Serra da Mantiqueira e por suas cachoeiras de águas claras e cristalinas que, por si só, encantam. A fauna primitiva é rica e composta de bugios (macacos), siriemas, tatus, preguiças, ouriços e gatos-do-mato. A balneabilidade e a prática de esportes náuticos são apontadas pelo gestor de

sustentabilidade e professor universitário, Ricardo Law, como uma forma de integração por meio do lazer, diversificando, dessa forma, o uso das represas. E essa diversificação, em breve, poderá ser encontrada na cidade de Atibaia, que vai dispor de mais um atrativo turístico proporcionado pela história de uma Usina. Após concorrência pública, já encerrada, vai ser reativada a Pequena Central Hidrelétrica, desativada desde 1979. O objetivo, segundo José Luiz Cavallo, responsável pela área de utilidades Energia e Água da empresa vencedora da concorrência, é retomar as atividades transformando o espaço em um museu da energia. “Vamos construir também um borboletário e amplo espaço para arborismo, porque acreditamos que é possível conciliar geração de energia e desenvolvimento sustentável”, afirma ele.


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CONHECENDO AS REPRESAS A represa do Atibainha, também conhecida como represa de Nazaré Paulista, é formada principalmente pelo rio Atibaia, sendo uma represa de acumulação de águas, visto que recebe água do sistema Joanópolis/Piracaia por meio de uma escada de desnível, para garantir o abastecimento de Mairiporã e complexo Cantareira (região metropolitana de São Paulo). No Vale do Paraíba são quatro as represas existentes, de acordo com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul: Paraibuna, Jaguari, Santa Branca e a do Funil - fazendo divisa com o Rio de Janeiro.

A maior delas é a de Paraibuna-Paraitinga, que representa mais de 60% do volume de água de todo o Paraíba e é controlada pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), que também é responsável pela represa do Jaguari. O reservatório de Santa Branca está sob o controle da Light Serviços de Eletricidade e a represa do Funil é administrada por Furnas Centrais Elétricas. As represas do Jaguari e de Paraibuna juntas têm capacidade para gerar mais de 110 megawatts de energia -- 86 na represa de Paraibuna e 27 na represa de Jaguari. Um volume sufi ciente para atender uma cidade com até 200 mil habitantes. Represa de Jaguari Jaguari Dam

Camilo Alvarez

Vista da Represa de Igaratã Igarata Dam


Impactos ambientais e sociais

Antiga cidade de Igaratá antes da inundacão pela represa. Ancient Igarata town, before the dam flood the area

Quem vê e curte toda essa beleza talvez desconheça a origem das represas. Não dá para omitir que a construção de uma represa costuma sempre provocar impactos sociais e ambientais e ocasiona a expulsão de algumas cidades, povoados e florestas e até mesmo a perda de solos cultiváveis e de material arqueológico. Não foi diferente com as cidades de Igaratá e Redenção da Serra, por exemplo. Muitas áreas foram devastadas para que as represas pudessem ser construídas. No caso de Igaratá, ao ter suas águas represadas pela barragem construída no Bairro de Pagador Andrade, o Rio Jaguari inundou a antiga cidade, que ficou totalmente submersa com suas casas, ruas, praças e igrejas tomadas pelas águas. A cidade foi reconstruída em um lugar próximo, numa área mais alta. Em Paraibuna o aposentado Roque Oliveira, 71, lembra que, antes da construção, o que havia no espaço submerso eram roças, sítios e fazendas e que muitas pessoas tiveram suas terras alagadas. Mas seu Roque não reclama. Para ele, a energia gera empregos e alimenta indústrias. “Na época da construção, por exemplo, houve uma grande geração de empregos. Tinha gente de Caçapava, Taubaté e São José, trabalhando nas obras e ainda hoje muita gente ganha a vida com o turismo”, diz.

Oliveira trabalhou no restaurante da empresa responsável pela obra e acredita que a cidade ganhou com a construção da represa, principalmente com relação ao turismo. A comerciante Selma Aparecida dos Santos Alvarenga, 34, mantém um trailer às margens da represa de Paraibuna próximo à balsa de Varginha e Paraitinga - que transporta pessoas e veículos para Redenção da Serra e Natividade da Serra. Alvarenga se diz muito feliz com o seu pequeno negócio e conta que é no verão que as pessoas que estão passeando de barco, jet-ski ou simplesmente passando o dia lotam o estabelecimento. Nos outros períodos, a escola Náutica é que mantém o movimento de turistas. Aqueles que perderam bens e que viram sua história imergir nas águas não conseguem enxergar benefícios na construção de um reservatório. Esse é o caso do médico Fernando Augusto Carreiro, 39. Ele conta que a sua família foi muito prejudicada com a vinda da represa para a Região. Criadores de gado de corte viram tudo que haviam construído desaparecer nas águas e tiveram de transferir os negócios para Minas Gerais. “Além de perder as terras baixas, ideais para a agricultura, a cidade ainda perdeu na geração de divisas. O que poderíamos fazer aqui estamos fazendo em outro Estado”, frisa o médico.


Coleção Oscar Verão. Bonita por natureza.

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Represas

Boa notícia para o meio ambiente O surubim e a piabanha são espécies importantes da bacia do rio Paraíba do Sul e estão de volta. Os pescadores podem preparar as tralhas para uma boa pesca esportiva. As piabanhas são primas-irmãs das piracanjubas, piraputangas, jatuarana e matrinxãs, e fazem parte de um seleto grupo dos peixes esportivos da água doce. Elas podem ser

encontradas ao longo de todo o rio Paraíba do Sul e nas represas de Paraibuna, Igaratá e Santa Branca. A presença em abundância da piabanha se deve ao trabalho desenvolvido pela Cesp de Paraibuna, que cria e solta cerca de 60 mil alevinos por ano na região.

Núcleo de Educação Ambiental Você pode optar por um passeio diferente, não menos apaixonante e que tem atraído principalmente os estudantes. É possível ficar frente a frente com aves raras, animais em extinção e conhecer um extenso viveiro de mudas com as mais variadas espécies, no Núcleo de Educação Ambiental. Mantido pela Cesp - responsável pelo monitoramento das represas de Paraibuna e Jaguari - o Centro desenvolve ações com foco na sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Nas duas represas é feito o reflorestamento ciliar, que consiste em recompor as matas originais que margeavam os rios utilizados para geração de energia. Somente em Paraibuna foram mais de três milhões de mudas plantadas, de acordo com o departamento de comunicação da empresa. Para o biólogo Maurício de Almeida Mathias, 39, que costuma levar alunos para visitar o Núcleo, o projeto é um exemplo e o

trabalho é espetacular, pois a preocupação em garantir a reprodução dos peixes, das árvores nativas e o cuidado com as aves contribui para a melhoria e preservação do meio ambiente. Com a utilização responsável do potencial turístico das represas é possível aliar desenvolvimento e qualidade de vida. Mas o gestor de sustentabilidade, Ricardo Law, defende a necessidade de se focar cada vez mais em fontes de energias renováveis para que se possa garantir um futuro sustentável. É possível, sim, pensar em desenvolvimento sustentável - que nada mais é do que satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. No mais, é aproveitar todas as belezas e se inspirar para fazer uma viagem fascinante, emoldurada por um inconfundível pôr-do-sol.

“Quem vive em Redenção da Serra, às margens da represa dos rios Paraitinga e Paraibuna, tem o privilégio de conviver com a natureza e a beleza de suas águas e ainda usufruir desta obra humana perfeitamente integrada à paisagem rural. Seja praticando esportes náuticos, seja mergulhando em suas águas ou apenas contemplando sua beleza, a represa faz parte do dia-a-dia dos moradores da pequena cidade. Alguns se divertem com pescarias, outros apenas caminham em suas margens. Mas a simples existência da represa é por si só um presente aos olhos e à alma dos habitantes de seu entorno.”. Daniela Bittencourt Moradora de Redenção da Serra

Vista Aérea da Represa do Jaguari Aerial view of Jaguari dam

Cetesb

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Entre as serras da Quebra-Cangalha, da Bocaina e do Mar encontra-se Cunha, o município com a maior área do Vale do Paraíba .Com altitude média de 1100 metros, tem como ponto mais elevado o Pico da Marcela, com 1840 metros e o Pico do Cume, com 1630 metros.

CUNHA Um convite à tranqüilidade

Pedra da Marcela Marcela Peak


Em 1932 foi palco de batalha na Revolução Constitucionalista , por ser caminho alternativo de acesso do Rio a São Paulo pelo Vale do Paraíba.Por três meses se combateu lá.Um herói surgiu: o lavrador Paulo Virgínio não revelou a posição das tropas paulistas e por isso foi morto.

O que faz de Cunha hoje uma cidade famosa é a arte da cerâmica , cuja produção se fortaleceu na região a partir da década de 1970.

A cerâmica serviu como ponta de lança, como divulgação da região, sobretudo pela diversidade de produção dos ceramistas locais”

A cerâmica já estava presente no artesanato local, mas um grupo de jovens, com passagem por diversos países, escolheu a região para se instalar e por em prática a técnica do Faz divisa com outros belos municípios, forno Noborigama, conhecido por ser um como Angra dos Reis, no Estado do Rio de “forno que sobe montanha”, pois sua consJaneiro e Ubatuba, já em São Paulo. trução necessita de um apoio em desnível natural, em sua forma tradicional. Essa técniQuem está na cidade também se encontra ca é também conhecida como cerâmica de próximo a dois parques, localizados em sua alta temperatura, pois os fornos se aquecem área territorial - o Parque Estadual da Seraté, em média, 1350 ºC. ra do Mar e o Parque Nacional da Serra da Bocaina, com fauna “O forno Noborigama”, explica Alberto Cie flora ricas e lindas draes, ceramista em Cunha, “é a forma final, cachoeiras pouco mais sofisticada, do forno arcaico, a lenha, conhecidas. de alta temperatura, do Extremo Oriente, que foi da China para a Coréia e adquiriu A economia local se seu maior refinamento no Japão, associado baseia nas pecuárias à cultura Zen’. leiteira e de corte e nas culturas de milho, fei- O crescimento da atividade dos cerajão e batata.O turismo vem mistas coincidiu com o momento crescendo como atividade de Cunha se revelar como pólo com ótimas perspectivas turístico. “Assim, quem vipara o município. nha para ver a cerâmica acabava descobrindo A diversidade gastronômiCunha. A cerâmica ca presente no município serviu como ponta permite que se aprecie, de lança, como

Diferentes técnicas para todos os gostos. Ceramistas de Cunha dão um show de design para o deleite dos turistas. Different techiniques for all tastes. Ceramists from Cunha design for tourists pleasure.

José Carlos Carvalho

entre outras coisas, o shiitake em pratos matizados por várias influências, o que acrescenta mais um prazer aos momentos vividos na cidade. Essa diversidade é herdeira das tradições da culinária colonial .O sincretismo cultural ocorrido no século XX, com a vinda de migrantes, se encarregou de complementar a criatividade local com segredos culinários de diversas partes do mundo.

Camilo Alvarez

Cidade pequena, em torno de 25000 habitantes, metade na zona rural, Cunha já era visitada pelo homem branco nos fins do século 16, que se utilizava da antiga Trilha dos índios Guaianás para combater os Tamoios, que apoiavam os franceses na luta contra os portugueses.Mais tarde este caminho se transforma na Estrada Real, para transportar o ouro que ia de Minas a Paraty, para ser enviado para o exterior.

Marco sinalizador na Estrada Real Caminho utilizado pelos índios guaianás, e posteriormente para o transporte de ouro durante todo o período de sua extração, abre suas bifurcações por dentro de Cunha. 15


Cunha

CUNHA Cunha, house of the historic “gold route” during the imperial days and a stage of revolutionary battles, today is considered a tourist city.

divulgação da região, sobretudo pela diversidade de produção dos ceramistas locais”, diz Gilberto Jardineiro, citado no livro “Trinta anos de cerâmica em Cunha” De lá para cá aqueles pioneiros da década de 70 tem se empenhado em formar

Camilo Alvarez

Attracting visitors for its tranquility and privileged location between mountain ranges and the city of Bociana, the city also offers the hospitality of restaurants of diverse gastronomies and cozy inns for moments of rest. Cunha which is close to 2 parks (Serra do Mar State Park and Serra da Bocaina National Park) has the option for visitors to take calming walks where it is possible to enjoy the rich faunas and scenery. What most attracts tourists to the city nowadays is the ceramic art produced using the anagama technique (an ancient type of pottery kiln brought to Japan from China via Korea in the 5th century). This technique was brought to Brazil during the 1970´s by a group that is active to present day.

Toca do Peixe R ESTAU R A N T E

Toca do Peixe

Forno Noborigama Noborigama oven

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novas gerações de ceramistas, entre seus assistentes, criando condições para que a cidade se firme cada vez mais como centro de referência na produção artesanal de cerâmica.


SABOREIE CUNHA IDEAL

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ROSA

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Comida caseira. Self-service, prato feito e marmitex. Especialidades: torresmo à pururuca e buffet de saladas com variadas combinações de folhas e legumes. Almoço das 10h às 15h e Jantar das 19h às 21h Rua: Dr. Casemiro da Rocha, 28 Centro (próximo ao Santander) - Tel: (12) 3111-1486

Comida caseira. prato feito, refeição e marmitex. Especialidade: carne assada na chapa. Almoço: segunda a sábado de 9h às 14h30. Aos sábados cardápio especial. Travessa Paulo Virginio, 17 - Centro - (anexo ao Mercado Municipal de Cunha)

TJ

Pizzas tradicionais e à moda de Nápoles, fi nas no meio e com laterais altas com 75 sabores a sua escolha. Jantar: terça a domingo à partir das 18h30 Rua Dr. Casemiro da Rocha, 82 - (12) 3111-2756 / 9746-1053.

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CAFÉ CAPRIL

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TOCA DO PEIXE

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CASARÃO

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Produtos exclusivos e nutritivos, feitos com leite de cabra, capuccino, café e chocolate quente. Leite ao pé da cabra e outras iguarias típicas. Sexta a domingo, das 8h às 18h30 Rodovia Guaratinguetá - Cunha - Km 41,5 - (12) 3111-1679 e 9716-1920

Cozinha regional caseira. Self-service e marmitex. Especialidades: tutu de feijão, torresmo, costeleta e canjiquinha. No jantar, pizzas. Almoço: todos os dias de 11 às 15h/Jantar de quarta a domingo a partir das 19h Praça Cônego Siqueira, 117 - Centro (ao lado da Igreja Matriz) - (12) 3111-1272

DELÍCIAS DA ROÇA

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JECA GRILL

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MELHOR HORA

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Comida típica e tradicional caipira no fogão a lenha. Especialidades: costelinha de porco, torresmo, frango caipira, cação com molho de camarão e leitoa a pururuca (sob encomenda). Almoço: todos os dias das 11 às 19h Rodovia Cunha - Paraty, Km 56 - Estrada do Paraibuna, Km 10 (não pavimentada)

Comida regional caseira. À la carte, por quilo, prato feito, salgados, lanches e marmitex. Especialidades: picanha na tábua, leitoa à pururuca, truta com alcaparras ou shitake e massas caseiras. Aberto todos os dias de 7h às 22h (ao lado do Portal de Cunha) Rodovia Guaratiguetá - Cunha, Km 45 - (12) 3111-3124

Comida caseira. Pratos regionais, grelhados, saladas e polenta frita. Feijoada, aos finais de semana, no inverno. Aberto todos os dias para almoço de 12h às 17h Pça. João Olimpio, 17 - (ao lado Mercado Municipal de Cunha) - (12) 9776-8996

SABORES DA ROÇA

Fogão à lenha. Especialidades: traíra frita sem espinho, moqueca de traíra, frango caipira, truta na manteiga, leitoa assada, lambari, picanha no alho, feijoada. Pesque e solte gratuito Aberto de terça a domingo de 12h até último cliente Rod. Guaratinguetá - Cunha, Km 36,4 - (12) 9731-0650 (1 km de estrada não pav.).

CAPUCHINHO

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CORAÇÃO DA TERRA

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DRÃO

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EMPÓRIO RENZI

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QUEBRA CANGALHA

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Cantina italiana. Especialidades: massas e molhos artesanais, frutos do mar , pizzas e churrasco. Seleção de vinhos e chope. Jantar: sextas 18h às 23h / almoço e jantar: sábados, domingos e feriados de 12h às 23h. Sentido Cachoeiras Desterro e Pimenta – B. Jardim - (12) 3111-2916 e 9718-1283

Pratos a base de shiitake. Especialidades: risotos e massas artesanais com cogumelo shiitake. No verão, moqueca de shiitake e shimeji e no inverno, ravioli de shitake ao gorgonzola e passas. Almoço: sábado, domingo e feriados de 12h às 17h. Rod. Cunha - Paraty, Km 65 - Estrada para Pedra da Macela, a 500 m do asfalto

À la carte. Bolinhos, fi lés, trutas, massas com vários molhos, opções vegetarianas e sobremesas especiais. Mensalmente, festival gastronômico temático. Almoço: quinta a domingo, a partir das 12h / Jantar: quinta a sábado até as 23h. Alameda Lavapés, 560 (a 50 mts da casa do artesão) – Vila Rica – (12) 3111-1326

Cozinha regional e italiana. Especialidades: bocadinho como entrada, tutú tropeiro, fondue e cardápio toscano. Cachaças artesanais de fabricação própria. Aberto de quinta a terça de 10h até o último cliente – (12) 3111-1371 e 9791-2912 R. Jerônimo Mariano Leite, 459 – Vila Rica - www.emporiorenzi.com.br

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Especialidades: comida tropeira, mineira, trutas e outras opções. Todos os dias, a partir das 11h Jantar: sextas, sábados e feriados a partir das 19h. Rua Augusto Adolfo Hauk, 26 - Alto do Cruzeiro - (12) 3111-3139

Comida variada e serviço à la carte. Especialidades: cordeiro ao molho de alecrim, fi lé ao Brie, truta ao porto e opções de massas, risotos e saladas. No inverno, caldos e fondues. Mensalmente festivais gastronômicos oferecidos pela Confraria Quebra Cangalha. Seleção de vinhos, chopes e a cerveja artesanal Wolkenburg, fabricada em Cunha. Quarta a Domingo, 12h – 23h. Segunda e terça, 12h –17h e, a partir das 19h, c/ reserva R. Manoel P. de Toledo, 540 – Cajuru – (12) 3111-2391 – www.quebracangalha.com.br

Gasto médio por pessoa - $: até R$ 10,00 - $$: de R$ 11,00 a R$ 25,00 – $$$: de R$ 26,00 Ra R$ 45,00


Viu um passarinho verde hoje? Observação de aves em Ubatuba surge como importante fomento ao turismo regional


Uma atividade de baixíssimo impacto na Algumas espécies de aves, como beija-flonatureza tem atraído cada vez mais visitan- res e guaxes, são fundamentais na polinites a Ubatuba, no Litoral Norte do Estado zação da flora e na dispersão de sementes. de São Paulo. Quem já experimentou ga- “Por isso, qualquer interferência nesse cirante que a modalidade faz qualquer pes- clo pode provocar a extinção de espécies”, soa aguçar e vivenciar os sentidos. alerta a bióloga Bete Canela sobre o uso indiscriminado de comedouros e bebeEssa empolgação também contagiou os douros artificiais (saiba empresários e a comumais na página 20). nidade local, que têm se especializado, adaptado LEVANTAMENTO - Para se os seus negócios e mudater uma idéia do potencial do hábitos para atender de Ubatuba, um levantaesse público diferenciado, mento organizado pelo que procura a cidade em Grupo Ubatuba Birds, forbusca da sua rica avifaumado por pesquisadores, na (leia box nas páginas fotógrafos, observadores 22 e 23). e demais interessados, avistou e registrou a exisQuem conta muito bem tência de 511 espécies de essa história é o ornitóloaves na rica biodiversigo amador Carlos Rizzo, dade da localidade, que que há mais de trinta anos possui 85% de sua área se entregou ao hábito de preservada, incluindo uma imensa faixa da observar aves e agora trabalha pela consolitão ameaçada Mata Atlântica, pertencente dação da atividade no município e região. ao núcleo Picinguaba, dentro do Parque Em Ubatuba foram criadas nove rotas pú- Estadual da Serra do Mar. blicas de observação de aves, que permiAinda segundo o grupo, esse total de estem ao observador, iniciante ou profissiopécies corresponde a 5% de todo o volunal, exercer a atividade livremente. me existente no planeta e a 30% das aves Rizzo explica que, mais do que uma alter- avistadas no Brasil. Entre as espécies enconnativa de renda e geração de empregos, a tradas estão: uma vasta família de saíras: atividade de avistamento de aves tem o pa- como saíra-sete-cores, saíra-amarela, saírapel de trabalhar a conscientização ambien- de-lenço, saíra-militar; beija-flores, como tal dos moradores e de todos os envolvidos, beija-flor-rajado, beija-flor-cinza, beija-florque passam a entender a importância da de-banda-branca; tiê-sangue, gavião-capreservação da natureza. ramujeiro, sanhaço-rei, tucanos, pica-paus, sabiás, bem-te-vis, andorinhas, entre outras “Nós trabalhamos a educação ambiental na espécies, algumas endêmicas e raras. comunidade, as escolas usam a observação de aves como referência nas aulas, traba- Entre as espécies raras encontradas na relhamos com os artesãos que aprenderam gião está o apuim-de-costa-preta. A ave a criar obras com as aves, bromélias, dando tangará-dançador é considerada o símbolo o nome correto para cada espécie. Quando de Ubatuba, pois suas cores são as mesmas se trabalha com sustentabilidade você vai da bandeira municipal. abrindo um monte de sim”, disse Rizzo. “A atividade de observação em Ubatuba EQUILÍBRIO - A melhor época para obser- começou na década de 70, com a vinda vação acontece entre os meses de maio a dos primeiros pesquisadores. Em 1996, nós novembro. A primavera é a época de nidi- fizemos a primeira consolidação dessa lista, ficação (atividades das aves para a constru- com 186 espécies. Em 2000, já eram 380. Em ção de ninhos) e nascimento dos filhotes. É 2006, chegamos a 477 com as aves marinhas nesse período que os machos ficam mais e hoje estamos em 511”, disse Carlos Rizzo. bonitos e reforçam a cantoria para conquisSENTIDOS – “Na observação você tem que tar as fêmeas. aprender a ouvir o som de cada ave para

“Em 1996, nós fizemos a primeira consolidação dessa lista, com 186 espécies. Em 2000, já eram 380. Em 2006, chegamos a 477 com as aves marinhas e hoje estamos em 511.”

Sustainable Tourism Bird watching in Ubatuba serves as an important assistance to the regions tourism. With more than 500 species spotted, the city bets on the growth of activity. With a rich avifauna, Ubatuba located on the north coast of Sao Paulo, prepares itself to ‘shift gears’ in bird watching activities. According a survey done by the group “Ubatuba Birds”, 511 species have been seen and catalogued which corresponds to 5% that exists in the world and 30% seen in Brazil. To the amateur ornithologist Carlos Rizzo (one of the people involved in the consolidation of activity in Ubatuba), in addition to alternative income and generation of jobs, bird watching tourism serves as an ambient awareness program for the community and all the evolved that come to understand the importance of preserving nature.

Claudia Komesu

Sairá Azul / Blue dacnis

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Aves

localizá-la, sentir a temperatura, perceber os sinais. Você passa a utilizar todos os sentidos. Você sai do visual e procura o que quer ver por outros sentidos. E o fato de a atividade ser de baixíssimo impacto, pois você não precisa abrir trilhas, faz com que ela seja ainda mais completa”, disse Rizzo. SINALIZADOR – De acordo com especialistas, as aves sinalizam o uso que a sociedade faz do meio ambiente. “Conforme o homem avança e vai desmatando, as es-

pécies perdem espaço e se afastam. Isso reflete diretamente na qualidade de vida”, disse Rizzo. AMPLIAÇÃO - Agora o Grupo Ubatuba Birds prepara-se para expandir o levantamento para as demais cidades do Litoral Norte (São Sebastião, Caraguatatuba e Ilhabela), que, pelas características semelhantes a Ubatuba, deve alavancar ainda mais o número de espécies. A expectativa é chegar a seiscentas espécies.

Convênio beneficia mais de seis mil crianças A observação de aves como ferramenta de educação ambiental é o que propõe o trabalho desenvolvido, desde 2006, pelo Grupo Ubatuba Birds. Nesses dois anos mais de seis mil crianças participaram da atividade, que conta com o apoio de uma apostila para iniciação na Observação e trabalho de campo com o auxílio de binóculos.Antes da prática a observação foi em sala de aula, com uma palestra de introdução ao tema. O projeto também envolveu: oficinas de capacitação de professores que aprenderam a utilizar a atividade como ferramenta na educação ambiental; capacitação de

moradores do Ubatumirim como receptivo de Turismo de Observação, além da orientação a alunos de Turismo e Hotelaria, que puderam ver na atividade uma importante fonte de renda e lazer para todos.

Environmental Education Agreement Benefits more than six thousand children Bird watching as a tool for environmental education is what the project developed since 2006 by the Ubatuba Bird Group and the board of environment proposes. Six thousand books were distributed among school districts; workshops were created for teachers, tour guides and the community. Speeches were given by students who, in the sport saw a fountain of income as well as fun. To find out more and download the program booklet visit the website www.ubatubabirds.com.br

Segundo um dos coordenadores do projeto, Carlos Rizzo, a iniciativa deu tão certo, que já extrapolou as fronteiras de Ubatuba, chegando a países como Venezuela, Chile e vários estados do Brasil como Goiás, Paraná e Santa Catarina. Para saber mais ou baixar a apostila de Observação de Aves, acesse www.ubatubabirds.com.br

Perigos dos comedouros e bebedouros Claudia Komesu

Interferir no equi- “As aves são muito importantes na poli- nada acontece, colocamos isso como indilíbrio da natureza nização das espécies tropicais. Algumas cativo de que possa haver um desequilíbrio. pode comprometer espécies de bromélias, por exemplo, são No Parque Nacional de Itatiaia (RJ) acontea sobrevivência de unicamente polinizadas por beija-flores. Se ceu muito isso, pois havia muitos hotéis e espécies. A coloca- faltarem essas espécies, elas correm o risco pousadas com bebedouros e os beija-flores ção indiscriminada de desaparecer”, disse a bióloga Bete Ca- deixaram de visitar as plantas”. de bebedouros e nela, que ressalta a sinergia entre os seres. Segundo a pesquisadora, é preciso muito comedouros, com o “Embora a gente não tenha mais épocas tão cuidado na conservação desses bebedouintuito de atrair aves, definidas, a maioria das espécies tropicais ros, porque, se não forem devidamente pode atrapalhar a floresce na primavera. Temos espécies de limpos podem proliferar fungos e levar à polinização das floaves que trabalham na polinização e outras morte da espécie. Ela também alerta para o res que precisam na dispersão de sementes. Isso garante que fato de que o líquido colocado no recipiendessas espécies. quando os filhotes começarem a nascer te não é o néctar de que a ave precisa. Pica-pau Benedito O alerta é dado pela haja alimento pra eles”. Melanerpes flavifrons “O ideal é colocar plantas nativas, bromébióloga Bete Canela, CAMPANHA – Em seu trabalho de pesquisa, a lias, por exemplo, como atrativos e assim que faz estudos de interação de beija-flobióloga aponta indicadores que possam mosestimular os meios mais naturais de obserres e outras aves na natureza, no núcleo trar uma possível situação de desequilíbrio. vação. Para o turista que visita a região é Picinguaba em Ubatuba, pertencente ao “Na época da frutificação, se uma espécie muito mais bonito ver o beija-flor buscanParque Estadual da Serra do Mar. tem tudo para ser visitada pelo beija-flor e do o néctar na natureza”.

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De olho no mercado Crescimento da atividade faz com que empresár Nos últimos cinco anos, Ubatuba tem atraído cada vez mais pessoas em busca da biodiversidade da avifauna local. Diferente dos turistas de veraneio, esse público não quer curtir praia e nem badalação e, sim, acordar bem cedo e se embrenhar pela mata à procura de espécies. De olho nesses clientes, que chegam a gastar em média duzentos dólares por dia, a maioria americanos e europeus, empresários têm promovido mudanças no seu receptivo e empreendimento para disputar esse mercado.

O trabalho também visa divulgar a todos os visitantes o potencial e a beleza das aves existentes na cidade. Na praia de Itamambuca, chama a atenção o trabalho desenvolvido em um EcoResort Hotel. O empreendimento realizou um levantamento em sua área de cerca de 110 mil metros quadrados, e identificou a existência de 180 espécies, o que resultou em uma exposição que agora será transformada em livro, a ser lançado ainda este ano.

Para atrair as aves foram colocados comedores com frutas , sementes e bebedouros, o que permite aos hóspedes contato bem próximo com as aves. O resort também mantém um estudo com caranguejos, em que foram identificadas seis espécies. RECEPTIVO – No centro da cidade, a aposta de um dos hotéis está em oferecer um tratamento diferenciado aos observadores. Segundo a coordenadora de eventos ,o número de hóspedes observadores de aves começou a crescer nos últimos quatro anos.


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ários apostem no setor

Placa informativa na trilha Informative board on the trail

“As pessoas que observam aves dormem empreendimento com árvores centenárias e acordam muito cedo, por isso a gente as e criou uma cascata rodeada com espécies coloca em apartamentos especiais, mais de plantas e frutas da região. reservados. Passamos também a oferecer o café-da-manhã a partir das 4h30. Eviden- “A gente tem famílias de saíras, pica-paus, temente o jantar para eles também é mais sabiás, tiê-sangue. O terreno tem muitas cedo”, diz Maria Carlota Marchetto, coor- árvores, algumas centenárias. Tem gente denadora de eventos do hotel. que vem aqui só para ver os passarinhos. Depois que fiz isso, há quatro anos, o movimento aumentou dez vezes. Os turistas adoram ver passarinhos”, disse Felisberto.

Divulgação

INTERAÇÃO - Na Lagoinha, o proprietário de um restaurante, Felisberto Dias dos Santos, aproveitou a vasta área verde do


Aves

Ubatuba apresenta trabalho em feira internacional

An eye on the market The growth of activity cause entrepreneurs to bet on sector

desenhos, equipamentos, conheceram e contrataram roteiros de observação.

Keeping an eye on a differentiated public that spends an average of $200/ per day, doesn’t enjoy the party life, and likes to wake up early, entrepreneurs of Ubatuba begin to structure themselves for the bird watching tourist attraction.

According to the entrepreneurs, the search throughout the city for the bird watching sport has grown in the past 5 years and should continue to perpetuate from now on.

O evento, que reuniu mais de 300 expositores de diversos países, é considerado um dos maiores do setor. Durante os três dias da feira (15, 16 e 17 de agosto) os participantes tiveram acesso a livros, fotografias,

The project of sighting and cataloging birds in Ubatuba was taken to England by the ornithologist Richard Simpson during the British Bird watching Fair 2008 at a natural reserve. The Fair, considered one of the worlds largest in its area, was an excellent opportunity for Simpson to show the regions potential for ecotourism and also to call attention on the problems faced in the fight for preservation of the Atlantic Forest.

Mais informações, acesse www.ubatubabirds.com.br

CURIOSIDADES O falcão-peregrino pode voar 280 km/h Karin Biedermann

Ubatuba presents project in International Fair

Carlos Rizzo

Some examples of this is the placement of feeders and water fountains to attract the birds towards the visitors, the assembly of posters with pictures of specie habitat, and the creation of differentiated meal times such as breakfast served at 4:30am.

“Levei um CD com a lista das aves de Ubatuba e com informações das quatro cidades do Litoral Norte. Procurei as pessoas que têm interesse no Brasil e chamei a atenção para a Mata Atlântica, para as oportuniCom o intuito de divulgar Ubatuba como dades de ecoturismo e também para os rota de Observação de Aves, o ornitólogo problemas que existem. Hoje, a floresta amador Richard Simpson participou, no da Mata Atlântica é mais ameaçada do mês de agosto, da edição 2008 da British que Amazonas, pois só temos 5% a 7% do Birdwatching Fair, realizada em uma reser- original”, disse Richard. va florestal na Inglaterra. Carlos Rizzo

The awareness of the city’s potential has also made the incentive for disclosure among other tourists to happen.

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Como o Brasil não possuía stand na feira, Richard conta que fez contato direto com empresas e visitantes.

O beija-flor dá oitenta batidas de asas por segundo, já a garça dá apenas duas. O coração do beija-flor trabalha a 290 batimentos por minuto. O dos humanos só 80. Beija-flor Saw-billed Hermit

Quando dorme, o beija-flor hiberna igual aos ursos



Fruta da Mata Atlântica vira alternativa de renda

Divulgação

AçaÍ daqui


Promover a utilização sustentável dos recursos naturais com a geração de renda tem sido o objetivo de projetos desenvolvidos pelo Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica (Ipema), em comunidades localizadas no interior e no entorno do Núcleo Picinguaba, pertencente ao Parque Estadual da Serra do Mar, localizado em Ubatuba. Um dos resultados desse trabalho, iniciado em 2005, é a produção da polpa do fruto do palmito Juçara para alimentação. O produto apelidado como “Açaí da Mata Atlântica”, por ser similar ao Açaí da Amazônia, é altamente nutritivo e pode ser consumido com frutas, granola ou puro. Segundo o Ipema, a atividade é um importante passo para a sustentabilidade econômica e ambiental das cinco comunidades envolvidas no manejo da espécie (duas caiçaras, duas quilombolas e uma indígena), todas em Ubatuba. Atualmente, vinte famílias participam do projeto. A meta do grupo é conseguir a adesão de mais famílias e montar uma cooperativa.

Para se ter uma idéia do potencial da atividade, só na safra deste ano, foi produzida mais de uma tonelada de polpa. BENEFICIAMENTO – Para viabilizar o projeto foi construída uma Unidade de Capacitação em Beneficiamento dos Frutos da Juçara, na sede da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (Apta), em Ubatuba. No local, os frutos passam pelo processo de retirada da polpa, que é embalada, armazenada e congelada para ser comercializada, seguindo as normas da Vigilância Sanitária. PRESERVAÇÃO - A Juçara, também conhecida como palmito Juçara, é uma espécie que foi explorada indiscriminadamente e hoje sofre ameaça de extinção. A escassez dessa árvore compromete também a sobrevivência de vários mamíferos e aves, que dela se alimentam. Por meio da parceria com o Núcleo Picinguaba, o Ipema apresentou um Plano de Manejo para a coleta de frutos da Juçara, dentro da unidade de conservação, administrada pela Fundação Florestal.

Heart of Palm Summary Sustainable development Açai (a native Brazilian fruit) becomes alternative for income As a result of incentive by ‘IPEMA’, traditional communities of Ubatuba learn the art of sustainable handling. A project of sustainable handling for the collection of the Juçaras palm fruit has transformed the life of five resident communities inside and around Picinguabas nucleus, belonging to the Serra do Mar State Park in Ubatuba. Twenty families in total currently participate in the project. The idea, which was developed by IPEMA, in partnership with Picinguaba center is to create income for the communities, promote reforestation of the Atlantic forest and above everything environmental education.

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Creches irão receber a polpa do fruto da Juçara Incentivar a produção local, manter vivos os costumes da cultura caiçara e ainda reforçar a merenda escolar, servida nas creches municipais de Ubatuba. Este é o objetivo de um convênio entre a empresa responsável pela merenda escolar e produtores da polpa do fruto da Juçara, sob o aval da prefeitura. O contrato que está em fase de finalização deve entrar em vigor ainda este ano e vai garantir que a polpa do fruto da Juçara seja comprada e fornecida às crianças. “A polpa vai começar a ser servida nas creches, pois a produção ainda não é suficiente para atender toda a rede de ensiDivulgação

Oficina Juçara, Aldeia Boa Vista Jussara workshop, Boa Vista village

no. A empresa responsável pela merenda vai colocar no cardápio e acompanhar a aceitação das crianças, que vão ingerir a polpa em forma de suco/vitamina, pois o produto é altamente nutritivo e atende as necessidades”, disse a gerente da alimentação escolar da Secretaria de Educação de Ubatuba, Fernanda Saporito Rivellino, que acompanha a negociação. “A prefeitura tem interesse na produção local. A mandioca e a banana do Ubatumirim já vêm para a rede toda. Até o final do ano, também devem entrar na merenda escolar das creches a acerola e o cambuci”, disse Fernanda.


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The Project – In order to make the project possible, a capitation unit was made for improvement of the fruit, at the APTA (Sao Paulo’s Agency of agricultural technology) headquarter, in Ubatuba. There, they go through a process that involves the withdrawal of the pulp, packaging and storing, and finally freezing of the fruit which is a norm of the health and sanitation board. During this years harvest more than 1 ton of pulp was produced, nicknamed as the Atlantic forests Açaí because of its similarity to the Amazons Açaí. Seeds – According to the IPEMA, in addition to the pulp, the use of seeds is another positive point of incentive. The seeds can be used for reforestation of the Atlantic forest, plantations, and cultivation. The Right Destination – By the end of this year, the community daycares of Ubatuba will begin to receive the Juçaras pulp which will be included in the children’s school lunch menu.

Corrente do Bem

Além de gerar renda, manejo ajuda a reflorestar a Mata Atlântica Se o fruto rende a polpa, as sementes da Juçara têm fins ainda mais nobres. “As sementes são altamente viáveis para reflorestar, plantar em agrofloresta, produzir mudas e/ou vender sementes”, disse a engenheira ambiental do Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atântica (Ipema), Cristiana Reis.

A empolgação de Laura é ainda maior quando o assunto é trabalhar em prol do reflorestamento da Mata Atlântica. “Além de gerar renda, a gente estará Outra vantagem do projeto é promover também replantando a Mata Atlântica. a educação ambiental das comunidades O fruto da Juçara está começando a ser envolvidas, que entenderam e “abraça- conhecido, é o açaí da Mata Atlântica.” ram” a idéia. PROXIMA SAFRA – Segundo Laura, as A cozinheira e presidente da comuni- comunidades envolvidas já estão se dade do Quilombo da Fazenda, Laura preparando para a próxima safra. No de Jesus Braga, é uma das participantes. Quilombo da Fazenda, seis famílias faPara ela a iniciativa vem ao encontro das zem parte do projeto. necessidades das famílias que antes não “Este ano, nós vendemos pouco. Mas, estinham uma renda fixa. tamos nos preparando para a próxima “Antes a gente não tinha renda fixa. A safra. A estufadeira ainda não chegou gente tem uma máquina linda na Casa para a comunidade, freezer já temos. da Farinha, que dá para produzir tre- Esse projeto é maravilhoso, pois prova zentos quilos de farinha de mandioca que é possível viver em harmonia com por dia, mas não podemos plantar a a natureza”.

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Beneficiamento da polpa Pulpa manufacturing process.

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mandioca no Parque Estadual. Por isso, a gente abraçou o projeto da Juçara. Nós fizemos este ano uma temporada de 36 dias e deu retorno muito bom”.



Descanso e contemplação

Rest and contemplation; Sao Francisco Xavier takes on the Challenge of attracting tourists, protecting nature, and preserving its identity

Antigo ponto de passagem e pouso de tropeiros que vinham de Minas Gerais, abrigo de soldados na Revolução Constitucionalista de 32, São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, caminha para se tornar referência no turismo sustentável.

As an old point of passage for muleteers and shelter for soldiers during the constitutionalist revolution in Sao Paulo in 1932, Sao Francisco Xavier, a district of Sao Jose dos Campos, works to turn itself into a reference of sustainable tourism. While the plan goes no further than paper, the old town accumulates incentive for preservation, such as reforestation of old areas of pasture utilized in the time when the economy was baisically farming.

O distrito enfrenta o desafio de atrair turistas, proteger a natureza e preservar sua identidade

das e mountain bike, rampa de vôo livre, vários pontos para prática de paraglider, inúmeras cachoeiras, além de rios e córregos, adequados para a prática de esportes como a canoagem. É aconselhável a contratação de um guia.

Com 97% de seu território denominados RECOMEÇO - Aos poucos, as grandes áreÁrea de Proteção Ambiental da Mantiquei- as de pasto utilizadas quando a economia ra, mantém preservada uma vasta faixa re- era basicamente agropecuária, vão dando manescente da Mata Atlântica. Por fazer lugar à vegetação nativa. parte da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba “A gente foi observando um crescimento do Sul, também é área de Proteção Ammaior de cinco anos pra cá. Eu que moro biental Federal. há mais de 30 anos percebo que a cidade O distrito, com clima de montanha, está está mais bonita. Os novos restaurantes e longe da badalação de outras cidades de pousadas, todos têm a preocupação com a serra. Mas, é repleto de opções de aventu- preservação ambiental, com a destinação ras na natureza, como trilhas para caminha- do lixo, pois essas pessoas que estão vindo

Atus

Igreja Matriz Main church

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According to the Association of Sustainable Tourism (Atus), the arrival of new inns and restaurants increased intensely over the last five years. “All the new entrepreneurs have a concern about environmental preservation, mainly because they are after quality of life. The people who are buying are the same people who are reforesting, and that’s the greatest difference. The old business owners only realize this when they are able to sell and see advantages in preserving nature”, says Atus’ vicepresident, Regina Célia Vicente.


Amor e Sabor em São Francisco Xavier Situada na serra da Mantiqueira a apenas 150Km de São Paulo e pertinho de São José dos Campos, São Francisco Xavier mantém as características de uma pequena vila do interior. Sua beleza envolve o turista, que se vê acolhido e abraçado pela natureza.

Neste cenário está localizada a Pousada Villa Vittoria, sinônimo de charme, requinte e aconchego. O som das águas e o canto dos pássaros embalam o seu descanso e conspiram a favor do romance e do relax.

Passeando pelas redondezas da vila, você chega ao Parque São Xico, onde poderá desfrutar de uma surpreendente gastronomia especializada em trutas. Além das belíssimas cachoeiras do parque, os seus olhos vão se encantar com a paisagem exuberante e com o lindo lago sombreado por araucárias. Tudo isso enquanto deliciosas especialidades são preparadas.

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Pioneer – Owner of an inn in Sao Francisco, Antonio Vicente, 75 years old, is a pioneer in the fight for preservation. Thirty five years ago he bought some land and initiated the replanting of native species. “When I got here there was only one mine, today we have 32 water mines. We must respect nature and live in harmony with it”, says Antonio. Alert – However, to the president of the muleteers club and district guitar players, João Vieira da Silva a.k.a. João Olímpio, it’s necessary to study ways of preserving culture. “The original trace of the muleteers was closed which was part of our history. People buy and then close the passage way. This situation needs to be studied in order to maintain our culture. Atus

se estabelecer estão atrás de qualidade de “Mudou muito e o pessoal está perdendo vida, o foco não está em ganhar dinheiro”, a identidade. Fecharam três trechos da Tridisse a vice-presidente da Associação do lha Original dos Tropeiros, que faz parte da Turismo Sustentável (Atus), Regina Célia nossa história. O pessoal compra e fecha a Vicente, 46 anos. passagem. Em uma delas, na Pedra de Afiar, “Muitas das áreas eram de pasto e as pes- a prefeitura se envolveu e abriu. É preciso soas que estão comprando estão reflo- estudar essa situação para manter a cultura, restando. Isso é uma grande diferença. Os O Clube dos Tropeiros tenta fazer alguma antigos donos só percebem isso quando coisa, promovemos cursos, nos reunimos vendem e vêem as vantagens de se pre- às quartas-feiras, temos aula de catira, de servar a natureza.” viola, mas sem apoio fica difícil”. MUDANÇA DE HÁBITOS – O grande interesse pelo distrito tem provocado uma mudança nos hábitos dos antigos moradores. “A pessoa vende uma parte do terreno, o marido passa a ser caseiro, a mulher a ser cozinheira e a filha trabalha na pousada. Isso faz com que aumente a renda da família e mudem os hábitos: em vez do fogão de lenha, hoje a casa deles tem microondas. Quem tem a segunda residência aqui faz questão de resgatar a cultura, de ter fogão de lenha em casa”, disse Regina. Para o presidente do Clube dos Tropeiros e Violeiros do distrito, João Vieira da Silva, São Francisco está perdendo sua identidade.

CHARME – A Praça Cônego Antônio Manzi mantém o encanto de cidade do interior, com os banquinhos, coreto e chafariz. No local também está a Casa de Cultura, que trabalha pelo resgate das tradições culturais. CURIOSIDADE – Segundo a Atus, em 90% das pousadas e restaurantes o turista é atendido pelo próprio dono, que também, na maioria das vezes é quem vai para a cozinha. Para saber mais acesse: www.saofranciscoxavier.org.br; www.sjc.sp.gov.br

Consciência ecológica

Antonio Vicente é um exemplo de amigo da natureza. Quando as conversas sobre reflorestamento e turismo sustentável ainda nem rondavam o distrito de São Francisco Xavier, um jovem chegou e começou a mudar essa história. Trinta e cinco anos depois, Antonio Vicente, 75 anos, orgulha-se do trabalho que fez em sua propriedade de 31 hectares. Se hoje os visitantes encontram 32 minas d`água, uma vasta área arborizada, trilhas para passear e um clima de serra pra lá de gostoso, quando ele chegou era tudo pasto.

Rio do Peixe Peixe River

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tem que respeitar a natureza e viver em harmonia com ela”, disse Antonio. TURISMO - O olhar visionário fez com que o lugar voltasse a ter a beleza típica da Mata Atlântica, com sua fauna e flora tão peculiares. Antonio comenta que quando chegou a São Francisco não havia quase nada.

“A primeira pousada que começou aqui foi a minha. Quando cheguei não tinha nada, só um povoadinho perto da igreja. Hoje é muito melhor, antes a estrada en“Eu sou de Jacareí, vim passear, gostei e calhava carro, agora tem asfalto até São comprei as terras, era tudo pasto. Aos Francisco e mesmo as estradas de terra poucos fui reflorestando. Plantei árvores são boas, pois têm pedra. O distrito está nativas como ipês, embaúbas, castanheiras, crescendo muito, mas o pessoal de fora amoreiras. Os bichos gostam e nós tam- que vem pra cá, vem consciente da imporbém. Quando eu cheguei aqui só tinha tância do reflorestamento. Eu não troco uma mina, hoje temos 32 minas. A gente este lugar por nada.”



Atus

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Ecotourism – If the Atlantic Forest and the climate of the mountain are already attractive, with them there’s a vast variety of activities for the tourist to do like walking trails, mountain biking, canoeing, and rock climbing among others. Gastronomy – The gastronomy completes the scenario with delicate options such as trout, risottos, and the delicious and simple native country food, a tradition left behind by the muleteers. Sao Francisco Xavier is the ideal place for rest and contemplation, but it is also the perfect place to enjoy popular Brazilian music, jazz, blues, art expositions, and theatrical presentations. For more information: www.saofranciscoxavier.org. br and www.sjc.sp.gov.br

Vida cultural agita distrito São Francisco se consolida com a promoção de eventos literários e musicais Longe da badalação, São Francisco começa a atrair turistas com a promoção de eventos culturais diferenciados. O mais antigo deles é o Cordas da Mantiqueira, festival de música intimista, que está em sua quinta edição, realizado sempre em setembro. Se antes o evento era patrocinado pelas pousadas e restaurantes do distrito, foi este ano contemplado pelo Programa de Ação Cultural (PAC) da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, graças ao sucesso do 1º Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura, realizado em maio.

São Francisco Xavier Área: 322 km² Geografia: paisagem típica alpina com morros, serras e picos. Ponto mais alto: Pico do Selado com 2.082 metros População: em torno de seis mil habitantes zona rural/urbana Visitantes com 2ª residência no distrito: 250 Limites: Norte: Camanducaia, Sapucaí Mirim/MG; Sul: Sede - São José dos Campos/SP; Leste: Monteiro Lobato/SP; Oeste: Joanópolis, Piracaia/SP Atus

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Fora dos festivais, a agitação fica por conta de apresentações musicais nos bares, que também alternam exposições de arte, teatro e moda de viola no Clube de Tropeiros e violeiros. Todos os anos, no mês de setembro, também acontece a dança de São Gonçalo, festa em que são cantados 360 versos ao som da viola em devoção ao santo e a Nossa Senhora. A festa, realizada no Clube dos Tropeiros e Violeiros, começa às 22 horas e só acaba depois que são percorridas as três rodas, por volta das 8 horas, do outro dia. Mais informações: www.cordasnamantiqueira.com.br

Como chegar: SP-50 (SJC-Monteiro Lobato, SJC-150, estrada Vereador Pedro David - Monteiro Lobato – S. F. Xavier – 54,8 km de asfalto, ou SJC 155 – Est. da Água Soca / SJC-150 SJC - São Francisco Xavier - 36km Infra-estrutura: Hospedagem: 27 pontos com 650 leitos. Gastronomia: 23 pontos com opções variadas de trutas, risotos, comida caipira, entre outras. Informações ao turista: CAT - telefone: 3926-1278 Fonte: Associação do Turismo Sustentável (Atus) e PMSJC




Luiz Barreto

Ministro do Turismo O Ministério do Turismo está desenvolvendo algum tipo de programa visando implementar o turismo no Vale do Paraíba?

“O Plano Nacional de Turismo 2007-2010 definiu 65 destinos em todo o país para que sejam prioridade de investimento(...). Ilhabela é um dos dois destinos de São Paulo.”

De que maneira a preparação para a Copa de 2014 poderá influenciar o turismo no Vale do Paraíba? LB: Um evento esportivo do porte de uma Copa do Mundo é como uma grande vitrine do país no exterior e corresponde a um salto de décadas no desenvolvimento do turismo e da infra-estrutura. O país tem que se dotar de infra-estrutura suficiente para receber o evento, além de proporcionar alojamento, mobilidade, segurança para milhões de turistas e para 32 equipes e suas comitivas por um mês. Estima-se que 600 mil estrangeiros visitarão o Brasil por conta da Copa. São investimentos que, feitos nas cidades, em especial naquelas que

Em termos de estrutura, existem estudos sobre a adequação das diversas regiões a uma melhor logística para o fluxo e atendimento de turistas por ocasião desse evento (Copa do Mundo de Futebol de 2014)?

LB: Existem. A função do Ministério do Turismo é exatamente a de apontar as necessidades em termos de infra-estrutura e de qualificação. Por isso, junto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Sebrae, estamos realizando um estudo mais detalhado das cidades que estão se candidatando a sediar os jogos.

Quais serão os primeiros efeitos perceptíveis após a aprovação da Lei Geral do Turismo?

LB: O projeto da Lei do Turismo foi aprovado na Câmara e no Senado. Depois de aprovado e sancionado pelo Presidente da República é que se tornará lei. E o grande resultado será exatamente o de regular o setor. Hoje, existem diferentes leis e decretos no país, inclusive com matérias se sobrepondo umas às outras. É importante lembrar que o texto aprovado na Câmara é resultado de consenso no setor. Por ele, são criadas condições favoráveis ao investimento e à expansão da iniciativa privada e, ao mesmo tempo, à promoção do turismo como fator de inclusão social. A LT vai significar segurança para investidores e empresários do setor. Além de instituir o Sistema Nacional de Turismo, a Lei define, claramente, as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor.

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LB: A região do Vale do Paraíba é bastante rica em atrativos turísticos. O Plano Nacional de Turismo 2007-2010 definiu 65 destinos em todo o país para que sejam prioridade nos investimentos em gestão, infraestrutura, qualificação e certificação e promoção. Ilhabela é um dos dois destinos indutores de São Paulo. Isso quer dizer que, a partir de Ilhabela, toda a região turística Vertente Oceânica Norte paulista terá atenção do Ministério do Turismo. Essa região turística é formada pelos municípios do Vale do Paraíba paulista. Além disso, as cidades da região e as atrações que oferecem aos visitantes integram os destinos turísticos brasileiros que são divulgados no site www.braziltour. com, mantido pela Embratur, órgão do Ministério do Turismo responsável pela divulgação e promoção do Brasil no exterior.

vão sediar os jogos, ficarão para sempre no país, beneficiando as populações. Será uma oportunidade única para os estados e municípios se mostrarem ao mundo e divulgarem seus atrativos turísticos. São Paulo, por exemplo, cuja capital poderá – a Fifa ainda não escolheu as cidades – sediar jogos, terá a oportunidade de estimular os turistas da Copa a conhecerem outros destinos turísticos, como a região do Vale do Paraíba. Ou as próprias cidades poderão investir na promoção turística, atraindo os torcedores.

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Luiz Barreto Nós fizemos um estudo amplo, o Estudo de apontando para uma instalação futura em acontece da seguinte maneira: o município Competitividade dos 65 Destinos Induto- nossa região? ou municípios interessados apresentam o res do Desenvolvimento – Relatório Brasil. projeto ao Ministério, que faz a avaliação LB: O Governo Federal vai adotar medidas Nele estão todas as capitais que disputam técnica para que, então, possam ser buspara incrementar a aviação regional braa indicação pela Fifa. Mas decidimos aprocados os recursos técnicos e financeiros sileira entre grandes, médias e pequenas fundar o estudo nessas cidades, com o foco necessários. cidades. Esta foi uma decisão anunciada na Copa do Mundo. Também entregamos pelo ministro Nelson Jobim (da Defesa) na ao presidente Lula e à mireunião do Conselho Com o trem-bala nossa região ganhará nistra Dilma Rousseff o PlaNacional de Aviação uma visibilidade bem maior, à época da no de Mobilidade Urbana Civil (Conac), do qual Copa. De que maneira poderemos capitalipara a Copa do Mundo de participamos. O MTur zar essa visibilidade para o turismo regional, 2014, que prevê investimennão é responsável pela levando em conta que não haverá paradas tos de R$ 38,5 bilhões nas regulação do setor, em nossa região? cidades de São Paulo (SP), mas colabora no que Rio de Janeiro (RJ), Niterói diz respeito ao desen- LB: O trem de alta velocidade (TAV), que (RJ), Belo Horizonte (MG), volvimento do turismo, vai ligar São Paulo e Rio de Janeiro, é muito Porto Alegre (RS), Fortaleespecialmente nos 65 importante para garantir o acesso na Copa za (CE), Recife e Olinda (PE), destinos indutores. do Mundo. Mas esse não é um projeto da Natal (RN), Maceió (AL) e Nesse sentido foi que Copa. É um projeto do país, que será execuBrasília (DF). O projeto foi apresentamos ao Mi- tado pela iniciativa privada. A Casa Civil da elaborado com base em nistério da Defesa o es- Presidência da República coordena o trabaorientação do Presidente tudo Constituição do lho, cujos estudos técnicos estão sob a resda República para o foMarco Regulatório Para o Mercado Brasi- ponsabilidade do BNDES (Banco Nacional mento da transversalidade no Governo leiro de Aviação Regional, elaborado por de Desenvolvimento Econômico e Social). Federal e, assim, reúne contribuições de pesquisadores do Instituto Tecnológico O trajeto do trem-bala, como é chamado o projetos dos ministérios dos Transportes, de Aeronáutica (ITA) e do Instituto de Pes- TAV, ainda não está definido. Mas podemos das Cidades e dos Esportes e também da quisas Econômicas Aplicadas (IPEA/UFRJ). dizer que essa grande iniciativa brasileira Casa Civil. O estudo mostra que São Paulo, Coordenado pela Associação Brasileira de vai contribuir para o desenvolvimento tupor exemplo, precisa de mais 65,6 quilôTransportes Aéreos Regionais (Abetar), o rístico, principalmente para os destinos dos metros de metrô e 279,5 quilômetros de estudo pretende subsidiar políticas pú- estados de São Paulo e Rio de Janeiro. corredores de ônibus, em um investimento blicas para o desenvolvimento regional e de R$ 15,3 bilhões. propor um marco regulatório para o setor. Nós entendemos que o transporte aéreo Existem programas de qualificação profisregional funciona como um facilitador no sional no segmento de turismo para nossa O foco do turismo, em função da Copa, será processo de desenvolvimento, viabilizan- região? o turista internacional. Quais os ganhos do a existência de atividades de turismo e LB: O MTur desenvolve, em parceria com para o turista nacional, com os preparatide negócios ao propiciar meios para via- o Guarulhos Convention & Visitors Burevos e obras que certamente serão realizados gens a trabalho e a lazer. O Ministério da aux, o projeto “Recebendo Bem, o Turista para esse evento? Defesa está coordenando as discussões Vem”, para qualificação profissional e de LB: O país se prepara para receber milhares com as empresas nacionais e regionais produção associada ao turismo na região de turistas estrangeiros e todos os investi- que resultarão numa política para a aviade Guarulhos e Vale do Paraíba. O objetivo mentos vão ficar para sempre no país, be- ção regional. é qualificar 25 mil pessoas nos municípios neficiando as populações das cidades onde de Aparecida, Caçapava, Cachoeira Paulisos jogos serão realizados. E o brasileiro que ta, Cruzeiro, Cunha, Guararema, Guarulhos, viajar para esses destinos terá os mesmos O MTur tem apoiado os trens turísticos. Guaratinguetá, Jacareí, Lorena, Monteiro benefícios de um turista estrangeiro, como Existe algum projeto de se utilizar mais de Lobato, Paraibuna, Pindamonhangaba, São infra-estrutura e serviços turísticos quali- nossa malha ferroviária, para a promoção José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, ficados. desse tipo de turismo em uma área maior Taubaté, Tremembé e no distrito de São do Vale? Francisco Xavier. Por meio de pesquisas LB: O MTur tem apoiado projetos de re- com turistas e empresários do setor poPara o crescimento do turismo no Vale do forma ou revitalização de trens e estações deremos ter um diagnóstico da atividade Paraíba, é cada vez mais necessário um ferroviárias no país e de viabilização de turística na região, formular e implantar os aeroporto que atenda viagens nacionais e trens turísticos, como forma de gerar em- programas estruturantes e de qualificação internacionais. Há estudos interministeriais prego e renda e preservar patrimônios. Isso necessários.

“O TAV (...) é muito importante para garantir o acesso na Copa do Mundo. Mas esse não é um projeto da Copa. É um projeto do país, que será executado pela iniciativa privada..”




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