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COIMBRA Felicita o s Províncias “Campeão da niversário pelo seu 12.º A 30996

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ESTE CADERNO FAZ PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO 620 DE 19 ABRIL DE 2012 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

VIVENCIAL

DIRECTORA LINA VINHAL


ANIVERSĂ RIO / VIVENCIAL

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QUINTA-FEIRA

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DE ABRIL DE 2012 CAMPEĂƒO DAS PROVĂ?NCIAS

O QUADRO NATURAL O Mondego Uma das caracterĂ­sticas mais marcantes de Coimbra ĂŠ ser atravessada pelo maior rio portuguĂŞs, o Mondego, que nasce na Serra da Estrela, desaguando na Figueira da Foz apĂłs uma “correriaâ€? de 227 Km. Os gregos designavam-no de MulĂ­ades, os romanos Munda, os ĂĄrabes Mondik. A construção da barragem da Aguieira, nos anos 80 do sĂŠc. XX, disciplinou-lhe o regime. Mas perdura, ainda, nas geraçþes antigas, a imagem de um rio com caracterĂ­sticas marcadamente torrenciais: no Inverno, grandes cheias alagavam a cidade baixa e, no VerĂŁo, dava lugar HĂĄ registo da existĂŞncia de vĂĄrios portos junto da cidade, que escoavam pessoas e produtos: Cais do Cerieiro (junto Ă Portagem), Porto dos Oleiros, Porto dos Bentos, Porto de Santa Justa e Porto dos Cordoeiros - estruturas de apoio Ă navegação localizadas entre o actual Parque Verde e a Ponte Açude.

Tal como na actualidade, o assoreamento do rio constituiu um problema para as autoridades. Um dos exemplos mais conhecidos encontra-se na Praça 8 de Maio: no sÊculo XVI, para se entrar na Igreja de Santa Cruz subiam-se 4 degraus, quando no passado se chegou a descer sete! Praticamente desaparecido da vivência do rio estå o barqueiro e a barca serrana. construídas durante o verão, com os seus passadiços, toldos, chapÊus, e tendas. Na realidade, a conhecida e desaparecida Praia Fluvial do Mondego, promovida e construída pela Comissão de Iniciativa e Turismo de Coimbra foi inaugurada em Agosto de 1935, ali se realizando os primeiros festivais de natação. O Rio Mondego tem sido cantado por diversos poetas, de Luís de Camþes a António Nobre, de Afonso Lopes Vieira a Miguel Torga e Manuel Alegre. Um lirismo que contagia a paisagem envolvente traduzido em expressþes como doces e claras åguas, saudosos campos, lânguido Mondego. Actualmente Ê animado pelo , barco de recreio que navega no Mondego hå 15 anos.

Panorâmica do Rio Mondego banhando a cidade

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O Barqueiro e a Barca Serrana ÂŤO tripulante das embarcaçþes portuguesas de aspecto menos nĂĄutico ĂŠ o barqueiro do Mondego. Mesmo quando desce Ă foz e se mistura com os marĂ­timos nos rumorosos cais da Figueira, nĂŁo perde o ar de homem deslocado. Carregada ou descarregada a barca, isola-se, e as horas ou os dias que tem de passar no pequeno porto, vive-as dentro da barca, cuidando dela, cozinhando a sopa e o peixe dentro da barca, enquanto nĂŁo a carregam e as velas enxugam, estendidas pelos paredĂľes. Na barca ou em terra, longe do seu meio, ĂŠ sempre um montanhĂŞs, reservado e taciturno. (‌)

Quando se lhes pergunta como se chamam as suas embarcaçþes, que aliås não têm nome próprio mas apenas pintado na proa o número de matrícula na Divisão Hidråulica do Mondego, em Coimbra, eles respondem com humildade: barcas serranas. As barcas do Mondego medem quinze a vinte e cinco metros. São uniformes no recorte e na construção. Têm o fundo chato e uma capacidade que não excede as dez toneladas. A frente eleva-se, numa curva pouco acentuada, dois palmos a cima da rÊ, onde gira; mais ou menos ao nível da proa, a transversal do leme. A sua linha foi outrora infinitamente mais caprichosa.

Atingiu quase a aristocracia romântica da gĂ´ndola. O rio, porĂŠm, assoreou, roubando profundidade Ă s Ă guas. Houve, portanto, necessidade de sacrificar o aspecto artĂ­stico ao sentido utilitĂĄrio. Com efeito, as barcas serranas assemelham-se, hoje, a longos e esguios batelĂľes. Em regra sĂŁo pertença dos prĂłprios barqueiros: pai e filho, cunhados ou de dois homens sem parentesco, e sĂł entĂŁo um deles “ajustaâ€? outro, pois a tripulação duma barca nunca vai alĂŠm de trĂŞs homens e, neste caso, apenas no Inverno, quando as cheias tornam difĂ­cil a subida do Mondego. VĂŞm da serra e vĂŁo para o mar – carregadas de lenha. Quando voltarem, virĂŁo

carregadas de sal. Para o mar – a corrente as leva. Do mar – o vento e os homens as trazem. A carga ĂŠ feita na vĂŠspera nos portos em frente das povoaçþes ou no limite das “carreirasâ€? dos pinhais, na base das margens fechadas do rio. (‌) Mas acontece serem os barqueiros os proprietĂĄrios ou arrendatĂĄrios dos pinhais ou de matos (as barcas, Ă s vezes, trazem mato e carqueja) e sĂŁo eles prĂłprios lenhadores e roçadores. De Cunhedo aos Palheiros das Torres, jĂĄ nos arredores de Coimbra, seja em Gondelim, Vila Nova, Ponte, Penha, Penacova, ou em Soutelo (concelho de Poiares) – a vida do barqueiro começa mal rompe a luz do dia.

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O rio , as Barcas Serranas e os barqueiros no sĂŠc. XIX

(‌) Na Divisão Hidråulica do Mondego estão inscritas cerca de duzentas barcas serranas. Mas jå foram mais; quando não havia as camionetas nem existia a linha fÊrrea Coimbra-Figueira. Nessa Êpoca muita gente da cidade universitåria, que passava o verão na praia da Figueira, fazia transportar-se nessas barcas. E as barcas traziam tambÊm para Coimbra a roupa às lavadeiras das Torres; a broa das Carvalhosas;

os palitos de Lorvão; os baús dos doces de Penacova. Em Coimbra, os barqueiros que atracam ao porto dos Bentos ou ao cais da Portagem volvem à sua condição de homens da terra. Transformam-se em negociantes de lenha. Ajustam carros de bois e andam pela cidade a oferecer as carradas. In Adriano Peixoto - A Vida de um Rio, Arquivo Coimbrão, Vol. X, Boletim da Biblioteca

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Choupal (entrada Norte)

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Jardim Botânico (Quadrado Central)

Penedo da Saudade (pormenor)

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Avenida do Jardim da Sereia

Matas e jardins de Coimbra Ao sair de Coimbra para Oeste, pela Ponte-Açude, e na margem direita do Mondego, desenha-se um arvoredo visĂ­vel a vĂĄrios quilĂłmetros de distância. Ăˆ o conhecidĂ­ssimo Choupal, uma mata nacional " # como Reserva EcolĂłgica Nacional (REN) e encontra-se sob administração do Instituto da Conservação da Natureza (ICNB). A mata relaciona-se, intimamente, com o Rio Mon " $ " %&''' o rio corria a Norte do actual espaço, no leito hoje abando * +/ & 6" < de 28/03/1791, ordenou-se novo encanamento do rio, > ? @ WY nos areais, formando-se uma mata fertilĂ­ssima devido Ă deposição de sedimentos que as cheias arrastavam. Na campanha de plantaW * @ W terrenos marginais utilizaramse diversas espĂŠcies, entre as quais, o Choupo (Populus nigra). Uma espĂŠcie de rĂĄpido crescimento que encontrou condiWY

dominando a paisagem e dando o nome Mata do Choupal. A mata, acessível a pÊ, Ê cruzada por diversos caminhos, a maioria em terra batida. Z são de grande diversidade. A ? Z de eucaliptos, ålamos, choupos, salgueiros, plåtanos, loureiros, e outras espÊcies. A esta riqueza dendrológica devemos acrescentar as 65 realçando-se a importante milhafre negro, a presença da garça-real, da garça vermelha, da galinha de ågua, do mergulhão, do pato-real e dos guardarios. Do ecossistema faz parte uma diversidade consideråvel de mamíferos como a raposa, o ouriço-cacheiro, o javali, o coelho. Detectam-se ainda morcegos, alguns rÊpteis e batråquios. O Choupal, verdadeiro ponto de encontro dos conimbricenses, sofreria importantes obras no pós 25 de Abril: uma årea desportiva; um parque de merendas apoiado por bar, pontos de ågua e grelhador; uma mostra de plantas aromå-

O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra localiza-se no coração da cidade e ocupa 13 ha. Resultou da reforma pombalina, a pedido do Reitor D. Francisco Lemos, e foi construído em terrenos maioritariamente doados pelos frades Beneditinos, sob plano traçado por William Elsden e iniciado em 1772. Foi criado com o objectivo de complementar o estudo da História Natural e da Medicina. Teve como primeiro responsåvel Domin & ? a partir de 1791, o papel de Avelar Brotero com vårias WY quais a primeira Flora Lusitana (1804). O Jardim Ê, tambÊm, um espaço de tranquilidade, repleto de recantos, entre os quais se destacam pelo aspecto vivencial: o Quadrado Central/ Fontenårio, terraço que pode-se + W 6 ] dim. As características típicas do estilo neoclåssico estão aqui bem representadas, com por Y Z Z ] muros e canteiros projectados geometricamente, orlados

ticas e medicinais; instrumentos tradicionais de elevar ĂĄgua,

@ ? Mondego; um borboletĂĄrio e um circuito de vida aquĂĄtica. Imortalizado na pena de inĂşmeros poetas, e na canção de Coimbra, a frondosa mata foi, desde a sua formação, um dos passeios favoritos da Academia, servindo para eventos escolares, festas religiosas e cĂ­vicas. RefĂşgio dos namorados, nĂŁo raras vezes ali acorrem, para simples passeio e visita, a população mais idosa. Aos fins-de-semana ĂŠ animado, sobretudo, pelos desportistas ou famĂ­lias, atraĂ­dos pela necessidade de repouso e meditação. É uma referĂŞncia da Cidade de Coimbra. Ă“ choupo magro e velhinho, Corcundinha, todo aos nĂłs, És tal qual meu avozinho: Falta-te apenas a voz. Fui plantar o teu cabelo Entre os choupos, no Choupal, E nasceu, anda lĂĄ vĂŞ-lo, Um choupinho tal e qual. Ă“ boca dos meus desejos Onde o padre nĂŁo pĂ´s sal, SĂŁo morangos os teus beijos, Melhores que os do Choupal! AntĂłnio Nobre, SĂł

com sebes de Bucho e grande diversidade com Magnólias, Cerejeiras de jardim, Azåleas, entre outras, ladeiam um grandioso Fontanårio Central, transmitindo a esta årea toda a atmosfera do Romantismo; e a Avenida das Tílias, um dos lugares emblemåticos do Jardim. Outros espaços do Botânico são: a Estufa Grande, construída em 1856, um dos mais antigos edifícios da arquitectura do ferro em Portugal. Alberga, essencialmente, plantas tropicais e subtropicais; Estufa Victoria, onde podemos encontrar, entre outras espÊcies, o maior nenúfar do mundo, a Victoria cruziana; a Estufa Fria, construída na dÊcada de 50, sob direcção do ilustre botânico Prof. Dr. Abílio Fernandes; e a Mata propriamente dita, que ocupa 2/3 da årea total do jardim. O Penedo da Saudade, onde a população passava

Y " ^ estudantes, numa tradição que Y acadÊmicos liberais de 1846_ > Y de curso. Espaço parecido a um promontório rochoso,

declinado sobre o Rio Mondego, outrora sobre olivais e laranjais com vistas sobre a cidade. Diz-se que no Penedo esteve chorando o rei D. Pedro, depois do assassinato de D. Inês, a sua amada. O Parque de Santa Cruz, tambÊm conhecido por Jardim da Sereia. Construído entre 1723 e 1752. Destinavase ao recreio e meditação dos frades crúzios e deveu-se à acção de D. Gaspar da Encarnação e figura de proa do Mosteiro de Santa Cruz. Ajardinou-se a årea, contemplada com tanques, chafarizes, esculturas e um local para o Jogo da Pela. Tem planta trapezoidal e a entrada faz-se Y " ` avenida, onde se fazia aquele jogo, då acesso ao parque. A Fonte da Nogueira de capital importância para a designação do jardim: na parte central localiza-se um nicho com a & ao nível do solo um tritão que qual jorra ågua. Foi este tritão, ao ser confundido com uma sereia, que terå dado o nome ao jardim.

COIMBRA E A HERANÇA ROMANO-Ă RABE A civilização romana dei@ Z Coimbra, nesse tempo designada Aeminium. O mais conhecido testemunho de Coimbra romana ĂŠ o criptopĂłrtico, que tinha como objectivo sustentar uma grande plataforma onde ergueram o fĂłrum e actualmente apoia o Museu Machado de Castro. As galerias (que terĂŁo servido de Z WY mercantis) foram entulhadas " %&' W do Paço Episcopal. Ali tĂŞm aparecido vestĂ­gios romanos que vĂŁo permitindo conhecer o modus vivendi romano.

deliciando-se com a leitura de poesias, novelas, escritos de filósofos e teólogos, secundarizando os Evangelhos, os Profetas e Apóstolos. Esta aculturação deu lugar a uma herança histórica e cultural vasta e rica: na cultura material, na linguística, nas WY w y na arte (azulejaria e olaria), literatura, música, tecelagem, Inscrição årabe na Igreja da SÊ Velha agricultura, pesca, culinåria e artesanato. A memória islâmica assentava no clã familiar; a casa Garb al-ândaluz. Com o prode alvenaria, reservada para a cesso de islamização o årabe mantÊm-se visível, nas casas e mulher, abria-se num espaço " k quintais tradicionais com seus tÊrreo, para påtios interiores " % pomares. Na própria cidade, de trabalho e convívio, com %' e num dos blocos de pedra da pequenas hortas (almoinhas); tornaram-se dominantes. As ' ] { & as ruas estavam reservadas camadas cultas da população apenas a homens; o comÊrcio urbana absorvem esse legado, lamento que o percorria: Por volta de 716 os Muçulmanos ocupam a região e Aeminium passa a designar-se por Qulumbrya. Dava-se início a 500 anos de presença muçulmana e a cidade transforma-se no modo de vida: a sociedade

alastra; criam-se as ferraduras, as albardas e os alforges; o ? " Em 1064, data da ocupação da cidade pelos cristãos, Coimbra tornara-se um espaço particular, de fronteira com o

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CriptopĂłrtico Romano de Coimbra

Escrevi isto como recordação permanente De um sofrimento A minha mão perecerå um dia

No entanto, o mais cĂŠlebre testemunho ĂĄrabe serĂĄ a Porta de Almedina (a porta principal da cidade).

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A HERANÇA VISIGĂ“TICA – O BRASĂƒO DE COIMBRA SĂŁo escassas as infor WY ~ " { ? * € " # „Š „‡ Z Â? ~ # * " ˆ W ? * > ~ } Â?/ > Z * $ w >

pelo leĂŁo) rei dos alanos, to ‘ w > serpente alada/dragĂŁo), ~ Z  ?~ _‚ " ^ $ ? | ˆ " ‘ >

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MĂŠdia ˆ ~ ~€  ~ ~ W ~ ?< "– ‚“ ‹““‡< " ‹Š?‹

A propĂłsito de Almedina e Arrabalde $ Z " %' } $ $ " k @ ‘ ~ dade, este espaço (a baixa) anterior da população para Z ÂŒ * > W " # ‰ $ } Â?$

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} cidade, a Alta, correspondia ” servado à vida intelectual e religiosa, feita do casario antigo

e vielas estreitas e acidentadas,

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ESPAÇOS DE CONV�VIO E LAZER – AS SALAS DE VISITA DA CIDADE Largo da Portagem Localizado na baixa da cidade e junto ao rio, para que dão acesso tanto à alta | @ } / ~ W ~ W # $ # k " ^ ? @ < * de passagem e portagem, das € " ^  W -

ção a solicitar a intervenção do rei para que a zona fosse " # ‚„†‡ ˆ" ‰ '' | ~€  vando a obra da parede ao longo do rio, concedendo verba para

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" ^ ‚Š„„ * € ] Cais do Cerieiro" $ ‚‡†Š o visual urbano alterou-se Z } ?

Z ? * da Rainha, | Z ˆ"  '' ~ ‚‡„‹Œ ‚‡ † ? rias casas para altear a zona, | nova ponte que veio substi " # ‚‡‡„ ~€  nicipal alterou a designação do largo, baptizando-o de Largo do PrĂ­ncipe D. Carlos, as " Por volta de 1910, desapareceu a Rua da Saboria para dar

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Panorâmica do Largo da Portagem

Z Â? Portugal e, para defender a li ? ?Z W ? * -

* < * ~ " $ ano, o largo foi rebaptizado, passando a designar-se Largo

Miguel Bombarda" # ‚ ‚† ? ‰ * $ $ " # ‚ _‹ ? Portagem"

Praça Velha ou Praça do ComÊrcio

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Praça Velha

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& $> # ™ # ~ " Localizada perto do que Y Olisipo-Bracara Z " $

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Praça 8 de Maio Esta praça designou-se durante sÊculos como Praça de Sansão. O topónimo antigo deriva do facto de ter existido uma fonte (que desapareceu em 1838) com uma eståtua de Sansão, ao redor da qual faziam jogos a cavalo ou as festas do cavalo. A nova designação deriva da entrada da divisão liberal em Coimbra, comandada pelo Duque da Terceira. Para a praça conflui a Rua Visconde da Luz e outras pequenas artÊrias típicas da baixa como a Rua das Figueirinhas, a Rua do Corvo, Rua das Padeiras, Rua a Louça e Rua Direita. Foi remodelada em 1997,

Praça da República A Praça da República nem sempre teve este nome. Inicialmente designava-se Praça D. Luís, mudando com a alteração de regime político, após o 5 de Outubro de 1910. Este

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espaço integrava-se na antiga Quinta da Ribela, do Mosteiro de Santa Cruz, onde existia a residência dos priores de Santa Cruz. Em volta desta praça, existem uma sÊrie de casas exibindo

vårios estilos revivalistas. Um aspecto actual e particular da Praça Ê a movida estudantil que apresenta diariamente, trazendo-lhe grande animação, sobretudo à noite.

Praça 8 de Maio

segundo projecto de Fernando Tåvora, devolvendose-lhe a cota original. O espaço tem sido utili-

zado para diversos eventos públicos: noites de fado, actuação de ranchos, mostras e exposiçþes.

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Praça da República

FIGURAS POPULARES DE COIMBRA 1 - O Estudante No imaginårio popular de Coimbra, o estudante universitårio e a tricana ocupam lugar especial. O Estudante, por ocasião das festas acadÊmicas da Universidade de Coimbra - Festa das Latas (Latada) e Cortejo dos Quintanistas (Queima das Fitas) - emprestam à cidade vida própria, colorida e agitada, envergando o característico traje e assumindo a irreverência típica. A Universidade conseguiu para os seus membros, desde tempos remotos, um estatuto equivalente ao dos nobres, desde a forma de trajar com ornamentos de seda atÊ ao uso e porte de armas. Os mestres e doutores, de acordo com os estatutos de 1431, eram obrigados a lecionar vestidos a rigor, com as insígnias próprias. Os lentes e bacharÊis tinham de usar håbito talar (como os eclesiåsticos, atÊ meio da perna). Desde essa Êpoca que a imagem do estudante se faz de rebeldia. Em 1541, seria proibido invectivar os doutorandos, com quadras satíricas ou trovas de mal dizer. TambÊm nesse ano se proibiram as soiças, antepassadas das latadas actuais. A verdade Ê que estas proibiçþes não resultaram na pråtica, e os folguedos dos estudantes continuaram. A sociedade acadÊmica coimbrã estå impregnada de rituais de passagem, ligados ao processo de aculturação da Academia, com suas lendas, mitos e tradiçþes. O regulamento dos costumes e tradiçþes acadÊmicas ficou registado em duas obras: o Palito MÊtrico e o Código da praxe acadÊmica (1957).

Em 1746 publicou-se o utilização de objectos relacio- ças socio-económicas entre os conhecido Palito MÊtrico; um nados com as vårias pråticas: estudantes. poemeto, de 14 påginas, assina- o trajo acadÊmico, as insígnias No sÊc. XVI, não existia do por António ainda um uniforme Ferrão, consgeral, tanto na cor truído em latim como no corte. Em macarrónico 1775, por provisão (falar comum), do Marquês de Pomnarrando as bal, determinou-se o desventuras de uso dos trajos apenas João Fernandes, pelos acadÊmicos e filho de lavraeclesiåsticos, proibindores que se do-se o håbito talar aventurara por a todos os que não ordem do pai, pertencessem à Igrea ir a Coimbra, ja ou Universidade. montado num Com o sÊc. XIX macho, fazer adsurgiram alteraçþes missão ao Coe imposiçþes, que lÊgio das Artes. contribuíram para a k " afirmação da capa XIX, raro seria e batina, distinta da o estudante que farda ou uniforme, não sabia de cor, simbolizando a todo ou parte honra, a fraternidado palito mÊtride, o romantismo. co - onde não Ocorreu, então, a se encontra um grande mutação na único erro de indumentåria, pela (13) Traje AcadÊmico do SÊc. XIX construção gramaafirmação do gorro, tical - e que segue loba, batina, fortemenum estilo alegre e bem-humo- (moca, colher de pau e tesoura). te influenciados pelas lutas rado, com såbias disposiçþes, O uso da capa e batina simbo- liberais. O cabeção e a volta conselhos a novatos, e regras lizam a humildade e o respeito. foram substituídos pelo colaO estudante pode declarar-se rinho postiço e pela gravata do de moralidade acadÊmica. O Código da Praxe de 1957, anti-praxe, não podendo uti- futriquismo, a batina tornou-se redigido por Mårio Andrade lizar os símbolos acadÊmicos. quase num casaco de padre, a e Vítor Barros, foi aprovado calça escorreu perna abaixo ropelo Conselho de Veteranos, çando a odiosa bota-de-elåstico. INDUMENTà RIA @ W No sÊc. XX, e com a ESTUDANTIL na. Compreendia 16 estatutos implantação da República, o atÊ ao ano de 2007, tendo-se A indumentåria estudantil uso da capa e batina deixou alterado a hierarquia da praxe, sofreu vårias transformaçþes de ser obrigatório. E, por adaptando-a ao processo de ao longo dos tempos: De acção, da República da Ladeira bolonha. início não existia indumentåria do Seminårio ? O termo praxe foi intro- " # " grande transformação no duzido por volta de 1863, XIV, o Papa Urbano V deter- håbito estudantil, passando assimilando vårias designaçþes minou o uso de trajo uniforme, a fazer parte do traje acaprecedentes tais como investidas como forma de contornar o dÊmico o colete, a gravata ou caçoada. O ritual pressupþe a luxo e as subjacentes diferen- e a batina com bandas de

cetim, que permanece nos nossos dias. $ ‚ ‹_ @ ? o hĂĄbito tradicional para ambos os sexos e para os vĂĄrios estabelecimentos de ensino (decreto-lei nÂş 10) e, em 1969, com o luto acadĂŠmico surgiu a ideia de nĂŁo se voltar a usar. Em ‚ ‡“ ? W das tradiçþes da indumentĂĄria estudantil, recuperando-se a capa e batina, tal e qual as conhecemos hoje. O traje acadĂŠmico masculino actual ĂŠ constituĂ­do por: sapatos pretos sem apliques, meias pretas, calças pretas, colete preto sem abas ou de cerimĂłnia, batina que nĂŁo seja de modelo eclesiĂĄstico, camisa branca lisa com colarinho, gravata preta lisa, capa preta, gorro (facultativo). Quanto ao traje feminino, ‚ „“ @ seu uso. Em 1951, as raparigas do Teatro dos Estudantes da UC (TEUC), apresentaram os modelos de trajo hoje consagrados: sapatos pretos de qualquer modelo, sem apliques metĂĄlicos, meias altas pretas, fato saia-casaco preto de modelo simples e cintado, camisa branca, laço ou gravata, capa preta do mesmo modelo da dos rapazes. IndissociĂĄvel do estudante ĂŠ a Pasta AcadĂŠmica, que remonta Ă s sebentas dos alunos, que proporcionavam aos estudantes, muitas vezes sem recursos, a possibilidade de estudarem. JĂĄ na primeira metade do sĂŠc. XIX os estudantes traziam as Z Z > culo, tornou-se no sĂ­mbolo dos quartenistas, obedecendo Ă cor da Faculdade correspondente.

# designar-se por grelo, no ano de 1903, em virtude da Revolta dos Grelos de 1903. O uso das cartolas surgiu na Queima das Fitas de 1932, simbolizando a integração na vida activa e na sociedade. Da imagem da academia faz parte a música, comumente designada por Fado de Coimbra, expressão que vinga a partir de meados do sÊc. XIX, nele se integrando a Canção de Coimbra e a Serenata de Coimbra. Por volta de 1880 ainda não era evidente a distinção entre Fado de Lisboa e Canção de Coimbra. Com o tempo, as serenatas passaram a fazer parte tanto da vida do Povo AcadÊmico, como das Festas dos Futricas, realizadas em barcos engalanados com do Mondego. O acompanhamento mais comum fazia-se à viola toeira, mas começava a * > da guitarra puxada de rasgado. A consagração da Canção de Coimbra deu-se por ocasião dos festejos do Centenårio da Sebenta realizados em 1875 e 1899. Deve-se a Artur Paredes o grande fenómeno da guitarra de Coimbra. Separou-a da irmã lisboeta, introduzindo-lhe características mais coadunadas com o estilo coimbrão, no formato da caixa, e introduzindo a música popular, com predominância da música futrica de Coimbra. Assim, e independentemente das divergências quanto à origem, o facto mais relevante Ê a estreita relação entre o cantar dos estudantes e o tradicional popular da região.


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Festas da Academia No sĂŠc. XIX iniciaramse as latadas, a partir das antigas soiças, costume que por carta rĂŠgia de 4/7/1541 foi proibido. Realizavam-se uma vivĂŞncia prĂłxima Ă actualidade, arrastando latas e panelas pelas ruas, como forma de troçar dos estudantes ainda em aulas. A partir de meados do sĂŠc. XIX, os festejos das latadas passaram para o inĂ­cio do ano lectivo, com a imposição de insĂ­gnias. Actualmente, o programa das latadas compreende 6 dias, sendo o ponto alto, a terça-feira, dia do cortejo pedonal das latas, desde a Alta ao Largo da Portagem. Neste dia, e durante a manhĂŁ, os novos grelados passam pelo Mercado D. Pedro V, em busca de nabos com grelos ou o molho de brĂłcolos, que os caloiros devem comer. É tambĂŠm um momento de crĂ­tica social. No entanto, a grande festa da academia ĂŠ a Queima das Fitas, que remonta tambĂŠm ao sĂŠc. XIX. Teve como origem os festejos do CentenĂĄrio da Sebenta, realizado em 1889 e, o Enterro do Grau em 1905. O centenĂĄrio referido, realizado nos Ăşltimos dias de Abril, compreendeu um cortejo de carroças e carros de bois, ornamentados com verduras, papel e panos baratos. A Queima das Fitas iniciou-se em 1905, quando os alunos do 4Âş ano de Direito queimaram * livros. Os primeiros cortejos compreenderam um cortejo da Porta FĂŠrrea ao Largo da Feira em Santa Clara, fogo-

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de-artifĂ­cio, sarau e tourada. Em 1949 foi decretado pelo Conselho de Veteranos a data

W da queima. Inclui-se na festa a bĂŞnção das pastas, momento alto das comemoraçþes dos rituais acadĂŠmicos, realizado pela primeira vez em 1930, na SĂŠ Velha, passando depois para a SĂŠ Nova. Realiza-se 3 semanas apĂłs o cortejo e conta com a participação de centenas de estudantes, familiares, amigos e curiosos. Actualmente, o programa da queima compreende uma semana de actividades, de que se destacam a Serenata Monumental, Ă meia-noite de sexta feira nas Escadas da SĂŠ Velha, e os concertos na Praça da Canção, com um dia atribuĂ­do a cada faculdade. O grande momento ĂŠ, no entanto, o cortejo da Queima das Fitas, composto por carros alegĂłricos de cada curso, realizado no Domin rem da Praça D. Dinis atĂŠ ao Largo da Portagem. Neste dia, de manhĂŁ, realiza-se a queima do grelo no Largo da SĂŠ Nova. Do programa fazem ainda parte outros momentos tradicionais: a Venda Pasta, em favor do Asilo da Infância Desvalida, obra do Prof. Elisio de Moura; o chĂĄ dançante, o baile de gala, e a garraiada. O Ăşltimo dos rituais da academia ĂŠ o rasganço que deriva do acto da “farrapariaâ€?, assim designado atĂŠ aos primeiros anos do sĂŠc. XIX, realizado no curso de

Torre da Universidade de Coimbra

Direito, e depois Medicina, ˜ ~ " { entrada num mundo novo. O sĂ­mbolo mais mediĂĄtico, e conhecido da UC, ĂŠ a Torre da Universidade, com a cabra e o cabrĂŁo, cujos toques anunciam as aulas e ditam a formação de trupes. O estudante insere-se na academia, designação genĂŠrica que pretende abarcar toda a comunidade escolar. Desde a fundação da universidade que a academia tem participado ou tomado posição perante acontecimentos polĂ­ticos e sociais. Em 1580, organizou-se em Coimbra, pela primeira vez, um batalhĂŁo acadĂŠmico a favor de D. AntĂłnio Prior do Catro. Mais tarde, em 1644-45 D. JoĂŁo IV, mandou organizar um batalhĂŁo para combater no Alentejo pela causa da Restauração. A exigĂŞncia de reformas e modernização do ensino universitĂĄrio, que seguia a velha escola pombalina, esteve na origem dos primeiros movimentos de contestação estudantil nos finais do sĂŠc. XIX. No entanto, os mais bem-sucedidos e estudados movimentos centram-se no sĂŠc. XX, como a Greve AcadĂŠmica de 1907, que teve como motivo detonador a reprovação ao doutoramento do candidato JosĂŠ EugĂŠnio Ferreira, na Faculdade de Direito. No fundo, contestava-se a inadaptação da instituição universitĂĄria Ă s exigĂŞncias dos novos tempos. Crise que motivaria a solidariedade nacional, designadamente dos alunos das escolas politĂŠcnicas e dos liceus de Lisboa e Porto. A reivindicação acabou por ser encarada pelo governo como uma questĂŁo politica, de revolta contra JoĂŁo Franco, sendo veemente reprimida. Em 1920, no dia 25 de Novembro, os estudantes, sem instalaçþes condignas para a sua Associação AcadĂŠmica, ocupam a sede de O Instituto, tambĂŠm designado por Clube dos Lentes. ^ como a Tomada da Bastilha, e ĂŠ assinalado como o dia da Academia. InesquecĂ­veis seriam as crises acadĂŠmicas durante o Estado Novo, com rupturas insanĂĄveis entre a comunidade estudantil e o regime: - Em 1944 e aproveitando uma falha jurĂ­dica governamental que nomeara para presidente da AA ArmĂŠnio Cardo, os estudantes elegem Salgado Zenha, que toma posse em Janeiro de 1945.

Zenha pretendia o restabelecimento da representação da Academia no Senado e na Assembleia Geral da UC e a realização de um congresso de estudantes universitĂĄrios, debaixo da lĂłgica de sindicalismo estudantil. O facto nĂŁo agrada ao reitor, que geria ainda o mau estar provocado pela ausĂŞncia do presidente da AA na manifestação de apoio a Salazar. Tendo como pano de fundo a autonomia da direcW $ dĂŠcada de 40, a comunidade divide-se: Zenha do lado da oposição, e Barrilaro Ruas da facção favorĂĄvel ao regime. Os ânimos exaltam-se, Zenha ĂŠ preso, e o luto acadĂŠmico ĂŠ decretado pela Assembleia Magna, encenando-se o funeral do presidente Carmona. - Em 1956, surgem novos protestos, apĂłs a publicação do decreto 40.900 pelo qual o Governo procurava controlar as actividades e cercear a autonomia das Associaçþes AcadĂŠmicas. Levantam-se protestos em Coimbra, Lisboa e Porto. O reitor coloca-se ao lado dos estudantes, reali> ? + e silenciosoâ€? pelas ruas da cidade, desde a Universidade ao Governo Civil. Deste protesto emergiu @ movimento associativo e suas condiçþes de existĂŞncia. No perĂ­odo de 1956-1962, em consequĂŞncia desta consciencialização e do entusiasmo gerado em torno da campanha presidencial de Humberto Delgado, reforça-se a capacidade de mobilização das academias. Este clima de abertura, com discussĂŁo pĂşblica de assuntos ligados Ă vida social e cultural dos estudantes, com a pressĂŁo dos Conselhos de RepĂşblicas e adesĂŁo de elementos pertencentes a associaçþes catĂłlicas como CADC levaram em 1960 Ă vitĂłria de uma lista de esquerda presidida por Carlos Candal. - Em 1962, o Governo proibiria, considerando como de caracter sindicalista, a realização do I Encontro de Estudantes e a comemoração do Dia do Estudante, a 23 de Maio, eventos realizados em conjunto com Lisboa e Porto. A proibição nĂŁo seria cumprida pelos estudantes que desencadeiam um movimento de contestação. No dia de abertura dos trabalhos, a PSP impede o acesso Ă sede da AA por parte dos participantes, no que constituiu uma primeira ma-

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Cortejo da Queima das Fitas

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Queima das Fitas (Queima do Grelo)

nifestação, à escala nacional, do movimento associativo e democratização do ensino. Porque em Lisboa a repressão ao Dia do Estudante foi mais violenta do que esperado, Coimbra decreta luto acadÊmico e greve às aulas. Reagirå o governo, dissolvendo a DG AAC e nomeando uma comissão administrativa, decretandose a alteração de estatutos, modificando a forma de funcionamento e o poder deliberativo da Assembleia Magna. A massa estudantil manter-se-ia unida, passando a reunir-se em plenårios pela cidade, em Repúblicas, e cafÊs, espaços de circulação e troca de informação. E avançam para formas de protesto: não realizam a Queima das Fitas, suspendem a actividade dos organismos autónomos e secçþes desportivas, ocupam a sede da AAC e recusam a nova comissão administrativa nomeada pelo

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governo. O Governo, perante o recrudescimento da agitação, toma medidas adicionais, como a publicação do decreto-lei n.º 44357, que permitia expulsar estudantes das universidades e de todas as escolas nacionais, uma tentativa de decapitar o movimento associativo. Contudo, o espirito universitårio prevalece, em reuniþes clandestinas, nas Republicas, secçþes e organismos autónomos e culturais desportivos. - E assim explode a crise acadÊmica de 1969, talvez o mais poderoso de todos os que sacudiram a Universidade e o Estado Novo. Um movimento ideologicamente diferente dos anteriores: não se tratou apenas de defender os direitos dos estudantes e autonomia da instituição acadÊmica, pois existia uma consciência social nova, fortemente influenciada pelo

Serenata Monumental

CONTINUA


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VII

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Associação AcadĂŠmica de Coimbra, Ă qual compareceMaio de 68 francĂŞs, que ram cerca de seis mil estudanquestionava a prĂłpria univertes. Nesta Assembleia foi decisidade e a sua função social. dida, por maioria esmagadora, O princĂ­pio da contestacom apenas duzentos e trinta ção remonta a 1967/68, por votos contra, o luto acadĂŠmiocasiĂŁo da celebração da To @ " mada da Bastilha. O Conselho No dia 2 de Junho, Coimde RepĂşblicas promoveu uma bra era uma cidade sitiada pela acção de protesto, que trans " $ Z W <{< formaria o habitual cortejo GNR, fortemente armadas, nocturno, de festa e alegria, OS ACONTECIMENTOS percorriam a cidade em carnuma manifestação dominada DA CRISE ACADÉMICA ros patrulhas ou a cavalo e (18) por um silĂŞncio sepulcral do tambĂŠm a pĂŠ, acompanhadas DE 1969 A crise acadĂŠmica de 69 (reuniĂŁo qual emergiam palavras de de cĂŁes. Com a Cidade Unidos estudantes em Assembleia), de pĂŠ ordem tais como “fora com versitĂĄria fortemente ocupada ÂŤDecidida a comunicar Alberto Martins (presidente da AAC) a comissĂŁo administrativaâ€?, ao presidente da RepĂşblica e cercada, os piquetes de greve “UniĂŁoâ€?, “Eleiçþes jĂĄâ€?. Mais a necessidade de reformas › Z { " a greve Ă s aulas que teve forte @ de 5.000 estudantes partici- e democratização do ensi- Ministro das Obras PĂşblicasâ€?, adesĂŁo por parte de alunos e palmente, nos bairros e locais param no evento, incluindo no, a DG, apoiada por uma levantando-se a comitiva logo de alguns professores. de residĂŞncia dos estudantes, delegaçþes de Porto e Lisboa. multidĂŁo de estudantes com imediatamente a seguir ao No dia 6 de Maio, o mi- obtendo esta paralisação uma Â? { - cartazes, dirige-se Ă Praça D. discurso do ministroâ€?. nistĂŠrio da Educação fechou adesĂŁo de cerca de 97%. A > @ - Dinis. A adesĂŁo dos estudanNa noite de 189 de Abril, a Universidade. Entretanto, luta agudizou-se e radicalizoude do Ministro da Educação, tes que encheram os acessos o presidente da Associação a Associação AcadĂŠmica de se, atĂŠ que os estudantes co‰ ‘ { e a sala onde decorria a ceri- AcadĂŠmica de Coimbra foi Coimbra lançou sucessivos meçaram a ser presos. reitor Andrade de Gouvea, e preso e passou a noite em in- * @Na final da taça, jogo perante o impacte da agitação representantes do Governo (o <'ˆ#?ˆ™{ punham os motivos da luta tradicionalmente transmitido estudantil na sociedade, seriam presidente AmĂŠrico TomĂĄs, o sendo libertado no dia seguin- acadĂŠmica: reforma do ensino pela televisĂŁo, no qual a Acamarcadas eleiçþes para o dia ministro da Justiça, o ministro te. No dia 22, a DG recebe e da Universidade e participa- dĂŠmica se defrontaria com o 12/02/1969. Deste acto livre da Educação, o reitor e o um documento da Reitoria a ção dos estudantes na vida da Â? # ‰ sairia vencedora a lista cons- ministro das Obras PĂşblicas). proibir a participação dos seus instituição. Os passos seguintes o Governo temia ver em ditituĂ­da por elementos politi- Ficou conhecida a reacção do membros em qualquer activi- da luta estudantil foram a greve recto uma manifestação, pelo camente adversos ao regime, presidente da RepĂşblica ao dade ligada Ă Universidade in- @ que impediu a sua transmissĂŁo presidida por Alberto Martins, pedido da palavra por parte cluindo a frequĂŞncia das aulas. da Queima das Fitas. pela RTP. Neste jogo o apoio que tomaria posse a 07/03. do presidente da Associação Na sequĂŞncia desta acção, ĂŠ O momento ĂĄureo desta Ă AcadĂŠmica simbolizou a Pouco depois, a nova AcadĂŠmica de Coimbra, ao reunida a Assembleia Magna e luta foi a Assembleia Magna oposição ao regime. DG da AA seria convidada a qual respondeu: “Bem‌ decretado o luto acadĂŠmico e de 28 de Maio, no jardim da No ano lectivo de

participar na inauguração do novo edifício da Faculdade de Matemåtica, marcada para dia 17/04. A DG da AAC comunica às entidades presentes que pretende usar da palavra, algo que o reitor prontamente se apressa a rejeitar. O que se passou a seguir Ê um momento inolvidåvel da História da Cidade.

CONTINUAĂ‡ĂƒO

1969/1970, em Outubro, apesar do desgaste da luta (prisĂľes de vĂĄrias dezenas de estudantes coadjuvadas por pressĂľes familiares) foi organizada uma nova manifestação. Milhares de estudantes desceram a Ave { Â? Z interceptados pela policia de choque munida de gĂĄs lacrimogĂŠneo. A manifestação foi dispersada e os cafĂŠs da zona $ { Â? da Praça da RepĂşblica evacuados. Poucos dias depois, os elementos masculinos da Direcção-Geral foram incorporados de emergĂŞncia nas @ "• [In Coimbra na Época Moderna: A Universidade e a sua HistĂłria, Departamento de Cultura da CMC, 2009, Pp. 174-180]

O movimento acadÊmico de 1969 atingiria parcialmente os seus objectivos: o ministro da Educação seria substituído em 1970, sendo nomeado outro reitor, Gouveia Monteiro, que colocou como condição ao @ W " Era urgente a mudança quer da Universidade, quer do Ensino, ambos tão desgastados quanto o regime que os suportava.

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Associação AcadĂŠmica de Coimbra A Academia ĂŠ indissociĂĄvel da sua instituição mais representativa, a Associação AcadĂŠmica, surgida em 1849, por iniciativa de AntĂłnio Luis Gomes e Guilherme Alves Moreira e outros acadĂŠmicos. Reuniu, numa sĂł instituição, a velha Academia DramĂĄtica de Coimbra, com os seus 3 institutos o ou conservatĂłrios, com ĂĄrea de inter intervenção na vida acadĂŠmica, designadamente, nas representadesig çþes çþ teatrais. Desde entĂŁo, conheceu apenas o interregno entre 1892-1895, quando foi encerrada devido Ă greve acadĂŠmica. Tem sido um bastiĂŁo das letras acadĂŠmicas em Coimbra, apoiando ou WY movimentos culturais. O facto de acompanhar de perto pert a vida politica e cultural nacional trouxeram-lhe momentos de crise, como em 1928 (Maio a Junho) ou 1962, com o cerco e ocupação. Compreende 8 Organismos AutĂłnomos e 31 nĂŁo autĂłnomos. Entre os primeiros destacam-se: AssociaW $ ~ w— y ~ $ PlĂĄsticas de Coimbra (CAPC), Centro de Iniciação ao Teatro da Academia de Coimbra (CITAC), Coro de # — $ ~ w™#FAC), OrfeĂŁo AcadĂŠmico de Coimbra (OAC), Tuna AcadĂŠmica da Universidade de Coimbra e o Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC).

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2 - Tricana Praticamente desaparecida um tipo de mulher do povo, que durante sÊculos marcava o dia-a-dia coimbrão. Algumas aguarelas retratam-nas com seu traje: a saia, o avental, o traçado do chaile, o atar do lenço, a chinela na ponta do pÊ. Tudo conjugado para realçar a elegância feminina que, com riqueza de pormenor, surge destacada nas composiçþes de poetas e músicas. A escultura, a cerâmica e os barristas, reproduziram amplamente este tipo de Coimbra. AlÊm do trajar, distinguia-se pelos cantares e pela participação activa nas fogueiras de S. João. A palavra tricana representou, inicialmente, um tipo de tecido (burel, depois a castorina e o meriano); um mantÊu que nas mulheres das classes abastadas seria W tilha. Com o tempo a palavra passou a designar a própria mulher que o usava. A tricana fez parte, durante anos, do imaginårio dos estudantes da Universidade. Sempre que havia zaragatas entre estudantes (ou doutores) e os habitantes da cidade (os

futricas), nĂŁo raras vezes tomavam partido pelos primeiros. ~ * de regra, durante as Fogueiras populares, a festa mais querida das tricanas, festa de tricanas e futricas, onde os estudantes gostavam de participar. Aos poucos, as tricanas foram desaparecendo, ao mesmo ritmo que a modernidade e progresso se impuseram. Uma das mais conhecidas foi a senhora Silvina ÂŤGataÂť de alcunha, que dizia ser de Santa Cruz. Na breve descrição de vida que fez em 1987, revela que começou a lavar roupa no rio com 20 anos. Antiga cantadeira no rancho reivindicava como de sua autoria uma quadra cantada na fogueira de S. JoĂŁo. Tendo o Presidente da Câmara mandado cortar as palmeiras do Largo de SansĂŁo (actual Praça 8 de Maio) logo fez uma quadra de escĂĄrnio: ÂŤĂ“ Senhor Pedro Bandeira, Que mal ĂŠ que lhe fariam " #

Algumas tricanas aparecem referenciadas com cântaros de ågua na mão ou na cabeça (aguadeiras). De

facto, antes ddaa ĂĄg ĂĄgua uaa canalizada, costumaco osttum mavam ir ao Mondego, Mo ond deg ego, o,, pelas tardes, recolher reco colh her

* * "

" " Uma das mais ais belas bel elas ass descriçþes da Tric Tricana can na foi produzida por da po or Octaviano dee SSĂĄĂĄ em 1943, altura em qu que ue se jĂĄ se temia mia o desaparecimenento da figuraa popular: ÂŤ A figura graciosa, cheia de beleza, caprichosa, no luxo dos cordĂľes, nos medalhĂľes e cru @ * dependurados sĂ´bre o seu peito rodado, e nas argolas e brincos, que lhes baloiçam nas modeladas orelhas, lendĂĄria e consagrada, vivendo na tradição e na poesia, motivo de Arte e encarnação do Amor das mulheres desta terra, admirada, exaltada e proclamada Rainha do Mondego, ĂŠ – a Tricana. Individualiza, caracteriza o

Tricana de Coimbra (aguadeira) final sĂŠc. XIX

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ambiente popular, no seu trajar e nas folganças prĂłprias do meio em que se exterioriza animadamente. Â&#x; * predomina e se destaca. É a Canção Popular e a Fogueira de S. JoĂŁo. NĂŁo hĂĄ, seguramente, bizarria e tradição, no folclore dum povo, do que – a Tricana de CoimbraÂť. Actualmente, as suas herdeiras sĂŁo algumas vendedeiras no Mercado D. Pedro V.

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ESPAÇOS COM VIDAS - AS RUAS DE COIMBRA As ruas antigas da cidade guardam histórias e estórias. Por elas e nelas se foi vivendo e convivendo. Pela toponímia percebe-se que em muitas exerceram artesãos e outros oficiais de porta aberta, homens e mulheres com profissþes ligadas ao comÊrcio e pequena indústria. AtÊ aos princípios do sÊc.

XX havia na baixa uma certa tradição nos arruamentos, ou seja: as profissþes estavam organizadas por ruas, numa especialização que tinha raízes medievais. Tal era o exemplo da Rua dos Sapateiros, que juntava num mesmo espaço o produtor, o mercador e o consumidor. TambÊm na Rua Visconde da Luz (antiga Rua de

Coruche), se concentravam as profissþes de ourives, latoeiros e correeiros. Na zona de Santa Margarida (actual topo Norte da Rua da Sofia), localizavam-se os fogueteiros. # Z mento estå bem visível na Contribuição Extraordinåria de Guerra, de 1808, lançada pela Câmara

Municipal a exigência do comandante do exÊrcito francês e que recaiu sobre os oficiais de porta aberta. Na Praça 8 de Maio, por exemplo, aparecem as vendedeiras de fruta e de galinhas, as padeiras vindas na sua maioria de Condeixa e Cernache, as tecedeiras vinham de Almalaguês e Castelo Viegas.

Só na Praça do ComÊrcio havia, então, mais de 160 vendedeiras. Nas ruas da baixa (e tambÊm nas antigas vielas da Alta) localizam-se as mais antigas casas comerciais da cidade, e locais tradicionais do convívio e boÊmia de Coimbra como tascas, tabernas e restaurantes.

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Rua do Carmo

AS REPĂšBLICAS OU CASAS DE ESTUDANTES Desde a fundação da universidade que se colocou o problema do alojamento dos estudantes: Por diploma de D. Dinis (1309) fomentou-se a construção de casas na zona de Almedina, tendo por objectivo que os proprietĂĄrios as arrendassem aos estudantes. Durante sĂŠculos, os estudantes residiram em casas de famĂ­lias, em imĂłveis arrendados, ou colĂŠgios universitĂĄrios. Aos que nada tinham, restavalhes procurar hospĂ­cios, ou casas que as ordens religiosas mantinham para abrigo da pobreza mendicante. A designação de repĂş-

blica ĂŠ relativamente recente e a grande alteração deu-se logo apĂłs a extinção das ordens religiosas em 1834. Como conta Te Â? Â? passaram a agrupar-se ainda pela forma de naçþes, a que chamam repĂşblicasÂť. Assim, os nomes que cada casa tomava derivavam, geralmente, das regiĂľes de origem dos seus residentes, dando lugar ao aparecimento de repĂşblicas açoreanas, transmontanas, minhotas, beirĂŁs‌ Trindade Coelho, estudante de Coimbra, entre 1880-1885 deixou o testemunho de vida dos estudantes remediados:

Tudo isto, por 6 ou 8 mil rĂŠis por mĂŞs, cada um! Pagavam cada um oito tostĂľes Ă criada, dois tostĂľes cada Ă servente que fazia os recados externos, Â?# - e seis vintĂŠns ao engraxador, dos em repĂşblicas, em qualquer quase sempre um aprendiz de Â? $ ] sapateiro que, Ă s 6 da manhĂŁ, e ` ÂŒ ? Ă s vezes antes, jĂĄ estava Ă porta eles e uma criada, em geral jĂĄ do nosso quarto, rente Ă qual, de certa idade, lĂĄ se arranjavam da banda de fora, pĂşnhamos o portas a dentro – e arranjavam- calçado todas as noites. O resto era extraordinĂĄse bem: almocinho sempre de garfo, metendo os seus ovos rio! Assinava-se a sebenta Ă e o seu bife, cafĂŠ com leite e razĂŁo de sete tostĂľes cada uma, pĂŁo com manteiga, ou chĂĄ! Ao pagava-se Ă lavadeira e Ă engojantar, a bela sopa, o belo do madeira, e chegava ainda para cozido, os seus croquetes ou meias-solas, - e para o mais que coisa parecida, um regalo prato era preciso! Tudo dependia, em regra, de meio, frutas Ă sobremesa, * ] Z Â’ Â? " Â? Coimbra ao estudante que presidindo, e a Alegria! A VIDA DE UM ESTUDANTE REMEDIADO NO FINAL DO SÉC: XIX

dirige a fazenda da repĂşblica, - e ĂŠ, jĂĄ se vĂŞ, um por mĂŞs. O bolsa recebe o dinheiro e governa a casa. Todas as noites, depois do chĂĄ, a criada segue-o ao seu quarto, e aĂ­, defronte do candeeiro amarelo de latĂŁo, de trĂŞs bicos, e em cima da sebenta aberta, - desdobra-se o mapa das despesas, com tantas casas quantos dias do mĂŞs, e a indicação, na margem esquerda, dos ÂŒ - e a ladainha começa: - PĂŁo‌ Responde a criada: - Tanto. - Azeite‌ -Tanto. - Carne‌ - Tanto.

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A RepĂşblica dos KĂĄgados

A república mais antiga da cidade, em actividade, serå a dos Kågados, fundada em 1933. Segundo informação oficial da AAC existem actualmente 27 repúblicas.

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FEIRAS, FESTAS E ROMARIAS As feiras constituíram um dos mais importantes estímulos da organização económica medieval, onde se promovia a troca de produtos entre o homem do campo e o proveniente das aglomeraçþes urbanas, numa Êpoca em que a circulação de pessoas e mer-

cadorias era tudo menos fåcil. D. Fernando concedeu carta de feira franca a Coimbra em 1377. A feira, chamada de S. Bartolomeu, realizava-se todos os anos, de 15 de Setembro a 15 de Outubro, e desenrolavase intramuros, no Paço Real e em redor dele. Em 1439, foi

transferida para a PĂĄscoa. Para alĂŠm desta feira, realizava-se na cidade um mercado semanal, pelo menos desde o reinado de D. Afonso III, que decorria Ă s segundas-feiras, na Almedina. A Feira Medieval de Coimbra tem procurado recuperar o ambiente da antiga feira franca.

Feira Medieval Realiza-se todos os anos em Junho, no Largo da SĂŠ Velha, A azĂĄfama, os pregĂľes, os produtos, os cheiros, as cores e o ambiente que caracterizavam, em tempos idos, sĂŁo recriados por meio milhar de figurantes num certame que, desde a primeira edição, > ” anualmente mais de 35 mil pessoas. A Feira Medieval de Coimbra assenta na recriação o mĂ­nimo detalhe que possa pĂ´r em causa a sua autentici-

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Feira Medieval

dade - os modos de vestir, os aromas, os sabores, os ruídos, ” os duelos de espada, o malaba-

rismo de fogo, os saltimbancos, as feiticeiras e o conhecido mendigo “Basiliusâ€?. Caminha para a 21.ÂŞ edição.

Feira das Cebolas Este evento repþe a extinta Feira de S. Bartolomeu, santo que se celebra a 24 de Agosto e que Ê a denominação da freguesia onde se situa a praça, em pleno centro histórico de Coimbra. AlÊm da aquisição das cebolas de Cernache, conhe-

cida pelo cultivo dos bolbos, os forasteiros que se deslocam à Praça do ComÊrcio podem tambÊm apreciar petiscos da gastronomia regional, como as pataniscas de bacalhau ou de sardinha, caldo verde, chouriço assado, arroz doce e o vinho do lavrador.

Com vårios espectåculos todas as noites, com diferentes grupos folclóricos portugueses, a Feira das Cebolas constitui uma das iniciativas que muito tem contribuído para a preservação e divulgação dos ancestrais usos e costumes das gentes coimbrãs.

Festas da Rainha Santa e da Cidade Actualmente, as Festas da Rainha Santa, associadas Ă s Festas da Cidade, continuam a realizar-se no princĂ­pio de Julho e nos anos pares, tendo como momentos altos as duas procissĂľes. Na quinta-feira Ă noite, realiza-se a procissĂŁo de penitĂŞncia, com a chegada da imagem ao Largo da Portagem, efusivamente saudada e acompanhada por fogo-de-artifĂ­cio, terminando a peregrinação na Igreja da Graça onde fica exposta Ă veneração. No Domingo Ă

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ProcissĂŁo da Rainha Santa Isabel anos 80 sĂŠc. XX

tarde dĂĄ-se a procissĂŁo de regresso ao Convento de Santa Claraa-Nova, de maior pompa e

cerimonial, uma das maiores de Portugal a que acorrem "

antes da Påscoa, a população conimbricense acorria em massa a visitar os doentes deste hospital popularmente designado por Låzaros. No largo fronteiro ao hospital, juntavam-se vendedores cujos produtos os visitantes adquiriam

para oferecer aos doentes ou levar para suas casas. Ali se fazia a venda de doces e guloseimas. Todavia, o produto mais caracterĂ­stico ĂŠ constituĂ­do pelas galinhas feitas com massa de pĂŁo e enfeitadas compenasqueacabarammesmo por ser designadas de LĂĄzaros.

Feira Popular Tem grande tradição em Coimbra, sendo um dos maiores eventos realizados na cidade do Mondego, no

parte da alma desta cidade. Dir-me-ĂŁo que os tempos hoje sĂŁo outros. Eu dir-lhes-ei que sim, Sempre entendi a convivĂŞncia como o lugar mas que sĂł o que permanece se eterniza, e do homem que se procura no outro homem, na quando ĂŠ a prĂłpria cultura do lugar que estĂĄ em sua dimensĂŁo fraterna, naquilo que nĂłs temos causa - e nada nos leva a concluir que vamos de melhor: o sabermos ser para alĂŠm de nĂłs. para melhor-, entĂŁo somos obrigados, como Tal acontece sempre que as circunstâncias cidadĂŁos, a reagir. o permitem, como, por exemplo, quando o Desde o tempo das Tias Camelas, as que patrimĂłnio do lugar que habitamos se converte davam de cear aos estudantes, as da tasca em repositĂłrio de memĂłrias variadas. Saber da Rua do Borralho, na Alta de entĂŁo, onde ser de um lugar, ou nĂŁo ser, ĂŠ jĂĄ ser qualquer o peixe rescendia temperado com versos de coisa. Ora, ĂŠ na convivĂŞncia que as culturas se JoĂŁo Penha e de Junqueiro, onde o vinho da Bairrada ajudava a clarear o entendimento morrem sempre que lhes falta o sentido maior, daqueles que assistiam Ă leitura de excertos de que nĂŁo ĂŠ mais do que a intra-histĂłria das rela- “Hamletâ€?, passando pelo cafĂŠ dos polainudos, çþes humanas: o afecto. o “Lusitanoâ€?, de AntĂłnio Nobre e EugĂŠnio de Vem esta minha conversa a propĂłsito de Castro; ou a Leitaria AcadĂŠmica do “Pirataâ€?; um convite que me foi dirigido para que discor- os “Caçadoresâ€? junto ao Arco do Bispo, que resse sobre aquilo que entendo ser a mais-valia o convĂ­vio fazia a cultura de uma cidade. Na da cidade de Coimbra: as tertĂşlias. Como todos Baixa (agora tambĂŠm em risco de nova barbĂĄsabem, as tertĂşlias sĂŁo reuniĂľes de gente rie), a “Centralâ€? da geração da Presença e de para discutir ou conversar. Conversar ĂŠ trocar Afonso Duarte; o “ArcĂĄdiaâ€? de Guilherme de Oliveira e de Miguel Torga e dos “teĂłricosâ€? da cavaquear (ainda que a sua conotação mais AcadĂŠmica; a “Brasileiraâ€? de Rocha Pato de recente de todo me nĂŁo agrade), ĂŠ seduzir pela Zeca Afonso e de Joaquim Namorado (nĂŁo a palavra, ĂŠ confabular ĂŠ, sobretudo, conversar de hoje travestida de branco e a negar-se ao amigĂĄvel e despreocupadamente. Assim convĂ­vio de ontem), pululavam tertĂşlias polĂ­tichegamos Ă matriz coimbrĂŁ que entronca cas e literĂĄrias no primeiro e segundo andar, na convivialidade sem tempo limite. Desde onde tudo continuava e estreitava a relação os tempos da velha Alta, a arrasada pelos entre as pessoas. poderes de entĂŁo (o polĂ­tico e o universitĂĄrio) Muito gostava eu de estudar nos cafĂŠs. A e reerguida ao estilo nazi, que se tem vindo a “Jangadaâ€?, no parque, era o preferido. Olhava o

rio, o casario do outro lado, Santa Clara-a-Velha ĂŠ feito de cumplicidades humanas estreitas, afogada pelo tempo, e sentia pertencer a uma fruto de geraçþes e geraçþes de homens e de histĂłria que, mesmo mutilada por aqueles que mulheres que encheram esses espaços com a nĂŁo amavam, era minha, ali, sentado Ă mesa a riqueza da sua humanidade. do cafĂŠ. NĂŁo se ama aquilo que se nĂŁo conhece Hoje, 40 anos apĂłs a primeira ida a esse vee a vida aprende-se devagar. NĂŁo me canso lho reduto da fraternidade, a “DemocrĂĄticaâ€?, na de o repetir, atĂŠ porque entendo ser um dos

! nossos males o desconhecimento profundo por vejam lĂĄ !...) levado pelo roupeiro da AcadĂŠmica, parte da generalidade daqueles que habitam o Belmiro, o que nĂŁo tinha uma mĂŁo e conduem Coimbra, da sua histĂłria recente e, sobre- zia uma lambreta com os equipamentos dos tudo, da riqueza espiritual, no que diz respeito estudantes-atletas, deparo-me com as portas Ă consciĂŞncia. NĂŁo hĂĄ tempo para conhecer, fechadas. Passaram-se 140 anos de convĂ­vios nĂŁo hĂĄ tempo para conviver, nĂŁo hĂĄ tempo para desde a sua abertura. ser Coimbra. NĂŁo se exige que sejamos o que fomos. Com o desaparecimento dos cafĂŠs em que Mas hĂĄ que acautelar o que ainda continuamos se estudava e confraternizava, morreu uma a ser. CARLOS CARRANCA

ESPAÇOS DE TERTÚLIA

Feira dos LĂĄzaros A Feira dos LĂĄzaros ĂŠ uma tradição cuja origem se perde nos tempos e estĂĄ relacionada com o preceito das Obras de MisericĂłrdia: o de visitar os enfermos. Neste caso, a atenção ia especialmente para os doentes ÂŒ ” ˆ

Ser ou nĂŁo ser Coimbra

Choupalinho. Promovido pela Junta de Freguesia de Santa Clara e CMC. Durante 17 dias, mais de 100 mil pessoas

passam pelo recinto da feira, apreciando e desfrutando de tudo aquilo que o evento oferece.

Alguns cafĂŠs de Coimbra mantĂŞm (ou mantiveram) uma tradição tertuliana e vivencial, onde se misturam referĂŞncias sociais, politicas e desportivas. Na Baixa da cidade importa realçar o papel do CafĂŠ Santa Cruz enquanto espaço ” afecta ao UniĂŁo de Coimbra (os futricas), em contraposição com o CafĂŠ ArcĂĄdia, na Rua Ferreira Borges junto Ă Portagem, onde se reuniam os apoiantes da AcadĂŠmica (os doutores). Por

sociedade portuguesa como MĂĄrio Soares ou Pinheiro de Azevedo. Quanto aos cafĂŠs locali> < W / ” tĂŞm um referencial politico: no Mandarim (do lado Norte da W / ” y frequentado por jovens conotados com a JSD e a JP, enquanto o Tropical estĂĄ conotado com a JCP e, o Moçambique (do lado Sul) com a JS. JĂĄ o Pigalle mantĂŠm certa heterogeneidade, tal como o Cartola. Na zona de Celas merece

especial atenção o cafÊ Trianon, sitiado à esquina da Nicolau Chanterennene lugar tertuliano por excelência, onde geraçþes de personalidade se cruzaram, transmitindo impressþes, inconfidências, arrufos políticos e literårios. O cafÊ Sambambaia, ao Norton de Matos, Ê um espaço cheio de tradição na cidade. Multifacetado (cafÊ, restaurante, cervejaria, snack e ampla esplanada) Ê frequentado por diversas geraçþes e classes sociais. Um ponto de encontro na zona Nascente de Coimbra.

Futrica Futrica ĂŠ o habitante de Coimbra que nĂŁo ĂŠ estudante, que nĂŁo veste traje acadĂŠmico. DaĂ­ que andar vestido Ă futrica, Ă festeira, Ă vareta, ĂŠ andar sem capa e batina, de fato normal. Ao natural de Coimbra, nĂŁo estudante, dava-se o nome de futrica

cidade era denominado vacão. Moela era o futrica que acompanhava estudantes [Alberto Sousa Lamy – A Academia de Coimbra 1537-1900, Lisboa, Rei dos Livros, 1990 pag. 688]


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Romaria do EspĂ­rito Santo A Igreja de Santo AntĂłnio dos Olivais fazia parte dum convento de frades franciscanos que foi construĂ­do no sĂŠc. XVI. Ao longo dos tempos, tornouse um local de romarias plurianuais, nas festas de Santo AntĂłnio, Senhora das Dores e Espirito Santo. A Romaria do Espirito

Santo sempre foi a de maior } " %'% primeira metade do sÊc. XX, ali acorriam ranchos de camponeses, a cumprirem suas promessas, dançando e cantando ao som de violas e gaita-de-foles, ZÊ-Preira e ferrinhos. Nos dias festivos, o

Z ? } Z rantes com suas tendas, portĂĄteis ou veĂ­culos, dispĂľem objectos diversos, incluindo brinquedos e doces. Foi sempre uma festa especial para as jovens e formosas camponesas, com seus coletes e cordĂľes ao peito, atraindo a burguesia e academia da cidade.

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Feira das Velharias Realiza-se mensalmente. A iniciativa apresenta uma grande variedade de produtos, sobretudo, antiguidades, desde peças de cerâmica, joalharia, ourivesaria, latoaria ou utensílios domÊsticos. Os livros ocupam, tambÊm, um lugar de destaque, a avaliar pela quantidade de alfarrabistas

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Feira das Velharias, 2011

que aderem à iniciativa. É organizada pela CM, Junta

de Freguesia de S. Bartolomeu.

FESTEJOS POPULARES As Fogueiras

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PavilhĂŁo das Fogueiras

As Fogueiras de Coimbra, mandadas e de roda, faziam-se em largos e ruas da cidade e podem subdividir-se em dois } Z € e populares, nas quais se enfeitava o recinto cravando ao centro um pinheiro, ou mastro alto donde partiam festĂľes de verdura para outros mastros em volta, tudo enfeitado com bandeiras e balĂľes de papel. Ao centro, geralmente num pequeno estrado ou palanque, ficavam os tocadores e em volta dançava a rapaziada; mas havia tambĂŠm as fogueiras com pavilhĂľes, devidamente construĂ­dos e ornamentados, onde se exibiam ranchos previamente ensaiados, com mĂşsicas e letras feitas de propĂłsito para a ocasiĂŁo. Esta moda, que consagrou um estilo musical cujos primĂłrdios se podem detectar por meados do sĂŠculo passa-

do, teve começo no Påtio da Inquisição, espalhando-se a outros largos da cidade. Cantavam marchas, fados, baladas e cançþes, de autoria de poetas e músicos de Coimbra, sendo o principal e mais fecundo compositor JosÊ Eliseu. Daqui nasceu a onda de ranchos populares em estilo de revista, que se espalhou a outras terras do país. $ de Abril os ranchos começavam a preparar, atravÊs de ensaios, as fogueiras do S. João, S. Pedro e Santo António. Nelas participavam os estudantes e futricas, uma das poucas noites do ano em que se juntavam duas classes sociais por norma estanques durante o dia a dia. Em princípios do sÊc. XX, aconteceu uma das mais interessantes manifestaçþes urbanas da realização de fogueiras, atravÊs da competição entre

ranchos ensaiados (sendo grande a rivalidade entre os ranchos do Romal e da Rua dos Esteireiros). A realização das fogueiras seria interrompida por razþes políticas, sociais e culturais (dÊcadas de 40/50) sendo revivificadas em finais da dÊcada de 70 do sÊc. XX, pela acção do Grupo Folclórico de Coimbra; realizando em 1987, as fogueiras no Largo da SÊ Nova, que depois se estenderam a vårios locais da cidade, com outros grupos a associarem-se à recuperação da tradição. Outros locais de realização das fogueiras, pelo início do sÊc. XX, eram a Rua Direita, Montarroio, Rua João Cabreira, Rua Ocidental de Montarroio, Terreiro da Erva, Figueirinhas, Bairro Fora de Portas, Largo do Poço, Praça 8 de Maio, Påtio da Inquisição,

Rua dos Oleiros, Terreiro do Marmeleiro, Rua da Sofia, Arnado. As fogueiras que os estudantes faziam arder na Alta (Castelo ou Couraça de Lisboa) atraĂ­am de forma especial as tricanas, que vinham cantar, dançar e‌ namorar, ao som das guitarras, violas e cavaquinhos.  das nossas letras e cultura, conheceram as fogueiras e as tricanas, tanto no traje " $* @ } Ă“ fogueiras, Ăł cantigas Saudades, recordaçþes! Bailai, bailai, raparigas, Batei, batei, coraçþes! (AntĂłnio Nobre) Nas Fogueiras do Romal E PĂĄtio da Inquisição Ganhei a noite a dançar ‌Mas queimei o coração

DOÇARIA

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Doces de Coimbra: arrufadas (Ă esquerda), manjar branco (ao centro), barrigas de freira e pastĂŠis de Santa Clara (Ă direita)

As arrufadas eram um doce conventual, comprido e recurvado, que foi rebatizado com o nome

de Arrufadas de Coimbra, adotando a partir de entĂŁo a forma arredondada actual. Noutros tempos,

as vendedoras percorriam a cidade lançando o pregĂŁo Arru‌fa‌das‌de‌ Coiiiimbra, audĂ­vel na gare

do caminho-de-ferro ou nas ruas mais movimentadas. O pastel de Santa Cla-

ra tem origem no convento do mesmo nome que remonta ao sÊc. XIII. A tradição dos doces con-

ventuais fez com que em tempos difíceis, em meados do sÊc. XIX, as freiras vendessem a estudantes da Universidade, os seus doces, que em pouco tempo se tornaram muito populares e desejados, ado Z } meia-lua, estrela, coração. As freiras do Mosteiro ~ famosas pelas gulodices que ali preparavam, entre as quais sobressaía o manjar-branco, composto de peito de galinha com leite, farinha de arroz e ågua ] no forno sobre tigelas ou discos de barro vermelho. O poeta Nicolau Tolenti } No fresco pateo de Cellas Pedindo com genio franco Doces, gratuitas tijellas Do famoso manjar-branco


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LOUÇA DE COIMBRA Coimbra possui tradição antiga, no fabrico e comercialização de louça, e terĂĄ sido dos mais antigos centros oleiros portugueses: Em 1145 jĂĄ a olaria postura desse ano estabeleceu algumas normas para o sector, sob a epĂ­grafe de tendariis. Outra notĂ­cia antiga ĂŠ a da compra pelo Mosteiro de Santa Cruz, em 1203, de uma tenda de louça com dois fornos, a Pedro Soares. A partir do sĂŠc. XV abundam as referĂŞncias documentais Ă cerâmica coimbrĂŁ. No sĂŠc. XVI ĂŠ introduzida a faiança, que numa primeira fase levou Ă preferĂŞncia pelos gĂŠneros importados. Esta arte de-

senvolver-se-å nos sÊculos XVII e XVIII, em especial no tempo do Marquês de Pombal, recuperando prestigio pela acção de Domingos Vandelli. Reparando na excelente qualidade dos barros da região, abriu uma fåbrica no Rossio de Santa Clara, em 1784, que produzia faiança e objectos em grÊs num volume de produção só compråvel à fåbrica do Rato, em Lisboa. Produzia-se então, uma faiança decorada de castanhos, azuis esbatidos e roxos desbotados, que era exportada para outras terras. Em 1814, Coimbra possuía 14 fåbricas de louça, sendo as principais de Manuel Caetano de Moura, JosÊ Fortunato de Almeida e

Manuel JosĂŠ de Abreu. Posteriormente, com Manuel da Costa Brioso, criou-se um estilo prĂłprio: as peças eram decoradas com ramalhetes, grinaldas e concheados, nos quais sobressaiam os tons de azul e roxo, contrastando com os tons verdes e amarelo-torrado. Em 1886 existiam 11 fĂĄbricas de cerâmica, empregando _‹ 34 aprendizes, 41 oficiais de roda, 6 aprendizes, 15 amassadores, e 50 operĂĄrios auxiliares. Actualmente, sĂŁo poucas as empresas artesanais que se dedicam ao fabrico da faiança vidrada, no estilo seiscentista e setecentista. As principais caracterĂ­sticas sĂŁo: a textura da pasta, ma-

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Faiança artística de Coimbra (colecção Costa Brites e JosÊ Machado Lopes)

cia e regular, e as pinturas manuais, nas cores azulcobalto, roxo, castanho, verde e amarelo. As peças

mais típicas são os Tobias, as canecas de peixe, as jarras de leque e de dedos, os pratos de morrão¸ travessas, talhas,

potes e boiþes. Muito apreciada no estrangeiro, grande parte da produção Ê absorvida pela exportação.

FIGURAS IMORTAIS DE COIMBRA Rainha Santa Isabel, Padroeira de Coimbra S. Teotónio, os Santos Mårtires de Marrocos e a Rainha Santa Isabel foram proclamados padroeiros de Coimbra pela Câmara Municipal a 24/2/1755. ~ ? ? ia o culto à Rainha Santa em detrimento dos outros padroeiros. D. Isabel de Aragão nasceu em Saragoça, provavelmente, no ano de 1270. Filha do rei aragonês, D. Pedro III e de D. Constança da Sicília. Casou em Barcelona por procuração, com o rei português, D. Dinis em 1281, tendo-se celebrado os esponsais em Trancoso. Chegou a Coimbra na tarde de 15/10/1282. De sólida formação intelectual e espiritual, combateu os males so } assistência, prostituição e educação. Protegeu mosteiros, hospitais e igrejas. Mas, a sua grande atenção centrou-se na fundação do Mosteiro de Santa Clara a Velha em Coimbra. A faceta mais realçada pelos estudiosos da sua obra Ê, precisamente, o empenho que colocava na resolução de questþes de Estado: durante a crise com Castela, no final do sÊculo XIII, que resultaria no Tratado de Alcanices (1297), deslocouse vårias vezes à fronteira, para acompanhar de perto a resolução do conflito; tambÊm nos inúmeros pro-

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Milagre das Rosas

blemas entre pai e filho, como por exemplo no ano de 1321, quando Coimbra foi tomada pelo infante e D. Dinis cerca a cidade, a rainha volta a intervir, conseguindo trÊguas entre. Falecido D. Dinis em 1325, D. Isabel então com 55 anos, tomou o håbito da Ordem de Santa Clara. A sua morte seria apressada com a notícia da guerra entre o filho, Afonso IV e o neto, Afonso XI de Castela. Ao saber do � talha de Badajoz, D. Isabel, então com 66 anos, pôs-se a caminho mas, o seu corpo, debilitado pela idade, seria atraiçoado pela doença, contraindo o carbúnculo

ou tuberculose ganglionar. Na quinta-feira 4/7/1336 falecia em Estremoz, na sala do castelo da vila. O cortejo fúnebre chegou a Coimbra no dia 11 de Julho, após percurso de 7 dias de viagem, durante o qual se diz que seu corpo, em vez de entrar em decomposição, manteve-se intacto exalando aroma de " Pouco tempo depois da morte, terå começado o culto de forma espontânea, impulsionado pelos milagres que ocorriam na capela sepulcral. O culto religioso apenas foi reconhecido em 1516, oficialmente, pelo Papa Leão X, com o título de beata, mas restrito à Dio-

cese de Coimbra. Em 1556, por força da devoção, seria ampliado a todo o paĂ­s, por Paulo IV. O Bispo D. Afonso de Castelo Branco implementaria o processo de canonização, para o que muito contribuiu a abertura do tĂşmulo real em 1612 e assim verificado que o corpo estava incorrupto. A canonização solene teve lugar no ano do jubileu de 1625, sendo pontĂ­fice ` &''' * @ indicou a toda a igreja o dia 4 de Julho para a realização da sua festa. De entre os milagres que lhe sĂŁo atribuĂ­dos, o mais conhecido ĂŠ, sem dĂşvida alguma, o Milagre das Rosas. Segundo a tradição, numa manhĂŁ de Inverno e levando a Rainha entre as dobras do seu manto moedas de prata para socorrer os pobres, surgiu-lhe seu marido. D. Dinis, que reprovava tais actos, perguntou-lhe o que levava no W " $ * se desgostasse respondeu: - SĂŁo rosas Senhor!. ˆ ˆ" ˆ insistiu: - Rosas em Janeiro?! Mostrai-mas‌ A rainha, abriu o regaço, do qual se desprenderam, nĂŁo o pĂŁo, mas viçosas rosas! A festividade em sua honra ganharia dimensĂŁo de principal romaria da regiĂŁo centro.

D. InĂŞs de Castro: da morte trĂĄgica do mito

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InĂŞs de Castro e D. Pedro (O romance proĂ­bido)

InĂŞs Pires de Castro era de origem galega e, dizem os escritos, detentora de rara beleza. Veio para Portugal, integrando o sĂŠquito de D. Constança, noiva de D. Pedro, no ano de 1340. A paixĂŁo do infante pela dama cedo incendiou a corte, perante um amor considerado impossĂ­vel: D. Pedro havia casado, D. InĂŞs era prima e madrinha de D. ˜ ¢ < 1348-49, D. Constança faleceu e D. Pedro passa a viver de forma clandestina com InĂŞs de Castro, condição indigna e imoral de um futuro rei. A intriga politica, minaria o relacionamento: receava-se que os filhos que nascidos desta uniĂŁo pudessem retirar o trono ao legĂ­timo herdeiro, D. Fernando. Perante um cenĂĄrio tĂŁo adverso existe a possibilidade de Pedro e InĂŞs se terem casado em Canta-

nhede, a 15/6/1360. Com ou sem matrimónio, clandestino ou público, a verdade Ê que Coimbra seria o palco deste romance, vivido na Quinta das Lågrimas, cujas matas serviram de cenårio ao romance proibido. A relação teve um preço alto a pagar: o pai de D. Pedro (D. Afonso IV) ordenaria, a conselho de Diogo Lopes Pacheco, Pêro Coelho e à lvaro Gonçalves, a degolação de Inês de Castro, que se concretiza a 7/1/1355, no Paço da Rainha Santa Isabel, em Coimbra. D. Pedro, quando rei, castigarå dois dos executores em 1357 de forma cruel: a um retira o coração pelas costas e a outro pelo peito. O corpo de D. Inês seria sepultado em Coimbra e, seis anos mais tarde, transladado para a Igreja Abacial de Alcobaça.


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Tabernas de Coimbra

Ă“ tabernas portuguesas quieto lugar onde me sento a olhar o outro lado do mundo.

PAULINO MOTA TAVARES

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Apontamento musical na Taberna do Costa, no âmbito da iniciativa Rota das Tabernas de Coimbra

vez, em nome do povo, Viva a Liberdade, Viva a RepĂşblica, em 26 de Agosto de 1849, ou seja, mais de sessenta anos antes de 1910. Lembraremos, igualmente, o grande estilista Fialho d’Almeida, autor de “Os Gatosâ€?, %&&'*'+ categoricamente que “hĂĄ vinte dias que o paiz nĂŁo faz senĂŁo gritar: viva a repĂşblicaâ€?. Um pouco mais adiante, / 5 propaga-se... Repetem-no em Coimbra tres mil boccas frementes d’academicos...â€?. Ficaremos, assim, a ajuizar o papel tĂŁo relevante de Coimbra na tĂŁo expressiva e

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Taberna

PĂ´r o pĂŠ em ramo verde passaram homens tĂŁo geniais como Gonçalves Crespo, Desde a Antiguidade ClĂĄs- Guerra Junqueiro, Antero de sica que a Taberna ocupa um Quental, Bernardino Machalugar estratĂŠgico no espaço do, Cândido de Figueiredo, urbano contribuindo, eficaz- Camilo, JoĂŁo Penha e outros mente, para a socialização muitos diplomatas, cĂłnegos, dos povos e tambĂŠm para o jornalistas, banqueiros. desenvolvimento cultural, a crĂ­Mas nĂŁo podemos esquetica ao poder, o canto, o jogo, a cer, agora mesmo, a actividade cozinha mais desembaraçada dos estudantes da Univere imaginativa. sidade, cuja actuação ficou Em Portugal, abundavam registada no Copiador da 1.ÂŞ as Tabernas mais ou menos Repartição, em Coimbra, onde, veladas, com o seu ramo verde curiosamente, podemos ler hasteado, entregues aos san- esta declaração sobre o acon # $ tecimento em que teria sido apoio da casa da corda; outras “alterado o sossego publicoâ€? vezes, turbulentas, com im- na tarde de 23 de Abril de 1848. propĂŠrios, juras e pragas, sem Refere o manuscrito que, faltar o empurrĂŁo, a sarrafusca a partir de vĂĄrias palavras e a paulada. lançadas contra a monarquia Dentro e fora, ou no lar- e depois dos “morrasâ€? aos guinho mais prĂłximo, nascia amantes da Rainha “nao hove o fado batido ou ecoava a voz seguimento na dezordem amarga do cego papelista, da antes pelo contrario terminou mulher e do moço que gemiam com a despressĂŁo dos grupo, versos trĂĄgicos, inacreditĂĄveis, compostos pela maior parte surpreendentes. de Estudantes que ali tinhĂŁo Em Coimbra, as Tabernas aparecidoâ€? para, em coro, mantiveram-se, durante muitos apoiarem a mesma RepĂşblica. anos, ligadas Ă s letras e Ă Por outro lado, foi nas poesia, Ă s ideias, Ă mĂşsica, Tabernas de Coimbra que ao Fado portuguĂŞs. Por elas se ouviu gritar, pela primeira

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corajosa defesa da liberdade e do poder político e nacional. Mas desejamos recordar a Alta da cidade e a importante colaboração dos Salatinas que emprestaram, tambÊm eles, ao fado, a melhor das suas vontade e o mais rigoroso dos seus talentos. No espaço da rua e das tabernas da Alta soavam variados recortes musicais a iluminarem as noites mais atractivas ou pungentes da mesma Alta e seus moradores. 7 < < alegremente, ponhamos o pÊ em ramo verde. Em louvor da Cultura da Taberna portuguesa.

Ă“ bancos corridos e mesas de pinho brando onde a solidĂŁo me inquieta e o mais profundo dos sonhos me acompanha e me protege. Falo e ouço. Aqui tudo se acrescenta e rege por novas leis e condiçþes. Aqui nĂŁo passam os triunfos nem o poder mas a vida e os medos, a incerteza, as ambiçþes e os segredos que animam os ventos e a obscura estreita margem do mais transitĂłrio dos dias. Sobre os balcĂľes repousam os vinhos licores e agonias marcas de quanto sinto de quanto ĂŠs

e o nosso gesto reduz ou amplia por entre rosas e palavras onde cabem o amor, o ódio a cinza, o fogo e a matriz de todas as raivas angústias ou mandamentos desprezados. Bebo por fracassos, riscos e vitórias. Lanço, em cada hora, os mesmos dados agonizo e ressuscito por entre pesadelos e glórias. Quero que por anjo e por demónio me aceitem e me tomem porque ao beber sou da terra e do universo um verdadeiro deus um verdadeiro homem. Paulino Mota Tavares

Iniciativa do MunicĂ­pio

Rota aposta na revitalização das tabernas de Coimbra Hå cerca de três anos, a Câmara Municipal de Coimbra lançou um projecto com o objectivo de recuperar a autenticidade das duas dezenas de tabernas que ainda existiam na cidade, reabilitando e revitalizando estes testemunhos da matriz coimbrã. Evocando a importância destes espaços gregårios, outrora locais privilegiados onde a música, a literatura, a política e as tertúlias eram acompanhadas pelo petisco, pelo vinho e pelo traçadinho, a rota das Tabernas foi apresentada à cidade com uma tarde

animada, na afamada casa que, ainda hoje, persiste no largo do Romal, em plena “Baixaâ€? conimbricense. Inicialmente feito o levantamento dos estabelecimentos existentes, constatou-se que das cerca de 130 tabernas que chegaram a ter porta aberta em Coimbra, apenas restavam 27. Era a altura para intervir, sob pena de, um dia, ser demasiado tarde. Em conjunto com os proprietĂĄrios, o MunicĂ­pio – atravĂŠs do Departamento de Cultura – deu inĂ­cio a um plano de revitalização,

preservação e valorização, envolvendo e sensibilizando quer a sociedade civil quer os próprios taberneiros. Ao longo de três anos, em colaboração com a Liga dos Amigos das Tabernas Antigas (LATA) e contando com a adesão dos proprietårios dos estabelecimentos, o projecto evoluiu para mais do que um simples guia turístico e cultural baseado num roteiro de tabernas. De tempos a tempos, a Câmara promove a visita a determinada zona da cidade, divulgando a sua toponímia,

os monumentos e motivos de interesse, com a tarde a terminar em ambiente de boa disposição, numa taberna do local, cuja história Ê divulgada. Assim tem sido, de forma muito participada, devolvendo às tabernas que resistem a dignidade e, ao mesmo tempo, um interesse que hå muito não se via. Entre acordeþes e fados à desgarradas, as tabernas de ~ mesa e bancos corridos onde todos são bem vindos, o vinho recomenda-se e o petisco ajuda a recuperar forças para mais uma jornada.

Em Santo AntĂłnio dos Olivais

“A Grutaâ€? junta-se ao roteiro “PatrimĂłnio Mundial – PatrimĂłnio Localâ€?, tema a que foi dedicado, este ano, o Dia Internacional dos Monumentos e SĂ­tios, foi pretexto para uma visita ao mais recente membro chegado ao roteiro das tabernas de Coimbra. “A Grutaâ€?, casa de bom petisco e com vinho a preceito, na freguesia de Santo AntĂłnio dos Olivais, em Coimbra, juntou-se, desde ontem, Ă â€œRota das Tabernasâ€?. Para alĂŠm de uma visita guiada a monumentos e locais emblemĂĄticos daquela zona, os participantes nesta iniciativa terminaram a tarde com uma “buchaâ€? na taberna, como habitualmente. A inclusĂŁo de outros estabelecimentos localizados fora da “Altaâ€? e da “Baixaâ€? da cidade ĂŠ uma nova fase do projecto “Rota das Tabernasâ€? que, espera-se, venha a crescer e integrar tabernas do resto do concelho.

Deseja ao “CampeĂŁo das ProvĂ­nciasâ€? e a toda a sua equipa os ParabĂŠns por mais um ano!

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Junta de Freguesia de S Martinho de Ă rvore

Deseja ao “ CampeĂŁo das ProvĂ­nciasâ€? os parabĂŠns! Convida a população a visitar a praia fluvial por altura do Festival Mun’Danças - Festival danças no Mondego de 24 a 29 de Julho

31186

Largo do Areal - 3305-031 Benfeita Telef.: 235 741 903 - Fax: 235 741 111 E-mail: fregbenfeita@sapo.pt

O executivo da Freguesia deseja ParabĂŠns ao “CampeĂŁo das ProvĂ­nciasâ€? pelo seu 12.Âş aniversĂĄrio

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ParabĂŠns ao “CampeĂŁo das ProvĂ­ncias

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Congratula o “CampeĂŁo das ProvĂ­nciasâ€? pelo seu aniversĂĄrio

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Ponto de encontro estudantil continua a ser a praça da República

Noite de convívio e copos Ê à quinta A juventude estudantil de Coimbra, na sua maioria a que frequenta o ensino superior, criou o håbito de se juntar, essencialmente, na noite das quintas-feiras, tendo como lugar central de encontro a zona da praça da República e daí irradiando para bares e discotecas. Talvez porque muitos partem para casa na sexta-feira, aproveitando

? ? + 6 da vÊspera, com milhares de estudantes da Universidade e das escolas do PolitÊcnico a povoarem o núcleo central de Coimbra, a que começaram tambÊm ] ? + 6 grupos mais jovens, das escolas secundårias. A tendência, certamente motivada pelos efeitos da crise, passou a ser o jantar nas residências, em vez de refeiçþes colectivas em restaurantes, ou nas cantinas, * sião da recepção ao caloiro e da Queima das Fitas. Nota-se, igualmente,

deambularem em grupo pela cidade com garrafas na mĂŁo, aparentemente de um refrigerante, mas contendo vodka ou outras bebidas brancas. Muitos sĂŁo menores de 18 anos, os quais tĂŞm acesso a bebidas alcoĂłlicas baratas nos supermercados, ou pela noite fora nas estaçþes de serviço, o que cada vez mais preocupa quem estĂĄ particularmente atento (31) Os preços “low costâ€? fazem com que mais Ă s questĂľes de saĂşde. jovens tenham acesso a bebidas alcoĂłlicas Com milhares de jovens que a saĂ­da de casa faz-se chegando a vender um nas ruas da cidade, a noite cada vez mais tarde, para + 6 acaba tambĂŠm por atrair um encontro nos cafĂŠs, cinco euros. outros, vindos de conceTambĂŠm os inĂşmeros lhos das redondezas, como seguindo-se, jĂĄ depois da meia-noite, uma ida aos bares ao longo da avenida Mealhada, Condeixa, LouinĂşmeros bares, muitas ve- de SĂĄ da Bandeira tĂŞm Ă sĂŁ, Montemor, Miranda, zes atĂŠ Ă s 04h00 da madru- disposição uma sĂŠrie de mas com Coimbra a nĂŁo gada, e sĂł depois uma ida bebidas, para todas as pos- ter força suficiente para Ă s discotecas, que encerram sibilidades econĂłmicas, atrair muitos estudantes de com o raiar do dia (06h00). chegando a encontrar-se Aveiro, ou de outros pĂłlos Os estabelecimentos + 6 W ¢ universitĂĄrios. adaptaram-se Ă redução Depois da saĂ­da das de euros na carteira dos Moda do “botelhĂŁoâ€? discotecas, apĂłs as 06h00 estudantes e existe uma da manhĂŁ, continuam a grande variedade de oferta, A noite de Coimbra nĂŁo nĂŁo faltar as padarias e pasa preços mais reduzidos. Z | + 6 telarias jĂĄ abertas, com os Por exemplo, na zona da (consumo de bebidas na jovens a fazem romarias Ă SĂŠ Velha as casas estĂŁo a rua) e tornou-se muito zona da Conchada, Olivais, W + ÂĽ 6 vulgar encontrar jovens a { | +Â? @ 6"

FONTES E BIBLIOGRAFIA ALARCĂƒO, Jorge de AlarcĂŁo – A montagem do cenĂĄrio urbano, Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2008 BORGES, Nelson Correia – Coimbra e RegiĂŁo, Editorial Presença, Novos Guias de Portugal, NÂş 6, 1ÂŞ edição, Lisboa, 1987, 257 Pp. CORREIA, AntĂłnio - ÂŤToponĂ­mia CoimbrĂŁÂť In Arquivo CoimbrĂŁo, Vol. VIII, Boletim da Biblioteca Municipal, Coimbra, 1945, P. 32 FIGUEIREDO, A. C. Borges de – Coimbra antiga e moderna, 1886, Ed. Facsimilada, Almedina, Coimbra, 1996, 387 Pp. GOMES, Paulino (Coord.) – Coimbra – Futuro com HistĂłria‌HĂŠstia Editores, 2003, Pp. 175 LOUREIRO, JosĂŠ Pinto – Coimbra no Passado, Vol. II, CMC, 1964, 378 Pp. NUNES, MĂĄrio; COSTA, AntĂłnio Leite (Coords.), NOGUEIRA, Isabel; MAGALHĂƒES, Raquel Romero (Textos) – Coimbra:

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FICHA TÉCNICA TEXTOS Redacção do “CampeĂŁo das ProvĂ­nciasâ€? e JoĂŁo Pinho (investigador - coordenador) PUBLICIDADE Departamento Comercial do “CampeĂŁo das ProvĂ­nciasâ€?

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QUINTA-FEIRA

DE ABRIL DE 2012 CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

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