“Campeão das Províncias” - 6/4/2023

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DIRECTOR LINO VINHAL www.campeaoprovincias.pt | telef. 239 497 750 | e-mail: campeaojornal@gmail.com QUINTA-FEIRA, 6 DE ABRIL 2023 | N.º 740 | ANO 2 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 17:00 / 18:00 HORAS EDIÇÃO DIGITAL FICHA TÉCNICA: EQUIPA DO CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS Lino Vinhal, Luís Santos, Joana Alvim, Luís Carlos Melo e Cristiana Dias PAGINAÇÃO Grupo Media Centro De 2.ª a 6.ª-Feira, às 17:00 horas vá a na barra lateral encontra “Campeão Digital”. CLIQUE E LEIA! Pode também encontrar o link de ligação no Facebook do Campeão em www.campeaoprovincias.pt www.facebook.com/campeaodasprovincias 24 PÁGINAS (CHAMADA PARA A REDE FIXA NACIONAL) MEALHADA, MORTÁGUA E PENACOVA CRIAM MARCA

MEALHADA, MORTÁGUA E PENACOVA

Três concelhos vizinhos dinamizam oferta turística comum

Os Municípios vizinhos da Mealhada, Mortágua e Penacova vão criar a marca

“Mondego- Bussaco” com o objectivo de promover e dinamizar a oferta turística dos três concelhos.

A criação da marca, assente na comunicação e dinamização de acções estruturadas e dirigidas a segmentos-alvo, procurará aumentar o interesse e procura turística do território.

Na base do projecto está o desenvolvimento de uma marca que identifique este território como destino turístico, bem como a valorização de alguns dos seus produtos, com enfoque no turismo-natureza ou aventura, na gastronomia e no património. Neste território alargado dos três municípios sobressaem o Palace Hotel do Bussaco, o Mosteiro de Lorvão, o Mosteiro de Santa Cruz, o Museu Militar e os trilhos das Invasões Francesas, o Museu Vitorino Nemésio e os núcleos de moinhos de vento.

“A ligação entre estes três municípios é óbvia. Desde logo, por estarmos na zona de influência da serra do Bussaco. Há um património natural e histórico de grande relevância que é preciso potenciar e este projeto vai ao encontro desse objetivo”, sublinha António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada.

De acordo com o protocolo de parceria assinado pelos três Municípios, o projecto inclui a criação de um plano de comunicação, o desenvolvimento das acções que integram esta operação de dinamização cultural e turística e, numa fase posterior, sua a consolidação, com capacidade para ser utilizada enquanto ativo de promoção territorial.

Ricardo Pardal, presidente da Câmara de Mortágua, justifica que este projecto, a três, pretende “estruturar toda esta oferta e formatá-la enquanto produto turístico. “Somos um território riquíssimo, com uma oferta muito diversifi-

cada. Basta olhar à nossa volta e ver, por exemplo, o potencial das albufeiras das barragens e o conjunto de actividades ao ar livre que permitem desenvolver, desde os desportos náuticos, às caminhadas, passando pelas praias fluviais, salienta o autarca.

À riqueza patrimonial e natural junta-se ainda a diversidade da gastronomia, do leitão e vinhos da Bairrada à lampantana, do arroz de lampreia à doçaria conventual.

“A única forma de podermos afirmar esta região enquanto destino turístico é deste modo, unindo esforços e trabalhando em parcerias. O turismo tem sido um motor da economia nacional e as estatísticas provam que há cada vez maior procura e curiosidade pelas regiões do interior. Temos que estruturar o nosso produto e darmos a conhecer um território que merece ser descoberto”, adianta Álvaro Coimbra, presidente da Câmara de Penacova.

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Entrevista a José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra

“É estranho que a ministra da Justiça não receba o presidente da Câmara da sua própria cidade para discutir questões judiciais em Coimbra”constata José Manuel Silva em entrevista à Rádio Regional do Centro e ao “Campeão”, onde dá a conhecer o que fez neste quase ano e meio de mandato e perspectiva o caminho ainda a percorrer. O presidente da Câmara considera

Ser dador de medula óssea não dói e pode salvar vidas

A pretexto do Dia Mundial da Saúde, que se assinala amanhã, o “Campeão” falou com a doutora Catarina Geraldes, directora do serviço de Hematologia Clínica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e coordenadora da Unidade de Transplante Hematopoiéticos, sobre quem pode ser dador de medula óssea e como decorre o transplante. PÁGINA 8

que “não é de bom tom” Catarina Sarmento e Castro, Professora da Faculdade de Direito de Coimbra que é a ministra da Justiça, não tenha respondido a dois pedidos de audiência, numa cidade onde se gasta mensalmente quase um milhão de euros em rendas para instâncias judiciais e não se constrói o Palácio da Justiça.

PÁGINAS 6 E 7

Arquitecto Vítor Murtinho defende mais prédios altos em Coimbra

Evitar a dispersão de Coimbra, aumentando a capacidade construtiva dos terrenos para ter prédios mais altos, é o que defende o arquitecto Vítor Murtinho, o qual duvida que o MetroBus acabe com os estrangulamentos de trânsito na cidade. PÁGINA 3

3 QUINTA-FEIRA, 6 DE ABRIL 2023 »» DIGITAL »» DIGITA L »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf PUBLICIDADE DIRECTOR LINO
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REPORTAGEM 2 6 DE ABRIL DE 2023

UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO

LUÍS SANTOS

Estar sentado a uma mesa, em Coimbra, com vista sobre o Mondego e a cidade, e percorrer o mundo, sem ‘jet lag’, ‘chek-in’, ou passaporte, é uma experiência possível através do mundo dos sabores.

O desafio de percorrer a Ásia, a Oceania, África, a Europa e a Amércia do Norte, sem sair do mesmo sítio, foi aceite pelo “Campeão” e revelou-se uma saborosa surpresa através dos sentidos.

A ideia partiu dos próprios alunos do 3.º ano de cozinha da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra (EHTC) e foi concretizada recentemente com nota positiva, no âmbito da “semana aberta”, proporcionando

uma viagem sedentária por um menu internacional.

Os 22 futuros profissionais de cozinha, que no próximo ano lectivo já podem ir para o mercado de trabalho, criaram um menu de cinco pratos que desse a volta ao mundo por cinco continentes. Estiveram divididos em secções, com cada uma a representar um continente, elaborando, preparando e confeccionando o respectivo prato.

Os comensais, onde se inclui o director da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, José Luís Marques, começaram por apreciar o conhecido “sushi”, representando a Ásia e que nos remete para o Japão, prosseguindo para a Oceania com um “Aussie meat piea”, uma torta de

massa folhada com carne moída, muito suculenta, húmida e saborosa, característica da Nova Zelândia e da Austrália.

A viagem ainda não estava a meio quando chegou a vez de África, com um prato de “Caril de camarão à moda de Moçambique”, que se caracteriza por ser menos picante que os parentes indianos. O regresso à Europa fez-se com um

“Risotto de cogumelos e porqueta”, que fez lembrar a Itália, e a despedida com uma sobremesa americana: brownie, donuts, gelado de manteiga de amendoim e molho de tapioca.

Os chefes Luís Gomes e Nuno Porfírio, formadores de cozinha, explicam que esta é a vertente internacional da parte final do curso, seguindo-se a criatividade e a demonstração do que os alunos aprenderam na EHTC ao longo dos três anos. Isto depois de terem aprendido as bases de cozinha no primeiro ano e praticado a cozinha tradicional no 2.º ano.

Dois em um

“Quando daqui saem ficam com conhecimentos e potencial para trabalharem em qualquer lado”, dizem-nos os formadores, adiantando que estão tecnicamente aptos para uma cozinha, uns mais à vontade, outros ainda a precisarem de mais experiência. Contam, a propósito, que “há muitos que no início não têm vocação para a cozinha e ao longo do curso acabam por ter gosto e ficam com uma motivação que nem os próprios estavam à espera”.

E há sempre um ou outro, em cada curso, que se destaca, devido aos estágios que teve, à pesquisa que faz. Estes exercício práticos na EHTC são “dois em um”, pois esta refeição possibilitou também a intervenção de uma turma do set de gestão, restauração e bebidas, do segundo semestre, com os alunos orientados por Mário Sá, formador de restaurante. Conforme explicou, o serviço foi à americana, para ser mais rápido dado haver cinco degustações e tudo vinha já empratado.

A aposta para acompanhar os pratos recaiu nos vinhos portugueses, com três ofertas: um vinho branco da região do Dão; um rosé Conde de Cantanhede, da Bairrada; e um tinto do Douro. A água servida, proveniente da Águas de Coimbra, foi filtrada, e o café era de uma conhecida marca nacional.

A América do Norte deu vida à sobremesa com brownie, donuts, gelado de manteiga de amendoim e molho de tapioca Os chefs Nuno Porfírio e Luís Gomes orientaram os alunos na cozinha e Mário Sá no restaurante

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CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS
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O sushi japonês representou a Ásia A Oceania esteve presente com o “Aussie meat piea” De África serviu-se o “Caril de camarão à moda de Moçambique” “Risotto de cogumelos e porqueta” foi o sabor italiano da Europa
“Quando daqui saem ficam com conhecimentos e potencial para trabalharem em qualquer lado”, dizem-nos os formadores

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS 6 DE ABRIL DE 2023

ARQUITECTO VÍTOR MURTINHO EXPÕE A SUA VISÃO PARA A CIDADE

LUÍS SANTOS

“Uma cidade como Coimbra tem baixas capacidades construtivas nos terrenos e isso obriga a que em vez de termos concentração temos dispersão”, aponta Vítor Murtinho, Professor catedrático do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra (UC), defendendo a construção em altura.

A propósito de uma conversa sobre habitação, tema que está na actualidade, o arquitecto que já foi vice-Reitor da UC durante dois mandato (2012-2019) foi o convidado do programa semanal da Rádio Regional do Centro (96.2 FM), à segunda-feira de manhã, com Luís Santarino.

Para o arquitecto Vítor Murtinho, “as cidades mais desenvolvidas vivem e convivem com a construção em altura, enquanto Coimbra não vive bem com essa realidade e isso vai-nos manter sempre numa lógica muito provinciana e muito pouco cosmopolita”.

“Devíamos estar a discutir construções de 12 a 15 andares, escolhendo bem as zonas onde isso pode acontecer. Um edifício de 15 andares que tenha quatro apartamentos, naquele bloco fica com 60 unidades. Se andarmos a construir três andares precisamos de cinco

vezes mais aquela aquela área para termos o mesmo número de apartamentos. Isto é desastroso para uma cidade”, defende. Dando como bom exemplo a Solum, que tem alguma construção em altura, com espaço envolvente, zonas comerciais e um conjunto de vivências que as pessoas podem fazer a pé”, Vítor Murtinho não defende que se “vá espraiando a cidade, construindo junto às ditas estradas nacionais, ou regionais, que não estãs minimante infraestruturadas e sem passeios”.

“É uma cidade que na sua expansão se vai degradando e Coimbra, felizmente, ainda tem muitos espaços livres em zonas centrais, pelo que ainda estava a tempo de densificar e trazer muito mais gente para dentro da cidade, não estando dependente dos dormitórios, dos concelhos limítrofes, dessa angústia que é fazer não sei quantos quilómetros, perder não sei quantas horas da sua vida”, acrescenta, para defender que “ainda estamos a tempo, haja vontade e visão”.

Pelos transportes

O Professor do Departamento de Arquitectura da UC argumenta, ainda, que “ao densificar-se o espaço urbano ganha-se muito em termos de mobilidade, porque só podemos ter bons

transportes públicos e com regularidade, com cadência breve, se tivermos clientes e estes só existem se houver densidade populacional”.

“Pensando à luz de hoje é quase criminoso fazer uma vivenda dentro da cidade, porque aquele espaço urbano pode ser rentabilizado não para uma família, mas para várias. Há um certo fetiche das pessoas viverem em casas, mas tem custos elevados, com as necessidade de infraestruturas daqueles espaço a tornarem muito caras essas zonas, que podiam ficar libertas para espaços verdes, agricultura, florestas. Em vez disso andamos a espraiar as populações e a impermebializar solos, como se isto não fosse finito” - defendeu.

Os estudantes

Uma característica identitária que o arquitecto Vítor Murtinho realça em Coimbra é de ser uma cidade universitária, porque “cidades com universidades temos várias”. “Quando estamos em Coimbra é fácil ver a comunidade estudantil dispersa pela própria cidade e a Universidade e cidade confundem-se. Em Lisboa, mal saímos do pólo universitário, dilui-se a comunidade estudantil e isso não tem impacto na cidade, enquanto que em Coimbra é interessante ver os estudantes na cidade e é uma das características que

impressiona os turistas que nos visitam”, refere. “A comunidade em torno da Universidade e do Politécnico é expressiva, representando cerca de 20% da população, não se podendo ignorar em termos de impacto de dinamização do comércio, com mais gente a usufruir de cafés e de supermercados. E, em Coimbra, o facto de os pólos universitários estarem dispersos é vantajoso, porque qualquer um dos pólos faz pressão sobre a habitação dessa área, com dispersão e sem haver uma concentração”, considera.

O Metro

Relativamente ao MetroBus, o arquitecto Vítor Murtinho entende “não ser muito compreensivel, em termos abstratos, que as zonas onde há mais necessidades de circulação e onde há mais população, como sejam os dois pólos universitário (Alta e Pólo II), não sejam contemplados pelo sistema de mobilidade”.

“O próprio sistema de Metro não se percebe, parece ter sido feito com os pés”, comenta, admintindo que “pelas condicionantes que irá trazer à circulação na cidade poderemos ter demasiados estrangulamentos”. “Deveríamos ter pensado em percursos subterrâneos, com algum sentido de longevidade, e não esta coisa imediatista, diria pindérica, de fazer uma coisa o mais barata possível. Esta foi a forma mais fácil de não pensar cidade em termos de futuro e Coimbra vai estar condenada a ver agravados os problemas que já tem, em termos de mobilidade”, entende.

A habitação

Sobre o modo como actualmente se fala sobre a habitação, o arquitecto Vítor Murtinho mostra-se surpreendido por “parecer que a questão só agora foi descoberta”. “O que me surpreende é haver um conjunto de sinais que foram sendo dados e os órgãos políticos,

desde quem é Governo até às oposições, mostraram-se absolutamente insensíveis, em termos gerais, e nunca tentaram resolver de base estes problemas”, refere. Para este docente e arquitecto “há demagogia, porque o Estado não quer prescindir da sua receita e esse é o problema central”. Eis um exemplo que transmitiu: “Alguém que aluga um apartamento teve um investimento grande, com muito capital investido. Aluga por determinada quantia, vamos supor 1.000 euros, recebe este montante de quem aluga, mas vai ter de suportar as despesas de condomínio e vai ter de pagar IMI. Desses 1.000 euros que vai receber mete 750 euros ao bolso e vai dar 250 euros a quem não faz nada e tem uma atitude parasitária, que é o imposto. Um quarto do valor da renda é para o Estado e, portanto, onde é que podemos, imediatamente, baixar os preços das rendas? É o Estado baixar os impostos. Porque para quem aluga o que lhe interessa não é o que alguém lhe paga é aquilo que fica no bolso”. Adianta, ainda, que “na aquisição de uma casa, quando temos uma taxa de IVA a 23% sobre os materiais de construção e sobre a mão-de-obra, um quarto do custo final da habitação é imposto para o Estado”. “Temos aqui uma base brutal para mexer e em que é uma única entidade que decide”, conclui.

VEÍCULOS ELÉCTRICOS E QUATRO PAINÉIS FOTOVOLTAICOS COM ORÇAMENTO DE 410 MIL EUROS

CRISTIANA DIAS

ACáritas Diocesana de Coimbra investiu um total de cerca de 410 mil euros em eficiência energética, tendo apresentado, na terça-feira (4), as 14 novas viaturas 100% eléctricas e a instalação de quatro centrais fotovoltaicas.

“São 14 viaturas, 12 são de carga ligeira, que andam pelos 27, 28 mil euros cada, e duas são de transporte de passageiros de nove lugares, com um valor bastante acima dos 25 mil. Todas elas tiveram de ser transformadas para transporte de pessoas

com deficiência e para transporte de refeições, que servem para as nossas equipas se deslocarem às residências dos utentes no Serviço de Apoio Domiciliário”, explicou Manuel Antunes, presidente da instituição.

A aquisição destas 14 viaturas eléctricas contou com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que financiou até ao limite máximo de 25 mil euros cada veículo, num total de cerca de 350 mil euros, tendo a Cáritas de Coimbra suportado o restante valor da aquisição e transformação para as funções especificas a

que se destinam.

Manuel Antunes afirmou que a aposta na aquisição das viaturas visa garantir a melhoria de condições nos serviços essenciais prestados pela Cáritas e que já estava na altura de substituir alguma da sua frota. “Tínhamos já uma frota de cerca de 150 viaturas, algumas das quais já muito antigas. Estas 14 vão substituir outras 14. Tivemos uma renovação de cerca de 10% da frota, com um custo que será apenas 40% do custo real. Tudo o resto foi subsidiado pelo PRR”, disse. No entanto, o presidente da instituição adiantou

que os veículos que irão ser substituídos “provavelmente ainda terão algum valor comercial” o que vão tentar “tirar alguma coisa”.

As 14 viaturas vão distribuídas pelos vários equipamentos da Cáritas Diocesana de Coimbra, localizados por toda a Diocese. Quanto ao investimento nos painéis fotovoltaicos, Manuel Antunes revelou que a Cáritas Diocesana tem já instalada uma central na zona da sua sede de Coimbra, no Centro Rainha Santa Isabel, no Areeiro, com 160 painéis, num investimento que rondou os 60 mil euros.

Esta semana iniciou a instalação de outras quatro centrais fotovoltaicas, cada um com 50 painéis, em quatro lares e centros da instituição, nomeadamente, na Cabreira, no concelho de Góis, em Pombeiro da Beira, Arganil, na Figueira da Foz e ainda

no Centro de Acolhimento Temporário, em Cernache. No total, este investimento ascende aos 240 mil euros, sendo que o da central de Coimbra ficou pelos 60 mil e as quatro agora em instalação pelos 45 mil cada. “Esperamos recuperar este investimento nos próximos três ou quatro anos”, adiantou o responsável.

Segundo Manuel Antunes, a Cáritas Diocesana de Coimbra apoia entre 15 mil a 16 mil pessoas nos 17 concelhos do distrito de Coimbra e em outros nove municípios dos distritos de Leiria, Aveiro, Viseu e Santarém.

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ACTUALIDADE
O arquitecto Vítor Murtinho defende que é preciso trazer mais pessoas para dentro da cidade Cáritas tem 90 Centros dispersos pelo território da Diocese de Coimbra
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CAMPEÃO

PROVÍNCIAS

a s c e n s o r

A SUBIR

LUÍS CELÍNIO – Advogado na Guarda de onde é natural, formou-se em Coimbra onde ao longo dos anos foi tecendo uma malha de relacionamentos vários, muitos deles fortemente consolidados ao longo dos anos pela fina elegância e superior civilidade com que cultiva a amizade. Tem um hobby a que se dedica, alimenta e desenvolve com idêntica dedicação que dispensa à advocacia: o mundo dos automóveis. De marcas de automóveis, desse mundo motorizado complexo, sabe, se não tudo, o suficiente para que seja uma autoridade respeitadíssima na matéria que estuda e acompanha desde muito jovem. Há quase 40 anos (37, exactamente) fundou a partir da Guarda o Clube Escape Livre, dando sequência a um programa de rádio na emissora Rádio Altitude, naquela cidade capital da Serra da Estrela. Clube Escape Livre que tem hoje uma dimensão nacional e estende mesmo algumas da suas realizações para Espanha, tornando-se num parceiro desejado em tudo quanto à promoção das marcas respeite, seguindo um caminho único e muito próprio: juntar amigos, planear um evento de natureza social, turístico e desportivo, temperando-o com a uma conceituada marca do mundo automóvel e, todos juntos, partirem para algures, mostrando e descobrindo belíssimos recônditos onde Portugal se esconde por vezes. Não há concelho da Guarda que o Escape Livre não tenha esventrado para o dar a conhecer ao mundo A partir daqueles inícios da década de 90 do século passado, nunca mais o Escape Livre, pela mão de Luís Celínio e a sua dedicada equipa, deixou esse mundo do automóvel na sua vertente lúdica, turística e promocional. E assim Celínio, desta forma tão única, tão eficaz e tão sua, desenvolve um trabalho que, quem o conhece, só pode reconhecer como excelente. Como dizia o autor, um bom beirão dá um jeitão ao país.

ALMIRANTE SILVA RIBEIRO – O Almirante António Silva Ribeiro terminou recentemente o segundo mandato como Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, funções que desempenhou com reconhecido brio e mérito, em grande parte devidos ao seu perfil de homem muito ponderado, nada dado a ocupar parangonas dos Jornais, como é típico de muitos dos seus pares. Paralelamente à sua carreira militar, desenvolveu também uma vasta carreira académica, como Professor catedrático convidado do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Natural de Pombal e muito ligado a Coimbra (foi aluno do então Liceu José Falcão) vai apresentar dois livros, no seguimento da sua actividade como Académico, a 26 de Abril próximo, na Escola onde é Professor, na sala Monsanto. Um dos livros é em co-autoria com o deputado socialista Sérgio Sousa Pinto e do segundo é autor único. Ambas as obras tratam temas relacionados com questões de estratégia. António Silva Ribeiro recebeu ao longo da sua vida várias louvores e condecorações, muitas nacionais e algumas estrangeiras.

ANTÓNIO SARAIVA – Despede-se, este mês, do seu cargo na Confederação Empresarial de Portugal (CIP). António Saraiva esteve doze anos à frente da maior confederação patronal do país deixando, assim, um legado no que diz respeito ao associativismo empresarial, em Portugal. O seu percurso de vida permitiu que, em 2022, recebesse um doutoramento Honoris Causa, entregue pela Universidade Lusófona de Lisboa. Na altura, o primeiro-ministro, António Costa, saudou esta homenagem e salientou a sua “muita estima” pelo presidente da CIP. António Saraiva deixa, em Abril, esse cargo, tendo endereçado aos empresários uma carta onde afirma que “2023 começou da pior forma” e acusa o Governo de ser “ele próprio, factor de instabilidade e incerteza”.

JOAQUIM PAULO FONSECA – O método RISIMET (RIng for SImultaneous Massage and ElectroTherapy), criado e desenvolvido pelo Fisioterapeuta Joaquim Paulo Fonseca e a que nos referimos em detalhe no Campeão Digital de há dias, foi distinguido pelo programa Call Innov-ID da Portugal Ventures e vai receber 100 mil euros de investimento para acelerar o seu desenvolvimento. Trata-se da consagração da excelência técnica de alguém a quem tantos devem, nomeadamente inúmeros jogadores da sua amada Briosa, que mesmo quando actuam noutras paragens não prescindem do conselho e do acompanhamento do “Quim Paulo”. Quem o conhece melhor destaca sobretudo a sua singular grandeza humana, “o verdadeiro herói”, alguém que só se realiza fazendo o Bem aos outros… sem nada querer em troca, avesso ao reconhecimento público. Um exemplo para todos.

DIOGO RIBEIRO E CAMILA REBELO JÁ A CAMINHO DAS OLIMPÍADAS

Um conimbricense que é nadador do Benfica e uma poiarense do Louzan Natação estiveram em evidência no fim-de-semana ao baterem recordes nacionais e a conseguirem marcas que lhes garantem desde já a presença nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Diogo Ribeiro, que começou a nadar na Fundação Beatriz Santos, em Lordemão, e prosseguiu em outros clubes de Coimbra, está como atleta de um emblema da capital a surpreender tudo e todos, sendo considerado a maior promessa da natação portuguesa e ainda tem apenas 18 anos. No Open de Portugal, disputado na Madeira, Diogo Ribeiro bateu o recorde nacional dos 50 metros livres com 21,87 segundos, superando o anterior máximo fixado por Miguel Nascimento a 30 de Setembro de 2022, qualificando-se para o Mundial de Fukuoka 2023,

VANESSA MAGALHÃES – A professora do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) é a autora da tese de doutoramento que venceu um prémio internacional. A tese é baseada numa investigação em gestão responsável, relacionada com a compreensão do fenómeno das perdas e desperdícios alimentares ao longo das cadeias de abastecimento de produtos frescos. O prémio foi atribuído pela EFMD Global, uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1972, reconhecida internacionalmente como um organismo de acreditação para escolas de negócios, programas de escolas de negócios e universidades corporativas.

RUI COSTA – O professor da Escola Superior Agrária do Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC) integra o grupo de peritos da Rede Internacional de Agências de Garantia de Qualidade no Ensino Superior (International Network of Quality Assurance Agencies in Higher Education - INQAAHE), responsável pela elaboração do Segundo Estudo Global sobre Tendências de Práticas de Garantia da Qualidade Interna e Externa no Ensino Superior.

JOÃO RAMALHO-SANTOS, PEDRO POUSADA E ANTERO ABRUNHOSA – Tomaram posse como directores do Instituto de Investigação Interdisciplinar (IIIUC), do Colégio das Artes (CA) e do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da Universidade de Coimbra (UC), respectivamente. João Ramalho-Santos, vice-Reitor da UC para a Investigação, assume a liderança do IIIUC em substituição da sua antecessora na vice-Reitoria, Cláudia Cavadas. Pedro Pousada rende António Olaio na direcção desta Unidade Orgânica. Antero Abrunhosa foi reconduzido no cargo de director do ICNAS, que ocupa desde 2017. Os directores das Unidades Orgânicas IIIUC, CA e ICNAS são nomeados pelo Reitor.

MC KEVINHO – É o artista confirmado para a Queima das Fitas de Coimbra 2023. O cantor brasileiro vai animar o palco Fórum, na Queima das Fitas de Coimbra 2023, no dia 26 de Maio. O funkeiro é o responsável pelos sucessos “Tumbalatum”, “Olha a Explosão”, “O Grave Bater”, “Encaixa” e “O Bebê”, entre muitos outros. O artista já fez colaborações com artistas como Anitta, Alok, Zé Filipe, Snoop Dog, Dj Khaled, entre outros, e conta com várias digressões pela europa e américa. Kevin Kawan de Azevedo nasceu em Campinas, São Paulo, Brasil, a 15 de Setembro de 1998, e é um dos pioneiros do Funk. Mais conhecido pelo seu nome artístico, Kevinho, o cantor e compositor, aos 14 anos, apostou tudo na carreira musical e mudou-se para São Paulo, metrópole onde conheceu o mundo da música. Depois de alguns anos de participações e convites de outros artistas, Kevinho fechou contrato com o empresário Marcelo Gonçalves.

PEDRO FILIPE RODRIGUES POUSADA – Tomou posse, na passada terça-feira (4), como director do Colégio das Artes, em

o Euro sub-23 e os Jogos Paris 2024. A surpresa foi redobrada ao vencer, também, os 200 costas com 2.09,84 minutos, batendo a anterior melhor marca, que já era sua desde 2022 (2.10,4). Melhores braçadas vieram ainda, com Diogo Ribeiro, o único nadador luso a já ter cumprido a distância de 100 metros abaixo dos 49 segundos, a conseguir nadar abaixo dos 48 segundos, tendo parado o cronómetro nos 47,98 segundos. De Palma de Maiorca, onde decorreu o Open de Espanha, veio a notícia de que Camila Rebelo, do Louzan Natação, estará com Diogo nos Jogos franceses e nas restantes duas competições, após ter vencido os 200 costas com 2.09,84 minutos. A anterior melhor marca, também sua desde 2022, eram 2.10.41 metros. A felicidade, por terras da Lousã, está no máximo.

Coimbra. Pedro Pousada é artista plástico. Concluiu o Curso Superior de Artes Plásticas/Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 1993. Frequentou, em 1995, a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts de Paris, tendo sido aluno do pintor Vladimir Velicovick. É professor auxiliar do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Em 2010 defendeu a sua dissertação de Doutoramento - A Arquitectura na sua ausência - onde explora o tema do objecto de arte para-arquitectónico. É investigador do CES (Centro de Estudos Sociais-Laboratório associado-UC) com produção científica focada na relação entre a cultura artística moderna e contemporânea e o campo disciplinar da Arquitectura.

TERESA ALMEIDA SANTOS – Por decisão do Ministro da Saúde, a Prof.ª Doutora Teresa Almeida Santos foi distinguida com a Medalha de Serviços Distintos do Ministério da Saúde - Grau Ouro, em cerimónia comemorativa do Dia Mundial da Saúde que decorreu na tarde de ontem, em Lisboa, no Auditório do Infarmed. Trata-se de uma distinção para uma profissional muito prestigiada, que é também uma cidadã exemplar. Para além de Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, é Directora do Serviço de Reprodução Humana do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coordenadora do Centro de Preservação da Fertilidade, Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução e Secretária-Geral da Sociedade Europeia de Ginecologia. É também vice-Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Coimbra e faz ainda parte da Direcção da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra.

CATARINA ROSA - A aluna do Colégio Nossa Senhora da Assunção (CNSA), de Anadia, arrecadou o 1.º lugar nas provas do 1.º CEB, na Final do Concurso Intermunicipal de Leitura, representando a Região de Aveiro na Fase Nacional do concurso. Foram ainda alcançados dois terceiros lugares pelas alunas Inês Figueiredo e Teresa Moniz, também do CNSA, respectivamente nas provas dos 2.º e 3.º ciclos.

JOAQUIM SILVA NUNES – Foi nomeado Executive Managing Director da Olympus Medical Products Portugal, uma subsidiária do Grupo Olympus. Enquanto General Manager liderou o processo de construção e mudança para as novas instalações da companhia, inauguradas em Junho de 2022, em Coimbra. Neste novo cargo Joaquim Nunes passa a integrar o Conselho de Administração da empresa e a liderar as decisões estratégicas para o futuro do negócio da Olympus em Portugal.

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QUINTA-FEIRA,
Figuras da Semana DAS
FIGURAS 4 6 DE ABRIL DE 2023

ENTREVISTA 6 6 DE ABRIL DE 2023

PRESIDENTE DA CÂMARA DE COIMBRA REFORÇA COMPROMISSO COM A CRIAÇÃO DE EMPREGOS

José Manuel Silva foi bastonário da Ordem dos Médicos de 2011 a 2017 e foi eleito presidente da Câmara Municipal de Coimbra nas Eleições Autárquicas de 2021 pela coligação "Juntos Somos Coimbra". Com vasta experiência na área da saúde e agora a liderar uma das maiores cidades universitárias do país, José Manuel Silva tem muito para partilhar sobre os desafios e as perspectivas para o futuro de Coimbra. Nesta Entrevista, vamos conhecer um pouco mais sobre o seu percurso, as suas ideias e os seus planos para a cidade que agora governa.

LUÍS

SANTOS/JOANA ALVIM

Campeão das Províncias [CP]: Está quase com um ano e meio de mandato. Conseguiu concretizar neste tempo alguns dos objectivos a que se propunha?

José Manuel Silva [JMS]: Sim, mas ainda há muito a fazer. A prioridade foi preparar a estrutura da Câmara para os desafios futuros, com vista a projectar Coimbra num plano de desenvolvimento sustentável e de crescimento. Essa reorganização foi realizada em tempo recorde e criámos novos departamentos. É curioso que a oposição critique a estrutura da Câmara, embora não tenha votado contra, mas não diz onde cortaria. Por exemplo, se cortaria o Departamento de Acção e Habitação Social, que individualizámos, porque os desafios nessa área são enormes, ou o Departamento de Ambiente e Sustentabilidade, que antes não existia e a Câmara não tinha estrutura preparada para lidar com questões ambientais.

Foi essencial criar uma estrutura adequada para uma cidade como Coimbra. Agora temos um Departamento de Desenvolvimento Económico, Investimento e Empreendedorismo, que nunca foi uma preocupação do Partido Socialista, e todos sabemos que Coimbra estagnou nos últimos 18 anos. Quando se avalia uma estrutura, não se pode ser demagógico, é preciso ser concreto. Estamos a afinar a máquina e reconhecemos que precisamos de contratar mais pessoas.

Outra preocupação é atrair investimento para Coimbra, já que a cidade tem um dos maiores potenciais de crescimento acelerador do país. Isso deve-se ao facto de termos um dos principais produtores de talentos que as empresas mais procuram: a nossa excelente universidade, com todo o seu peso histórico e experiência, e também o nosso excelente instituto politécnico, que juntos formam cerca de 8.000 pessoas por ano.

[CP]: Que trabalho têm feito com as instituições?

[JMS]: As nossas reuniões com empresários incluem todas as estruturas relevantes do concelho, como o IPN, o INOPOL e muitas outras, isso tem gerado resultados positivos, com novas empresas a

serem atraídas para Coimbra. Algumas já foram anunciadas, outras serão em breve.

É fundamental criar empregos, atrair empresas e oferecer oportunidades aos jovens, aos menos jovens, aos imigrantes e aos estrangeiros para gerar riqueza e dinamismo económico, o que, por sua vez, aumenta a receita da Câmara e permite que mais investimentos sejam feitos.

É importante lembrar que não é possível financiar tudo sem a criação de riqueza. Vamos activamente à procura de empresas para investir, não ficamos à espera que nos procurem e recebemos bem e rapidamente todas aquelas que nos batem à porta.

[CP]: Essas entidades têm colaborado?

[JMS]: Completamente, porque elas próprias têm consciência de que só com união conseguimos avançar. Todos trabalhamos em conjunto para o desenvolvimento

Estamos na Câmara para governar em função do interesse público, não para satisfazer interesses pessoais

de Coimbra e isso é uma diferença radical em relação ao passado. Assim, essas duas mudanças de estratégia e de forma estão a produzir resultados naturais. Embora não sejam resultados imediatos, colocam Coimbra na rampa de crescimento, ao contrário da rampa de decrescimento em que se encontrava, especialmente em comparação com outros municípios. Herdámos um Município de Coimbra no 64.º lugar nacional na produção de bens para exportação, portanto, com baixa actividade económica.

[CP]: O que o deixou com uma certa frustração?

[JMS]: Não tenho frustrações, tenho objectivos. Há objectivos que já foram mais alcançados do que outros. Os que ainda não foram alcançados só serão possíveis através da criação de riqueza e do aumento da receita da Câmara para investir mais. Queremos investir não só em empresas, mas também em áreas sociais, culturais e despor-

tivas, para melhorar a qualidade de vida dos nossos cidadãos. Mas só podemos investir se tivermos meios para tal.

Actualmente, temos dificuldade não em atrair empresas para Coimbra, mas para as instalar. Precisamos de mais espaços de escritórios e estamos a trabalhar com os promotores imobiliários nesse sentido.

Temos uma grande capacidade criativa, boa formação, excelente qualidade de vida, flexibilidade no trabalho e uma mente aberta. O problema é que não temos espaço para as instalar. Enquanto Arganil, com o PT2020, criou uma nova área industrial de 60 hectares, Coimbra não fez nada e desprezou o investimento empresarial e industrial. Mas Coimbra tem um grande potencial, e agora tem uma Câmara que quer desenvolver o concelho a todos os níveis.

[CP]: Onde conseguiu vincar a diferença em relação ao seu antecessor?

[JMS]: Além das que já mencionei, diria que a abertura da Câmara Municipal para receber as pessoas e a disponibilidade para ir ao encontro delas são diferenças notórias. Compareço a todos os debates para os quais sou convidado, a todas as entrevistas, e estou sempre disponível para trocar opiniões e dialogar. Recebo todos os cidadãos, independentemente do seu estatuto social. Já realizei mais de 2.000 reuniões externas na Câmara, sem contar com as reuniões do executivo, as reuniões entre vereadores ou as reuniões da Assembleia Municipal. Essa abertura total da Câmara e a capacidade de diálogo são uma diferença radical em relação ao passado e toda a gente reconhece isso.

A interacção directa com as pessoas é absolutamente essencial. Temos um excelente ambiente de trabalho e uma equipa formidável. Discutimos tudo e fazemos críticas construtivas uns aos outros, para chegarmos às melhores decisões e conclusões. Estamos na Câmara Municipal para governar em função do interesse público e do bom funcionamento da organização, não para satisfazer interesses pessoais.

[CP]: Pensa que as pessoas de Coimbra estão a entender a sua forma de fazer e onde quer chegar?

[JMS]: Eu diria que algumas sim, enquanto outras não, como tudo na vida… Por isso, estou sempre disponível para conversar sobre as nossas opções, participar de debates para discutir temas importantes da cidade e explicar a fundamentação das nossas decisões.

Por exemplo, divulgamos regularmente a agenda cultural, mas nem sempre a informação chega a todos, por isso estamos a trabalhar para criar uma agenda cultural comum com a Universidade e outros promotores de eventos culturais, a fim de ser mais fácil para as pessoas terem acesso a essa informação.

[CP]: Falta ainda um grande

centro de espectáculos? Ou o Estádio Municipal pode fazer essa função?

[JMS]: Pode ter alguma utilidade nessa função, mas apresenta um problema: a pista de tartan não deveria ter sido construída no estádio municipal. A pista de tartan é muito cara e obviamente limita a utilização do Estádio, o que por sua vez limita a utilização do estádio para grandes espectáculos artísticos e culturais. Talvez a pista devesse ter sido construída no estádio universitário, que é dedicado inteiramente à actividade desportiva. Isso melhoraria e aumentaria as instalações do estádio universitá-

[CP]: Sendo a ministra da Justiça aqui de Coimbra tem havido bom diálogo?

[JMS]: É estranho que a ministra da Justiça não receba o presidente da Câmara da sua própria cidade para discutir questões judiciais em Coimbra. Quando um presidente da Câmara pede uma audiência - e eu já o fiz duas vezes - é de bom tom recebê-lo. Precisamos conversar sobre a Justiça em Coimbra. A cidade espera há 50 anos que a Penitenciária seja deslocalizada do centro, de forma a rentabilizar aquele espaço. Não é compreensível que o Governo esteja a retirar a Penitenciária de Lisboa para fora da cidade e não faça o mesmo em Coimbra. A Penitenciária de Coimbra tem sido criticada e Portugal já foi condenado no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem por causa da falta de condições daquele estabelecimento prisional. Coimbra vai receber a Entidade de Transparência, mas esta é uma entidade relativamente pequena. Não temos nada contra a existência do Centro de Estudos Judiciários no Porto, mas é insuficiente para as necessidades do país e Coimbra tem todas as condições para o receber. Faço um apelo à Ministra da Justiça para que respeite a história, a capacidade e a qualidade da Faculdade de Direito de Coimbra, bem como o passado da cidade na área da Justiça e do Direito. Não deve ter complexos com Coimbra e deve receber o presidente da Câmara para discutirmos estas questões.

QUINTA-FEIRA, 6 DE ABRIL
8 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS
2023

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS 6 DE ABRIL DE 2023

rimos do Barreiro estavam em boas condições, eram Mercedes com poucos quilómetros, e foram uma solução de curto prazo para aumentar a disponibilidade de autocarros a um custo mais baixo, com muitas peças incluídas na compra. As críticas negativas e mal-intencionadas feitas a essa aquisição são injustas, pois foi uma solução necessária para mitigar os problemas.

Actualmente, estamos a alugar autocarros novos de 2021, de alta qualidade e que estão a servir bem a população. Conseguimos resolver os problemas das encomendas e finalmente, os lotes um e dois de autocarros eléctricos foram aprovados pelo Tribunal de Contas. Fomos nós que resolvemos esses problemas junto do Tribunal de Contas. Infelizmente, o executivo anterior não usou todas as verbas disponíveis do POSEUR, que poderiam ter sido usadas para comprar mais autocarros eléctricos.

rio. Já há diálogo a esse nível com a Universidade no sentido de evoluir para um grande centro desportivo de alta competição, ligado ao ensino universitário, permitindo aos atletas de alta competição conciliar estudos e desporto. É evidente que Coimbra precisa de um espaço para eventos com capacidade para 5, 6 ou 7 mil pessoas. A verdade é que nunca se avançou concretamente porque não há, nem agora nem no passado, capacidade de investimento da Câmara. Não há capacidade de investimento da Câmara para isso e há problemas infra-estruturais mais urgentes a resolver, como aqueles que possibilitam o desenvolvimento económico e a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Mas este continua a ser um objectivo claro.

[CP]: Já não se ouve falar tanto dos SMTUC. Deixou de ser tema de conversa ou os problemas ainda existem?

[JMS]: Temos estado a fazer um esforço conjunto com os profissionais dos SMTUC, em particular com os profissionais das oficinas, a quem quero agradecer o esforço que têm feito para recuperar os autocarros, para reduzir a taxa de imobilização.

Gostaria de esclarecer mais uma vez que os autocarros que adqui-

Tem havido uma maior cooperação entre a Câmara e os SMTUC, e algumas pessoas mudaram de trabalho da Câmara para os SMTUC e vice-versa, porque somos todos uma única instituição. Se trabalharmos juntos, as coisas funcionam melhor. Estamos a fazer o que não foi feito no passado e isso faz uma diferença crucial. No entanto, não é possível resolver todos os problemas herdados de um dia para o outro.

[CP]: A circulação na cidade irá melhorar com o metro, mas há muitas pessoas a criticarem as obras

[JMS]: As pessoas costumam criticar quando se sentem incomodadas, é algo humano e compreendemos isso. Nesta fase, a qualidade de vida das pessoas foi afectada e é natural que se queixem. No entanto, quando o MetroBus começar a funcionar a mobilidade em Coimbra irá mudar completamente. Pela primeira vez, teremos um meio de transporte público colectivo e eléctrico a circular em vias exclusivas com prioridade nos cruzamentos. Por isso, quem utilizar o MetroBus poderá circular pela cidade de forma muito mais rápida.

Com as obras, foi necessário reabilitar infra-estruturas que estavam bastante envelhecidas, como as do subsolo. São infra-estruturas que não são visíveis, mas que precisam de ser renovadas. É essencial a separação das águas residuais e pluviais, pois se não o fizermos, acabamos por pagar pelo tratamento da água da chuva como se fosse água

residual. Isso onera bastante os custos da água em Coimbra e, por isso, é fundamental fazer esse trabalho invisível, mas essencial, nesta fase. Coimbra atrasou-se relativamente a outras cidades devido à mentalidade de algumas pessoas, que felizmente são uma minoria. Nas últimas eleições, a cidade decidiu mudar e, finalmente, está a modernizar-se. A qualidade de vida irá melhorar significativamente quando o MetroBus estiver em funcionamento e quando houver integração e interacção com os SMTUC e a nova estação central intermodal. Teremos uma estação de nível internacional, o que coloca Coimbra como uma cidade de nível internacional em termos de infra-estruturas.

[CP]: E estão a plantar mais árvores?

[JMS]: A plantar muito mais árvores, cumprindo o objectivo de plantarmos três árvores por cada uma cortada no projecto MetroBus. Mas estamos a plantar mais do que isso e a poupar o máximo de árvores possível. O projecto que herdámos, previa o corte de centenas de árvores que nós estamos a poupar. Na reunião da Câmara conseguimos a reversão do corte de 83 árvores que iriam ser abatidas pelo projecto aprovado pelo Partido Socialista.

[CP]: Defendeu que a Universidade e o Politécnico podiam unir-se

[JMS]: Como aconteceu com a Universidade clássica de Lisboa e Universidade Técnica de Lisboa, fundiram-se para se transformarem na maior Universidade portuguesa, porque nenhuma delas

Praça da República

era isoladamente. Portanto, tiveram a consciência que tinham de se juntar para crescer e para subir no ranking. Para que é que queremos uma Universidade de média dimensão e uma universidade de pequena dimensão, se podemos ter uma de grande dimensão, que ajuda a projectar Coimbra para o futuro? Nós temos de nos juntar e trabalhar na mesma direcção para crescermos.

[CP]: E já sabem onde vai ficar a residência para estudantes na Baixa?

[JMS]: O local da residência de estudantes no centro histórico já está identificado, situando-se entre a Rua João Cabreira e a Rua das Nogueiras. O projecto está concluído e aprovado pela Câmara Municipal. A única coisa que falta é o Fundo Coimbra Viva receber um aumento de capital, ou seja, é necessário que o Ministério das Finanças dê uma resposta. O Governo tem expressado vontade de construir mais residências universitárias, mas desde o ano passado que estamos à espera da autorização do Ministério das Finanças para o IHRU poder capitalizar o Fundo Coimbra Viva e dar início à construção. Estamos a falar de uma verba de 600.000 euros.

[CP]: O que deseja concretizar até ao fim deste mandato?

[JMS]: Queremos prosseguir com o nosso caminho de desenvolvimento e temos vários projectos em andamento, tanto na Câmara Municipal como fora dela. Não temos recursos humanos suficientes, mas estamos a agilizar a nossa estrutura para dar respostas mais rápidas. Sabemos que grandes projectos não podem ser concluídos num só mandato, e é desonesto exigir a sua concretização num curto espaço de tempo. Trabalhamos 18 horas por dia para acelerar o desenvolvimento da cidade de Coimbra, torná-la mais transparente, sustentável e voltada para o futuro.

aos sábados entre as 11 e as 12 horas

RÁDIO REGIONAL DO CENTRO

[CP]: E os problemas da Baixa, como vão resolver?

[JMS]: Sempre falámos no nosso Plano Marshall para a Baixa, que é um plano multifacetado. Temos investido muito em eventos na Praça do Comércio para dinamizar a Baixa e atrair mais pessoas. Estamos a adquirir alguns prédios para recuperar, e agora com o PRR e o programa de arrendamento acessível, Coimbra tem direito a 60.000.000 de euros e vamos investir 25% desse valor, cerca de 15.000.000 euros, na reabilitação de prédios da Baixa para arrendamento acessível. Temos desafiado os comerciantes da Baixa a abrirem aos sábados à tarde, para que as famílias possam ir passear em conjunto durante o fim-de-semana. É essencial termos respostas nesses dias para que as famílias se habituem a ir passear na Baixa.

Não tenho dúvidas de que o MetroBus, quando estiver em funcionamento, vai contribuir para outra dinâmica da Baixa. Vai haver mais construções na Baixa e estamos à espera da resposta do Ministério das Finanças para iniciarmos a construção de uma residência de estudantes. Há investidores interessados em criar micro vilas dentro da Baixa o que vai atrair startups internacionais. As guerras que existem noutros países são, infelizmente, uma oportunidade para nós, para atrairmos pessoas para virem viver na cidade. Coimbra, que eu diria, talvez seja a cidade com mais qualidade de vida do país, porque temos tudo o que é essencial: o melhor e maior Centro Hospitalar do país, uma Universidade histórica de grande qualidade, que tem o Instituto Pedro Nunes, uma das melhores 10 incubadoras de startups ligadas a universidades do mundo, um excelente Instituto Politécnico e também uma boa escola de enfermagem.

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Coimbra estagnou nos últimos 18 anos
desprezou o investimento empresarial e industrial
Coimbra
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DIA MUNDIAL DA SAÚDE 8 6 DE ABRIL DE 2023

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

Amedula óssea é um tecido esponjoso que preenche o interior de vários ossos, como os da bacia. É nesse tecido que existem células com capacidade para se diferenciarem e dar origem a qualquer célula do sangue periférico, as chamadas células estaminais. Para perceber melhor para que servem, quem pode ser dador e se é um processo doloroso, o Campeão das Províncias conversou com a Doutora Catarina Geraldes, directora do serviço de Hematologia Clínica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e coordenadora da Unidade de Transplante Hematopoiético.

Campeão das Províncias [CP]: Para que tipo de doenças é indicado o transplante de medula óssea?  Catarina Geraldes [CG]: O transplante de medula óssea pode ser efectuado a partir de células estaminais hematopoéticas do próprio doente (transplante autólogo) ou de células de um dador saudável (transplante alogénico). O transplante autólogo encontra-se indicado para patologias como mieloma múltiplo, amiloidose AL, linfoma de Hodgkin, linfoma não Hodgkin (em cerca de 90% dos casos) e, ainda, mais raramente, para outros tumores não hematológicos, esclerose múltipla e algumas doenças autoimunes.

O transplante alogénico está indicado em doenças como a leucemia aguda, a aplasia medular e em doenças mais raras, como em algumas anemias hereditárias e em outras doenças mais raras, como na imunodeficiência congénita e algumas doenças metabólicas hereditárias.

A medula óssea é o tecido que existe dentro de alguns ossos e onde se produzem as células estaminais hematopoiéticas, que são as células mãe das células do sangue. Estas células estaminais têm a capacidade de se auto-replicar e de se diferenciar, dando origem a todas as células do sangue: glóbu-

los vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Essas células estaminais têm uma característica da sua superfície, um antigénio designado por CD34, que permite a sua identificação.

[CP]: Em que consiste e como se processa o transplante?

[CG]: O procedimento de transplante de medula óssea ou de células estaminais mobilizadas da medula óssea para circularem no sangue periférico (actualmente a maioria dos transplantes é de células estaminais da medula óssea mobilizadas e colhidas a partir do sangue periférico) não é uma cirurgia, é semelhante a uma transfusão de sangue.

Nos dias anteriores ao transplante de medula óssea, o doente é submetido a uma quimioterapia de alta dose que tem como objectivo destruir as células tumorais residuais. No caso do transplante autólogo, antes desta quimioterapia, o doente é submetido a um processo de colheita das suas células estaminais (a partir do sangue periférico ou, em casos mais raros, directamente da medula óssea). Estas células serão transplantadas depois da quimioterapia de alta dose e vão ajudar o organismo a recuperar da mesma.

No caso do transplante alogénico, as células transplantadas são de um dador saudável, que é compatível com o doente no que respeita ao sistema HLA.

[CP]: É doloroso?

[CG]: O procedimento de transplante não é doloroso. O doente permanece acordado durante todo o procedimento com os seus parâmetros vitais, como a temperatura, a tensão arterial, a frequência cardíaca e a saturação de oxigénio a serem regularmente avaliados. No entanto, as complicações da quimioterapia de alta dose que antecede o transplante podem ser dolorosas (a seguir).

[CP]: Quais os riscos do transplante?

[CG]: Em alguns doentes, todo o processo de transplante pode decorrer sem situações graves, mas em

outros casos podem existir várias complicações, algumas potencialmente fatais. Os riscos estão relacionados com factores como o tipo de doença, a idade e o estado de saúde geral do doente (se não tem outras doenças

“Em algumas patologias, o intuito é curativo, noutras patologias pretende-se controlar a doença”

cardíacas, renais, hepáticas...) e o tipo de transplante. Algumas complicações podem surgir nos transplantes autólogo e alogénico, como infecções, hemorragias, náuseas, vómitos, diarreias, dores abdominais, cansaço acentuado, lesões na boca que originam dores quando

ao Centro de

e

se deglutem os alimentos ou a água são as mais frequentes.

No caso do transplante alogénico, podem surgir outras complicações, como “doença do enxerto contra o hospedeiro”, que pode ser precoce, logo nos primeiros dias após o transplante ou tardia (semanas ou meses depois), em que as células do sistema imunológico do dador rejeitam as do doente e que se pode manifestar por lesões ao nível da pele e das mucosas, complicações pulmonares, lesões no fígado e no sistema digestivo, falência do transplante, doença vaso-oclusiva hepática (em que há obstrução dos vasos no fígado e que pode ser muito grave).

Existem, ainda, outras complicações relacionadas com o transplante, como as cataratas, a infertilidade e o aparecimento de outros tumores malignos.

[CP]: Qual a taxa de so-

para Lisboa (IPO Lisboa ou Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Norte - Hospital Santa Maria) ou para o Porto (IPO Porto). Se os doentes tiverem um dador familiar compatível, o processo é mais rápido. Se não tiverem dador familiar compatível, o processo é mais moroso, o prazo para iden-

brevivência após o transplante?

[CG]: É muito variável, dependendo da doença que originou a necessidade de transplante, das características da mesma, do tipo de transplante a que o doente é submetido, do perfil de doente (idade, outras patologias associadas). Em algumas patologias, o intuito é curativo, noutras patologias pretende-se controlar a doença e as suas manifestações durante o máximo de tempo possível.

[CP]: Em que estado está a lista de espera? Concretamente aqui em Coimbra? Quanto tempo (em média) demora a encontrar-se um dador compatível?

[CG]: Em Coimbra, são apenas realizados transplantes autólogos, pelo que o doente é o próprio dador das suas células. Os doentes de Coimbra com indicação para realizarem transplante alogénico são referenciados

tificação do dador é variável, bem como a disponibilidade da Unidade de Transplante para a realização do mesmo.

[CP]: Há muitos dadores inscritos?

[CG]: Existe uma base de dados mundial que conta com mais de 38 milhões de potenciais dadores inscritos, à qual se recorre quando o doente necessita de transplante alogénico e não existem dadores familiares compatíveis.

[CP]: Quem pode ser dador e como se processa?

[CG]: Qualquer pessoa pode dirigir-se ao Centro de Sangue e da Transplantação de Coimbra (IPST), em São Martinho do Bispo, fazer uma colheita de sangue e registar-se como dador de medula óssea. Um dia, alguém poderá ficar muito grato.

[CP]: O que falta para motivar mais pessoas a tornarem-se dadores?

[CG]: Acho que é muito importante terem conhecimento de como o fazer e saberem que o processo não é doloroso, que estarão a ajudar alguém se forem identificados como dadores, que poderão salvar uma ou mais vidas e trazer muitos sorrisos e esperança a doentes e famílias.

[CP]: Os maiores desafios e as maiores dificuldades nesta matéria.

[CG]: A falta de recursos físicos e humanos para se realizarem mais transplantes autólogos e alogénicos. A capacidade instalada presentemente encontra-se subdimensionada para as necessidades actuais.

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“O procedimento de transplante não é doloroso”
“Qualquer pessoa pode dirigir-se Sangue da Transplantação de Coimbra, fazer uma colheita de sangue e registar-se como dador de medula óssea. Um dia, alguém poderá ficar muito grato”, afirma Catarina Geraldes.

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS 6 DE ABRIL DE 2023

A relação laboral de sucesso

Além do estatuto profissional, a qualidade da relação laboral pode ser importante e satisfatória, quanto à relação de proximidade com os colegas, ao ambiente de trabalho, à organização da produção e partilha, à relação do assalariado com a entidade patronal, e às relações humanas externas.

A relação de proximidade com os colegas de trabalho, pode ser importante e satisfatória, por ser conseguida e multilateral, ou por representar uma rede de suporte com equiparação à rede de amigos e rede familiar. Ou pode ser considerada pouco importante, por não ter relevância devido à pressão produtiva laboral, por haver ação concorrencial interpares ou pela existência de perfis ideológicos de menor compatibilidade.

O ambiente de trabalho, em harmonia sem conflitualidade, pode ser importante e satisfatório, por constituir um quadro suplementar anexo ao bom ambiente familiar, ou por ser alternativo ao desajuste se houver disfunção familiar. Mas pode ser pouco importante, quando é marcado pela instabilidade ou capacidade não evidente nem demonstrada, por ser sonegado e demarcado sem convívio social, ou por ser contributivo de perturbação de saúde mental.

A organização do trabalho produtivo, partilhado e rentável, pode ser importante e satisfatória, por constituir, além de uma fonte de rendimento, um estímulo para maior rendibilidade, para satisfação laboral e ter eco nos seus pares. Ou pode ser considerada pouco importante, por representar

HERNÂNI CANIÇO*

Não se trata de teoria, apenas. O empresário e humanista Rui Nabeiro demonstrou-o

apenas uma regulação normativa estanque, por haver mecanicidade na execução de tarefas ou por haver risco de falha humana subvalorizada.

A relação profissional com a entidade patronal e seus responsáveis, pode ser importante e satisfatória, por ser exemplo de responsabilidade mútua geradora de riqueza, de emprego e de melhoria de condições sociais. Ou pode ser apontada como pouco importante, por ser conflituosa, por ser marcada pela prepotência e/ou pelo desleixo e falta de brio, ou por ser geradora de desemprego, de incumprimento salarial e de conflitos insanáveis.

As relações humanas com o público, os fornecedores externos e outros contactantes, podem ser importantes e satisfatórias, por

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constituírem um aproveitamento do espaço de trabalho para promover o diálogo, ou por ser uma afirmação de personalidade, com fins utilitários e de serviços prestados. Ou podem ser tidas como pouco importantes, por serem mais um estímulo stressor por inadequação das partes, por saturação de trabalho ou por haver distanciamento desejado do público-alvo.

Para que a relação laboral seja de sucesso, todos estes factores devem ser considerados importantes e satisfatórios, gerando bem-estar colectivo, produção apropriada e qualidade de produto útil e rentável.

Não se trata de teoria, apenas. O empresário e humanista Rui Nabeiro demonstrou-o.

(*) Médico

Serviço Nacional de Saúde - um testemunho

Sou um utente de Serviço Nacional de Saúde (SNS). Caro. E quando digo caro, não me refiro à dimensão afectiva - embora não a ignore. Quero dizer que tenho sido mesmo muito dispendioso e tenho consciência disso.

Os doentes oncológicos - ainda por cima se são teimosos e sobreviventes - são caros.

Estranharão que comece com uma abordagem ao SNS pelo lado dos custos e, ainda por cima, dos custos pessoais. Na verdade, não gosto e não costumo abordar estes temas deste modo nem na primeira pessoa. Mas notem: começa na dimensão financeira a excelência, digo, a bênção que é ter um serviço público como este. Porque ela pode ser a diferença entre a vida e a morte. Há algum tempo uma conhecida empresa tentou, por telefone, vender-me um seguro de saúde. Perante a minha recusa, pediu-me que respondesse a algumas perguntas para me mostrar como era acessível tal seguro. À minha primeira resposta, informou-me logo que o meu caso não era elegível para um seguro. Isso sabia eu. Como sabia que se fosse, anteriormente, titular do mais completo seguro de saúde, já teria sido despachado por não haver plafond que aguantasse as minhas despesas.

Sou regularmente acompanhado desde 1998. Sou um doente grato. Ao facto de o SNS existir, às forças políticas que o criaram -

Estatuto Editorial

parece impossível, mas não houve unanimidade nessa deliberação - e, sobretudo, aos profissionais que me acompanharam todos estes anos. De seis especialidades. Em consultas, internamentos, urgências, cirurgias, exames - dos mais simples aos mais sofisticados. Aos médicos e médicas, claro, mas também a todos os outros trabalhadores, enfermeiras/os, assistentes sociais, técnicos/as, auxiliares e, também, às tantas vezes esquecidas pessoas que, atrás dos guichés, têm mais importância que os mais distraídos supõem.

Em todos estes anos passei por mais de uma geração de médicos/ as. Dos mais velhos - alguns, meus amigos e parceiros geracionais - aos mais jovens - cuja competência e qualidade clínica são inquestionáveis -, da minha gratidão não excluo ninguém. Pequenos acidentes de percurso são insignificantes e naturais.

A noção da crítica

Há críticas a fazer às instituições de saúde de Coimbra – nomeadamente aos seus Hospitais? Claro que sim. Mas críticas procedentes e sérias só as faz quem tem a noção da importância do que se critica.

Elas são feitas, não por rejeição ao que existe, mas pela honesta e empenhada vontade de melhorar o que já é valioso. E do objecto das críticas não pode esquecer-se

- o que geralmente acontece - o próprio utente. Ele mesmo - neste domínio como noutros - sujeito de direitos, mas também de deveres, sendo vital que seja também ele competente no gozo de uns e cumprimento de outros, o que nem sempre acontece. E se tem reparos a fazer, deve começar por anotá-los livro de reclamações do Gabinete do Utente, que o que disser será escutado e, se caso disso, atendido.

A que propósito vem, nesta altura, perguntareis, este desabafo, melhor, este testemunho? Porque o ataque brutal a que está a ser alvo o SNS raramente mobiliza argumentos substantivos, críticas e análises fundamentadas, conhecimento de causa. Em alguns casos, estamos nos limites de uma campanha de ódio, onde não faltam a mentira e o apelo à irracionalidade. Em todo este ruído vão-se perdendo as críticas sérias. Os profissionais do SNS, como acontece com profissionais de outras áreas, veem as suas queixas e reivindicações esquecidas no meio de todo esta tempestade e passam

a ser, eles mesmo, alvo de ataques. Como acontece nestes processos, diminui-se e particulariza-se o que é excelente e generaliza-se a má notícia, a ocorrência infeliz por rara que seja. Há interesses nesta guerra? Claro que há e todos os conhecemos. Como conhecemos os companheiros de causa que desistiram. E os que se renderam.

Foguetório e demagogia

Há tempos, uma reportagem televisiva, andando pelo meio de utentes de um grande hospital público de Lisboa, procurava quem se queixava mais exuberantemente. Lá encontraram um senhor que berrava a sua indignação. Como tinha esperado! Perguntado sobre o seu caso pela repórter gulosa, bradou que, com a espera pela consulta, a própria consulta, os exames complementares, tinha estado lá dentro mais de quarenta minutos! E ele achava muito. E a repórter também. Isto é: atacava-se a instituição por fazer um trabalho consciencioso. Não é preciso ser especialista para se perceber que o tempo gasto estava longe de ser excessivo. Tenho para mim que, se o atendimento tivesse sido mais rápido, o utente iria gritar que os médicos o tinham despachado, não dando a devida importância. E é isto que tem eco na nossa servil comunicação social. Isto não faz esquecer as esperas excessivas que,

de facto, acontecem. Mas quantas vezes se tenta saber a razão? Quantas vezes se culpa apressadamente quem está mais perto, se encontra precipitadamente uma causa próxima por preguiça de indagar mais longe a agir com mais justeza?

Pensarão, talvez, se tiverem tido a paciência de me ler até aqui, que a minha gratidão me cega aos problemas do SNS. Mas não. Conheço muitos deles razoavelmente bem e não se me apagou a consciência crítica. Mas não alinho em foguetórios e demagogia. A causa dos neoliberais, da direita dos interesses, da cupidez dos privados parasitas dos dinheiros públicos não é a minha causa. Muito pelo contrário.

A minha causa é a de um SNS público, forte, devidamente financiado, capaz de responder às necessidades do povo e liderado por profissionais de saúde de inquestionável competência e probidade. Com profissionais dignificados, não só por públicos elogios, mas por remunerações compatíveis com o seu trabalho, carreiras dignas e recursos que lhes permitam cumprir as suas funções e bem servir os utentes, os quais não estão dispensados de conhecer e compreender o SNS que os serve, considerá-lo como o valiosíssimo recurso que é. É também desta compreensão diligente que se faz uma cidadania esclarecida.

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(*) Professor de Filosofia aposentado
JOSÉ GABRIEL* OPINIÃO

Porque ser deputado “é uma missão e não uma carreira” o vice-presidente da bancada do PSD decidiu deixar o lugar na Assembleia da República para dirigir organização internacional em Genebra.

Oprimeiro vice-presidente da bancada do PSD, Ricardo Baptista Leite, vai suspender o mandato de deputado em Maio para dirigir uma organização internacional que promove investigação em Inteligência Artificial e digitalização para a saúde.

Em comunicado divulgado há dias, refere-se que o deputado - no Parlamento desde 2011 - irá assumir funções de director-executivo na I-DAIR, sedeada em Genebra, em 22 de Maio e suspenderá o mandato no Parlamento a partir de dia 17 de Mio, mantendo-se como vereador da oposição sem pelouros, na Câmara Municipal de Sintra.

“Assumi com muito orgulho e sentido de responsabilidade as funções de deputado à Assembleia da República,

nos últimos quatro mandatos. Sempre entendi que devemos encarar com desprendimento o exercício de funções de responsabilidade política e que não devemos ficar dependentes dos cargos que desempenhamos”, justificou o deputado, no comunicado.

O primeiro ‘vice’ da bancada social-democrata e cabeça de lista por Lisboa nas últimas legislativas salientou tratar-se de “uma decisão pessoal”, da qual já informou o presidente do PSD, Luís Montenegro.

O deputado sublinhou que ser deputado “é uma missão e não uma carreira”: “Foram 12 anos muito intensos e que me orgulham, mas sinto que é o momento de recentrar-me na carreira profissional”, acrescentou.

Ricardo Baptista Leite

afirmou já ter entregado a estratégia para a saúde à Comissão Política Nacional e salientou que irá “suspender o mandato de deputado dando tempo suficiente para que seja promovida” a sua substituição das funções de primeiro vice-presidente do grupo parlamentar e nas comissões parlamentares a que pertence.

“Informei também que manterei o compromisso com Sintra, enquanto vereador da oposição, não executivo, ou seja, sem pelouros, assim como continuarei disponível para colaborar com o partido a nível nacional. Manterei ainda as minhas funções académicas, assim como de voluntariado enquanto Presidente da ‘UNITE Parliamentarians Network for Global Health’”, afirmou.

De acordo com o estatuto dos deputados, a suspensão temporária do mandato por motivos de natureza familiar, pessoal, profissional ou aca-

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démica só pode ocorrer por um período máximo de seis meses por legislatura, prazo após o qual o parlamentar tem de retomar funções ou renunciar definitivamente.

Com ligação a Coimbra Nascido em 31 de Maio de 1980 (42 anos), Ricardo Baptista Leite assumiu pela primeira vez o mandato de deputado na XII lgislatura (em 2011), pelo círculo de Lisboa, cargo para o qual foi sucessivamente reeleito até à actual legislatura, em que integra as comissões parlamentares de Saúde e a de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, esta na qualidade de suplente. Médico de profissão, é actualmente coordenador científico de Saúde Pública no Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Católica Portu-

guesa, e assistente convidado na Nova Medical School, na Universidade Nova de Lisboa, além de deputado e vereador sem pelouros na Câmara Municipal de Sintra.

Ricardo Baptista Leite integrou como vice-presidente a direcção da bancada do PSD com os anteriores três líderes parlamentaresRui Rio, Adão Silva e Paulo Mota Pinto - e com o actual, Joaquim Miranda Sarmento, foi indicado como primeiro ‘vice’.

Durante a pandemia de covid-19, foi quase sempre o rosto do PSD no final das reuniões com epidemiologistas no Infarmed e fez, em 13 de Março de 2020, um apelo dramático no Parlamento aos portugueses para que “cancelem tudo e fiquem em casa”, salientando então que esse “não era tempo de debate político”, mas de união.

Em Janeiro de 2021, o primeiro-ministro chegou a acusar Baptista Leite, “na frente sanitária”, a par dos sociais-democratas Paulo

Rangel e Miguel Poiares Maduro, de estarem envolvidos numa campanha para denegrir a imagem externa do país durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, o que levou o PSD a anunciar uma queixa-crime contra António Costa.

O presidente do conselho de administração da organização, Christoph Benn, anunciou a escolha de Ricardo Baptista Leite como o novo CEO da I-DAIR, “no seguimento de um longo e rigoroso processo de seleção internacional”.

Baptista Leite tem ligação a Coimbra pela via do casamento. É marido de Teresa Anjinho, ela também deputada há alguns anos pelo CDS. Teresa Anjinho é filha do eng.º Jorge Anjinho, já falecido, figura muito conceituada em Coimbra pela forma empenhada como se envolveu quer na sua profissão de engenheiro quer em diversificadas funções e empreendimentos que deixaram marca em Coimbra.

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CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS
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Adolescentes portugueses com níveis elevados de inactividade física

do, onde em muitas cidades, houve um enorme investimento no desenvolvimento de ciclovias e passeios marítimos, onde o clima e a beleza natural são claramente favoráveis à prática de exercício físico ao ar livre, estamos claramente a falhar, pelo menos, no que diz respeito a incutir essa “necessidade” de sermos activos aos nossos jovens.

nefícios não se ficam por aqui, são inúmeros.

Saliento também os já demonstrados benefícios na redução da incidência de depressão, mesmo com actividade física reduzida (i.e redução de 25% no risco de desenvolver depressão apenas com 2,5h de caminhada a passo rápido e um benefício de 18% com metade dessa actividade).

Acelebração de efemérides, deve entre outras coisas, servir para chamar a atenção dos decisores políticos e da população em geral para um determinado tema, mas também deve servir como reflexão útil ao nosso dia a dia.

Assim, neste dia em que se celebra o Dia Mundial da Actividade Física, não é possível ficar indiferente ao último relatório da Organização mundial da saúde (OMS) acerca deste tópico. No Global Status Report on Physical Activity 2022”, verificamos que 87% das mortes no nosso país, são atribuídas a doenças crónicas não transmissíveis. Considerando que a OMS aponta a inactividade física como um dos principais factores de risco para o desenvolvimento das doenças crónicas não transmissíveis e de morte, são ainda mais impressionantes os números da inactividade física da população portuguesa. Neste relatório, os nossos adolescentes (i.e 11-17 anos) rapazes apresentam níveis de inactividade de 78% e a percentagem sobe para 91% quando consideramos as raparigas.

Neste país à beira-mar planta-

Em alguns países, têm vindo a ser desenvolvidos programas de incentivo à prática desportiva, principalmente dirigidos às crianças/jovens, para incutir o “gosto” pela actividade física e a adopção de estilos de vida saudável desde cedo no ciclo de vida. Vale a pena olharmos para programas como é exemplo o “PLAY 60” Activity Initiative for Kids, desenvolvido nos EUA numa parceria entre a American Heart Association e a National Football League e que visa incentivar as crianças a praticar 60 minutos ou mais de actividade física moderada a vigorosa diariamente.

Se os benefícios do Exercício Físico são claros em relação ao controlo do peso e à prevenção das doenças cérebro e cardiovasculares (principal causa de morbimortalidade em Portugal), já os benefícios nas outras doenças são menos conhecidos. De qualquer forma já existe evidência robusta, baseada em meta-analises, a mostrar benefício na prática de exercício físico regular na redução de neoplasias, nomeadamente no cancro da mama, do colon, do estômago, do rim, etc… E os be-

Já a quantidade de exercício necessário para obter benefício, pode genericamente ser considerado pelo apresentado nas recomendações da Sociedade Europeia de Cardiologia, que sugerem a realização de 150- 300min de exercício físico/moderado por semana ou 75-150min de exercício/vigoroso por semana. Este exercício deve ser aeróbico. Naturalmente que o mesmo deve ser adaptado à condição física e à eventual patologia/ limitação que cada um possa ter, pelo que está recomendado que, antes de iniciar um programa de exercício físico, consulte o seu médico para delinear um programa adaptado à sua condição física.

Não precisamos, portanto, de ser atletas de alta competição para termos benefícios na nossa saúde, alias, a maioria dos estudos foram feitos com exercício de lazer/recreativo.

Está assim nas nossas mãos adotar estilos e vida saudável, aproveitando a beleza natural e o clima do nosso país, para em família e com os amigos, termos uma vida mais douradora e um envelhecimento ativo saudável e livre de doença.

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Diogo Cruz Médico Internista / Sociedade Portuguesa Medicina Interna

Linda Martini é a nova confirmação da Queima das Fitas de Coimbra

Abanda Linda Martini é a nova confirmação para actuar na Queima das Fitas 2023 de Coimbra, no dia 19 de Maio.

Os Linda Martini são uma banda incontornável da música portuguesa dos últimos 20 anos. A sua formação actual conta com André Henriques na voz e guitarra, Cláudia Guerreiro no baixo e coros, Hélio Morais na bateria e coros e Rui Carvalho nas guitarras.

Desde 2003 que arrastam pequenas multidões para os seus concertos, desde tours de teatros e auditórios, aos maiores festivais nacionais e produções próprias em salas como os Coliseus e Campo Pequeno, nunca esquecendo as suas raízes, com um pé no punk e outro no hardcore.  Ao longo de duas décadas têm cimentando um culto fervoroso que os segue de norte a sul do país; os seus concertos são verdadeiros momentos de comunhão, em que público e banda celebram e cantam em uníssono as suas canções mais icónicas. Ano após ano, a banda vai alimentando este culto com discos certeiros, sempre

muito bem recebidos pela crítica.

O ano de 2022 foi de “ERRÔR”, o seu sexto álbum que dá origem a um espectáculo irrepreensível, de uma densidade e ao mesmo tempo de uma doçura poética, complementado com um trabalho gráfico desenvolvido pela baixista e artista plástica

Cláudia Guerreiro, que transpõe em vídeo o processo desenvolvido para a criação da imagem da capa do disco. “ERRÔR” foi considerado o disco do ano pela revista Blitz.

O espectáculo “20 anos de Merda&Ouro” dos Linda Martini sobem ao palco na Praça da Canção no dia 19 de Maio.

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UC: Estudo identifica variáveis que controlam efeitos da seca nos ribeiros

cerca de 54%, quando a decomposição é realizada conjuntamente pelos microrganismos e pelos invertebrados do que quando a decomposição é realizada apenas pelos microrganismos, sendo a inibição neste caso de cerca de 22%”.

O clima foi outras das variáveis identificadas, tendo-se constatado que “condiciona a resposta da decomposição de detritos à redução de caudal de origem humana, por exemplo, em resultado da abstração de água para consumo ou agricultura, sendo a inibição deste processo mais forte em climas quentes e húmidos (inibição de 66%), do que em climas temperados e mediterrânicos (inibição de 33 e 36%, respectivamente)”.

Verónica Ferreira referiu que foi também quantificada “a relação entre a inibição da decomposição dos detritos vegetais e a percentagem de redução nos caudais: por exemplo, uma redução de caudal de 10% inibe a decomposição de detritos em 06%, uma redução de 50% inibe a decomposição em 32% e uma redução em 80% inibe a decomposição em 46%”.

Um estudo coordenado pela Universidade de Coimbra identificou os factores que controlam os efeitos da seca no funcionamento dos ribeiros, revelou aquela instituição de ensino superior.

O projecto denominado “A meta-analysis of drought effects on litter decomposition in streams” é coordenado pelo Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Os investigadores conseguiram quantificar a relação entre a inibição da decomposição dos detritos vegetais e a percentagem de redução nos caudais ou a percentagem de número de dias com leito seco.

Das diversas variáveis estudadas verificou-se “que o tipo de comunidade aquática envolvida no processo de decomposição dos detritos vegetais condiciona a sua resposta à redução de caudal natural (sem intervenção humana directa), afirmou a líder do estudo e investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da FCTUC, Verónica Ferreira.

Existe “uma inibição mais forte deste processo, em

Para identificar as variáveis que podem mitigar ou exacerbar os efeitos dos períodos de seca no funcionamento dos ribeiros, os cientistas utilizaram a meta-análise para compilar toda a evidência científica sobre os efeitos dos períodos de seca no processo de decomposição de detritos vegetais (folhas, ramos, etc.) em ribeiros.

Trata-se de um processo “fundamental”, visto que “sustenta a cadeia alimentar aquática e tem um papel importante nos ciclos dos nutrientes e do carbono”.

A investigadora frisou que os resultados conseguidos “permitem perceber que os ribeiros onde os invertebrados sejam naturalmente abundantes e desempenhem um papel importante na decomposição de detritos vegetais terão o seu funcionamento (aqui medido pelo processo de decomposição de detritos vegetais) mais afectado num contexto de aquecimento global que leve à redução do caudal em comparação com ribeiros onde os invertebrados sejam naturalmente pouco abundantes”.

O estudo contou com a participação do MARE, do Laboratório Associado ARNET- Aquatic Research NETwork, e também com a Universidade do País Basco (UPV/EHU), em Espanha.

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QUINTA-FEIRA, 6 DE ABRIL 2023

Cáritas de Coimbra realiza Tertúlia (Re)Parar com amor

OLar de Jovens Santa Maria de Semide, em Miranda do Corvo, vai receber, no dia 27 de Abril, pelas 14h00, uma tertúlia dedicada aos profissionais com intervenção na área da infância e juventude, intitulada a Tertúlia (Re)Parar com amor.

Ao longo da tarde, decorrem duas Mesas de debate. A primeira, às 14h45, sob o tema “Acolhimento residen-

cial: que papel na prevenção/reparação do maus-trato?”, e a segunda, às 16h00, sobre “Perfil dos cuidadores no cuidar das crianças e jovens acolhidas”.

A inscrição para participar na tertúlia é gratuita, mas obrigatória, sendo possível fazê-lo até dia 20 de Abril, através do email secretaria. ljsemide@caritascoimbra.pt.

O Lar de Jovens Santa Maria de Semide funciona no

Mosteiro com o mesmo nome, situado em Semide. Esta é uma resposta social da Cáritas Diocesana de Coimbra, que acolhe crianças e jovens do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos, (com possibilidade de prorrogação do acolhimento até aos 21 anos), consideradas em situação de perigo, a quem foi aplicada uma medida de acolhimento institucional.

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ASAE instaura sete processos-crime por especulação de preços

AAutoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) instaurou, na terça-feira, sete processos-crime por especulação de preços. A acção ocorreu após uma operação de fiscalização, realizada de norte a sul do país, dirigida a supermercados e hipermercados.

Em comunicado, a ASAE revela que a operação teve como objectivo “proceder à verificação do cumprimento das disposições legais que regulamentam a afixação de preços no comércio e a informação correcta ao consumidor”. Em causa está o elevado número de denúncias recebidas relacionadas com eventuais situações de especulação, isto é, o preço de caixa é diferente do preço de venda afixado e disponível

ao consumidor.

Nesse sentido, a ASAE mobilizou 27 brigadas, tendo sido fiscalizados 83 operadores económicos e instaurados 7 processos-crime “pela prática de crime de especulação de preços (delito anti-económico)”, lê-se no comunicado. O mesmo documento indica também que “foram ainda instaurados 7 processos contra-ordenacionais, destacando-se como principais infrações o incumprimento das vendas com redução de preço, falta de controlo metrológico e acções enganosas, entre outras”.

A ASAE garante que vai continuar a “desenvolver acções de fiscalização” em todo o território nacional, “em prol de uma sã e leal concorrência entre operadores económicos, na salvaguarda da segurança alimentar e saúde pública dos consumidores”.

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Cátia Barbosa (Jornalista do “Campeáo” no Porto)

Estudo revela que a avaliação da actividade física subiu 25% nos Centros de Saúde

Aavaliação da actividade física e do comportamento sedentário subiu 25% nos Centros de Saúde face a 2021. Os dados fazem parte do relatório anual de actividades do Programa Nacional para a Promoção da Actividade Física (PNPAF) da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e surgem no âmbito do Dia Mundial da Actividade Física (AF), que se assinala hoje (dia 6).

O estudo revela que “além do crescimento das avaliações, com apoio de ferramentas digitais, a realização de aconselhamento breve para a promoção da AF dos utentes registou um

aumento de 21%”, afirma, em comunicado, a DGS. Acrescenta ainda que “desde que esta ferramenta passou a ser utilizada, em 2017, foram realizadas quase 370 mil consultas, onde foram avaliados e registados os níveis de actividade física. Só no último ano foram cerca de 107 mil”.

De acordo com a DGS, esta avaliação é importante para consciencializar a população para a prática de exercício físico, sobretudo, pelo “facto de os utentes avaliados mais do que uma vez denotarem uma tendência para o aumento do nível de actividade física, e decréscimo do tempo sentado”.

Além deste relatório, o PNPAF lança também hoje o curso em

formato e-learning “Promoção do Aconselhamento Breve para a Actividade Física no Serviço Nacional de Saúde”. Esta iniciativa é realizada em parceria com a plataforma de cursos online NAU. “Este curso, aberto e gratuito, permitirá formar profissionais do Serviço Nacional de Saúde para promoção dos princípios comunicacionais facilitadores do aconselhamento breve, visando a mudança comportamental no sentido da promoção de estilos de vida fisicamente activos”, salienta a DGS. Todas as informações sobre este projecto podem ser consultadas em https://www. nau.edu.pt/pt/curso/aconselhamento-breve-para-a-promocao-da-atividade-fisica/.

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Cátia Barbosa (Jornalista do “Campeão” no Porto)

Universidade de Coimbra atribui Doutoramento Honoris Causa a José Maria Peiró

Peiró é o primeiro Doutoramento Honoris Causa atribuído pela Universidade de Coimbra, sob proposta da FPCEUC, desde 2011 (António Damásio).

José Maria Peiró, Professor Catedrático de Psicologia das Organizações na Universidade de Valência (Espanha), vai receber o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra (UC), na próxima quarta-feira, dia 12. A cerimónia decorre a partir das 10h30, na Sala Grande dos Atos (Sala dos Capelos).

Joaquim Armando Alves Ferreira será o Padrinho (Apresentante), estando os elogios a cargo de Leonor Pais (elogio do Doutorando) e de Teresa Rebelo (elogio do Padrinho). Os três são docentes da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), que propôs a atribuição do Doutoramento Honoris Causa ao docente universitário espanhol, pelo seu “inquestionável mérito e reconhecimento internacional” na área da Psicologia – e, em par-

ticular, da Psicologia das Organizações e do Trabalho, domínio do saber reconhecido pela primeira vez com um Doutoramento Honoris Causa na Universidade de Coimbra.

“A intensa atividade de investigação do Doutor José Maria Peiró aborda problemas centrais na nossa sociedade. A título de exemplo, há a referir o desemprego dos jovens, o bem-estar sustentável e a luta por um trabalho digno nas organizações, o estudo das competências profissionais na senda de um mundo que respeite o meio ambiente e seja sustentável a longo prazo, face aos desafios colocados pelas alterações climáticas e tendo em conta os objectivos de desenvolvimento das Nações Unidas”, refere a proposta da Faculdade de atribuição do Grau ao académico espanhol.

A homenagem a José Maria

José Maria Peiró Silla é, desde 1981, Professor Catedrático de Psicologia das Organizações da Universidade de Valência. Fundou o Instituto de Investigación en Psicología de los Recursos Humanos, Desarrollo Organizacional y Calidad de Vida Laboral (IDOCAL), do qual foi director, de 2009 a 2018. Foi Decano da Faculdade de Psicologia (1993-1999) e Director do Observatorio de Inserción Profesional y Asesoramiento Laboral (OPAL, 2003-2009) na Universidade de Valência.

O seu curriculum conta com mais de 200 publicações em revistas científicas e cerca de 30 livros e monografias. É detentor de três Doutoramentos Honoris Causa: Universidade de Maastricht (Países Baixos), Universidade de Elche (Espanha) e Universidade Metodista de São Paulo (Brasil). Foi, ainda, através do Projecto Leonardo Da Vinci, o primeiro a elaborar o Diploma Europeo en Psicologia (2001-2003). Posteriormente, na Task Force da European Federation of Psychologists’ Associations (EFPA), concretizou a atribuição do Certificado EuroPsy, tendo sido membro do European Award Committee para a sua concessão (20092015).

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Ordem dos Médicos do Centro destaca:

Celebra-se amanhã o Dia Mundial da Saúde, a data em que há 75 anos foi fundada a Organização Mundial da Saúde, sendo este ano o tema central proposto pela OMS “Saúde para todos”.  A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) assinala a efeméride invocando os primados da promoção da saúde e da qualidade de vida, defendendo melhores condições sociais e económicas, um sistema de saúde que responda às necessidades de quem o procura e uma população com mais responsabilidade social e literacia em saúde. “O nosso lema é ‘Mais Saúde, Mais atitude, Mais cuidado. Por si, para Todos”, sustenta o presidente da SRCOM, Manuel Teixeira Veríssimo, no vídeo produzido para esta data.

“O objectivo da OMS é sensibilizar e educar para a importância dos cuidados de saúde e de estilos de vida saudáveis. Temos, pois, de promover a saúde, enfrentar os desafios da saúde pública, melhorar a qualidade de vida dos mais vulneráveis”, acrescenta, entretanto.

“A nossa saúde depende de todos, vivemos num mundo global, a pandemia veio avivar-nos esta pre-

missa fundamental. A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos tem como objectivo principal fomentar a qualidade dos cuidados de saúde prestados à população, o que fará através de uma ligação estreita com os cuidados de saúde primários e hospitalares e com a saúde pública. A Saúde é um direito fundamental e inalienável do Ser Humano. É nossa obrigação pugnar pela Saúde de todos. Ou seja, o lema deste ano da OMS é, mais uma vez, um alerta à escala global”.

À guisa de conclusão, Manuel Teixeira Veríssimo assume: “A SRCOM defende e participa activamente em tudo o que possa trazer bem-estar à população. Mais: O médico tem de ter boa saúde física e mental para cuidar bem dos seus doentes. Daí que a Ordem dos Médicos deverá preocupar-se com as condições de trabalho dos médicos e dar grande relevância aos problemas e dificuldades da  classe. Para haver saúde e bem-estar na população, tem de haver médicos dedicados, com boas condições para o desempenho da sua missão e profissionalmente realizados. É essa, também, a nossa premente e diária missão”.

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“A Saúde é um desafio global, de todos e para todos”

Uma tese de doutoramento concluiu, através de uma análise à configuração da estrutura urbana de Coimbra, que os pólos universitários estão segregados face à cidade e não estão totalmente integrados no tecido urbano.

A tese “Coimbra: Universidade e Cidade como manta de retalhos”, da autoria de Susana Faria, recorre a uma análise feita através da configuração espacial da estrutura urbana de Coimbra, que sustenta uma observação há muito feita pelos habitantes da cidade e da sua relação com a universidade.

“Há uma conclusão daquilo que já era uma ideia da universidade de costas voltadas para a cidade e vice-versa. Aqui, através de uma metodologia mais objectiva, confirma-se aquilo que era uma visão empírica”, disse à agência Lusa a autora do estudo.

O estudo centra-se nos Pólos I, II e III da Universidade de Coimbra, criados e transformados em diferentes momentos da história da mais antiga instituição de ensino superior do país.

No caso do Pólo I, a transformação da sua relação com a cidade surge na sequência da demolição de muito do casario implantado na Alta de Coimbra, durante o Estado Novo, que avançou com a ideia de se criar uma cidade universitária, impondo uma planta organizada por grandes eixos e edifícios de “estilo monumental e racionalista”.

“Antes, havia ali um maior convívio entre estudantes e população e havia serviços e comércio muito próximos da universidade”, notou

Susana Faria, referindo que, após a intervenção do Estado Novo, promoveu-se uma separação entre cidade e universidade, criando uma zona quase monofuncional, que fica deserta após o fim das aulas.

Após o 25 de Abril, surge o desenvolvimento do Plano Geral da Universidade de Coimbra (UC) e os planos para os novos Pólos II e III (cujas construções foram concluídas no início do século XXI), já com o propósito de reverter os efeitos da monofuncionalidade que se observavam na Alta de Coimbra, estando prevista a intercalação de edifícios universitários com outro tipo de ocupações.

Apesar disso, outros tipos de edifícios acabaram por não surgir e o estudo concluiu que, apesar destes dois polos mais recentes estarem internamente integrados, apresentam um “desenvolvimento tendencialmente segregado em relação à cidade”.

Susana Faria utilizou uma metodologia que tem como base a teoria da lógica social do espaço, com um programa que analisa os atributos do espaço (integração, conectividade, sinergia e inteligibilidade) e da relação das ruas entre si, enquanto sistema (calculando também o número de mudanças de direcção que são necessárias efectuar para se deslocar de um ponto para outro).

Na Alta, há várias ruas quebradas que obrigam a um maior número de mudanças de direcção num hipotético percurso entre dois pontos, já os Pólos II e III, apesar de funcionarem como um sistema inteligível para quem está dentro,

surgem segregados quando confrontados “com um sistema maior”.

“A forma como se ligam ao sistema é muito frágil e são poucos os pontos de ligação e, portanto, ficam segregadas da restante estrutura”, notou, realçando, porém, que o Pólo II tem um maior potencial de se tornar numa zona integrada da cidade.

Na tese, Susana Faria admitiu também que a topografia acidentada dos pólos analisados pode também contribuir como um factor para o desenvolvimento segregado dos espaços universitários em relação à cidade.

O estudo recorre também a um inquérito a 1.837 alunos da Universidade de Coimbra que concluiu que a maioria reside fora das áreas onde estuda, passando a maior parte do tempo disponível em casa.

Ou seja, após o horário escolar, a maioria dos alunos estão ausentes do espaço público dos pólos universitários, que acabam por ficar desertos.

“Eu acho que é possível diminuir esta separação, com planeamento. Esta ferramenta [a que recorreu] pode ser uma mais-valia, porque é preditiva. Se alterarmos a forma como se liga esta estrutura urbana podemos condicionar ou promover o crescimento e desenvolvimento integral da cidade”, vincou.

Segundo Susana Faria, a metodologia utilizada pode também ser usada para perceber “quais as áreas que precisam de mais transportes públicos” porque consegue identificar aquelas que estão mais segregadas.

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QUINTA-FEIRA, 6 DE ABRIL 2023
Pólos universitários em Coimbra estão segregados face à cidade
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