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Escritor de Coimbra com programa de incentivo à escrita em escolas do país

Oescritor Bruno Paixão vai arrancar, em Março, com um programa de incentivo à escrita, que prevê visitas a escolas de todo o país, para mostrar aos alunos do secundário que “uma boa história pode mudar uma vida”.

“Vou estar em muitas escolas, graciosamente, a fazer um programa cívico que propus à minha editora [Porto Editora]. O programa de incentivo à escrita é pioneiro em Portugal e já temos milhares de alunos do ensino secundário inscritos, de escolas de vários distritos”, avançou.

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Em declarações à agência Lusa, Bruno Paixão, que é também professor universitário e investigador, informou que a primeira ‘masterclass’ realiza-se no dia 2 de Março, em Ferreira do Zêzere. “Daí até ao dia 3 de Maio tenho todas as semanas cheias. Chegamos a ter seis masterclasses por semana, em vários distritos”, revelou.

De acordo com o autor do livro “Os segredos de Juvenal Papisco”, que será apresentado no dia 26 de Fevereiro, em Coimbra, Portugal tem muitos e bons programas de leitura.

“Sem eles, isto seria dramático, mas como estamos num tempo de oralidade rápida, é preciso incentivar as pessoas a escrever. Eu escrevi após ter feito uma ‘masterclass’ com o Mário Cláudio, portanto, gostaria muito de ter feito essa ‘masterclass’ nos meus 16, 17 ou 18 anos”, justificou.

A ‘masterclass’ de Bruno Paixão prevê uma aula presencial, sendo as restantes, para aprofundar níveis de conhecimento, “depositadas com um código de acesso livre para os alunos, no ‘site’ da Porto Editora”.

“Irei falar-lhes de literatura de uma forma muito terra a terra e olhos nos olhos. Mostrar-lhes que a literatura está até nas canções que eles hoje em dia ouvem, com textos que eles nem imaginavam que eram de autores consagrados”, acrescentou.

Para além de partilhar a sua experiência, Bruno Paixão pretende também mostrar que toda a gente tem a sua voz narrativa. “Seja num rap, na escrita de um ‘email’, numa opinião, numa reclamação, na partilha de uma ‘sms’. Toda a gente tem uma voz narrativa que pode crescer e ir mais longe”, alegou.

Segundo o vencedor da segunda edição do Prémio Literário Luís Miguel Rocha, este é o seu contributo para a escrita e para o mundo literário. “Investir na criação de públicos para o meio cultural, porque acredito muito que essa é a minha razão de escrever e que uma boa história pode mudar uma vida, ao contrário de um discurso político, de um sermão, que não muda a vida de ninguém”, sustentou.

Este programa de incentivo à escrita será feito também para outros públicos, nomeadamente academias de leitura, academias seniores ou clubes de leitura, que “já manifestaram interesse”.

Materiais ferroelétricos baseados em óxidos binários como o Óxido de Háfnio (HfO2) e o Óxido de Zircónio (ZrO2) estão a ser investigados para aplicação em dispositivos de memória de última geração com potencial em áreas revolucionárias como a computação neuromórfica. Um estudo, no qual participa o investigador da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), Fábio Figueiras, descreve um novo material à base de óxido de zircónio com maior potencial de aplicação nestas tecnologias e mereceu destaque de capa na revista Applied Materials Today.

“O óxido de zircónio é cinquenta vezes mais abundante e acessível que o mais intensivamente investigado óxido de háfnio”, começa por explicar o investigador que trabalha no Instituto de Física de Materiais Avançados, Nanotecnologia e Fotónica (IFIMUP). “A técnica que utilizámos, de produção de filmes finos ferroelétricos da fase ZrO2 ortorrômbica por ion-beam sputtering, tem a vantagem de ser compatível com processos industriais utilizada para fabricar micro- e nano- dispositivos eletrónicos baseados em CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductors)”, acrescenta.

No estudo, os investigadores demonstraram, por diversas técnicas de caracterização e simulação computacional, que as limitações que poderiam ser problemáticas para a integração de ZrO2 em tecnologias confiáveis, podem ser devidamente colmatadas. E como resposta apresentam um novo filme fino de óxido de zircónio numa estrutura intencionalmente modificada.

“O nosso trabalho permite enfrentar três grandes desafios com que se depararam diversos estudos internacionais prévios realizados com HfO2 e ZrO2: a rápida fadiga, a baixa retenção e a necessidade de efetuar uma série de ciclagens elétricas para “despertar” o comportamento ferroelétrico (wake-up effect)”, sublinha Fábio Figueiras. “Os outros materiais acabam por falhar ao fim de alguns ciclos e com este novo material isso não acontece - tem a capacidade de ser estável por milhões de ciclos”, conta.

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