Edição 496_05_11_2009

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PREÇO 0,75\ | 2ª SÉRIE | ANO 10| Nº 496 | 05 DE NOVEMBRO DE 2009 DIRECTOR LINO VINHAL | www.campeaoprovincias.com

SEMANÁRIO À QUINTA-FEIRA | EDIÇÃO COIMBRA

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AO SERVIÇO DA REABILITAÇÃO NA REGIÃO CENTRO CMRRC-Rovisco Pais. 3060-908 Tocha Teles.- 231440900 | Fax - 231442209 - cmrrc@roviscopais.min-saude.pt Arrendamento de instalações em antigo edifício dos Correios

“Face oculta”

A CMC e o Estado constituíram-se inquilinos no horizonte de um mês

Advogado almoçou com chefe de gabinete

A tomada de arrendamento de instalações por parte de entidades públicas num edifício de Coimbra outrora pertencente aos Correios ocorreu no horizonte de um mês (entre Outubro e Novembro de 2003), apurou o “Campeão”. A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) constituiu-se inquilina da empresa Demagre no penúltimo mês daquele ano e o Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça (IGFPJ) tinha-se tornado arrendatário no mês anterior. Segundo apurou o nosso Jornal, o subarrendamento da totalidade do imóvel, feito pela Demagre, gerou uma receita anual de 2,85 milhões de euros, 2,5 vezes superior ao montante que tal firma se comprometera a pagar ao Grupo Espírito Santo (GES). A valorização das rendas proporcionou à Demagre um prémio de 12,50 milhões de euros (valor a que foi subtraído um montante para obras).

Guilherme Dray, actual chefe de gabinete do primeiro-ministro, e o advogado Paulo Penedos terão almoçado, há cerca de meio ano, mas, aparentemente, o empresário Manuel José Godinho prescindiu de qualquer diligência no sentido da destituição do presidente da Refer, apurou o “Campeão”. Segundo as nossas fontes, o empresário disse a Penedos que a questão estava a ser tratada por Armando Vara (vide a pág. 3). Em Março de 2009, no contexto de um telefonema de Paulo Penedos para Godinho, o advogado indicou ir almoçar com Guilherme Dray, que chefiava o gabinete do então ministro das Obras Públicas (Mário Lino). Armando Vara pediu, anteontem, a suspensão da função de gestor do BCP. PUBLICIDADE

Em final de mandato da Administração

Assembleia Municipal de Coimbra

Escola de Vasco da Gama

Águas de Coimbra mantém serviços de Teresa Telo

PS interpela CDU sobre apoio a Manuel Porto (PSD)

Luís Vilar exerce direito de resposta pela ACSJM

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Elenco de secretários de Estado ficou completo

Negócio dos Correios

Há mais governantes com ligação a Coimbra

Luís Vilar parece ser credor de milhares de euros da TCN

Maria Manuel Leitão Marques, docente da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, mantém-se no novo Governo como secretária de Estado da Modernização Administrativa, assim como Paulo Campos continua como secretário de Estado das Obras Públicas e das Comunicações, sendo oriundo de Oliveira do Hospital, cidade de onde é também natural Dulce Pássaro, que se estreia como ministra do

Ambiente e Ordenamento do Território. Natural de Coimbra, onde tem um irmão, Vasco Franco entra no Governo como secretário de Estado da Protecção Civil, alargando o leque de figuras com ligação ao distrito. Ainda da região Centro, juntam-se ao elenco do XVIII Governo, como secretários de Estado, Óscar Gaspar (Saúde), que até 2003 integrou a administração da Metro Mondego e integrava a equipa de

apoio ao primeiro-ministro, e Alexandre Ventura (Educação), professor da Universidade de Aveiro e presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores. O líder do PS/Viseu, José Junqueiro, é o secretário de Estado da Administração Local, enquanto Fernando Serrasqueiro, de Castelo Branco, mantém-se como secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, com Valter Lemos a transitar do Ministério

da Educação para o do Trabalho, agora como secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional. Dos 38 secretários de Estado, 17 estreiam-se nas funções, cinco transitam de ministérios e 16 vão manterse nas pastas. A surpresa é a criação da Secretaria de Estado da Igualdade, ocupada por Elza Pais, ex-presidente da Comissão para Igualdade do Género e eleita deputada pelo PS por Viseu, nas legislativas de Setembro.

Em memória de sete amigos

ADFP assinala 22 anos com passeio da gratidão A criação de um passeio da gratidão, onde serão plantados sete castanheiros, cada um em memória de amigos da ADFP de Miranda do Corvo, é, amanhã, um dos pontos das comemorações do 22.º aniversário da Associação de Desenvolvimento e Formação Profissional, agora com o estatuto de fundação. Ao longo do passeio, localizado no Parque Biológico da Serra da Lousã, na Quinta da Paiva, as ár-

vores a plantar, pelas 15h15, irão homenagear e perpetuar a memória de Alberto Anastácio (dirigente da ADFP, autarca e funcionário municipal), Fausto Branco (dirigente da ADFP, autarca, religioso e industrial), Fausto Correia (dirigente da ADFP, autarca, político), Gracinda Jesus Gomes (benemérita da ADFP, comerciante), Jaime Vicente (benemérito da ADFP, comerciante), José Carranca Redondo (benemérito da ADFP, industri-

al, publicitário) e Lídio Alves Gomes (benemérito, dirigente da ADFP, autarca, professor). O programa comemorativo inicia-se pelas 14h00, com uma visita às obras da Creche do Centro Social do Senhor da Serra e do Lar Cristo Redentor, e prossegue, às 15h00, com o descerramento de uma lápide no edifício Centro de Informação/Restaurante do Museu da Chanfana, no Parque Biológico.

Após a plantação dos castanheiros no passeio da gratidão decorrerá, pelas 16h15, um magusto-convívio e a apresentação do projecto do Museu de Miranda, seguindo-se, às 17h00, a abertura solene do ano lectivo 09/10 da Universidade Sénior, um jantar no salão do Centro Social Comunitário, pelas 20h00, e a actuação da Orquestra da Sociedade Musical de Santa Cecília, às 22h00.

Luís Vilar, anterior líder concelhio do PS/Coimbra, parece ter a receber 607 000 euros da multinacional Tramcrone (TCN), sem contabilização de juros, soube o “Campeão”. O nosso Jornal apurou que o ex-consultor estará em condições de demonstrar só ter recebido 133 000 dos 740 000 euros ganhos ao serviço daquela sociedade. O ex-vereador da Câmara conimbricense moveu, de resto, uma acção cível, reclamando da empresa o pagamento de cerca de 900 000 euros (montante onde se inclui a liquidação de juros a que o outrora consultor alega ter direito). A primeira sessão da audiência de julgamento, sendo o demandante representado pelo advogado Alfredo Castanheira Neves, já esteve marcada para 22 de Outubro de 2009 em Lisboa. Vilar celebrou, em 2002, com a TCN um

Encontro de dança moderna

Espectáculo junta 130 bailarinos

Teresa Telo permanece na rua da Alegria

AC mantém avençada que custava 3 000 euros / mês A Águas de Coimbra (AC) vai manter a prestação de serviços assegurada por Teresa Telo, sendo que o montante inicial da avença mensal ascendia a 3 000 euros, soube o “Campeão”. Interpelado pelo nosso Jornal, o director-geral da empresa municipal indicou tratar-se de uma “contratação essencial para o cumprimento de um dos objectivos estratégicos” da AC, o qual consiste na “implementação de um sistema de gestão integrado”. Tal desiderato, segundo

Carlos Rodrigues, visa “a criação de um sistema de qualidade e a certificação da empresa nas vertentes ambiental, da qualidade do serviço, segurança e higiene e ainda da responsabilidade social”. “Trata-se de um objectivo que, na maioria das suas componentes, vai passar a ser obrigatório para todas as entidades gestoras do sector, face à recente legislação, para além de se tratar de ferramentas fundamentais na ‘política empresarial’ de qualquer sociedade moderna

(mesmo as do Sector Empresarial Local)”, considerou Carlos Rodrigues. Embora o director-geral da AC tenha sido omisso em relação a esse aspecto, presume-se que a celebração de novo contrato ocorreu a poucas semanas do termo do mandato do actual Conselho de Administração. Como noticiou o “Campeão”, a 25 de Setembro de 2008, a AC celebrou um contrato de prestação de serviço (regime de avença) com uma mulher, cujos

honorários mensais são de montante idêntico ao do vencimento do presidente da empresa municipal, sendo que este declinou, então, falar do assunto. O nosso Jornal pediu, na altura, a Jorge Temido para ele esclarecer por que critérios foi escolhida Teresa Telo, em que consistia a prestação de serviço, por que auferia ela uma avença de 3.600 euros (IVA incluído) e se eram colegas no âmbito do MBA frequentado por ambos.

acordo de prestação de serviços de consultoria no âmbito do qual terá acompanhado a divisão de espaços efectuada num edifício da avenida de Fernão de Magalhães (pertencente aos CTT até meados de Março de 2003) e a forma de os tornar rentáveis. A TCN comprometeu-se a pagar ao prestador de ser viços cinco por cento do investimento realizado em cada projecto imobiliário por ele desenvolvido e acompanhado. O antigo prédio dos Correios foi comprado, por 14,80 milhões de euros, por uma firma (Demagre) de que eram sócios dois gestores da TCN, sendo que a referida firma transaccionou o imóvel com um lucro de 4,70 milhões de euros e tornou-se inquilina para o subarrendar e obter uma receita de 12,50 milhões de euros (a que foram deduzidos alguns encargos).

É o maior espectáculo de danças urbanas realizado em Coimbra e vai ter lugar este sábado, dia 7, a partir das 21h30, no Teatro do Sobral de Ceira. Pelo palco desta festa da dança, organizada pela Associação Cultural e Recreativa de Coimbra Areeiro, vão passar 130 bailarinos, de diferentes grupos, do distrito de Coimbra e não só. Participam os grupos, “The season flowers”, Coimbra (grupo da Associação Cultural e Recreati-

va de Coimbra); “Underfire”, Gondomar; “Fusion Groupe”, Figueira da Foz; “Espírito da Dança”, S. Pedro da Cova (Porto); “Kaos”, Vila Nova do Ceira (Góis) e “Coja-a-animar”, Coja (Arganil). Neste espectáculo não faltarão o hip hop, pop rock, danças de salão, entre muitos outros ritmos e estilos. O Instituto Português da Juventude, o INATEL e a Câmara Municipal de Coimbra apoiam a iniciativa.

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Armando Vara arguido

Congresso fundador decorreu no sábado

“Face oculta”com alusão a Sócrates

Carlos Silva preside à UGT-Coimbra

R. A.

Um despacho subjacente à operação “Face oculta”, desencadeada na semana passada, alude a um hipotético conhecimento por parte de José Sócrates acerca da alegada pretensão de um empresário no sentido da exoneração do presidente da Refer (Rede Ferroviária Nacional), soube o “Campeão”. Consta que Manuel José Godinho – em prisão preventiva após ter sido detido pela Polícia Judiciária – aspirava a ver destituído o presidente da Refer devido a uma acção do foro judicial movida por aquela entidade pública empresarial contra uma sociedade do referido empresário. Godinho recebeu um telefonema de Fernando

Lopes Barreira, membro fundador da Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária, e este terá feito saber que ia almoçar com a anterior secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino. Neste contexto, Lopes Barreira terá assinalado que José Sócrates, Mário Lino (anterior ministro das Obras Públicas) e Armando Vara (outro ex-ministro) estariam ao corrente da suposta pretensão de Manuel José Godinho. Enquanto secretário de Estado, Vara foi responsável pela criação da Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária. Volvido pouco tempo, sendo ministro, foi exonerado, por António Guterres, devido a pressão exercida nesse sentido pelo

então Presidente Jorge Sampaio. Duas semanas antes do telefonema de Barreira para Godinho, o referido membro fundador da Fundação deu conta ao empresário de um suposto almoço com Mário Lino. Armando Vara, que foi administrador da Caixa Geral de Depósitos na vigência do primeiro Governo de Sócrates, está sob suspeita de ter recebido 10 000 euros a fim de, alegadamente, agilizar contactos proveitosos para Manuel Godinho. Administrador do Banco Comercial Português, Vara é um velho amigo de José Sócrates, tendo ascendido a ministro, em 1999, volvidos dois anos sobre o respectivo ingresso no Ministério da Administração Inter-

na como secretário de Estado. Segundo o Expresso, o vogal da Administração do BCP é visado por um inquérito preliminar instaurado pelo Banco de Portugal para esta entidade de supervisão aferir se está posta em xeque a idoneidade do gestor. Entre os arguidos (12) constituídos no âmbito da operação “Face oculta”, todos abrangidos pela presunção de inocência, contam-se José Penedos, presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais), e o advogado Paulo Penedos. Outrora secretário de Estado da Indústria e Energia e da Defesa (no primeiro Governo de António Guterres), José Penedos foi deputado do PS à Assembleia da República (eleito pelo círculo de Coimbra em 1999).

Assembleia Municipal de Coimbra

PS imputa à CDU a provável reeleição de Manuel Porto (PSD) O Partido Socialista voltou, ontem, a interpelar a Coligação Democrática Unitária (PCP e Partido Os Verdes) no sentido da obtenção de uma plataforma capaz de viabilizar a eleição de Helena Freitas para a presidência da Assembleia Municipal (AM) de Coimbra. Votada, aparentemente, ao insucesso, a iniciativa do PS tem, por outro lado, o objectivo de confrontar a CDU com as respectivas opções. A eleição da Mesa da AM (presidente e dois secretários) é feita, hoje, por escrutínio secreto. Ex-provedora do Ambiente, a bióloga Helena Freitas (independente) encabeçou a lista de candidatos

do Partido Socialista à AM conimbricense. Como assinalou o “Campeão” na anterior edição, Manuel Porto (PSD) parece ter garantida a recondução como presidente do órgão fiscalizador da Câmara, ao abrigo de uma “posição de princípio” da CDU. A dúvida acerca da reeleição do catedrático de Direito, em fase de aposentação, tem-se prendido com o facto de a coligação “Por Coimbra”, onde predomina o PSD, ser detentora de menos três mandatos do que a soma dos do Partido Socialista, Coligação Democrática Unitária e Bloco de Esquerda (BE). Segundo o vereador eleito Francisco Queirós (PCP), tal “posição de prin-

cípio” é desfavorável “a arranjos” susceptíveis de contrariarem o sentido do voto popular. “Não deve ser resolvido na secretaria o que os munícipes não resolveram pelo voto”, declarou o futuro edil, querendo com isso significar que a Coligação Democrática Unitária é avessa à eleição de um(a) autarca do Partido Socialista para suceder a Manuel Porto. “Se o PS desfrutasse de maioria relativa” [à semelhança do que acontece com a coligação de Centro-Direita no âmbito da AM], “a posição da CDU seria a mesma”, acentuou o dirigente do Partido Comunista. Segundo Queirós, a Mesa do órgão fiscalizador

da Câmara conimbricense deverá incluir secretários indicados pelo Partido Socialista e pela Coligação Democrática Unitária. A Comissão Coordenadora Concelhia do BE convidou estruturas congéneres das outras forças de Esquerda para um encontro formal, a três, com o intuito de apear Manuel Porto. O Partido Socialista limitou-se a auscultar a CDU e esta manifestou-se “aberta a encontros com todas as forças políticas”. À tomada de posição da CDU no sentido da abertura a “encontros com todas as forças políticas” não deverá ser alheia a atribuição do regime de dedicação exclusiva (tempo completo) ao vereador Francisco Queirós.

Em livro apresentado hoje, dia 7, em Coimbra, na Almedina Estádio

Especialista da PJ defende novo modelo de combate ao crime José Braz, assessor de investigação criminal da Polícia Judiciária (PJ), apresenta esta quinta-feira, dia 5 de Novembro, na Almedina Estádio, o novo livro “Investigação Criminal”, em mais uma sessão das “Quintas-feiras de Direito”. É necessário um novo paradigma de investigação criminal para fazer face ao “novo crime silencioso”, que as tecnologias da informação e da comunicação sustentam, defende José Braz no livro em que propõe um novo

modelo de combate ao crime. “Na sociedade informacional o crime organizado desterritorializou-se e fortaleceu-se, tornando-se uma ameaça silenciosa e tentacular que procura e, quantas vezes consegue, corromper a Administração e o Estado, manipular os media e a opinião pública, denegrir e enfraquecer as instituições que lhe fazem frente, interferindo nos centros institucionais de decisão judicial, económica e políti-

ca”, adverte o especialista, que em 1999 foi alvo de reconhecimento público pelo Governo dos EUA pelo seu contributo no combate internacional ao narcotráfico. Em 2006, José Brás foi agraciado pelo Estado espanhol com a Cruz de Prata da Ordem do Mérito da Guardia Civil e com a Cruz de Mérito Policial. Para o assessor da PJ, “a investigação desta nova criminalidade opaca e defensiva, que parece resistir imune

e impune às chamadas técnicas clássicas de investigação criminal, constitui o principal desafio que hoje se coloca ao Sistema de Justiça Criminal”. Assim, avança o autor, urge desenvolver novas metodologias de investigação que permitam fazer frente aos crimes “graves” que ganham fôlego com as novas tecnologias, como é o caso dos vários tipos de tráfico, da criminalidade económico-financeira, o banditismo e o terrorismo.

O recém-empossado presidente da UGT-Coimbra, Carlos Silva, congratulou-se por a primeira filial da UGT ter sido criada no distrito de Coimbra. A união sindical do Porto será a próxima (o congresso fundador realiza-se no sábado, dia 7), seguindo-se depois as dos restantes distritos. Tal qual ficou definido no congresso nacional da UGT, de Março passado, as filiais têm por principal missão “o tratamento das questões ligadas à política sindical da região, a articulação com as autarquias, para além do apoio ao trabalho dos sindicatos filiados e da realização de outras actividades relacionadas com os problemas do quotidiano dos trabalhadores”. O reforço do movimento sindical regional é, segundo Carlos Silva, “um desfio que importa vencer”, sendo que, precisou o também presidente do Sindicato dos Bancários de Coimbra (um dos sindicatos filiados na UGT e co-organizador do congresso fundador da UGT-Coimbra), esta é “uma forma de melhorar a intervenção das estruturas sindicais da UGT a nível local e regional”. A nova estrutura sindical defende uma maior aproximação aos trabalhadores, com destaque para aqueles que “não têm representação sindical nos seus concelhos”. O congresso fundador

da UGT-Coimbra, que decorreu este sábado, dia 31, no Hotel D. Luís, aprovou ainda por unanimidade o programa de acção que prevê, entre outras medidas, o “aprofundamento das relações entre os sindicatos com representação no distrito” e a “cooperação com o representante do Governo Civil, os munícipes e as associações empresariais, na busca de soluções para empresas em dificuldades”. A acção da UGT-Coimbra propõe-se, sintetizou Carlos Silva, “combater as assimetrias do distrito”, nomeadamente através da promoção de um desenvolvimento mais justo e equilibrado. O aumento de salários foi uma das medidas preconizadas pelo líder nacional da UGT, para quem “as empresas portuguesas têm ganho nos últimos anos competitividade à custa dos salários”. A par do aumento do salário mínimo para os 500 euros até 2011, João Proença adiantou que o combate ao trabalho precário e a criação de emprego serão outras das bandeiras a defender junto do novo governo. O congresso fundador da UGT-Coimbra terminou com um seminário realizado em parceria com a CEFOSAP que debateu o combate ao desemprego, cujo acento tónico assentou na defensa de um emprego mais qualificado e de qualidade.

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Convite O Presidente da Assembleia Municipal de Coimbra Professor Doutor Manuel Carlos Lopes Porto

Convida a assistir ao Acto Solene da Instalação dos Membros da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal a realizar hoje, dia 5 de Novembro de 2009, pelas 18 horas, no Salão Nobre dos Paços do Município.

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Luta contra o cancro da mama

Oito meses de atraso em relação ao previsto

Unidade móvel digital ao serviço de Coimbra

Concessão do Pinhal Interior Norte adjudicada em breve

I.C.

Uma unidade móvel digital nova, destinada à realização de mamografias, assegura a continuação do programa de rastreio do cancro da mama no concelho de Coimbra, com qualidade e fiabilidade. A viatura, posta ao serviço das mulheres no Dia Internacional de Prevenção do Cancro da Mama, representa a chegada da era digital à campanha em que a região Centro foi pioneira no início da década de 90 do século passado. A Liga Portuguesa Contra o Cancro está a investir dois milhões de euros na digitalização do serviço de mamografias, um esforço que acompanha os avanços tecnológicos e procura garantir máxima confiança às mulheres. “Muitas mulheres não aderiam ao programa por pensarem que a qualidade

A Liga Portuguesa Contra o Cancro está a investir dois milhões de euros na digitalização do serviço de mamografias

dos exames era inferior, mas não é isso que acontece”, assegura Natália Amaral, presidente da Liga. Augusta Matos, directora executiva do agrupamento de centros de saúde do Baixo Mondego I, que inclui Coimbra, Condeixa e

Penacova, congratulou-se com o nível de cobertura atingido pela campanha e com o aumento da procura por parte das mulheres. A parceria dos centros de saúde, na cedência das listas das utentes para serem rastreadas, tem sido um as-

pecto relevante para o sucesso da campanha. Depois de ter estado no Centro de Saúde de Eiras, aonde arrancou a campanha, a unidade móvel vai estar por estes dias no Centro de Saúde de Celas. Existem nove carrinhas em toda a região Centro, uma em excluviso para Coimbra. Cada viatura tem dois funcionários. No total, a campanha envolve meia centena de profissionais. Com a colaboração do Movimento Vencer e Viver, está a ser desenvolvido um projecto de psico-oncologia, destinado a apoiar os doentes e respectivos familiares. O rastreio do cancro da mama é gratuito e dirige-se a mulheres com idades entre os 45 e os 69 anos. Visa detectar a doença em fase precoce, na certeza de que 90 por cento dos cancros da mama tem cura quando descobertos a tempo.

Orfeonistas ofereceram 20 000 euros L.S.

Um donativo de 20 000 euros foi entregue, sexta-feira à noite, pelo Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra ao núcleo regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, num gesto altruísta que caracteriza a associação que através da música tem levado a todo o mundo o nome da cidade e do país, arrebatando, igualmente, vários prémios internacionais. A dádiva foi efectuado no início de uma actuação dos Antigos Orfeonistas, no Pavilhão de Portugal, no âmbito do Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, e a receita obtida através da venda do CD “100 Anos de Fado de Coimbra”, lançado há um ano. Natália Amaral, presidente do núcleo da Liga, agradeceu o contributo, que irá ajudar na edição de um manual sobre o cancro da mama, a distribuir às mulheres, tendo oferecido aos Antigos Orfeonistas, assim como à Orquestra

Por cada CD vendido, os Antigos Orfeonistas recolheram um euro para a Liga Contra o Cancro

Clássica do Centro, um reconhecimento pelo apoio que tem sido concedido. Conforme sublinhou a médica Natália Amaral, a mortalidade por cancro da mama, em Portugal, embora abaixo da média dos países da União Europeia, atinge actualmente uma taxa de cerca de 23/100 000 habitantes, com tendência crescente, constitu-

indo um grave problema de saúde pública tanto em termos quantitativos (incidência e mortalidade) como qualitativos. Este facto e o estado relativamente avançado dos tumores diagnosticados, fazem do cancro da mama um importante problema para a população portuguesa. No nosso país, a Liga Portuguesa Contra o Can-

cro é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, de utilidade pública, que desenvolve um conjunto de iniciativas de sensibilização para a prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama. Promove desde 1990 um programa de rastreio, gratuito, dirigido às mulheres do grupo etário 45-69 anos.

A concessão do Pinhal Interior Norte deverá ser adjudicada por estes dias. Segundo o secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, que confirmou a informação horas depois de tomar posse no cargo que desempenhou já no mandato anterior, a adjudicação da obra deverá acontecer até ao final desta semana. Mais atrasados estão os processos das concessões das estradas da Serra da Estrela e da Auto-estrada do Centro, cujo concurso teve de ser repetido. Lançada a 14 de Junho de 2008, em Condeixa, pelo primeiro-ministro, a concessão é composta por um pacote de estradas com uma extensão total de 567 quilómetros e servirá uma população na ordem das 400.000 pessoas. Inicialmente a adjudicação do Pinhal Interior Norte estava prevista para o primeiro trimestre deste

ano, sendo que o atraso motivou a contestação de diversos autarcas dos concelhos beneficiados pela obra. A Comunidade Intermunicipal do Pinhal Interior exigiu, inclusive, em Setembro passado, ao Governo celeridade no processo. Para o governante, politicamente nunca houve dúvidas quanto à importância desta concessão que, notou, sofreu “alguns imponderáveis”. Paulo Campos, reconheceu mesmo que, a concessão do Pinhal Interior Norte é fundamental para colocar o Centro do país “no centro do sistema rodoviário nacional” e evitar o isolamento desta região. A concessão do Pinhal Interior Norte prevê a construção do IC3, entre Tomar e Coimbra, a EN 342, entre Lousã-Góis-Arganil-Côja-IC6, a requalificação do IC8 e de todas as vias de acesso às sedes de concelho.

Oliveira do Hospital

Feira do porco e do enchido domingo em Meruge A 7.ª Feira do Porco e do Enchido realiza-se este domingo, dia 8, na freguesia e Meruge, no concelho de Oliveira do Hospital. Concebida para homenagear os “comerciantes locais, preservar e promover a sua arte ancestral de fazer o “fumeiro”, esta iniciativa é reconhecida como uma das mais originais e ricas mostras do mundo rural e da gastronomia tradicional da região centro. Arroz de Suã, torresmos à moda de Meruge (confeccionados à fogueira em caçoila de barro), feijoada à moda de Nogueirinha, porco bísaro no espeto, bolas de carne, bacalhau ou sardinha a saírem quentinhas do forno comunitário, chouriças de carne, chouriças de bofes, salpicões, farinheiras, presuntos curados e morcelas esperam milhares de visitantes, que podem optar por comprar a carne e fazer a refeição, utilizando as fogueiras e as caçoilas ao seu dispor.Paralelamente, decorre a Feira Medieval, no palco granítico da Lage Grande pelo Grupo

VIV´ARTE, com trupes de saltimbancos, trapezistas, bufões e jograis, entre outros. Em Busca do Leitão Perdido e uma corrida de carroças fazem parte da animação. A música acompanha o certame, com o grupo FarraFanfarra, os Bombos da Beira Baixa e de Cidadelhe-Vila Real, as concertinas dos Lusitanos de Viseu e os cantadores ao desafio de Amarante, Os Gaiteiros Roncos e Coriscos e os Tamborileiros da Raia.Cerca de uma centena os artesãos participam também com as mais típicas formas de artesanato (ferreiros, tanoeiros, oleiros, cesteiros, funileiros), com a expressão urbana desta arte. A Feira da Agricultura Familiar é outro espaço com lugar particular neste evento. Os agricultores e produtores locais têm oportunidade de negociar directamente com os consumidores as suas Castanhas, Nozes, Figos Secos, Romãs, os licores e compotas, ou mesmo os requeijões e queijos de ovelha.


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Análise às contas da Câmara da Figueira da Foz na calha

Condeixa-a-Nova

João Ataíde (PS) quer exemplo de transparência

Escolha de vereadora em detrimento de Nuno Moita

G. B.

O presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, assumiu sexta-feira, durante a cerimónia de tomada de posse, que pretende pautar o seu mandato pelos valores da “determinação, verdade e proximidade”. O candidato independente, eleito pelo PS, sustenta que “a confiança dos cidadãos se conquista pelo poder do exemplo e não pelo exemplo do poder”. Quer, por isso, que a autarquia figueirense possa ser apontada como actuando com “verdade, transparência e boa gestão dos recursos existentes”. Ao deixar claro no seu discurso que “não haverá um muro entre governantes e governados”, João Ataíde deixou antever, como primeira medida de “um novo capítulo na História da Figueira da Foz”, a realização de uma análise financeira, correcta e rigorosa às contas da autarquia, por peritos independentes. Se será uma auditoria ou apenas uma análise técnico-

financeira, o tempo o dirá, contudo, ao tomar posse, Ataíde garantiu que os figueirenses saberão sempre o que está a ser feito pelo executivo e as suas implicações. O PS obteve quatro mandatos no executivo, o PSD três e o movimento independente “Figueira Cem por cento” os restantes dois lugares na vereação. Segundo o presidente do Município, o resultado conquistado nas urnas traduz “uma vontade inequívoca de mudança na maneira de ser e de governar os destinos” da Figueira. Perante uma cenário de quatro anos de governação em maioria relativa, João Ataíde admite que para superar os tempos difíceis “todos são precisos e necessários”, apesar de muitas vezes defenderem projectos e metodologias diferentes. Disposto a encarar com realismo a situação financeira do Município, o autarca pretende apresentar à Assembleia Municipal um plano de saneamento que permita uma acção responsável e credível sem desvirtuar os projectos de investimento

Ataíde lembrou que a confiança se conquista pelo poder do exemplo e não pelo exemplo do poder

no concelho. Ataíde tem intenção de honrar os compromissos já assumidos pela autarquia, contudo, espera “renegociar os contratos cuja execução possa hipotecar, ainda mais, a solvabilidade da Câmara”. Ao preconizar no seu discurso de tomada de posse a implementação de um conjunto de medidas ao nível do desenvolvimento urbano, economia, emprego, acção social, educação e cul-

tura, o presidente da Câmara da Figueira da Foz disse pretender dar um novo rumo ao concelho e procurar melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. A concretização do conjunto de medidas que fazem parte do programa eleitoral sufragado constitui, segundo João Ataíde, “uma forma de atrair investimento e pessoas, devolvendo ao concelho o brilho de outrora”.

Luís Tovim (PS) renuncia a mandato

Social-democratas presidem ao órgão fiscalizador da CMFF O PSD conseguiu eleger Vitor Pais para a presidência da Mesa da Assembleia Municipal (AM) da Figueira da Foz. Ao dispor de 11 deputados eleitos e oito presidentes de juntas – que por inerência do cargo têm lugar na AM –, o PS reunia, à partida, condições para eleger o presidente do órgão fiscalizador da Câmara figueirense. Contudo, o desfecho da votação causou surpresa aos autarcas dos dois partidos, tendo mesmo a bancada socialista pedido uma recontagem dos votos, que veio a confirmar o resultado inicial. Apesar de o PS ter sido o vencedor nas eleições autárquicas, a lista apresentada pelos social-democratas obteve 20 votos, mais três do que a apresentada

pelo PS, liderada por Luís Tovim. Encabeçada por José António Nogueira dos Santos, a candidatura independente “Figueira 100 por cento”, obteve cinco votos e registaramse dois em branco, por sufrágio secreto de 44 deputados municipais. Reconduzido no cargo, Vitor Pais (PSD) disse estar “absolutamente surpreendido” pelo desfecho da votação. Ao nosso Jornal afastou, contudo, a possibilidade do órgão a que preside poder vir a tornarse numa “força de bloqueio” ao normal exercício do executivo liderado pelo PS. A vitória do PSD na AM, a contracorrente do resultado obtido nas eleições, em que os figueirenses confiaram a Câmara

aos socialistas, deixou o presidente João Ataíde absolutamente surpreendido porque, em princípio, “havia condições para ter a maioria”, explicou o autarca. O presidente da Concelhia social-democrata, Lídio Lopes, considera tratar-se de uma vitória que traduz uma expressão mais aproximada do real valor do PSD, uma vez que o partido “teve um conjunto de votos superior à sua representatividade” no órgão fiscalizador figueirense. “Em prol da Figueira e dos figueirenses”, Luís Tovim, que tinha encabeçado a lista do PS para a Mesa da AM, espera que oposição viabilize as políticas no novo executivo socialista, forçado a gover-

nar com maioria relativa. Outrora militante social-democrata, Tovim, que renunciou, entretanto, ao mandato de membro daquele órgão autárquico, na sequência da eleição de Vítor Pais, negou ao “Campeão” que este facto tenha pesado contra si e contra os socialistas na votação. “Essa questão foi ultrapassada em devido tempo; não é essa a razão em causa”, esclareceu o autarca demissionário. Contabilizando os 18 presidentes de juntas de freguesias na AM (três deles independentes), o PS desfruta de 19 mandatos, cabendo 16 ao PSD, cinco ao movimento independente “Figueira 100 por cento”, um à CDU e outro ao Bloco de Esquerda.

Nuno Moita, economista e presidente da Comissão Concelhia de Condeixa-a-Nova do PS, ficou à margem da vicepresidência da Câmara local, apesar de ter sido o segundo membro da lista socialista. Embora a hierarquização dos vereadores propostos por Jorge Bento sugira que o economista seria o delfim do líder camarário, este optou pela recondução de Margarida Guedes na vicepresidência, facto que causou mal-estar na referida estrutura partidária. Apesar das diligências do nosso Jornal, foi imediatamente impossível falar com o presidente da Câmara de Condeixa. Nuno Moita, quadro da Estradas de Portugal (entidade pública empresarial), assumiu o cargo de vereador sem dedicação exclusiva, desconhecendo-se, por ora, até que ponto isso será susceptível de comprometer a sua eventual candidatura, em 2013, à sucessão de Bento (impedido de se recandidatar devido à limitação do número de man-

datos consecutivos). Margarida Guedes, que desceu do segundo lugar da lista (em 2005) para o terceiro (2009), terá ponderado a hipótese de se perfilar, este ano, para a liderança de uma Câmara do distrito de Leiria. A opção de Jorge Bento pela atribuição da vice-presidência à vereadora tem cobertura legal, sendo que a função nada tem a ver com a hierarquização dos elementos da lista vencedora. Há fontes partidárias a alegar que Nuno Moita tinha a expectativa de assumir o cargo de vicepresidente, mas também há outras a sustentar não ter sido cometido qualquer tipo de deslealdade por parte de Bento. Moita chegou a encarar, no início do ano, o cenário de se perfilar para a liderança da Câmara Municipal de Condeixaa-Nova, quando Jorge Bento esteve na iminência de ser chamado a exercer a função de secretário-geral da Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego.

Além de renunciar a cargos no PS

Paulo Penedos faz-se substituir como autarca O jurista Paulo Penedos vai renunciar às funções que tem exercido no Partido Socialista e não será investido, hoje, como membro da Assembleia Municipal de Coimbra, disse o próprio ao “Campeão”. O acto de posse da Câmara de Coimbra e do seu órgão fiscalizador, cujos membros foram eleitos a 11 de Outubro, realiza-se, hoje, pelas 18h00, nos Paços do Município. A decisão de Penedos decorre do facto de ter sido constituído arguido, segundo afirma “enquanto advogado” de uma empresa cujo proprietário está sob suspeita de ter diligenciado no

sentido da obtenção de favorecimento no relacionamento com sociedades onde o Estado intervém como accionista. Membro da Comissão Nacional (órgão máximo entre os congressos partidários), o jurista presidia à Mesa do plenário da Comissão Concelhia de Coimbra do PS e estava eleito membro do órgão fiscalizador da Câmara conimbricense. “Espero demonstrar a minha inocência” [nas instâncias por que há-de passar o inquérito subjacente à operação “Face oculta”], “mas entendo renunciar às funções partidárias em que estava investido”, assinalou Paulo Penedos.


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Penacova

Humberto Oliveira quer actos para dar sentido às palavras

Foi de uma forma humorada e descontraída que o presidente da Câmara iniciou funções L.S

É economista, tem 36 anos, e quer ser “rigoroso na gestão” da Câmara Municipal de Penacova, assim como no cumprimento das promessas que fez ao eleitorado, até porque “são precisos actos, para que as palavras tenham sentido”. Humberto Oliveira, que recuperou para o PS uma autarquia que o PSD detinha desde 1985, disse “contar com todos a favor dos superiores interesses de Penacova”, ao tomar posse, na tarde de sábado, como presidente da Câmara. Foi num tom conciliador e de respeito pela democracia que o autarca se estreou num discurso oficial, não temendo que a oposição seja “forte e reivindicativa”. Considerou, inclusivamente, que as eleições no concelho de Penacova “foram um exemplo, a nível político”, referindose aos seus adversários: “Luís Morgado cumpriu a palavra de fazer uma campanha honrada, Eduardo Ferreira contribuiu com o sentido de humor e Arsénio Abreu mostrou que a democracia faz-se com diversidade”. O presidente da Câmara teve, igualmente, palavras elogiosas para com o seu antecessor, o socialdemocrata Maurício Marques, que encabeçou a lista do PSD à Assembleia Municipal, perdeu e renunciou ao mandato. Para Humberto Oliveira, “é uma pessoa que deu o seu melhor por Penacova e pelo desenvolvimento da terra, com uma dedicação inexcedível”, destacando, ainda, a “lisura, disponibi-

lidade e empenho” com que foi feita a passagem de testemunho, mesmo sendo entre dois políticos de cor partidária diferente. Como pilares da acção para os próximos quatro anos, Humberto Oliveira destacou a aposta no desenvolvimento empresarial, nos recursos endógenos, na educação e cultura, sublinhando que se houver projectos a que falte enquadramento, político-legal, social ou financeiro, “não irão cair no esquecimento, sob pena de se prejudicar e hipotecar o futuro”. “Não haverá um único projecto, uma única obra, uma única actividade que contribua para o desenvolvimento económico, social, cultural ou desportivo dos penacovenses que não seja importante para nós”, disse, sustentando que “o mérito da governação será maximizar, dentro dos possíveis, os recursos e alocá-los aos projectos de maior efeito multiplicador económico e social”. O novo executivo camarário de Penacova tem quatro eleitos do PS e três do PSD. Presidido por Humberto José Baptista Oliveira, tem como vereadores socialistas Ernesto Fonseca Coelho, Maria Fernanda Veiga dos Reis Silva e Ricardo João Estevens Ferreira Simões, e os social-democratas Luís Jorge Frias Morgado, Luís Pedro Barbosa Antunes e Ana Cristina Marques Silva Simões. O presidente da Assembleia Municipal é Pedro Artur Barreirinhas Sales Guedes Coimbra, engenheiro, membro da Direcção do Centro Regional de Segurança Social de Coimbra.

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Penela

Paulo Júlio promete atrair e fixar investimento privado O reforço da capacidade de atrair e fixar investidores do sector privado no concelho de Penela é o principal desígnio da nova Câmara Municipal, empossada sexta-feira, prometeu o presidente. “Assumirei, pessoalmente, o compromisso de ser o embaixador” do município penelense “em todas as frentes que impliquem seduzir empresários” para procederam a investimentos, garantiu Paulo Júlio. Segundo o edil, reeleito para segundo mandato, Penela vai “assumir, de forma clara, o seu lugar no desenvolvimento da região”. Ao acenar com “a afirmação” do concelho penelense como território rural, o autarca aludiu à instalação, na quinta do Vale do Espinhal, de cerca de dezena e meia de sociedades. Tratase de estimular um segmento de inovação empresarial assente nos sectores agrícola, florestal e turístico, sem esquecer os domínios am-

biental e das energias renováveis. Paulo Júlio diz acreditar que o próximo mandato coincida com “a afirmação de vários investimentos nas áreas do turismo e da saúde”, propondo-se “provar aos mais cépticos que também estes sectores podem e vão gerar postos de trabalho”. O segundo grande desígnio traçado pelo edil para o quadriénio 2010/13 prende-se com as políticas dirigidas às crianças e aos jovens. Penela desfrutará de um nível de qualidade de vida superior ao do de muitas cidades portuguesas, assinalou o presidente, acentuando que o concelho está preparado para receber e fixar população a desejar “viver com conforto e qualidade”. “O próximo mandato [dos autarcas] pode ficar para a História como marcante para o futuro, e sobretudo, como mandato de viragem dos pressupostos socio-de-

mográficos que caracterizam a sub-região do Pinhal Interior”, vincou. Neste contexto, Paulo Júlio afirmou que deveria haver um conjunto de políticas integradas capazes de fomentar o desenvolvimento do interior de Portugal. A conclusão de um hotel concebido para a localidade de Ponte do Espinhal (junto ao rio Dueça) e o reforço da oferta por parte do sector imobiliário são outros dois cenários de que se orgulha o presidente penelense. Fernando Antunes, antigo líder camarário e agora investido na presidência da Assembleia Municipal, enalteceu “os horizontes” por que se pauta o programa de acção de Paulo Júlio. Ao exortar todos os autarcas a honrarem o dever subjacente à representação popular, afirmou ter deixado de haver vencedores e vencidos. Fernando Antunes, que alertou para os problemas

inerentes às assimetrias em matéria de desenvolvimento, advertiu que o Poder Central tem criado “dois países” (o do litoral e o do interior). Presidida por Paulo Júlio (PSD), a CMP tem mais dois edis social-democratas, António Alves e Luís Matias, e dois socialistas, Renato França e Rodrigo Gomes. Nas presidências das juntas de freguesias foram investidos Alfredo Curcialeiro (Cumieira, PS), Francisco Reis (Santa Eufémia, PSD), Jorge Pereira (Espinhal, PSD), Luís Reis (São Miguel, PSD), Maria do Nascimento Marmé (Rabaçal, PS) e Vítor Vieira (Podentes, PSD). Com a inclusão dos presidentes de juntas no órgão fiscalizador da Câmara, a Assembleia Municipal é composta por 13 autarcas social-democratas e oito socialistas. O PSD triunfou nos 10 actos eleitorais realizados após 25 de Abril de 1974 para definição da composição da Câmara penelense.

Oliveira do Hospital

Novo presidente confere prioridade aos munícipes José Carlos Alexandrino afirmou, na tomada de posse, que os munícipes de Oliveira do Hospital estão “na primeira linha” das preocupações da Câmara. “Estamos ao serviço do povo”, disse o novo edil (PS) ao prometer combate à pobreza e às desigualdades sociais. Alexandrino, que sucedeu a Mário Alves (PSD), considerou que um concelho “coeso e solidário será, certamente, mais competitivo”. Neste contexto, o autarca assinalou a educação, o emprego, o desenvolvimento das zonas industriais, o saneamento básico, a defesa e promoção da cultura e o turismo como áreas prioritárias de intervenção da edilidade. Quanto ao sector turístico, prometeu a criação de uma agência vocacionada para o aproveitamento das potencialidades existentes. Transformar Oliveira do Hospital “numa terra de oportunidades, de sonho e

de futuro” é a aposta de José Carlos. Empenhado em ajudar a dotar de melhores instalações a Escola Superior de Tecnologia e Gestão, o presidente da Câmara oliveirense indicou, por outro lado, que se propõe celebrar acordos com a Universidade de Coimbra. Ao aludir a um “novo ciclo” na vida política de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino fez votos para que todos os autarcas estejam à altura das funções para que foram eleitos. “Ninguém será excluído do processo democrático”, garantiu. O outrora líder camarário Simões Saraiva (PSD), anterior presidente da Assembleia Municipal (AM), despediu-se da actividade política com elogios aos autarcas que se lhe seguiram à frente da edilidade. Saraiva, que pediu uma salva de palmas para a conterrânea e ministra do Ambiente, Dulce Pássaro (que chegou a ser eleita para a AM

oliveirense), entendeu ainda advertir munícipes que, com urros, assinalaram a sua alusão ao desempenho do anterior presidente da Câmara. PSD maioritário nas freguesias

António Lopes (PS) foi eleito presidente da Assembleia, tendo havido necessidade de votação para desempate na medida em que cabe ao PSD o maior número de presidências de juntas de freguesia (11 num universo de 21). Premonitório acerca do que veio a ocorrer na primeira reunião do órgão fiscalizador da Câmara, José Carlos Alexandrino acenou aos membros da Assembleia Municipal com um projecto de “cooperação institucional efectiva”. Neste contexto, o líder camarário advertiu que o povo penalizará alguém que se atreva a “semear discórdia e divisões artificiais”. Presidida por José Carlos Alexandrino, a CMOH

tem como vereadores Francisco Rolo e Graça Silva (PS), Mário Alves e Paulo Rocha (PSD), José Carlos Mendes e Telma Martinho (independentes). Na eleição da AM (sem presidentes de juntas), couberam oito mandatos ao PS, outros tantos ao PSD e seis à lista associada à candidatura (independente) de José Carlos Mendes (ex-PSD) à liderança camarária. O PSD assegurou as presidências das freguesias de Aldeia das Dez, Avô, Bobadela, Lagos da Beira, Lourosa, Nogueira do Cravo, São Gião, Vila Pouca da Beira, São Paio de Gramaços, São Sebastião da Feira e Travanca de Lagos. O PS conquistou as lideranças em Alvoco das Várzeas, Ervedal da Beira, Lagares da Beira, Oliveira do Hospital, Santa Ovaia e Seixo da Beira, cabendo à CDU as de Meruge e Vila Franca da Beira. Listas de independentes triunfaram em Lajeosa e Penalva de Alva.


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Tomada de posse em Montemor-o-Velho

Luís Leal saúda opositor por assumir lugar de vereador IOLANDA CHAVES

Luís Leal diz que, quando terminar o terceiro e último mandato na presidência da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, no qual tomou posse, há-de saber arranjar uma forma de continuar a defender os interesses do concelho. A propósito da limitação de mandatos, imposta por lei aos presidentes de câmaras e ao Presidente da República, o social-democrata defende que esta regra deveria ser também alargada aos deputados da Assembleia da República. Perante um salão nobre cheio, o autarca declarou-se pronto para mais quatro anos de trabalho, empenhado na conclusão de “um ciclo de progresso” que iniciou quando há oito anos assumiu as rédeas do município. “Lá fora estão mais de 23 milhões de euros em obras”, sublinhou o autarca, lembrando alguns investimentos, nomeadamente nas escolas e no saneamento básico. Focando este sector, em particular, disse que, em 2002, a taxa de cobertura do concelho era de “32 por cento” e agora está “nos 55 por cento”. Até final do ano, espera abertura de concurso

Luís Leal contou com a presença dos seus congéneres e companheiros de partido Paulo Júlio e João Moura, reeleitos em Penela e Cantanhede, respectivamente

para obras que colocarão essa taxa nos 85 por cento. Apostando numa “estratégia de desenvolvimento sustentado e harmonioso”, Luís Leal evoca a educação, cultura, exclusão social, ambiente e turismo como áreas a ter em atenção, sem esquecer a ruralidade intrínseca à identidade local. Com uma equipa renovada, à excepção de Pedro Machado, que se mantém no executivo, Luís Leal aproveitou para, publicamente,

agradecer a colaboração dos anteriores vereadores e do seu chefe de gabinete. Voltando-se para Emílio Torrão (cabeça de lista do PS), saudou-o pelo facto de assumir o lugar de vereador. “É a primeira vez que um opositor directo assume lugar. Parabéns, bem-haja!”, disse. Para além do presidente, o executivo camarário é composto por Abel Girão (PSD), Pedro Machado (PSD), Alexandra Ferreira (PSD), Isabel Quinteiro

(PSD), Emílio Torrão (PS) e Paula Rama (PS). Entre as muitas pessoas que quiseram testemunhar a tomada de posse da Câmara e da Assembleia, estavam os reeleitos presidentes das câmaras de Penela e Cantanhede, Paulo Júlio e João Moura, o deputado social-democrata Pedro Saraiva, o ex-presidente da Câmara Municipal de Penacova, Maurício Teixeira, entre outros antigos autarcas, como Jorge Catarino e Hermano Almeida, que quiseram saudar o amigo Luís Leal.

Dirigente do PS devolveu carta a camarada

Fernandes protagonista de caso insólito e caricato O presidente da Comissão Concelhia de Coimbra do PS, Henrique Fernandes, declinou esclarecer o “Campeão” a respeito da devolução da carta com que Ana Cristina Rosa renunciou à qualidade de membro do Secretariado daquela estrutura partidária. A demissão da jurista deixou sem quorum estatutário o Secretariado da Comissão Política Concelhia conimbricense do Partido Socialista (vide a nossa anterior edição). Um jornalista do “Campeão” telefonou, quinta-feira à tarde, ao líder partidário de âmbito local, sem ter logrado falar-lhe; Fernandes inteirou-se do assunto, através de uma colaboradora, mas optou pelo silêncio.

A devolução ocorreu dias depois de Ana Rosa ter recebido o comprovativo da chegada da carta à sede do PS/Coimbra. “A hora” da renovação

A mulher que provocou a queda do Secretariado partidário de Henrique Fernandes entende ter chegado “a hora” de o PS/Coimbra [de âmbito concelhio] se renovar. “Não estou mais disponível para ser co-responsabilizada por jogos de interesses internos menos claros, nem para voltar a colaborar em soluções que envolvam os mesmos intérpretes de sempre, que parecem querer eternizar-se no poder, não abrindo espaço a um parti-

do mais novo, mais credível, mais solidário e totalmente rejuvenescido”, afirma Ana Cristina Rosa. Contudo, a jurista manifesta “disponibilidade para servir o Partido Socialista”, nomeadamente o de Coimbra, à margem de “soluções do antigamente”. Acerca do processo eleitoral autárquico, a autora da missiva invoca “factos lamentáveis e nada transparentes” e lamenta o carácter tardio da indigitação de Álvaro Maia Seco para candidato à presidência da Câmara conimbricense. Ao aludir a alegada “pouca transparência” por que o Secretariado de Henrique Fernandes terá pautado a sua actuação, “a ponto de alguns dos membros nem

serem informados de orientações políticas, de decisões e até de (...) contactos estabelecidos”, Ana Rosa deu por terminada a sua condição de membro daquela estrutura. “Quando aceitei, com muita honra, o convite que me foi endereçado, confesso que esperava uma outra forma de organização e de modo de estar, com o qual sempre pautei a minha vida familiar e a profissional”, assinala a jurista. A militante socialista – casada com Luís Ramos, que se perfilou, recentemente, para a presidência da Junta de Santo António dos Olivais – também lamenta “entraves colocados às escolhas dos candidatos em algumas freguesias” [do concelho de Coimbra].

Executivo social-democrata sujeito a Assembleia Municipal presidida por socialistas

Autarca de Miranda do Corvo pede tolerância com a diferença G. B.

Na tomada de posse enquanto presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, a social-democrata Fátima Ramos, reconduzida no cargo pela última vez – porque perfaz o terceiro mandato e, por imperativo legal, não pode recandidatar-se –, pediu o fim da campanha política e lembrou que “é tempo de trabalhar com rigor e com respeito pela vontade dos eleitores”. No rescaldo das eleições autárquicas, apesar do PSD manter a maioria no Executivo camarário, o PS passa a ter um papel dominante na Assembleia Municipal (AM) e em quatro das cinco juntas de freguesia do concelho. Trata-se de um cenário semelhante ao que ocorreu há oito anos, quando Fátima Ramos iniciava o seu primeiro mandato na Câmara de Miranda do Corvo e o órgão fiscalizador era presidido pelo socialista Fausto Correia, entretanto falecido. Ao recordar o “espírito de cooperação” entre o PSD e PS que, segundo a autarca, pautou as relações entre o Executivo e a Assembleia durante o mandato iniciado em 2001, Fátima Ramos lembrou a importância de “saber colocar os interesses do concelho à frente dos interesses partidários, com claro benefício para a população, num exemplo de cooperação e respeito mútuo”. Ao iniciar quatro anos de mandato sem maioria no órgão fiscalizador da Câmara mirandense, a presidente da autarquia acredita que os eleitos serão capazes de trabalhar em conjunto e estão até obrigados a gerar consensos que se traduzam em desenvolvimento e progresso. Fátima Ramos sustenta que “o pluralismo não pode ser causa

de bloqueios ou de guerras irracionais”, pelo que seria um erro lamentável criar conflitos entre diferentes órgãos autárquicos. Mário Ricardo Lopes (PS), eleito novo presidente da AM, disse ao “Campeão” que este órgão fiscalizador não será “força de bloqueio” ao Executivo liderado por Fátima Ramos. Afirmou ainda que conta com a colaboração de todos os eleitos, “independentemente do partido”, para trabalhar em prol do concelho. O candidato derrotado à Câmara Municipal de Miranda do Corvo e vereador pelo PS, Miguel Baptista, esclareceu que a oposição “vai ter uma postura de colaboração e respeito por todos os mirandense”, dispondo-se, desde logo, a viabilizar todas as propostas do PSD coincidentes com o programa que os socialistas apresentaram ao eleitorado. Não obstante a concretização de um conjunto de projectos e investimentos da responsabilidade do Município, Fátima Ramos afirmou que pretende “exigir ao Governo instalado em Lisboa que concretize as suas promessas a Miranda do Corvo”, designadamente, no que diz respeito ao novo IC3 com variante a Lamas e às obras de beneficiação e electrificação do Ramal da Lousã. A recuperação do Mosteiro de Semide, o apoio da tutela à construção de um hospital em Miranda do Corvo e a simplificação da revisão dos Planos Directores Municipais, de modo a criar condições para fixar mais população, são outras das áreas em que a autarca social-democrata afirmou pretender estar atenta e pressionar o Governo. Em Miranda do Corvo, o Executivo é composto por quatro eleitos do PSD e três do PS.

Fátima Ramos (PSD) e Mário Ricardo Lopes (PS) assumiram disponibilidade para colaborar apesar das diferenças políticas


FIGURAS E FACTOS

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A S C E N S O R A

S U B I R

José Carlos Martins – O conhecido empresário Luiz Ramos, falecido há já um bom par de anos, teria feito nestes dias 80 anos se vivo fosse. E devia tê-los feito. O seu saber, a sua experiência, o seu bom senso e o sentido de solidariedade que lhe alimentavam a alma, bem mais úteis teriam sido para todos nós, se ele entre nós tivesse continuado. A sua vida foi há dias evocada pelo seu sucessor natural, o eng.º José Carlos Martins, seu genro, continuador e potenciador de uma obra de que Coimbra bem se pode orgulhar: a Matobra e o conjunto de empresas que lhe andam directa ou funcionalmente associadas. Numa altura em que os valores vergam aos interesses. Em que a seriedade cede às conveniências e o esquecimento dá força à ingratidão, foi muito salutar ouvir o actual presidente do Conselho de Administração referir-se ao seu sogro com o respeito e a gratidão que só as pessoas de bem sabem transmitir. Um orgulho para nós, um bom exemplo para todos, e um gesto elegante e nobre para com a memória de Luiz Ramos. Durão Barroso – Já pode respirar de alívio o presidente da Comissão Europeia (CE). Durão Barroso recebeu com entusiasmo a notícia da ratificação definitiva do Tratado de Lisboa pela República Checa, indispensável à entrada em vigor do documento reformador das instituições da União Europeia. O sim do presidente da República Checa, Vaclav Klaus, deixa o caminho livre para a criação de novos cargos europeus e para a escolha da nova Comissão, um processo que Barroso quer ver a avançar rapidamente. Domingos Paciência – Mesmo depois da vitória sobre o Benfica (2-0), resultado que coloca o Sporting de Braga de novo isolado na liderança do campeonato, o treinador dos minhotos ainda não assumiu que a equipa é candidata ao título. A humildade fica bem a Domingos Paciência, mas a verdade é que, sob o seu comando, a equipa bracarense vai bem encaminhada para a conquista do campeonato e é, na falta de melhor definição, um sério obstáculo àqueles que assumem querer o lugar cimeiro. “Face oculta” – Não dispomos de dados suficientes para formar um juízo sobre a natureza do que está em causa na operação policial “Face oculta” nem das pessoas que já envolve ou possa vir a envolver. E se não questionamos o mérito das investigações já conseguidas, também precisamos de muito mais para aceitar que de um momento para o outro sejam postos em causa nomes, vidas e carreiras de algumas pessoas que foram e são referências de muitos de nós. Até para nossa própria defesa, resistimos a aceitar sem mais que vidas e carreiras exemplares possam ser manchadas com o anátema da suspeita, quando com elas convivemos uma vida inteira e fomos, vezes sem fim, testemunhas de comportamentos irrepreensíveis. Aguardemos, porque o tempo costuma ser bom conselheiro. A

D E S C E R

Paulo Bento – O Sporting soma o quarto jogo consecutivo sem vitórias e mostra-se incapaz de aproveitar os deslizes do Benfica e FC Porto para subir na tabela classificativa. Frente ao Marítimo, a equipa orientada por Paulo Bento continua sem mostrar futebol à altura do que se exige a um clube que, embora estando no sétimo lugar, assume a luta pelo título como objectivo sempre presente. Apesar do descontentamento mostrado pelos adeptos e massa associativa, a presidência do clube leonino só pretende equacionar medidas drásticas após o jogo do próximo domingo, com o Rio Ave. Diz que mantém a confiança no técnico. Será que isso basta para obter resultados? PUBLICIDADE

Fausto Carvalho Após ter iniciado a prática do judo em Coimbra, em 1961, Fausto Carvalho entrou para o grupo dos judocas portugueses mais graduados, com o 7.º Dan, por reconhecimento da sua valia técnica e do mérito do trabalho que desenvolveu, sem desfalecer, neste quase meio século como praticante da modalidade, enquanto atleta, técnico, treinador, árbitro e dirigente. A graduação superior a esta personalidade da Associação Cristã da Mocidade (ACM) de Coimbra foi anunciada, sábado, no decorrer das comemorações dos 50 anos da Federação Portuguesa de Judo e entregue pelo presidente da União Europeia de Judo. Também os judocas de Coimbra Joana Ramos e João Neto, da ACM, foram agraciados com uma menção honrosa, tal como Jorge Fernandes, do Judo Clube de Coimbra (ver notícia na página 21). Sérgio Castanheira – O advogado conimbricense Sérgio Castanheira acaba de ser nomeado coadjutor do secretário de Estado da Justiça, João Correia. Filho dos advogados José Castanheira e Arménia Coimbra, o jurista foi investido na função de adjunto do novo governante, que, por sua vez, coadjuva o ministro Alberto Martins. Rogério Leal – Tomou ontem posse como Provedor do Estudante da Universidade de Coimbra, tornando-se no primeiro a exercer este cargo, criado no âmbito da aplicação do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. Docente do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Rogério Leal desempenhava as funções de Presidente do Conselho Pedagógico daquela Faculdade. Ao Provedor do Estudante cabe a defesa e promoção dos direitos dos estudantes, e nomeadamente apreciar queixas, petições e participações sobre questões pedagógicas ou relativas à acção social. Compete-lhe ainda emitir recomendações sobre estas situações e propor as medidas a tomar pelo reitor e por outros órgãos e serviços da Universidade, das suas Faculdades e outras unidades orgânicas, de forma a prevenir ou reparar situações ilegais, injustas ou irregulares. Ana Sousa – No mesmo dia em que a Secção de Judo/Ju-Jitsu da ACM

de Coimbra viu o seu responsável técnico ser galardoado com a mais alta graduação existente em Portugal (à excepção da do Mestre Kyoshi Kovayashi), viu também a sua judoca Ana Sousa a alcançar o 5.º lugar no Torneio Internacional da Suécia, na categoria de -52 kg. Com este resultado, Ana Sousa alcançou os mínimos para o Campeonato da Europa de Sub 23, que se realizará em Antalya, Turquia, nos próximos dias 20, 21 e 22 de Novembro. Golfe solidário – O Lions Clube de Cantanhede promoveu, no sábado, o primeiro torneio de golfe solidário, destinado à angariação de fundos para a aquisição de uma casa em madeira a fim de os escuteiros “Lobitos” poderem praticar as suas actividades durante o Inverno. A organização envolveu o Clube de Golfe de Cantanhede e teve como patrocinador o Marialva Park Hotel, que ofereceu as refeições a todas as crianças presentes. LAHUC celebra S. Martinho – A Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra (LAHUC) promove no próximo dia 11, uma jornada de celebração do S. Martinho com o objectivo de angariar fundos para a instituição. A iniciativa inclui um jantar na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, às 20h00, com uma ementa especial elaborada pelos alunos daquele estabelecimento de ensino.

O preço é de 25 euros por pessoa e as inscrições devem ser feitas através do telefone 239 400 584 ou do endereço electrónico ligahuc@gmail.com. A LAHUC é uma associação sem fins lucrativos, estruturalmente voluntária, prestadora de apoio aos utentes dos HUC e defensora da melhoria das condições de funcionamento destes mesmos Hospitais. Importância da Cultura – Pode a cultura garantir o desenvolvimento socioeconómico da região de Coimbra? Que tendências económicas têm vindo a transformar o sector cultural na zona Centro? A economia da cultura discute-se na primeira palestra do ciclo “Coimbra, Economia em Progresso”, amanhã, às 21h00, na livraria Almedina Estádio. Claudino Ferreira (FEUC) e o director do Museu Grão Vasco (Viseu), António Filipe Pimentel, abordam a forma como as actividades culturais se organizam economicamente e os diferentes processos económicos que ditam hoje o funcionamento do sector cultural. A entrada é livre. Concurso de presépios – Já não falta muito para a quadra natalícia e aproxima-se a iniciativa “Penela Presépio”, que irá decorrer de 12 de Dezembro a 3 de Janeiro. A Câmara volta a lançar, este ano, o desafio a toda a população para participar no concurso de presépios, cujas inscrições decorrem até ao próximo dia 14 de Novembro, na Biblioteca Municipal. Os presépios a concurso estarão em exposição em vários locais emblemáticos do concelho e, no final, tal como no ano passado, os vencedores serão leiloados no jantar “Penela Solidária”, revertendo o valor angariado para as instituições de solidariedade social. “Mãos que falam...” – Integrada nas XV Jornadas de Endocrinologia e Diabetologia de Coimbra, que decorrem nos auditórios dos HUC, desde ontem e até sábado, é inau-

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gurada hoje, pelas 11h15, no átrio principal dos HUC, uma exposição fotográfica intitulada “Mãos que falam …”. Esta mostra apresenta um olhar diferente sobre o Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo dos HUC e estará patente ao público até 16 de Novembro. Magusto em Trouxemil – Hoje, a partir das 14h00, vai decorrer um magusto no Pavilhão Desportivo de Alcarraques, freguesia de Trouxemil. Trata-se de uma iniciativa que visa proporcionar aos idosos um dia de convívio, recordando o espírito do magusto com momentos de cultura e lazer. A organizalão é da Câmara Municipal de Coimbra, através da Divisão de Acção Social e Família, em articulação com a rede social e as IPPS do concelho com valência de lar, centro de dia e apoio domiciliário, com a colaboração com a Junta de Freguesia de Trouxemil. Cardiologia Pediátrica – Foi lançado, terça-feira, na Casa Municipal da Cultura, em Coimbra, o livro “Conceitos Básicos de Cardiologia Pediátrica”. Editado com o apoio de Abbott Laboratórios e coordenado pelo médico cardiologista pediátrico António Pires, este livro pretende suplementar a formação na área da cardiologia pediátrica dos profissionais de saúde, cuja actividade clínica inclua crianças e jovens, podendo igualmente ser utilizado como instrumento de estudo por estudantes em áreas relacionadas com a saúde. O livro estará à venda na Associação de Saúde Infantil de Coimbra, sediada no Hospital Pediátrico, e nas instalações da editora “Mar da Palavra”. Grupo Catarino – O Grupo Catarino apresenta amanhã a sua nova imagem institucional e o plano estratégico até 2012, no âmbito da cerimónia comemorativa do 60.º aniversário. O evento decorre, a partir das 18h00, no Centro de Artes e Espectáculos, na Figueira da Foz.


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Na Suécia

USI participou em simpósio sobre formação contínua BENEDITA OLIVEIRA

A União dos Sindicatos Independentes (USI) foi a única confederação sindical portuguesa a participar no simpósio “A função pública na Europa face aos desafios da globalização e da integração europeia: o papel da aprendizagem ao longo da vida”, que decorreu de 28 a 30 de Outubro, em Malmo, Suécia – país que detém a presidência rotativa da União Europeia (UE) até ao final do ano. Organizado pela Confederação Europeia de Sindicatos Independentes (CESI), em parceria com a organização sindical dinamarquesa Frie Funktionaerer, o evento insere-se no âmbito do projecto europeu intitulado “Better Working Places – Better Life” cuja sessão inaugural (dedicada à conciliação da vida profissional com a vida familiar) decorreu em Lisboa em Junho passado. A USI, organização anfitriã do primeiro simpósio, aproveitou a ocasião para distribuir uma revista (editada pelo nosso jornal) sobre a conferência realizada na capital portuguesa. A publicação, traduzida em Inglês e Francês, mereceu rasgados elogios por parte dos responsáveis máximos da CESI que se manifestaram agrada-

Christoph Vondenhoff, Helmut Mullers e Wilhelm Gloss, respectivamente director da Academia Europa, secretário-geral e presidente da CESI

velmente surpreendidos com a iniciativa da confederação portuguesa liderada por Afonso Pires Diz. A formação contínua é um tema central para o desenvolvimento da UE, quer para o sector público quer para o privado, considerou durante o discurso inaugural o presidente da Academia Europa da CESI, defendendo que a Europa se deve afirmar como uma economia do conhecimento. Wilhelm Gloss salientou que a aposta na formação ao longo da vida é, porventura, a melhor estratégia para fazer face aos desafios da integração europeia assim como aos efeitos da globalização. Tema caro aos sindicatos, a formação, notou, por

A USI distribuiu uma revista editada pelo Campeão das Províncias no simpósio internacional

sua vez o secretário-geral da CESI, é crucial para a melhoria do bem-estar social, com destaque para combater o fosso entre os ricos e os pobres. Parafraseando John Kennedy, Helmut Mullers lembrou que “a única coisa que é mais cara no mundo do que a formação é a ausência de formação”. “Sem formação os países fracassam”, frisou, comentando que a qualificação deve ser uma aposta de todos os agentes sociais. A qualificação contínua deve adaptar-se à realidade que é cada vez mais complexa, continuou, observando que neste domínio a Suécia, em particular, e os países escandinavos, em geral, são uma referência. John Hansen, do sindicato dinamarquês, deu o exemplo da região transnacional de Oresund – que integra as cidades de Malmo (Suécia) e Copenhaga (Dinamarca) –, que resulta do aprofundamento da própria integração europeia. Invés de se realçar as dificuldades inerentes à coexistência de duas línguas, moedas e culturas, a região, referiu John Hansen, aprendeu a conviver e a interagir, afirmando-se como uma importante área metropolitana. A participação activa na formação já está interiorizada na Suécia, até porque, acrescentou, os trabalhadores suecos são os que mais mudam de emprego na UE. O mercado de trabalho flexível exige a melhoria contínua de competências, porquanto, notou, nunca se sabe quando é necessário procurar outro emprego. Na própria Dinamarca, a Frie Funktionaerer aposta desde há 30 anos na forma-

ção, na convicção de que os sindicatos têm “a responsabilidade de formar num espectro mais alargado do que o emprego do trabalhador com vista a que este possa melhorar as condições de trabalho noutra empresa ou serviço”. A aprendizagem ao longo da vida é, realçou John Hansen, a “melhor maneira de potenciar a vida profissional, combater o desemprego e ter uma melhor vida profissional e privada”. A formação contínua, defendeu Marga Prohl, da EIPA, deve ser encarada não só como um instrumento de apoio à mudança de emprego, como ao aumento de produtividade e eficácia no seio das próprias organizações, quer sejam públicas ou privadas. Já Charles Bonissol salientou, na sua intervenção, que a aprendizagem ao longo da vida é um direito inalienável sob pena de o trabalhador ficar sem perspectivas de evolução na carreira. Neste campo, como noutros, os sindicatos devem ter um papel activo na defesa dos interesses dos trabalhadores, reivindicando o apoio à formação junto de empresas e governos. Igualmente consensual é a ideia de que o ensino superior deve ter uma acção preponderante nesta matéria, aprofundando a cooperação com o tecido empresarial. O coordenador da USI e presidente do Sindicato Nacional de Quadros e Técnicos Bancários reconheceu a importância de se apostar na formação, mas, contrapôs, um dos principais responsáveis pela actual crise mundial é a desumanização das empresas.

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“Dois dedos de conversa” com Ernesto Vieira

Coimbra é uma boa marca L.S.

Para a “Auto-Sueco Coimbra” o nome da cidade “é uma boa marca”, sendo conhecido em muitas partes do mundo, nomeadamente devido à antiguidade da Universidade. “Temos muito orgulho em termos Coimbra na designação da sociedade, desde há 50 anos”, refere Ernesto Vieira, administrador do grupo de empresas que para além de Portugal está presente em Espanha e nos EUA, com um total de 1 000 trabalhadores. Em tempo de crise, como a que actualmente se vive, “o problema principal é a sobrevivência, tentando aguentar com o suporte da riqueza acumulada e fazendo um esforço para manter os postos de trabalho”, disse o empre-

sário no programa “Dois dedos de conversa”, realizado na Góis Joalheiro e transmitido, domingo, na Rádio Regional do Centro (96.2 FM). Tendo como principal negócio as máquinas industriais para a construção, a Auto-Sueco Coimbra, que é a quinta maior empresa do distrito em volume de facturação (segundo a lista publicada pelo “Campeão”), está presente em vários pontos do país com as marcas de automóveis e camiões Volvo, carros Jaguar, Land Rover, Mazda e Mitsubishi (também em veículos pesados). Segundo Ernesto Vieira, a empresa, fundada pelo pai, em 1959, “cresceu passo a passo, assente em produtos motorizados, mas a diversificar a actividade para ser melhor sucedida no mundo dos

negócios”. “Uma empresa é como uma planta, tem de estar sempre a crescer e a ser podada, para continuar a crescer com mais força”, refere o empresário, para quem um líder “tem de ser uma pessoa exemplar, de bons costumes, que arrisque, mas sabe o que está a fazer e a dizer”. Comentando o ramo de actividade que a empresa desenvolve, o administrador da Auto-Sueco Coimbra sublinha que “o mundo automóvel alterouse muito e está cheio de fusões e aquisições (a marca inglesa Jaguar foi comprada por investidores indianos e a própria Volvo já não é sueca, mas da norteamericana Ford), com o capital das empresas muito entrançado e a ser difícil saber quem manda em quê”.

A Auto-Sueco Coimbra está presente em Espanha e nos EUA, salienta o administrador da empresa, à conversa com Carlos Góis

“A tecnologia evoluiu muito e a competição entre as marcas dá origem a que umas queiram domi-

nar as outras”, explica, sustentando que “todos os carros têm bons motores, pelo que, hoje, é a seguran-

ça, o conforto, o design, a assistência e o envolvimento dos concessionários a marcar a diferença”.

António Barreto aponta aos políticos falta de ponderação e planeamento

Políticos governam para as sondagens sidera “um dos actos mais nobres da vida política”.

IOLANDA CHAVES

O sociólogo António Barreto diz que os três actos eleitorais (europeias, legislativas e autárquicas) foram três biombos sucessivos que ocultaram os problemas que afectam o país e fazem deste um caso de governação difícil. “Encontramo-nos num momento muito difícil da nossa vida colectiva, já não são só os problemas internos, agora são as coisas mais fundas, o desequilíbrio externo, financeiro e social, nunca foi tão grande e sobretudo tão sem perspectivas de alteração a médio prazo”, afirmou. A abrir uma nova temporada de reflexões promovidas pela Fundação Inês de Castro, na Quinta das Lágrimas, o antigo ministro da Agricultura disse não conseguir perceber por que razão os políticos não debatem em público “o que reconhecem em privado”. Segundo disse, quando regressou da Suiça, depois do 25 de Abril de 1974, os governantes andavam “cansados e cheios de olheiras” porque havia muita coisa a fazer, hoje,

Pouco hábito de ler jornais

Sociólogo reflectiu em Coimbra sobre as dificuldades de governar Portugal

continua a vê-los “com olheiras (...), zangados uns com os outros”, numa corrida contra o tempo, correndo o país em inaugurações, pressionados por sondagens. “Tem-se cada vez mais a impressão que se governa em viagem”, referiu. Planear e prever com alguma distância deveria ser, na opinião do sociólogo, a atitude dos governantes. O governo apressado como retratou “gera

decisões erradas, precipitadas, legislação medíocre – rectificações, correcções às normas e despachos” e “mata a reflexão, o sentido do planeamento, da governação para uma geração”. António Barreto considera que houve um “abaixamento das funções dos governantes” para um nível praticamente técnico. “Um ministro ou um secretário de Estado de hoje comporta-se mais ou

menos como um directorgeral ou um subdirector geral. Sabem da sua administração mas não das grandes questões de Estado, da vida nacional, da Europa, são incapazes de reflectir, de pensar a quatro anos, incapazes de prestar contas”, considerou. A informação imediata e a avaliação permanente da legitimidade, diz, gerou governos para as sondagens, destruindo o mandato democrático, que con-

“Três dias depois de um governo ou presidente de câmara ser eleito já há uma sondagem para as próximas eleições, o que destrói qualquer discussão séria sobre o que se está a fazer”, acrescentou. A “captura da vida política pelos grandes grupos económicos”é outra dificuldade que na opinião do professor universitário se coloca nas democracias de hoje, em geral. Na análise que faz a Portugal, aponta dificuldades estruturais, como a pobreza, a falta de tradições democráticas, uma sociedade civil pouco activa, a baixa instrução e as ambições excessivas. O país, segundo disse, não só é pobre em recursos naturais como o carvão, o ferro ou o petróleo, como também em recursos agrícolas. O clima, disse, não é bom para a agricultura, ainda que se insista nisso. O sector da saúde é, na opinião do investigador, “o sistema público português que melhor funciona e o que

teve melhor performance, em 40 anos, quando comparado com sistemas do mundo inteiro”. No extremo oposto coloca aqueles que considera os sistemas “mais nefastos e fechados de Portugal”: o ensino e da justiça. O pouco hábito de ler jornais, associado à baixa instrução da população, é uma das pechas que António Barreto aponta à sociedade portuguesa em geral. O contrário, seria um bom contributo na formação da consciência cívica e política. “O hábito de leitura de jornais politizou as classes médias na Europa do século XIX. Quando a televisão chegou a Portugal, em 1957, os portugueses não sabiam todos ler e escrever. O país tinha menos leitura de jornais do que a Inglaterra 150 anos antes”, focou. Segundo o sociólogo, “a leitura do jornal é contida, regrada, pensada, revista, discutida, sublinhada”. Já a televisão “é polissémica, vende, ao mesmo tempo, som, imagem, emoções, sorrisos, falsidades ou verdades, enquanto o jornal só tem ideias, preto no branco, para ler, pensar e meditar”.


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Festival gastronómico e feira dedicada ao mel e à castanha animam concelho beirão

Convite para descobrir sabores do Outono Às propostas da boa mesa apaladadas com os sabores outonais, decidiu o Município da Lousã juntar o mel de sabor inconfundível, produzido na serrania e as castanhas, próprias da época. O resultado, à prova no festival gastronómico a decorrer em 17 restaurantes do concelho, culmina no próximo fim-de-semana com uma feira dedicada aos dois produtos endógenos que continuam a servir de cartão de visita do concelho beirão. Festival gastronómico decorre até domingo em 17 restaurantes da Lousã

G. B.

Sugestivo no nome, tal como o mel e a castanha o são nesta época do ano, o festival “Sa-

bores de Outono” persiste no objectivo de promover o turismo da

Lousã, um destino que, segundo os autarcas locais, ganha consistência

de ano para ano. Dinamizada pelo Município, em parceria com os res-

taurantes do concelho, esta iniciativa pretende ainda contribuir para a divulgação dos produtos endógenos da Serra da Lousã, da agricultura biológica local e dos produtos de caça. Voltando à gastronomia e à boa mesa, digase, em abono da verdade, que a ementa é um apelo à gula. Dito de outra forma, até ao próximo domingo, na Lousã, a dificuldade será escolher. Da carne de veado ao faisão, do javali à perdiz, há ainda trutas e outros peixes do rio, num leque variado de ingredientes que só tem rival na diversidade e mestria dos modos de confecção. Mel e castanha têm lugar de honra no tempero e no apurar da cozinha, mostrando o saber daqueles que, a partir da cozinha, entre tachos e panelas, mostram

que a Lousã é mais do que a beleza da serra homónima, valendo certamente uma visita prolongada. Na presente edição do festival gastronómico, a decor rer até ao próximo doming o, é quase uma obrigação (a)provar as propostas dos 17 estabelecimentos de restauração que, este ano, responderam com entusiasmo e afinco ao desafio do Município. Os saberes e sabores estão patentes nas ementas dos restaurantes A Viscondessa (Hotel Meliá Palácio da Lousã), Astro 2, A Copa, Borges, O Parque, Hortelã Pimenta, Arunce, Adega da Vila, Café Lousanense/ Travessa com Tapas, O Ti João, Paraíso, Girassol, O Burgo, Casa Velha, Ti Lena, São Paulo e Pousada da JuvenCONTINUA

Mel da Serra da Lousã conquista novos mercados

Cooperativa de apicultores na linha da frente Prestes a completar 21 anos de actividade, a Lousãmel – Cooperativa Agrícola dos Apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes, CRL bem pode estar orgulhosa do trabalho desenvolvido desde que foi criada. Longe vão os tempos em que a comercialização do néctar produzido nas serranias da Lousã se cifrava nos 700 quilos. Actualmente, ronda as 25 toneladas e reúne apreciadores em todo o mundo, incluindo na China, país que, recentemente, após visita do seu presidente da câmara de comércio, seleccionou o Mel DOP Serra da Lousã para integrar um conjunto de produtos a importar. Inicialmente um produto que, apesar da reco-

nhecida qualidade, teve alguma dificuldade em conquistar o palato dos consumidores, o Mel Serra da Lousã tem hoje uma procura no mercado que excede a produção dos apicultores distribuídos pelos dez concelhos que integram a Denominação de Origem Protegida. Técnica da cooperativa de apicultores, Ana Paula Sançana destaca o longo caminho percorrido pela cooperativa. A pensar no futuro, a nova central meleira, um investimento de 200 000 euros, que permitirá processar o mel produzido pelos apicultores de uma dezena de concelhos, aguarda apenas que seja concluído o processo de licenciamento para entrar em funcionamento já no início do próximo ano.

A responsável da Lousãmel reconhece tratar-se de um projecto que, “sem a ajuda do Município da Lousã, ainda não teria passado do papel”. O mel, enquanto denominador comum a toda uma região, é também pretexto para a criação da “Rota do Mel”, um projecto que a Lousãmel e a Câmara Municipal da Lousã pretendem colocar em prática através de uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER). Segundo Ana Paula Sançana, trata-se de uma iniciativa que “pretende potenciar e explorar as mais-valias de um conjunto de produtos e da própria paisagem envolvente, associada ao mel e à sua produção”.

Rota do Mel e central meleira são dois projectos que vão ajudar a promover e potenciar o Mel DOP Serra da Lousã

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tude da Lousã. A saber, se não quiser perder pitada deste evento gastr onómico, convém guardar espaço para a sobremesa, pontuada pela tigelada lousanense e pela mousse de frutos silvestres, sendo já a tradição rematar o repasto com um cálice generoso de Licor Beirão ou aguardente de mel. Incentivo à hotelaria e restauração

Não sendo a Lousã um destino privilegiado nos meses de veraneio – a serra domina a paisagem e este não é, efectivamente, um concelho de praia e mar –, é com satisfação que o presidente da Câmara Municipal da Lousã, Fernando Car valho, dá conta de um aumento do número de visitantes (cerca de 40 por cento), durante os meses de Agosto e Setembro, comparativamente com o ano de 2008, segundo dados

verificados no posto de turismo local. Tais resultados permitem, segundo o edil, concluir da importância de continuar a apostar de for ma estratégica e continuada no sector do turismo, com claros benefícios para o tecido económico e, em particular, para os estabelecimentos de restauração e unidades hoteleiras. “Com o esforço que todos fazemos, alcançou-se um óptimo resultado turístico para o concelho”, conclui o autarca. Perspectivando que o festival gastronómico, a decorrer, e a feira dedicada ao mel e à castanha contribuam para reforçar a imagem da Lousã enquanto destino turístico, Fernando Carvalho assinala como igualmente positivo o facto de, em ano de crise, haver mais restaurantes interessados em participar. Em parceria com as unidades de restauração do concelho, o Município pretende promover o sector do turismo de

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mãos dadas com a divulgação dos produtos endógenos da Serra da Lousã, da agricultura biológica local e dos produtos de caça. Ao associar-se ao comércio local, designadamente, à hotelaria, restauração e empresas de actividades turísticas, o objectivo é ainda contribuir para elevar os níveis de qualidade e a oferta de serviços. Porque o concelho pretende af ir mar-se como um destino acessível – e viu esse esforço reconhecido recentemente pela Acessible Portugal, uma agência especializada em viagens para clientes com mobilidade reduzida, que elegeu a Lousã como destino do mês de Outubro –, a organização do festival “Sabores de Outuno” distribuiu pelos restaurantes aderentes ementas em Braille, uma acção complementar ao um folheto já disponível, com informações sobre os estabelecimentos identificados com o selo de acessibilidade.

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Feira conta com a presença de meia centena de expositores, produtores de mel e castanha

No Parque Municipal de Exposições

Fim-de-semana dedicado ao mel e à castanha Depois de uma semana dedicada aos prazeres da boa mesa, a Lousã propõe para o fim-de-semana, dias 7 e 8 de Novembro, uma feira dedicada ao mel e à castanha, a decorrer no Parque Municipal de Exposições. Promover, obviamente, a Serra da Lousã, mas, sobretudo, os produtos endógenos, nomeadamente, o mel, as castanhas, os frutos secos da época, as nozes, as avelãs, os cogumelos e as compotas, entre outros, são os objectivos de um certame onde são esperados cerca de meia centena de expositores. À vigésima edição, a feira assume tom festivo e sustenta a importância de promover o Mel DOP Serra da Lousã. Ana Paula

Sançana, da Lousãmel, entidade que partilha com o Município a organização do certame, considera que a feira do mel e da castanha da Lousã tem uma importância acrescida para a promoção do mel DOP Serra da Lousã. O certame, que completa 20 edições em 2009, tem apenas menos um ano de existência do que a cooperativa de apicultores, o que traduz uma relação de quase simbiose. Para além da possibilidade de comprar mel, castanhas e outros produtos derivados, directamente aos produtores, a Feira do Mel e da Castanha tem agendado para domingo, ao final da tarde, um magusto popular à moda antiga, animado com música e dança.

Uma das mais antigas do distrito, a mostra integra no seu programa lúdico duas exposições, um concurso dedicado ao Mel DOP Serra da Lousã, oficinas de trabalho sobre este tema, um passeio micológico, o lançamento do livro “20 anos, 20 cartazes, 20 receitas”, editado pela autarquia e uma conferência por José Laranjo, docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, tendo por base a obra de sua autoria intitulada “Os Castanheiros”. A inauguração do certame está prevista para sábado, pelas 16h00, com as actuações da Companhia Marimbondo e da Orquestra Ligeira da Associação Cultural, Recreativa e Social das Gândaras.


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Soure

João Gouveia quer mais qualidade de vida Mais qualidade de vida, mais paz social e mais desenvolvimento são os desejos e promessas de João Gouveia para aquele que, afirmou, será o seu último mandato à frente da autarquia sourense. O presidente da Câmara Municípal de Soure falava durante a sessão de tomada de posse dos órgãos autárquicos, que decorreu terçafeira, no salão nobre dos Paços do Concelho. João Gouveia definiu como objectivos principais deste seu quinto mandato continuar a luta pelo desenvolvimento e a melhoria do bem estar colectivo da população do concelho, entre outros, potenciando o aumento do número de famílias residentes e estimulando o aumento do emprego e dos investimentos públicos. Juntamente com João Gouveia tomaram posse Mário Nunes (PS), Fernan-

Autarca tomou posse para um quinto mandato (o segundo pelo PS, após três pelo PSD)

do Rebola (PSD), Américo Nogueira (PS), Ana Maria Treno (PS), Sónia Pires (PSD) e António Mota (PS). “Soure é hoje uma referência positiva”, afirmou o autarca, acrescentando que “esta é a única conclusão intelectualmente honesta se se analisar de forma

comparativa os indicadores dos vários domínios”. João Gouveia considerou ainda que a sua quinta vitória é o “reconhecimento político do muito que tem sido feito e a aprovação política do programa apresentado para os próximos quatro anos”.

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Abastecimentos de 30 litros dão desconto em lojas e serviços

Festival decorre no TAGV

Petropostos e AtriumSolum unidos por campanha promocional

Cidade sob o signo do cinema francês até dia 10

A área de serviço Galp da empresa Petropostos, localizada na rotunda da Circular Externa de Coimbra, de Coselhas, oferece um talão de desconto a todos os clientes que abastecerem 30 ou mais litros de combustível. Em parceria com o Centro Comercial AtriumSolum, a campanha promocional faculta descontos na ordem dos dez por cento nos serviços e lojas aderentes do centro comercial da avenida Elisio de Moura. O cliente pode usufruir de descontos nos espaços de restauração, nos serviços e lojas de moda e acessórios, sendo que os descontos rondam, na sua maioria, os dez por cento, embora em algumas o desconto seja maior. As lojas aderentes são Perfumaria David, a Don Trap, Sexto Sentido, Stradivarius, House and Gifts, Bué d’ Fixe Gifts, Koisas Giras, Sapataria Etros, Altyarte, Farpella’s, DASC, Quina Lopez e Loja 22 Moda de Homem. Nos serviços as lojas aderentes

Os descontos rondam os dez por cento, mas em algumas lojas são maiores

são a Almeida Viagens, Young Nails, Cabeleireiro Rosa Soares, a Retroucherie da Manuela, e a Flor do Atrium. Na restauração o Cliente poderá usufruir de descontos no Restaurante

Gauchão, Mr Franguito, Boutique de Café Cahué by Cafés Feb, Quiosque Feb e na Pastelaria Vasco da Gama. A campanha é válida até dia 31 de Janeiro de 2010,

sendo que os talões de desconto poderão ser utilizados até dia 15 de Fevereiro de 2010. A promoção não é acumulável com outras promoções ou saldos existentes nas lojas aderentes.

SMOS vai estudar alterações climáticas

Lançado satélite com tecnologia da Critical Software O satélite SMOS, lançado esta segunda feira, incorpora tecnologia desenvolvida pela Critical Software. O equipamento, que tem como missão contribuir para o estudo das alterações climáticas, faz parte do programa “Living Planet” da Agência Espacial Europeia, sendo o primeiro satélite desenhado para mapear a salinidade à superfície do mar e monitorizar a hidratação dos solos numa escala global, contribuindo assim para a compreensão do ciclo da água na Terra. A Critical Software integrou o consórcio de empresas portuguesas responsável pelo desenvolvimento do protótipo do processador de dados (nível 1) do satélite SMOS – este processamento é res-

ponsável por receber os dados em bruto do satélite, assim como “calibrar as medições, reconstruir as imagens obtidas e georeferenciá-las”. As imagens são posteriormente transformadas em mapas globais de humidade do solo e salinidade do oceano. Os dados recolhidos pelo satélite são utilizados pela comunidade científica com o principal objectivo de melhorar o conhecimento do ciclo da água, conhecimento este fundamental para aplicações tais como previsão meteorológica, agricultura, gestão de recursos hídricos ou previsão de cheias. Para José Freitas, gestor do projecto na Critical Software, as características “únicas do instrumento de observação da Terra que seguirá a bordo do SMOS

tornaram este projecto num grande desafio do ponto de vista científico e de engenharia”. A empresa tecnológica com sede em Coimbra integra o consórcio desde 2003, participando activamente quer no desenvolvendo do processador quer na concepção de ferramentas de análise e visualização que permitem diagnosticar as imagens geradas pelo processador, de modo a garantir que os resultados científicos obtidos são os esperados. O SMOS foi lançado em conjunto com outro satélite, o PROBA-2, que tem por missão fazer demonstrações, em órbita, de 17 tecnologias avançadas de satélite, no âmbito da observação solar. Fundada em 1998, a

Critical Software desenvolve soluções e fornece serviços e tecnologias inovadoras e fiáveis, para o suporte de sistemas críticos. Sediada em Coimbra, a empresa liderada por Gonçalo Quadros tem ainda escritório no Porto e subsidiárias em Southampton (Reino Unido), San Jose, Califórnia (Estados Unidos), São Paulo (Brasil) e Bucareste (Roménia) e como clientes, empresas e entidades líderes em diversas áreas de actividade. A Critical Software segue rigorosos processos de certificação de qualidade no desenvolvimento de software, baseados em standards internacionais de referência como a prestigiada certificação CMMI® Level3, do Software Engineering Institute (EUA).

O filme “Éden à l´Ouest” marcou, ontem, o arranque da 10.ª edição da Festa do Cinema Francês que decorre até terça-feira, dia 10, no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), em Coimbra. “Qualidade, diversidade de filmes e grande variedade de géneros” é, segundo o director da Alliance Française (AF) de Coimbra, Paul Zimmerlin, a receita do sucesso do festival que o ano passado registou o aumento exponencial de espectadores. Com efeito, Almada e Coimbra foram as cidades em 2008 com maior crescimento a nível nacional, registando um aumento de afluência de 181 por cento e 141 por cento, respectivamente, em relação ao ano precedente. O objectivo desta edição é, afirmou o responsável pela AF de Coimbra na conferência de apresentação do evento, crescer ainda mais e ficar à frente das demais cinco cidades (Almada, Faro, Guimarães, Lisboa e Porto) que recebem o festival dedicado à sétima arte que, à semelhança dos anos anteriores, conta com um extenso rol de longas-metragens em anteestreia nacional – duas delas são exibidas no fim-desemana, às 15h00, numa sessão pensada para as famílias. De destacar ainda as sessões juvenis, com preço especial (1 euro), que este ano dispõem de dois filmes à escolha (“Les Enfants de Timpelbach”, de Nicolas Bary, e “Mia et le Migou”, de Jacques-Rémy

Girerd). Os grupos escolares registados na AF têm acesso gratuito. A Festa do Cinema Francês prossegue com os filmes: “Parlez-moi de la pluie” (quinta-feira, dia 5, 21h00), “Coco Chanel & Igor Stravinsky” (quintafeira, dia 5, 23h30), “Bellamy” (sexta-feira, dia 6, 21h00), “L´Armée du crime” (sexta-feira, dia 6, 23h30), “Erreur de la banque en votre faveur” (sábado, dia 7, 15h00), “Pour un instant la liberté” (sábado, dia 7, 21h00), “Ne te retourne pas” (sábado, dia 7, 23h30), “Le premier jour du reste de ta vie” (domingo, dia 8, 15h00), “Passe-passe” (domingo, dia 8, 21h00), “Le Bal des Actrices” (domingo, dia 8, 23h30), “Mia et le Migou” (segunda-feira, dia 9, 10h30 e 15h00), “L´Année suivante” (segunda-feira, dia 9, 21h00), “Demain dès l´aube” (segunda-feira, dia 9, 23h30), “Les Enfants de Timpelbach” (terça-feira, dia 10, 10h30), “Cliente” (terça-feira, dia 10, 21h00) e “Le Plaisir de chanter” (terça-feira, dia 10, 23h30). Os bilhetes de acesso ao festival custam 3,5 euros (ingresso individual) e 10 euros (cartão especial com cinco entradas, sem restrições de utilização) e estão à venda no TAGV, AF, Dolce Vita e FNAC Forum. De referir que, ao contrário do que é habitual no TAGV, a primeira sessão da noite inicia sempre às 21h30, devido à longa duração de vários filmes, e que a segunda sessão da noite é sempre às 23h30.

De 24 a 29 de Novembro

De Coimbra a Santiago em passeio de bicicleta A Equipa Berg Cycles - Sport Zone - Powered by Suzuki Sx4 prepara a próxima aventura até Santiago de Compostela, que parte dia 24 de Novembro, de Coimbra, e chega dia 29 do mesmo mês a Santiago de Compostela (Espanha). Trata-se de um desafio para todos aqueles que querem pedalar por trilhos desconhecidos, seja em es-

trada, ou em terreno. A passeata é uma actividade livre, onde o acompanhamento pessoal e profissional, logística, nutrição, hidratação ou assistência técnica são totalmente gratuitos. Esta iniciativa é oferecida pela equipa SportZone, que pretende promover um evento descontraído, segundo Marco Fidalgo, atleta Berg Cycles.


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Matobra

Mostra fotográfica marca 43.º aniversário FUNDAÇÃO 1966 RAMO Construção civil e decoração SEDE Rua Luís Ramos – 3021-901 Coimbra TELEFONE 239 433 777 SÍTIO www.matobra.pt ENDEREÇO ELECTRÓNICO geral@matobra.pt

BENEDITA OLIVEIRA

A Matobra assinala o seu 43.º aniversário com uma exposição de fotografia da autoria do fundador, Luiz Ramos. Instantâneos, momentos de rara beleza e retratos de família compõem a mostra que dá a conhecer uma faceta do empresário desconhecida do grande público. Luiz Ramos, que este ano completaria 80 anos, era um empresário tão determinado quanto sensível. “Era um homem que em termos profissionais tinha objectivos bem definidos e isso associase sempre a uma imagem de pragmatismo, mas o facto é que ele tinha um lado muito sensível que se revelava na fotografia e na música”, conta, a filha, Cristina Rio Torto. Falecido há dez anos, o mentor da Matobra dedicou-se à arte da fotografia na

década de 80, após um enfarte. “O médico recomendou-lhe andar bastante e ele resolveu arranjar uma máquina fotográfica para registar o que via. Na altura, as máquinas não eram como as de hoje. Ele estudou mesmo fotografia, comprou livros e o resultado está aqui. Temos centenas de slides, mas escolhemos estes”, acrescenta. A nova entrada, qual galeria de exposição, exibe ainda um painel com as assinaturas dos 70 colaboradores da empresa, porque, nota a administradora, “isto é um trabalho de equipa e toda a gente é importante”. A par do novo acesso, é de destacar que a Matobra reorganizou a sua área de exposição que, como sempre, apresenta soluções decorativas versáteis, flexíveis e de muito bom gosto, desde o estilo contemporâneo ao clássico. Completamente reno-

As paredes revestidas a papel estão de novo na moda

A exposição é composta por 32 fotografias

vado foi o sector das cozinhas, no qual se destaca o mobiliário moderno e extremamente funcional. Disponível está agora também uma “cozinha técnica” que permite ao cliente aperceber-se das diversas soluções que os fabricantes dispõem. Desde marcas nacionais, a espanholas e italianas, a Matobra tem um vasto portfó-

lio de móveis (e electrodomésticos) que se destacam não só pela concepção, como pelos materiais usados – entre os quais se destaca o corian (superfície de grande durabilidade e conforto que resulta da combinação de minerais naturais, polímero acrílico puro e pigmentos). “Apesar da situação

O sector das cozinhas foi completamente remodelado

económica complicada, a Matobra tem conseguido manter os seus objectivos à custa deste trabalho de equipa e do apoio dos nossos clientes. A procura de outras soluções e mercados tem sido um esforço constante e até à data temos sido conseguido”, refere Cristina Rio Torto. Em menos de um ano, a empresa investiu num outlet, o Mercado Popular, e abriu a loja Miele, na Quinta da Portela. Com estes novos projectos, observou a administradora, “tentamos ir ao encontro de outro tipo de mercado e efectivamente temos tido bastante sucesso. O outlet, em concreto, tem sido muito procurado por pessoas que querem realizar pequenas remodelações em casa. No Mercado Popular não temos produtos estragados, mas sim descontinuados e com muito bons preços”.

“Lanche à Sexta”

IPN debate cooperação tecnológica com o Brasil O bar da incubadora do Instituto Pedro Nunes recebe amanhã, dia 6, mais uma edição da iniciativa “IPN – Lanches à Sexta”. Com entrada livre (mediante o envio prévio de um e-mail para info@ipnincubadora.pt) o evento é, desta feita, dedicado à cooperação tecnológica com o Brasil. A Take the Wind e a Inovamapping são as empresas incubadas em destaque, sendo que a primeira é uma empresa de

base tecnológica focada em novas interfaces de comunicação e a outra desenvolve serviços e produtos que fundem as valências dos Sistemas de Informação Geográfica com as da Web2.0, criando uma plataforma cartográfica inovadora. A palestra principal é proferida por Antão B. Moura, consultor e investigador da Universidade Federal de Campina Grande (Paraíba, Brasil), que vai

abordar as vantagens da colaboração entre as empresas tecnológicas de Coimbra e as de Paraíba. O “Lanche à Sexta” realiza-se todas as primeiras sextas-feiras de cada mês no Instituto Pedro Nunes e promete ser um ponto de encontro no desenvolvimento de ideias de negócio e networking entre empresas e empreendedores. Promovido pelo Instituto Pedro Nunes, a inici-

ativa tem como principais destinatários empresas de base tecnológica e (potenciais) empreendedores. Esta actividade está inserida no projecto GAPI2.0, que é coordenado pelo IPN e tem as principais universidades portuguesas como parceiros. Criado em 1991, o Instituto Pedro Nunes – Associação para a Inovação e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia é uma associação sem fins

lucrativos que promove a inovação na área científica e tecnológica. Assumindose como instituição de ligação entre a Universidade e o mundo empresarial, o Instituto Pedro Nunes realiza trabalhos de I&DT em consórcio com empresas, assegura serviços de consultadoria e formação e promove a criação de empresas de base tecnológica através de uma incubadora de empresas.

B R E V E S

ISA participa na Expo Água A ISA, especialista em telemetria, telecontagem e gestão remota, marca presença na 4ª edição da Expo Água que termina hoje no Taguspark de Oeiras. Referência no sector, o certame acolhe todos os anos as mais recentes tecnologias para o tratamento e gestão da água nas suas mais diversas aplicações. A empresa de Coimbra aproveita o certame para lançar a sua mais recente inovação nesta área, um sistema de monitorização de redes de abastecimento de grandes clientes, e apresentar soluções de telecontagem multi-utility bem como um novo conceito de telegestão de baixo custo. O gestor Nuno Francisco integrou ainda o painel de oradores de uma das conferências do certame, proferindo uma comunicação sobre os benefícios da telecontagem nos contadores de água ao nível da eficiência energética.

Profitecla de Coimbra assinala 20.º aniversário com jantar de gala Professores, funcionários e estudantes, actuais e antigos, da Escola Profissional Profitecla de Coimbra reuniram-se, no sábado, num jantar de gala comemorativo do 20.º aniversário da instituição. O evento, que decorreu na Quinta do Vale, em Almalaguês, foi organizado por exalunos do curso de Técnico Organização de Eventos.

Espaço Wii de regresso ao Fórum Coimbra O Fórum Coimbra acolhe até domingo, dia 8, no Piso 0, o Espaço Wii, a mais recente consola da Nintendo – a Wii Sports Resort. Golfe, ténis de mesa, basquetebol, bowling e desportos náuticos e aéreos são alguns dos 12 desportos de acção à disposição de todos os visitantes (hoje o espaço está aberto das 14h00 às 19h00, amanhã das 14h00 às 22h00, sábado das 11h00 às 22h00 e domingo entre as 11h00 às 20h00). Inaugurado há três anos, o centro comercial da margem esquerda foi distinguido em 2007 pelo International Council of Shopping Centers com o prémio de melhor Centro Comercial da Europa, na categoria de Grande Dimensão, e o MAPIC Awards 2007, como melhor centro comercial. Em Maio passado recebeu o certificado de gestão ambiental.


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Não há morte em nenhum ponto do Universo u Qando meus pais faleceram, muito padeceu o meu coração. Contudo, prontamente comecei a entoar comovido colóquio com o Criador, amenizando a saudade e lhes transmitindo palavras de paz e de gratidão. Logo senti que continuavam vivos, porque os mortos não morrem. E toda vez que se ora, a Alma respira, fertilizando a existência humana. Fazer prece é essencial para desanuviar o horizonte do ser. Alziro a Zrur (1914-1979), fundador da Legião da Boa Vontade, ensinava que “Deus não nos criou para nos matar” e que “não há morte em nenhum ponto do Universo”. Assunto que voltaremos a abordar. Minha solidariedade, pois, aos que sofrem a aparente ausência de seus entes queridos. Mas tenham certeza de que realmente os mortos não morrem. Um dia, todos haveremos de nos reencontrar. “Tudo o que é natural/ Não é um sofrimento./ A noite não é negra/ E nem a morte é triste./ A noite é puro engano,/A morte não

existe/ E a dor é uma ilusão do nosso sentimento.” Alentadora mensagem a nós legada pelo poeta português Teixeira de Pascoaes (1877-1952), coincidentemente nascido num “dia de finados”. u Qe Deus o tenha em bom lugar.

Dia de Finados A ocasião me recorda o pronunciamento do saudoso papa João Paulo II (1920-2005), em 2 de Novembro de 1983, ao se dirigir aos peregrinos reunidos na Basílica de São Pedro, em Roma: “O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois na verdade a vida não está limitada pelos horizontes do mundo (...)”. Daí a precisão de reflectirmos sobre esse ponto. É compreensível que sintamos falta dos que partiram. Todavia, não nos devemos exceder em lágrimas, porque a nossa aceitável dor pode perturbar-lhes, no Plano Espiritual, a adaptação à nova conjuntura. Nesse entendimento, cumpre recordar o comentário de Immanuel K a nt (1724-1804), escritor, filó-

sofo e cientista alemão: “Esta vida é apenas uma parte da vida; apenas um primórdio embrionário que será sucedido por um novo despertar”. O profeta Maomé (570632), “que a Paz e a bênção de Deus estejam sobre ele!”, por sua vez, proclama: “Deus lhes concedeu a recompensa terrena e a bem-aventurança na outra vida, porque Deus aprecia os benfeitores!”. Doutora em Língua Hebraica, Literaturas e Cultura Judaica pela Universidade de São Paulo (USP), Brasil, a professora Jane Bichmacher de Glasman revela que “no pensamento judaico, vida e morte formam um todo, sendo aspectos diferentes da mesma realidade, complementares uma da outra”. Temos ainda a consideração de Allan K ardec (1804-1869), o sábio de Ly on, em seu livro A Génese, sobre o relacionamento compulsório entre este mundo e o seu correspondente invisível: “Pelas relações que hoje pode estabelecer com aqueles

que deixaram a Terra, possui o Homem não só a prova material da existência e da individualidade da Alma, como também compreende a solidariedade que liga os vivos aos mortos deste mundo e os deste mundo aos dos outros planetas”. Rui Barbosa (18491923), jornalista, escritor, parlamentar, ministro da Fazenda, diplomata, notável jurista brasileiro, captou esse divino propósito: “A morte não extingue, transforma; não aniquila, renova; não divorcia, aproxima”. De facto, “mortos” e vivos, formamos todos uma única família. (...)

Amor solidário e recta justiça O sempre lembrado a Zrur, há décadas, concluiu que “Deus criou o Ser Humano de tal forma que ele só pode ser feliz praticando o Bem”. Razão por que necessário se faz a constância do Amor Solidário e do respeito à recta Justiça, desde o coração do homem de pensamento

TRIBUNA DO LEITOR

Agradecimento do presidente da Câmara de Penacova MAURÍCIO TEIXEIRA MARQUES

Caríssimos, ao cessar as funções que tive o privilégio de desempenhar, quero agradecer, profundamente, toda a amizade e colaboração que me dispensaram ao longo destes anos. Exerci com toda a dedicação e empenho o cargo para que fui eleito, respeitando todos e cada um, privilegiando sempre os interesses do Município e do concelho, que me viu

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nascer, em detrimento de quaisquer outros, tendo, neste momento, a sensação do dever cumprido. Reiterando a minha disponibilidade e amizade, aceitem uma calorosa saudação e a expressão da minha estima e consideração para com V.ª Ex.ª, acompanhada dos votos sinceros dos melhores êxitos pessoais e profissionais.

Administradora da FGT cessa funções ANA REDONDO

Ex.mo Sr. Director. Cesso hoje (30 de Outubro de 2009) as minhas funções como administradora executiva da Figueira Grande Turismo –Entidade Empresarial Municipal. Tentei desempenhar este cargo, para o qual fui nomeada em 16 de Junho de 2006, com o maior profissionalismo, empenho e dedicação, tentando defender sempre os interesses da Figueira da Foz e dos figueirenses.

Telefone 239 497 750 | Fax 239 497 759 | E-mail jornalcp@ mail.telepac.pt Editor/Propriedade REGIVOZ , Empresa de Comunicação, Lda. Rua Adriano Lucas, 216 Az. D - Eiras 3020-430 Coimbra | NIPC: 504 753 711 Director-Adjunto Rui Avelar | Gerente da Redacção José Fidalgo 239 497 750 (ext. 38) Coordenador de Edição Luís Santos | Redacção Luís Santos (C.P. 722), Rui Avelar (C.P. 613), Benedita Oliveira (C.P. 6622), Geraldo Barros (C.P. 6555), Iolanda Chaves (C.P. 2508), Luís Carlos Melo (C.P. 2555), Paula Alexandra Almeida (C.P. 2906) e Lino Vinhal (C.P. 190), Telefone 239 497

Enquanto administradora, gostaria de agradecer toda a colaboração prestada, por Vossa Excelência, à FGT-EEM, sem a qual não seria possível obter o cumprimento dos objectivos delineados tendo em vista o desenvolvimento turístico e cultural da Figueira da Foz. Na expectativa do meu contributo, enquanto administradora, ter sido uma mais-valia para o nosso concelho, despeço-me com elevada estima e consideração.

JOSÉ DE PAIVA NETTO *

mais refinado até o do ser mais simples, a fim de derruir a mentalidade esterilizadora do ódio que vive a castrar o avanço menos delituoso da civilização, que, nos tempos actuais, lançada à condição excessivamente carnal, sucumbe na irrealidade desesperadora. Urge levar em alta conta que a reforma do social vem pelo espiritual. Não somos apenas corpo, porém, acima de tudo, Espírito. Na negativa sistemática dessa concepção, também reside o fundamento de todas as crises, incluída a económicofinanceira que, na actualidade, sobressalta os povos. O individualismo exacerbado anuncia o coração estéril, haja vista os escabrosos casos de pedofilia, contra os quais inocentes aguardam ser fortemente defendidos. Um desvio comportamental que requer tratamento e aplicação rigorosa da Lei. (...)

Espiritualidade ecuménica A morte não interrompe a vida, portanto o aprendizado não tem fim. Na Terra ou no céu da Terra, prosseguimos trilhando o caminho da Eternidade. De acordo com o nobre médico e político brasileiro dr. Adolfo Bezerra de Menezes (1831-1900), “a morte é como um sopro que realiza o transporte da Alma do estado de dimensão física para o de vibração espiritual. A Vida é eterna”. O conceituado pastor norte-americano Billy Graham, confiante, sinalizou: “(...) este mundo não é o nosso lar definitivo. Se nossa esperança está verdadeiramente em Cristo, somos peregrinos neste mundo, a caminho de nos-

so lar eterno no céu”. Entretanto, de modo algum essa consciência deve ser pretexto para o suicídio, porquanto se trata de atrocidade contra o corpo humano que nos serve de instrumento educativo. Em meu livro As Profecias sem Mistério*, capítulo “Progresso sem destruição”, pondero — como todos os que querem o bem de seu Povo — que nenhum país progride sem boas escolas, posto que, entre outros benefícios, elas exalçam o pendor criativo do estudante, promovendo a adequada capacitação. E, no milénio terceiro, a Espiritualidade Ecuménica das massas tornar-se-á factor inarredável. Desce das alturas a certidão de óbito da era macabra da intolerância religiosa ou académica, por vezes semeada no altar ou na banca de estudo. Q u e a Paz de Deus esteja agora e sempre com todos. E vamos em frente, trabalhando, realizando e actuando com decisão, coragem, solidariedade, porque Deus, entendido como Amor, está presente para vivos, “mortos”, crentes e ateus. * As Profecias sem LançaMistério (1998) — mento da Editora Elevação que integra a série O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, que, com as obras Somos todos Profetas e Apocalipse sem medo, já vendeu quase um milhão e meio de exemplares. Adquira já a colecção pelo 0800 77 07 940 ou, se preferir, acesse o site www.elevacao.com.br

(*) Presidente da Legião da Boa Vontade, jornalista, radialista e escritor

750 (ext. 55, 56 e 57), Fax 239 497 759 | Sede/Redacção: Rua Adriano Lucas, 216 Az. D - Eiras 3020-430 Coimbra Director Comercial Carlos Gaspar | Directora de Marketing e Publicidade Adelaide Pinto 239 497 750 (ext. 27), adelaide.pinto@ mail.telepac.pt | Paginação e Maquetagem Nuno Miguel Peres | Impressão FIG - Indústrias Gráficas, S.A.; Rua Adriano Lucas, 3020-265 Coimbra | Distribuição VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda. R. da Tascoa, n.º16 - 4.ºPiso, 2745-003 u Qeluz, Telef. 214 398 500, Fax 214 302 499 Registo SRIP sob o n.º222567; ISSN: 0874 - 3622; ICS: 122568 | Depósito Legal n.º127443/98 Preço de cada número 0,75\ Assinatura anual 29,93\ | Tiragem média: 9.000 exemplares


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Parlamento, logo existo! A Assembleia da República –incontornavelmente –o “palco” privilegiado e decisivo da actividade política na presente legislatura! “Diálogos com todos” será a “ementa” diária do actual governo e dos partidos políticos com assento no órgão legislativo. O programa do XVIII Governo Constitucional foi aprovado em Conselho de Ministros na passada segunda-feira. O combate à crise e o crescimento económico terão como “alavanca” o investimento público. E, serão prioridades, bem como, a modernização da economia e a justiça social. Estes são os principais desideratos a atingir pelo presente governo. Do documento entregue a Jaime

Gama - presidente da Assembleia da República – constam trinta e duas áreas, a saber: Agricultura; Ambiente; Casamento entre homossexuais; Ciência e Tecnologia; Comunicação Social; Consolidação Orçamental; Cooperação; Corrupção; Cultura; Defesa; Desertificação; Desporto; Educação; Emigração; Emprego; Energia; Finanças; Habitação; Imigração; Juventude; Justiça; Obras Públicas; PME; Poder Local; Política Externa; Protecção Civil; Regiões Autónomas; Saúde; Segurança; Segurança Social; Sistema Político e Supervisão da Economia. Julgamos, que ninguém de boa-fé, não ratificará as intenções propostas pelo Governo. Contudo, algumas

questões “assaltam” o espírito de alguns (“politiquices” à parte). Designadamente, quando o governo propõe o supra referenciado combate à crise e o crescimento económico, tendo por base o investimento público e, simultaneamente, a consolidação orçamental. Como alcançar estes objectivos, sem aumento da carga fiscal? Temos para nós, que estas matérias serão “alvo” de muitas e reiteradas divergências entre o governo e os partidos oponentes no Hemiciclo de S.Bento. Há a registar que o programa agora apresentado é, salvo outra opinião, muito idêntico ao sufragado pelos portugueses nas últimas eleições legislativas. Pelo que é uma nota positiva.

E S P A Ç O

O “bom senso” convida os grupos parlamentares a aguardarem pela apresentação do Orçamento. Sem prejuízo, obviamente, de tecerem as suas dúvidas, com a legitimidade decorrente do voto popular. Conforme ouvimos de alguns analistas, o governo estaria a “alimentar” um equívoco, na exacta medida em que o mandato que lhe foi conferido, não se traduziu numa maioria absoluta. Pelo que, “requentamos” a opinião acima exarada, que o “prato do dia” será, incontornavelmente, um diálogo entre todos –governo e partidos da posição. A “tónica” da crítica é comum aos partidos da oposição. Em uníssono! Q u e o Governo não terá “tirado” as devidas ila-

D E

PEDRO SOUSA LOPES

ções dos resultados eleitorais. Dado que, segundo aqueles, o programa de governo não altera políticas que protagonizou no mandato anterior. Insistindo na prossecução de políticas que terão concorrido –tão só –para um resultado de maioria relativa. A responsabilidade da governabilidade está –é nosso entendimento – “na mão de todos”. Veremos –a seu tempo –a quem os portugueses responsabilizarão pelo êxito ou insucesso da acção governativa. Porque o

confronto, que se deseja urbano e saudável, passará –inexoravelmente –pelo Parlamento. Diálogo, permanente, é preciso! Porque os cidadãos estarão atentos e “exigem” que se entendam! Porque as famílias – portuguesas e de outras nacionalidades –anseiam! REGISTO: Os 40 anos da Internet. 29 de Outubro de 1969, Leonard lKeinrock , autor da primeira “mensagem electrónica”, que dizia “LO” e pretendia escrever “LOG IN”!

G O L F E

“Crónicas de um pistoleiro”, ou de “iniciado a pistoleiro”, ou… Após um convite do Nuno Barreto para participar no Torneio Bairradão, no percurso de Pitch &Putt da u Qinta das Lágrimas, a 18 de Novembro de 2007, sem antes ter passado pelo crivo da “formação em contexto de treino intenso”, fui apelidado pelo director desta bíblia do golfe como “iniciado”, (Vide Edição Número 4 - Ano 2), o que muito me honrou. A prestação classificativa não teve, como hoje claramente não tem, especial monta no meu desempenho, ao contrário do prazer de desfrutar da companhia de pessoas que muito prezo e admiro, além dos “shot’s” (poucos!) que vamos tentando alinhar com as bandeiras e buracos. Relativamente a estes últimos, muitas vezes parecem deslocar-se, pois não raras vezes a nossa bola foi bem batida, fizemos tudo bem mas o local onde ela caiu não era bem aquele! Felizmente que existe a expressão golfista de “tiras-te os olhos da bola” que tanto jeito nos dá para

explicar quase todos os erros, resumindo a justificação da impossibilidade de acompanhar aqueles que mais talento e trabalho expressam nos “courses” deste país (voltaremos a este assunto!). Assim, à medida que vamos adensando os torneios do clube e alguns convites esporádicos de entidades e amigos que ousam desafiar o instinto golfista de um cidadão sensato, mais preocupado com as suas “diatribes” profissionais e preocupações familiares, encaixamos alguns “muitos” conselhos, de todos os parceiros de formações, treinadores, organizadores, green-keepers, profissionais, amigos…! Do somatório de todos estes “alvitres”, acrescentado de algumas “muitas” centenas de bolas “escorridas” no driving range e devidamente escorados num equipamento básico (set de ferros, madeiras, putter, luva e muitas bolas) surge uma mistura explosiva a que os melhores jogadores apeli-

dam de “pistoleiros”, após o primeiro bom resultado net. Num dos torneios de clube, no início do ano, alguns associados colocaram a questão da necessidade de ser criado um handicap pitch &putt, dado que os vencedores eram sempre os mesmos e desta forma a competitividade era muito baixa. Estava eu muito longe de imaginar a feitura desta crónica, dado que para mim era claro, que por algo que eu evoluísse no meu jogo, os companheiros de clube tinham uma qualidade tão elevada que jamais os acompanhava. No entanto era “injusto” que outros com bom jogo não pudessem aceder às “fotos de família”, ou aos “gratificantes” troféus de torneio. Estava do lado desta causa, pelo que ela representava e não com qualquer fito pessoal. Nos meus primeiros torneios, após o jogo, nos magníficos momentos de convívio no club house, em que exteriorizava a alegria e

gozo pessoal pela execução de um pequeno “gesto técnico” mais interessante, ouvindo incentivos a melhorar o outro que não tinham executado tão bem, numa escalada iterativa de ensinamentos, resultava quase sempre uma descida contida do “famoso handicap pitch &putt”! (voltaremos a este assunto). É a altura adequada para manifestar o muito respeito e admiração pelos magníficos jogadores que muitas “aulas de campo” nos oferecem sempre que com eles jogamos, ou simplesmente treinamos! Pessoas como o Arnaldo, Mário, Reinaldo, Miguel e tantos outros, têm sido importantes na nossa autoestima, pois um elogio deles, tem peso na prestação desportiva. No entanto quando verificamos alguns resultados pontuais improváveis, como por exemplo, na última jornada da Taça Góis, com as duplas Paulo Canha/Afonso Canha, Carlos Ferrer/Francisco Ferrer e outros a erguerem peque-

A.C. ALBUQUERQUE*

nos troféus, com a plateia a gritar em uníssono “ Pistoleiros!”, damos graças ao aparecimento desta tipologia, que com a sua capacidade improvisadora vão ocupando e sedimentando os lugares que o seu golfe lhes permite. Designamo-los por uma subclasse de “Pistoleiros efémeros!” Tal como os mais doutos e pragmáticos companheiros de clube, (Virgílio Caseiro, João Serpa Oliva, Francisco Geraldes, Mendes António, Pedro Iglésias, Seixas, Batanete, Jorge Silva, etc…) afirmam frequentemente, com altíssimo espírito de fair playe companheirismo, teremos que aguardar, até que a ordem se reinstale e a realidade/ qualidade golfista coloque no seu devido lugar os “pisto-

leiros de ocasião” e a tranquilidade se instale nos rank ings de clube e nos inúmeros torneios. Até lá compreendemos e gostaria que acreditassem que nem toda a pólvora usada é seca e que alguns dos pistoleiros mais jovens têm muita qualidade e valor, para além de puderem agarrar o futuro como golfistas. u Qanto aos menos jovens, alguns que já revelavam qualidade continuaram a mantê-la e outros regressarão à sua posição original, salpicado aqui e acolá com uma ou outra prestação mais surpreendente, ocupando “com muita sorte” algumas “posições” que estão destinadas aos mais capazes. Boas Tacadas! (*) Engenheiro civil e golfista


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O Paço Manuelino Na qualidade de investigador do património da freguesia tomei contacto aprofundado com o velho “paço das abadessas de Lorvão”. Na altura apercebi-me da sua importância no contexto histórico, arquitectónico e cultural da região, e registei, desgostado e desalentado, os atentados de que ao longo dos tempos foi sendo vítima. O velho paço abacial teria sido um mimo de arquitectura destinada a funções variadas, embora nem todas sejam conhecidas. Uma construção que partiu da abadessa de Lorvão, que sendo já donatária de Botão ali se quis ainda mais enraizar, atraída pelas férteis searas, pelo animado do lugar que fervilhava com comércio fixo mas também de passagem, dado que pelo povoado passava a antiquíssima estrada que unia o litoral ao interior altibeirão. Construir ali um edifício que assinalasse o seu poder e hegemonia, que funcionasse em parte como celeiro e noutra como zona residencial nobre, tornou-se um imperativo, até porque diversos senhorios gravitavam na área em redor querendo disputar a supremacia laurbanense. Talvez este paço, construído por volta de 1510 a expensas da aba-

dessa Catarina D’Eça, tenha sido edificado sobre outra estrutura ali existente ou, porque não, noutro local de Botão. A traça pertence, por ora, a autor desconhecido, mas pelo que dele sobreviveu até ao nosso tempo, permite-nos identificar um marcado gosto renascentista, que sobreviveu nas janelas manuelinas. O mesmo gosto que atraía, na primeira metade do séc. XX, Mestre António Gonçalves e seus alunos da Escola de Desenho para aulas de arte ao vivo, imagine-se… Botão terá ganho muito com esse velho edifício, que contribuiu para que o povoado crescesse física e moralmente. Sim, porque não podemos ignorar o papel que as ordens religiosas tiveram na educação das populações, extensíveis à difusão da leitura, da palavra, dos lavores. No último meio século o paço entrou em agonia acelerada, devido a uma sucessão de factores. A extinção das ordens religiosas em 1834 foi o princípio do fim, sofrendo nova machadada após a implantação da República. Por volta dos anos 20 já grande parte do edificado era pertença de particulares (e mais tarde uma parte da fábrica da igreja), que lhe deram fins e utilizações diversas àquelas que

estiveram na sua origem, sem qualquer preocupação em adaptar e preservar. E, aos poucos a tragédia foi-se consumando; o edifício adulterou-se profundamente, parte da fachada desabaria nos anos 60, e grande fatia do seu espólio foi alvo de saque e levado para outras paragens, algumas nem distantes uma légua, para enriquecimento do tesouro alheio. No decorrer do presente ano o Paço Manuelino de Botão veio abaixo, para que das suas fundações pudesse nascer o Centro de Dia, importante valência para apoio social da população idosa da freguesia. Mas antes do desfecho fui chamado a pronunciar-me, em simultâneo, pelo Gabinete de Arqueologia Arte e História da CMC e pelo Centro Social Cultural e Recreativo de Botão, pois ambos travavam uma “luta” pelo destino a dar ao imóvel: - Tendo o Centro adquirido as parcelas necessárias, havendo projecto, estando o edifício em ruína adiantada, e decorrendo uma candidatura ao Programa Pares havia urgência em se decidir quanto ao velho paço, pelo que a demolição era a solução desejada; - Para o GAAH o assunto era visto de outra maneira, numa visão que

D I R E I T O

D E

partia e acabava na lei. Era recuperável em grande parte, havia que fazer estudos, e as peças tinham de ser identificadas, estudadas, guardadas. Além disso, a minha monografia protegia o edifício em causa; Numa reunião realizada nos Paços do Município a 17 de Dezembro de 2007, na presença de diversos técnicos camarários, e onde também a Junta de Freguesia esteve presente, dei a minha opinião, a qual ficou registada em documento apenso: «Á priori julgo que a melhor opção a tomar seria a de integrar na nova edificação, exterior e interiormente, os elementos arquitectónicos, escultóricos e decorativos visíveis. Opinião mutável se porventura o trabalho arqueológico demonstrar que o local é de facto de grande interesse para a compreensão da nossa História». Ou seja; para mim e dado que estávamos perante um terrível choque entre o interesse social e o patrimonial, o assunto passava por um compromisso entre o existente e aproveitável, e o que se desejava criar de raiz. Porém, o assunto embrenhou-se em questões legais (a lei é importante mas não é tudo), políticas (a política e a técnica raramente casam) e tam-

JOÃO PINHO *

bém pessoais (os feitios dos envolvidos eram bastante diferentes entre si, imbuídos de parte a parte de grande inflexibilidade) e, daqui, poucos ou nenhuns frutos se tiraram. Já com uma parte da estrutura bastante alterada, em tempos recentes, com a complacência da CMC (antecedida da destruição na fachada Noroeste do que se presume ter sido o brasão de Lorvão), o município perdia terreno para salvaguardar o Paço Manuelino. Veio abaixo o Paço, para glória de uns e tragédia de outros, em ordem a que no seu lugar nasça o tão anunciado e desejado centro de dia, logo que os trabalhos arqueológicos se concluam. Cada dia que passa remorde-me a impressão que se perdeu tempo precioso. Se por um lado não percebo que destino será dado à cantaria com valor apeada da estrutura, por outro não consegui compreender como o Centro Social de Botão se encantou por aquele espaço, tão pequeno para as suas as-

pirações. Por fim, a estrutura que se pretende erguer naquele local será um elemento perturbador para a definição do centro histórico de Botão, isto se o quiserem definir. Oxalá pensem, pelo menos, em erguer algum tipo de memorial ao paço manuelino de Botão, para que as gerações vindouras possam recordar a sua importância. Bem ponderadas as coisas, ninguém quis procurar a solução mais óbvia, embora talvez mais onerosa; tentar arranjar outro local para a edificação do Centro de Dia, quiçá em local mais acessível e funcional, sem conflitos com a própria história da freguesia. Desse modo, talvez se pudesse com paciência, sem pressão e com profissionalismo estudar o último dos grandes paços manuelinos de Lorvão e uma das mais-valias de Botão. Estou certo que teria valido a pena lutar por isso…

(*) Historiador

R E S P O S T A

O Campeão mentiu Na verdade só a obsessão (terá cura?!!!) em relação à minha pessoa, pode permitir tantas inverdades e mesmo mentiras como a seguir enumero: 1. É mentira que esteja a decorrer qualquer auditoria às contas da Associação Cognitária S. Jorge de Milréu, tanto mais que as mesmas foram já auditadas nos dois últimos anos; 2. O ainda ROC da Associação, depois de auditar as contas, dirigiuse à Direcção fazendo interpretações jurídicas sobre alguns casos concretos, o que motivou o

recurso a um Senhor Advogado designado por unanimidade na reunião da Direcção de 17 de Agosto deste ano; 3. A Direcção está a seguir com todo o rigor o parecer jurídico do referido Sr. Advogado, na definição da resolução das questões expostas; 4. É mentira que as contas da ACSJM estejam a ser investigadas pelo Ministério Público. Outrossim poderão existir futuras investigações a comportamentos individuais, anteriores ao seu inicio de funções como Presidente da Direcção. Dito isto, importa re-

ferir que, em resultado do parecer jurídico, a Direcção desencadeou algumas acções, tendo em vista a reposição da legalidade e a defesa do bom nome da EUVG que o Campeão das Províncias com a sua notícia falaciosa pretende objectivamente denegrir. A liberdade de imprensa é um valor que todos devem preservar, mas que ética e juridicamente não pode pôr em causa as Instituições e a vida privada de cada um, pelo que o signatário reserva o direito de agir em conformidade nos termos que o Sr. Advogado

já consultado tiver por convenientes. De toda a notícia se realça que se quer pôr em causa o bom nome de alguns Associados e que, estrategicamente, se deixam outros a coberto de tais insinuações. O jornalista Sr. Rui Avelar fala inclusive de um empresário que não identifica e que terá feito um desafio ao Presidente da Direcção da ACSJM. A técnica do anonimato não merece qualquer resposta porque já é conhecida a sua génese estratégica. Se e quando as “fontes” tiverem a dignidade de se

LUÍS VILAR *

identificar, terão direito a adequada resposta. Mas que ninguém duvide, agir-se-á, como sempre, sem qualquer tibieza e com toda a determinação. Finalmente, Sr. Director, espera-se que esta notícia não seja uma manobra para preju-

dicar o normal funcionamento da ACSJM e da EUVG. Todos quanto ali trabalham e estudam não merecem, e tal não será permitido. Coimbra, 31 de Outubro de 2009. (*) Presidente da Direcção da ACSJM


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Aos 98 anos de idade faleceu, no dia 29 de Outubro, um dos mais importantes dirigentes da história do Ginásio Clube Figueirense, o sócio n.º 1, Joaquim da Silva Viana, que pertenceu ao limitado conjunto de grandes dedicações que, dos anos 30 aos anos 50, do século XX, asseguraram a sobrevivência do clube, num período muito difícil, especialmente durante a 2.ª Guerra Mundial. Integrou as Direcções de 1933 a 35, 38, 40 a 42, 53 a 55 e 1960, como secretário e vogal, e depois continuou sempre ligado ao clube de forma muito disponível e empenhada, pertencendo à Mesa da Assembleia Geral de 1956 a 59 e de 61 a 65, e

ao Conselho Geral desde 1981 e até ao seu falecimento. Em 1992 foi distinguido por ter mais de 50 anos de filiação e dois anos depois foi eleito sócio honorário. Em Junho de 2009, os participantes no grande passeio ciclista do Encontro de Gerações Ginasistas tiveram ocasião de o saudar efusivamente frente à sua residência, donde já não saía, mas assomando à janela para retribuir. Salientou-se também como atleta, praticando todas as modalidades que o Ginásio possuía na época da sua juventude, mas distinguindo-se especialmente no remo, modalidade em que foi campeão nacional, e durante

muitos anos treinador e timoneiro. Profissionalmente, exerceu durante largos anos as funções de ajudante da Secretaria Notarial, as quais prestigiou de forma exemplar, através duma personalidade discreta, mas forte e acolhedora, que todos os seus contemporâneos lhe conheceram. Era membro de uma grande família muito conhecida na Figueira da Foz, com bastante intervenção na vida cívica e associativa da cidade, caso de seus irmãos António, Mário, Jaime e Fausto Viana. Casado com Edite Viana era pai de Ana Maria Viana, professora da Universidade de Aveiro, e de Joaquim Manuel Viana, médico em Coimbra.

Joaquim da Silva Viana assegurou, dos anos 30 a 50, a sobrevivência do clube

Mário Mexia deixa a modalidade e a Académica de luto

Um dos melhores basquetebolistas portugueses Mário Mexia, reconhecido entre os seus pares como um dos melhores jogadores de basquetebol português de todos os tempos, faleceu aos 72 anos, vítima de doença. Natural de Coimbra, notabilizou-se como atleta ao serviço da Associação Académica de Coimbra e era, actualmente, membro do Conselho Académica da AAC-OAF. Em 13 épocas, realizou 372 jogos, nunca sofreu nenhuma sanção disciplinar, um feito digno de registo. Do seu longo palmarés, constam quatro internacionalizações, em júnior, ao serviço da Selecção Nacional, e, dez,

como sénior. Vestiu apenas duas camisolas: a da Académica e a da Selecção Nacional. Em 1964, foi condecorado com a Medalha de Mérito Desportivo da Federação Portuguesa de Basquetebol e com a Medalha de “Bons Serviços”. Em 1991, recebeu uma Medalha de Mérito Desportivo. Na página da Internet da Secção de Basquetebol da Associação Académica de Coimbra, Apolino Teixeira caracteriza-o como um “basquetebolista elegante, extremamente rápido, imaginativo e de grande técnica” e um dos obreiros da “era de ouro” do basquetebol conimbricense.

“Conseguia resolver situações complicadas com grande facilidade, tornando-se num autêntico espectáculo dentro do espectáculo do jogo. Por outro lado, o seu comportamento tornava em amigos os adversários que defrontava”, sublinha. “Conheci-o, devia ter cerca de dez anos, no Campo de Santa Cruz, fronteiro à sua casa, sempre agarrado a uma bola de basquetebol, começando, logo que chegou a júnior, a conquistar títulos nacionais. Em todos os aspectos foi um grande exemplo para os jovens que adoravam vêlo jogar. Tive o prazer de ser seu treinador e com

ele vencer o Campeonato Nacional de Seniores de 1958-1959 e posso considerá-lo como o maior basquetebolista português da sua geração, onde actuavam outros grandes nomes da modalidade”, recorda. Entre os títulos conquistados, Apolino Teixeira recorda os de Campeão Nacional de Juniores (1952-1953); Campeão Nacional da 1ª Divisão (1954-1055 e 19581959); Campeão Metropolitano (1966-167) e vencedor da Taça de Portugal (1966-1967). Mário Pais Mexia Leitão era licenciado em Biologia e foi director industrial. Está sepultado no Cemitério da Conchada.


PASSATEMPOS

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PALAVRAS CRUZADAS – Problema n.º 144 Tema de hoje – MULHERES (nomes começados por A)

HORIZONTAIS 1 – Mulher. Mulher. Mulher. 2 – Canoa estreita leve e rápida. Mulher. Céptico. 3 – Oferecei. Qualquer. Senhor. Sufixo de sentido frequentativo. 4 – Tinja. Que serve de asa. 5 – Decrépito. Trabalho. 6 – Símbolo de ouro. Prefixo de negação. 7 – Banhe. Mulher. Essas coisas. 8 – Quinhentos e um romanos. Serra de Portugal. Grite. Continuar. Sufixo de actividade. 9 – Pega. Mulher. Costume. VERTICAIS 1 – Mulher. Mulher. 2 – Antigo território português na Índia. Transpirais. 3 – Mulher. 4 – Até. No passado. 5 – Quiela. Uma (arc). 6 – Mulher. 7 – Adora. Alúmen. 8 – Símbolo do sódio. Rim. 9 – Mulher. Estação Espacial Internacional (abr). 10 – Mulher. 11 – Panela. Seguia. 12 – Acolá. Acender (luz). 13 – Repito. 14 – Núcleo de Estudos Ambientais (abr). Sorrisos. 15 – Mulher. Habita.

LEIA O PROVÉRBIO

Corrigendas No cruzadas n.º 143/A, 1 Vert (1.ª), leia-se SACA. O passatempo “Leia o Provérbio” do n.º 143, começa na segunda casa da penúltima linha. As nossas desculpas.

Prémios especiais de Natal

Interpretando correctamente todos os símbolos e operações apresentadas, encontrar-se-à uma conhecida expressão popular.

PROBLEMA N.º 144/A

Percorrendo todo o tabuleiro, sempre para o lado, para cima ou para baixo – nunca em diagonal – e começando na casa /1 para terminar na /2, encontrar-seà um provérbio popular português. PRÉMIOS – Obra literária, oferta da PORTO EDITORA; medalha; e, no final do mês, mais um prémio especial – “Teatro Nacional de S. João”, valiosa obra ilustrada e encadernada, edição e oferta da PORTO EDITORA. PRAZO PARA REMESSA DE SOLUÇÕES – Até ao dia 15 do próximo mês. ENVIO DE SOLUÇÕES – Ernesto Lopes Nunes, Beco dos Unidos, n.º 3, Espadaneira, 3045 – 162 Coimbra. PREMIADOS Passatempos n.º 136: Mário Henriques Raposo, de Lisboa, com livro da PORTO EDITORA; e Augusto Severino da Silva, de Viseu, com prémio surpresa, oferta de ÁGUIA.

ENIGMA FIGURADO

DE NOVEMBRO DE 2009 CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

Para prémios especiais, a sortear e a distribuir na semana anterior ao Natal, entre os leitores que nos enviarem soluções dos passatempos a publicar durante o mês de Novembro, recebemos, da PORTO EDITORA, 10 exemplares da sua tradicional “Agenda Doméstica”. Contando com variada colaboração, assuntos do maior interesse e uma excelente apresentação gráfica, a AD/2010 insere, como habitualmente, variados concursos dotados de valiosos prémios, entre os quais os torneios de palavras cruzadas, de charadas e de enigmas figurados, ao cuidado deste vosso amigo El Nunes. À PORTO EDITORA apresentamos os nossos agradecimentos.

HORIZONTAIS 1 – Aquilo que serve de guia. Documento escrito. 2 – Mace. Matriz. 3 – Os. Valiosa. 4 – Porco. Gasta pelo uso. 5 – Cacho. Rente. Marchava. 6 – Taramela. Comunidade para o Desenvolvimento de África Austral (sigla inglesa). 7 – Contracção. Impede através de veto. Setembro (abr). 8 – Pieira. Muar. 9 – Situado. Cólera. 10 – Permanecer. Aparelhar (o cavalo). 11 – Cidade de Portugal. Alberga. VERTICAIS 1 – Feituras. Nota musical. 2 – Símbolo de amerício. Que contém ovo. Anuência. 3 – Lista. Outra pessoa. Espinho. 4 – Odor. Transformação. 5 – Prejudicar. Abertura por onde passa o mastro que assenta na carlinga. 6 – Coma a erva. 7 – Genuínas. Nivela. 8 – Esperançados. Clima. 9 – Estúpida. Elas. Além. 10 – Estava. A mesma coisa. Sufixo de semelhança. 11 – Tecido fino, espécie de escumilha. Combinara.

SOLUÇÕES Palavras Cruzadas – Problema n.º 136: Horizontais – 1 – futebol, novelas. 2 – anil, Belém, Baía. 3 – Pelé, si, má, riam. 4 – am, st, co, ab. 5 – s, a, um, pá, a, a. 6 – apupo, afola. 7 – abolir, r, Recife. 8 – raio, Elisa, real. 9 – a, asa, moa, bem, a. Verticais – 1 – FAPAS, ara. 2 – unem, aba. 3 – til, apoia. 4 – eles, ulos. 5 – b, tupi, a. 6 – obs, more. 7 – lei, lm. 8 – l, Rio. 9 – nem, sa. 10 – oma, Pará. 11 – v, café, b. 12 – Ebro, ocre. 13 – lai, aliem. 14 – aias, AFA. 15 – samba, ela. Problema n.º 136/A: Horizontais – 1 – chapéu, ceia. 2 – h, meu, mar, i. 3 – umas, mesada. 4 – vir, mala, ol. 5 – animal, dá, a. 6 – anos, Roma. 7 – p, au, lesava. 8 – em, reis, der. 9 – calais, pose. 10 – h, ama, for, i. 11 – aura, caraça. Verticais – 1 – chuva, pecha. 2 – h, mina, ma, u. 3 – amarina, lar. 4 – pés, mourama. 5 – eu, mas, eia. 6 – u, mal, Lis, c. 7 – mel, rés, fá. 8 – casados, pôr. 9 – era, Amadora. 10 – i, dó, aves, ç. 11 – aiala, areia. Cinco palavras relacionadas com Brasil: Carnaval, Amazonas, carioca, Cabral, Recife. Enigma figurado: O Brasil é uma grande nação.

AMBIENTE Nova técnica posta em prática na Ilha da Murraceira

EDP sinaliza linhas para proteger aves Visando a redução do impacto das linhas aéreas nas zonas de voo e nidificação de aves, a Direcção de Rede e Clientes Mondego da EDP procedeu a uma acção experimental na zona da ilha da Murraceira, no concelho da Figueira da Foz.

Segundo foi anunciado, foram aplicados dispositivos de sinalização de voo, numa extensão de 2 quilómetros, para minimizar o impacto das linhas aéreas junto das aves que, permanentemente ou no período migratório, utilizam esta zona lagunar si-

A zona lagunar no estuário do Mondego tem numerosas espécies permanentes e migratórias

tuada no estuário do Mondego. A Murraceira é uma ilhota de aluvião com uma vocação salineira secular, hoje ameaçada pelo abandono e transfor mação para aquacultura, mas é também reconhecida pela riqueza da sua avifauna. No Inverno pode-se observar numerosas espécies de limícolas: borrelhos, fuselos, maçaricos-debico-direito, alfaiates e pilritos. Existem, ainda, a cada vez mais rara águiapesqueira, o singular pernilongo e os bonitos e rosados flamingos. A acção promovida pela EDP foi uma aplicação pioneira em Portugal, dado que utiliza uma tecnologia espanhola, desenvolvida pela empresa Saprem, representada no nos-

so país pela Resul. A inovação situa-se ao nível da aplicação dos sinalizadores de voo, pois, para tal, utiliza um robot semi-automático. Esta tecnologia permite a instalação dos dispositivos em zonas de difícil acesso. No caso da ilha da Murraceira, a técnica permitiu a instalação em zonas de acesso extremamente difícil, considerando que a linha atravessa lagoas, valas, salinas e viveiros de peixes. Esta aplicação foi efectuada por um prestador de serviços, sob a coordenação dos técnicos espanhóis da firma Saprem, tendo a operacionalização dos trabalhos ficado à responsabilidade da Área Operacional Coimbra da EDP.

Um robot semi-automático permite a instalação dos dispositivos em zonas de difícil acesso

Uma outra vertente desta acção centrou-se na for mação “on-job” de outros operacionais que irão ter à sua responsabili-

dade, noutras zonas da Direcção de Rede e Clientes Mondego, da EDP, novas fases desta experiência.


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Palpitando

Reviravolta geral na classificação O facto de os dois primeiros elementos deste painel de prognósticos não terem apostado na vitória (2-0) da Académica ao receber o Guimarães fez com que houvesse uma mexida no pódio, com o

PALPITANDO

tivo. No cômputo geral, os golos foram também determinantes para que na tabela classificativa só a médica Marta Brinca permanecesse na mesma posição, com todos os outros a trocarem de lugares. Re-

médico Mário Campo a ascender ao primeiro lugar. Se a vitória da Naval (1-0) sobre o Leixões foi prevista por mais de metade dos “palpitadores”, já a derrota do Benfica em Braga (02) teve um falhanço colec-

MÁRIO CAMPOS

FRANCISCO ANDRADE

JOSÉ ALBERTO COELHO

ÁLVARO AMARO

giste-se que existem quatro situações de empate, pelo que vai ser curioso verificar as alterações após a próxima ronda da Liga de futebol. O calendário dos jogos da 10.ª jornada é o se-

JOSÉ M. CANAVARRO

CARLOS ENCARNAÇÃO

MÁRIO NOGUEIRA

guinte: sexta-feira, dia 6 – Belenenses-Paços de Ferreira, às 20h15 (SportTv); sábado, dia 7 – Setúbal-Olhanense, às 16h00, Guimarães-Braga, às 21h15 (SportTv); domingo, dia 8 – Leiria-

FÁTIMA RAMOS

JOSÉ M. PUREZA

Académica e Leixões-Nacional, ambos às 16h00, Marítimo-Porto, às 18h00 (SportTv), Rio Ave-Sporting, às 20h15 (RTP1); segunda-feira, dia 9 – Benfica-Naval, às 20h15 (SportTv).

HELENA FREITAS

MIGUEL CORREIA

MARTA BRINCA

U. LEIRIA X ACADÉMICA

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PONTOS

Judo - Campeonato do Mundo de Juniores

Jorge Fernandes obteve o 7.º lugar Alcançar o 7.º lugar numa competição como um Mundial é um feito sempre digno de registo. Foi o que Jorge Fernandes, judoca do Judo Clube de Coimbra (JCC), conquistou no Campeonato do Mundo de Juniores, disputado em Paris, na categoria de -73 quilogramas, em que combateram 42 judocas. O conimbricense alcançou o “objectivo mínimo” com que partiu para a capital de França, mas, olhando para trás, ficou a convicção de que podia ter subido mais alto na classificação final. O internacional português, depois de ter ficado “isento” na eliminatória inicial da “pool” D, começou

por ganhar a Levs Jofe, da Letónia. No combate seguinte, Azizbek Qurbonov, do Uzbequistão, também não resistiu ao judo de Jorge Fernandes. No combate que decidia o triunfo na “pool” e o acesso às meiasfinais do Campeonato do Mundo de Juniores, o conimbricense encontrou pela frente o judoca francês Thibault Dracius. A lutar em casa - um factor sempre importante na hora das decisões difíceis -, Dracius acabou por ser “agarrado” pelos árbitros e venceu Jorge Fernandes, mas quem esteve no pavilhão não ficou convencido do total merecimento do triunfo do gaulês. Na repescagem que podia dar aces-

Com 10 atletas no Torneio de Avilés, o JCC conquistou três lugares no pódio

so ao 3.º lugar do pódio, o campeão nacional júnior da categoria de -73 quilogramas perdeu com o georgiano Lasha Zurabiani. Um combate decidido no ponto de honra, mas Fernandes esteve a vencer até 28 segundos do final dos quatro minutos regulamentares. Um castigo atribuído ao português obrigou o combate a ir para ponto de ouro. Nesta fase, o judoca de Coimbra perdeu por ter agarrado as calças ao competidor da Geórgia. Apesar do lugar de honra, a excelente 7.ª posição deixou um “amargo de boca”. Sublinhe-se que os dois judocas que derrotaram Fernandes ganharam a medalha de bronze neste Mundial. Em relação ao Campeonato da Europa de Juniores, disputado, em Setembro, em Yerevan, na Arménia, prova em que o judoca do JCC alcançou, igualmente, o 7.º lugar, convém referir que o português foi o único dos sete primeiros classificados no Europeu a entrar nos sete primeiros do Mundial. Um dado que permite perceber a notável prestação do conimbricense. Em Paris, o vencedor foi o japonês Yuki Nishiyama, enquanto o ucraniano Vitalii Popovych se sa-

grou vice-campeão mundial. Tem sido um bom ano para o atleta de Coimbra que, no passado sábado, em Lisboa, foi distinguido na Gala dos 50 anos da Federação Portuguesa de Judo, com a entrega de uma menção honrosa pela obtenção do 7.º lugar no Campeonato do Mundo de Juniores. Além dos notáveis lugares no Europeu e no Mundial, Jorge Fernandes subiu ao 3.º posto no Torneio Internacional de Portugal, realizado em Coimbra, foi 5.º classificado no Torneio Internacional de Lyon, em França, e obteve a 7.ª posição no Torneio Internacional da República Checa, em Praga. Medalhas em Espanha

Os atletas do Judo Clube de Coimbra voltaram a exibir-se em grande nível em provas internacionais. Em Espanha, no Torneio Cidade de Vigo, Jorge Fernandes e Phillipe Reis, em defesa das cores nacionais, arrecadaram mais uma medalha para juntar aos seus já extensos palmarés de êxitos. Na prova destinada ao escalão sénior, o ainda júnior Jorge Fernandes mostrou,

O judoca de Coimbra foi o europeu mais bem classificado no Mundial

mais uma vez, atravessar um excelente momento de forma. Na categoria de -73 quilogramas, o conimbricense venceu os dois combates em que participou. Já Phillipe Reis, em -60 quilogramas, esteve também em destaque, ganhando três dos quatro combates em que entrou. Os dois judocas do JCC contribuíram, assim, para o excelente 3.º lugar da representação portuguesa. Na prova de Vigo participaram, ainda, as selecções de França, Itália, Espanha e Inglaterra. Também em Espanha, nomeadamente no IX Torneio Internacional de Avilés,

prova destinada aos escalões mais jovens, o JCC marcou, como é tradição, presença. Com uma equipa composta por 10 judocas, o emblema de Coimbra conquistou três lugares no pódio. Nos juniores, em -57 quilogramas, Francisca Machado ganhou a medalha de bronze, enquanto Joana Diogo, em -48 quilogramas, no escalão de esperanças, subiu, também ela, ao 3.º lugar do pódio. Entre os medalhados do JCC, destaque, ainda, para Diana Pimentel, que, na categoria de -42 quilogramas, no escalão sub-15, terminou na 3.ª posição.

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FUTEBOL

Jogada a jogada, golo a golo, a Briosa joga nesta rádio...

U. Leiria - Académica Ouça na Internet em www.radioregionalcentro.com

Relato: Luís Carlos Melo

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DOMINGO, DIA 8, ÀS 16H


CULTURA

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Exposição de fotografias no Estabelecimento Prisional de Coimbra No âmbito das comemorações dos 120 anos do Estabelecimento Prisional de Coimbra (EPC), está patente ao público naquele local uma exposição de fotografias da autoria de Pedro Medeiros, com curadoria de Isabel Nogueira. A mostra, inaugurada no último sábado, pode ser visitada até ao dia 30 de Novembro, mediante marcação prévia. Este projecto artístico integra imagens captadas ao longo de um ano no estabelecimento prisional, constituindo um levantamento exaustivo sobre os diversos elementos que constituem este espaço. Sob a forma de documentário, a exposição caracteriza-se como uma visão autoral que pretende dar a conhecer ao público a instituição. Traduz, simultaneamente, um compromisso de consciencialização, de sensibilização e de participação cívica, apelando a um exercício de compreensão e imersão do cidadão comum no espaço da comunidade prisional. Ainda no âmbito dos 120 anos do EPC, alusivo à exposição, vai ser lançado um livro de edição limitada a 120 exemplares, numerados e assinados pelo autor, com encadernação manual e acabamentos realizados pela oficina de encadernação, onde laboram reclusos. A publicação inclui textos do EPC, de José António Bandeirinha, arquitecto e pró-reitor para a Cultura da Universidade de Coimbra e de Isabel Nogueira, curadora do projecto.

Camaleão apresenta “A Guardadora de Livros e o Homem do Saco” Espectáculo subsidiado pelo Ministério da Cultura e pela Direcção-Geral das Artes, “A Guardadora de Livros e o Homem do Saco” é apresentado na Casa Museu da Fundação Bissya Barreto (Arcos do Jardim), em Coimbra, no dia 7 de Novembro. Produzida pela associação cultural Camaleão, com produção executiva de Cláudia do Vale, a peça “A Guardadora de Livros e o Homem do Saco” tem por base um texto e encenação de José Geraldo, com Mariana Ferreira e Pedro Correia como actores. O preço dos bilhetes é de quatro euros para as crianças e cinco para os adultos. A peça tem como tema central os livros, as bibliotecas, a leitura e os seres monstruosos arreigados no imaginário popular, como é o caso do “Homem do Saco”. Marcações e informações podem ser feitas para o telemóvel 968 608 929 ou pelo endereço de correio electrónico camaleão.ac@ gmail.com e claudvale@ gmail.com.

Músico e trovador chileno no àCapella

Heraldo Salas, músico e trovador chileno, actua

amanhã e sábado no centro cultural àCapella, em Coimbra. O espectáculo tem início pelas 23h30 e conta com a presença do percussionista brasileiro Carlos “Carioca” Letra. O reportório do músico chileno aborda sobretudo os períodos de revolução na América Latina, baseandose na música de intervenção “del Cono Sur”, com referências a grandes trovadores como Violeta Parra, Victor Jara, Marcos Velásquez, Mercedes Sosa, António Carlos Jobim, Horário Salinas e Pato Manns, entre outros. O preço de entrada é de 10 euros.

tegra a banda sonora da novela da TVI “Deixa que te leve”, e “Luz Fraca”, que fará igualmente parte da banda sonora da nova telenovela daquele canal de televisão são algumas das músicas mais populares.

Fotografias d’O Formidável recordam “Outras Latadas”

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Salto à Vara – Em matéria de atletismo, Portugal tem conquistado louros na légua e nas chamadas disciplinas de fundo (onde se incluem a maratona e a dezena de quilómetros). Quem não ouviu falar de Carlos Lopes, Fernando Mamede, Rosa Mota, Aurora Cunha, Manuela Machado e Fernanda Ribeiro? Esporadicamente, há portugueses a dar nas vistas. Nas disciplinas que requerem golpes de rins e um desempenho técnico mais apurado, os atletas lusos não têm passado da mediania. Há, contudo, a chamada margem de progressão. É graças a ela, por exemplo, que um modesto bancário chega a administrador da banca. E houve um amigo do Zé, igualmente

modesto bancário, que ascendeu a ministro. No dealbar do XXI século, estará, quiçá, na altura de os portugueses investirem nas disciplinas mais exigentes do atletismo. Há uma janela de oportunidade que representa um desafio. Consta, de resto, que há, pelo menos, um caso bem sucedido de salto à vara. Se o êxito prevalecer, apostemos todos no salto! E se o sucesso se generalizar, justificar-se-á escrever vara com letra maiúscula. Afinal, a grafia tem de honrar as instituições.

ciária, no âmbito de um inquérito ao abrigo do qual foi constituído arguido o ex-ministro Armando Vara? Qual o significado a atribuir à escolha de tal designação? Só o trabalho da PJ e do Ministério Público poderá proporcionar-nos respostas. Regista-se, entretanto, a convicção de investigadores segundo a qual, mais do que o processo do Freeport, o caso “Face oculta” é capaz de despertar a sociedade portuguesa para o incomensurável problema da criminalidade de colarinho branco.

Ciência dos porquês – Por que terá sido atribuída a designação de “Face oculta” à operação levada a cabo, na semana passada, pela Polícia Judi-

Encrespado – Sob o título “Os intocáveis”, o jornalista Mário Crespo (da SIC) assinalou, esta semana, no JN, que o processo “Face oculta” lhe

Ricardo Azevedo ao vivo na Fnac

“O Beijo” e “Luz Fraca” são dois temas extraídos do mais recente álbum de Ricardo Azevedo. “O Manual do Amor”, segundo registo musical do cantor, lançado em Setembro, serve de pretexto para um concerto na Fnac Coimbra, no próximo domingo, pelas 17h00. Ex-vocalista do grupo de música Ez Special, Ricardo Azevedo lançou em 2007 o seu primeiro álbum a solo, “Prefácio”, onde constam alguns sucessos como os temas “O Pequeno T2” e “Entre o Sol e a Lua”. Segundo trabalho a solo, “O Manual do Amor” foi gravado entre Lisboa e Madrid e produzido por Mário Barreiros. “O Beijo”, que in-

A Casa Municipal da Cultura acolhe até ao final do mês de Novembro uma exposição de fotografias alusiva à Latada, captadas pelas objectiva do fotógrafo conimbricense Fernando Marques, mais conhecido pela alcunha “O Formidável”. A mostra regista a festa de recepção ao caloiro em diferentes ambientes da cidade, entre os anos de 1957 a 1967, imagens que integram o arquivo fotográfico da Imagoteca Municipal de Coimbra. Dinamizada pelo Departamento de Cultura da autarquia, esta exposição, de entrada gratuita, pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as 19h30, e ao sábado, das 13h30 às 19h00. Paralelamente, no âmbito da festa das latas, o convidado da iniciativa “À conversa com…”, na Casa da Cultura, a 11 de Novembro, é o Dux Veteranorum da Academia de Coimbra, João Luís Jesus.

Voluntarismo – Caricatura do director-geral da Saúde, feita pelo médico José Augusto Coimbra (Zaug) acerca do voluntarismo do seu colega em prol da vacinação contra a Gripe A.


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VINAGRETAS

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deu, “finalmente, resposta a uma pergunta posta ao ministro Pedro Silva Pereira”. Crespo quis saber, recentemente, se no sector do Estado “havia ambiente para trocas de favores por dinheiro”. Silva Pereira considerou a pergunta insultuosa. Agora, diz o jornalista, o despacho de indiciação subjacente ao caso “Face oculta” descreve “a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata”. Para Mário Crespo, “a brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de Justiça”. Portugal tem de saber de tudo, acrescenta o articulista, na medida em que, “por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado, há 50 famílias sem emprego”. Neste contexto, Crespo estranha que o primeiro-ministro continue sem comentar processos do foro da Justiça. Por que haveria de mudar? Crespo responde: Armando Vara é camarada e amigo de José Sócrates e foram “companheiros de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente”. Verão socialista – Surpreendendo todos os presentes na cerimónia de tomada de posse, a presidente da Assembleia Municipal de Soure, Maria Isabel Verão, eleita pelo PS, fez um breve discurso a enaltecer a forma democrática como decorreu todo o processo democrático. Tudo corria bem até que, como diz o povo na sua vetusta sabedoria, empolgada, “borrou a PUBLICIDADE

pintura toda” ao rematar a sua inter venção com “Viva o concelho de Soure! Viva o Partido Socialista!”. Seguiu-se o burburinho na sala e o espanto geral de todos os que assistiam à cerimónia, personalidades de vários quadrantes políticos, incluindo vereadores e deputados municipais da oposição. João Gouveia, presidente do Município, mudo e calado, tentou disfarçar o incómodo da situação mas também não terá apreciado a inusitada tirada de Verão. Convocatória poética – Mensalmente, a Casa dos Pobres de Coimbra abre a sala de refeições para servir um cozido à portuguesa, de comer e chorar por mais! É uma forma de reunir um grupo, “Os Românticos”, que desta forma contribuem para minguar as necessidades económicas da instituição, reconfortam o estômago e também a alma, num animado convívio. E como diz o presidente da Direcção da Casa dos Pobres, “não falte! A sua ausência será como que o murchar de uma flor no jardim da nossa existência, ou o apagar de uma estrela no sideral espaço do nosso sonho!”. Imparável na acção – e veja-se as novas instalações construídas em S. Martinho do Bispo – Aníbal Duarte de Almeida tem sempre a pena pronta, para em prosa ou em verso, a sério ou a sorrir, dizer o que pensa. A convocatória para o próximo encontro, aqui fica: “Período outonal da vida, Com céu triste, carregado, Sem que chegue a inspiração P’ra compor uma canção, Que alegre o tempo parado.

S E A R A

Aragem de vida que passa Na doçura de um poema Sobre o sonho que não morre, Mas se aviva em sintonia Com aquela nostalgia Que nos liga a este tema. Do sonho à realidade Penosa foi a jornada P’ra tornar a obra feita, Que a todos nos deleita Por actos dignos, tão nobres, Em prol da Casa dos Pobres. Romântico e bom amigo, Eis de novo contigo, Neste período outonal: Dia dez, que é terça-feira, Voltamos à cavaqueira, No convívio habitual. Super Pedro Machado – O presidente do Turismo do Centro e líder da distrital do PSD, acaba de tomar posse em mais um mandato de vereador na Câmara Municipal de Montemor-o-Velho. Ao contrário do mandato anterior, em que foi vice-presidente da autarquia, Pedro Machado será desta vez vereador sem tempo, mas não sem responsabilidades, pelo contrário. Da lista de incumbências consta a educação e formação profissional, incluindo gestão de

estabelecimentos de educação e ensino dos 1º, 2º e 3º Ciclos; área dos recursos humanos; inovação e criatividade; turismo; geminações e parcerias; e comunicação e imagem. A manter-se ligado à autarquia nestes moldes, e sabendo nós o quanto ele faz das “tripas coração”, entre Coimbra e Aveiro, para estar nos sítios a horas, estará Pedro Machado a marcar posição com vista à presidência em 2013, agora que Leal não se pode recandidatar? Colete reflector – A ser verdade, conforme informação que circula através de correio electrónico, na Internet, a situação é a seguinte: “Se um dia forem apanhados pela polícia a mudar um pneu, ou a tentar resolver um acidente rodoviário, sem o colete reflector, digam sempre que não têm, mesmo que ele esteja convosco. É que a multa por não ter o colete é de 60 a 300 euros, enquanto a multa por não o utilizar (tendo-o) é de 120 a 600 euros”… É verificar o artigo 88.º do Código da Estrada (Decreto-Lei 114/94 de 3 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro).

A L H E I A

“O presidente da República deu um sinal claro de que está disposto a ultrapassar as mágoas e as sequelas das mágoas provocadas pelo famigerado «caso das escutas». (...) As palavras, mais ou menos adornadas, são uma coisa; a capacidade de moderar a reacção, a quente, aos problemas é outra. Veremos quem está mais bem preparado para este jogo de sombras e de tensões: se Sócrates, se Cavaco”. Paulo Ferreira, no Jornal de Notícias de 27/10/2009 “A vida real é bem diferente das fantasias que cada um tem e, se calhar, até deve ter. Temos de assumir as nossas responsabilidades com firmeza, determinação, inteligência e bom senso, sem nunca cair num calculismo fácil que, normalmente, é baseado em argumentação falaciosa, porque contraditória”. Luís Vilar, As Beiras de 29/10/2009 “Na parte que me toca, prefiro sempre a vida real, por mais dura que ela seja, reservando-me o direito de ter uma certa utopia de pensamento, própria do Socialismo Utópico, mas não devemos querer ser («... por aí não vou») uma Lenda, ainda por cima viva”. Idem, ibidem “Na maioria dos crimes, entre eles os de corrupção e tráfico de influências, cujas suspeitas recaem, normalmente, sobre políticos, grandes gestores e empresas públicas, ser arguido é quase sempre interpretado como ser culpado”. Editorial do Diário de Notícias de 30/10/2009 “Para que a credibilidade da investigação em Portugal não volte a levar uma nova machadada, e sem que exista prejuízo para a investigação e para os envolvidos, é importante saber do que são suspeitos os arguidos, porque estão a ser investigados e que crimes cometeram. Só essa clarificação rápida tornará a justiça mais transparente. E a administração pública e política mais credível”. Idem, Ibidem “Os resíduos sólidos costumam atrair gente com costumes não tão sólidos assim. Lixo atrai lixo. (...) Não conheço as razões que relacionam os homens do lixo e os homens de negócios sem escrúpulos. Mas que se atraem, atraem. Talvez o compadrio venha do convencimento comum de que o dinheiro não tem cheiro. Uns porque já têm a pituitária destruída pela matéria orgânica em putrefacção, outros porque são podres eles próprios. Em todo o caso, o facto é esse: a gente venal adora o lixo. E o país que se lixe”. Ferreira Fernandes, no Diário de Notícias de 30/10/2009 “Dizer que votam em Isaltino porque ele rouba, mas faz... Isto pode acontecer nos recônditos do Nordeste brasileiro, mas não em Portugal, nem em Oeiras. Toda a gente sabe que eu não roubo. Roubo o quê? Roubo quem? Acho isso gravíssimo e uma falta de consideração pelo eleitorado”. Isaltino Morais, no Jornal de Notícias de 30/10/2009

A oposição, opõe-se – Pela primeira vez, como o próprio fez questão de sublinhar, Luís Leal vai ter na oposição aquele que foi o seu adversário directo na campanha eleitoral, o socialista Emílio Torrão. Desde logo, na cerimónia de tomada de posse, os dois vereadores socialistas (Emílio Torrão e Paula Rama) estiveram em sintonia um com o outro e marcaram posição permanecendo sentados durante o aplauso final.

“Não é preciso ser profeta da desgraça para prever que não sendo praticável inverter o declínio económico dentro deste regime alguma coisa há-de acontecer. Não virá nova ditadura, mas pode vir outra democracia – melhor ou pior do que esta, logo veremos”. Rui Ramos, historiador, no Correio da Manhã de 30/10/2009


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Arrendamento de instalações em antigo edifício dos Correios

CMC e o Estado constituíram-se inquilinos no horizonte de um mês R.A.

A tomada de arrendamento de instalações por parte de entidades públicas num edifício de Coimbra outrora pertencente aos Correios ocorreu no horizonte de um mês (entre Outubro e Novembro de 2003), apurou o “Campeão”. A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) constituiuse inquilina da empresa DePUBLICIDADE

magre no penúltimo mês daquele ano e o Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça (IGFPJ) tinha-se tornado arrendatário no mês anterior. A autarquia, inquilina dos Correios antes da venda do prédio, outorgou novo contrato de arrendamento para funcionamento da Associação de Informática da Região Centro (AIRC), tendo pagado de renda, até ao momento, cer-

ca de dois milhões de euros. A tomada de arrendamento por parte do IGFPJ, na vigência do Governo de Durão Barroso, destinou-se a instalar na avenida de Fernão de Magalhães o Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra. Segundo apurou o “Campeão”, o subarrendamento da totalidade do edifício, feito pela Demagre, gerou uma receita anual de 2,85 milhões de euros, 2,5

vezes superior ao montante que tal firma se comprometera a pagar ao Grupo Espírito Santo (GES). A valorização das rendas proporcionou à Demagre, de que eram sócios dois gestores da multinacional Tramcrone (TCN), um prémio de 12,50 milhões de euros (valor a que foi subtraído um montante para obras). O caso da venda do antigo prédio dos CTT está a

ser investigado ao abrigo de um inquérito a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa (Ministério Público). Negócio à mercê de arrendamento?

Em Março de 2003, o referido edifício foi vendido à Demagre, que o revendeu a um fundo de investimento imobiliário aberto, Gespatrimónio Rendimento, gerido por ESAF - Espírito Santo Fundos de Investimento Imobiliário, SA. Foi neste contexto que a Demagre se tornou inquilina do referido fundo de investimento para proceder a subarrendamento. Numa fase posterior, os inquilinos da referida firma constituíram-se arrendatários de Gespatrimónio Rendimento. Uma sociedade do GES terá imposto o arrendamento como condição indispensável para a realização do negócio intermediado pela Demagre. O MP e a PJ estarão a tratar de averiguar em que circunstâncias a CMC deliberou acerca dos sucessivos contratos de arrendamento, presumivelmente procurando deslindar se terá havido prejuízo do interesse público na forma como a Demagre obteve os montantes das rendas. A Demagre, que intermediou a 20 de Março de 2003 a venda do edifício dos Correios a um fundo de investimento imobiliário aberto do GES, garantiu na véspera a qualidade de inquilina de Gespatrimónio Rendimento para proceder ao subarrendamento do imóvel.

A firma de que gestores da TCN eram sócios começou por assumir, perante o fundo de investimento imobiliário aberto, a condição de inquilina por um período de 10 anos. Além da constituição de Carlos Encarnação (presidente da CMC) como arguido – situação processual em que igualmente se encontram nove ex-vereadores –, outras figuras de Coimbra conotadas com o PSD (Paulo Pereira Coelho, Paulo Miraldo e Carlos Godinho) também despertaram a atenção do MP e da PJ. No final de Novembro de 2003, a Demagre estabeleceu um protocolo com a Associação de Fernão Mendes Pinto (instituição particular de solidariedade social), então presidida por Victor Camarneiro (PS), tendente à criação da sociedade anónima FMP Saúde, responsável pela marca Unidade de Saúde de Coimbra (USC), cujos serviços também foram instalados na avenida de Fernão de Magalhães. O protocolo foi outorgado na expectativa de entendimento com a Administração Regional de Saúde do Centro no sentido de pôr a funcionar valências de convalescença e de internamento de média duração e reabilitação. A USC começou, há três anos, a assegurar o funcionamento de tais valências, inseridas numa experiência-piloto ao abrigo da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, sendo a Associação de Fernão Mendes Pinto (IPSS) parceira dos ministérios da Saúde e do Trabalho e Solidariedade Social.

Resposta às necessidades da região

Rovisco Pais ganhou Imagiologia Entrou recentemente em funcionamento o sector de Imagiologia do CMRRC – Rovisco Pais, cuja capacidade abrange a radiologia convencional em geral e ecografia dos vários tipos de estruturas, incluindo ecografia endocavitária e estudo doppler venoso e arterial. Este equipamento, de elevada

qualidade, irá responder não só às necessidades do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais, mas também às necessidades da população da região, que aqui poderá recorrer na sequência de acordos já firmados com o SNS e sub-sistemas de saúde.


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