4ª Edição caras do soyo - Ezine Yesoyo

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UMA VISITA AO MUSEU DO KONGO

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quando a minha visita ao museu do Kongo, uma das coisas que mais amei ver de perto é a famosa árvore Yala Nkuwu, foi tão emocionante, estar ali e ver bem a minha frente a secular árvore dona de uma história tradicional incrível, e disse eu, para mim mesma, é agora Carla, a hora é essa de saber dos mitos ou verdades sobre Yala Nkuwu. Numa visita de aproximadamente duas horas ao museu, guiada pelo senhor Garcia foi possível esclarecer todas as dúvidas e os mitos sobre o sítio histórico que é Mbanza Kongo, pude aprender em menos de um dia o que deveria ter aprendido na escola durante a minha carreira estudantil, isso caso a história do reino do Kongo fosse incluída no programa escolar de Angola. Há muita coisa a falar sobre Mbanza Kongo desde a sua fundação, o seu desabrochar como cidade capital, o reinado dos reis, a sua colonização até chegar aos dias de hoje. Foi incrível, ouvir de cada acto heroico feito pelos nossos reis ou ver os utensílios fabricados por eles, mesmo eles não sendo letrados, utilizando apenas a matéria-prima retirado do seu subsolo, e a sua criatividade. Maravilhada fiquei ao saber sobre o “Mongue” um instrumento usado por eles para comunicação a longas distâncias, e o mais admirante é o facto de cada um, saber o tipo de mensagem a se transmitir, só pelo som emitido pelo instrumento. Poderás ter mais detalhes sobre o mongue, na pagina 13. Emocionava-me e me enchia de orgulho em cada passo marcado dentro do museu ao saber de cada detalhe da história do reino do Kongo, de sua cultura, de seus trabalhos e de suas tradições. Passo a passo chegamos a tão esperada sala do trono, eu não podia acreditar no que via, encantada e movida pela emoção eu quase que me enrolava naquelas vestes de realeza e sentar na cadeira do trono, e me sentir rainha pelo menos em alguns minutos da minha vida… Mas tive de conter os meus impulsos, e contentarme apenas na minha realidade (risos), mas foi uma experiência memorável. Afligiu-me olhar ao redor e perceber que, ainda há muito que se investir para melhorar a imagem não só do museu como da cidade em si, e para melhor reconstrução da história de Mbanza Kongo, apostar na recuperação de alguns artigos históricos, levados pelos portugueses, seria um grande avanço. Pela dimensão da história a desenterrar, esperançou-me saber que, aquando a visita da UNESCO na cidade ordenou tanto a devolução dos artigos perdidos, como a construção de uma infraestrutura que fosse altura dos nossos reis, as assinaturas e papeladas decorrem para concretização deste fim. Seja bem-vindo a 4ª edição da revista, recebam-nos e sejamos vossos informantes.

Editora Chefe | Carla Mac-Mahon carasdosoyo@gmail.com C A R A S D O S OYO | A G O S TO / S E T E M B R O 2 0 1 9

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