POKER Aprenda a jogar de acordo com o seu stack Matthew Hilger e a matemテ。tica do poker
RODRIGO GARRIDO, O ATUAL CAMPEテグ BRASILEIRO DE POKER
April 24 - May 3, 2015 Casino Royale CARIBBEAN
Maho Bay, St. Maarten
Hosted by Card Player Cruises To Book or For More Information Call 1-888-999-4880 Make your reservation prior to 1/31/15 and play in a $3,300 Freeroll! Final 10 players will receive a $330 entry into a mega satellite for the main event.
ALL INCLUSIVE
$140/DAY* ROOM, FOOD/DRINK
& ALCOHOL
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$200,000 EVENT # 1
DATE 4/24/2015
2 3
DAY
TIME
Guarantee Main Event Prize Pool
EVENT
BUY-IN
ENTRY FEE
Fri
1:30
$125 Survivor NLH – 20% receive $500
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Fri
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Mega into Event #4 20% ADV.
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$125 NLH
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Sat
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$550 NLH
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$190 Mega into Main Event #21 10% adv
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$190 Mega into Main Event #21 10% adv
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$340 NLH Bounty ($100 Bounties)
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Early Booking Turbo FREEROLL * –Final 10 receive a $330 Mega Entry for Event #16
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$190 Mega into Main Event #21 10% adv
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$80 Survivor NLH – 20% receive $300
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$340 Omaha/8B
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$370 Mega into Main Event #21 20% adv
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$370 Mega into Main Event #21 20% adv
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$80 Survivor NLH – 20% receive $300
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$370 Mega into Main Event #24 20% adv
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$80 Survivor NLH – 20% receive $300
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$200,000 Guarantee Main Event 1B
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Fri
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$230 Survivor NLH – 20% receive $1,000
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5/1/2015
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Fri
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$125 NLH
Sat
2:00
Main Event Continues 1A and 1B combine
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Sat
4:00
$340 NLH
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Sat
6:00
$3500 High Roller
3200
300
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Sat
9:00
$125 NLH
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Sun
2:00
Main Event Final Table, High Roller continues
Sun
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$125 Last Chance NLH Survivor 20% receive $500
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5/3/2015 30
Poker Room opens at 1:00 PM and closes at 6 AM each day for cash games. • ✝ Free roll for CPC cruisers and their referrals. • ✝ ✝ Free roll for room deposit customers who registered by 12/31/14. • ✝ ✝ ✝ Free roll for all non hotel guests who play in at least one tournament prior to the main event. * $195 per day single occupancy, $140 per person per day double occupancy, 3rd person $120 per day. Children under 5 are free, children 6-12 $45 per day. Rooms have either one king or two double beds. Pricing includes; room, food, all beverages including alcohol. Tournaments and cash games every day, main event will be a $1650 NL hold em tournament with a $200,000 guarantee. This limitless all-inclusive St Maarten resort is a spectacular “destination within a destination,” offering endless activities for your enjoyment and relaxation. A large pool with cascading waterfalls, four tennis courts, a lively children’s program, an array of water sports, swim-up pool bar, five restaurants & bars, a casino and nightclub and much more. All tournaments to be governed by TDA rules. Card Player Poker Tour is not responsible for any tournament event details including, without limitation, structures, schedules, formats, general rules or prize pool distributions. Management reserves the right to change tournament dates or suspend or cancel tournaments, in whole or part, without notice for any reason at any time.
SUMÁRIO 12. Moacir Martinez
Matemática no Poker Em sua estreia, o matemático Moacir Martinez fala sobre as chances de encontrar um par maior.
ESPECIAIS 16. VOOU BAIXO
Rodrigo Garrido é campão brasileiro de poker 2014.
28. FÁBIO EIJI
ESTRATÉGIAS BÁSICAS POR FAIXA DE STACK – PARTE I No primeiro artigo da série sobre stacks, Fábio Eiji fala sobre o o jogo short-stack.
36. FELIPE MOJAVE
ESTOU PERDENDO, MAS VOU PAGAR Mojave ensina como escapar da tentação de pagar uma aposta quando a situação está claramente contra você.
44 THE BOOK IS ON THE TABLE
THE BOOK IS
Odds e Probabilidades, de Matthew Hilger.
ON THE TABLE
50. FINAL TABLE
COM BLAIR HINKLE - PARTE I O outro ponto de vista. Blair Hinkle faz a sua análise sobre as mãos que Justin Bonomo comentou nas últimas edições.
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Matemรกtica no poker Probabilidade de encontrar um par maior que o seu de acordo com o tamanho da mesa por Moacir Martinez
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Mesa com 10 jogadores Sempre que recebemos um par, a primeira coisa que pinta na nossa cabeça é a possibilidade de alguém ter um par maior. Criei uma regra muito simples, no intuito de facilitar a memorização, essa regra pode ser usada para pares maiores ou igual a par de (9-9). Np> x 4 = X% Np> = número de pares maiores que o seu.
Exemplo 1 Você está com (Q-Q) Quanto vale o Np>? Quantos pares existem acima do (Q-Q)? Resposta = 2 (K-K) e (A-A) Então temos 2 x 4 = 8% Resumindo: se você sai com um (Q,Q) na mão, numa mesa com você mais 9 oponentes, em aproximadamente 8% das vezes você irá encontrar alguém com um par acima.
Exemplo 2 Você saiu com (9-9) Quanto vale o Np>? Ficou fácil, 5 (T-T), (J-J), (Q-Q), (K-K) e (A-A) Então temos 5 x 4 = 20% Em média quando você sai com um par de (9-9) , a cada 5 mãos, alguém estará à sua frente.
Mesa com 5 jogadores Np> x 2 = X%
Exemplo 3 Você sai com um par de (J-J) Então teremos 3 x 2 = 6% Em aproximadamente 6% das vezes alguém estará com um par acima do seu.
Exemplo 4 Você sai com um par de (K-K) Teremos 1 x 2 = 2% ( em média uma vez a cada 50 mãos , você irá topar com (A-A) Mesa com 2 jogadores (heads-up) Aqui podemos aplicar para todos os pares É só contarmos quantos pares existem acima do nosso, e multiplicarmos por ½, que é igual a dividirmos por 2.
Exemplo 5 Em um heads-up você sai com um par de (6-6) Como temos 8 pares acima, o percentual de encontrarmos um par maior já de cara é de 4% Todos esses valores são pré-flop. Bom jogo.
Moacir Martinez é jogador e estudioso na influência da matemática no poker, tanto no online como no live.
Moacir Martinez mgbmartinez@uol.com.br
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VOOU
AIXO B RODRIGO GARRIDO É O CAMPEÃO BRASILEIRO DE POKER 2014
Por Marcelo Souza Fotos e Foto de capa: “Cabelo”
Regularidade. Essa seria uma das boas definições para um profissional do poker. O jogador regular é aquele que consegue resultados constantes e minimiza a variância dentro do jogo. Indubitavelmente, regularidade está intrínseca a Rodrigo Portaleoni Garrido, um dos nomes mais antigos e respeitados do poker nacional. O que eles fez durante a 9ª Temporada da Brazilian Series of Poker, o BSOP, entrou para a história da série. Nas sete etapas que disputou, ele avançou para o Dia 2 do Main Event em todas. Entre resultados do Evento
Principal e dos paralelos, Garrido chegou 23 vezes à zona de premiação e fez sete mesas finais — uma incrível média de 3,3 ITMs e uma mesa final por etapa —, sendo que uma delas foi o heads-up do Main Event da etapa de Natal. Profissional desde 2009, Garrido é hoje um caso à parte no mundo do poker. Ele já não é mais o típico “grinder” como Caio Pessagno, João Mathias e Yuri Martins, ele é, como o próprio se define, um jogador de poker ao vivo. Impossível? Não para ele. Não para esse santista roxo de 33 anos, o mais novo Campeão Brasileiro de Poker.
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MS: Campeão Brasileiro de Poker. Quando você disputou a 1ª Etapa do circuito, em São Paulo, você já planejava buscar esse título? RG: Para falar a verdade, não. Veja bem, já tem uns três anos que eu sou um jogador regular do BSOP. Eu tinha, sim, o planejamento de jogar todas as etapas possíveis, como eu sempre faço, mas logo na 1ª etapa, eu consegui incríveis 5 ITMs. Esse resultado foi fator chave para eu me planejar de maneira que pudesse disputar tudo durante o ano. MS: Você terminou o ano com 3.481 pontos, a maior pontuação da história do BSOP. Os dois últimos campeões, “Grow” e “Toddasso” fizeram, respectivamente, 2.585 e 2.430, em 2013 e 2012. A o que se deu essa diferença? RG: Eu tive um ano muito bom, mas acho que algo que pesou bastante no meu título foi estudar o cronograma de cada etapa. Eu sabia exatamente o que eu deveria fazer em cada parada da série para maximizar os meus resultados. Estudei de forma criteriosa cada torneio e evento, o sistema de pontuação, tudo, principalmente, no BSOP Millions. Consegui jogar durante todo ano o meu melhor poker. Em todas as etapas, eu passei para o Dia 2, apenas em uma das sete etapas, eu não consegui pontuar. Então foram todos esses fatores combinados que me levaram a esse resultado. MS: Quando o BSOP Millions estava para começar, você já tinha construído uma boa diferença sobre seus adversários. O principal era o Caio Hey. Com o início do Millions, o Igor Marani e o Cristiano “Paraná” mostraram que você deveria se preocupar com eles também. Em algum momento você temeu pelo título?
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RG: A todo momento até o último dia. Durante o Millions, o pessoal vinha me cumprimentar pelo título, mas eu sempre dizia: “Ainda não tem nada ganho”. E realmente não tinha, o que esses caras, que estavam atrás de mim, estavam buscando de resultados na última etapa do BSOP não estava escrito. Se eu conseguia um ITM, os três vinham atrás e conseguiam um também. Mas eu sabia que se conseguisse manter aquela vantagem dia após dia, o título seria meu. Finalmente, no último dia, com a eliminação do Caio no Last Chance, eu pude comemorar e todo o medo foi embora de vez. MS: Houve algum momento especial durante a sua jornada rumo ao título do BSOP? RG: Sim. Fazer uma mesa final de um dos eventos principais. Eu não queria ganhar o título apenas pontuando nos paralelos. Acho que você ter resultados no Main Event é o que dá representatividade ao título de campeão. Então, terminar em segundo lugar no Main Event da Etapa de Natal foi espetacular. Ainda que aquela não fosse a última etapa, coroou o meu trabalho de todo o ano.
MS: Antes mesmo do BSOP Millions e da confirmação do seu título, a “vitrine BSOP” já lhe rendeu frutos, o patrocínio do Betmotion. Como foi essa reaproximação? RG: Bom, eu já havia sido contratado do site em 2011. Fui o primeiro embaixador da marca. Graças a Deus, quando o serviço é bem-feito, você tem reconhecimento e sempre deixa as portas abertas. Na época, quando não renovamos meu contrato, eu sabia que tinha deixado um porta aberta por lá. Então, neste ano, sentei para o conversar com o Leo Baptista, CEO do Betmotion, e acertamos um novo contrato muito bacana. O Betmotion teve, tem e ainda terá um papel fundamental na minha carreira. E aqui, quero deixar uma coisa bem clara, meu contrato com o Betmotion é um contrato de patrocínio, não um acordo de “cavalagem”. Existem diversos acordos por aí que são apenas de “cavalagem”, ou seja, o jogador tem sua inscrição paga pelo site, mas não recebe salários. Acredito que o profissional deve buscar sempre modelos de acordo como o do Betmotion, em que ele irá receber, além de buy-ins de torneio, um salário fixo mensal. Isso é muito importante para dar tranquilidade ao jogador. MS: O título brasileiro, veio para lhe estabilizar ainda mais como jogador. No entanto, nós sabemos que a variância que existe na vida de um jogador de poker. Em algum momento, você pensou em deixar a profissão de lado?
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RG: Na verdade, sim. Em 2013, quando terminei o ano no prejuízo, bateu aquela dúvida: “Poxa, e se 2014 for igual? E se eu não conseguir sair no lucro novamente?” Eu acho que isso é uma coisa normal. Todo jogador passa por isso. Em momentos assim, é importante ter autocontrole para saber que é normal passar por tal período, principalmente quando falamos de torneio ao vivo, em que você não consegue colocar muito volume. Mas assim como veio o pensamento, ele foi-se rapidamente. Meus bons resultados no início do ano já levaram para longe a ideia de largar o poker e, agora, com o patrocínio do Betmotion, eu posso jogar ainda mais tranquilo, então tenho certeza que 2015 será um ano bem melhor.
RG: É engraçado que até 2013, eu nunca tinha fechado um ano sequer no vermelho. Quem joga poker, sabe o quanto isso é difícil. Quer dizer, desde 2005, eu sempre fechei o ano lucrando, foram oito anos assim. Infelizmente, 2013 quebrou essa sequência. E no início de 2014, minha esposa e eu recebemos a notícia de que a Isabella nasceria. Coincidência ou não, meu começo sensacional de BSOP se deu justamente nesse momento. Então, a minha filha foi uma benção, que me deu o que faltava para eu ser ainda melhor na minha profissão. Todos temos que ter uma âncora, algo pelo o que lutar, algo que faça a vida valer a pena. Sem dúvidas, a minha âncora, meu porto seguro é a Isabella.
MS: Quando sua filha estava para nascer, você se sentiu pressionado por buscar ainda mais resultados ou ela apenas lhe motivou ainda mais?
MS: E para a família? Hoje eles lhe apoiam, com certeza, mas e quando você resolveu largar tudo para se profissionalizar?
RG: Não foi fácil. Eu jogo poker desde 2005, mas só me profissionalizei quatro anos depois. Imagina largar uma profissão na qual você cresceu? Quero dizer, eu trabalhava em um banco desde a minha adolescência, depois, me tornei gerente e então largo tudo para jogar poker? Houve muito preconceito na época, de amigos e familiares, mas, hoje, consegui provar que a decisão foi acertada. MS: Hoje, discute-se muito no Brasil a questão do imposto nos torneios do BSOP. Muitos defendem que já é inviável para um profissional correr um circuito ao vivo, e com a questão do imposto, isso fica ainda pior. Você concorda? RG: Nem tanto. Acredito que a entrada do PokerStars compensou essa inviabilidade. Os fields hoje estão maiores e consequentemente com mais jogadores recreativos. Isso dá uma vantagem muito grande para o profissional. E eu acredito que é nessa vantagem que o jogador conseguirá lucrar. É claro que se você for pensar em apenas uma etapa, realmente é inviável, mas se você pensar em correr o circuito, como eu fiz neste ano, dá para ser lucrativo, sim. MS: Durante o ano, na jornada ao título do BSOP, quem foi o jogador que mais lhe incomodou na mesa? RG: Para mim, os melhores jogadores do Brasil, na atualidade, são Ariel “Bahia”, Thiago “Decano” e João Bauer, mas não trombei muito com eles durante o circuito. Definitivamente, o cara que mais me deu trabalho nas mesas foi o João Simão. É terrível jogar na mesa dele. Você não sabe o que esperar dele, apenas muita ação e agressividade.
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MS: A quem ou a o que, você credita seu sucesso hoje? Como foi sua evolução no jogo? RG: Acredito que a muita dedicação e estudo, mas principalmente ao período que joguei online. Eu já joguei por diversos times, e foi com os donos desses times que meu jogo evoluiu demais. Foi no Steal Team, tendo coaching com caras como “pitaoufmg” e João Bauer que meu jogo deslanchou. Assim como quando joguei para o Ariel “Bahia” e para o Thiago “Decano”. Inclusive, em 2011, quando fiz uma mesa final na WSOP, eu estava com esses dois no quarto, em Las Vegas. Minha evolução foi impressionante. A gente discutia mãos todos os dias ao voltar para o hotel. Essa é a melhor maneira de evoluir, analisando mãos com caras que você sabe que estão no mesmo nível ou acima de você. E aqui fica a minha dica, caso você queira se profissionalizar: entre em um time. Hoje em dia, eu sei que os acordos para jogar online parecem ruins, já que você joga por porcentagens pequenas, mas não são. Ainda que você receba pouco, o conhecimento adquirido com os treinadores é imensurável. MS: Qual seu planejamento para 2015? RG: Com certeza, defender o meu título do BSOP, com a mesma garra e seriedade, jogando tudo desde o início, mesmo que o ano não comece tão bem. E, claro, quero jogar uma reta boa da World Series of Poker. Não foram todas as vezes que fui para Las Vegas que tive a oportunidade de jogar o Main Event, por ser um torneio muito caro, joguei apenas duas vezes, na verdade. Em 2015, quero fazer uma reta boa e jogar o Main Event.
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MS: Alguma mensagem para os jogadores da Card Player Brasil? RG: Se você quiser ser um jogador de poker, corra atrás do seu sonho. Mas lembre-se que não será fácil. É preciso ter muita dedicação, disciplina e principalmente estudar muito. É preciso gastar muitas horas lendo e discutindo mãos. Como em qualquer outra área na vida, jogar poker exige seriedade e dedicação. Não escolham o poker porque você não terá chefe, horário e ganhará rios de dinheiro. Isso é uma ilusão. Por ser uma profissão em que justamente você é o seu próprio patrão, é preciso disciplina e planejamento dobrado.
Se você quiser ser um jogador de poker, corra atrás do seu sonho. Mas lembre-se que não será fácil. É preciso ter muita dedicação, disciplina e principalmente estudar muito“
RANKING BSOP 2014 NOME
PONTUAÇÃO
BSOP 2014
VARIAÇÃO
1
Rodrigo Garrido
3.481
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)
2
Caio Hey
2.600
(
)
3
Igor Marani
2.582
(NOVO)
4
Cristiano “Paraná”
2.058
(▼1)
5
André Eskinazi
1.900
(
6
Guilherme Chiodi Gomes
1.885
(▼2)
7
Bruno Kawauti
1.820
(NOVO)
8
Bruno de Oliveira Severino
1.820
(▼2)
9
Ricardo Nakamura
1.715
(NOVO)
10
Bob Fraga
1.690
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ESTRATÉGIAS BÁSICAS
POR FAIXA DE STACK
JOGANDO
SHORT-STACK por Fábio Eiji
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PARTE I
e
ste é o 10º artigo que escrevo para a CardPlayer Brasil e me sinto muito orgulhoso por isso. Confesso que quando recebi o convite do Marcelo Souza, editor da revista, eu não tinha um plano definido para a sequência de temas e encarava como um exercício de sistematização e descrição dos conhecimentos teóricos e práticos que adquiri nesses anos como jogador profissional de poker. Ao mesmo tempo, está sendo um desafio para mim, quero dizer, trazer isso de uma maneira acessível a todos os níveis, me aprofundando apenas o necessário para ajudar os jogadores iniciantes — e alguns intermediários — a entenderem melhor os conceitos e funcionamento do jogo e, consequentemente, melhorarem seu nível. Hoje posso dizer que a experiên-
cia foi bem-sucedida, tanto em termos de produção dos textos como em respaldo dos leitores. Isso me anima a continuar. Para comemorar os dez artigos, estou lançando uma série de três textos explicando, de maneira resumida, as estratégias e fundamentos básicos para cada faixa de stack, começando pelos stacks curtos. Afinal, os torneios são, acima de tudo, jogos de stacks.
Estratégias short-stack Consideramos um stack curto aquele até 20 big blinds. É a faixa de stack na qual temos menos espaço para o jogo pós-flop, levando a grande maioria dos potes a ser decidido ainda pré-flop, aproveitando a fold equity que ainda nos resta. É muito
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comum nos encontrarmos nessas situações em retas finais de torneios, em que os erros custam muito mais caro. O manual clássico do jogo short-stack sugere o seguinte: Stacks até 10 bbs: situação crítica. Não há espaço para nada além do push (all-in) ou fold. Stacks entre 12 e 15 bbs: sinal de alerta ligado. Não devemos desperdiçar fichas abrindo raises com mãos fracas. Praticamente não há raise-fold pré-flop. Stacks entre 16 e 20 bbs: modo resteal. Faixa de stack perfeita para explorar quem está “roubando” demais, pois ainda temos fold equity, ou seja, o vilão não está comprometido com o pote quando dá raise e enfrenta um all-in do Herói [sobre resteals, consultar o artigo “Ladrão Que Rouba Ladrão”, edição 71].
Raise-fold com stacks curtos Com o desenvolvimento constante do jogo, essas regras, antes encaradas como dogmas, foram, aos poucos, superadas. Isso significa que conceitos-chave, como pot odds, fold equity e análise de ranges, foram esquecidos? Não, muito pelo contrário, eles estão sendo explorados em seu limite. Hoje, se aceita que, em determinadas situações, com um range formado principal-
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mente por blockers (mãos que contenham cartas que “bloqueiam” a frequência de grandes mãos a agir — por exemplo, se temos um Ás, reduzimos em 50% a chance de um A-A pela frente), seja possível abrir mini-raise e fold contra uma 3-bet ou shove (all-in). Por exemplo, em uma mesa tight ou nas quais há pressão pelos saltos de premiações. A grande vantagem é que essa jogada é difícil de ser explorada, pois não há espaço suficiente para uma 3-bet light que não se comprometa com o shove do Herói.
3-bet light com 18 a 20 bbs Outra ferramenta adotada pelos regulares em geral é a 3-bet light com 18 a 20 bbs. É uma boa estratégia para manutenção do stack contra jogadores muito agressivos. Matematicamente, o Herói não fica comprometido com o pote. Vejamos um exemplo: Herói no BTN com 20 bbs. Vilão em MP com 40bbs. Vilão loose-agressive (LAG) abre mini-raise, Herói com A♦5♦ no BTN faz uma 3-bet de 4,2 bbs. Caso o vilão vá all-in, o Herói teria que pagar 15,8 bbs pra um pote final de 42,5 (contando blinds e antes). Isso significa que o Herói precisa ter pelo menos 37% de equidade para o call ser break even
(não trazer lucro nem prejuízo no longo prazo). Supondo que o Vilão vá all-in com o seguinte range: 88+, ATs+, AQo+, KQs e KQo (8%); o A♦5♦ tem apenas 36,6% de equidade, ou seja, não tem o necessário nem para o zero a zero, quanto mais para um call com expectativa de valor positivo. Como o Herói investe 4,2 bbs com a intenção de ganhar um pote de 8,25, se ação terminar pré-flop, a 3-bet tem que passar apenas 50% das vezes para ser, por si só, vencedora no longo prazo. Um vilão LAG tende a abrir raise com uma frequência em torno de 30% das mãos. Se ele reagir apenas com aquele range, de 8%, significa que muito mais da metade das vezes que ele fizer o raise vai
dependentes da textura do flop e não temos espaço para desenvolver a mão até o river. Assim encerramos o assunto short-stack. Na próxima edição, tratarei sobre o jogo com stacks médios, aqueles entre 25 e 40 bbs, que é a faixa de stack em que jogadores de torneios estão mais habituados a jogar — porém é onde cometem mais erros.
Principais erros dos jogadores inciantes acabar dando fold para a 3-bet do Hero. Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que, apesar dessas novas ferramentas serem necessárias no arsenal de todo bom jogador, os stacks curtos ainda devem ser jogados de uma maneira tight. É necessária precisão cirúrgica nas ações, pois um raise representa uma parte valiosa do stack. Se temos 12 bbs e fazemos mini-raise, colocamos 16,6% do nosso stack em jogo. Quantas vezes faremos raise-fold até estarmos em uma situação totalmente crítica? Mas o pior erro que um jogador pode cometer é jogar de maneira passiva. É preciso evitar ao máximo o flat call (apenas pagar um raise), principalmente com mãos marginais, como pares pequenos e suited connectors, pois, dessa forma, ficamos muito
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Fábio Eiji @fabioeiji binhoeiji@yahoo.com.br
Fábio Eiji já ganhou mais de R$ 3 milhões de reais em prêmios jogando online. Ele possui títulos e mesas finais nas principais séries e torneios regulares do PokerStars.
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ESTOU PERDENDO,
MAS vou PAGAR por Felipe Mojave
a
ntes de começar o artigo de hoje, eu queria agradecer a todos vocês que sempre leem as minhas colunas. Para quem está com a Card Player em mãos pela primeira vez, saibam que costumo mesclar os mais diversos assuntos relacionados ao poker, seja nas modalidades ou nos níveis de jogo. Inclusive, o material de hoje serve para jogadores iniciantes e avançados. Existe uma situação no poker que acontece e atormenta todos os jogadores: dar o call quando a situação mostra que você está perdendo. Sim, isso acontece com todo mundo. Obviamente, acontece com mais frequência entre os menos inexperientes, mas são inúmeros os casos entre profissionais do mais alto gabarito que não conseguem soltar uma mão forte
e acabam despejando umas fichas a mais no colo do adversário, mesmo sabendo que as chances de derrota são grandes. Vamos a um exemplo clássico: o check-call no river. Essa jogada tem uma essência de minimizar riscos e, muitas vezes, esse fator, por si só, já é motivo para o jogador pensar: “Perdi o mínimo” ou, “joguei bem”. E o correto, na verdade, seria o check-fold e a perda efetiva mínima: zero. Digamos que você tem 9♠9♣ e abre raise em MP. Seu oponente, no BTN, dá call, assim como o SB e o BB. O flop vem 10♦9♦4♠. O SB e o BB dão check. Você aposta 2/3 do pote. O BTN dá call, e o SB também. O turn é um 8♠, o SB dá check e você aposta metade do pote. O BTN dá raise, o SB dá fold, mas você paga.
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No river, um A♣ aparece. Você pede mesa, o BTN aposta forte e você paga. Ele mostra Q♠J♥, uma sequência. Quando seu oponente dá o call no flop, raise no turn e aposta forte o river, isso não é um grande indício de uma sequência? A resposta é sim. E, mesmo assim, você deu o call. Por quê? Bom, normalmente as justificativas são: “Ah, mas eu só perdia para sequência”, “ele poderia ter dois pares” etc. Geralmente, arrumamos uma desculpa para colocar o nosso oponente em uma mão mais fraca que a nossa, pois não conseguimos dar fold em mãos fortes, mesmo quando a verdade está à nossa frente. Sim, é muito difícil dar fold em trincas, mas o ato de “pagar para ver”, normalmente, terá um final infeliz.
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A minha principal dica nessas situações é repensar toda a jogada e fazer um exercício de range, ou seja, tentar identificar as possíveis combinações de mãos que o seu oponente jogaria daquela forma. Se há algo indicando que uma mão que lhe derrote esteja em evidência nesse range, dê fold e comece a pensar nas próximas mãos. Outra situação conhecida, que segue a linha deste artigo, é quando você sabe que o oponente deu o call para ver determinada carta e mesmo assim você vai para o check-call. Imagine a mesma situação anterior, porém, desta vez, no turn, o BTN só dará call, assim como o SB. Existem fortes indícios de flush draw aqui, certo? No river, um 3♦ aparece, completando um possível flush, e seu oponente do SB sai apostan-
do, fora de posição, contra dois jogadores. Mais um indício evidente de um flush. E, ainda assim, nessa situação, são poucos os jogadores que dão fold em suas trincas. Nesse caso, muitos jogadores não conseguem enxergar que a jogada está totalmente equivocada. Você percebe que apostou forte no turn e não deu odds para o seu oponente, mas ele ainda deu o call, portanto ele é um jogador fraco e a sua jogada está justificada. Mas tão ruim quanto o call no flush draw é o seu call no river sabendo que ele tem o flush. Quando você está batido, você está batido. Outro ponto importante aqui é que você está entre dois jogadores. Ainda existe a possibilidade do jogador que está em posição sobre você ter completado uma mão no river, o que aumenta ainda mais o risco do call neste tipo de situação. Com certeza, o poker é um dos esportes que requer a maior carga de disciplina e poder de raciocínio sob pressão, por isso é tão fantástico e nos leva a graus superelevados de análises, em que mesmo em uma situação teoricamente simples e aberta, ainda assim conseguimos errar. Espero que vocês tenham curtido este pequeno exemplo e que sirva de aprendizado para situações similares no futuro.
Geralmente, arrumamos uma desculpa para colocar o nosso oponente em uma mão mais fraca que a nossa, pois não conseguimos dar fold em mãos fortes, mesmo quando a verdade está à nossa frente.
Felipe Mojave @FelipeMojave felipemojave.com
Felipe Mojave é um dos principais jogadores brasileiros da atualidade, especialista em mixed games, profissional do Lock Poker e membro do My Poker Squad.
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Matthew Hilger
TEXAS HOLD’EM ODDS E PROBABILIDADES Estratégias de Limit, No-Limit e Torneios
THE BOOK IS ON THE TABLE
A base para se tornar um bom jogador de poker inclui vários fatores. A princípio, é preciso entender que o Texas Hold’em é um jogo de probabilidades. Assimilar qual a porcentagem de vezes que você pode receber ou completar uma determinada mão, que o seu par de ases será batido ou que um daqueles malditos três outs aparecerá no river, fará com que o jogo fique muito menos frustrante e pode ser o norte para o caminho das vitórias. Em Texas Hold’em – Odds e Probabalidades, Matthew Hilger traz toda a matemática envolvendo o poker. Este livro vai lhe mostrar muito mais que números e contas, mas também as suas aplicações. Saiba quais a melhores situações para investir o seu dinheiro no pote e amplie ainda mais seus conhecimentos estatísticos sobre este esporte mental.
MÃOS INICIAIS (p. 181) Probabilidade de Receber uma Mão Inicial Específica
AA KK Etc. A-K do mesmo naipe A-K de naipes diferentes Qualquer A-K Qualquer 3-2 Qualquer par na mão Duas cartas do mesmo naipe Duas cartas de naipes diferentes Connectors (4-5, 5-6, 7-8 etc.) Suited Connectors
Probabilidade 0,45% 0,45% 0,45%
Odds* 220 para 1 220 para 1 220 para 1
0,3%
331 para 1
0,9%
110 para 1
1,2% 1,2%
82 para 1 82 para 1
5.9%
16 para 1
23.5%
3,3 para 1
70.6%
0,4 para 1
15.7%
5,4 para 1
3.9%
25 para 1
Visão Geral Essa tabela mostra a probabilidade de receber mãos iniciais específicas. No total, há 1.326 mãos iniciais diferentes (52 x 51/2 x 1). Mas, na verdade, só há 169 mãos iniciais únicas quando o assunto é estratégia. Em outras palavras, J♣J♦ é a mesma coisa que J♠J♥, então há muitas mãos duplicadas entre as 1.326 mãos iniciais que podem ser distribuídas. Essa tabela apresenta o que importa – com que frequência você recebe A-A, em vez da frequência que você recebe A♣A♦, por exemplo. Os Cálculos Calcular a probabilidade de receber uma mão específica como A-A é simples. Há quatro ases no baralho, que possui 52 cartas, o que lhe dá uma chance de 4/52 de receber um Ás na primeira carta, e de 3/51 de receber um Ás na segunda carta. A chance de que as duas situações aconteçam é de 4/52 x 3/51, que é igual a 0,0045 (0,45% das vezes), ou chances de 220 para 1 de ocorrer. A-K do mesmo naipe é uma situação ainda mais rara, uma vez que, na segunda carta, você precisa receber o naipe exato da primeira. Esse cálculo é 8/52 x 1/51, que é igual a 0,3% das vezes, ou odds de 331 para 1.
* As odds dadas na tabela são arredondadas. Isso pode resultar em pequenas discrepâncias entre o que é mostrado e as odds verdadeiras, embora a diferença seja irrelevante em termos de estratégia.
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Quando for calcular a probabilidade de receber um par, a primeira carta é conhecida. A chance de outra carta igual aparecer é de 3/51, que equivale a 5.9% ou 16 para 1. Para cartas do mesmo naipe o procedimento é parecido, então você tem uma chance de 12/51 de combinar os naipes, que equivale a 0,235 (23,5%) ou 3,3 para 1. Calcular a probabilidade de receber uma mão offsuit (naipes diferentes), que não seja um par, é um processo de eliminação: 1 (todas as possibilidades) - 0,059 (chance de fazer um par) - 0,235 (chance de receber uma carta do mesmo naipe) = 0,706 (70,6%). Para conectores, uma vez que você receba a primeira carta, há quatro cartas acima e quatro abaixo que se conectam à sua. Assim, 8/51, o que lhe dá 0,157. Para suited connectors, há apenas uma carta acima e uma abaixo que se conectam e, ao mesmo tempo, igualam o naipe. Isso lhe dá chances de 2/51 ou 3,9%. Aplicação Essa tabela não nos ajuda necessariamente com a estratégia, mas os números auxiliam a abordar o jogo mentalmente. Os números demonstram claramente que não recebemos mãos premium com muita frequência. Como você só recebe AA, em média, uma a cada 221 mãos, pode-se ver por que é preciso ter paciência neste jogo. Mesmo que esteja jogando na internet, em que a ação é muito mais rápida, você ainda só verá um par de ases aproximadamente uma vez a cada três horas, jogando em uma mesa como nove jogadores. Quando está participando de um jogo ao vivo, esses períodos de tempo podem ser dobrados, uma vez que a ação é muito mais lenta. Ao saber o quanto é raro receber determinadas mãos, espero que você seja capaz de ser paciente durante as suas fases ruins em vez de entrar em tilt.
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TÍTULO: Texas Hold’em – Odds e Probabilidades (Texas Hold’em – Odds and Probabilities) AUTOR: Matthew Hilger NÚMERO DE PÁGINAS: 258 PREÇO: R$ 74,90 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com
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TABLE Por Craig Tapscott
Tradução e adaptação: Marcelo Souza
Grandes campeões analisam mãos-chaves que lhes levaram a vitórias nos principais torneios do mundo, seja na internet ou ao vivo. Nesta edição, o outro lado da moeda: as mãos vencidas por Justin Bonomo (edições 76 e 78), mas sob a ótica do outro jogador.
BLAIR HINKLE JOGA AGRESSIVAMENTE CONTRA JUSTIN BONOMO POR 1,7 MILHÃO DE DÓLARES – PARTE I
Blair Hinkle joga online desde 2005; profissionalmente, desde 2008, ano em que venceu um evento de bracelete da WSOP e levou US$ 507 mil. Ele também é o único jogador a ter vencido dois eventos principais da WSOP-Circuit. Seus ganhos em torneios ao vivo e online já ultrapassam a barreira dos US$ 5 milhões.
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Evento
2013 Seminole Hard Rock Poker Open
Jogadores
2.384
Buy-in
US$ 5.300
Primeiro Prêmio
US$ 1.745.245
Colocação
1º
Mão #1 8
J
8
Justin Bonomo 18.000,000 4
2
8
2
4
6
8
6
K
K
J
Blair Hinkle 24.000,000
9
9
K
K
Mão #1 - Blinds: 75,000-150,000 • Antes: 25,000 Número de jogadores na mesa: 6
Conceitos-chave: Impor sua presença como chip leader. Pensar fora da caixa. Acreditar nos seus instintos. Craig Tapscott: O que passava por sua cabeça antes da mesa final começar? Blair Hinkle: Eu estava muito empolgado e um pouco ansioso com essa FT. Chegar como chip leader não lhe garante nada. Senti-me nervoso sabendo que era a oportunidade de me firmar entre os melhores jogadores de torneio do mundo. Eu sabia que poderia colocar pressão nos outros, já que as mudanças na premiação podiam mudar a vida dos jogadores. Quanto a pesquisar sobre cada jogador na mesa final, eu costumava fazer isso com frequência nos grandes eventos, mas percebi que isso afetava meu jogo. Agora, apenas fico pensando sobre as mãos que meus adversários jogaram e como me ajustar adequadamente
no futuro. Eu também sei que eles farão isso. Por isso, acredito que é preciso ter um plano de jogo, mas mudá-lo se seus oponentes estiverem jogando de uma maneira diferente da que você esperava. CT: E especificamente contra o Justin, qual o plano? BH: Quando restavam seis jogadores, Justin e eu tínhamos a liderança maciça em fichas. Por sorte, eu sentei em sua esquerda durante toda a mesa final, o que tornou as coisas bem mais fáceis para mim. Eu ainda não havia resolvido se seria muito agressivo contra ele, mas era um ponto a analisar se ele estivesse jogando muitas mãos. O complicado sobre o seu jogo é que ele é o jogador mais “grudento” que já joguei contra. Quero dizer, ele não tem o costume de dar fold pré-flop quando entra em uma mão e raramente desiste no flop.
CT: Vocês têm algum histórico? BH: Nós jogamos alguns eventos no Bellagio e uma mesa final do WSOPC, no Caesars Palace, em 2008. Na mesa semifinal, eu tinha posição sobre ele e acho que, de alguma maneira, isso influenciou em seu jogo. Quando restavam somente nove jogadores, os lugares foram trocados e ele acabou terminando na minha frente. Mesmo que naquele evento, especificamente, ele tenha ido melhor do que eu, pude analisar e estudar o meu jogo e dos meus oponentes a fundo. Bonomo aumenta do UTG para 300.000. Hinkle faz uma 3-bet para 750.000 com K♦8♦. CT: Isso já faz parte do seu plano para jogar contra Bonomo?
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BH: Sim. Estamos há apenas 30 minutos jogando 6-handed, mas essa é minha segunda 3-bet contra ele. Na última vez, eu estava fora de posição e levei o pote no flop. Quero que ele pense que eu sou o cara que tem o grande stack da mesa e sou eu quem manda. Sei que Justin leva o ICM (Independent Chip Model) em conta, então ele não vai fazer uma jogada de alta variância aqui, como aplicar uma 4-bet fora de posição. E K♦8♦ não é uma mão que você vai querer ficar dando call para ver o flop. É muito mais fácil jogar se você se torna o agressor.
pequenas para tirar certos adversários do pote. O mais importante é ajustar o seu jogo de acordo com as respostas do seu adversário a suas apostas. Depois de assistir a transmissão da mesa final, fiquei muito feliz em ver que até mesmo os comentaristas (profissionais) ficavam confusos durante as minhas jogadas. Sei que, na cabeça deles, não é a jogada perfeita, mas, no futuro, eles não saberão como reagir quando jogarem contra mim. Flop: K♣6♥4♥ (pote: 1.875.000) Bonomo pede mesa.
CT: Olhando agora, o que você pensa sobre o tamanho da aposta? BH: Foi um erro. Nós estávamos com bastantes fichas antes do início da mão, e eu sabia que ele não daria fold depois de entrar no poker. Eu deveria ter dado um raise maior, para punir o estilo de sempre dar call dele. CT: Você tem algumas dicas de qual tamanho de apostas usar para cada situação, sem cair no padrão? BH: Isso é algo que venho experimentando há alguns anos. A comunidade do poker está muito presa a tamanhos de apostas padrão, para que a mão fique bem escondida. Você pode usar apostas grandes ou
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CT: Um flop muito bom para você. BH: Estou bem satisfeito com o flop. Não há muitas mãos que me dominam, e se ele tem um par menor, ele pode me pagar no flop e no turn. CT: Você pode dar call nessa aposta? BH: Estou bem satisfeito com o flop. Não há muitas mãos que me dominam, e se ele tem um par menor, ele pode me pagar no flop e no turn. Hinkle aposta 525.000 CT: Por que uma continuation bet (c-bet) tão pequena?
BH: Pelos seguintes motivos: 1) Tenho feito uma c-bet pequena quando eu sou o agressor e quando estou em posição. 2) Esse é um flop que eu não espero ser pago por Ás-high ou por um par de mão. 3) Não acredito que Justin irá para o check-raise-blefe devido aos saltos na premiação. E, por fim, percebi que ele acredita ter uma imensa vantagem jogando pós-flop contra os adversários da mesa. CT: Então, dar check, para uma armadilha, não é uma opção. BH: Muitos jogadores pediriam mesa nessa situação para não enfrentar um check-raise. Acho que essa jogada de pedir mesa com mãos marginais está tão batida que acaba demonstrando mais força para adversários profissionais. Contra um amador, eu provavelmente pediria mesa, mas contra um bom jogador eu gosto de fazer jogadas diferentes e ir sempre realizando pequenos ajustes de acordo comas informações que vou recebendo. Turn: 2♠ (pote: 2.925.000) Bonomo pede mesa. Hinkle aposta 1.500.000 Bonomo pede mesa. Hinkle aposta 1.500.000. CT: Essa carta não muda nada, então... BH: Eu continuo atacando. Acho que essa carta não muda nada para Justin. Mas se
ele está em um draw, é hora de aumentar o tamanho da aposta e não dar a ele as odds correta para pagar. Outra vantagem de apostar nesse turn é que tenho a opção de dar check behind no river, se uma carta ruim aparecer, e ele pedir mesa. Bonomo paga. CT: Ele segue com você. BH: Isso me preocupa um pouco. Aqui, a jogada correta com um draw seria desistir. Bem, ou ele tem um Rei melhor ou está em um draw. Provavelmente vou dar mesa no river. A maioria dos Reis que ele segura me derrotam. Então nada justifica que eu aposte por valor nas três streets. Turn: 8♥ (pote: 5.925.000) CT: O flush apareceu, mas você acertou o seu segundo par. BH: Essa carta me deixa tranquilo contra um possível top pair que ele tenha feito, mas Justin pode ter acertado um flush ou uma sequência. Bonomo aposta 4.700.000 CT: E agora? BH: Ele me ajudou um pouco com as opções que eu tinha. Se ele pedisse mesa, eu estaria inclinado a disparar o terceiro barril. Com um possível flush ou uma sequência no bordo, já não gosto tanto da minha mão. CT: E o que você acha da aposta dele? É um tamanho de aposta que polariza o seu range. BH: O range dele está totalmente polarizado. Ou ele tem o flush/straight ou está em blefe
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seco. Ele apostou muito alto e minha cabeça começou a girar. Eu sabia que aquele seria um pote chave para o resto da FT. Se pagasse e perdesse, além das muitas fichas que perderia, eu também daria confiança para ele. Comecei a pensar em quais mãos eu derrotaria e que poderiam estar nesse tipo de blefe — não havia muitas. Eu tinha que mensurar muitas coisas, mesmo com esse tipo de informação, é difícil desistir dos dois maiores pares, principalmente quando eles estão mascarados. Mas senti que a melhor ação era realmente o fold. Hinkle desiste. Bonomo puxa o pote de 5.925.000. As câmeras mostram que ele tinha J♥9♥. CT: O que passou na sua cabeça depois de ter jogado fora as suas cartas? BH: Acabei dando o fold por dois motivos. O mais importante deles foi de um tell que peguei do Justin quando jogamos uma mesa final em 2008. Eu me considero um jogador que acredita muito no “feeling”. Pode ser que esse tell não seja mais confiável hoje, mas ele estava confiante, como em 2008, quando pegou as fichas para apostar. A outra razão é porque é um risco muito grande você executar um grande blefe no início da mesa final. Os saltos na premiação eram muito grandes. Não era um bom momento para um grande blefe.
NOTA DO EDITOR: A visão de Justin Bonomo sobre esta mão pode ser lida na edição 76 da Card Player Brasil.
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A velocidade não é a mesma. A habilidade não responde do mesmo jeito. O peso? Com certeza mudou. E ainda assim, ele voltou. Ele pensa rápido. Faz você acreditar na jogada. Ele vai para um lado. E quando você menos espera,
ELE VOLTOU. ele muda de direção.
Agora, só depende de uma coisa: de uma mente em forma. E ela nunca esteve tão aaada.
O Fenômeno voltou.
poke Nós somos poker.
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