POKER
ESP O RTE E ESTI LO D E VI DA
Você sabe as suas chances de levar o pote antes de o flop ser virado? Aprenda a representar a melhor mão contra mais de um jogador
ALEXANDRE
GOMES
SETE ANOS DO PRIMEIRO BRACELETE
SUMÁRIO 16. FÁBIO EIJI
ESTRATÉGIAS BÁSICAS POR FAIXA DE STACK – PARTE II Fábio Eiji traz a segunda parte de artigos sobre stacks. Aprenda as melhores estratégias para jogar stacks médios.
ESPECIAIS 40. Alexandre Gomes Sete anos do primeiro bracelete
32. MOACIR MARTINEZ
VOCÊ CONHECE A SUA FORÇA? O matemático Moacir Martinez mostra as probabilidades que você tem de levar um pote ao segurar determinada mão.
24. FINAL TABLE
COM BLAIR HINKLE - PARTE II O outro ponto de vista. Blair Hinkle faz a sua análise sobre as mãos que Justin Bonomo comentou em edições anteriores.
48. FELIPE MOJAVE
REPRESENTANDO A MELHOR MÃO EM UM POTE MULTIWAY Mojave mostra toda a história e a técnica por trás de um blefe em um pote com mais de dois jogadores.
56. THE BOOK IS ON THE TABLE
Pot-Limit Omaha Poker – Estratégias Para Grandes Jogadas, de Jeff Hwang
THE BOOK IS ON THE TABLE
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ESTRATÉGIAS BÁSICAS
POR FAIXA DE STACK
JOGANDO STACKS MÉDIOS PARTE II
por Fábio Eiji
C
erta vez, um aluno me disse: “O meu problema é que eu até consigo construir um bom stack no começo, mas chega ali, na metade do torneio, quando temos entre 25 e 30 big blinds, eu me sinto muito preso e meu stack vai derretendo igual a um sorvete de flocos num dia de sol. Quando percebo, estou em push/fold”. Bem, a parte do sorvete de flocos, eu mesmo adicionei. Mas de uma coisa tenho certeza: muitos dos leitores se identificaram com a fala do aluno. Essa é a faixa de stack em que a agressividade é mais importante. Aqui, o arsenal de movimentos é mais amplo e complexo do que no jogo short-stack. Sentar e esperar as melhores mãos está longe de ser a estratégia mais correta. Os bons jogadores, mesmo aqueles com tendências tight, sabem explorar as situações que se apresentam, utilizando todas as ferramentas disponíveis — se aproveitando de sua imagem, é claro.
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No artigo desta edição, trataremos das principais noções estratégicas para o jogo com stack médio, ou seja, aquele entre 25 e 40 bbs, bastante comum em momentos decisivos dos torneios.
3-bet e 4-bet Light Os stacks entre 25 e 30 bbs são ótimos para a 3-bet light. Isso porque, de maneira geral, deixamos o oponente sem espaço para reagir. Imagine uma situação em que temos 30 bbs de stack efetivo. Nosso oponente abre raise de 2 bbs e fazemos a 3-bet do button para 5 bbs. Agora, vamos analisar as possibilidades do oponente: – Se ele der call, terá que jogar pós-flop fora de posição. O pote no flop será de mais de 10 bbs, com 25 bbs pra trás, ou seja, não há espaço para muitas manobras.
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– Se fizer a 4bet, que será entre 10x e 12x (tamanhos mais utilizados pelos jogadores), estará investindo de 30% a 40% do stack. – Se for all-in, terá que investir seus 30 bbs pra ganhar um pote que está em aproximadamente 9,5 bbs. É o movimento mais comum quando um jogador resolve reagir dentro dessa faixa de stack. Podemos concluir que fica muito difícil reagir a uma 3-bet. O call leva a uma situação desfavorável pós-flop, e a 4-bet custa uma parte muito grande do stack. Ir all-in é a melhor forma de reagir, porém, como pode custar o torneio, é preciso ter um cuidado extra pra esse movimento. É justamente esse conjunto de fatores que favorece a efetividade da 3-bet light com 30 bbs. Já os stacks próximos aos 40 bbs são ótimos para 4-bet light. Vamos a outro exemplo para esclarecer a ideia. No botão, em gap, e com 40 bbs de stack, abrimos raise de 2 bbs. O BB, com o mesmo stack, faz uma 3-bet para 5 bbs.
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Aplicamos uma 4-bet para 10bbs. O que acontece? – Se o vilão der call, terá o velho problema de jogar um pote grande fora de posição. O pote terá 20 bbs e o stack efetivo será de 30 bbs. Nada a fazer a não ser torcer para acertar o flop. – Se o vilão optar pela 5-bet, terá que ser all-in. Fica fácil visualizar quão reduzidas são as possibilidades que o oponente tem de reagir.
de uma mão que não traz possibilidades boas para o jogo pós-flop. Os suited connectors têm outro problema. Eles dão a ilusão de serem boas mãos para jogar pós-flop em posição. Porém, não fazem top pair com uma frequência boa. Quando um K-X ou A-X acerta um top pair, eles têm uma equidade muito boa no flop, mesmo contra ranges fortes, diferente dos suited connectors, pois não teremos espaço pós-flop para grandes manobras. Mas nada impede de utilizarmos algumas dessas mãos no nosso range de 3-bet light, principalmente em posição.
Set Value e Suited Connectors Sobre pares pequenos, escrevi anteriormente sobre isso [edição 76 ou blog do Eiji]. Então, com stacks até 40 bbs, será difícil encontrar uma situação em que teremos implied odds boas o suficiente para jogar para trincar (set value). Além disso, abrir raise em posições iniciais e medianas também não é aconselhável, já que se trata
Flat Call É preciso ter um range de flat call com esses stacks, tratando-se de posições finais e blinds. Para essa ação, são boas as mãos que façam top pair e/ou consigam bons draws. Uma coisa é ter um flush draw com 7♦6♦ no flop T♦2♦3♠. Outra é ter com K♦Q♦.
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O range de flat call que sugiro é composto basicamente de broadways (combinações de cartas entre 10, J, Q, K e A), principalmente as do mesmo naipe. K-Q, A-J, A-T, Q-J, J-T e outras mãos do tipo conseguem ainda ter implied odds favoráveis, pois dominam uma parte do range do vilão, que tende a abrir mãos como J-9, K-9, K-T, Q-T, Q-9 etc. No pós-flop, como os stacks geralmente não serão muito grandes em relação ao tamanho do pote, devemos jogar agressivamente os draws, pois, dessa forma, somamos a equidade da mão às vezes em que forçamos o vilão a desistir. A vantagem de ter um range forte de flat call é que dificilmente estaremos mal em um flop. Quase sempre haverá uma possibilidade de melhorar a mão: um backdoor flush ou straight, ou simplesmente as overcards, fator que favorece jogadas simples e básicas como o float e o raise na continuation bet (explorando a tendência de jogadores que usam a c-bet mais vezes do que deveriam).
Principais erros dos jogadores iniciantes De longe, e nem preciso pensar muito para chegar a esta conclusão, o erro mais comum que observo nos jogadores iniciantes com stacks médios é, novamente, jogar muito passivamente. Desperdiçam fichas importantes fazendo muitos calls pré-flop e pagando apostas com draws até o river. Além disso, é comum ver jogadores se precipitando com pequenos pares, abrindo ou pagando raises em situações ruins.
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Seguindo essa tendência passiva, não ter um range de 3-bet light, hoje, pode ser considerado uma falha, pois torna seu jogo muito previsível e fácil de ser explorado. Há muito mais o que falar sobre o jogo com stacks médios. As particularidades dos torneios e oponentes que enfrentamos nos obrigam a fazer ajustes importantíssimos. Dependendo do nível do jogo, por exemplo, não há necessidade de um range de 3-bet light, pois os adversários não procuram explorar essa falha e não sabem reagir corretamente. Na próxima edição, o último artigo da série: o jogo deep stack.
Fábio Eiji @fabioeiji www.fabioeiji.com.br
Fábio Eiji já ganhou mais de R$ 3 milhões de reais em prêmios jogando online. Ele possui títulos e mesas finais nas principais séries e torneios regulares do PokerStars.
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TABLE Por Craig Tapscott
Tradução e adaptação: Marcelo Souza
Grandes campeões analisam mãos chaves que lhes levaram a vitórias nos principais torneios do mundo, seja na internet ou ao vivo.
BLAIR HINKLE JOGA AGRESSIVAMENTE CONTRA JUSTIN BONOMO POR 1,7 MILHÃO DE DÓLARES – PARTE II Blair Hinkle joga online desde 2005; profissionalmente, desde 2008, ano em que venceu um evento de bracelete da WSOP e levou US$ 507 mil. Ele também é o único jogador a ter vencido dois eventos principais da WSOP-Circuit. Seus ganhos em torneios ao vivo e online já ultrapassam a barreira dos US$ 5 milhões.
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Evento
2013 Seminole Hard Rock Poker Open
Jogadores
2.384
Buy-in
US$ 5.300
Primeiro Prêmio
US$ 1.745.245
Colocação
1º
Mão #2 9
A
9
Blair Hinkle 47.000.000 8
2
K
2
8
K
K
K
K
A
A
Justin Bonomo 24.000.000
8
8
K
A
Mão #2 - Blinds: 125.000-250.000 • Antes: 25.000 Número de jogadores na mesa: 2
Conceitos-chave: Tamanho de aposta, range de mãos em heads-up, tipo de jogador e metagame. Do button, com A♣8♠, Hinkle aumenta para 525.000. Bonomo paga. Craig Tapscott: Quando essa mão ocorreu no heads-up? Blair Hinkle: Aconteceu ainda no início. Eu estava jogando um pouco passivo, mas acertando boas mãos e levando bons potes. Em heads-up, no button, é uma jogada padrão abrir raise com um Ás. CT: Em um heads-up não é complicado assimilar imediatamente e de maneira precisa o range do adversário?
BH: Muito. Por isso é extremamente importante prestar atenção em todos os detalhes durante a partida e se ajustar de acordo. Ali era preciso tirar vantagem do meu bom momento. Jogadores confiantes jogam melhor — que essa pessoa fosse eu. CT: Qual o processo para começar a encaixar o range do seu adversário? BH: Para isso é preciso saber o estilo do seu oponente. Como o Justin está sempre dando call pré-flop, eu dependia bastante das minhas leituras pós-flop. Controlar os potes e conseguir showdowns baratos me ajudou a perceber quais linhas ele adotava com determinados tipos de mãos. Esse estilo de jogo dele também faz com que as suas 3-bets sejam polarizadas. Então, muitas vezes, eu tinha que confiar no meu instinto
Flop: A♥K♥8♦ (pote: 1.110.000) Bonomo pede mesa. BH: Esse é um excelente flop para mim, o que torna minha decisão de fazer uma continuation bet bem fácil. Hinkle aposta 650.000. Bonomo paga. CT: Com o que ele está lhe pagando aqui? BH: Nesse tipo de flop, eu não acho que ele pagaria sem ter algo. Acredito que ele pague com qualquer par, flush draw e, talvez, com algumas Broadways que tenham um backdoor-flush. Turn: 2♥ (pote: 2.400.000)
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Bonomo pede mesa.
Bonomo aposta 4.000.000
CT: O flush apareceu. Você apostará novamente? BH: Essa não é a melhor carta para mim. O range de mãos de Justin é tão grande que ele pode ter facilmente um par com uma carta de copas, uma Broadway também com uma copas, como Q-J. Eu decidi apostar forte e punir mãos como essas, caso ele quisesse ver o river.
CT: E agora? Ele saiu apostando novamente. BH: Essa aposta me colocou para pensar. Eu não poderia deixar de lembrar da mão que eu havia visto na transmissão [ed. 76 e 79 ], que ele completou o flush e eu dei fold acertadamente. Nesse ponto, no heads-up, parecia ser uma situação muito boa para ele blefar. Ele não parecia tão confiante quando apanhou as fichas e nem deu a tell que, para mim, mostrava força.
Hinkle aposta 1.600.000. Bonomo paga. Turn: K♣ (pote: 5.600.000) CT: Uma carta não muito boa. BH: Não. Essa é provavelmente a pior carta para a minha mão. Agora eu perco para qualquer Ás melhor e perco chance de fazer uma boa aposta por valor no river. Mas...
CT: Talvez uma boa situação para dar raise por valor? BH: Realmente considerei a possibilidade de dar raise, tanto que perguntei quantas fichas ele tinha para trás enquanto eu pensava. CT: O que lhe impediu de empurrar all-in?
BH: Se ele estivesse com um pouco menos de fichas, eu ficaria muito mais confortável empurrando no river. Meus instintos diziam que não era uma boa situação, mas eu estava puxando muitos potes e queria acabar com aquele heads-up rapidamente. Também me convenci que Justin estava mudando de marcha e entrando em metagame baseado na última mão. Hinkle paga. Bonomo mostra K♠9♠ e puxa um pote de 13.600.000. CT: Alguma consideração sobre o seu call, agora que você reviu a mão? BH: Bem, eu realmente poderia ter dado raise. Se ele estivesse blefando, eu levaria mão, se ele tivesse um valor fraco, também. Pela maneira que a mão se desenvolveu, era muito difícil que Justin tivesse um full house, mas eu poderia representar um. Mesmo se ele tivesse o flush, isso o faria tomar uma decisão delicada por grande parte das suas fichas. Apesar disso, dou crédito a ele por tomar uma linha fora do padrão e me confundir. CT: Bem, você teve bastante sucesso nos últimos anos. A que você atribui sua evolução nos torneios? BH: O segredo é possuir amigos e familiares com quem você possa discutir sobre o jogo. Isso lhe dá uma visão de como as pessoas jogam determinados tipos
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de mãos e como eu poderia jogar uma outra mão de maneira diferente. Outra coisa importante é manter o foco na mesa. Mesmo se eu não estiver na mão, tento prestar atenção na ação, como os jogadores se comportam, os tamanhos de suas apostas etc. Nem música eu costumo escutar. Você nunca sabe o que alguém pode falar enquanto está jogando. Em um torneio de poker, um grande pote pode ser a diferença entre a glória e o fracasso, e você nunca sabe quando uma coisinha simples, que você percebeu há três horas, poderá salvar grande parte do seu stack. CT: Já que falamos sobre tamanho de apostas nas duas mãos que abordamos, como você trabalha essa parte do jogo? BH: Nos últimos anos, tenho experimentado usar tamanhos de apostas fora do padrão. Isso me ajudou bastante a jogar contra jogadores do online que fizeram a transição para o ao vivo. A maioria tem problemas para se adaptar a coisas novas. Por eu ter experiência em me ajustar “dentro e fora da curva”, nesse quesito, geralmente me mantenho um passo à frente dos outros.
NOTA DO EDITOR: A visão de Justin Bonomo sobre esta mão pode ser lida na edição 78 da Card Player Brasil.
VOCÊ CONHECE
A SUA FORÇA?
Calculando a força pré-flop das duas cartas iniciais por Moacir Martinaz
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A
Par (AA) x (AK)
92%
7%
empate <1%
B
Par x Dois undercards (Cartas Menores ou Carta Menor, depende da concordância)
82%
18%
empate <0,5%
C
Par x par inferior
82%
18%
empate <0,5%
D
Par x 1carta do par + 1 over
71%
28%
<0,5%
E
Par x uma over e uma under
71%
28%
<0,5%
F
Dois overcards x Dois undercards (Cartas Menores ou Carta Menor, depende da concordância)
64%
35%
< 1%
G
Par x Dois overcards
57%
43%
< 1%
H
Kicker maior x Kicker menor
71%
24%
< 6%
I
Dois Pares iguais
2%
2%
96%
J
2 cartas aleatórias iguais, naipes diferentes
E
ssa é uma tabela bem simples, para você avaliar a força de duas mãos no pré flop, todo jogador com um pouco de experiência já tem esses dados na cabeça. No caso A
A
A K
K
A
A
A
os mesmos valores do item I
par, terá que fazer trinca ou quadra que ocorrerá em 2,54%. Como temos 4 naipes diferentes, a possibilidade de fazermos um flush com um dos naipes é de 1,09%, a chance de fazermos uma sequência é de 2,35%. Os percentuais serão aproximados e o empate só ocorrerá quando não houver participação das 4 cartas no bordo, ou só parte delas. Essa diferença é menos gritante à medida que diminuímos o par e a outra carta é um conector com chance de sequência no andar superior e inferior como: Par (T,T) x (T,9) 81%-16%, empate 3% Mas mesmo assim o par levará vantagem em mais de 80%. À medida que o par diminui, o que aumenta é a possibilidade de empate.
A
Essa é a pior situação que um jogador se encontra, pois não adiantará fazer um
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Exemplo D
7
10 A
7
7
No exemplo C)
Exemplo E
A 2
10 2
2
È o caso mais evidente quando temos um par monstro contra um par pequeno. O par pequeno terá que fazer trinca ou jogo maior, mas é bem mais comum ao sair o bordo, o nosso par pequeno poderá desaparecer, uma vez que no bordo temos em 42,5% um par e em 4,7% dois pares . Resumindo só em 50,7% das vezes é que temos um bordo livre de cartas dobradas.
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Q
10
A 2
J
J
Q
A
J
A
68%-29%-3% para empatar. Aqui fica fácil determinar os percentuais, se você tem o A7, você terá que torcer para que caia pelo menos um às no Bordo, e esse evento ocorre em 27,60%, aproximadamente em 28%. Note que o par de (77) está com um out queimado.
J
8
Você só conseguirá a vitória se conseguir fazer dois pares, sequência, trinca, flush, motivo pelo qual se as undercards forem conectadas e suited, esse caminho será menos trabalhoso. Veja com mais detalhes no livro “Matemática fácil do Poker” da editora Raise.
7
A
10 8
7
7
10
7
10
7
No exemplo B
Par x 1 overcard e 1 undercard (JJ) x (TQ). Esse é semelhante ao anterior, você terá que acertar a dama, e torcer para que não caia o Valete no Bordo. Jogos maiores poderão acontecer, mas o caminho mais comum é esse e ficará com os seguintes percentuais: 71%-28% < 1% de empate.
A
Q
A A
Exemplo G
J
10 A 10
10 K
K
A
A
Par x 2 overcards. 57%-43% <1% 2 cartas aleatórias irão cair no bordo (Flop/Turn/River) em 48,74%, esse percentual cai exatamente porque o Dez poderá fazer uma trinca, Às e Reis não irão bem em termos de sequência.
J
10
Exemplo H
Q
Exemplo F 2 overcards x 2 undercards. É bom lembrar que em 22% nada irá mudar, pois não cairá nada no bordo. Caso não caia nada as overcards irão vencer, os percentuais são: 64%-35% <1%
AQ x AV 71%-24% entre 5 e 6% de empate. Esse é um exemplo que o Kicher é quem ás vezes decide, o jogador que tem o valete tem que torcer pra que caia um valete e não caia uma dama, o que ocorre em 21% das vezes, note que o empate ocorre nesses casos com maior frequência perto de 6%. Outros jogos maiores poderão acontecer, como sequência e outras.
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Exemplo I
10
10 10
10
10
10
10
10
Dois pares iguais. Nesse caso o mais frequente é o empate, pois só um flush irá desempatar. Cada naipe irá fazer um flush em 1% das vezes e o empate ocorrerá em aproximadamente 96%.
Moacir Martinez
Exemplo J
J
Q Q
J
Q
mgbmartinez@uol.com.br
J
J
Q
Os percentuais são os mesmos do exemplo anterior. Bom jogo a todos.
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Moacir Martinez é jogador e estudioso na influência da matemática no poker, tanto no online como no live.
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Por Leo Bello Pelo terceiro ano seguido tenho passado os meses de junho e julho em Las Vegas. Tive a oportunidade de visitar a cidade em outras ocasiões fora do período da WSOP, e é possível perceber como ela se transforma. É uma invasão de jogadores de todas as partes do mundo e, claro, várias poker rooms lotadas pela cidade. A oferta de torneios jamais foi tão grande quanto este ano. Além dos mais de 50 eventos oficiais da World Series, temos satélites e torneios “second chance” todos os dias nos pavilhões do Hotel Rio, que sedia a festa. No Venetian, o Deep Stack Stravaganza começou no primeiro dia da WSOP e vai até o último, com eventos entre $330 e $5000, sempre com muitas fichas e blinds longos. O Caesar’s realiza a 50
sua série do início da WSOP até o dia 10 de julho, com eventos mais baratos do que os do Venetian, mas com o mesmo número de fichas. Seu Evento Principal chama-se Mega Stack Series tem buy-in de U$1.000 (para fins de comparação, o Venetian tem dois eventos de U$1.000 por semana). No dia 2 de julho começou a Bellagio Cup, com buy-ins variando entre U$2.000 e U$15.000. O Binions promove a Mini Series of Poker, composta por torneios que custam 10% do buy-in do evento da World Series – por exemplo, se for acontecer um evento de U$2.000 na WSOP, na véspera o Binions realiza um de U$200 na mesma modalidade. E pela cidade inteira acontecem outros torneios com buy-ins menores. CardPlayerBraSIl.Com
Ok, mas quando vocês estiverem lendo este artigo, todos esses eventos já terão acontecido e o verdadeiro motivo pelo qual estou repassando este calendário é comentar como os brasileiros arrebentaram em Vegas. Foram vários bons resultados, provando que o nível do poker no Brasil vem só crescendo. Um ano atrás eu conversava com o Leandro Brasa, logo após ele ter ficado em 4º lugar no evento #49 da WSOP 2007, sobre a possibilidade de outros resultados como aquele. Ainda, se levarmos em conta que os fields dos torneios da Série Mundial estão ultrapassando a casa dos milhares de jogadores, qual a chance de um brasileiro chegar novamente no topo? Bem, a resposta veio através de fatos. Mas isso todos os leitores já sabem, e chegaremos lá neste artigo. Mas o resumo da idéia é: quanto mais participarmos dos eventos, mais veremos brasileiros no topo. Pelas minhas contas, há pelo menos uns 70 brasileiros em Las Vegas este ano – muitos marinheiros de primeira viagem, e um punhado de veteranos. A interação entre os dois grupos é uma das coisas que torna este período interessante, e este ano as pessoas me pareceram ainda mais próximas. Muitos tinham reservas em hotéis diferentes, alguns no próprio Rio, onde a WSOP acontece. Porém, logo após a chegada dos primeiros brasileiros, a grande maioria se mudou para o Venetian. Os quartos são enormes e modernos, e a tarifa para os jogadores de poker fazia valer a pena cada centavo. Um quarto simples no Venetian deve ter uns 80 metros quadrados, com dois ambientes. Em um deles é possível encontrar uma TV de LCD, frigobar, fax e impressora, uma mesa de jantar e outra para o computador, além de um sofá que pode virar uma cama. No segundo ambiente, duas opções: uma cama king size ou duas camas Queen, com outra TV de LCD (de pelo menos 42 polegadas e programação em High Definition – HDTV). No banheiro, uma banheira e detalhes em mármore, e mais uma televisão (sim, no banheiro). E todo esse luxo custa cerca de 140 dólares a diária. Se você pensar que um quarto assim pode ser tranqüilamente dividido por três pessoas, basta fazer as contas e ver que não é tão caro para o padrão de Vegas. O Venetian ainda tem a vantagem de ficar na Strip, com a maioria dos cassinos a uma distância em que é possível ir a pé. Com mais de 40 brasileiros no Venetian, não demorou muito para que alguns pontos de encontro e diversão fossem criados. Um deles é o quarto do Thiago Decano, Felipe Mojave e Marco Aurélio Salsicha. O lugar ficou muito freqüentado porque em cada televisão foi ligado um console diferente. Em uma delas, um WII com competições de golfe; na outra, um Playstation 3 com Winning Eleven rolando quase o tempo todo. Quando todos cansavam de poker, as competições de videogame começavam. Outro ponto em que era fácil encontrar os brasileiros nos finais de noite era na mesa de craps. O jogo de
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Leo Bello
dados era uma festa para muitos, mesmo aqueles que não colocavam uma aposta sequer, pois havia garantia de risadas e algazarra. Christian Kruel, Omar, Federal, Juliano Maesano, Thiago Decano, Kima, Brasa e Felipe Mojave eram figurinhas fáceis de encontrar por lá, sempre em grupo. Vocês devem estar curiosos para saber de poker. Já falamos dos hotéis, das diversões e até mesmo da programação de torneios, mas como foram os brasileiros nesta temporada? Vale lembrar que estou escrevendo este artigo antes do Main Event, e mesmo assim já temos muitos destaques. Na WSOP, temos que começar pelo Giovanni Davids, de Porto Alegre. Ele conseguiu ficar ITM em quatro eventos da Série Mundial. Um desempenho fabuloso, comparável ao dos melhores jogadores da série. Muitos brigam para ficar na grana pelo menos uma vez, e Giovanni conseguiu isso em quatro oportunidades, sendo uma mesa semi-final. Não muito atrás, Maridu conseguiu chegar na faixa de premiação três vezes, e também foi destaque. Outro jogador do Sul, conhecido na WSOP como Anderson Silva, quase fez mesa final no evento #49, o mesmo em que Leandro Brasa chegou em 4º lugar no ano passado. Anderson ficou na 10ª colocação, após cair com KK para o chip leader Rasmus Nielsen, que tinha AA. No dia seguinte ele viria a ser vice-campeão, deixando o título nas mãos de J.C. Tran, que conquistou seu primeiro bracelete. E, como não poderia deixar de ser, o destaque absoluto foi Alexandre Gomes, que trouxe o histórico primeiro bracelete da WSOP para o Brasil! cardplayerbr 51
VENETIAN Algumas dicas que poucos sabem: - as piscinas do Venetian são simplesmente fantásticas. Uma delas fica no 4º andar, e tem algumas áreas incríveis, como a parte rasa, onde as cadeiras (espreguiçadeiras) ficam dentro da água, e você toma sol parcialmente mergulhado. Outra atração dessa área da piscina é o Tao Beach Club: um espaço reservado (mas aberto a hóspedes) onde fica tocando música eletrônica o tempo todo, tem vários sofás e cabanas, e mulheres de topless. Nos finais de semana costumam rolar festas e, para entrar, basta solicitar na recepção que seu nome seja incluído na lista. - Se você prefere menos agito, no 10º andar existe um local mais exclusivo e reservado: a torre conhecida como Venezia, onde há uma piscina em um jardim interno. Como poucos conhecem esse espaço, acaba se tornando uma opção interessante. O ambiente é maravilhoso – o único defeito é que o sol só bate depois das 10 horas (mas que jogador de poker acorda antes disso?). - quando você se inscreve nos torneios do Venetian, ganha o direito de trocar o seu comprovante de inscrição por um cupom de 10 dólares que é válido nos restaurantes da praça de alimentação. Com esse dinheiro você pode almoçar sem dificuldades. - se for jogar cash games em vez de torneios, não se esqueça de pedir ao “floor” (nome dado ao funcionário da poker room que lhe encaminha para as mesas) para passar o seu cartão pelo computador para contar o seu tempo de jogo, ou “clock in”. No final do dia, peça para ele fazer o “clock out”. Em uma mesa $2-$5
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você consegue receber de volta cerca de $2,50 por hora em “comps”. Ou seja, em um dia com uma sessão de 10 horas, você pode ganhar até U$25 que pode ser usado para refeições, descontos na conta do seu quarto ou até mesmo ingressos para shows. Para pagar as refeições na poker room basta entregar o seu cartão de jogador. As bebidas são de graça, inclusive as alcoólicas, como vodka com red bull. Você só dá uma gorjeta de um dólar à garçonete (às vezes nem isso). - se quiser ir a uma das baladas do Venetian, a TAO é a mais badalada, e funciona de quinta a domingo. Solicite ao “concierge” para colocar seu nome na lista, se não for assim, entrar será quase impossível. Detalhe: não custa nada, é só pedir. - o Grand Lux Café, apesar do visual meio retrô, é a sua opção para comida 24 horas por dia. Eles têm uma grande variedade de opções, desde entradas criativas (e deliciosas) até pratos que vão desde sanduíches, passando por saladas, carnes, massas e peixes. Ou seja, tem para todos os gostos. - para quem quiser malhar enquanto estiver hospedado no hotel, há uma academia no 4º andar, chamada “Grand Canion Spa”. O problema é que custa U$35 por dia, ou U$115 o pacote de cinco dias. Porém, percebemos que dá para passar direto pela recepção, descer e malhar, contanto que não precise de professor. É uma boa maneira de se manter a forma, ainda mais aqui, onde todas as porções de comida são gigantescas e você passa uma boa parte do dia sentado, jogando.
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“Rádio”
Mas vamos segurar a ansiedade mais um pouquinho. Quero encerrar este especial falando da vitória do Alê. Primeiro, vou comentar um pouco sobre os torneios disputados no Venetian. Antes mesmo que eu chegasse a Vegas, Giovanni, Salsicha e Akkari já haviam ficado na faixa de premiação de um dos eventos do Deep Stack Extravaganza. E depois que eu cheguei aqui, pude presenciar vários brasileiros com desempenhos brilhantes. No dia em que chegaram a Las Vegas, Christian Toth e Marcelos Dabus participaram do torneio de U$1K e arrebentaram logo de cara, pegando 2º e 3º lugar respectivamente. Da mesma maneira, Eduardo Marra na sua primeira noite em Vegas conseguiu o 6º lugar no torneio de U$330 do Deep Stack. Nesse mesmo evento, Rubens Bicalho, o “Bokinha”, de Belo Horizonte, ficou em 4º lugar. Dias antes, Federal fez mesa final do torneio de Omaha, fechando um acordo entre quatro jogadores. Leandro Brasa também entrou na premiação desse torneio. Eu entrei duas vezes na faixa de premiação, ambas em torneios de U$540, mas não consegui chegar às mesas finais. De uma maneira geral, fiquei contente com os resultados. No poker, existe uma maneira indefectível de mostrar que seus resultados foram bons, que é vendo o retorno financeiro. Ganhar um único torneio durante este período em Vegas pode representar muito mais do que vários torneios em que você apenas belisca um prêmio por estar na mesa semi-final. Mas existe outro aspecto a ser levado em conta: para nós, brasileiros, esses eventos são excelentes para dar experiência e “horas de vôo”. Passei por torneios em que dei sorte no início, logo acumulei um stack considerável e pude jogar mais solto. Mas a situação oposta é bem mais difícil: em um torneio com buy-in de U$2.500, que começava com 20 mil fichas, me vi no final do primeiro nível de blinds com apenas 5K em fichas. Por um momento quase desisti. Então parei e pensei: “com blinds 50-100 no segundo nível, eu ainda tinha 50 big blinds, jogar a toalha por quê? Só porque os adversários têm em média quatro vezes o meu stack?” Ainda havia muito jogo pela frente. Seis horas depois, no intervalo para o jantar, eu estava com 40K em fichas. E eu e o Christian Kruel éramos os únicos brasileiros ainda vivos, dentre os 12 que disputaram o torneio (Eu e CK, além de Cinthia, Rafael Vieira, Federal, Brasa, Akkari, Kima, Decano, Omar, Firaz e Thiago Boita). Foi preciso muita paciência para passar um longo tempo dando fold, e entrando nas mãos com agressividade CardPlayerBraSIl.Com
Rafael Caiaffa
Marco Aurélio “Salsicha”
e reraises. Acabei sendo eliminado desse torneio após jogar mal um AK, quando encontrei KK pela frente. Pareceu-se bastante com a mão que me tirou do LAPT – Rio, em que também fiz um overplay com AK (preciso me lembrar de evitar confrontos grandes com essa mão). Uma das maiores vantagens das estruturas “deep stack” é poder treinar nas várias fases de um torneio. Reparei que muitos brasileiros vêm dominando as fases iniciais, Giovanni Davids mas as dificuldades surgem quando os blinds estão mais altos, perto de 1K-2K. Neste ponto, eu mesmo senti dificuldade em alguns eventos. O segredo nesta altura é soltar o braço; o que me faz voltar ao Alê Gomes e ao bracelete. O que poucos sabem é que, no dia anterior à mesa final, no momento da bolha do torneio, Alê estava abaixo da média com pouco menos de 30 mil fichas. Naquele instante nada estava garantido e Alê, com muita coragem, foi de all-in com 99, e deram call com AQ. Um 9 no flop dobrou suas fichas e o fez entrar bem na primeira faixa de premiação. A coragem para colocar todas as fichas no centro, faltando apenas um jogador cair para estourar a bolha, é fator determinante para se formar um vencedor. Essa coragem apareceu em várias outras mãos em que Alê, sem medo de ser feliz, dava reraises nos adversários – muitas vezes sem jogo algum. Quem assistiu o seu caminho até a mesa final pôde comprovar um jogo quase sem falhas. Algumas pessoas no Brasil ficaram sabendo de certas mãos nas quais a sorte sorriu para o Alexandre na mesa final. O que poucos sabem é que, antes de chegar lá, poucas vezes ele tinha colocado seu stack inteiro em risco. Vimos esse brazuca jogar um poker de primeiro mundo, e boa parte do tempo na mesa do adversário contra quem acabaria fazendo o heads-up decisivo, Marco “CrazyMarco” Johnson. Acho que a pior parte foi passar para a mesa final e ter que esperar até o dia seguinte. Porém, recarregar as baterias era fundamental. E nesse dia decisivo para o 53
O bracelete é nosso!!!
Brasil lá estava eu novamente assistindo, dessa vez fotografando a final table. A emoção no ar era gigantesca. “Rádio” ajudava a passar as mãos via nextel para a cobertura no Brasil, o Poker News também estava por lá fazendo a cobertura, e havia muitos brasileiros passando pelo local e torcendo. Era uma situação curiosa, pois muitos estavam disputando outros torneios. Federal no Omaha; Akkari, Juliano, Mojave e Brasa no HORSE. Ainda assim, a cada intervalo, todos lá assistindo – a energia positiva era incrível. E na mesa final a sorte ajudou. Quando restavam cinco jogadores, uma mão decisiva: Alexandre vai de all-in préflop com 6♠7♠, e o adversário paga com AQ. As primeiras cartas do bordo já pareciam acabar com o sonho: A-Q-x. Dois pares para o oponente. Para ganhar a mão, apenas duas cartas de espadas seguidas, ou dois seis ou dois setes seguidos. O turn trouxe um 6; o river, outro 6. E a trinca improvável quebrou os dois pares! A torcida foi à loucura! Os momentos entre a eliminação dos adversários e o heads-up decisivo foram tensos. Alê estava com mais de 6 dos 9 milhões em fichas em jogo. Parecia fácil? Não existe batalha fácil. Ainda mais contra “Crazy Marco”, na WSOP, valendo um bracelete. Trinta minutos após o início, Marco já tinha virado e chegado aos 6 milhões em fichas. Nada parecia dar certo, até que aquela coragem de que falei entrou em jogo. Alê subiu pré-flop com J3. O flop trouxe T-8-K e ambos deram check. No turn, uma Q. Alê apostou e Marco apenas chamou. No river, uma carta de paus abrindo chance para seqüência e flush na mesa. Marco dá check. Alê conta seu stack e decide apostar o seu all-in de mais 1,6 milhões em fichas. Crazy Marco pensa por um longo tempo, faz perguntas para Alê (que não 54
as responde) e acaba dando fold. Pensem bem: todas as suas fichas no meio da mesa em um blefe puro, valendo um bracelete. Para completar, Alexandre mostra suas cartas e coloca Crazy Marco em tilt – momento de alívio para o Brasil e de extrema coragem de Alê. Pouco tempo depois, a mão milagrosa. Alê vai de all-in com A♠T♠, com cerca de 3 milhões. Marco chama instantaneamente com AA. A torcida tenta acalmar Alê, dizendo que ele fará uma seqüência ou acertará dois dez. O flop traz o primeiro T e um J, junto com uma terceira carta baixa. Em coro, a torcida começa a dizer em voz alta: “DEZ! DEZ! DEZ!” E no turn: “DEEEZ!!!” O salão da WSOP se assusta com a gritaria que começa. Com este T no turn, Alê vira o heads-up decisivo e Crazy Marco, que tinha no AA a certeza de ter faturado o bracelete, fica desolado e desorientado. Tanto que apenas alguns minutos depois vai de all-in com JQ apenas para encontrar Alê Gomes com AK chamando imediatamente. O flop trouxe 2-3-4. O turn, um A. Apenas um 5 poderia empatar o pote. Mas nessa hora não havia mais jeito. A torcida já pulava comemorando, e o river só confirmou: o primeiro bracelete da WSOP é nosso! Ou melhor, é de Alexandre Gomes, do Brasil! O primeiro sul-americano a levar para casa o tão sonhado prêmio da Série Mundial. A energia era fabulosa, e conter o choro era difícil. Quatro anos depois de começar a jogar, pude ver a história sendo escrita diante dos meus olhos. Tive ainda mais orgulho de ser brasileiro e ver nossa bandeira estendida atrás do campeão. Parabéns, Brasil, pela linda temporada em Las Vegas. Que cada vez mais os brasileiros mostrem ao mundo que nós podemos ser os melhores naquilo que nos dedicamos a fazer bem. ♠ CardPlayerBraSIl.Com
Alexandre Gomes e o Primeiro Bracelete do Brasil Há apenas 6 meses Alexandre Gomes, de 25 anos, deixou a advocacia para se tornar jogador profissional de poker. E no evento #48 da WSOP (no-limit hold´em de $2.000) ele superou um field de 2.317 concorrentes e fez uma mesa final formidável, apresentando um poker de nível mundial. Ainda no calor da vitória, nossos colegas da CardPlayer americana entrevistaram o Alê. E já como primeiro brasileiro a ganhar um bracelete da World Series of Poker, ele falou um pouco sobre sua estratégia na mesa final, sobre orgulho de voltar para casa com o primeiro bracelete de ouro para o Brasil e muito mais. Veja como foi. Card Player: Você entrou para a faculdade para se tornar advogado e acabou virando jogador de poker. Como foi essa história? Por que uma mudança tão radical? Alexandre Gomes: Sou advogado desde 2005, mas há cerca de seis meses resolvi jogar profissionalmente. Na verdade, comecei jogando torneios de poker e só depois decidi me tornar um jogador profissional. CP: E você joga poker há quanto tempo? AG: Jogo há cerca de dois anos e meio, mas como profissional há apenas seis ou sete meses. CP: É óbvio que você tem muitos fãs brasileiros aqui com você... Não é comum ver tanta comemoração de jogadores de outros países. O que faz do Brasil um lugar tão especial?
AG: Eles são fãs, mas são também amigos. É o jeito do povo brasileiro. Existem muitos jogadores de poker no Brasil, mas este é o primeiro bracelete que um brasileiro ganha na WSOP. CP: Agora você está $700.000 mais rico. Qual é a sensação? Você já tem planos para o dinheiro? AG: A sensação é boa. Muito boa! Mas ainda não tenho planos para o dinheiro CP: Qual foi sua estratégia a caminho da mesa final? AG: Havia jogado com os mesmos adversários no dia anterior, durante todo o tempo, e já era capaz de ter algumas boas leituras deles. Minha estratégia era ser agressivo. Acreditava que a diferença nas premiações criaria certa pressão, então resolvi entrar para decidir. CP: Havia algum jogador em particular que lhe preocupava a caminho da mesa final? AG: Sim, Marco Johnson. Comecei o torneio jogando com ele e o enfrentei um dia antes da mesa final também. Ele me preocupava muito. CP: Qual mensagem você quer deixar para os brasileiros que estão começando a jogar poker agora? AG: Para ser um jogador de poker, você não pode apenas querer ser um jogador. É preciso estudar o jogo e se preparar mentalmente. Não é uma vida fácil, então recomendo que procurem outros profissionais para conversar. Há muitos bons jogadores no Brasil, mas você não pode simplesmente vir e jogar a Série Mundial. É necessário começar de baixo e construir seu bankroll primeiro. ♦ Alexandre Gomes
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REPRESENTANDO a
MELHOR MÃO EM UM
POTE MULTIWAY por Felipe Mojave
n
este artigo, vou trazer uma mão interessante que aconteceu recentemente em um torneio ao vivo. Não vou comentar muito sobre detalhes de jogadores e valores das apostas, pois a ideia é mostrar um conceito e uma linha de pensamento diferente. Com um stack bastante saudável, dei call com K♠T♠ do BTN. Quatro jogadores viram o flop 2♠ 3♦ J♠, que me deixou no flush draw. O big blind deu check, e o agressor inicial apostou o valor do pote, 800. No meio da mesa, um jogador pensou bastante antes de dar o call, e eu resolvi aplicar raise para 3.500. O BB deu fold, assim como o agressor, mas o jogador em MP deu call. Minha
intenção era encerrar a mão ali ou criar uma oportunidade para arrecadar mais fichas, já que os adversários trabalhavam com um range bastante amplo. Raramente eles desistiam pré-flop. No flop, a tendência era que continuassem com mãos marginais. Com isso em mente, eu sabia que o meu oponente dificilmente estava com uma mão gigante, como trincas. Então restaram top pairs, draws para sequência e até draws para flush. Às vezes, é muito difícil jogar contra oponentes que não dão fold, mas o lado bom é que, normalmente, tenho noção exata de seus respectivos ranges. O turn foi um 7♦. Meu oponente pediu mesa novamente e eu disparei uma aposta de 5.100. Por que não ver o river
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de graça? Porque o plano da jogada era fazer o meu oponente dar fold. Para minha surpresa, fui pago. Na minha cabeça, ele geralmente daria fold nesse turn. Isso inviabilizaria um terceiro tiro blefando no river, já que ele nunca daria fold se tivesse top pair. Claro que aqui existiam algumas exceções. Por exemplo, se eu acertasse o flush. O pote continha exatamente o tamanho dos nossos stacks. Eu me via em uma situação complicada e com grandes chances de abortar a missão para manter meus 35 bbs. Mas o river trouxe um A♥. Com certeza era uma das melhores cartas do baralho, já que um oponente com aquele perfil dificilmente teria A-J, pois já teria aumentado no flop ou no turn. Então, era
a hora de pensar no valor da minha aposta no river, depois de vê-lo dar mesa rapidamente. Se ele tivesse 4-5, uma sequência, provavelmente, as chances de ele sair apostando no river eram grandes. Bom, outra coisa que surgiu na minha mente era que o mesmo poderia ter A♠X♠, isso significava que se ele tivesse acertado o top pair no river, não haveria quantidade de fichas que fizesse com que ele desse o fold. Porém, essa era a única combinação em que eu seria pago. Para minimizar as chances de tomar o call, mesmo do A♠, decidi colocar todos os 35 bbs na mesa. A minha linha representava valor, principalmente em um pote multiway. Dificilmente eu seria colocado em um blefe. Eram 100 bbs no stack dele, 35 no caso do fold ou o risco de sobrar com nenhum.
A jogada foi efetiva e o meu oponente deu fold aberto com J♦T♦, inclusive ele tinha pegado um flush draw no turn. Um fato importante que vocês devem observar é que alguns jogadores tendem a não dar fold quando o oponente aposta muito no river, pois pensam que, se eu quisesse o call, por que apostaria tanto? Obviamente, se eu acreditasse que ele pensasse dessa forma, com certeza, a minha aposta seria de metade do pote. Mas essa linha leva alguns jogadores a pensar que isso é um sinal de fraqueza, pois deixaria poucos big blinds para trás, o que significa um possível blefe, que em caso de insucesso, eu ainda teria algumas fichas pra tentar recuperar. Esse era o perfil do meu oponente. Como eu disse antes, neste artigo, não me prendi muito em valores ou outros detalhes, pois essa mão traz muitas ideias e conceitos para análise, principalmente da forma como eu decidi jogá-la.
Um fato importante que vocês devem observar é que alguns jogadores tendem a não dar fold quando o oponente aposta muito no river, pois pensam que: se eu quisesse o call, por que apostaria tanto? ”
Felipe Mojave @FelipeMojave felipemojave.com
Felipe Mojave é um dos principais jogadores brasileiros da atualidade, especialista em mixed games, profissional do Lock Poker e membro do My Poker Squad.
BETMOTION EM LAS VEGAS
WORLD SERIES OF POKER 2015 Esse ano o Betmotion estará com 3 principais atletas na maior competição de Poker do globo terrestre - a World Series of Poker! Nosso Team Pro Rodrigo Garrido, atual campeão brasileiro de Poker está correndo atrás do tão sonhado bracelete, para coroar de vez sua carreira de sucesso. Esse é o 8º ano consecutivo da participação do nosso campeão, sendo que fez uma mesa final em 2011 ficando na 7ª colocação. “Uma ótima mudança para esse ano foi o aumento da quantidade de fichas iniciais, sempre se fazia o buy in vezes 3, ou seja, buy in de US$1.500,00 começando com 4.500 fichas, esse ano será vezes 5 nos torneios regulares, assim com o mesmo preço se começa com 7.500 fichas”, comenta Garrido. Rodrigo já fechou sua reta dentro da WSOP. Para você que quer acompanhar nosso campeão “brasuca”, fique atento aos torneios que estão sendo e serão jogados:
6 hyper holdem blinds 20m dia 1 e 30m dia 2
Data
Buy-in
Horário
Fichas
31-mai
1000
11:00
5.000
9 razz
01-jun
1500
16:00
7.500
11 limit holdem
02-jun
1500
16:00
7.500
12 six handed
03-jun
1500
12:00
7.500
14 Shootout 2K player
04-jun
1500
12:00
7.500
16A Milionaire maker
05-jun
1500
10:00
7.500
16B Milionaire maker
06-jun
1500
10:00
7.500
18 Turbo blinds 30m dia 1 e 40m dia 2
07-jun
1000
12:00
5.000
20 no limit
08-jun
1500
12:00
7.500
22 no limit
09-jun
1000
12:00
5.000
26 pot limit omaha
11-jun
1500
12:00
7.500
28A Monster stack
12-jun
1500
10:00
15.000
28B Monster Stack
13-jun
1500
10:00
15.000
30 No limit
14-jun
1000
12:00
5.000
34 Split format dia1 9han, dia 2 6han, dia 3 HU e Ft 8
16-jun
1500
12:00
7.500
36 Pot limit omaha
17-jun
1500
12:00
7.500
38 no limit
18-jun
3000
12:00
15.000
42 Extended Play 90 m blinds
20-jun
1500
12:00
7.500
5A Colussus 5KK – blinds 40m dia 1
29-jun
565
10:00
5.000
5C Colussus 5KK – blinds 40m dia 1
30-jun
565
10:00
5.000
25 dias com 20 torneios
27.630
Por outro lado, as meninas do Betmotion também estarão
melhor. Há meses me preparo com muito estudo, dedicação, e
nos representando no solo sagrado do Poker mundial:
claro, muito game. Todos os dias enfrentamos os maiores
Milena Magrini, rosto muito conhecido no meio do Poker
jogadores de poker, não existe experiência melhor para o
brasileiro, e Carol Dupré, estarão em Las Vegas a partir do
crescimento. Estou super focada para trazer um ótimo resulta-
dia 17 de Junho representando as cores do Betmotion e da
do para o Brasil!”
bandeira do Brasil. Carol Dupré nos conta: “Dia 17 de junho estarei embarcando Para Milena é a sua primeira vez em Las Vegas e conse-
para Las Vegas com o único objetivo de trazer um bracelete
quentemente na World Series of Poker. Ela descreve sua
para o poker brasileiro. Ficarei 23 dias jogando vários torneios
emoção: “Pela primeira vez estarei embarcando para Las
da WSOP. Estou a algum tempo me preparando fisicamente e
Vegas disputar o maior evento de poker do mundo, a
mentalmente para enfrentar vários dias de torneios. Esse é o
WSOP! Estou realizando o sonho da maioria de todos os
segundo ano que viajo para Las Vegas em busca desse sonho
jogadores de Poker. Estou super feliz, ansiosa e muito
e por isso venho estudando bastante para conseguir desen-
confiante para enfrentar essa maratona, não vejo a hora de
volver o meu melhor jogo com foco, disciplina e muita determi-
entrar naquele salão que só via pela TV e mostrar o meu
nação!”, finaliza Carol.
Acompanhe também a reta das meninas do Betmotion: 20/06 22/06 23/06 26/06 27/06 28/06 29/06 30/06 -
WSOP Extended Play No limit Hold'em - 1500 WSOP No Limit Hold'em - 1500 WSOP No Limit Hold'em - 2500 WSOP Ladies Event - 1000 WSOP Drafitkings - 1500 WSOP No Limit Hold'em - 1000 WSOP No Limit Hold'em - 1.500 WSOP The Litle One For Drop No Limit Hold'em - 1111 01/07 - WSOP wsop Bounty No Limit Hold'em - 1.500 05/07 - WSOP Main Event – 10
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J e f f H wa n g
s a d a g o j s e d n a r g a r a p estrategias
THE BOOK IS ON THE TABLE
Pot-limit Omaha Poker – Estratégias para grandes jogadas é a sua porta de entrada para a variante do poker que mais ganha popularidade no mundo. Por ter muito mais ação e potes maiores do que o no-limit hold’em, o número de adeptos desta modalidade cresce de forma exponencial. No Brasil, todos os grandes torneios já trazem em sua grade eventos paralelos de pot-limit Omaha. Neste livro, Jeff Hwang apresenta os principais segredos para começar a ser lucrativo no jogo de quatro cartas. Saiba quais são as melhores mãos iniciais, as mãos jogáveis e as não jogáveis, a importância da posição e por que o PLO é chamado de “jogo de draws”. Na parte final do livro, Hwang ainda apresenta conceitos importantes para uma variante ainda mais complexa: o pot-limit Omaha 8-or-better (Hi/Lo). Pot-limit Omaha Poker – Estratégias para grandes jogadas é, definitivamente, o melhor guia para jogadores inexperientes ou iniciantes da modalidade.
CAPÍTULO 4 – MÃOS INICIAIS E JOGO PRÉ-FLOP (p. 181) Que tipos de mãos eu deveria jogar antes do flop, e como deveria jogá-las? Uma das decisões mais importantes que você tomará em uma mão é escolher com quais cartas jogar, já que a sua decisão de entrar no pote antes do flop define o jogo pelo resto da mão. As três perguntas principais são quais mãos jogar, quando jogá-las e como jogá-las antes do flop. MÃOS INICIAIS Nós já sabemos que as melhores mão iniciais no PLO são A-A-K-K e A-A-J-10 double-suited. Rundowns, como A-K-Q-J e J-10-9-8, também são boas. Jogue mãos com quatro cartas que trabalham em conjunto, e não jogue mãos com danglers*. Mas o que isso realmente significa, e com o que mais eu posso jogar? O fato é que se você ficar sentado, esperando por A-A-K-K double-suited e quatro cartas perfeitamente conectadas, você nunca jogará Omaha de maneira efetiva. Além disso, no PLO, há uma variedade maior de mãos jogáveis do que no hold’em. Entretanto, apesar da maioria das mãos iniciais terem valores muito próximos – poucas mãos são mais do que 2-para-1 favori-
tas sobre qualquer outra –, isso só é verdade se o dinheiro estiver todo no pote antes do flop, e se o pote for disputado em heads-up. Na vida real, há uma enorme disparidade entre as mãos que ganham os potes grandes e aquelas que não. Deep-stacked, o cash game de PLO é mais um jogo de implied odds, e toda a mão que você joga deve ser jogada para ganhar potes grandes. Dito isso, já que quase todos os potes são disputados por diversos jogadores, todas as mãos são draws – incluindo as que têm A-A. E para entender que tipos de mãos você quer jogar, é preciso ter uma ideia de o que você está tentando acertar no flop. Em outras palavras, as mãos que você quer jogar são aquelas que se ajustam aos Objetivos das Grandes Jogadas, descritos no Capítulo 1. Isso é, estamos tentando acertar: 1. O nut straight com redraws. 2. O maior full house ou a trinca mais alta com outros draws. 3. Draws fortes para o nut straight, como discutido no Capítulo 3. 4. O nut flush ou nut flush draw. 5. Uma combinação dos itens citados acima.
*Cartas que não combinam de nenhuma maneira com as outras da mão. Na mão 10♦J♦J♠3♥, por exemplo, o 3♥ é o dangler, já que não é possível combiná-lo com nenhuma das outras cartas para formar uma sequência ou um flush
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Uma boa mão inicial usa todas as quatro cartas de alguma forma e é ideal que possa acertar o flop de diversas maneiras. Assim, eu dividi as mãos iniciais passíveis de serem jogadas em seis grupos básicos: (1) Cartas altas e Broadway Wrap com Ás como carta alta; (2) Mãos para straights; (3) Mãos com ases suited; (4) Mãos com par; (5) A-A; e (6) Mãos marginais. Então, depois de discriminar as mãos jogáveis em grupos, também classificaremos as várias mãos por qualidade. Essa classificação ajudará a determinar quando e como jogar os diversos tipos de mãos antes do flop. CARTAS ALTAS E BROADWAY WRAP COM ÁS COMO CARTA ALTA Como uma regra geral, qualquer mão consistindo de quatro cartas acima de 10 (incluindo o 10) é jogável e é uma mão com draw premium – especialmente quando suited. Quase quaisquer mãos com cartas acima de 9 se ajustam à estrutura das mãos com draws premium do Capítulo 3, sendo K-J-10-9 a única exceção. Mãos Broadway Wrap com Ás como carta alta – quaisquer mãos com as cartas maiores do que 9 (incluindo o 9) e contendo um Ás – podem formar grandes nut straight draws. Essas mãos são A-KQ-9, A-K-J-9, A-K-10-9, A-Q-J-9 e A-J-10-9. As três primeiras podem acertar no flop um nut straight draw de 16 cartas, enquanto as três últimas podem acertar no flop dois straights draws diferentes de 13 cartas. Quando contêm um Ás, as mãos com grandes Broadway Wraps têm um excelente potencial para uma grande jogada e são mãos com draws premium. Cartas altas também têm a melhor chance de acertarem os dois maiores pares no flop.
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TÍTULO: Pot-limit Omaha Poker – Estratégias para grandes jogadas (Pot-limit Omaha Poker – The Big Play Strategy) AUTOR: Jeff Hwang NÚMERO DE PÁGINAS: 354 PREÇO: R$ 79,00 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com
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