Card Player Brasil Digital - 30

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POKER

ESP O RTE E ESTI LO D E VI DA

Sit and Go - dos prim贸rdios ao auge

Profiss茫o: Poker

o a c a u t A r o h l e M A P O O C W o n l i s a r B do








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SUMÁRIO 16. FABIANO “KOVALSKI1”

MODELO CÍCLICO Em sua estreia na Card Player Brasil, “Kovalski1” fala sobre a história da modalidade em que ele é especialista: o sit and go.

24. ED MILLER

TOMEI UMA 3-BET, E AGORA? Ed Miller dá dicas de como reagir quando o adversário fizer um reaumento contra o seu raise.

ESPECIAIS 48. WCOOP

A histórica campanha brasileira no maior festival de poker da internet

58. Chad Batista

O triste fim de uma lenda dos MTTs online

32. RAMON SFALSIN

MAIOR NEM SEMPRE É MELHOR Ramon fala sobre um assunto muito importante e, às vezes, subvalorizado no poker: o tamanho das apostas.

42. WENDEL LAUTERTE

PROFISSÃO: POKER Em mais um artigo do Time da Forra, Wendel Lauterte fala sobre o duro, mas gratificante, caminho para quem quer se profissionalizar.

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Por Fabiano “Kovalski1”

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ntre meados de 2004 e início de 2005, apenas alguns anos depois de ser introduzido no mercado americano, o poker online entrava no mercado brasileiro. Naquela época, brasileiros como Christian Kruel e Raul Oliveira faziam estragos nas mesas mais caras do Party Poker em torneios de mesa única (9 e 10 jogadores) que as entradas chegavam até US$ 2.000. Era um dos formatos preferidos dos jogadores amadores, o que tornou a modalidade muito popular também entre os profissionais. Por uma sequência de fatores, que vão desde a popularização dos grandes torneios até a grande melhora técnica dos profissionais, esses jogos se tornaram menos atrativos para os jogadores recreativos, fazendo com que eles deixassem de acontecer. Algum tempo depois foi a vez do Full Tilt Poker e seus divertidíssimos sit and go (SNG) de 90 jogadores TurboKnockout. Eu mesmo joguei eles por mais de um ano — e foram essenciais para eu

entender a dinâmica de torneios e exercitar o jogo short-stack. Ao mesmo tempo, o PokerStars focava nos SNGs de 180 jogadores, em que o primeiro lugar ganhava mais de 50 vezes o valor de entrada. Isso — e a velocidade rápida comparada aos torneios (cerca de duas horas de duração) — atraía, e ainda atrai, muitos jogadores recreativos e profissionais. Esse formato ficou ainda mais popular quando, em abril de 2011, estourou a Black Friday e o Full Tilt encerrou as suas atividades. Em 2007, um ano depois de o PokerStars lançar o seu VIP Club, o status de Supernova Elite foi adicionado, em que o jogador deve alcançar a marca de um milhão de VPPs, contando do dia 1º de janeiro até 31 de dezembro. Entre os principais benefícios desse status estava o multiplicador de FPPs — para o Supernova Elite cada VPP adquirido equivale em 5 FPPs para gastar na loja. Soma-se o bônus de 100.000 pontos, que vale US$ 1.600, e

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as clássicas “milestones”, premiações entre 2.600 e 20.000 dólares que são liberadas a cada 100 ou 200 mil VPPs. Resumindo, para alcançar o status de Supernova Elite, o jogador deve pagar US$ 182.000 de rake, mas receberá de volta US$ 123.000 em bônus, ou seja, 68% de rakeback — um valor muito alto se compararmos aos status anteriores, como o Supernova (30%) e o Platinum (20%). Isso novamente tornou atrativo os SNGs de mesa única, já que em um torneio de $100, em que pagamos $5 de rake, receberíamos $3,40 de volta. Ou seja, jogar 100 desses SNGs equivale a $340 só de bônus.

Mas o que era muito atrativo para os profissionais não era tanto para o jogador recreativo, que não iria jogar dezenas de milhares de torneios dentro de um ano para virar Supernova Elite (SNE). Foi aí que apareceram os hyper-turbos, torneios de seis pessoas em que os blinds sobem a cada dois minutos e que não duram mais do que 15 minutos. São jogos extremamente dinâmicos, com a adrenalina de vários all-ins por minuto e com o apelo dos VPPs para quem se interessar a chegar ao status de SNE.

Dinâmica de um torneio hyper-turbo

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Com o passar dos anos, foram adicionando novos buy-ins. Ainda me lembro do choque quando lançaram hyper-turbos de 200 dólares. Aquilo era sensacional. Aos poucos, esses jogos foram reacendendo os seu irmãos mais velhos, os tradicionais turbos, que demoram entre 25 e 40 minutos e têm uma estrutura de premiação parecida, algo como 65% para o primeiro e 35% para o segundo. Assim a dinâmica do jogo 3-handed (bolha) se torna muito complexa e divertida, tendo algumas raras situações em que você deve largar mãos como Q-Q ou A-K. O segundo “boom” em relação aos buy-ins veio em 2013, com os hyper-tur-

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bos de $300 e $500. Novamente foi uma surpresa ver mais de 10 desses torneios acontecendo ao mesmo tempo. Hoje, já temos hyper-turbos 6-max de até $1.000, e turbos de até $5.000. Posso afirmar, com toda a certeza, que o bom e velho SNG single-table, que há pouco tempo esteve ameaçado de extinção, se encontra agora mais forte do que nunca, com uma imensa comunidade de jogadores que apreciam esses 15 minutos, seja pela emoção de cada all-in ou pela complexidade de cada estratégia. O SNG está aí para ficar.

Fabiano “Kovalski1” Fabiano “Kovalski1” é um dos poucos brasileiros com o status de Super Nova Elite, um dos maiores especialistas em SNG do Brasil e possui mais de US$ 1,5 milhão em prêmios apenas na internet.


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QUANDO ESTIVER PENSANDO EM COMEMORAR ANTES DO FIM, LEMBRE-SE: ELE RENASCEU ALGUMAS VEZES.


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om a agressividade dos jogos aumentando a cada ano, você vê mais raises pré-flop do que antigamente. Há alguns anos, as pessoas tinham um range bem restrito de 3-bet, que não saía muito de mãos do tipo Q-Q ou A-K. Hoje, a maioria dos jogadores dão reraise com muito mais mãos. Isso fez com que a reação a 3-bets mudasse. Obviamente, não posso cobrir todo o assunto apenas com este artigo, mas darei algumas dicas.

r um jogador com Dica #1: Se ele fo tigas” dê fold “um estilo das an

Quero dizer, se seu oponente ainda está nessa de dar reraises apenas com mãos do Grupo I, apenas desista. É difícil perceber rapidamente se um jogador é desse tipo, mas esses caras vão dar pouquíssimas 3-bets. Você só receberá QQ+ ou A-K em apenas 2,5% das mãos. Isso significa que seu oponente vai dar uma 3-bet a cada 40 mãos, aproximadamente.

Além disso, ele só pode fazer esse tipo de jogada se alguém aumentar antes. Isso diminui ainda mais sua frequência de 3-bet. Então, se você observar alguém que só aplica 3-bets a cada três ou quatro horas, é melhor ficar atento. A menos que você esteja jogando bastante deep (300 big blinds ou mais), então não há sentido pagá-lo quando você tem mãos como A-Q ou 10♦9♦. Aqui vai um bom exemplo: o jogo é $2-$5 com stacks efetivos de $600. Dois jogadores dão limp e você aumente para $25, do hijack, com A♣Q♣. O cutoff larga, mas o button faz tudo $80. Você suspeita que ele é “das antigas”, então tem algo com Q-Q, A-K ou melhor. O que você faz? Apenas dê fold.

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for um jogad or Dica #2: Se ele posição moderno, olhe a

Vamos dizer que você sabe que seu oponente joga um poker moderno. Você tem visto ele dando reraise pré-flop com frequência. Está claro que ele tem feito isso estrategicamente, não porque vem saindo com muitas mãos boas. Não dê crédito demais a ele. Jogadores modernos — aqueles que sabem o que estão fazendo — gostam de fazer suas jogadas em posições específicas. Uma 3-bet do button ou dos blinds pode ser facilmente um blefe. Mas se eles dão reraise do início da mesa ou de posições intermediárias, mais distantes do button, então o range desses jogadores é bem mais forte. No último caso, você deve apenas dar fold com suas mãos mais fracas. O jogo novamente é $2-$5 e os stacks efetivos são de $600. Um jogador entra de limp do UTG. Com K♥Q♥, você aumenta para $20. Dois jogadores dão fold, e, do meio da mesa, um jogador moderno faz tudo $60. O melhor a fazer é largar. Em posição intermediária e dando reraise contra um jogador do início da mesa, é bem provável que ele tenha algo como TT+ ou até AQs+. Dificilmente ele terá uma mão ruim. Você não quer jogar mãos como 10-Q ou K-Q contra esse range, esse cara e fora de posição.

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ixe a continuation Dica #3: Não de bet assust ar você

Muitos jogadores cometem o erro de dar fold com muita frequência após uma 3-bet. Realmente, apostar no flop raramente é um erro do agressor, desde que seus adversários, que pagaram a 3-bet, estejam desistindo quando não acertam o flop. Se você paga uma 3-bet, definitivamente, está esperando por uma c-bet no flop. Mas essas apostas não significam nada mais que: o jogador ainda segura duas cartas e que um flop veio. Isso não significa necessariamente que o agressor melhorou a sua mão. Não deixe ele lhe assustar. Nesses casos, você deveria dar call ou raise com mais frequência do que faz pré-flop. De volta ao jogo dos exemplos anteriores, um jogador entra de limp e você aumenta para $20 com A♠J♠. O big blind é um jogador moderno e reaumenta para $65. O limper dá fold e você paga. Há $137 no pote e cada um tem $535 para trás. O flop vem 6♦4♦4♠ e seu oponente aposta $70. Não largue as suas cartas! Não há razão para pensarmos que a mão do oponente é melhor do que há alguns segundos. Obviamente, você também não tem nada, mas não pense em dar um pote barato a ele. Ele apostou apenas metade do pote. Se toda vez que alguém apostar metade do pote, você der fold com


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Ás-high, então eles vão apostar em todas as mãos contra você, lhe esmagando lentamente e completamente. A maioria das mãos com as quais você paga 3-bets vale a pena pagar em flops como esse. Mãos com um Ás, às vezes com um Rei, e pares têm seus méritos. Você poder largar algumas mãos piores como 10♣9♣, mas deve considerar blefar um 8♣7♣, que tem um gutshot (broca) no flop. Então, não deixe a c-bet lhe assustar, ela virá sempre e não estará dizendo que seu oponente tem uma mão forte.

Conclusão

Jogar potes em que houve 3-bet é assustador para muitos jogadores. Muito dinheiro entra no pote em certas circunstâncias. Isso é parte do jogo. O no-limit hold’em moderno tem muito risco. Se você evitar os jogadores tights, então arriscará seu dinheiro sempre que entrar em uma mão desse tipo. No entanto, se você enfrentar os jogadores certos, poderá fazer bastante dinheiro seguindo essas quatro dicas.

r seus oponentes Dica #4: Espere po

Em cash games com blinds $5-$10 ou menos, os jogadores não costumam jogar bem potes com 3-bet. Com um pote tão grande construído pré-flop, os stacks estão sob ameaça logo após o flop. Uma vez que a continuation bet já veio, grande parte dos jogadores irá jogar de maneira simples o turn e o river. Eles não irão dar raise contra você com algo como A♦3♦, que não completou um flush ou sequência. Eles provavelmente vão dar o primeiro tiro flop e desistirão nas streets subsequentes. No geral, se você fica preocupado em não saber onde está se metendo em um pote com 3-bet, lembre-se que você pode esperar o final da ação de seus adversários. Você pode permanecer na mão até que seu oponente comprometa metade do stack ou até que ele desista do pote. Grande parte das jogadas realmente significam aquilo que elas aparentam ser. Se ele apostou $200 no turn, é provável que ele tenha pelo menos o top pair. Caso ele não aposte, é sua chance de contestar o pote.

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Ed Miller @edmillerauthor notedpokerauthority.com

Ed Miller é uma das maiores autoridades mundiais em teoria do poker. Ele é instrutor do stoxpoker.com


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EONATO BR MP A CA

QUIPES RE PO

IRO DE POKER LE SI

2015

Paixão pelo esporte mobiliza CBTH na 3ª edição do campeonato brasileiro de poker por equipes Evento realizado entre os dias 09 e 10 de outubro conta com 18 estados inscritos que mostra que o “amor à camisa” ainda existe

Mostrar aos fãs o amor pelo poker e a essência do esporte é a intenção da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) na realização da 3ª edição do campeonato brasileiro por equipes que acontece em Brasília nos dias 09 e 10 deste mês. O campeonato é disputado em duas fases: 1ª Fase - Classificatória com disputa entre todas as equipes nas diferentes modalidades: Sit and Go NLH – 6 Max, Sit and Go PLO – 6 Max, Heads Up NLH,

Sit and GO NHL – 9 handed. 2ª Fase – Apenas as 12 primeiras colocadas disputam um torneio NLH – 9 handed. O evento, seguindo a filosofia esportiva base do projeto, oferece troféu e medalhas aos vencedores, não existindo prêmios monetários. E a ideia é simples: quem fizer mais pontos é o campeão. Cada equipe é formada por seis jogadores, sendo que obrigatoriamente um integrante deve ser uma mulher.

Dessa forma a entidade quer valorizar ainda mais a presença feminina em torneios e campeonatos de pôquer. Ao todo serão 18 seleções que representam seus respectivos estados e que coloca frente a frente os principais nomes do poker nacional. A primeira campeã do torneio foi a equipe do Rio de Janeiro em 2013. Já em 2014, foi a vez do time do Amazonas conquistar o título.


CBTH aproxima organizadores e jogadores com Diretoria de Atletas Dirigentes já passaram suas sugestões à confederação para a melhoria do esporte no país Com um expressivo aumento do número de jogadores de poker no Brasil, o esporte está se consolidando cada vez mais por aqui. Prova disso, foi a iniciativa da CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em) em criar a Diretoria de Atletas para dar voz ativa aos competidores dentro dos torneios oficiais realizados pelo país. “Nós queremos profissionalizar cada vez mais o poker no Brasil. Ao convidar alguns jogadores para representar todos os demais, podemos entender o lado dos atletas e encontrarmos uma forma de melhorar o desempenho do esporte em todo o território nacional”, afirma o presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), Igor Trafane. Como primeiro passo dessa mudança, a CBTH debateu

nos últimos meses com atletas sobre a nova atitude e convidou alguns nomes para comandar o desenvolvimento de uma diretoria que representaria os demais esportistas do país. A convite da CBTH e apoiado por inúmeros jogadores, Alexandre Rivero assumiu a Diretoria de Atletas, e para deixar ainda mais democrático criou um grupo de debate onde grandes nomes do poker nacional, representando diferentes regiões do Brasil, estão presentes. Após reunião entre CBTH, Diretoria do BSOP, Diretoria da comissão e jogadores, realizada durante o último BSOP em Natal/RN, onde os jogadores apresentaram suas solicitações e a organização do evento mostrou as limitações operacionais existentes, em comum acordo as seguintes adaptações

serão realizadas: Alteração do horário de início do dia 1A do Main Event para às 17h00 a partir de 2016. Retorno do evento 6 Max, que já será realizado no BSOP Millions 2015, e também estará presente em ao menos duas etapas na temporada (a partir 2016). Criação de vídeos informativos com situações mais polêmicas com relação a regras e ética da modalidade; Negociar com a administração dos espaços dos eventos a disponibilização de opções mais saudáveis de alimentação. Diminuição de jogadores por mesa disputa do High Rollers, mantendo em no máximo 9 handed. Modificação na estrutura do Last Chance Big.


Ramon Sfalsin @RamonSfalsin www.pescanco.com.br facebook.com/ramonpoker

Ramon Sfalsin é uma das jovens revelações do poker nacional e um dos poucos a chegar, de forma consecutiva, a duas mesas finais de BSOP. É instrutor da PokerLAB e especialista em satélites online.

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s apostas no poker são consideradas “pequenas” ou “grandes” quando comparadas ao tamanho do pote, ou seja, quando você estiver determinando o tamanho das suas apostas pós-flop, deverá estar sempre atento a quantas fichas há no pote. É importante saber manipular o tamanho do pote a partir do flop, definindo os tamanhos das apostas que lhe deixam confortável para fazer determinadas ações no turn e no river. Lembre-se que uma aposta maior no flop deixará o valor do pote maior, consequentemente, a aposta no river e o pote total crescerão geometricamente. Vamos analisar dois cenários:

No primeiro cenário, o pote tem 1.000 fichas e vamos apostar metade do pote no flop, turn e river. Se o vilão pagar todas as nossas apostas, o pote total será de 8.000 fichas. No segundo cenário, o pote também tem 1.000 fichas, mas faremos uma aposta de ¾ do pote no flop, turn e river. Diferentemente da primeira situação, o pote total será de 15.625 fichas, praticamente o dobro do cenário anterior! Portanto, é importantíssimo planejar quanto apostar no flop, já pensando também no turn e no river. Quanto maior a aposta, maior deverá ser o retorno para que aposta seja lucrativa. Eu acredito que você não queira investir um capital de 8% em um produto e ter

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um retorno final de 6%, certo? No poker, é a mesma coisa. O quanto você está apostando (investindo) em relação ao pote total (produto) é exatamente a porcentagem mínima de vezes que você precisa ganhar a mão para que sua aposta seja lucrativa. Por exemplo: Se você apostar 100 fichas em um pote que tem 300 fichas, estará investindo 100 para um pote total (incluindo a sua aposta) de 400, ou seja, estará investindo 25% do pote total. Portanto, se você deseja blefar e acha que o oponente desistirá mais de 25% das vezes contra sua aposta, não hesite e mande bala. Lembre-se que apostar de acordo com a força da mão, geralmente, é um erro grave, pois fica extremamente perceptível, para oponentes que estejam observando

TAMANHO DA APOSTA

QUANTIDADE DE VEZES QUE A APOSTA DEVE FUNCIONAR PARA SER LUCRATIVA

1/3 do pote

25%

1/2 do pote

33%

2/3 do pote

40%

100% do pote

50%

Há dezenas de informações para analisar antes de determinar por qual tamanho de aposta adotar. Então vamos lá: BORDO E RANGES As cartas no bordo não só influenciarão se você fará ou não uma aposta, como também influenciarão no tamanho da aposta. Quando há muitos draws na mesa, a probabilidade de o oponente ter

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as suas ações na mesa, o que você está segurando. É importante manter padrões no tamanho das apostas, tanto com uma boa mão quanto blefando. Fazer uma aposta pequena, como 1/10 do pote, com intuito de blefar será quase sempre ruim porque mostra fraqueza e deixa o investimento barato para o seu oponente pagar. Já blefar apostando o dobro do pote (overbet) fará com que o seu investimento seja caro e necessitará que funcione uma probabilidade maior de vezes para ser lucrativo. As apostas mais comuns dos jogadores variam de 1/3 até o valor do pote. Para facilitar, vejam o quadro abaixo:

um deles é maior, e o objetivo é fazê-los pagarem caro tentando acertar o draw. Com isso, tanto por valor quanto por blefe, em situações em que há muitos draws na mesa, vou variar minhas apostas entre metade e ¾ do pote.


Nesse exemplo, os blinds são 300/600, fiz um raise para 1.200 antes do flop e o oponente no cutoff pagou. Mesmo que façamos uma aposta um pouco mais forte, há muitas combinações de mãos com as quais o oponente poderá pagar nossa aposta, como KJ-, Q-J, K-Q, todas as combinações com queda para flush e talvez T-X e 9-8.

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Nesse exemplo, os blinds são 500/1.000, fiz um raise para 2.000 fichas antes do flop e o oponente fraco, com stack de 26 bbs, pagou nosso raise do small blind. Suponho que o vilão pagou minha aposta pré-flop com o seguinte range: 22-TT, A2s-AQs, A8o-AQo, KTo+, K9s+, QTo+, Q9s+, JTo, J9s+, T9s, 98s. Um jogador fraco tem tendências a desistir quando não acerta pelo menos um par ou draw no flop, pois seu único objetivo é combinar as suas cartas da mão com as cartas comunitárias. Dentre as mãos que definimos ao oponente pré-flop, ele errou a maioria delas e, portanto, podemos economizar algumas fichas apostando menos na hora de blefar. Minhas apostas nesse caso variam entre 1/3 e metade do pote.

POTE E STACK EFETIVO O menor stack dentre os jogadores na disputa de uma mão é considerado o stack efetivo, pois é o máximo que pode-se perder ou ganhar na mão, ou seja, no confronto entre um jogador com 2.000 fichas e outro jogador com 10.000 fichas, o stack efetivo é de 2.000. Quanto menos fichas efetivamente tivermos no stack em relação ao pote atual, menor poderá ser nossa aposta, pois o oponente não tem potencial de ganhar muitas fichas e uma aposta pequena já “machuca” o stack dele.

Nesse exemplo, os blinds são 500/1.000, fiz um raise para 2.000 fichas antes do flop e o oponente fraco, com stack de 13 bbs, pagou nossa aposta do small blind. Diferentemente do exemplo anterior, nesse caso, o stack do oponente é menor e consequentemente o seu range também, pois provavelmente ele daria all-in pré-flop com mãos fortes como A-Q, A-J, A-T, K-Q e 77+. Suponho que o vilão pagou minha aposta pré-flop com o seguinte range: 22-66, A2s-

A9s, A8o-A9o, KTo, KJo, K9s-KJs, QTo+, Q9s+, JTo, J9s+, T9s, 98s. Dentre essas mãos, as chances de o oponente ter errado são maiores que no exemplo anterior. Como o stack restante do oponente é pequeno, uma aposta de ¼ do pote muitas vezes surtirá o mesmo efeito que uma aposta de 1/3, pois machuca o stack do oponente. Portanto, podemos economizar algumas fichas apostando menos na hora de blefar. Minhas apostas nesse caso variam entre 1/4 e 1/3 do pote.

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O mesmo é válido para situações de 3-bet pré-flop. Nesse exemplo, os blinds são 500/1.000, o jogador no high jack aumentou para 2.100 fichas, reaumentei para 5.500 fichas e somente ele pagou. Mesmo errando o flop, não há necessidade de apostar forte com intenção de blefar, porque o stack efetivo está curto e por continuarmos mostrando muita força com a aposta, já que fizemos um reraise antes do flop.

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QUEM SÃO OS JOGADORES? Contra jogadores fracos e pagadores, devemos apostar mais forte quando temos uma mão com valor e evitar blefes, pois não adianta querermos representar alguma mão forte quando o oponente só está preocupado com a própria mão. Eu costumo apostar meio pote em bordos secos, em que há poucas chances do oponente ter acertado alguma mão, e no mínimo 2/3 do pote quando o oponente pode pagar com muitas combinações de mãos.


Nesse exemplo, minha aposta deveria variar entre 1/2 e ¾ do pote, porém, como o oponente é muito fraco e pagador, optei por apostar algo em torno do valor do pote para tentar extrair o máximo de fichas possíveis, já que as chances de ele desistir tendo um par ou draw são pequenas. POSIÇÃO E PLANEJAMENTO DE STREETS Estar fora de posição no pós-flop é a maior desvantagem que um jogador pode ter, principalmente em uma situação deep stack. Complementando todos os tópicos citados anteriormente, quando eu estiver fora de posição optarei por apostas maiores na intenção de dificultar as decisões do oponente. Já em posição, posso adotar padrões de apostas

menores, pelo fato do oponente estar desconfortável jogando fora de posição. E para finalizar, não podemos esquecer de planejar o tamanho das nossas apostas pensando nas streets (turn e river) futuras, lembrando que nossas apostas crescem o pote geometricamente. Há dezenas de outros detalhes mais complexos para serem abordados como apostas maiores que o pote e a guerra psicológica (metagame) entre os jogadores no momento. Mas isso fica para um próximo artigo. Fiquem ligados

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PROFISSÃO:

Poker Por Wendel Lauterte

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stou muito feliz em escrever aqui para compartilhar algumas ideias com vocês que estão começando ou querendo começar uma carreira dentro do poker. Hoje, vou falar um pouco sobre a minha experiência no processo de profissionalização — vantagens e desvantagens. Eu jogo pelo time do Time da Forra há pouco mais de um ano e há alguns meses me tornei instrutor. Sou formado em Odontologia e, depois de seis anos, decidi abandonar a profissão e me profissionalizar como jogador de poker. Desde então, sou bombardeado com perguntas de todos os tipos: ainda vale a pena ser profissional? Ainda é possível ganhar dinheiro online? Como os familiares lidam com isso? Bem, meu objetivo, neste artigo, é tentar responder essas e outras perguntas.

Acredito que tudo na vida depende de quanto você quer e de quanto está disposto a pagar para conseguir seu objetivo. Comecei a jogar poker há três anos e, como a grande maioria que joga pela primeira vez, fiquei fascinado. Isso me fez querer estudar mais, então fiz coachings com três jogadores renomados do circuito: Thiago “Decano”, “Dowgh-Santos” e Leo Bello. Com os estudos, meu jogo foi melhorando bastante e uma grana extra começou a aparecer. Meu prazer em jogar era tanto que, um dia, resolvi que iria viver do poker. Aí veio a primeira questão: eu conseguiria sobreviver? Há pouco tempo, um dos melhores jogadores do mundo, Daniel Colman, criou polêmica ao não dar entrevista após um grande título. O motivo? Ele não queria incen-

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tivar os jogadores a se tornarem profissionais. Por quê? Basicamente, devido à alta variância envolvida no jogo. É verdade, o poker tem a sua variância, mas também lembro as “enormes variâncias” que vivi que em meu consultório. Isso sem contar “a variância” que alguns colegas, que estudaram comigo, pegaram. Alguns não conseguiram montar consultório e nem mesmo um emprego. Você, leitor, deve ter algum amigo trabalhando em algo completamente diferente do que ele se formou. Bem, alguns acabaram virando vendedores, empresários etc. Provavelmente, eles acharam algum prazer ou valor em outra profissão. E eles pagaram um preço por isso. Trabalhando mais, estudando algo novo e por aí vai. Então, não se iluda com o poker. Não é fácil ganhar dinheiro. É preciso trabalhar muito. Se você quer ser um dos melhores, é preciso estudar mais que os outros. Portanto, antes de tomar essa decisão, pergunte-se: o quanto eu quero isso? Depois que tomei a decisão, fui compartilhar com minha esposa — quando você é casado, não tem jeito, tem que andar junto. Se ela não está vendo o que você está enxergando, bem, pelo menos ela tem que acreditar que você está vendo. Isso foi um outro obstáculo. Claro que ela já sabia meu desejo. Sentei com ela e fizemos um acordo. Eu tentaria por um ano, e ela aceitou. Conversei com meu irmão, que é dono da clínica onde eu trabalhava, e ele me deu apoio. Disse que se algo desse errado, o consultório estaria lá. Na parte da manhã, eu continuaria trabalhando na prefeitura. A partir dali, o negócio era comigo. Comecei a me dedicar e a estudar. Mesmo com as finanças apertadas — nossa renda sofreu uma queda brusca —, eu estava muito bem. “Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida”. Essa frase sintetizava bem o meu momento. Passei um tempo jogando pra mim e resolvi buscar um time, o que meu deu uma ótima estrutura para começar uma carreira. O acordo com a minha esposa já acabou. Hoje, consegui uma estabilidade. Ainda continuo na prefeitura e exploro várias áreas do poker. Dou treinamentos, ganho porcenta-

gem como instrutor do time e, recentemente, comprei um clube de poker na cidade. Então, o segredo de tudo é simplesmente o quanto você quer. E as perguntas do início do texto?

Ainda vale a pena ser profissional? Vale, se a motivação for suficiente para pagar o preço Ainda é possível ganhar dinheiro online? Sim, como em qualquer outra área. Ainda existem muitos jogadores recreativos. Se estiver encontrando muito regulares, estude bastante para superá-los. Como os familiares lidam com isso? A família quer sempre o nosso bem. A rejeição é por medo do desconhecido. Esteja bem, dedique-se de verdade que no fim tudo dará certo. Um grande abraço. Nos encontramos nas mesas.

Wendel Lauterte Wendel Lauterte é integrante e instrutor do Time da Forra e já ganhou cerca de R$ 700.000 jogando no PokerStars e no Full Tilt.


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NUNCA SUBESTIME O RONALDO. Ele sempre blefou muito bem. Pergunte aos goleiros. Sempre teve raciocínio rápido. Pergunte aos zagueiros. Sempre foi um fenômeno O Fenômeno. Pergunte aos fãs. Nunca subestime o Ronaldo. Afinal de contas, é um jogo mental. E essa parte de seu corpo nunca esteve tão afiada. Pergunte aos seus adversários do poker. Somos poker.


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E D R E V S I A M P O O C W O S O D O T E D O L E R E AMA Scor vo Por Diego

uistou mais bracelenq co il as Br o , 15 20 stival. Apenas em 2014 e imeiras edições do fe pr ze do s na e qu alidades, os tes no WCOOP ocável em várias mod et irr o nh pe m se de m ser Com um s uma vez que pode ai m m ra tra os m ís ença dos grinders do Pa e contam com a pres qu s to en ev em as protagonist do planeta. principais jogadores

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O desempenho do Brasil no WCOOP 2015 foi tão bom que superou o do ano passado, quando o país cravou dois torneios e ainda chegou ao heads-up do Main Event. Desde os primeiros dias do festival, o país mostrou que brigaria pelo máximo de títulos possível. No Evento 3, a primeira edição especial do Sunday Million no campeonato, Pedro “papatudin” Valle foi o terceiro de 8.673 inscritos, desempenho que lhe rendeu $130.095. No mesmo dia, o Diretor do BSOP, Robinson “Robi.gool” Quiroga, ficou a uma eliminação do título no Evento 2, uma versão 6-Max do tradicional $215 Sunday Warm-Up. No total, ele faturou $112.970. A trave voltou a atrapalhar o Brasil, agora no Evento 7: $700 NL Hold’em (SuperKnockout Progressivo). Ao cair na quarta posição, Diego “Mr.Bittar” Valadares recebeu $40.291. Por conta dos bounties, o profissional levou para casa mais $19.504.

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Depois de vários resultados expressivos nos feltros de NL Hold’em, o primeiro triunfo do Brasil no WCOOP saiu em uma competição Limit Hold’em. No Evento 10: $215 FL Hold’em (6-max), o catarinense Reidir “reidir” de Melo derrotou 548 oponentes para faturar $20.862, a maior premiação de toda a sua carreira nos MTTs online. O Brasil precisou de menos de 24 horas para voltar a vencer no WCOOP 2015. Em um dos torneios mais técnicos da internet, o $1.050 Super Tuesday, Will “hellzito” Arruda superou várias situações adversas durante toda a mesa final. Short stack no início da FT, ele chegou a ter uma desvantagem de 7:1 no heads-up, mas com uma técnica irretocável, o cofundador do 4Bet Team faturou o bracelete e $259.202. Enquanto o terceiro triunfo não vinha, os brasucas seguiam acumulando mesas finais. No Evento 20: $109 NL Hold’em (Re-Entry),


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“DiegoCheblii” ficou com a quarta posição e $39.974. Já Firas “firas71” Massouh deixou o Evento 21: $530 NL Hold’em (Super Knockout, Progressive) com a medalha de bronze e $52.129. Devido aos bounties, ele ainda conquistou mais $20.959. Com “ValterBr@nco”, o Brasil retornou à decisão do $215 Sunday Warm-Up. Eliminado na quinta posição, o jogador fã da série Breaking Bad levou para casa $52.615. O 4Bet Team voltaria ao heads-up do WCOOP, mas no Evento 36: $215 NL Hold’em (1R1A), depois de deixar de cravar o torneio com 10-10 x A-J, Edison “Edison82” Oliveira acabou levando a pior no duelo contra o australiano “mjw006”. Ao todo, a segunda posição lhe rendeu $58.504. Pedro “PaDiLhA SP” Padilha, por sua vez, teve um desempenho assustador em

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dois dias consecutivos. Por dois vices no Evento 42: $215+R NL Hold’em e no 2nd Chance 48: $1.050 NL Hold’em, o craque do Akkari Team faturou $126.253. Fechando uma sequência de três medalhas de prata em apenas cinco dias, Guilherme “teruliro” Beavis deixou Evento 50: $215 NL Hold’em (Knockout) $67.409 mais rico. Dono da maior premiação do Brasil na internet, Yuri “theNERDguy” Martins há muito tempo perseguia o bracelete do WCOOP, e ele veio em um torneio de PL Omaha Hi/Lo Championship (6-Max). No Evento 51, o curitibano derrotou 271 oponentes para receber $59.840. Com essa vitória, pela primeira vez o Brasil conquistou três títulos em uma só edição do WCOOP.

Na reta final do festival, Vitor “VitinhO Dzi” Hugo, irmão de Yuri, conquistou mais uma premiação bem gorda. Quarto de 518 inscritos no Evento 61: $700 NL Hold’em (1R1A), ele puxou $54.379. Já no Main Event, cinco brasucas conseguiram ficar ITM. Veja quanto eles faturaram:

49. Leonardo “leobello” Bello $15.000 61. Rafal “GM_VALTER” Moraes $23.000 130. Felipe “lipe piv” Boianovsky $15.500 149. Felipe “lipreTTT” Costa $14.500 184. Andre “Pardal77” Lichtenstein $13.500


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53 Foto:: Carlos Monti


TItULOS NO 2ND CHANCE: Grandes nomes do poker nacional fizeram a festa nos torneios 2nd Chance, do WCOOP. Conheça os brasucas que conseguiram soltar o grito de campeão:

2nd Chance 09: $530 NL Hold’em Pedro “gusmaa” Madeira

$15.966

2nd Chance 14: $109 NL Hold’em (Big antes, Reentrada Opcional)

João “joao bauer” Dorneles

2nd Chance 40: $215 NL Hold’em (6-Max, Shootout)

Caio Pessagno

$3.710 54

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$53.676

2nd Chance Chance 43: $215 H.O.R.S.E.

Bernardo “bedias” Dias

$12.540


RESULTADO Principal torneio da internet, o Main Event do WCOOP não conseguiu superar a premiação garantida de $10.000.000. Ao todo, 1.995 jogadores pagaram o buy-in de $5.200, o menor field desde 2012. Confira como ficou o resultado da FT:

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Chad Bat ista

O fim de uma carreira Menos de duas semanas após a morte de Chad Batista, com exclusividade, a Card Player conversou com a tia que criou o grinder, Louise Batista. No bate-papo com o jornalista Brian Pempus, ela falou sobre os altos e baixos do norte-americano, o alcoolismo e como a Black Friday afetou a vida de um dos melhores jogadores de MTTs da história da internet. Confira:

Brian Pempus: Como a Black Friday afetou de fato a vida do Chad? Louise Batista: Afetou ele de todas as formas possíveis. Nós vivíamos na Florida na época, já o Chad ainda morava em Las Vegas. Era como se ele não fosse ele mesmo depois da Balck Friday. Ele se ressentiu pelo fato de que, para continuar jogando no mesmo nível ele teria que se

comprometer a jogar ao vivo ou sair dos Estados Unidos, o que o deixaria sem muitas oportunidades de passar algum tempo com a família. Quando aconteceu, foi como se tivessem puxado o tapete dele. Eu acho que ele nunca pensou que algo assim pudesse acontecer. Foi um fato que afetou muitas pessoas, mas, principalmente ele, porque ele não tinha outra profissão, algo para o qual voltar. Depois disso, ele deixou Las Vegas e voltou para a Flórida, onde ficou por um ano. De lá ele decidiu ir para o México, porque era um dos únicos países que ele poderia ir dirigindo e ainda levar os cachorros. Ele não iria a lugar nenhum sem aqueles cachorros. Porém, o México foi um inferno.

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BP: Por que ele não gostava de lá? LB: O México não era, de jeito nenhum, um bom lugar. Ele perdeu tudo inúmeras vezes. É um país corrupto e nem um pouco seguro para alguém pesando 50 kg, encharcado de suor e com dois cachorros. Basicamente, era como se ele estivesse andando com um alvo em suas costas. Depois de 10 meses ele já havia abusado da “hospitalidade” do País. Ele deu o fora de lá. BP: O que aconteceu depois que ele saiu do México? LB: Ele foi para Oceanside, na Califórnia, e ficou lá por um tempo, uma vez que lá ele podia jogar no Cassino Cemerce. Chad morou na costa oeste por uns cinco meses, e depois acabou voltando para Las Vegas. BP: Você acredita que todas essas mudanças contribuíram para a depressão? LB: Sim. Poker ao vivo não era para o Chad. Ele não gostava da multidão e nunca jogou poker para se tornar uma celebridade. Chad queria muito ficar com seus parentes e, por um tempo, minha família e eu nos mudamos para Vegas. Nós moramos juntos em Las Vegas e

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depois fomos para Henderson. O problema é que ter tantas pessoas sob um mesmo teto, cada uma com sua opinião, e o Chad era muito estourado e tinha uma personalidade muito forte, era difícil. Nós acabamos concluindo que aquilo não era para a gente. O Chad se mudou para um lugar só dele e nós voltamos para a Flórida.

BP: Ele tinha muito dinheiro preso nos sites de poker extintos depois da Black Friday? LB: Sim, ele perdeu muito dinheiro ali. O Chad nunca teve paciência para lidar com aquilo (tentar conseguir o dinheiro de volta). Aquele era o meu trabalho. Para conseguir de volta o dinheiro era necessário fornecer uma grande quantidade de informações. Eles exigiam um monte de documentos e eu lhes passei tudo aquilo que podia. Nós tivemos que fazer um acordo (para o dinheiro do Full Tilt), como várias pessoas fizeram, porque nós não tínhamos como provar (quanto dinheiro tinha na conta dele).


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Tivemos que receber apenas uma porcentagem do que ele tinha. Foi um pesadelo. Tudo foi resolvido, mas nós tivemos que aceitar o que eles nos deram. Ele teve que esperar, e a sorte era que tinha algum dinheiro para conseguir se manter.

BP: O que você acha que tinha no poker que combinava tanto com ele? LB: Para ser sincera, tudo o que Chad fazia ele sempre fazia bem. Ele jogou futebol quando criança, e, muita gente não sabe, mas ele era um excelente jogador de boliche. Ele também jogava sinuca. O fato de ele ser um garoto de ensino médio acostumado a jogar boliche contra adultos contribuiu muito para ele abandonar a escola. Ele jogava torneios em que tinha que ficar acordado a noite inteira e depois ele não queria ir para a escola. Nós costumávamos

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brigar por isso. Quando ele conheceu o poker, o boliche ficou em segundo plano. O Chad sempre foi um péssimo perdedor; ele não aceitava ficar com a medalha de prata. Ele queria ganhar. O jeito agressivo dele vinha do pensamento de que ele não tinha nada a perder e tudo a ganhar. Ele realmente não ligava a mínima; ele dava um call se ele quisesse fazer. Ele tinha paixão pelo jogo. Ele era ótimo em ler as pessoas. Na cabeça dele ele conseguia de alguma forma descobrir o que você tinha, e ele poderia estar sem nada nas mãos.

BP: Você gostaria que algumas das coisas boas que foram ditas sobre ele nas redes sociais tivessem sido ditas com mais frequência quando ele estava vivo? LB: Não, porque isso não mudaria nada. O Chad viveu a vida nos termos dele desde o início. Ele nunca jogou poker

para ganhar um bracelete. Sempre foi pelo jogo, pelo dinheiro, pelo retorno financeiro. Nunca pelos títulos. Em uma de suas maiores premiações ele ficou em segundo de propósito (depois do acordo), porque ele não queria uma maior atenção.

BP: Você pode falar sobre outras dificuldades que ele teve durante a vida? LB: Ele não teve uma educação normal, com papai, mamãe e irmãozinhos. Minha irmã também lutou contra as drogas e o álcool. Quando minha irmã morreu, eu fiquei com a guarda permanente do Chad, e nós o criamos junto com meus dois meninos. Ele nunca conseguiu compreender de verdade o motivo de tudo aquilo acontecer com ele. Ele tinha esse lado obscuro que sempre tomava conta. O poker foi uma escolha interessante. Eu disse a ele que ele havia escolhido algo


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difícil para fazer profissionalmente. Para uma pessoa com depressão os altos e baixos do poker são duros. Você precisa ser alguém verdadeiramente estável para aceitar as perdas. Você não consegue ganhar todas as vezes.

BP: Ele amou o poker até o momento em que faleceu? LB: Uma de nossas últimas conversas foi sobre ele jogar um torneio no Arizona, e ele levar os cachorros na viagem. Ele amava os jogos online e odiava os jogos ao vivo. Eu acho que, no fim, o poker deixou um gosto amargo na boca dele, mas ele percebeu que tinha que fazer uma escolha. O que mais ele poderia fazer? Ele tinha dias em que realmente queria jogar e dias em que não queria sequer tocar no assunto. BP: Foram ditas algumas coisas na Internet sobre como e por que ele faleceu. Você poderia falar sobre isso e talvez esclarecer algumas informações incorretas que foram divulgadas? LB: Antes de tudo, é necessário esclarecer duas coisas que foram ditas antes mesmo dele falecer: Chad nunca esteve na prisão (nunca foi condenado por um crime), ele passou um tempo na Coutny Jail (detido enquanto aguardava

julgamento ou cumprindo uma pena curta), mas nunca na prisão; além disso o Chad abandou a escola no 2º ano do ensino médio e não na sétima série. Essas são duas mentiras que circulam por aí como fatos. A real causa de sua morte foi falência do fígado e dos rins. O Chad desmaiou e teve uma hemorragia no cérebro. Isso aconteceu devido ao consumo excessivo de álcool. Chad bebeu a tal ponto que seu corpo se desligou. Ele era tão pequeno, então não teve muito o que ser feito. Ele meio que jogou a toalha e desistiu. Ele sofria e o álcool era sua válvula de escape. No fim das contas o álcool ganhou... Ele era especial para muita gente, então se isso conseguir fazer alguém parar de beber, tudo isso não terá sido por nada.

BP: Pelo que você acha que a comunidade do poker deve e irá se lembrar dele? LB: Para mim e minha família, nós gostaríamos que eles se lembrassem de Chad como o jovem com a língua afiada, jogo agressivo e coração de ouro. Ou você o amava ou o odiava, não havia meio termo.

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