Card Player Brasil Digital - 31

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POKER

ESP O RTE E ESTI LO D E VI DA

CONFIRA MAIS UM DESAFIO DO EIJI

O CONCEITO SQUEEZE

Combinado Do Norte Vence Torneio Por Equipes 2015






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Sexta 30 de Outubro 20hs (classificatória) Sábado 31 de Outubro 16hs (classificatória) Domingo dia 01 de Novembro 16hs (clasificatoria) Domingo 01 de Novembro 21hs (semi final e final )

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SUMÁRIO 12.EXPLICANDO O POKER COMO SE EU TIVESSE CINCO Squeeze

ESPECIAIS 18. AO NORTE O QUE É DO NORTE

Combinado Rondônia/Acre supera favoritos e conquista o 3º Campeonato Brasileiro de Equipes.

32. Fábio Eiji

DESAFIO DO EIJI Fábio Eiji analisa as repostas dos internautas em um dos desafios propostos em seu site.

40. MOACIR MARTINEZ

Escolha o Seu Par Moacir traz diversas curiosidades matemáticas sobre os famosos pares de mão.

46. THE BOOK IS ON THE TABLE

THE BOOK IS ON THE TABLE

O Poker Como Negócio - Onde Termina o Hobby e Começa o Business, de Dusty Schmidt

52. FINAL TABLE

COM CARTER GILL O norte-americano Carter Gil analisa duas mãos jogadas no LAPT 2014, etapa de Punta del Este, torneio em que foi campeão.

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EXPLICANDO POKER COMO

SE EU TIVESSE CINCO

Quando jogamos poker por muitos anos, é fácil de esquecer que a linguagem técnica do jogo pode ser bem diferente da linguagem tradicional, principalmente para nós, cuja língua é o português. Se você não lê bastante ou é iniciante no jogo, alguns conceitos podem ser desconhecidos ou passar batidos. O que são implied odds reversas? O que é stack to pot ratio? Para relembrá-lo ou ajudá-lo a não ficar perdido em meio a uma conversa de profissionais, trazemos esta nova coluna: “Explicando Poker Como Se Eu Tivesse Cinco”. Em cada edição, um novo conceito ou termo — e é provável que você sempre cruze com um ou dois no meio dos nossos artigos.

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SQUEEZE Por Equipe Card Player

O CONCEITO: SQUEEZE. O QUE É ISSO?

OK, AGORA EXPLIQUE COMO SE EU TIVESSE CINCO

Depois de um raise inicial e de um call, você tem a oportunidade de levar o pote sem precisar necessariamente de uma mão como A-A ou K-K, bastando para isso fazer uma grande 3-bet. Esse movimento coloca seus oponentes em uma situação bem ruim e faz com fique difícil para que eles continuarem na mão. O squeeze geralmente é feito pré-flop, mas pode ser usado em outras streets. Ele também pode ser feito contra mais de dois oponentes, especialmente em jogos passivos.

Quando um jogador aumenta e outro paga, você pode blefar dando reraise. O primeiro jogador será “espremido para fora do pote” porque ele estará preocupado com o jogador que pagou o aumento. Este último também irá dar fold porque já não mostrou muita força apenas dando call.

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ME DÊ UM EXEMPLO Vamos dizer que você está jogando um jogo local com blinds $2-$5 e tem um stack de $600. Um jogador do meio da mesa, que tem sido bem loose e agressivo, aumenta para $20. O jogador do cutoff, sujeito fraco e passivo, paga o raise. Você olha sua mão no button: 6♦5♦. Você poderia dar call e ver o flop, ou simplesmente dar fold. Mas, em vez disso, quer tentar o squeeze e aumenta para $70. O agressor agora foi “espremido”. Ele está fora de posição e tem que se preocupar não só com você, mas com o cutoff que também deu call. Este, por sua vez, não deve ter algo muito bom, já que deu apenas call nos $20, então ele dá fold também. Você tem $47 de lucro, sem ao menos ter que ver o flop, com uma mão especulativa. A chave para um squeeze é usá-lo contra um jogador loose, que provavelmente terá mãos fracas. No exemplo acima, se um dos dois jogadores pagarem a sua 3-bet, você ainda tem a vantagem de agir por último e até mesmo ver o turn de graça.

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Você também precisa ter certeza de usar o squeeze contra os adversários certos e nas situações certas. Não use o squeeze se: ♠ quem abriu raise é tight ou aquele típico jogador teimoso, que não larga a mão “nem à machadada”; ♠ seus oponentes estão com poucas fichas, afinal eles podem decidir ir all-in por causa do dinheiro que já deixaram no pote; ♠ você já vem usando a jogada com frequência. Bons jogadores podem dar call no primeiro raise para lhe induzir a fazer o squeeze. Por fim, lembre-se que quanto menor a sua 3-bet, melhor, já que você economizará fichas quando a jogada falhar. No entanto, se seu reraise for muito pequeno, seus adversários não vão dar fold, já que eles poderão ver o flop por um preço especial. ♠


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E U Q O E T R O N O A

E T R O N É DO

o Scorvo Por Dieg

azin i uiz Bert Fotos: L

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enho hism d esemp u e d ta n e Por co estados d ad o d o s in b m o c to a n tórico do o C amp e o , o título d re c A e ia o N orte R ondôn s s e gue n e ip u q E r po d o eve n Brasileiro ira edição e rc te a N T iago do Brasil. C outinho, y d e n n e ey, K arciano to, C aio H Filiputti, M a d n a rn e s, F a acumu Magalhãe en Teixeir ic a M e i pontuação Va n n u c c h , a maior s to n o p 9 o pela laram 10 organizad io e rn to a do de Texas da históri Brasileira o ã ç ra e d nfe C B T H (C o H old’em).

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O domínio do time de Rondônia/ Acre começou logo na primeira fase da competição, quando todos os integrantes do grupo conseguiram somar pontos nos HUs de NLH e SnGs de NLH (No-Limit Hold’em) e de PLO (Pot-Limit Omaha). Mesmo não atuando tão bem na etapa seguinte, a equipe encerrou o Dia 1 na quarta posição, a quatro pontos dos líderes do Distrito Federal. O destaque negativo do evento ficou por conta da seleção paulista, que pelo terceiro ano consecutivo deixou a briga pelo título ainda no Dia 1. Também ficaram fora da disputa Minas Gerais e Paraná, equipes que contaram com jogadores do calibre de Rafael Caiaffa, Yuri Martins, Pedro “gusmaa” Madeira, Thiago Crema, Luis Eduardo Garla e Fábio “F10ba”.

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Na fase final, os representantes de cada equipe participaram de SNGs de NLH 9-Handed. A pontuação em jogo foi a seguinte: 1º - 20 pontos 2º - 12 pontos 3º - 6 pontos 4º - 2 pontos Ao conquistar duas vitórias, chegar a um heads-up e a um 3-handed, Rondônia/Acre soltou o grito de campeão de forma antecipada e com a o maior diferença de pontos para o segundo colocado na história.


Torneio por Equipes contou com 18 seleçþes estaduais.


Melhor Jogador

Pelo segundo ano consecutivo, o time do Distrito Federal conseguiu subir ao pódio do Campeonato Brasileiro por Equipes. Dessa vez, o principal responsável pela conquista da medalha de bronze foi o grinder Felipe “lipe_piv” Boianovsky, o competidor que mais somou pontos na competição. Representante de seu estado nos HUs de No-Limit Hold’em, o jogador só perdeu um dos quatro duelos que participou, para o gaúcho Marcelo Fonseca. Já na fase final, ele derrotou Marcos Siqueira (AL), Julio César Gomes (PE), Marciano Vannucchi (RO/ AC), Larissa Metran (GO), Fernanda Andrade (MA), Gleidibe Brito (AM), Gaia Freire (RJ) e Camila Andrade (CE) no SNG 9-Handed.

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Confira a classificacao final: 1. Rondônia/ Acre

109 pontos Caio Hey, Kennedy Coutinho, Tiago Magalhães, Fernanda Filiputti, Marciano Vannucchi, Valder Bessa (técnico) e Maicen Teixeira.

2. Sergipe

90 pontos Rodrigo Oliveira, Gustavo Moura, Alberto Prado, Lyna Carla, Neto Costa, Felipe Cattani e Matheus Souza.

3. Distrito Federal

83 pontos Rogers Garcia, Felipe Costa, Eduardo Viegas, Bruna Araújo, Helvídeo Neto, Wilson Calixto e Felipe Boianovsky.

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4. Amazonas

81 pontos Gleidibe Brito, Victor Andreoletti, Alessandro Rodrigues, Samara Brito, Anderson Souza, Ângelo Neto e Dante Graça (técnico).

5. Rio Grande do Sul

79 pontos Gustavo Rego (técnico), Marcelo Fonseca, Rafael Cohen, Márcia Callegaro, Bernardo Dias, Renan Carlos Brusci e Rafael Oliveira.

6. Ceará

77 pontos Márcio Cid, Júnior Bill, Marco Oliveira, Camila Lins, André Eskinazi, Bruno Foster e Carlos Porto.

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Confira a classificacao final: 7. Maranhão

59 pontos Lucas Barroso, Andersson Dantas, Juvaldi Jr., Carlos Ronniele, Fernanda Calado, José Luiz Nova da Costa, Allisson Dantas e Zé Maria.

8. Alagoas

58 pontos Rogério Siqueira, Max Silva, Andinho, Henrique Lessa, Kátia Aline, Hiran Bass.

9. Goiás

57 pontos Evandro Vitoy, Pedro Ávila, João Bauer, Larissa Metran, Rafael Camargo, João Paulo Gomes, Pedro Ávila.

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10. Santa Catarina

57 pontos Fábio Eiji, Thiago Napoleão, Kelvin Kerber, Igianne Bertoldi, Affif Prado, Rodrigo Garrido e Antônio Cartola.

11. Rio de Janeiro

53 pontos Christian Kruel, Nicolau Villa-Lobos, Carlos Mavca (técnico), Gaia Freire, Pedro Cavalieri, André Boizão e Alexandre Rivero.

12. Pernambuco

36 pontos Não divulgado

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Confira a classificacao final: 13. Paraná

30 pontos Luis Eduardo Garla, Leandro Balotin, Dayane Kotoviezy, Geraldo Campelo, Thiago Crema e Paulo Santiago.

14. Minas Gerais

28 pontos Mateus Pimenta, Fábio Issa, Fabio “F1oba” Maritan, Thais Guahyba, Pedro “Gusma”, Rafael Caiaffa e Cristiano Firula.

15. São Paulo

14 pontos Norson Saho, Felipe Rubino, Fernando “groww”, Carol Dupré, Pedro Padilha, Fernando Viana e Rafael Moraes.

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16. Mato Grosso do Sul

26 pontos Não divulgado

17. Paraíba

21 pontos Não divulgado

18. Pará

9 pontos Não divulgado

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DESAFIO DO

EIJI

por Fábio Eiji

Q

uem visita meu blog já conhece o “Desafio do Eiji”. Funciona mais ou menos assim: eu lanço uma pergunta — geralmente, uma mão ou situação de torneios — e dou um prêmio às melhores respostas. O que eu quero não é uma “resposta correta”, até porque, como sabemos, há mais de uma maneira de jogar bem uma mão. Então, procuro coerência e fundamentos conceituais. No artigo de hoje, comentarei a respeito de um dos meus desafios, o mais acessado até hoje, analisando as respostas mais comuns dos leitores. A situação é a seguinte: Primeiras mãos de um BSOP. Stack inicial é de 25.000, e os blinds são 50-100. O oponente no UTG (sabemos que é um jogador tight-weak) abre raise para 400. Todos dão fold até o Herói, que está no BTN. O que fazer com as seguintes mãos? A) A-10 offsuited B) 6-6 C) J- J

Os conceitos mais importantes que devemos conhecer para analisar a mão são: valor/blefe e implied odds/reverse implied odds. Todas as análises giram em torno desses conceitos. Vamos por partes:

A) A-10 OFFSUITED A maioria dos internautas optou pelo fold, mas alguns escolheram flat-call. A justificativa de apenas pagar é que temos posição sobre o oponente e sabemos que ele é um jogador com tendências weaks (costuma jogar as mãos de forma fraca e honesta), portanto, teremos boas chances de vencer a mão sem precisar do showdown. Mas há alguns equívocos nessa linha de pensamento que precisam ser apontados. O primeiro é sobre o Herói subestimar ou ignorar a força do range do oponente. Por se tratar de um jogador tight, abrindo 4x do UTG, no começo do jogo, podemos considerar que seu range é bem restrito.

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Algo como 88+, AJs+ e AQo. Só de bater o olho nesse range, já podemos perceber que nosso A-10 certamente se comportará muito mal contra ele. Ao mesmo tempo, não conseguimos visualizar bons cenários para as streets futuras. Qual o nosso plano para um flop que tenha o 10 como a carta mais alta? E se o oponente apostar também no turn e no river? Devemos pagar? A mesma pergunta para o flop que tenha o Ás como top pair. Com que mãos piores nosso oponente pagaria uma aposta? E pagaria mais de uma? Geralmente, o que vai acontecer é que, quando acertamos o flop, ganharemos pouco ou perderemos muito. Isso acontece porque a parte do range que não acerta o flop 10-high ou A-high não costuma ir de check-call em duas ou três apostas. Temos reverse implied odds nessa mão, ou seja, a expectativa é que perderemos mais fichas do que ganharemos na maioria dos bordos. O segundo equívoco é superestimar a habilidade do Herói em conseguir forçar o adversário a desistir de uma boa mão. Como analisamos acima, o range do oponente é muito forte e certamente não conseguiremos expulsar esse range com uma frequência suficiente que compense a variância da jogada — estaremos arriscando muitas fichas para um pote não muito grande e quase insignificante, já que vencê-lo não muda a situação do Herói no torneio. Portanto, se não há leituras mais específicas acerca do oponente, que nos deem bons motivos para jogar de maneira diferente, a melhor ação a ser adotada é mesmo o fold.

B) 6-6 Essa é a mão mais simples. Não há segredo aqui: justamente pelo range do oponente ser tão forte e o Herói estar muito deep, há implied odds suficientes para tentar a trinca (set value). Quanto acertamos uma trinca, a tendência é de ganhar muitas fichas, justamente pelo mesmo motivo em que é difícil blefar nessa situação: o range que enfrentamos é muito forte. Existem vários overpairs e top pairs em bordos com figuras. E, como temos um stack efetivo de 25.000, há muito valor para se extrair nessas situações. Além disso, essa não é uma mão que nos trará muitos problemas quando errarmos o bordo. Normalmente, perdemos no máximo mais uma continuation bet em flops baixos. Ou seja, praticamente não há reverse implied odds aqui.



C) J-J Essa foi a mão em que as respostas ficaram mais divididas: uma boa parte escolheu a 3-bet como opção (com variados tamanhos) e a outra parte escolheu o flat-call. Quem escolheu a 3-bet argumentou que temos uma mão forte e que precisamos saber quais tipos de mãos estamos enfrentando. Caso o oponente reaja com uma 4-bet, então devemos pagar (por set value) ou dar fold, porque ele só faria isso com QQ+ . Esse tipo de resposta tem graves erros conceituais. Principalmente no que tange ao conceito de valor e blefe. Toda aposta que você faz precisa estar polarizada entre valor ou blefe. O conceito que define uma aposta por valor é: receber ação de mãos piores; e o conceito de blefe é: forçar mãos melhores a desistir. A 3-bet também é uma aposta e precisa estar em uma dessas categorias. Quando o jogador diz que está fazendo uma 3-bet com o intuito de descobrir que mão o adversário tem, ele está, basicamente, fazendo uma aposta por informação, o que não existe conceitualmente. Quando escolhemos a 3-bet nesta situação, nenhuma mão melhor irá dar fold, que seriam Q-Q, K-K e A-A. Logo, a ação não funciona como blefe. Já as mãos piores não nos darão tanta ação assim, na melhor das hipóteses um A-K, A-Q, 88 e 99, que podem pagar a 3-bet, mas darão

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fold nos flops que errarem. Resumindo, aqui a 3-bet não tem sentido. Por outro lado, quando optamos pelo call, mantemos todo o range do oponente na mão, incluindo as mãos das quais estamos ganhando. Não há motivo para selecionar o topo de um range que já é forte. A ideia aqui não é jogar simplesmente para trincar. Há muitos bordos em que podemos pagar a continuation bet e até um second barrel sem cometer um grande erro. Você pode encontrar mais sobre esse tema no meu blog: www.fabioeiji.com.br. Procure pelo post Vencedores do Desafio do Eiji #2, que contém a resposta vencedora e um link para o vídeo, no qual comento cada mão.

Fábio Eiji @fabioeiji www.fabioeiji.com.br

Fábio Eiji já ganhou mais de R$ 3 milhões de reais em prêmios jogando online. Ele possui títulos e mesas finais nas principais séries e torneios regulares do PokerStars.


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ESCOLHA O SEU PAR

por Moacir Martinaz

É

evidente que quando saímos com um par na mão, principalmente pares médios ou pequenos, sempre pensamos na possibilidade de fazermos um set, a famosa trinca. No poker, poucas sensações são tão boas como a de acertar um daqueles seus dois outs no flop. Neste artigo, vou falar um pouco da matemática por trás das trincas, um dos jogos que mais rende fichas no poker. No pré-flop, a chance é de acertar a sua trinca é 11,51%. Caso a mão vá até o turn, essa chance aumenta para 15,02%. Até o river, 18,37%. Mas e os livros e revistas que dizem que as chances de acertar a trinca é de 7,5:1? Bem, esse número também está correto.

Vamos dizer que seguramos 5♦5♠. Uma vez que conhecemos apenas duas cartas do baralho (o nosso par de Cincos), como chegar a 11,51%? Bom, sabemos que temos outros dois Cincos no baralho que completam a nossa trinca. A chance de um deles aparecer logo na primeira carta do flop é o número de Cincos no baralho dividido pelo número de cartas restantes no baralho, o que nos dá 2/50. Uma vez que um dos Cincos apareceu, não nos interessa, para efeito matemático, calcular a quadra. Então, agora que já temos a trinca, não a acertaremos na segunda carta do flop, nem na terceira. Esse cálculo é feito dividindo o número de cartas que não acerta a nossa mão pelo número de cartas restantes no baralho, ou seja, 481/49. O mesmo cálculo é válido

1 – 52 cartas do baralho menos o 5♦ e 5♠, que estão na nossa mão, menos o Cinco, que apareceu na primeira carta do flop, menos o Cinco que continua no baralho, mas que não nos interessa mais é igual a 48.

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para a terceira carta, ou seja, 472 /48. A conta então seria 2/50 x 48/49 x 47/48. Porém, esse evento pode acontecer três vezes, já que o flop tem três cartas e a nossa trinca pode aparecer tanto na primeira, segunda ou terceira quarta. Então multiplicamos tudo por três e a conta final fica: 2/50 x 48/49 x 47/48 x 3, que resulta em 11,51%. Isso significa que a cada 100 mãos que tivermos um par na mão, iremos, em média, completar uma trinca entre 11 a 12 vezes. Se dividirmos 100 por 11,51 teremos aproximadamente 8,6 , daí que saiu o 7,5:1 , que significa que a cada 8 a 9 rodadas, que tivermos um par na mão, em média, iremos acertar uma.

Nenhum completar a trinca

63,42%

Apenas um fazer a trinca (você)

15,86%

Apenas seu oponente fazer a trinca

15,86%

Os dois fazerem a trinca

3,09%

Quadra (você) + par

0,77%

Quadra (oponente) + par

0,77%

Quadra (você) + trinca

0,11%

Quadra (oponente) + Trinca

0,11%

Quadra + Quadra

0,01%

Ninguém acertará a trinca no flop

76,57%

Ninguém acertará a trinca até o turn

69,77%

2 – 52 cartas do baralho menos o 5♦ e 5♠, que estão na nossa mão, menos o Cinco, que apareceu na primeira carta do flop, menos o Cinco que continua no baralho, mas que não nos interessa, menos a segunda carta que apareceu no flop é igual a 47.



Mas lembrem-se que, para estatísticas, precisamos de amostragem suficiente, 10, 50 ou 100 são números baixos, estatisticamente falando. No poker, você passará por períodos distintos, acertará muito ou não, e quanto maior a amostragem, mais perto estará dos percentuais. Agora, alguns dados curiosos, caso você e seu oponente segurem pares distintos: Esse assunto está bem detalhado no meu livro Matemática fácil do Poker, publicado pela Raise editora. Cabe ao jogador, após conhecer esses percentuais, avaliar se compensa ou não seguir com determinada mão. É sempre bom lembrar que esses dados são pré-flop, uma vez que o flop saiu, temos que calcular de maneira diferente, assunto que iremos abordar em colunas futuras.

Moacir Martinez mgbmartinez@uol.com.br

Moacir Martinez é jogador e estudioso na influência da matemática no poker, tanto no online como no live, e autor do livro Matemática Fácil do Poker.

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O POKER

COMO NEGร CIO

Onde termina o HOBBY e comeรงa o business


THE BOOK IS ON THE TABLE

O que homens de negócio e jogadores de poker têm em comum? Muito mais do que você imagina. Tomadas de decisão constantes, conhecimento da estratégia da concorrência e avaliações de risco são apenas algumas das semelhanças entre ambos. Em O Poker Como Negócio, você aprenderá os conceitos que interessam tanto a empresários quanto a jogadores. Seja na mesa de poker ou de reuniões, tratam-se de habilidades crucias para se definir o grau de sucesso de qualquer empreitada. O autor, Dusty Schmidt, é formado em Administração e decidiu aplicar os seus conhecimentos no poker. Desde então, já ganhou mais de quatro milhões de dólares jogando. Agora, ele decidiu aventurar-se no mundo da literatura. O resultado é uma obra inovadora e surpreendente que fará você enxergar o mundo dos negócios e o das fichas sob um ângulo inteiramente novo.

CAPÍTULO 12

(p. 61)

NÃO OLHE PARA O CAIXA Tenho um bom amigo que era gerente de vendas há muito tempo na área de publicidade. Ele uma vez me disse que uma característica importante que os seus melhores vendedores tinham em comum é que eles nunca olhavam os seus números até o final do mês. Assim, os seus esforços se mantinham constantes quando os tempos eram bons, e quando os tempos não eram tão bons, eles não se sentiam indevidamente pressionados pelo passar do mês. Embora eu não seja vendedor, isto é algo que aplico ao meu negócio de poker. Sou uma das poucas pessoas que conheço no poker online que não olha para o caixa até o final do mês. Eu não vejo vantagem em olhar. Se estiver jogando bem, há uma boa chance de me tornar protetor do meu dinheiro, como um time de futebol que está à frente pode entrar no modo de defesa, em vez de jogar com a força que o colocou na liderança, para início de conversa. Ao não olhar para o caixa, me mantenho comprometido com o processo de pensamento e com o que estou tentando conquistar. Os resultados interferem com este processo de pensamento.

Aqueles que estão se saindo realmente mal, por exemplo, podem subir de stakes tentando compensar as suas perdas. Ainda pior, uma fase ruim pode fazer você pensar que precisa continuar jogando, independente das apostas. Se você estiver perdendo, pode ser simples falta de sorte ou pode ser um jogo ruim. As chances são certamente maiores de o seu jogo estar ruim quando você estiver perdendo dinheiro. Ironicamente, é neste momento que as pessoas tendem a jogar por mais tempo. Considerando que estão em uma fase ruim, jogam mais quando não estão no seu melhor momento. De forma contrária, há um instinto de parar quando se está à frente, como se dissesse: “Acabei de ganhar $10.000 nos meus primeiros 20 minutos. Por que não vou jogar golfe?” Mas é exatamente nesse momento que você deve continuar jogando. É assim que se consegue dias nos quais você ganha $20.000 a $30.000. Você continua jogando. Acredite ou não, quando os jogos estão ruins e estamos pensando de maneira ruim, ficamos propensos a continuar jogando. Mas quando os jogos estão melhores, e estamos pen-

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sando o nosso melhor, ficamos propensos a parar. A maioria de nós joga nossas mais longas sessões nas piores circunstâncias. Uma vez ouvi um sujeito dizer: “Sabe como nunca perco no poker? Jogo até não estar mais perdendo”. Pensando nisso, ouço comentários como este o tempo todo. Todos nós conhecemos sujeitos que jogaram 30 horas seguidas antes de saírem do lugar. Isso é completamente desnecessário – você teria ganhado no início da sua próxima sessão se tivesse parado para descansar. Houve meses que comecei perdendo $30.000. Mas ignoro o caixa. Não quero ter que lidar emocionalmente com a perda. Duas ou três semanas se passam, e eu finalmente vejo o caixa, descobrindo então que estou com um lucro de $35.000. Verei o gráfico do histórico e, lá está, eu havia perdido $30.000, só para ganhar $65.000 logo depois. Ao não olhar para o caixa, sempre me sinto como um vencedor. Esta pode ser uma muleta psicológica, mas funciona. Ao contrário do seu balanço no caixa, o número que você tem que manter em mente é a sua taxa horária. Se ela estiver constante, ou tiver tendência a subir, você sabe que está melhorando como jogador e que a sua estratégia geral é boa. Este conselho se aplica contanto que você esteja seguindo o que eu disse anteriormente para manter 100 buy-ins no seu bankroll. Se você ainda não chegou a esse ponto, pode ter que dar uma olhada no caixa para ter certeza de que não está com problemas sérios de bankroll.

TÍTULO: O POKER COMO NEGÓCIO ONDE TERMINA O HOBBY E COMEÇA O BUSINESS (Treat Your Poker Like A Business – An Inspiring Guide To Turning a Hobby Into An Empire). AUTOR: Dusty Schmidt. NÚMERO DE PÁGINAS: 194 PREÇO: R$ 74,90 DISPONÍVEL EM: www.raiseeditora.com

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CAMPEONATO BRASILEIRO DE POKER POR EQUIPES

CBTH Comemora viTória do esporTe Mais de 100 jogadores representaram seus estados no maior campeonato de poker pelo poker. Seleção de Rondônia/Acre foi a campeã da competição

A

3ª edição do Campeonato Brasileiro de Poker por Equipes competição organizada pela Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH) durante o BSOP Brasília - foi um sucesso e apontou um novo campeão nacional. Depois de dois dias intensos de disputa, a seleção de Rondônia/Acre chegou à inédita conquista batendo Sergipe em uma final emocionante. A equipe campeã foi formada pelos jogadores Caio Hey, Kennedy Coutinho, Marciano Vannucchi, Fernanda Filiputti, Tiago Magalhães, Valder Bessa e Maicen Teixeira. Caio, que foi o capitão da equipe vencedora, não escondeu a emoção ao receber o prêmio mais cobiçado entre os Estados. “Que honra elevar o nome de Rondônia e do Acre ao grau máximo do poker nacional. Hoje, somos campeões brasileiros com muito orgulho”, comemorou.

A competição teve um clima leve e descontraído. Com gritos de apoio e até mesmo com brincadeiras entre os oponentes, os jogadores mostraram que o poker é mais que um esporte. “O poker é amizade, integração, parceria, além de ser um agregador social e um esporte muito democrático. A competição foi um sucesso e parabéns à CBTH pela organização impecável, respeito aos jogadores e delegações”, destacou Hey, um dos jogadores da elite do poker nacional. Para o presidente da CBTH, Igor Trafane Federal, o Campeonato por Equipes é único e tem um caráter diferenciado das demais competições. “Levar o nome do seu estado no peito é o ápice para qualquer atleta, em qualquer modalidade. A competição por equipes é a coroação do poker pelo poker e confronta diretamente os melhores jogadores do Brasil. Parabéns aos novos campeões

nacionais que foram brilhantes em toda competição e arrancaram esse título inédito para o Norte do país”, comemora o presidente da entidade. O grande diferencial do Campeonato por Equipe é mostrar que o “amor à camisa” ainda existe, além de seguir uma filosofia esportiva com troféus e medalhas aos vencedores, não existindo prêmios monetários – muito comum em torneios de poker. “Registramos 100% de adesão entre os estados participantes e o evento foi um sucesso. Estamos muito felizes. Essa é mais uma vitória do poker brasileiro”, finaliza o executivo. Com a vitória, a seleção de Rondônia/Acre passa a fazer parte de um seleto grupo e, se junta agora, ao Rio de Janeiro (2013) e Amazonas (2014) como os campeões do torneio.

resULTado finaL do Torneio 1

rondÔnia / aCre

109 PONTOS

2 serGipe

90 PONTOS

3 disTriTo federaL

83 PONTOS


EONATO BR MP A CA

QUIPES RE PO

IRO DE POKER LE SI

2015

Um ano para fiCar na memória

O

poker nacional comemora em 2015 um excelente ano. Conquistamos o terceiro bracelete para o Brasil com Thiago Decano e tivemos excelentes resultados com os nossos jogadores brasileiros nos feltros nacionais e internacionais.

Comemoramos, ainda, a chegada do craque Neymar ao time de estrelas do poker da mente e a quebra de recordes em várias etapas do BSOP. Mais recentemente, brindamos o sucesso do Campeonato por Equipes com a bela vitória da equipe de Rondônia/Acre e, enquanto ele acontecia, recebemos uma notícia incrível: o Ministério dos Esportes dará o pontapé inicial para regulamentar o poker por aqui. gora, chegamos a fase final do calendário de poker com dois grandes eventos: o BSOP Millions, a última etapa do campeonato

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“Que honra elevar o nome de Rondônia e Acre ao grau máximo do poker nacional. Hoje, somos campeões brasileiros com muito orgulho”. Caio Hey

brasileiro e o LAPT Grand Final. Ambos, acontecem em São Paulo de 24/11 a 4/12 e encerram um ano cheio de novidades para nós. Realmente, 2015 é um ano espetacular para o poker brasileiro e, contaremos a repercussão destes dois eventos nas próximas edições desta publicação.

Igor Trafane Federal Presidente da CBTH

“O poker é um agregador social e um esporte muito democrático”. Alberoni Bill Castro


Por Craig Tapscott

Tradução e adaptação: Marcelo Souza

Grandes campeões analisam mãos decisivas que lhes levaram a vitórias nos principais torneios do mundo, seja na internet ou ao vivo.

CARTER GILL FAZ LEITURAS AFIADAS PARA CRAVAR O MAIN EVENT DO LAPT Carter Gill chegou a duas mesas finais da World Series of Poker (WSOP). Ele tem mais de US$ 4 milhões em ganhos (online e ao vivo) e passou os últimos sete anos viajando pelo mundo. Atualmente, ele reside em Medelín, na Colômbia, casou-se e terá o primeiro filho em setembro deste ano.

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Evento

Latin American Poker Tour (LAPT) 2013

Jogadores

1.290

Buy-in

US$ 750

Primeiro Prêmio

US$ 175.070

Colocação


Mão #1 7

Q

10

Villain 150.000

4

9

9

9

10

4

10

J

9

Q

Carter Gill 111.000

Q

7

10

Q

J

Blinds: 2.000-4.000 • Jogadores Restantes: 5 para o estouro da bolha • Ante: 500

Mão #1 Conceitos-chave: Perceber padrões de apostas. Ajustar seu jogo de acordo com o torneio. Hero call. Craig Tapscott: Esse torneio tinha uma estrutura diferente, certo? Carter Gill: Sim. Era um torneio turbo em seus níveis iniciais, mas que ficava deep no final. Para o Dia 2, os stack variavam entre 15 e 120 big blinds, o que é uma vantagem para bons jogadores. O Vilão aumenta para 15.000 do small blind. CG: Essa é a terceira vez seguida que o vilão aumenta, depois de darem fold até ele. O jogo está muito tight devido à bolha.

Gill é o big blind e tem Q♦10♠. CT: Você acha bom o call de quase quatro vezes o big blind com Q-10 off nessa situação? CG: Geralmente, não. Mas esse cara é um jogador de meia-idade, fraco e com tendências bastante agressivas. Uma coisa que sempre faço é jogar em posição contra jogadores ruins, não importa a minha mão. Eu nem sequer considerei o fold aqui. Gil paga. Flop: J♠10♦4♠ (pote: 34.500) O Vilão aposta 30.000. CG: Agora, eu acho que tenho duas opções: call ou all-in. Eu não costumo pagar um raise de 15% do meu stack e desistir depois

de acertar o par do meio. Mas acho que a melhor opção é o call. Se eu empurrar, ele deve me dar call com mãos que me derrotam e fold com as mãos que eu derroto, então, ir all-in, basicamente, é blefar o meu valor. Poker é um jogo de informações incompletas e parte da minha vantagem vem de conseguir o máximo possível dessas informações. Aqui, um all-in não me dá nenhuma informação. O que eu preciso está no turn ou no river. Gil paga. Turn: 9♠ (pote: 94.500) CG: Agora eu tenho um draw para a sequência, mas o bordo também completa o flush e mãos que estavam me vencendo ainda estão. Supreendentemente, ele leva muito

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tempo para agir. Na minha cabeça, tudo que quero é que ele peça mesa, deixe o river aparecer e que eu possa decidir se eu quero pagar ou não a sua aposta na última street. Mas... O Vilão vai all-in de 105.000. CG: Isso me surpreender. É estranho. Por que ele levou tanto tempo para completar a ação? E ele jamais faria isso com um flush ou com K-Q, já que essas mãos têm muito mais valor se apostarem menos. CT: Então qual é o range em que Vilão está lhe colocando para fazer esse movimento? CG: É pouco provável que ele acredite que o turn tenha me ajudado e como eu não fui all-in pré-flop, ele não deve acreditar que eu tenha K-Q ou A-J. CT: Você pegou alguma coisa dele? CG: Ele me parecia muito calmo. Pessoalmente, com alguém que faz bastantes “hero calls”, tenho notado que as pessoas ficam bem calmas quando estão blefando. Na verdade, qualquer jogador de poker tenta se mostrar relaxado, em um pote grande, quando o outro jogador o está analisando.

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CT: Se ele tivesse feito uma aposta por valor, você teria dado fold imediatamente? CG: Caso ele tivesse apostado algo como metade do pote, eu poderia desistir da mão. E apesar de eu gostar da linha dele com uma grande mão, acho improvável um amador ir all-in no turn com um semi-blefe ou com uma mão que tenha algum valor, mas que de alguma forma está vulnerável. CT: Então, o que ele poderia ter? CG: Ele poderia ter algo como A♠8x, mãos como o K♠, draws para sequência e mãos que me venciam, como top pair, dois pares ou sequência. Uma das coisa que acabou pesando foi que, se eu vencesse, teria mais de 200 big blinds para jogar contra os amadores. Então... Gil paga. O Vilão mostra Q♥7♦. River: 9♦ (pote: 223.500) Gill vence o pote de 223.500 fichas.


Mão #2 10

8

Q

4

Q

10

8

10

A

Villain 2.000.000

4

A

Carter Gill 1.900.000

10

A

A

Blinds: 15.000-30.000 Competidores no Torneio: 7 Ante: 4.000

MÃO #2 Conceitos-chave: Usando blockers em no-limit hold’em. Dando um grande fold com o topo do range. Dar fold depois de fazer uma aposta por valor.

CG: Sim. É uma aposta pequena e que visa manter o stack-to-pot-ratio baixo. Ele provavelmente está preparando o cenário para uma grande aposta no turn. Gil aumenta para 140.000.

O Vilão aumenta para 60.000 do under-the-gun (UTG). Gil está no button com A♣10♠.

CG: Faço um aumento pequeno. Isso faz parecer que estou blefando, o que poderia fazê-lo vir com outro raise. O Vilão paga.

CG: O range do Vilão é muito amplo. Não há razão para eu dar fold com uma mão que está dominando a maior parte do range do adversário. Ele é um jogador bom e agressivo. Gil paga. Flop: A♦10♦8♣ (pote: 193.000) O Vilão aposta 60.000. CT: Essa é uma continuation bet (c-bet) padrão?

CT: Qual o range dele depois dessa call? CG: Ele pode ter duas cartas de ouros e mão como A-X, K-J e J-9, mas que tenham uma carta de ouros. Ele também apenas pagaria com A-K, A-Q e A-J; e também com J-Q. Mãos que não vencem um Ás, como alguns 10-X; K-K, Q-Q e J-J, também estão no range esperando conseguir um showdown barato, caso o bordo fique ruim para mim. Mãos fortes com uma boa equidade como K♦J♦, Q♦9♦, Q♦J♦ e K♦Q♦ também não querem inflar o pote para não ficar em uma situação difícil.

Turn: Q♠ (pote: 473.000) O Vilão pede mesa. CT: Essa carta lhe fará pisar no freio? CG: É uma carta ruim, que não me fará desistir da mão, mas eu irei jogar com mais cautela. Apostar não é ruim, mas apostar para dar fold, caso ele dê raise, é horrível, mesmo pensando que é a jogada correta se ele fizesse um check-raise. Minha linha preferida é pedir mesa e pagar uma aposta ou apostar por valor no river. Sou adepto de controlar o pote e ir para uma grande aposta por valor no river ou até mesmo fazer um raise, caso ele faça um blocking bet. Gill pede mesa. River: 4♥ (pote 473.000) CG: Uma carta que não muda o cenário, a menos que ele tenha algo com A-4 e Q-4.

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O Vilão pede mesa. CT: Hora de uma aposta por valor? CG: Definitivamente, eu tenho que apostar aqui, já que há muitas mãos piores, no range dele, das quais eu consigo valor. Gill aposta 300.000. CT: Por que uma aposta tão alta? CG: Espero que ele pense que eu errei o flush. Eu apostaria um pouco menos se estivesse blefando. Usar o mesmo tamanho de aposta para blefes e valor é um erro que muitos bons jogadores cometem. O Vilão aumenta para 1.000.000. CG: É uma aposta bem alta. É possível que ele tenha uma mão forte. Ele pode ter pensado que, depois de pedir mesa no turn, eu não pagaria nenhuma aposta no river, então ele pediu mesa para conseguir mais valor com um check-raise. CT: Quais tipos de mãos ele tem? CG: Mãos como A-Q, J-9 e K-J estão no range dele, e elas me vencem. Ele poderia, sim, dar check-raise river com A-Q, já que eu pedi mesa no turn. Eu também tenho que

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pensar que ele pode ter mãos com blockers do nuts (J-J, por exemplo). CT: Então poderia ser um blefe? CG: Bem, eu não acho que ele irá blefar com frequência aqui. Ele teria que acreditar que eu largaria uma mão como A-10. E se ele acreditasse que eu não tinha nada, o tamanho da sua aposta seria menor. Em um torneio como esse, em que eu tenho boa vantagem, eu raramente blefarei mãos com valor de showdown. Acho que o mesmo se aplica para ele. Então, se ele tivesse uma mão como Q-J ou K-Q, acho que ele apenas pagaria no river. Gill desiste. O Vilão puxa um pote de 773.000. CT: Você descobriu o que ele tinha? CG: Mais tarde, ele me disse que tinha Q-J e resolveu fazer uma jogada louca no river, já que ele sabia que eu não tinha o nuts. Se era verdade ou não, nunca saberei. Mas isso é poker, e eu acabei vencendo o torneio. Se ele estivesse falando a verdade, no final, eu ri por último (risos).


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